Prévia do material em texto
AAAAANNNNNGGGGGEEEEEELLLLAAAAAA JJJJAAAAAACCCCOOOOOBBBBBBIIIINNNNNOOOOO 2 3 COMO TUDO COMEÇOU Diretores Fábio Kataoka Nilson Festa Administração Geral Andreza de Oliveira Pereira andreza@discoverypublicacoes.com.br Produção Editorial Robson Oliveira Coodernação Editorial Carlos Kataoka Autora Angela Jacobino Direção de Arte Marcelo Almeida Rua Padre Agostinho Poncet, 135 - Mandaqui CEP: 02408-040 - São Paulo - SP www.discoverypublicacoes.com.br Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho, seja por meio eletrônico ou impresso, inclusive fotocópias sem prévia autorização e consentimento da editora. Atendimento ao Cliente atendimento@discoverypublicacoes.com.br (11) 2977-5878 4 INTRODUÇÃO ........ 06 capítulo 1 .............. 12 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL capítulo 2 .............. 20 DINÂMICO E ADAPTÁVEL capítulo 3 .............. 26 QUEM PODE PRATICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL? capítulo 4 ...................................... 32 TREINAMENTO FUNCIONAL NA TERCEIRA IDADE! 5 R ac io cí n io L ó gi co ÍNDICE capítulo 5 ............................................... 38 TREINAMENTO FUNCIONAL E O GASTO CALÓRICO! capítulo 6 ................ 42 POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL! capítulo 7 ................ 52 EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE capítulo 8 ................ 66 TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS A prática do Treinamento Funcional está cada vez sendo mais difundida, não só entre os indivíduos que o buscam, mas também entre educadores físicos.” 6 O que é o Treinamento Funcional ou “functional training”? INTRODUÇÃO 7 E por que ele conquista mais adeptos dia após dia? É muito comum nos dias de hoje encontrarmos centros especializados nesta modalidade ou instrutores que pre- param os treinos funcionais para serem praticados em praças, parques, praias, condomínios ou até mesmo nas próprias moradias dos alunos. Com tamanha acessibilidade, muitas pesso- as passaram a ter contato com uma atividade física que pode ser executada fora das academias e que envolve aparatos comuns ou, às vezes, apenas o próprio corpo do praticante. Enfim, trata-se de uma possibilidade versátil de se movimentar, com o objetivo de alcançar um bom condicionamento físico! Essa forma de treinamento, embora relativamente nova, recu- pera em grande medida métodos antiquíssimos de fazer exercícios; não obstante, ela envolve conceitos, técnicas e sistemas que pre- cisam ser discutidos e organizados de forma coerente, de modo a apresentar uma razão técnica para que ela seja respeitada por todos os profissionais do treinamento e atividades físicas. O Trei- namento Funcional é uma atividade em franco crescimento em todo o mundo, que mostra-se extremamente eficiente em todas as situações que envolvem treinamento físico e performance huma- na, seja de modo complementar, seja como um fim em si próprio. Um exemplo famoso da associação do Treinamento Funcional com muscula- ção foi quando o ator mundialmente co- nhecido Sylvester Stallone decidiu voltar a um dos papéis que consagraram sua carreira ao filmar, já sexagenário, Ram- bo (2008). Quando jovem, sob a tutela 8 do consagrado treinador Franco Columbu, Stallone moldou seu cor- po de diversas maneiras conforme a necessidade dos filmes que fazia, contudo, entrar na forma física necessária para o papel do ex-soldado John Rambo em uma idade avançada não era tarefa das mais fáceis e apenas a musculação não seria capaz de oferecer os resultados que o ator queria (e o personagem exigia). Assim, Stallo- ne montou um programa de treinamento intensivo que envolvia uma alta dose de exercícios cardiovasculares, atividades voltadas direta- mente para o fortalecimento de articulações – protegendo regiões mais sensíveis como ombros, coluna e joelhos –, uma dieta rigorosa, exercícios específicos para adquirir melhor alongamento da muscu- latura, isometria etc., além, é claro, da musculação. Suplementos, termogênicos, multivitaminas e consumo dosado de carboidrato, creatina, proteína, também faziam parte do seu processo de treino. Malhando seis dias por semana, manhã e tarde, com des- canso apenas aos domingos em que fazia uma “corrida leve”, o ator alcançou seus objetivos e entrou numa forma física inve- jável, que pode ser apreciada no longa-me- tragem. Numa ocasião, ele afirmou que foi o programa completo de treinamento que o ajudou a conseguir seu objetivo. Certamente, graças ao exemplo do ator e, principalmente, de centenas de atletas em todo o mundo que cada vez mais aderem à modalidade, a prática do Treinamento Funcional está cada vez sendo mais difundida, não só entre os indivíduos que o buscam, mas também entre educadores físicos, que querem saber mais sobre o processo e se especializar na área. Decerto a facilidade de acesso, associada à dinâmica funcio- nal dos movimentos, são importantes atrativos, que atraem o olhar de pessoas que anteriormente não demonstravam ter interesse por qualquer atividade física. Isso por que existe certa indisposição de algumas pessoas em executar exercícios em locais fechados e herméticos, ao som de música alta e muitos olhares alheios – o que em geral caracteriza a prática dentro de academias. Por con- INTRODUÇÃO 9 seguinte, o Treinamento Funcio- nal, da forma como é conhecido hoje, supre uma interessante lacuna no mercado. Segundo alguns estudos, o Treinamento Funcional surgiu há mais de 50 anos nos EUA e Europa. De início, era uma moda- lidade desportiva muito utilizada por atletas e praticantes ocasio- nais de esportes, especialmente nas modalidades do atletismo. O objetivo dos exercícios era com- plementar o treinamento espe- cífico de qualquer que fosse a modalidade do praticante, forta- lecendo a musculatura a fim de evitar lesões, sempre visando um melhor desempenho. Um dos precursores desta nova onda é o norte-americano Paul Chek, uma lenda viva dentro do universo do Treinamento Funcional. Chek, um especialista de renome internacional nas áreas da cinesio- logia corretiva e exercícios de alta performance há mais de 30 anos, identificou a necessidade de tratar o corpo como um sistema com- pleto e integrado. Ele adotou o que vinha sendo desenvolvido antes do envolvimento dele na área do Treinamento Funcional e começou uma eficiente sistematização – dentro do possível, claro, já que como veremos posteriormente, há limites para sistematizar treinos funcio- nais. Chek também é taxativo ao defender a necessidade de tratar as causas de um problema para combatê-lo, atacando suas raízes, e não seus efeitos e manifestações. Ou seja, para ele, não basta que um indivíduo perca peso, pois a obesidade é o efeito de um problema, mas sim tratar como um todo a causa que levou a pessoa a engordar em primeiro lugar. Sua visão e a de outros profissionais que pensa- vam como ele, deu luz ao Treinamento Funcional. Chek fundou o Instituto C.H.E.K., localizado na Califórnia, e desde então implementou uma sistemática de alto nível e abordagem ho- lística que mistura trabalhos em terra e água, atividades de ganho 10 de força, massa, resistência, histamina, equilíbrio e coordenação motora, tudo para atingir resultados surpreendentes. Ele patenteou três invenções ligadas à prática de exercícios, é palestrante e autor de diversos livros sobre o assun- to. Chek é capaz de restaurar a condição física de um atleta na casa dos 40 anos de quando ele tinha 20, obteve sucesso no tratamento de dezenas de pessoas com patologias específicas e trouxe ao auge da forma física outras centenas. Numa entrevista dada a Chris Shugart para o site T-Nation, ele foi taxativo ao di- zer algo que talvez resuma sua filosofia e a necessidade do treinamento: Se, de início, eram mais atletas que buscavam o Treinamen- to Funcional a fim de obterem melhor rendimento, atualmente, a prática da modalidade foi largamente ampliada e passou a ser destinada também ao indivíduocom progressão, até o desenvolvimento e combinação de vários movimentos, os cha- mados multissaltos. Os saltos no lugar são o ponto de partida para qualquer prati- cante desejoso de aprender a técnica. São os chamados saltos de esforço único, pois os praticantes realizam um salto vertical, buscando aterrissar no próprio lugar de onde partiram. Esses saltos devem ser de máximo esforço, procurando dar ênfase à força e velocidade do movimento. Quando o praticante atinge o limite da subida, ou seja, pouco antes de seu corpo começar a descer, ele deve flexionar os joelhos, trazendo-os para junto do peito, coordenando o movimento com a aterrissagem em si. A contração é importante para auxiliar no fortalecimento da pel- ves, além de enfatizar o trabalho de coordenação. Outras técnicas de saltos conhecidas são o squat-jump, em que o praticante realiza um salto vertical, porém partindo da posição de agachamento e o split-jump, que é idêntico ao ante- rior, porém quando está em pleno ar, o praticante deve trocar as pernas de posição. Ou seja, se ele saltou com a direita na frente, precisa aterrissar com ela atrás, e vice-versa. Treinando o Abdômen Para treinar o abdômen é preciso estar atento a alguns itens como à postura, portanto mantenha a região abdominal contraída, pois desta maneira, a lombar estará sempre prote- gida. Muitas pessoas costumam fazer abdominais apoiando as duas mãos na parte de trás da cabeça ou na nuca – e isso pode acarretar outro problema. Como o praticante ainda não tem a força do abdômen desenvolvida, ele acaba “compensando” ao fazer pressão, ainda que involuntária, na região cervical. O re- sultado é que o abdômen não está sendo desenvolvido (porque os músculos não estão sendo trabalhados de forma adequada), TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 76 e a pessoa ainda corre sério risco de lesionar a cervical. Uma dica para evitar esse risco, é cruzar as mãos sobre o peito, em vez de levá-las à nuca. Outro ponto importante é que durante a execução dos movi- mentos é vital que o praticante preste atenção na respiração. Ex-xx pire durante a contração dos músculos e inspire ao retornar a po- sição inicial. Este procedimento ajuda na vascularização e, por con- seguinte, gera uma melhora do desempenho do exercício. Além disso, a respiração adequada evita a elevação brusca da pressão arterial, o que mantém o exercício mais seguro para os iniciantes. A parede abdominal é composta por músculos profundos como o músculo transverso do abdômen e os oblíquos internos, e outros superficiais como o músculo reto do abdômen e os mús- culos oblíquos externos. Além dos músculos outras estruturas