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Conteudista Prof.ª M.ª Gisele de Lima Fernandes Ribeiro Revisão Textual Aline de Fátima Camargo da Silva Comunicação e Liderança como Fator Motivacional Sumário Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Contextualização .................................................................................................................. 4 Comunicação Como Fator Motivacional ......................................................................... 5 Liderança Como Fator Motivacional ................................................................................. 9 Material Complementar .....................................................................................................12 Referências ............................................................................................................................13 3 Objetivos da Unidade Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender a relação entre comunicação e liderança como fatores moti- vacionais, explorando como as práticas de comunicação eficaz e lideran- ça inspiradora podem influenciar o comprometimento e a motivação dos colaboradores; • Analisar as diferentes estratégias de comunicação utilizadas pelos líderes para promover o comprometimento e a motivação dos liderados, identificando as melhores práticas e os desafios enfrentados nesse processo; • Explorar o papel da liderança na criação de um ambiente de trabalho moti- vador, por meio de habilidades de comunicação e liderança, a fim de com- preender como esses elementos podem impactar o desempenho individual e coletivo dos colaboradores. 4 Contextualização O quadrinho a seguir ilustra como Calvin, um garoto de 6 anos, idealizado pelo car- tunista Bill Watterson, utiliza-se das práticas de comunicação e de liderança para conquistar o comprometimento de sua equipe. Vejamos: Figura 1 – Quadrinho Calvin Fonte: Gilnei, 2023 #ParaTodosVerem: a imagem apresenta uma história em quadrinhos com quatro quadros. No primeiro quadro, Calvin está conversando com o tigre, expressando sua preocupação com o comprometimento de sua equipe em relação aos projetos. No segundo quadro, Calvin continua dizendo que, após muita reflexão sobre como comprometer as pessoas com o trabalho e a empresa, ele tomou uma decisão importante. No terceiro quadro, Calvin explica que elaborou uma lei interna que esclarece as consequências da falta de comprometimento em relação às atividades impostas. No último quadro, o tigre lê a lei interna, que menciona punição com 100 chico- tadas ajoelhado no milho e banhado em álcool para aqueles que não seguirem as ordens. O tigre pergunta se isso funciona, e Calvin responde que sim, afirmando que nada como o medo. Fim da descrição. Nesta Unidade, iremos refletir sobre como a postura do líder e a forma como este se comunica com a sua equipe são fundamentais para se conquistar o real comprome- timento, gerando assim motivação. Comunicação, liderança e motivação se conjugam numa relação de causa e efeito. Não há como abordar o tema motivação, sem mencionar a necessidade de zelo com as técnicas de liderança e de comunicação. As melhores estratégias motivacionais não terão êxito, se não houver práticas coerentes de comunicação ou de liderança. Comunicação, sem dúvida, é uma das competências mais importantes de um líder. VOCÊ SABE RESPONDER? Como as práticas de comunicação e liderança podem influenciar o comprometi- mento e a motivação dos colaboradores em um ambiente de trabalho? 5 Comunicação Como Fator Motivacional Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer mo- mento, a qualquer pessoa. Chanlat e Dufour Mintzberg (1973) aponta que a função de um líder é em sua essência a comunicação. Embora executivos utilizem os verbos planejar, dirigir, coordenar, controlar, entre outros, para descrever suas funções mais rotineiras, o verbo comunicar estará sem- pre presente no cotidiano destes líderes. Glossário Comunicação Mas o que é comunicação afinal? No Dicionário Escolar da Lín- gua Portuguesa, do Ministério da Educação, encontra-se a se- guinte definição para o termo comunicação “fazer saber, tornar comum, participar”. Dessa definição, dois aspectos devem ser destacados: • O primeiro deles é que comunicação envolve transmitir algo para alguém. A comunicação é um fator social. É ne- cessário que haja um emissor, mas também um receptor, pois do contrário não há comunicação; • O segundo aspecto é que, para que haja comunicação, deve existir algo a ser transmitido. Ou seja, é necessário que haja uma mensagem. Assim, dentre os elementos importantes da comunicação estão: o emissor, o re- ceptor e a mensagem. O emissor emite uma mensagem por meio de um código, codifica a mensagem, e o receptor a decodifica. Essa mensagem é transmitida por meio de um canal da comunicação e para que a comunicação seja fluida, faz-se necessário evitar qualquer ruído ou barreira a esse processo. O Diagrama Clássico da Comunicação demonstra de forma clara como se dá tal processo. A ilustração de Roland, apresentada no livro Relações Humanas na família e no trabalho Pierre Weil, representa de forma humorada alguns dos componentes desse Diagrama. 