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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS TOXICOLOGIA E ANÁLISES TOXICOLÓGICAS CURSO: Biomedicina DISCIPLINA: Toxicologia e Análises Toxicológicas NOME DO ALUNO: Ivani Alves dos Santos R.A: 0430733 POLO: Ibitinga/SP DATA: 07/03/2023 1 INTRODUÇÃO Nos dias 25/02 e 04/03 de 2023 tivemos nossas aulas práticas na universidade Unip em Araraquara, ofertadas pela professora Hellen. Aulas divididas em 4 aulas, onde dentro delas discutimos alguns roteiros, tais como: Padronização de fármacos por Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Triagem em Urina por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) / Extração Líquido/Líquido e Identificação de Fármacos por CCD, Identificação de Aflatoxina por Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Determinação da Carboxihemoglobinemia, Determinação de Nitrito em Alimento. A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos pelas substâncias químicas sobre seres humanos, animais e plantas. basicamente, a ação adversa resultante da interação de agentes químicos e sistemas biológicos, buscando prevenir o aparecimento dos efeitos tóxicos decorrentes dessa interação. É uma ciência bastante atual, considerando-se a enorme quantidade de substâncias químicas com as quais os organismos vivos entram em contato ao longo de suas vidas. É uma ciência multidisciplinar que engloba conhecimentos de Farmacologia, Bioquímica, Química, Fisiologia, Genética e Patologia entre outros. Mais pormenorizadamente, estuda a interação entre os químicos e os sistemas biológicos com o objetivo de determinar quantitativamente o potencial do químico para induzir danos, de onde resultem efeitos adversos para os diferentes organismos. Investiga, igualmente, a natureza destes efeitos adversos, a sua incidência, o seu mecanismo de produção, os fatores que influenciam o seu desenvolvimento e a sua reversibilidade. A toxicologia se divide em Toxicologia Ambiental e Ecotoxicologia, que estuda os efeitos adversos causados por tóxicos liberados no ambiente. Toxicologia Ocupacional, onde se estuda os efeitos dos tóxicos presentes nos ambientes de 2 trabalho. Toxicologia de Alimentos, que estuda os efeitos adversos causados por substâncias presentes nos alimentos. Quem descobriu a toxicologia foi Mateo José Buenaventura Orfila Rotger (conhecido também como Mateu Orfila e Mathieu Orfila), químico e médico espanhol, teve um papel importante na história da toxicologia, papel este que o nomeou como “pai da toxicologia”. AULA 1 Padronização de Fármacos por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Objetivo: Tendo como objetivo padronizar o comportamento do fármaco na realização de testes rápidos utilizados como triagem da exposição do organismo a fármacos ou drogas. Materiais e equipamentos utilizados: MATERIAIS QUANTIDADE Acetona 100 ml Ácido acético 50 ml Clorofórmio 500 ml Éter de petróleo 100 ml Fe (NO3)3.9H2O Nitrato férrico nanohidratado 40 g Iodeto de potássio 4,0 g Metanol 100 ml NaOH 1 g Nitrato de bismuto 2,0 g Solução de cloreto férrico 10 g Sulfato de sódio 10 g 3 EQUIPAMENTOS QUANTIDADES Placas cromatográficas de sílica gel (0,25 mm de espessura) 1 Capilar de vidro para aplicação em cromatografia 2 Cubas de vidro 1 Nebulizadores 1 Bomba a vácuo 1 Técnica: Utilizamos ácido salicílico como solução padrão e aplicamos na placa cromatográfica, colocando em um Becker contendo o sistema solvente clorofórmio: acetona (9:1), como fase móvel. Após deixá-las em temperatura ambiente para a completa evaporação do solvente, sob capela, revelamos a cromatoplaca com FeCl3 (agente cromogênico) e avaliamos o comportamento da mancha. Conclusão: Expressamos os resultados segundo a forma da mancha, cor da mancha e Rf, em