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Alimentação e Nutrição do SUS Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Livro didático do Curso Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco PARA Pernambuco 2024 Alimentação e Nutrição do SUS Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Expediente PARA Governo do Estado de Pernambuco Governadora | Raquel Teixeira Lyra Lucena Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco Secretária | Zilda do Rego Cavalcanti Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Secretária Executiva | Chrystiane Kelli de Araújo Barbosa Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco Diretora | Célia Maria Borges da Silva Santana Gerente | Luciana Camêlo de Albuquerque Coordenação de Educação Permanente em Saúde da Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco Coordenadora | Emmanuelly Correia de Lemos Coordenação de Ensino à Distância da Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco Coordenadora | Thalia Ariadne Peña Aragão Equipe Técnica da Coordenação de Educação Permanente Andréa Fernanda de Oliveira | Bárbara Paloma Marques de Luna | Natália Nunes de Lima | Nathalia Ingrid dos Santos Silva Lucena | Tereza Adriana Miranda de Almeida Equipe Técnica da Coordenação de Ensino à Distância Adnan Gomes de Morais | Arnaldo César Alencar da Boaviagem I Romero Sarmento Serrano Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária (SEVSAP) Secretário Executivo | Bruno Issao Matos Ishigami Diretoria Geral de Políticas Estratégicas (DGPE) Alda Roberta Lemos Campos Boulitreau Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CSANS) Vilma Maria Pereira Ramos Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA Equipe Técnica Louriene de Oliveira Antunes | Marilia Maria de Lucena Macêdo Conteudistas Carla Caroline Silva dos Santos | Erika Cardoso dos Reis | Gesikelly Lopes da Silva | Girlane Nayara do Nascimento Santana Barbosa | Hugo Braz Marques | Laiane Maria Nobre de Melo da Silva | Luana Lara Rocha | Luana Thamirys Pereira de Rezende | Luiz Gonzaga Ribeiro Silva Neto | Luna Rezende Machado de Sousa | Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito| Milena Serenini Bernardes Colaboração na gravação das aulas virtuais Adriana Falangola | Andhressa Araújo Fagundes | Carla Caroline Silva dos Santos | Carliane Vasconcelos| Felipe Gabriel Gomes de Medeiros |Gesikelly Lopes da Silva | Girlane Nayara do Nascimento Santana Barbosa | Herika Dantas Modesto Pinheiro | Inês Rugani | Kelly Poliany de Souza Alves| Laiane Maria Nobre de Melo da Silva| Luana lara Rocha | Luana Thamirys Pereira de Rezende |Luiz gonzaga ribeiro silva neto | Luna Rezende Machado de Sousa | Milena serenini | Raphael Barreto da Conceição Barbosa| Vilma maria pereira ramos | Virgínia Maria Holanda de Moura |Westei Conde y Martin Junior Revisão técnica pedagógica do conteúdo Bárbara Paloma Marques de Luna | Carolayne Maria da Silva Carvalho | Thalita Milena Araújo Xavier de Amorim | Vilma Maria Pereira Ramos | Natália Nunes de Lima | Nathalia Ingrid dos Santos Silva Lucena | Tereza Adriana Miranda de Almeida Revisão de Texto de Língua Portuguesa Avelar Batista dos Santos Tradução e interpretação de Libras Felipe de Lima Souza | Sheila Carvalho da Silva Audiodescritoras Ariana Alves de Santana | Tânia Alves da Costa Projeto Gráfico Lucianne de Freitas Xavier Paulino | Romero Sarmento Serrano Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Nelson Chaves (ESPPE), com os dados fornecidos pelo autor. Pernambuco. Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco. Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de alimentação e nutrição do SUS: livro didático do Curso. / Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco. _ Recife: ES/ESPPE, 2024. 336p.: il. 1. Nutrição - Programas. 2. Sistema Único de Saúde. 3. Curso. 4. Saúde Pública. I. Título P452c ESPPE / BNC CDU. 612.3;614 (813.4) Bibliotecária Responsável: Anefátima Figueiredo – CRB-4/P-1488 Sumário PARA Boas vindas ........................................................................................................................ 12 Módulo 01: Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde ........................................................................... 13 Despertando o Interesse ..................................................................................................... 14 Estudo de Caso: Implementação da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde no Município Caminhos da Esperança ....................................................................... 15 1. Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde e na Rede de Atenção à Saúde ............................................................................................................ 17 2. Abordagem da Vigilância Alimentar e Nutricional enquanto Diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Diretriz 3 da PNAN) ...................................................................... 29 3. Registro dos Dados: Estado nutricional e Consumo Alimentar ......................................... 31 4. Interoperabilidade dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) disponíveis no SUS ........ 