6 Figura 2 – Ilustração de Roland, apresentada no livro Relações Humanas na família e no trabalho, de Pierre Weil Fonte: Acervo do conteudista #ParaTodosVerem: a imagem é uma ilustração de Roland, presente no livro “Relações Humanas na Família e no Trabalho”, de Pierre Weil. Na ilustração, são representadas duas pessoas, uma atuando como emissor e outra como receptora de comunicação. Entre elas, há representações gráficas de ondas sonoras que simbolizam o canal de comunicação. Fim da descrição. Todavia, vale ressaltar que não basta apenas haver um emissor, um receptor, um canal e uma mensagem para que a comunicação ocorra; é necessário considerar os efeitos da mensagem sobre quem a emite e, principalmente, sobre quem a recebe. A frase apresentada no início do tópico “Não é possível dizer qualquer coisa, de qual- quer jeito, em qualquer momento, a qualquer pessoa”, de Chanlat e Dufour ilustra bem tal necessidade de considerar os efeitos da comunicação sobre o emissor e, especialmente, sobre o receptor. É necessário levar em conta todos os elementos envolvidos na comunicação a fim de que ela ocorra de forma completa e adequada. Analisando a frase de Chanlat e Dufour, podemos destacar que: É preciso adequar o código utilizado na comunicação ao nível de nosso receptor. Não é possível dizer qualquer coisa de qualquer jeito 7 O tipo de comunicação se deve adequar a situação específica. Não é apro- priado que o diálogo entre o líder e o liderado seja idêntico em situações distintas como uma reunião de trabalho e um evento informal da empresa, por exemplo. Embora seja sempre necessária a postura profissional, a comu- nicação adequada pode aproximar as pessoas. Sobre o momento, também, é importante lembrar que nem todos os assuntos são convenientes. Alguns deles merecem ser deixados para ocasiões adequadas. Cabe ao receptor, portanto, avaliar qual é o momento mais oportuno para cada assunto. Também não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer momento Uma vez que as pessoas são diferentes, a forma como estas recebem as men- sagens também é bastante particular. Uma mensagem pode despertar moti- vação em alguns, mas desmotivação em outros. É preciso se ater à pessoa a quem a mensagem é transmitida e quais são as intenções dessa mensagem. Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito,a qualquer pessoa Além de se preocupar com o que dizer, para não dizer qualquer coisa, de qualquer jeito..., é necessário, igualmente, atentarmos-nos às outras formas de comunicação. Quem nunca ouviu dizer que uma imagem vale mais que mil palavras? A transmissão de uma mensagem pode se dar, além da fala, por meio de uma expressão, de um olhar, de um tom de voz, enfim, a comunicação por ser feita de várias maneiras. Um líder pode, por exemplo, transmitir uma mensagem de motivação e de incentivo mediante a fala, mas se contradizer, pela mensagem emitida por meio de suas ex- pressões faciais, seus gestos e sua postura. 8 Importante É preciso considerar que todos os estímulos são importantes na comunicação e, consequentemente, na motivação. E quan- do falamos todos os estímulos, referimo-nos a todos mesmo, inclusive à sua vestimenta, à sua imagem como profissional, como pessoa etc. Tudo o que você é ou representa interferi- rá em como as mensagens que você transmite serão recebidas por seu receptor. Do mesmo modo que o descaso com a comunicação coloca a perder qualquer pro- jeto, o cuidado com ela, traz vantagens incontáveis para qualquer plano. Quando se trata de comunicação, é importante ainda oferecer escuta a quem transmite uma mensagem. É comum observarmos pessoas que simplesmente não escutam o que o outro diz. Tamanha é a necessi- dade de falar, que simplesmen- te alguns ignoram as mensagens transmitidas pelos outros. Todavia, ter empatia pelo outro, ser bom ouvinte, permite ao líder conhecer melhor seu liderado, além de fazer com que este se sinta reconhecido e valorizado nessa relação. Um outro aspecto a respeito da comunicação, que vale a pena se atentar, é quanto ao feedback. É necessário que haja feedback tanto positivo quanto negativo. É co- mum ouvirmos falar dos problemas, dos erros, das perdas; do que ouvirmos acerca dos progressos, das conquistas, dos sucessos. Desse modo, cabe ao líder se atentar para o sucesso e oferecer feedback positivo aos seus funcionários. Por tudo isso, a comunicação interfere diretamente na motivação e o líder deve es- tar atento às estratégias de comunicação utilizadas. 