que: Rf = distância percorrida pelo analito distância percorrida pela fase móvel Obtido um resultado de Rf = 1, já que a distância percorrida pelo analito e a distância percorrida pela fase móvel foi a mesma (6,3). Houve padronização, pois todas as placas apresentaram a mesma distância 4 Foto 1: tirada em sala Obs: Após o término da aula, todos os materiais foram descartados conforme as normas internacionais de segurança. QUESTÕES NORTEADORAS 1. Um paciente foi encontrado com hipertermia, zumbido no ouvido, acidose metabólica e alcalose respiratória. Em um teste rápido por CCD, o resultado foi positivo para exposição a salicilatos. Não, porque a CCD é uma técnica de triagem. Após a confirmação na triagem, deve ser realizada uma análise por técnica confirmatória. 5 2. Durante a revelação, ao nebulizar o cloreto férrico, observou-se que a mancha característica dessa revelação não foi formada. Proponha sugestões que possam justificar e, consequentemente, corrigir essa situação. O ferro do cloreto férrico reage com a hidroxila fenólica do salicilato, gerando cor. Quando não há reação cromogênica, possivelmente a solução do cloreto férrico não foi preparada adequadamente. Serviço Social 3. Em uma placa de CCD podem ser aplicados e revelados mais padrões? Sim. Dependendo das substâncias que são reveladas, pode haver vários padrões na mesma placa de CCD. Uma das observações relevantes nesse contexto é que a aplicação dos padrões ou das amostras deve manter distância adequada entre os padrões, para que não haja interferência no desenvolvimento do analito, na placa cromatográfica. 4. Fármacos de caráter ácido podem ser aplicados na mesma placa, juntamentecom os de caráter alcalino? Não, uma vez que a extração líquido/líquido separa substâncias de caráter ácido com as básicas. Aula 2: Triagem em Urina por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Extração Líquido/Líquido e Identificação de Fármacos por CCD Objetivo: Teste rápido como triagem da exposição do organismo a fármacos ou drogas de abuso e extração de substâncias em material biológico. Técnica: Fizemos a leitura do Ph da amostra e ajustamos entre 4,0 e 5,0 por meio de solução de H2SO4 1%. Colocamos em funil de separação e extraímos com 20 mL 6 da mistura clorofórmio: éter (3:1), agitando vigorosamente o funil e aguardamos a separação das fases. Filtramos a camada orgânica sobre Na2SO4 1% anidro, a fim de retirar o excesso de água, previamente umedecido com a mistura clorofórmio: éter. Recolhido o extrato em béquer e repetidos os itens 3 e 4 para recolher o filtrado no mesmo béquer. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS: MATERIAIS QUANTIDADE Acetona 100 ml Ácido acético 50 ml Clorofórmio 500 ml Éter de petróleo 100 ml Fe(NO3)3.9H2O Nitrato férrico nonahidratado 40 g Iodeto de Potássio 4,0 g Metanol 100 ml NaOH 1 g Nitrato de bismuto 2,0 g Solução de cloreto férrico 10 g Sulfato de sódio 10 g EQUIPAMENTOS QUANTIDADE Funil de separação (125 mL) 2 Bastão de vidro 1 Funil de vidro capacidade 100 mL 1 Béquer 100 mL 2 Bastão de vidro 1 Papel Universal pH 2 fitas Béqueres 100 mL 3 Placas cromatográficas de sílica gel (0,25 mm de espessura) 2 Capilar de vidro para aplicação em cromatografia 10 Cubas de vidro 2 Nebulizadores 1 7 Conclusão: A análise do resíduo por cromatografia em camada delgada (CCD) não foi avaliada. Imagens tiradas em sala pelo próprio autor QUESTÕES NORTEADORAS 1. No procedimento “Extrair com 20 mL da mistura clorofórmio: éter (3:1),” qual é o objetivo do clorofórmio? Explique, levando em consideração a dissociação do fármaco. Extrair os fármacos que estão na forma molecular. 2. Quais são as características que destacam a urina, o conteúdo gástrico e o sangue (plasma ou soro), como amostras biológicas, na toxicologia de urgência? 