importantes compõem essa região, como a linha alba que divide o abdômen em dois lados, o direito e o esquerdo. Portanto, para trabalhar com essa região é muito importante que se conheça todos os músculos que a representam, pois a região deve ser estimulada com exercícios focalizados de maneira integral. O instrutor deve elaborar um treino de acordo com a condi- ção física de cada praticante, imprimindo um ritmo mais forte de acordo com o progresso efetuado, mas algumas dicas são interessantes principalmente para os iniciantes. Em primeiro lugar, como já foi enfatizado, fique atento a sua res- piração e a postura, responsável pela proteção da região lombar! Inicie os treinos com poucas séries e fazendo poucas repeti- ções até que você consiga aprender o movimento corretamente. Há bastante tempo foi derrubada a proposta da necessi- dade de fazer milhares de exercícios abdominais por dia para fortalecer a musculatura. É preciso compreender que os mús- culos do abdômen não são diferentes dos demais músculos do corpo. Se o praticante faz uma série limitada de exercícios para membros superiores, inferiores, costas e peito, por que deveria ser diferente para o abdômen? A resposta é óbvia: não deveria! O exagero na quantidade de séries e repetições de exercícios abdominais só levará a lesões e estresse muscular. Treine de modo concentrado e foque na região que está sendo trabalha- 77 da, buscando os resultados almejados. Lembre-se também que muitas vezes, o músculo abdominal pode estar bastante forta- lecido, mas não refletir o tão sonhado “tanquinho”. Isso se deve ao fato de o praticante ter uma parede de gordura na região, que esconde o abdômen. Neste caso, para que os músculos abdominais apareçam, é necessário que a pessoa emagreça. Fique atento à alimentação; preste atenção nos rótulos dos alimentos, especialmente aos índices de gordura trans e satu- rada e ao sódio. As primeiras estufam a barriga, e o mineral, se consumido em excesso, pode causar inchaço. Corte também açúcar, refrigerantes, álcool e frituras. As atividades aeróbicas, associada à alimentação são im- prescindíveis para conseguir uma barriga sarada, pois elas aju- dam a queimar a camada de gordura da região abdominal, sen- do possível, com a persistência dos treinos, começar a notar a definição desses músculos. Os exercícios per se fortalecem a musculatura abdominal, que, dia após dia, ganha aquela apa- rência mais rígida e sarada! Outro mito dos exercícios abdominais que precisa cair é o treino diário, sem descanso. Trata-se de uma atividade errada, que acaba gerando resultados mais negativos do que positivos. Intercale sempre um dia de descanso para dar tempo de os músculos se recuperarem! Por fim, busque relaxar! O hormônio cortisol, liberado nas situações de estresse, aumenta o apetite e faz com que a gor- dura se acumule no abdômen. Treino funcional e a flexão de braço A flexão de braço é um dos exercícios mais simples que exis- tem e, ao mesmo tempo, pode ser um dos mais eficientes, caso o que você queira seja ganhar força e mais eficiência nestes grupos musculares! Assim como os abdominais estes exercícios podem ser realiza- dos em um pequeno espaço, com o auxílio apenas do peso de seu próprio corpo. A flexão de braço não necessita de apetrechos para ser executada e pode ser integrada a qualquer rotina de treinos. TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 78 Em especial para mulheres – ou pessoas obesas – a prática da flexão de braço pode ser bastante difícil e custosa. Desen- volver a musculatura dos braços ao ponto de conseguir erguer todo o corpo leva tempo e é necessário ter paciência. Uma dica é começar apoiando os joelhos no chão e, à medida que o corpo desenvolver a força, retirá-los. Ao praticar as flexões, é preciso lembrar-se de manter o tronco reto, sem jogar o quadril para o alto – o que descarac- teriza o movimento. A única parte do corpo que se move são os braços, nada mais. As vantagens da flexão de braço são inúmeras, principal- mente para desenvolver e ativar diversos músculos da re- gião superior do corpo. Muitas pessoas acreditam que as flexões só servem para trabalhar os bíceps, mas trata-se de uma ideia errônea. Obviamente, os braços são exercitados, contudo, vários outros grupos estão ativamente envolvidos na atividade, em especial os peitorais, tríceps e trapézios, além de exigir que a região do core esteja profundamente tracionada. Fazê-las com frequência e nível de esforço cres- cente ajuda a aumentar bastante o tamanho do braço e de toda a musculatura superior. Há também enorme variedade de flexões: elas podem ser fei- tas com os braços abertos na linha dos ombros, ou fechados pró- ximos ao peito. Podem ser feitas com uma palma sobre a outra, na altura do rosto, com os punhos apoiados no chão ou com as pal- mas das mãos invertidas. Podem ser feitas com um único braço, apoiando as pernas numa superfície mais alta (como um banco) ou criando variações com bolas medicinais. Todas as diferenças de um exercício para outro servem para aumentar o grau de difi- culdade e para dar ênfase maior a este ou aquele músculo. Algumas dicas para garantir os resultados (e minimizar riscos) das flexões de braço: Quando estiver iniciando o treinamento e ainda não gozar da resistência e explosão necessárias para sustentaro corpo 79 apenas em quatro apoios, faça o movimento em seis apoios, utilizando os joelhos. Não se esqueça de manter o abdômen bem contraído durante todo o tempo que estiver executando o movimento! Não relaxe em momento algum ou a coluna fará uma curvatura para baixo, como uma lordose, o que pode levar a problemas posteriores. No início, mantenha as mãos ligeiramente mais abertas que o ombro, com os dedos unidos e apontando para frente. Isso facilitará a subida. Tome extremo cuidado com a posição das mãos para não sobrecarregar o punho – o que pode ocasionar lesão, como as famosas tendinites. Inspire enquanto descer o corpo (flexionando os cotovelos) e expire ao elevar o corpo (estendendo os cotovelos). Preste muita atenção à respiração, pois perder o fôlego é uma das principais razões para não conseguir fazer mais do que dez repetições. Atenção para nunca encostar o corpo no chão quando os cotovelos estiverem flexionados, pois quando você encosta o seu corpo no chão, os músculos deixam de sustentar o corpo e será o chão que vai passar a sustentá-lo. Nunca estenda os braços completamente ao subir. Isso tem o mesmo efeito que encostar o corpo no chão – tira o esforço dos músculos dos braços e passa para as articulações dos cotovelos. Não é necessário “correr” para fazer flexões! Execute o mo- vimento devagar porque os músculos precisam sentir o esfor- ço ao realizar exercícios. A lentidão também aumenta pouco a pouco a quantidade de fibras musculares requisitadas para executar o movimento; quanto mais profundas são as fibras requisitadas, melhores serão os resultados obtidos. A maioria dos instrutores recomenda que o praticante co- mece com os braços estendidos e vá descendo em vez de co- meçar deitado e tentar elevar o corpo. A coluna deve ficar reta o tempo todo, sendo mantida inteiramente alinhada ao quadril e olhando para o chão. Isso potencializa o resultado e reduz o risco de lesões na coluna e no pescoço. Outra forma de poten- cializar o exercício é trabalhando a isometria. Basta que o mo- vimento seja efetuado até a metade; quando os braços estive- rem flexionados, o praticante mantém o corpo estático durante TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 80 dez segundos, antes de erguê-lo novamente. O ganho de força e resistência são impressionantes com esta prática. Lembrando que deve-se sempre iniciar aos poucos e au- mentar gradativamente a quantidade de flexões por série e de séries por dia. Flexões de braço estão entre os exercícios dos quais as pessoas (em especial os jovens) mais abusam. Não tente se matar no primeiro dia; o excesso leva à quebra! Lembre-se de que os músculos nunca crescem durante o momento do exercício em si – eles crescem depois, quando estão se recuperando do exercício. É muito importante ter isso em mente, pois é essa consciência que o levará aos melhores resultados. Por isso, durma bastante, consuma proteínas após o treino e dê ao menos 24 horas de descanso para que os músculos se recuperem. Este é o principal motivo de existir ro- tatividade na musculatura que é trabalhada. Por fim, é possível que a prática de flexões de braço possa levar a dores nos músculos, contudo, o praticante nunca deve sentir dores nas mãos, punhos ou articulações de modo geral. Caso isso aconteça, algo está errado. É possível que a pessoa esteja apresentando um quadro de tendinite, por exemplo, en- tão, neste caso, a prática deve ser suspensa e o praticante deve procurar auxílio médico. De Olho Num Futuro Mais Saudável O sedentarismo, que já fez parte da vida de muitas pessoas, cada vez mais perde espaço para as mais novas modalidades de esporte e atividades físicas. As pessoas têm percebido que as más práticas como fumar ou excesso de bebida alcoólica levam a consequências ruins na terceira idade, o que as leva a atentar a um estilo de vida mais saudável quando ainda são jo- vens. O Treinamento Funcional é uma dessas boas opções que está estimulando e ganhando cada vez mais e mais adeptos. Agora, só cabe a você começar a se mexer. Bom treino! O Treinamento Funcional (Functional Training) é um tipo de modalidade desportiva que surgiu nos EUA e que de início era utilizada por atletas e pra- ticantes ocasionais de esportes, especialmente nas modalidades do atletismo. O objetivo era complementar o treinamento específico de qualquer que fosse a modalida- de do praticante, fortalecendo a musculatura a fim de evitar lesões, visando um melhor desempenho. Atualmente, o Treinamento Funcional é uma atividade em franco crescimento em todo o mundo, mostrando-se extremamente eficiente em todas as situações que envolvem treinamen- to físico e performance humana, seja de modo complementar, seja como um fim em si próprio. BENEFÍCIOS DO TRATA- MENTO FUNCIONAL Vários grupos de múscu- los são requisitados ao mesmo tempo, mantendo o foco na região do core, onde está localizada a força do corpo. TRATAMENTO FUNCIO- NAL NA TERCEIRA IDADE Este tipo de prática promove uma grande melhoria na qualidade de vida deste pú- blico seleto, fortalecendo os músculos responsáveis pela postura e pelo equilíbrio ADEPTOS FAMOSOS Ayrton Senna, Sylvester Stallone, Bruce Lee e atle- tas do MMA, entre muitos outros esportistas e astros conhecidos do cinema es- tão entre os entusiastas do Tratamento Funcional. QUEM PODE PRATICAR As pessoas que estão iniciando uma atividade também podem treinar, pois é uma modalidade adaptável, que acompanha o praticante nas etapas, seguindo seu ritmo. Capa Expediente Introdução Índice Conteúdocomum.1 Uma matéria publicada no portal da educação física indica que o Treinamento Funcional foi idealizado para tornar mais eficientes as funções do nosso corpo, como equilíbrio, flexibilidade, potência, coordenação motora, agilidade e força. Um dos seus objetivos é o foco na melhora do padrão de execução dos movimentos para as tarefas exigidas pelo nosso dia a dia; assim como na prática de esportes, a modalidade auxilia no condicionamento cardiorrespi- ratório e na coordenação motora. Numa tentativa de resumir o que se trata exatamente o Treina- mento Funcional, mais uma vez recorremos a Paul Chek. Para ele, 1 Meu trabalho não é necessariamente deixar as pessoas felizes. Meu trabalho é dizer a elas a verdade. 