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8 CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA CURSO DE BIOMEDICINA DISCIPLINA TOXICOLOGIA E ANÁLISES FORENSES EMANUELLY ARAUJO EZIQUIEL GABRIELA PEREIRA TRICHES JULIA BRITTO DE OLIVEIRA KAROLINE MARTINS FRIEDEMANN LETICIA IOLANDA SOARES COSTA RELATÓRIO AULA PRÁTICA: DETERMINAÇÃO DO 11-NOR-9-CARBOXI-THC EM URINA POR CCD JOINVILLE, 2024 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 3 2. OBJETIVO GERAL 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS 5 REFERÊNCIAS 7 1. INTRODUÇÃO A Marijuana, ou Cannabis sativa L. é, mundialmente, a droga ilícita mais cultivada, vendida e utilizada. Dentre os seus principais compostos estão o CBD (canabidiol), utilizado para fins terapêuticos, e Δ9-tetraidrocanabinol (THC), responsável pelo efeito da maconha. Após uso da droga, ocorre a biotransformação do Δ9-THC para 11-nor-9-carboxi-THC, que é eliminado, principalmente, na urina. O teste feito em aula, então, determina a presença desse composto por cromatografia de camada delgada (CCD). Este teste é utilizado também junto a testes rápidos imunocromatográficos para a detecção qualitativa de variadas substâncias. A presença deste metabólito na urina indica que houve recente exposição à droga, sendo esta uma análise comum em toxicologia forense, especialmente em investigações sobre o uso de substâncias ilícitas ou controle de uso em ambientes como clínicas de reabilitação e empresas que monitoram o uso de drogas entre seus empregados. O método de cromatografia em camada delgada (CCD) permite a separação e identificação do 11-nor-9-carboxi-THC a partir da urina, utilizando técnicas de extração e revelação visual com reagentes específicos, como o Fast Blue BB, para gerar uma banda cor-de-rosa característica. 2. OBJETIVO GERAL Analisar e identificar a presença de 11-nor-9-carboxi-THC em amostras de urina utilizando o método de cromatografia em camada delgada (CCD), com o intuito de verificar a exposição ao Δ9-tetraidrocanabinol (THC), o principal componente psicoativo da Cannabis, discutindo os princípios, a aplicação e as limitações desse método, bem como a importância da realização de testes confirmatórios adicionais para assegurar a precisão dos resultados obtidos. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados foram: · Cromatoplacas de CCD (sílica gel 60 F 254, 10x10 cm); · Solução-estoque de referência contendo 100 µg/mL de 11-nor-9-carboxi-THC em metanol; · Solução de KOH 11,8 N; · Reagentes grau P.A: hexano, heptano, metanol, clorofórmio, butanol, dietilamina, ácido acético glacial; · Solução aquosa de Fast Blue BB a 0,1%; · Tubos coletores de urina; · Centrífuga e banho maria. A aula iniciou-se com o preparo da amostra, onde foram adicionados 0,5 mL de solução de KOH 11,8 N em 5 mL de urina, com a mistura sendo mantida em repouso à temperatura ambiente por 5 minutos para a realização da hidrólise dos glicuronídeos. Logo após o repouso, foi dado sequência a etapa de extração, a amostra foi acidificada gradualmente com ácido acético glacial até que o pH atingisse o intervalo entre 4 e 5. Em seguida, foram adicionados 5 mL de hexano, e a mistura foi agitada suavemente por inversão durante 7 minutos. Posteriormente, a amostra foi centrifugada a 3400 rpm por 5 minutos, separando-se a fase orgânica, que foi transferida para um tubo afunilado de 10 mL. O solvente orgânico foi evaporado em banho-maria na capela a 60 °C, obtendo-se o resíduo seco necessário para a análise subsequente. O resíduo seco foi imediatamente ressuspendido em 50 µL de uma mistura de clorofórmio: metanol na proporção 3:1. A solução resultante foi aplicada pontualmente em uma cromatoplaca utilizando um capilar. Também foi aplicada uma solução-estoque de referência contendo 100 µg de 11-nor-9-carboxi-THC. A cromatoplaca foi desenvolvida em um sistema de solventes composto por heptano, butano e ácido acético glacial na proporção 90:9:1, com a fase móvel percorrendo uma distância de 8,5 cm a partir do ponto de aplicação. Após o desenvolvimento, a cromatoplaca foi deixada secar na capela à temperatura ambiente por no máximo 15 minutos. Em seguida, a placa foi nebulizada com dietilamina, que atuou como fixador, clareando o fundo e realçando a cor das bandas. Novamente, a placa foi deixada secar por até 15 minutos à temperatura ambiente. Por fim, a placa foi nebulizada com uma solução de Fast Blue BB a 0,1% recém-preparada, sendo o 11-nor-9-carboxi-THC identificado pela formação de uma banda de cor rosa a aproximadamente 3 cm do ponto de aplicação. REFERÊNCIAS SPINELLI, E. Cannabis sativa: Determinação do 11-nor-9-carboxi-tetraidrocanabinol em urina por cromatografia em camada delgada de alta eficiência. In: MOREAU, R. L. M.; SIQUEIRA, M. E. P. B. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan LTDA, 2014. p. 228-231. image1.jpg