9 Liderança Como Fator Motivacional Entretanto, existem vários tipos de poder. Podemos exercer poder sobre o outro, em função de uma posição que ocupamos, por exemplo. Você, certamente, conhece a frase: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Quando devo obediência a alguém, em função do poder que este tem sobre mim, sem dúvidas, essa pessoa me influenciará a fazer determinadas coisas. Contudo, não será sobre esse tipo de poder que trataremos aqui, mas sim outro, o poder legítimo, que não está vinculado ao cargo ou à posição, mas sim à pessoa. Quantas vezes vemos pessoas pedirem conselhos a um amigo, a um professor ou aos seus pais. Estes a quem pedimos conselhos exercem poder sobre nossas vidas, pois de certa forma influenciam as nossas escolhas. Quanto maior a influência des- sas pessoas sobre nossas vidas, maior será o poder que estas exercem sobre nós. Embora seja cada vez menos comum, existem líderes organizacionais, os quais exercem poder legítimo sobre seus liderados. Independentemente de sua posição na empresa, de seu cargo, de seu poder em promover ou demitir alguém, esses líderes influenciam seus liderados. Esse poder é conquistado não pelo cargo, mas a partir de atitudes de respeito, da transmissão de confiança, de proximidade para com seus liderados. E essa proximidade, confiança e respeito resultam em comprometimento, em motivação. “Para ser um líder, você tem que fa- zer as pessoas quererem te seguir, e ninguém quer seguir alguém que não sabe onde está indo”. Joe Namath Muito poderia ser dito sobre liderança como fator motivacional, mas, aqui, vamos nos ater à liderança como po- der de influenciar o outro. Exercemos a liderança sempre que influencia- mos o outro a atingir uma meta. E para influenciar o outro, é necessário que o líder exerça poder sobre este 10 Reflita Quantas vezes já ouvimos histórias em que a empresa estava passando por dificuldades financeiras, mas os funcionários per- maneciam unidos trabalhando, por vezes até sem receber salá- rio, mas procurando reerguê-la? Ou, quantas vezes, ouvimos também de companhias que es- tavam passando por dificuldades financeiras e os funcionários torcendo para que elas entrassem em falência, mesmo sem se darem conta de que perderiam os seus empregos? O que muda entre o primeiro e o segundo exemplo? Muitas vezes, o que modifica é o estilo de liderança. O funcionário que se sente pertencente à empresa, que com- preende que seu líder é comprometido para com ele, fará de tudo para ajudar esse líder; mas o contrário também é verdadeiro. O funcionário que não se sente parte da organização, não se importará que ela encerre as suas atividades, tenha prejuízos, perca clientes, uma vez que ele não faz parte dela. Daí, a importância de uma liderança que conquiste liderados, que faça com que o funcionário se sinta parceiro da empresa. Mas, liderar assim não é tarefa fácil, exige cuidado e esforço. Exige olhar para o outro, procurar compreender suas necessidades, suas motivações. Esse é um grande de- safio para a liderança e, consequentemente, para o sucesso de qualquer empreendimento. O líder conquista quando sabe impor sua posição, sem ser autoritário. Preocupa-se com seus funcionários, mas sem que isso comprometa o desempenho e o desen- volvimento das atividades. Ele sabe o que está fazendo e transmite essa segurança aos seus liderados. Fala e age com entusiasmos sobre seus projetos. Enfim, como já dito, liderar não é tarefa fácil, exige dedicação. Liderar é como andar de bicicleta. Dizem que, quem aprende nunca mais esquece, mas existe muita diferença entre um ciclista profissional e um amador. O ciclista profissional se dedica à prática de andar de bicicleta, enquanto o amador, não. O líder, deve se dedicar à prática de liderar, pois só com a experiência, poderá se tornar um líder que influencia verda- deiramente as pessoas. 11 Claro, que há variações de pessoa para pessoa, mas, de forma geral, há uma pre- disposição em se comprometer com quem se percebe como merecedor de nossa dedicação. Vale lembrar também que, para se comprometer com algo, precisamos gostar da- quilo que fazemos e, isso, nem sempre está relacionado com a empresa ou com o líder, mas sim com a própria pessoa. O líder, nesse caso, pode atuar como um orientador. Enfim, se você deseja uma equipe comprometida com o que faz, deve conquistar a confiança e a admiração dela, e isso, não é possível sem se dedicar respeito ao outro. Essa postura coesa e verdadei- ra desenvolve na equipe não só a confiança, mas o desejo de estar junto ao líder e atingir as metas por este determinadas. Esse pode ser considerado um dos segredos de se obter comprometimento do funcionário. Quando o profissional admira seu líder, bem como reco- nhece que pode confiar nele como profissional e como pessoa, ele não só o respeita, como também se compromete com aquilo que lhe é proposto. Material Complementar 12 Motivação: uma viagem ao centro do conceito. https://bit.ly/3qpVmln 3M une liderança e comunicação https://bit.ly/3YAKD3Q Leituras https://bit.ly/3qpVmln https://bit.ly/3YAKD3Q Referências 13 BRIDGES, W. Job Shift: um Mundo sem Empregos. São Paulo: MB Books, 1995. DEJOURS, C. Uma visão do Sofrimento Humano nas Organizações. In: CHANLAT, J. (organizador). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho - Contribui- ções da Escola Dejouriana à análise da relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1994. GILNEI. Comprometimento organizacional normativo. 2023. Disponível em: . Acesso em: 07/09/2023. LIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 7. ed. São Paulo: Edgar Blucher,2001. MILLS, W. A Nova Classe Média. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual De Procedimentos Para Serviço Da Saúde: Doen- ças Relacionadas ao Trabalho. Brasília, 2001. SAÚDE MENTAL EM FOCO. Em busca de novas perspectivas. Módulo de saúde men- tal é sucesso no Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde. SINDHOSP. Ano 02, Boletim nº 08, Jul/Ago/Set, 2009.