11 o método é composto de uma série de exercícios que treina o cor- po do homem para exercer funções que ele foi originalmente feito para realizar: andar, correr, agachar, saltar, carregar objetos etc. O problema é que por causa da correria do dia a dia, as pesso- as tornam-se cada vez menos observadoras consigo mesmas e, assim, a perda gradual da consciência e da percepção corporal é recorrente na vida de muitos cidadãos. O corpo torna-se mais ineficiente e inexpressivo, descoordenado e frágil, chegando ao ponto de ter dificuldade ou de simplesmente não conseguir exe- cutar as tarefas mais corriqueiras, aquelas que deveriam fluir com naturalidade e sem esforço. O sedentarismo acabou se con- cretizando como um dos maiores males da sociedade moderna. Evidentemente, o desenvolvimento da tecnologia acelerou esse processo, já que hoje em dia, quase todas as atividades cotidia- nas foram facilitadas pela presença de maquinário e acessórios na nossa sociedade. Em função deste quadro preocupante, um dos objetivos funda- mentais desse método de exercícios é apresentar uma retomada da utilização de padrões fundamentais do movimento humano. Isso significa que é possível traba- lhar a força, o equilíbrio e a flexibilida- de de uma só vez. E, quer o objetivo do indivíduo seja se tornar um atleta de ponta ou simplesmente entrar em forma para se sentir melhor, o Trei- namento Funcional possui todas as armas para auxiliá-lo. Agora é só ade- rir a essa prática e conferir todos os benefícios que o Treinamento Funcio- nal pode proporcionar ao seu corpo! O Treinamento Funcional agrega o trabalho de diferentes habilidades em um único exercício. 12 BENEFÍCIOS DO treinamento funcional Diferente da musculação que enfatiza grupos musculares e segmentos corporais específicos durante os treinos, o Treinamento Funcional trabalha de maneira diferente, pois vários grupos de músculos são requisitados ao mesmo tempo, uma vez que a maioria dos exercícios trabalha associando membros superiores e inferiores, com a preocupação de manter o foco na região do core (região Lombo- Pélvica-Quadril). 13 capítulo 1 Trata-se de um aspecto muito relevante e fundamental para o bom desempenho da prática, pois é a partir dessa região que o corpo gera estabilidade e produz força. Embora o core seja recrutado diariamente em tudo o que fazemos, mal nos damos conta dele ou de sua importância. 14 O core é onde está localizada a força do corpo. Ele gera estabilidade e equilíbrio, além de ser um ponto energético importantíssimo. Por exemplo, na prática de artes marciais, quase todos os movimentos nascem a partir da projeção do core, sejam golpes de mãos ou pés. No pilates, uma atividade que conquista cada vez mais adeptos em todo o mundo, simplesmente não existe movimento sem a contração do core. Em qualquer modalidade de dança, do balé a dança de rua, o core é vital para a execu- ção de qualquer movimento. Um jogador de futebol precisa dele para chutar ao gol, assim como um jóquei depende quase que exclusivamente dele para cavalgar. O interessante, contudo, é que embora o core seja recrutado diariamente em tudo o que fazemos, mal nos damos conta dele ou de sua importância. As pessoas o utilizam para caminhar, subir e descer es- cadas, estabilizar o corpo ao lavar louça, levantar e deitar na cama, e tantas outras tarefas cotidianas que listá-las enche- 15 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL ria um livro inteiro. O enfra- quecimento deste conjunto do corpo, por sua vez, gera graves problemas de saúde, portanto, mantê-lo fortaleci- do é importantíssimo. Há exercícios específicos para fortalecer essa região, claro, mas cabe notar que se ela estiver fragilizada, é pro- vável que todos os demais exercícios, mesmo mirando outras partes do corpo, serão prejudicados. Um exemplo da necessidade do desenvolvi- mento do core e de como sua inadequação pode prejudicar o praticante, são os conhecidos exercícios de agachamento, feitos apenas com o peso do corpo ou com auxílio de halte- res ou de outros equipamen- tos. Tais exercícios, embora recrutem primordialmente os músculos da perna, necessi- tam de bom controle e estabi- lidade da região central, para que não ocorra nenhuma com- pensação em outras partes do corpo, o que descaracteriza- ria o exercício em si e poderia até mesmo ocasionar lesões, como na região lombar. Sem um bom core, não há agacha- mento, ainda que a pessoa te- nha pernas fortes! Outro exemplo da impor- tância de um core bem pre- parado é em atletas pratican- tes de arremessos de peso e dardo. Essas modalidades de atletismo requerem a esta- bilidade dos músculos dessa região para que ocorra um bom aproveitamento do gesto esportivo. Sem um bom core, não há agachamento, ainda que a pessoa tenha pernas fortes! 16 TREINAMENTO ASSISTIDO O Treinamento Funcional é uma interessante opção para que seu corpo conquiste um condicionamento físico ade- quado – e isso é fato – mas não basta sair correndo como um desesperado ou se pôr a fazer flexões de braço e abdo- minais na sala de casa para entrar em forma. Na verdade, há risco de conseguir uma le- são ou uma hérnia de disco, isso sim. Principalmente para a pessoa sedentária, uma alta dose de paciência será neces- sária no princípio. É importante encarar seus músculos como instrumentos e não troféus. Um bom treino, que seja completo e produza resultados palpáveis, não deve se resumir ao famoso “puxar e empurrar”, uma das pragas modernas da prática em aca- 17 demias. Não que “puxar e empurrar” não sejam necessários, mas a saúde física não se limita a eles. Para que o treino seja or- gânico e completo, o praticante precisa “levantar, abaixar, girar, arremessar, saltar e correr”. Isso sem mencionar a necessidade de “respirar” corretamente, pois o indivíduo deve estar atento também ao desenvolvimento cardiorrespiratório, uma vez que o corpo deve ser forte não só por fora, mas também por dentro. O treino, se efetuado dessa forma, se torna mais inteligente, varia- do, divertido, completo e, acima de tudo, saudável! Dito isso, qual seria o ponto de partida? Para o praticante iniciante, cabe ressaltar a necessidade de buscar a orientação adequada de um profissional gabaritado, pois a prática desen- freada dos exercícios, em especial por um corpo até então se- dentário, pode resultar em graves lesões. BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL O iniciante deve buscar a orientação adequada de um profissional, pois a prática desenfreada dos exercícios pode resultar em lesões graves. 18 Mesmo que esteja habituado a se exercitar, caso dê início a um treino funcional, o praticante não deveria se furtar da busca por orientação. 19 É uma velha história que se repete com relativa frequência. Motivada geralmente por questões estéticas (como o desejo de emagrecer), a pessoa se põe a exercitar desenfreadamen- te e sem supervisão. Cedo ou tarde – em geral cedo – ela se machuca e perde o estímulo. O que deveria ser um prazer se torna dor, e o indivíduo acaba desistindo antes mesmo de começar, daí a necessidade de ser orientado por alguém que saiba o que está fazendo. Em contrapartida, caso o praticante esteja habituadoa se exercitar, seja por meio da prática esportiva – coletiva ou indivi- dual – pela musculação ou outra atividade qualquer, ele pode se sentir tentado a treinar por conta própria. Salvo casos em que o praticante tenha amplo conhecimento técnico, fundamentado por cursos e faculdades, tal postura também não é recomenda- da, de modo que muito embora esteja habituado a se exercitar, caso dê início a um treino funcional, tal indivíduo não deveria se furtar da busca por orientação. E por que se faz necessária a presença de um observador? Não é uma mera questão de montar os treinos, de dizer o que deve ou não ser feito, já que qualquer tutorial básico ou guia de exercícios poderia ser capaz disso. A questão vai muito além, já que um dos fatores primordiais para obter um resultado adequado do Treinamento Funcional é a “correção”. Pode-se di- zer que para se obter o desenvolvimento esperado, aprimorar a qualidade do movimento é vital e nem sempre o praticante consegue ter o discernimento necessário para se autocorrigir! Todos os exercícios devem ter como meta um desempenho “limpo”, eficiente e uma conduta postural correta. Aprender no- vos movimentos e aperfeiçoá-los sempre deve ser um objetivo específico e nada melhor do que um instrutor para ajudar a atravessar essa vereda! BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL 20 DINÂMICO E adaptável Uma das vantagens dos treinos funcionais é que eles podem ser executados em qualquer local; as sessões podem ser realizadas em espaços abertos ou mesmo na sala de casa. 21 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 2 Vale a pena ressaltar que uma das vantagens dos treinos funcionais é que eles podem ser executados em qualquer local, não necessariamente num ginásio, numa academia ou em um ambiente que possua maquinário adequado e seja preparado para a prática de exercícios. Em verdade, as sessões podem ser realizadas em espaços abertos ou mesmo na sala de casa, potencializadas pelo auxílio de certos equipamentos utilizados nas academias ou fazendo uma adaptação no uso de utensílios caseiros. 