8 URINA: Amostra biológica de escolha para triagem de fármacos, quando se trata de exposição aguda; grande volume disponível, facilidade na coleta, maior concentração na urina que no sangue. Inalterados ou na forma de produtos de biotransformação. SANGUE: Utilizado para controle terapêutico ou para direcionamento analítico, após testar positivo na CCD. CONTEÚDO GÁSTRICO: Grande quantidade obtida, os fármacos se encontram na forma inalterada. 3. Caso haja na amostra um analito de carácter ácido, um de caráter anfótero e outro de caráter alcalino, em qual fase do sistema heterogêneo líquido/líquido estarão cada uma das substâncias. A forma molecular sempre estará no solvente orgânico. Por isso é que se acidifica e alcaliniza a amostra, para a extração líquido-líquido. 4. Faça um fluxograma expondo a dinâmica de extração líquido/líquido de fármacos de caráter ácido, anfótero e alcalinos. Polar URINA c/ F. Ácido Acidifica a urina forma molecular ADD solvente orgânico (apolar) Forma molecular migra para apolar. 9 AULA 3 Identificação de Aflatoxina por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) OBJETIVO: O objetivo dessa aula foi a identificação de micotoxinas (aflatoxinas B1, B2, G1 e G2) presentes em alimentos, sementes, grãos ou rações, com extração por solventes orgânicos e Cromatografia em camada Delgada (CCD) A Aflatoxinas são um grupo de micotoxinas estruturalmente semelhantes, altamente mutagénicas, que contaminam produtos agrícolas e se desenvolvem principalmente em ambientes com temperatura e umidade elevadas. São produzidas por fungos do gênero Aspergillus, sobretudo por Aflavus e A. Parasiticus. As técnicas mais usadas para a quantificação de micotoxinas são as cromatográficas, incluindo Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e Cromatografia Gasosa acoplada a Espectometria de Massa (CG/MS). A mais simple s é a CCD, porém os outros métodos têm maior sensibilidade e precisão (KAWASHIMA, 2004). Materiais e equipamentos utilizados: MATERIAIS QUANTIDADE Celite clorofórmio 100 ml Metanol 300 ml Cloreto de sódio Cloreto de potássio 2 g Hexano 10 EQUIPAMENTOS QUANTIDADE Algodão 1 Agitador mecânico 1 Balão volumétrico 25 mL 1 Banho-maria ou rotavapor 1 Batão de vidro 1 Béquer 500 mL 1 Cubeta para leitura no espectrofotômetro 2 Erlenmeyer de 25 ou 50 mL 1 Funil de separação 1 Lâmpada de luz UV de comprimento de onda longo 1 Liquidificador, moinho ou moedor de carne 1 Papel de filtro qualitativo2 Peneira de 20 mesh 1 Placas cromatográficas de sílica gel (0,25 mm de 1 Funil de separação 1 espessura) 1 Rotavapor 1 Tubo de ensaio 2 Papel alumínio 1 Técinica: Preparação da amostra – Triture ou moa, de acordo com a natureza da amostra, a fim de que se obtenha massa homogênea, podendo utilizar liquidificador, moinho ou moedor de carne. Passe a amostra pela peneira de 20 mesh. Homogeneíze novamente e retire uma subamostra de 30 g. Extração e purificação – Pese 30 g da amostra previa mente homogeneizada e transfira para um frasco Erlemeyer. Adicione cerca de 10 mL de água aquecida a 60 ºC para facilitar a penetração do solvente orgânico nos tecidos hidrofílicos. 11 Homogeneíze com bastão de vidro. Adicione 100 mL de clorofórmio, tampe o frasco com algodão e agite manualmente por 30 segundos. Prossiga esta ope ração com agitador mecânico por mais 30 minutos. Filtre o extrato cloro fórmico em funil de vidro com papel de filtro qualitativo. No caso de amostra de amendoim ou derivados, adicione pequena quantidade de celite ao funil para acelerar a filtração. Colete 50 mL do extrato em outro frasco Erlenmeyer e evapore em banho-maria a 80 º C até que todo o clorofórmio tenha sido eliminado. Re-ssuspender o resíduo com 5 0 mL de metanol, transfira quantitativamente para o funil