22 Por exemplo, nesse tipo de treino, cadeiras, sofás, mesas e outros móveis se tornam apoios onde os exercícios são desenvolvidos; batentes de porta e paredes podem servir no auxílio do alongamento; livros se tornam halteres e bolas viram pontos de equilíbrio. Há, evidentemente, equipamentos apropriados para a práti- ca, cujo uso e acesso são simples. Pode-se citar como exemplo a bola suíça, faixas elásticas, o minitrampolim, cones, cordas e a cama elástica, todos muito úteis em qualquer tipo de treino, e que podem ser facilmente encontrados em qualquer loja de materiais esportivos. Seria correto dizer que a prática do Treinamento Funcional é principalmente do ponto de vista ideológico, uma retomada do 23 DINÂMICO E ADAPTÁVEL trabalho corporal feito antiga- mente ao ar livre; a diferença é que hoje o estudo sobre a me- cânica dos exercícios é bastan- te avançado e não instintivo, e os acessórios criados para au- xiliar as pessoas a alcançarem seus objetivos são bem mais modernos e anatômicos. Por exemplo, antigamente, cordas para saltar eram feitas apenas de materiais naturais, como juta, com empunhadura de madeira, o que as deixava um pouco mais lentas e desajei- tadas. Hoje em dia, as cordas são mais leves e ágeis encon- tradas em variados materiais sintéticos, como polipropileno. A evolução dos acessórios é um aspecto importante para trazer conforto e segurança ao praticante. De um modo geral, os exer- cícios conforme aplicados no Treinamento Funcional podem ser adaptados aos mais va- riados locais. O bom instrutor é criativo e sagaz o suficiente para observar suas cercanias e extrair delas várias possibi- lidades de treino, que sejam singulares a cada local. Por exemplo, um treino realiza- do numa praia de areia fofa e numa de areia batida pode gozar de características bas- tante diferentes, mas cabe ao instrutor extrair o melhor de suas cercanias e voltá-lo para o bem do praticante e seu de- senvolvimento. Outro aspecto que sempre deve ser lembra- do é que esse tipo de treino pode ser feito tanto por quem já pratica esporte, quanto por Hoje, as cordas para saltar são mais leves e ágeis, encontradas em variados materiais sintéticos, como polipropileno.” 24 quem ainda não goza de um bom condicionamento físico, mas, os limites individuais de cada um devem ser respei- tados. Isso significa que se o seu instrutor estiver forçando o praticamente além das suas limitações, é importante que haja uma conversa aberta, que explique a ele o fato. Dito isso, é importante lembrar que nada vem sem esforço e, para obter resultados, o indivíduo precisa literalmente suar a camisa. Outro item muito importan- te e que pode se dizer que é a base para a elaboração de um bom treino é a avaliação. Quan- do a avaliação funcional do mo- vimento é realizada, passa-se a entender o que o futuro prati- cante não pode fazer com seu corpo, ou seja, quais são os seus limites e quais são suas necessidades. Tais elemen- tos devem ser respeitados no momento de direcionar os treinos, afinal de contas temos a avaliação e exercícios corre- tivos, porém é necessário que se entenda que a principal fun- ção dela NÃO É nos dizer o que FAZER, mas nos alertar ao que NÃO fazer. 25 Não há limites para o que o Treinamento Funcional pode fa- zer. Ele inclui corridas, caminhadas ou nado, levantamento de peso, todo tipo de atividade aeróbica incluindo ciclismo, exercí- cios de coordenação, equilíbrio, força, resistência e explosão. O limite é simplesmente o próprio físico e os objetivos de cada indivíduo. Trata-se de uma opção viável para seu corpo con- quistar um condicionamento físico adequado, portanto, mãos à obra! E bom treino! DINÂMICO E ADAPTÁVEL Aqueles que pensam que não têm tempo para fazer exercício físico, mais cedo ou mais tarde terão de encontrar tempo para a doença. Edward Stanley, Earl de Derby (1873)1 1 Os Stanleys foram uma das mais ricas famílias de proprietários de terras na Inglaterra. Lorde Stanley (1823-1893) foi educado em Eton , Rugby e Trinity College, em Cambridge. (Enciclopédia Britânica). 26 QUEM PODE PRATICAR O treinamento funcional? Para dar início às atividades, não é necessário já ser adepto da prática de exercícios físicos; qualquer um pode se dispor a treinar. 27 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 3 Para começar a praticar o Treinamento Funcional é necessário que o candidato obtenha antes um aval médico — para isso, terá de se submeter a exames de rotina. 28 Contudo, conforme as próprias academias exigem hoje, é necessário que o indivíduo possua aval de um médico. Para tanto, ele terá de se submeter a um exame de rotina que determinará sua condição física, bem como identificará possíveis problemas. Essa etapa não pode (e não deve) ser pulada, pois o médico é a pessoa apta a determinar se o treino do praticante sofrerá al- guma restrição. Por exemplo, no caso de um praticante obeso, certos cuidados precisarão ser tomados para que o indivíduo não sobrecarregue as articulações, causando danos potenciais aos tornozelos, joelhos, quadril, coluna etc. O bom médico tem o 29 poder de até mesmo limitar a frequência dos treinos, orien- tando o praticante a come- çar a treinar uma quantidade ‘X’ de vezes por semana, e liberando-o para aumentá-la à medida que o progresso ocor- ra. A intensidade dos treinos em si também pode ser defini- da pelo médico, baseada nos resultados dos exames clíni- cos que ele obtém. Tendo em vista esses fatores, embora os exames físicos sejam algo que a maior parte das pesso- as se aborrece de ter de fa- zer, reitera-se que é uma eta- pa que não deve ser pulada. Além de fatores como ida- de e sexo, a prática do Trei- namento Funcional tem rela- ção com o histórico de vida de cada praticante. Pessoas que ao longo da vida pratica- ram diversas modalidades esportivas e atividades físi- cas,certamente se adaptam melhor a ele. O corpo habitu- ado a se mover, cuja força física e esquelética, a coor- denação, o equilíbrio e a his- tamina já estão bem desen- volvidos, certamente ofere- cerá uma resposta melhor, uma vez que comece a ser estimulado. Mas o aspecto interessante do Treinamen- to Funcional é que, como ele é pensado para o indivíduo, captando as potencialidades e singularidades de cada um, e trabalhando as fraquezas, mesmo para quem foi seden- tário a vida inteira, os resul- tados vão aparecer com re- lativa velocidade. Além de fatores como idade e sexo, a prática do Treinamento Funcional tem relação com o histórico de vida de cada praticante. QUEM PODE PRATICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL? 30 As pessoas que estão iniciando uma atividade também são mui- to bem-vindas ao treino , pois como já citado esta é uma modalida- de adaptável. O bom instrutor terá o cuidado de elaborar o treino a) respeitando a individualidade física do aluno; b) atuando em con- formidade com os objetivos deste aluno – o que é importantíssimo de ser observado, afinal, nem todo mundo tem a intenção de “ser atleta”. Uma reclamação muito comum em academias convencio- nais é a de que os instrutores forçam demais os treinamentos, inserem carga exagerada nos aparelhos e não dão a orientação adequada ao praticante. O resultado é a ocorrência de lesões que, além de totalmente desnecessárias, enfurecem o indivíduo e ser-rr vem como desestimulantes na sua ambição de melhorar a saú- de. Ou seja, tal comportamento joga contra o desenvolvimento e, como tal, deve ser combatido com seriedade. O Treinamento Funcional, por outro lado, acompanha o pra- ticante em todas as etapas e segue o seu próprio ritmo. No iní-íí cio, se necessário for, o professor começa com prescrições que utilizam apenas o próprio cor-rr po do indivíduo. Por exemplo, agachamentos sem carga, ab- dominais diversas, exercícios dorsais para fortalecimento da lombar e flexões de braço com os joelhos apoiados no chão. Em seguida, conforme sua evo- lução do praticante, o instrutor inclui acessórios e aparelhos para que os benefícios melho- rem cada vez mais, e aumen- ta a carga de dificuldade dos exercícios. O bom treino nun- ca pode desprezar também o alongamento, que é vital para todos que desejam uma vida saudável, isenta de dores. O bom instrutor terá o cuidado de elaborar o treino respeitando a individualidade física do aluno e atuando em conformidade com os objetivos deste aluno. 31 No início do treinamento, o aluno recebe prescrições que utilizam apenas o corpo do indivíduo. QUEM PODE PRATICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL? 32 33 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 4 treinamento funcional? Para dar início às atividades, não é necessário já ser adepto da prática de exercícios físicos; qualquer um pode se dispor a treinar. NA TERCEIRA IDADE! 34 Diferente do exemplo do ator Sylvester Stallone citado na Introdução deste livro, muitas pessoas chegam a este momento da vida com as capacidades básicas perdidas, apresentando uma massa muscular debilitada, ossatura fraca e coordenação comprometida. Esse quadro, cada vez mais comum na nossa sociedade con- temporânea, é o resultado de uma vida inteira de escolhas er- radas e desleixe no tocante a própria saúde – o que inclui con- sumo exagerado de substâncias como o álcool, cigarro, sono irregular e péssima alimentação. A boa notícia é que, embora seja um quadro complicado de lidar, ele pode ser combatido 35 com a mudança de hábitos e a inserção de exercícios di- ários. É onde entra o Treina- mento Funcional. Um dos objetivos deste tipo de prática é justamente o res- gate das funções básicas, pois com o passar do tempo tais funções tornam-se ineficazes. Mas, quando começa a ser estimulado, o controle motor sofre notável recuperação, o que desperta as cadeias mus- culares que estavam inativas até então, o que promove uma grande melhoria na qua- lidade de vida deste público tão seleto. O passo seguinte a ser buscado é o fortalecimen- to dos músculos responsáveis pela postura e pelo equilíbrio. O que não pode ser perdido de vista é que, embora a obe- sidade seja um dos males do mundo moderno, após deter- minada idade, o peso das pes- soas começa a se assentar e, em geral, os idosos tendem a emagrecer. O problema é que com muita frequência, esse emagrecimento não é saudá- vel, já que incorre na perda de massa magra, o que chama- mos de sarcopenia. Um dos objetivos do Treinamento Funcional é o resgate das funções básicas, que com o passar do tempo se tornam ineficazes. TREINAMENTO FUNCIONAL NA TERCEIRA IDADE! 36 A massa magra é um dos componentes mais importantes do corpo humano, sendo composta por tecido ósseo, água corporal, sangue, vísceras e proteína muscular. Em suma, ela representa o próprio peso corporal do indivíduo, menos a gor- dura. Com a perda da massa magra, todos esses vitais compo- nentes também vão sendo perdidos, restando apenas gordura em seu lugar; com o avanço da idade, a perda de massa magra tende a se acentuar, já que outros fatores alheios à vontade humana também passam a ter influência, como alteração de estímulos hormonais. Na terceira idade, a musculatura sofre perda natural de fibras musculares e acaba atrofiando, fatores que também contribuem para a perda de massa magra, isso sem contar o fato de que músculos flácidos não promovem a sustentação necessária para proteção das articulações e do esqueleto do corpo. Sem força e com a coordenação compro- metida, idosos sofrem quedas – um dos grandes causadores de problemas que os levam a possível dependência e complica- ções posteriores que podem até acarretar o óbito. Trata-se, infelizmente, de uma cena cotidiana que ocorre com cada vez mais frequência na nossa sociedade. O combate à perda acelerada de massa magra é um dos principais objeti- vos do Treinamento Funcional na terceira idade. 37 A prática da terceira idade não pode ser igual à dos jovens. Por exemplo, muito embora corrida seja uma atividade fácil, que grosso modo, qualquer um possa desempenhar sem a neces- sidade de uma grande preparação, ela é algo que gera muito impacto, o qual pode sobrecarregar as articulações. Isso sem contar o fato de que certos indivíduos são naturalmente mais adequados a correr do que outros, mesmo na juventude. Por con- seguinte, é importantíssimo que o instrutor tenha discernimento o suficiente para saber se deve ou não recomendar a corrida ao seu praticante na terceira idade. Por outro lado, um período em uma bicicleta ergométrica e atividades aquáticas pode substituir perfeitamente a prática aeróbica deste indivíduo. A prática de exercícios desde jovem, retarda o envelhecimento e torna mais lenta a perda de massa magra na terceira idade. TREINAMENTO FUNCIONAL NA TERCEIRA IDADE! 38 treinamento funcional? E O GASTO CALÓRICO! O organismo tem um gasto energético muito maior com o Treinamento Funcional, com o metabolismo estimulado pela regularidade e intensidade imposta aos treinos. 39 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 5 Um dos principais benefícios desta modalidade é a nítida melhora das várias capacidades físicas, entre elas o ganho no condicionamento cardiorrespiratório. Isso faz com que o organismo tenha um gasto energético muito maior, pois o metabolismo está sendo estimulado por conta da regularidade e intensidade imposta aos treinos. Pode-se se dizer que ao associar esta prática esportiva a uma alimentação balanceada, obtém-se um resultado satisfatório com relação à performance corporal. 40 A pessoa que faz a opção pelo Treinamento Funcional começa a perceber resultados positivos já a partir do primeiro mês, isso se ela praticar pelo menos de duas a três vezes na semana e mantiver a assiduidade aos treinos. Deste modo, o emagrecimento, que é um desejo para muitos, será uma conquista, mas de maneira equilibrada e saudável! Além da redução de peso, outras grandes contribuiçõessão notadas por meio da prática, como a melhora da flexibilidade, a otimização da coordenação motora e o ganho de equilíbrio. E quando isso tudo acontece é clara a melhora da motivação e da elevação a autoestima do praticante. 41 Alguns estudos apresentados pela Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Ema- grecimento demonstram que o Treinamento Funcional foi um grande aliado no gasto calórico, na oxidação lipídica pós-treinamento e, principal- mente, nas baixas significati- vas no percentual de gordura. Trata-se de uma evidência po- derosa de que o Treinamen- to Funcional é uma atividade física que vem despertando interesse de pesquisadores por apresentar resultados sa- tisfatórios e por estar sendo procurada por muitas pesso- as em busca de uma melhor qualidade de vida.1 1 Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 7, p. 34- 43, Jan/Fev. 2008. ISSN 1981-9919. (28) O Treinamento Funcional é uma atividade física que está sendo procurada por pessoas em busca de uma melhor qualidade de vida. TREINAMENTO FUNCIONAL E O GASTO CALÓRICO! 42 Problemas posturais assolam os indivíduos e, agravados, se tornam impedimentos ainda maiores para uma vida saudável. treinamento funcional! POSTURA E O 43 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 6 Você tem dificuldade em manter uma postura ereta enquanto executa suas tarefas ocupacionais, ou seja, as tarefas da vida diária? Pois saiba que não está só. Muitas pessoas sentem dores nas costas, em geral na região da lombar, e têm dificuldade de sustentar essa musculatura. Ombros protusos, proeminência abdominal e alterações nos graus das curvaturas da coluna vertebral como a Hiperlordose, são exemplos frequentes de problemas posturais que assolam os indivíduos e, uma vez agravados, se tornam impedimentos ainda maiores para uma vida saudável. 44 45 POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL! O Treinamento Funcional bem aplicado, além de forta- lecer os grupos musculares responsáveis por manter a coluna com um bom alinha- mento, ajuda também no de- senvolvimento da consciência corporal, muito importante na aquisição de uma nova con- duta postural. Um novo hábi- to postural advindo por meio de uma reprogramação das cadeias musculares, conquis- tado com a regularidade dos treinos leva a uma melhora na circulação e até num fun- cionamento melhor de órgãos internos. Assim, retoma-se ao que já foi dito em outro ponto deste livro sobre a necessida- de de manter os músculos do core ativos e fortes. Por exemplo, a falta de alongamento e fortalecimento nos músculos da região lombar não raro promove protrusões dos discos intervertebrais, as famosas “Hérnias de Disco”, o que por sua vez leva a problemas de outra sorte; daí em diante, o quadro só se agrava. 46 O Treinamento Funcional propõe uma mudança de hábitos na vida do indivíduo como um todo; estar atento durante todo o tempo faz parte do aprendizado desta modalidade. 47 Manter o abdômen contraído e alinhar quadril, ombros e pescoço são posturas solicitadas em quase todos os exercícios durante o treinamento. Num mundo em que as pessoas ficam tanto tempo sentadas, em veículos indo para o serviço, durante o período letivo no caso dos jovens ou no horário de trabalho no caso de adultos, e depois à noite, assistindo televisão ou re- laxando, torna-se cada vez mais uma necessidade trabalhar o corpo, a fim de mantê-lo forte e alongado. Vale ressaltar, contudo, que o Treinamento Funcional pro- põe uma mudança de hábitos na vida do indivíduo como um todo. De nada adianta praticar uma hora de exercícios diários com o objetivo de adornar o corpo, mas passar as outras oito horas seguintes numa postura completamente comprometida, sobrecarregando articulações, compensando a coluna verte- bral, judiando da própria musculatura. Por isso, estar atento durante todo o tempo, em todos os momentos, faz parte do aprendizado desta modalidade. POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL! 48 Algumas dicas para melhorar a postura: É muito importante estar com a atenção focada para aqui- sição de uma conduta postural adequada, pois ela fará toda a diferença para o bom rendimento dos treinos! O centro de força dos indivíduos está concentrado totalmente no core (região Lombo-Pélvica-Quadril). É fundamental que esta região seja mantida ativa durante todo o período de treinamento para que ocorra um desempenho corporal mais completo. Treine o centro antes das extremidades. Fortaleça o core porque é partir desta região que o corpo gera a sua estabilida- de e produz a força. O Treinamento do core no desporto A estabilidade do core é compreendida na literatura de me- dicina do esporte como a capacidade de controle motor e pro- dução muscular do complexo lombo-pélvico-quadril. Muitos artigos de pesquisa mostram a necessidade de for- Algumas dicas para melhorar a postura 49 talecer o centro para depois mobilizar as extremidades. O tron- co é justamente essa região central que faz a conexão entre os membros inferiores e superiores (extremidades), portanto, é correto afirmar que uma região central fortalecida e estabi- lizada oferece um suporte superior para que os membros exe- cutem os movimentos com mais eficiência. Isso quer dizer que a prática de exercícios de braços, tão amados pelos homens, e de pernas, uma das preferências das mulheres, melhora quan- do o core está devidamente fortalecido. Os artigos salientam também que a estabilidade do tronco é identificada como sendo imperativa para manter o equilíbrio dinâmico de todo o corpo. Na física, o equilíbrio dinâmico é o estado de um corpo que se encontra em movimento retilíneo uniforme. Ou seja, o core forte evita que o indivíduo sofra desequilíbrio, seja andando ou correndo, evitando assim quedas e lesões. Pode parecer algo elementar de ser dito, contudo, dada a atordoante quantidade de pessoas que simplesmente sofre quedas todos os dias, fica claro que essa é uma verdade relativamente esquecida e/ou ignorada. O que é observado diariamente, contudo, é justamente o oposto. A verdade é que, caso ocorra um desenvolvimento de- ficiente da região do core, todo o resto do organismo sofrerá. Um tronco enfraquecido representa um sistema de apoio de- ficiente para o trabalho intenso de braços e pernas, de modo que o praticante necessitará despender muito mais energia para desempenhar as atividades cotidianas ou para conseguir executar o treino que tenha se proposto a fazer. Os músculos do core são considerados os principais res- ponsáveis pela manutenção de uma postura adequada, tanto na postura estática como na dinâmica, sendo que ambas as posturas fazem parte das vivências nas atividades cotidianas e desportivas. Portanto, o aprendizado do treinamento dos mús- culos do core se faz necessário, o que, como já foi dito, evitará as temidas lesões e auxiliará no desempenho das mais diver- sas atividades. Enfim, implantar essas ferramentas em nossas rotinas de treinamento, significa aprimorar o desempenho de desportistas e de praticantes de atividades físicas para a me- lhora da qualidade de vida do indivíduo de maneira geral. POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL! 50 Entendendo o core Para ativar essa região, nada melhor que entender o que re- almente é o core que, em inglês, significa centro, núcleo e está localizado nas regiões mais profundas do tronco e da pelves. Esses músculos formam um centro de força que mantém a estabilidade da coluna lombar, tornam mais eficiente o controle neuromuscular e melhora a flexibilidade. A maioria dos exercí-íí cios de Pilates, por exemplo, trabalha o fortalecimento do core, pois é na área abdominal que se concentram os movimentos de todo o corpo. Os músculos do core, quando fortalecidos e acionados de forma correta, dão suporte para a coluna e quadris evitando o estresse na região, além de ajudar a estabilizar as articulações dos joelhos e tornozelos. Os exercícios focados nas regiões