de separação, adicione 50 mL da solução de NaCl a 4% e agite lentamente. Extraia as gorduras e os demais interferentes com três porções de 50 mL e mexa. Descarte a fração com hexano (superior). Recolha o extrato metanólico em béquer ou frasco Erlenmeyer. Transfira quantitativamente o extrato metanólico para um funil de separação limpo e extraia as aflatoxinas com 50 mL de clorofórmio, agitando o funil de separação suavemente por três minutos. Deixe as fases se se pararem e recolha a inferior (clorofórmio) em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Repita a operação com mais 50 mL de clorofórmio. Recolha o total de clorofórmio juntamente c m o extrato da primeira partição e evapore em banho-maria a 80ºC ou rotavapor a 50 °C a 60 °C. O resíduo deve ser transferido quantitativamente com clorofórmio para um frasco Erlenmeyer de 25 o u 50 mL e evaporado sob corrente de nitrogênio. Para efetuar a cromatografia em camada delgada, dissolva o resíduo em clorofórmio em quantidade adequada, normalmente entre 200 a 500 µL e utilize banho de ultrassom por cerca de 30 segundos para assegurar total dissolução das aflatoxinas. Triagem das micotoxinas por cromatografia em camada delgada – Aplique em placa de sílica gel, 5 a 10 µL da amostra e alguns pontos de cada padrão, separadamente, fazendo sobrepor no segundo ponto do padrão 5 µL da amostra. Desenvolva o cromatograma em cuba previamente preparada para garantir a saturação com tolueno -acetato de etila- ácido fórmico (50:40 :10). Remova a placa depois de 12 cm de desenvolvimento do solvente e seque. Observe o cromatograma sob lâmpada de luz UV de comprimento de onda longo. 12 Conclusão: O ensaio de identificação de aflatoxina foi executado com sucesso, pois a amostra respondeu com o mesmo tempo do padrão conhecido usado no ensaio. Podemos observar a direita de ambas as imagens o padrão de aflatoxina e a esquerda amostra utilizada no ensaio. Como o resultado só é visível a luz UV, foi feito um ponto de marcação para a resposta de cada analito, assim conseguimos observar o resultado positivo do ensaio. É possível observar machas acima tanto do anilíto quando da amostra de aflotoxina. Imagens tiradas pelo próprio autor, 2023 QUESTÕES NORTEADORAS 1. Durante o método de extração das aflatoxinas, em um dos momentos, se orienta: “adicione 100 mL de clorofórmio”. Explique por que esse solvente orgânico é utilizado para essa extração e se a água fervente seria suficiente para essa extração. As aflatoxinas são lipossolúveis. Assim, são extraídas por solventes orgânicos. 2. Observe parte do procedimento analítico: “Observe o cromatograma sob lâmpada de luz UV de comprimento de onda longo”. Explique por que o método solicita que a análise seja realizada nesse espectro, ou seja, no UV. 13 As duplas ligações das aflatoxinas, quando submetidas à radiação UV, por ressonância, fluorescem. 3. No procedimento “Recolha o total de clorofórmio juntamente com o extrato da primeira partição e evapore em banho-maria a 80 ºC”, há risco de perda do analito por degradação, por conta dessa elevada temperatura? Justifique sua resposta. As aflatoxinas toleram elevadas temperaturas AULA 4 Determinação da Carboxihemoglobinemia Objetivo: Determinar os níveis de carboxihemoglobina de amostras biológicas para verificar se estão dentro dos limites máximos permitidos MATERIAIS QUANTIDADE Amostra de sangue 2 mL KH2PO4 3 g K2HPO4 3 g Hidrossulfito de sódio 25 mg Água destilada 1 L EQUIPAMENTO QUANTIDADE Espectrofotômetro 01 Cubeta para leitura no espectrofotômetro 01 Tubo de Ensaio com tampa Capacidade 10 mL 03 Pipeta Capacidade 5 mL 02 Vórtex para Agitação 01 14 Recebemos o material biológico em aula, pois ele deveria ser colhido antes e no final da jornada de trabalho do individuo que