cen-trais definem o abdômen e modelam a cintura, além de auxiliar no funcionamento dos órgãos internos. Como já citado o core é identificado como o complexo lombo- -pélvico, que compreende aproximadamente 29 músculos. Sen- do assim, quando pensamos em exercícios para esta região, estamos concebendo um programa de treinamento preocupa- do com a parte do corpo onde se concentra o centro de gra- vidade e o centro de força. Trata-se da região onde todos os movimentos devem ter início. Esquematização das duas formas de classificação das mus- culaturas incorporadas no Core1 1 http://www.efdeportes.com/efd163/core-training-suas-aplicacoes-nos-esportes.htm 51 Ativando o core Atente na direção do seu umbigo. Passe a mão ao redor da cintura e, com os dedos, sinta os músculos desta região. Perce- beu algo especial? Se não notou nada, talvez esteja aí a explicação para a demora nos resultados do seu treino ou para as dores nas costas, que incomodam depois da musculação. Trata-se de um cinturão de força, um conjunto de músculos abdominais e dorsais que, juntamente aos do quadril, formam o núcleo do corpo. Antes de realizar os movimentos (seja para fortalecer bí- ceps, pernas ou o próprio abdômen), é preciso estar atento à sua região central. Durante todo o treino, mantenha os mús- culos abdominais contraídos, como se quisesse sugá-los em direção às costas. Esse trabalho isométrico é importantíssimo para obter um resultado adequado de todas as demais ativida- des. Porém uma ressalva deve ser feita: a ativação do core não substitui os exercícios abdominais. O abdômen dos praticantes que ativam o core se torna gradualmente mais forte e resistente, dependendo do seu trei- namento, talvez até mais definido. A postura, sem sombra de dúvida, vai melhorar. Além disso, o aluno gozará de mais consci- ência motora e percepção corporal. Mas não se pode deixar de pensar no trabalho do grande grupo de músculos abdominais. Muitas pessoas sonham com a famosa “barriguinha sarada”, mas na verdade, um abdômen forte tem importância que vai além da estética, já que os músculos abdominais protegem e sustentam órgãos internos da região abdominal, importantís- simos, principalmente para as mulheres. A prática inadequada de exercícios abdominais deixará a região debilitada e enfraque- cida, mesmo com a ativação do core. Cabe ao instrutor corrigir o praticante neste tocante, exigindo dele ambas as funções: ab- dominais específicos e o trabalho do core. Como qualquer outro músculo o core deve ser trabalha- do com regularidade. Por se tratarem de músculos profundos, os exercícios abdominais convencionais não bastam para forta- lecê-lo. O treinamento isométrico, ou seja, exercícios que envol- vam contração dos músculos contra uma resistência fixa, são as principais opções para fortalecer a região. POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL! 52 Prancha abdominal frontal, prancha abdominal lateral e ponte são os exercícios básicos para o fortalecimento do core. 53 COMO TUDO COMEÇOU capítulo 7 PARA FORTALECER O CORE exercícios 54 Prancha Abdominal Frontal Músculos trabalhados: anteriores e posteriores do core e pelves. Descrição: o praticante deve se deitar de barriga para bai- xo e posicionar os antebraços no chão, paralelos ao corpo. É importante que o cotovelo esteja na mesma linha do ombro. Apoiando-se apenas na ponta dos pés e nos antebraços, eleve o corpo inteiro, formando uma espécie de prancha. A tendência neste exercício é jogar o quadril para o alto, pois isto facilita manter a posição, contudo, é vital formar uma linha reta, sem permitir que as costas arqueiem ou os quadris fiquem desa- linhados. Se esta posição não for alcançada, o core não será 55 ativado. Mantenha os mús- culos do abdômen sempre contraídos. O ideal é que cada elevação seja sustentada por um mínimo de 30 segundos, o que pode ser difícil de início. O praticante deve ser sincero quanto ao grau de dificulda- de que enfrente e, caso sinta que esse tempo é demasiado, deve começar com intervalos de 20 ou até de 10 segundos. Por outro lado, conforme a musculatura for fortalecida, é importante que o tempo do exercício também aumente gradualmente, até chegar a um minuto. Mínimo de três séries, com intervalo de 30- 40 segundos entre elas. Uma variação deste exer- cício pode ser feita mantendo a mesma posição, porém ele- vando alternadamente uma das pernas. O ângulo que cada perna sobe não deve ser alto demais, do contrário, o quadril pode ficar desalinha- do, o que força a coluna, pre- judica o equilíbrio e encerra a ativação do core. Atenção para o abdômen, que deve continuar contraído. Respire pausadamente. Prancha Abdominal Lateral Músculos trabalhados: abdominais, quadris e costas. Descrição: Deitado em decúbito lateral, ou seja, quando a pessoa se deita sobre um dos lados do corpo, mantenha as pernas estendidas e os pés alinhados em relação ao tronco. Eleve o corpo inteiro, apoiando-se lateralmente apenas na re- gião do antebraço que, assim como no exercício acima, deve O ideal é que cada elevação no exercício prancha abdominal frontal seja sustentada por um mínimo de 30 segundos. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 56 estar alinhado ao ombro, mas, desta vez, formando um ângulo de 90º com o corpo, e não paralelo a ele. Apenas a lateral do pé que estiver por baixo deve tocar o chão, enquanto o pé da perna que estiver por cima deve manter-se paralelo. O braço de cima pode abraçar o corpo ou ser estendido, mas o abdômen deve estar o tempo todo contraído. Mantenha-se nesta posição por 30 segundos ou siga as re- comendações do exercício acima. Repita o exercício com o lado contralateral, fazendo três séries de cada lado. Há duas variações interessantes para a prancha abdominal lateral que elevam bastante o grau de dificuldade do exercício. Na primeira, o praticante mantém a mesma posição inicial, mas levanta a perna de cima lateralmente a aproximados 30 cm do chão. Na segunda, novamente a partir da posição inicial, o corpo deve ser levantado, porém o ponto de apoio, em vez de ser o antebraço, é a palma da mão. Neste exercício, o braço que estiver por baixo tem de estar estendido. Como o ponto de contato com o chão diminui e a altura do tronco em relação ao solo aumenta, é mais difícil manter o tronco estático e o equilí-íí brio. Cabe lembrar que só se deve progredir para um exercício mais difícil quando o anterior já estiver plenamente dominado. li h d b d f d â l 57 Ponte Músculos trabalhados: glúteos e reto abdominal. Descrição: deitar-se em posição de supino, ou seja, de bar- riga para cima, com os joelhos flexionados e paralelos, aponta- dos para o alto. Os pés devem estar bem plantados no chão e braços estendidos ao longo do corpo com as palmas das mãos voltadas para baixo. Mantendo a parte superior das costas e os pés bem apoiados no chão, eleve o quadril e ao mesmo tempo contraia o abdômen e os glúteos por 15 segundos. A seguir, retorne à posição inicial, controlando lentamente a descida de modo que o corpo não “despenque”. Importante: durante o mo- vimento de descida, a contração abdominal precisa ser manti- da. Repita a sequência por 10 vezes, mantendo o controle res- piratório, sempre inspirando pelo nariz e expirando pela boca. A variação parte da posição inicial, mas, ao elevar a pelves, estenda uma das pernas, ficando apenas com o apoio de uma delas. Após a descida, alterne a perna que foi estendida. Sem- pre se lembrando de manter a contração dos músculos abdo- minais, perceba que ao tirar uma das pernas do chão, o equilí-íí brio será afetado, o exigirá uma melhor estabilização do corpo. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 58 Quem pode trabalhar com Treinamento Funcional Quanto maior a interação entre os profissionais que atuam com o treinamento físico e as técnicas fisioterápicas, melhor será o ganho para o praticante. Com a evolução dos estudos na área, percebeu-se que os diversos trabalhos efetuados são complementares,pois a prática conjunta acarreta numa me- lhora no rendimento, na diminuição do número de lesões, na diminuição do tempo de recuperação, caso o indivíduo se lesio- ne, e na ampla melhora nas capacidades de força e resistência. 59 Embora seja um país vanguardista, nos Estados Unidos não existe a exigência de se ter um diploma de curso superior para trabalhar na área, sendo que o uso de certificações é ampla- mente difundido. É a maneira aceita pelo mercado e pela so- ciedade para avaliar o conhecimento básico do profissional, que costuma fazer um bom curso técnico de formação e se submeter a diversas reciclagens e cursos complementares. Lá, uma das características comum das certificações é uma maior interação entre o treinamento físico e técnicas fisioterápicas. A NASM, sigla para National Strength and Conditioning As- sociation (Associação Nacional de Força e Condicionamento), é um importante centro de treinamento que oferece este tipo de certificação, preparando o instrutor para ser um personal trainer com conhecimento adequado. Entre outras atividades, o centro também apresenta uma Especialização em Corre- ção Postural (CES – Corrective Exercise Specialist), que visa ajudar aqueles que apresentam disfunções mecânicas, dese- quilíbrios musculares ou a necessidade de dar continuidade a qualquer tratamento fisioterápico, uma vez que as sessões de fisioterapia convencionais já tenham sido concluídas. No Brasil, para uma pessoa atuar dentro da modalidade do Treinamento Funcional, existe uma série de diferentes exigên- cias no que se refere à certificação e à habilitação do profis- sional. Aqui, não basta que o profissional tenha certificações e cursos técnicos; faz-se necessário que o indivíduo seja gradua- do num curso superior de Educação Física e/ou Fisioterapia. Não desmerecendo o trabalho de ninguém, trata-se no fun- do de uma exigência justa, que permite maior segurança aos praticantes. Conhecer as credenciais do seu instrutor é obter um mínimo de certeza de que ele recebeu o treinamento para oferecer a você os cuidados adequados, correndo o mínimo risco possível de prejudicar a sua saúde. Portanto, ao iniciar a prática, esteja atento à formação do seu instrutor. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 60 Ayrton Senna Grandes nomes envolvidos com o esporte mundial utilizam os recursos oferecidos pelo Treinamento Funcional para desenvolver e manter o bom preparo físico, que é tão necessário para a conquista de novos índices. No automobilismo, um brasileiro, destacou-se como um dos maiores ídolos da história do esporte mundial, o competidor Ayrton Senna da Silva1. Quero melhorar em tudo. Sempre. Ayrton Senna 1 Foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, tricampeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Um dos maiores ídolos da história do automobilismo mundial, ele nasceu em São Paulo, em 21 de março de 1960, e morreu em Bolonha, em 1 de maio de 1994. ADEPTOS FAMOSOS! 61 Senna foi um atleta altamente focado, dotado de uma inesgotável vontade de sempre ganhar mais um título, que nunca deixou de lado o desejo de vencer. Na verdade, para ele não bastava apenas o desejo de mais uma vitória; Ayrton Senna foi, acima de tudo, um exemplo de dis- ciplina e comprometimento com a rotina dos seus treinamentos. Nuno Cobra2 foi seu preparador físico durante muitos anos e, no início do treinamento, quando o piloto tinha apenas 22 anos, relata que ele não possuía nenhum condicionamento físico. Senna não gostava de correr – a pé, evidentemente – porque se cansava rapidamente, o que o de- sestimulava, dada sua natureza competitiva. Para contornar a di- ficuldade, Cobra elaborou o programa de corridas passo a passo, sempre na pista de atletismo, onde o atleta pudesse praticar os treinos de caminhada em um local adequado e evoluir lentamente. Iniciando com caminhadas, pouco a pouco o treinamento foi ga- nhando corpo, tornando-se mais intenso e exigente. Porém, muito importante ressaltar que, embora os treinos tenham começado com caminhadas, a consistência nunca foi deixada de lado. O esforço compensou. O piloto atingiu tamanho desempe- nho, que conseguia correr cerca de 15 km de uma só vez. Se- gundo o seu preparador físico, Senna ao longo dos dez anos que trabalharam juntos, afirma que ele jamais se machucou durante o treinamento e o fazia não só por que se sentia mais preparado para pilotar, como também porque gostava, o atleta passou a sentir prazer em correr. Ele afirmava que a prática fazia bem para a sua saúde. 2 Nuno Cobra, 75, é graduado em educação física pela Escola de Educação Física de São Carlos. Escreveu o best-seller A Semente da Vitória, onde relata o método de treinamento que desenvolveu. Além de Senna, Cobra treinou outros pilotos consagrados como Christian Fittipaldi, Gil de Ferran, Rubens Barrichelo e o finlandês Mika Hakkinen. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 62 Este atleta foi um grande exemplo de que o Treinamento Funcional quando utilizado com disciplina, apresenta uma res- posta satisfatória. Como já foi dito, a prática extrapola o mero momento do exercício em si e permeia a vida do praticante em diversas outras circunstâncias. Uma das propostas dos treinamentos é oferecer mudanças de alguns hábitos de vida, como por exemplo, a melhora da qualidade do sono. Cobra convenceu Senna de que dormir mais cedo seria importante para a sua recuperação. Em seu livro, ele escreveu: “Ele tam- bém era uma máquina de comer. Engolia tudo muito rápido, 63 sem mastigar. Eu disse a ele: ‘Ayrton, estômago não tem den- tes’.” Logo, com os conselhos do treinador, o piloto passou a mastigar melhor os alimentos, a ponto de a comida virar um líquido em sua boca. Evidentemente, o processo de digestão foi facilitado, o que poupava energia e desgaste do organismo. Como é possível perceber, a transformação não é só do cor- po, e sim, da pessoa como um todo. MMA e o Treinamento Funcional MMA é a sigla para Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas), atualmente o esporte que mais cresce no mundo. Uma evolução do Vale-Tudo criado no início dos anos 1990 pela famosa família Gracie, o MMA tornou-se uma pequena coqueluche mundial. Hoje há milhões de adeptos, sendo que a esmagadora maioria não treina para competir, mas sim para manter a saúde em dia e fortalecer o corpo por meio da exi- gente rotina de treinamentos. Por se tratar de um esporte de contato, que requer que o corpo inteiro esteja fortalecido – musculatura, estrutura óssea, sistema cardiorrespiratório e até mesmo tendões e ligamentos – e alongado, o Treinamento Funcional tornou- -se a “menina dos olhos de ouro” do MMA. Misturando exer- cícios tradicionais como flexões de braço e abdominais, dorsais, corridas de resistência intercaladas com tiros de velocidade e agachamentos, além de polichinelos, bone- cos de mola, pular corda, isso sem contar levantamento de peso e exercícios específicos, pode-se dizer que quando praticado em alto nível, o treinamento para o MMA está entre os mais exigentes do mundo. Atletas que são ídolos do esporte nacional, como Anderson Sil- va e Vitor Belfort, aderiram à prática e hoje, suas rotinas in- cluem exercícios de fortalecimento com bolas medicinais, fai- xas elásticas, bolas suíças etc. Em academias especializadas de MMA, costuma haver até mesmo aulas que incluem apenas o treinamento, sem a parte de contato, voltadas para as pessoas que querem entrar em forma, mas não gostam da parte mais agressiva do esporte. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 64 Bruce Lee O artista marcial e ator mundialmente conhecido Bruce Lee foi um exemplo absoluto de motivação e um dos precursores do Treinamento Funcional. Ele somava a sua prática tudo aquilo que via, gostava e julga- va que o ajudaria a obter uma forma física melhor. Obstinado a um extremo perigoso, dentre diversas histórias que pode- riam ser narradas sobre a vida deste lutador, é interessante destacar uma em especial. Em 1970, durante uma sessão de exercícios,Bruce lesou seriamente a região do sacro de sua coluna. A lesão foi decorrente de um aquecimento mal feito associado ao excesso de carga e o resultado fo- ram seis meses de cama. Os médicos chegaram a di- zer que ele nunca mais po- deria voltar a treinar, pelo menos não na intensidade de antes. Para alguém hi- perativo como Bruce, cuja missão de vida era divulgar as artes marciais em todo o mundo e tornar-se o maior e mais famoso artista mar- cial da história, isso era algo impraticável. Em vez de ficar deprimido em seu leito, Bruce usou o período no qual estava con- valescente para estudar a fundo a mecânica do corpo humano, o funcionamento 65 dos exercícios físicos e sua aplicabilidade para as artes mar- ciais. Ele também leu muitos textos de filosofia oriental e oci- dental, e estudou estilos marciais que não conhecia e não domi- nava. Seus estudos encheram sete cadernos de anotações, os quais seriam muitos anos depois organizados postumamente por sua esposa e lançados em formato de livro, conhecido hoje como O Tao do Jeet Kune Do. Bruce usou esse período também para refletir e identifi- car suas deficiências e fragilidades enquanto lutador, num processo que envolvia o mais alto grau de introspecção, reflexão e percepção. Contrariando todas as opiniões mé- dicas, ele resolveu transformar o enorme obstáculo que ti- nha diante de si num estímulo e deu início ao que viria a ser uma recuperação histórica. Adotando um método instintivo de Treinamento Funcional, Bruce começou seu programa de exercícios de forma lenta e, à medida que seu corpo res- pondia, intensificou a carga. No auge de sua recuperação, de acordo com depoimentos de familiares, alunos e amigos, ele dava mais de dois mil chutes por dia, mais de quatro mil socos. Para melhorar o aspecto cardiovascular – que ele achava deficiente – Bruce corria vários quilômetros pela manhã, pedalava até a exaustão e pulava vinte minutos de corda. Levantava pesos e fazia exercícios específicos para fortalecer a região da coluna que havia sido danificada. Aos olhos do leigo, sua rotina de atividades físicas beirava a insanidade, mas funcionou para ele. O ponto mais interessante da história foi que tudo isso aconteceu antes do sucesso dele. Uma vez estando recuperado, Bruce Lee tornou-se um artista marcial melhor do que jamais fora antes, mais completo em todos os sentidos, e levou consigo para o resto da vida a práti- ca complementar de exercícios físicos. Em 1971, ele lançou O Dragão Chinês, o primeiro filme de um projeto de três, que o apresentou para o mundo e catapultou para o sucesso. A partir daquela imensa dificuldade, nascera o Bruce Lee que todo o mundo aprendeu a admirar. EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE 66 Os aparelhos mais básicos utilizados para treinamento, como elásticos, corda de pular e bolas, são fáceis de transportar, facilitando que os exercícios possam ser feitos em qualquer lugar, praticamente. 67 PILATES E SUAS VARIAÇÕES capítulo 8 treinamento funcional? E OS EQUIPAMENTOS 68 A versatilidade dos equipamentos é uma característica desta modalidade, mas quando se pensa em Treinamento Funcional considera-se muito a resistência do próprio corpo como item fundamental dos treinos. Porém, a diversidade é sempre um aspecto positivo, que ajuda os praticantes a se manterem motivados, inova os treinos e os tornam divertidos. Elásticos, corda de pular e bolas são alguns dos aparelhos mais básicos utilizados para compor os treinos, muito fáceis de transportar e acomodar. Além disso, os exercícios com eles po- dem ser executados praticamente em qualquer lugar, seja num ambiente hermético, como uma garagem ou a sala do aparta- mento, ou em espaços abertos, como praias e parques. 