foi submetido a exposição da carboxihemoglobina. Logo após, colocamos 0,1 ml de amostra e 12 ml de solução hemolisante em tubo de ensaio, e deixamos em temperatura ambiente por 10 minutos. Depois diluímos 0,2 ml do hemolisado com 2,3 ml de solução diluente, tampamos e deixamos em temperatura ambiente por mais 10 minutos. Lemos em 420 e 432 nm. de absorbância: Absorbância (Abs) Conclusão: O Índice Biológico Permitido (IBMP) é de 3,5% e o Valor de Referência (VR) é < 1%, ambos para não fumantes. Resultado obtido com o analito da amostra retirada no início da jornada de trabalho. 420 432 (Comprimento de onda) 0,747 0,484 0,747 = 1,543 0,484 1- (1,543 . 1,333) x100= -1,057 = 45,7% 1,543 (0-8543) -19939+1 -2,312 %Hbco = 45,7% Resultado obtido com o analito da amostra retirada no final da jornada de trabalho. 420 432 (Comprimento de onda) 0,674 0,386 0,674 = 1,746 0,386 %Hbco= 1-(1,476. 1,333) x 100= -1,327 x100 = 53,4%1,746(-0,8543)-1,9939+1 -2,486 -1,492 -3,486 %Hbco= 53,4% Determinamos o valor de %COHb = 53,4% e concluímos que o resultado 15 obtido através da amostra analisada em aula, está totalmente fora do Índice Biológico Permitido (IBMP). QUESTÕES NORTEADORAS: 1. Equívocos pré-analíticos, ou seja, os equívocos cometidos antes da análise toxicológica, não é incomum. Para evitar esses equívocos prioriza-se trabalhar com profissionais experientes e manter a equipe de analistas informada. Imaginemos que um laboratório de análise toxicológica coletasse o sangue do trabalhador, para análise de HbCO, no início da jornada. O que você espera desse resultado analítico? Justifique sua resposta. Poderia dar um falso-negativo, uma vez que não teria havido exposição ocupacional, ao longo do dia. 2. Imagine que a solução diluente utilizada na técnica tenha tido algum problema de qualidade. Que tipo de interferência analítica haveria, caso você identificasse essa situação? Explique. Não haveria a redução de elementos cromóforos e consequentemente, haveria resposta analítica inconsistente. Serviço Social 3. Discorra sobre o risco de intoxicação de um trabalhador que apresenta como nível de HbCO igual a 3,0%. Ele apresenta risco de intoxicação? Não, porque o preconizado é acima de 3 ½. Com 3,0% não apresenta risco. 4. Discorra sobre o risco de intoxicação de uma pessoa não exposta ocupacionalmente ao CO e que apresenta como nível de HbCO igual a 3,0%. Ele apresenta risco de intoxicação? Sim, como esta pessoa não está exposta ao risco de intoxicação, o nível está muito acima do esperado, pois neste caso se considera 1,0%. 16 Aula 5 Determinação de Nitrito em Alimento Objetivo: Determinar os teores de nitrito como conservante em amostra de salsicha para verificar se estão dentro dos Limites Máximos Permitidos segundo a Legislação Alimentos industrializados apresentam maior durabilidade, devido à presença de aditivos alimentares com finalidade de conservação desse produto, como é o caso do nitrito de sódio que é adicionado em produtos cárneos para conferir a cor vermelha e sabor característico, alé m de prevenir alterações desagradáveis e atuar como conservante, principalmente contra o crescimento e a produção de toxina do Clostridium botulinum. O maior problema associado à ingestão do ni trito de sódio está relacionado com o seu potencial efeito tóxico em indivíduos expostos, o que depende tanto da quantidade ingerida quanto da suscetibilidade do organismo. O excesso desses íons causa danos à saúde humana, e é preocupante sob o ponto de vista toxicológico, uma vez que o nitrito é convertido em N -nitrosaminas, e possui ação carcinogênica após a digestão. AMOSTRA UTILIZADA: Salsicha Os reagentes e soluções utilizados neste experimento foram: Solução I Tetraborato de sódio decahidratado (Na2B4O7. 