69 Corda de Pular A corda de pular ainda é popular entre as crianças, que a uti- lizam como adereço para suas brincadeiras, contudo, também é uma das atividades que mais exige do ponto de vista cardiorres- piratório, além de fortalecer a região inferior do corpo e o core. Trata-se de uma das atividades favoritas dos boxeadores, que utilizam a prática também para treinar seu ritmo de combate. A corda pode ser utilizada como um poderoso aliado do trei- no funcional, ajudando no desenvolvimento da resistência ae- róbia. Com uma ponta em cada mão, deve-se girar a corda ao redor do tronco e coordenar os pulos quando ela estiver pas- sando por debaixo dele. Existe uma infinidade de variações em que os pés saltam juntos, separados, fazendo agachamentos, movendo-se para frente ou para trás etc. Pesquisas indicam que, caso o praticante consiga pular cor- da num ritmo constante durante 30 minutos, a perda calórica varia entre 400 e 500 calorias – um valor tremendamente alto, que supera o da corrida ou da bicicleta. Outro aspecto inte- ressante do exercício, é que ele não é recomendado para pes- soas que tenham problemas nas articulações por causa do im- pacto, contudo, se o indivíduo começa a praticá-lo desde jovem e o faz sob supervisão adequada para evitar lesões, a prática se transforma numa excelente prevenção à osteoporose, pois ajuda no fortalecimento dos ossos. Escada de Agilidade Essa escada não é para subir! Disposta no chão, trata-se de uma marcação em formato de escada, feita de plástico, madeira, corda ou qualquer outro material, que os usuários devem seguir, saltando para dentro e para fora das marcações, criando as mais diversas combinações. Trata-se de um exercício que melhora a agilidade, coordenação motora e a condição cardiorrespiratória. Corda Para Rope Training A corda para rope training pode ser usada em academias ins- taladas em condomínios ou quintais, mas seu uso dentro de casa TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 70 não costuma ser recomendada porque ela produz muito baru- lho. Trata-se de uma atividade intensa, que tonifica os músculos dos braços, peito e costas, além de acionar o core e trabalhar a isometria das pernas. Para manuseá-la, basta segurar cada extremidade com as mãos e fazer movimentos repetitivos para cima e baixo, como se estivesse tocando um tambor. Uma varia- ção implica em movimentos laterais, fazendo com que a corda “abra e feche”. Os desenhos ondulados feitos pela corda indicam a qualidade do movimento; ao produzir ondas curtas e contínuas, o praticante está trabalhando mais velocidade, ao passo em que se as ondas forem maiores e mais espaçadas, o aspecto que mais estará sendo desenvolvido é o da força física. Assim como pular corda, a prática do rope training deve ser medida por tem- po, e não por repetições, sendo utilizada para desenvolver resis- tência de força, resistência aeróbica e anaeróbica. Borracha/Elástico São portáteis e versáteis, além de ter um manuseio simples. Existem várias formas de usá-las, como por exemplo, seguran- do com o pé enquanto a outra ponta é puxada com uma das mãos. Praticamente qualquer atividade que poderia ser feita com halteres, também pode ser desenvolvida com o uso de elásticos. Se por um lado a pressão e o peso são limitados, diferente dos pesos convencionais, por outro não existe o risco de forçar articulações, o que minimiza a possibilidade de lesões. As utilidades deste tipo de prática são diversas, mas a básica seria o desenvolvimento de resistência de força. Bolas Medicinais As bolas podem ser usadas de diversas formas, desde apoio no momento de fazer abdominais, até o levantamento propria- mente dito, uma vez que o peso das bolas pode variar de um até dez quilos. Muito utilizadas no treinamento de esportes co- letivos, como vôlei, futebol, basquete e handebol, as bolas medi- cinais são comumente atiradas pelos praticantes para o desen- volvimento de força explosiva e potência. 71 Trenó O trenó deve ser usado somente em academias instaladas dentro do condomínio. Trata-se de um aparelho pesado, que pode ser equipado com ainda mais peso, se necessário. Ele fortalece as pernas, ativa o core e tonifica braços e costas. É utilizado em trabalhosde força e resistência, puxando ou empurrando. Cones e Discos Demarcatórios São equipamentos leves, muito fáceis de serem transpor- tados e podem ser utilizados nos treinamentos realizados em praias, campos e também em ginásios e quadras. Os cones são idênticos aos utilizados em vias públicas pelas autoridades pú- blicas – também conhecidos como chapéu chinês – e servem para auxiliar o instrutor e o praticante em todas as modalida- des esportivas que necessitem de velocidade e coordenação. O uso de cones é observado nos treinos de futebol praticamente desde o início do esporte, já que serve para treinar a condução da bola, mas mais recentemente foi adotado por uma pletora de outras modalidades, incluindo o atletismo de forma geral. Ocasionalmente, são substituídos por outros acessórios de de- marcação, como discos ou pinos, mas o propósito permanece o mesmo. Suas cores fortes facilitam a visualização por parte dos praticantes e, por serem flexíveis, não há risco de machu- car, além de serem duráveis, mesmo se forem pisados e amas- sados por engano. Bosu Balance O bosu balance, ou bosu ball como também é chamado, é um aparelho inventado em 1999 por David Weck, e tornou-se recentemente um dos favoritos no uso em academias. Trata- -se de uma base de plástico duro e rígido, recoberta por meia bola, resistente a impactos. O aparelho pode ser utilizado com a parte da plataforma para cima ou para baixo, em conformidade com a necessidade dos exercícios. A sólida plataforma costuma ter 25 polegadas de diâmetro e a redoma de borracha é inflada como uma bola comum, até que alcance a firmeza desejada. O TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 72 Bose balance é utilizado principalmente para o fortalecimento da região central e membros inferiores, mas suas variações in- cluem também exercícios para membros superiores. Ele ajuda na melhora do equilíbrio e é um poderoso aliado para o trabalho do controle motor. Barreiras Reguláveis Para Saltos A barreira para salto foi criada com foco no treinamento es- portivo e treinamentos em circuito, sendo utilizada em quadras, praias, campos e academias. É um acessório leve, em geral ven- dido em conjunto de quatro barreiras, que possuem ajuste para regular a altura, variando de 15 a 30 cm. Trata-se de um apare- lho desenvolvido para pliometria, a prática de exercícios específi- cos que envolvam o ciclo de alongamento/encurtamento. Curiosidade: Os exercícios pliométricos são conhecidos por aumentar o desempenho esportivo e, em tempos mais recentes, vêm rece- bendo mais atenção por estarem sendo amplamente utilizados no repertório dos treinos funcionais. Em geral, o termo “pliome- tria” se refere ao tipo de treinamento com saltos ou lançamen- tos, cujo objetivo é aumentar a potência muscular do indivíduo. Apesar de ser uma forma prática e até mesmo divertida de acrescer a forma física e melhorar a performance, infelizmente grande parte das pessoas não está apta a praticar exercícios pliométricos. A prática inadequada deles certamente levará a lesões e pode até mesmo ser perigosa. Para evitar que danos ocorram, medidas de segurança devem ser tomadas, como a necessidade do pleno domínio da técnica apropriada e a pro- gressão gradativa do treinamento. Kettlebell Kettebell é um equipamento bastante antigo, originário da Rússia, cujo uso persiste até os dias de hoje. Nada mais é do 73 que uma bola de aço ou ferro, com uma alça na extremidade superior onde o praticante a segura. Com cargas variadas, este equipamento já faz parte do programa diário de muitos atletas, sejam eles amadores ou profissionais, e é utilizado com o objeti- vo de fortalecer braços, ombros, costas e peito. Não raro, o uso de kettlebell é associado a agachamentos, enquanto o braço fica estendido, de modo que as pernas realizem trabalho de força explosiva, enquanto os membros superiores trabalham a força isométrica. Outro aspecto interessante da prática é realizar atividades de movimentação contínua, com troca de mãos, o que ensina o corpo a absorver força e redirecioná-la, além de enfatizar a coordenação. Atualmente, muitos lutadores de MMA, Jiu-jítsu e artes marciais de forma geral fazem uso do kettlebell como parte de seu treinamento. Um dos motivos pelo qual este treinamento atrai cada vez mais praticantes é justamente pelo fato de que os exercícios não só melhoram o condicionamento físico, mas também ajudam a desenvolver a estabilidade, força e flexibilidade além de tonificarem os múscu- los, principalmente os dos ombros, pernas, glúteos, core e bra- ços. A prática intensa também promove a queima de calorias e o desenvolvimento da massa muscular magra. Em oposição aos exercícios feitos com halteres convencionais, os quais requerem o isolamento do movimento e da musculatura para que exista um desenvolvimento de uma forma uniforme, o kettlebell recruta todo um grupo muscular para a execução de um mesmo movimento, o que coaduna bastante com os princí- pios do Treinamento Funcional. Dinâmico e não estático, ele pos- sibilita uma maior amplitude dos movimentos, o que fará com que o praticante adquira maior agilidade e força explosiva. Saltos Saltar é uma atividade que leva a um enorme ganho de for- ça, explosão e resistência. É bom para a melhora cardiorres- piratória, mas pode ser prejudicial para a estrutura óssea e articulações, caso o praticante ainda não tenha fortalecido o corpo adequadamente. Por isso, deve ser uma prática utilizada de forma comedida. TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS 74 A técnica dos saltos deve ser aprendida devagar, por meio de exercícios simples, para somente depois ser avançada com o aumento da velocidade e exercícios que exigem um grau de dificuldade maior. É sempre importante lembrar que aprender a técnica correta de qualquer tipo de exercício ga- rante um aproveitamento melhor deles, minimiza a chance de lesões e é o que promove a evolução para os exercícios mais complexos e avançados. Talvez o ponto mais fundamental da prática dos saltos seja primeiro aprender a aterrissar, pois é importante pousar de forma segura, permitindo que a musculatura das pernas ab- sorva o impacto, poupando assim as articulações dos joelhos e tornozelos. A forma correta de aterrissar, qualquer que seja a altura do salto, é efetuando um leve agachamento, acionando os músculos do quadríceps. Tal movimento é executado corre- tamente quando os joelhos são flexionados e o quadril é ligeira- mente empurrado para trás, o que distribui o peso igualmente entre as pernas. Uma dica: sempre execute os saltos em superfícies firmes, pois fazer o pouso de um salto vertical, em especial se ele for alto, numa superfície instável ou escorregadia pode levar a uma lesão desnecessária. Mesmo pousos em superfície arenosa devem ser feitos com cuidado e só efetuados por praticantes avançados, pois há um grande risco de o tornozelo virar. Fe- rimentos nos ligamentos dos tornozelos estão entre os mais fáceis de ocorrerem e os mais difíceis de curarem. Se estiver utilizando caixas ou steps, materiais típicos de academias, mas que costumam ser usados por muitos instrutores de Treina- mento Funcional, é preciso estar atento para que elas estejam bem travadas, preferencialmente pressionadas contra uma pa- rede, a fim de evitar que se mexam. A recuperação nos treinos de pliometria, sejam eles focados em saltos ou em qualquer outra atividade altamente explosiva, é vital. Diferente de um treino isométrico, por exemplo, os inter- valos de exercícios pliometricos são maiores – o recomendado é algo em torno de 48 a 72 horas entre as sessões. Isto por- que trata-se de um treinamento que exige muito, não só do sis- 75 tema cardiovascular, como também do mecanismo extensor. Se o corpo estiver num estado de fadiga, a técnica será prova- velmente comprometida, o que mais uma vez, pode facilitar a ocorrência de lesões. Há muitas categorias de saltos, compreendendo técnicas que vão desde saltos no lugar e saltos