10 H2O)......................................50 g Água destilada até completar 1 L Solução II Ferrocianeto de potássio trihidratado K4Fe(CN)6 . 3H2O.......................................................106 g Água destilada até completar 1L. 17 Solução III Acetato de zinco dihidratado Zn(CH3COO)2..................................................................220 g Ácido acetico glacial........................................................30 mL Água destilada até completar 1 L. Reagente Cromogênico. Solução de alfa-naftol: aquecer 360 mL de água destilada e 50 mL de ácido acético a 50 *C. Transferir esta solução para um frasco escuro contendo 0,25 g de ácido sulfanílico. Agitar até dissolver, adicionar 0,20 g de alfa-naftol agitando bem. Esfriar a temperatura ambiente e adicionar 90 mL de solução de NH4OH a 10%. O pH desta solução deverá ser 4,0 + 0,5. Solução tampão: em 500 mL de H2O destilada adicionar 20 mL de HCl concentrado. Agitar e adicionar 50 mL de NH4OH concentrado e diluir com água destilada até 1000 mL. O pH obtido é de 9,6 - 9,7. Solução padrão de nitrito: 0,25 g NaNO2 em 500 mL H2O. Obedecendo ao procedimento fizemos a padronização com as seguintes etapas: (1) Transferir alíquotas de 1, 2, 4, 8 e 16 mL da solução padrão de nitrito de sódio em 5 diferentes balões volumétricos de 100 mL; adicionar 5 mL do tampão e completar com H2O destilada, q.s.p. 100 mL, a cada um dos balões. (2) Transferir 10 mL de cada alíquota da solução (1) para 5 diferentes balões volumétricos de 100 mL e completar com H2O destilada, q.s.p. 100 mL, a cada um dos balões. Manual de Estágio (3) Transferir 5 mL de cada uma das soluções (2) em tubos de vidro e acrescentar 10 mL de reagente cromogênico, 5 mL de água destilada e 5 mL da solução tampão a cada um dos diferentes tubos. (4) Deixar em banho de H2O a 30 ºC por 30 minutos. (5) Leitura espectrofotométrica em 474 nm, contra um branco. Obs.: O branco se constituirá de 10 mL do reagente cromogênico em 10 mL de água e 5 mL tampão (deixar em banho de água a 30 ºC por 30 minutos). Depois de fazer a padronização, fizemos a desproteinização com o seguinte passos: Pesar 10 g do alimento homogeneizado em um béquer de 150 mL. 18 agitando frequentemente. Deixar esfriar a temperatura ambiente. Adicionar 2 mL da solução II (ferrocianeto de potássio) e 2 mL da solução III (acetato de zinco). Agitar vigorosamente após cada adição. Transferir a amostra para um balão volumétrico de 100 mL. Deixar o balão em repouso por 30 minutos a temperatura ambiente. Completar o volume com água destilada, q.s.p. 100 mL. Agitar o conteúdo do balão vigorosamente e filtrar em papel livre de nitritos. Determinar a concentração de nitrito presente nesta solução. Em seguida fizemos a determinação de nitrito Pipetar 10 mL da solução desproteinizada da amostra de alimento para um tubo de ensaio. Adicionar 5 mL da solução tampão e 10 mL da solução de alfa-naftol. Deixar em banho de água a 30*C, durante 30 minutos, esfriar a temperatura ambiente: ler em 474 nm. Calcular o valor de nitrito presente na amostra, usando a curva padrão previamente estabelecida. INTERPRETAÇÃO Segundo a Portaria no 1.004 de 11 de dezembro de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, a quantidade residual máxima de nitritos e nitratos em produtos cárneos, excetuando -se o charque brasileiro, é de 150 mg/Kg e 300 mg/Kg, respectivamente, expressos como sal de sódio. MATERIAIS QUANTIDADE Acetato de zinco dihidratado - Zn(CH3COO)2 220 g Ácido acético 50 mL Ácido sulfanílico 0,25 g Ácido acetico glacial 30 mL Água Destilada 2 L Alfa naftol 0,20 g Amostra de salsicha 10 g Ferrocianeto de potássio trihidratado (K4Fe(CN)6 . 3H2O 106 g 19 HCl 20 mL NaNO20,25 g NH4OH 50 mL NH4OH a 10% 90 mL Tetraborato de sódio decahidratado (Na2B4O7. 10 H2O) 50g EQUIPAMENTOS QUANTIDADE Bageta de vidro 01 Banho de água fervente 01 Béqueres 100 mL 03 Cubeta para leitura no espectrofotômetro 01 Espectrofotômetro 01 Funil de vidro capacidade 100 mL 01 Papel de Filtro 02 Papel Universal PH 02 fitas Pipeta Capacidade 1 mL 02 Pipeta Capacidade 10 mL 02 20 FOTOS: Preparo da curva de calibração, para análise de nitrito da salsicha. Fonte: próprio autor. RESULTADOS DA ABSORBÂNCIA DOS 5 PADRÕES: 1ml – 0,047 2ml – 0,077 4ml - 0,169 8ml – 0,281 16ml – 0,516 Cálculo C1 V1 = C2 V2 1ML= 0,5mg/ml 1ml = C2 100ml C2 = 0,5 = 0,005mg/ml 100 2- 0,5mg/ml 2ml = C2 100ml C2 = 1 = 0,01mg/ml 100 3- 0,05mg/ml 4ml = C2 100ml C2 = 2 = 0,02mg/ml 100 4- 0,5mg/ml 8ml = C2 100ml 21 C2= 4 = 0,04mg/ml 100 5- 0,5mg/ml 16ml= C2 100ml C2= 8 =0,08mg/ml 100 Fotos do próprio autor,2023 separação do analito (nitrito) da salsicha. O resultado da absorbância dos cinco pontos da curva de nitrito foi colocado neste gráfico de dispersão para a avaliação de sua linearidade através de seu r2, quanto mais próximo de 1 for o r2, maior a linearidade da curva quantitativa do método, e nesta curva tivemos o r2 de 0,9954 . 23 A Amostra da salsicha foi preparada e sua absorbância foi lida em 474 nm, o resultado da leitura foi de – 0,092 Com o resultado da leitura obtido, iremos então calcular a concentração de nitrito na amostra da salsicha através de uma fórmula baseada na curva analítica anteriormente preparada. A fórmula é Y:0,0311 x0,0254 onde X é o valor da absorbância da leitura da salsicha. Cálculo: (0,092 – 0,0254) x 1000 10g x 0,0311 Abs da amostra foi de 0,092 Após o cálculo podemos observar que o valor da concentração de acordo com a fórmula, resulta em um valor muito acima do permitido, pois havia nitrito na amostra maior do que o esperado. QUESTÕES NORTEADORAS 1. Os nitritos e nitratos são substâncias químicas adicionadas intencionalmente nos alimentos, com alguns fins, como o de realçar as propriedades organolépticas do alimento e inibir a proliferação bacteriana. Sob a óptica toxicológica, qual é o significado de determinar os níveis desses sais, nos alimentos industrializados? São responsáveis pela formação do anidrido nitroso, que leva à formação dos compostos N-nitrosos, potencialmente carcinogênicos. 2. Pesar 10 g do alimento homogeneizado em um béquer de 150 mL. Adicionar 5 mL da solução I (bórax) e cerca de 40 mL de água destilada, a temperatura acima de 70 ºC. Explicar o objetivo da adição do bórax, no procedimento. O nitrito e nitrato podem ficar ligados a proteínas da carne e consequentemente, para serem determinados, se faz necessária a desproteinização. 24 2. Transferir alíquotas de 1, 2, 4, 8 e 16 mL da solução padrão de nitrito de sódio. Qual é a concentração de nitritos em cada um desses volumes? Os resultados obtidos em cada volume foram: 1ml – 0,047, 2ml – 0,077, 4ml - 0,169 , 8ml – 0,281, 16ml – 0,516. Referencias bibliograficas: https://www.infoescola.com/biologia/toxicologia/#:~:text=Toxicologia%20Ambiental%20e%20Ecotoxicologia%20% E2%80%93%20Estuda,por%20subst%C3%A2ncias%20presentes%20nos%20alimentos. LINDEN, R., SARTORI, S ., KELLERMANN , E., SOUTO, A. A. Identificação de substâncias em análise toxicológica sistemática utilizando um sistema informatizado para cálculo de parâmetros cromatográficos e busca em base de dados. Química. Nova, 30: 468 -47 5, 2007. MOREAU, R.L.M., SIQUEIRA, M.E.P.B. Toxicologia Analítica. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2008. QUEIROZ, S. C N. COLLINSISABEL, C. H., JARDIM, C. S. F. Métodos de extração e/ou concentração de compostos encontrados em fluidos biológicos para posterior determinação cromatográfica. Quím. Nova, 24(1). Fev. 2001. Linden R, Sartori S, Kellermann E, Souto AA. 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