34 5. Avaliação Contínua do Perfil Alimentar e Nutricional da População nos Serviços de Saúde em Todas as Fases da Vida .................................................................................................. 36 5. 1 - Onde e quando podem ser desenvolvidas ações de VAN? ....................................... 36 5.2 - Quais as fases do ciclo de vida contempladas pela Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN)? ............................................................................................................................... 37 6. Registro de Dados da População Atendida, com Destaque para os Beneficiários do Programa Bolsa Família ...................................................................................................... 38 7. Monitoramento dos Indicadores de Alimentação e Nutrição ........................................... 40 7.1 - Quais Indicadores Monitorados pelo SISVAN? .......................................................... 40 7.2 - Passo a passo para gerar relatórios do SISAB e SISVAN ............................................. 41 8. Estratégias de Produção de Indicadores de Saúde e Nutrição para Orientar a Formulação de Políticas Públicas e Ações Locais de Atenção Nutricional ................................................ 43 Aula Virtual ........................................................................................................................ 45 Referências ........................................................................................................................ 47 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA Módulo 02: Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais: Programas Nacionais de Suplementação de Vitaminas e Minerais ............................................................................ 49 Despertando o Interesse ..................................................................................................... 50 Estudo de Caso: ..................................................................................................................governo brasileiro, criado em 2003, com o objetivo de combater a pobreza e a desigualdade social no país. Através da transferência direta de renda, o programa visa garantir que as famílias em situação de vulnerabilidade social tenham acesso a recursos financeiros que melhorem suas condições de vida, combatam a pobreza e a extrema pobreza, e promovam a inclusão social e econômica dessas famílias (Ministério da Cidadania, 2020). É importante destacar que a gestão intersetorial do Programa Bolsa Família é fundamental para o seu sucesso. O trabalho conjunto entre as áreas de Assistência Social, Saúde e Educação assegura que as famílias beneficiárias tenham acesso integral aos serviços essenciais (Vieira, 2019). 6 - REGISTRO DE DADOS DA POPULAÇÃO ATENDIDA, COM DESTAQUE PARA OS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA https://apsredes.org/eventos/lis-ena/cuidado-integrado-a-obesidade-integrando-corpo-e-mente-para-uma-vida-mais-saudavel/ https://apsredes.org/eventos/lis-ena/cuidado-integrado-a-obesidade-integrando-corpo-e-mente-para-uma-vida-mais-saudavel/ PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 As ações podem incluir: Assistência Social: Identificação e cadastramento das famílias, garantindo que elas recebam o benefício de forma adequada. Esse cadastramento é realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), e o passo a passo para o cadastramento pode ser encontrado clicando no link: https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/manual_do_pesquisador_gestao _bolsa_familia_semlogo.pdf Saúde: Acompanhamento das condicionalidades de saúde, que incluem: consultas de pré- natal; cumprimento do cronograma de vacinação das crianças menores de 7 anos, de acordo com as instruções do Ministério da Saúde (MS); e monitoramento do crescimento e desenvolvimento (peso e altura) das crianças menores de 7 anos, conforme o calendário estipulado pelo MS, visando melhorar o estado de saúde da população atendida. Educação: Monitoramento da frequência escolar de crianças e adolescentes, garantindo a matrícula e a frequência mínima de 85% nas aulas para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, e de 75% para jovens de 16 e 17 anos. Isso assegura que as famílias cumpram as exigências para manter o benefício (Ministério do Desenvolvimento Social, 2018). O acompanhamento dos beneficiários é realizado pelo sistema do Programa Bolsa Família (PBF) na saúde e desempenha um papel crucial na coleta e registro de dados nutricionais da população atendida nos serviços de saúde. Os dados transmitidos pelos municípios são consolidados pelo Ministério da Saúde e encaminhados periodicamente ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que é o gestor federal do programa. É importante destacar que esse registro é realizado por meio de um formulário proposto pelo Ministério da Saúde para o acompanhamento dos beneficiários do PBF no Mapa de Acompanhamento, que permitirá a posterior migração dos dados para o SISVAN. Para que esse processo ocorra de forma eficaz, recomenda-se: Capacitar a equipe de saúde quanto ao preenchimento do formulário; Garantir a distribuição do Mapa já preenchido com a relação dos beneficiários para cada unidade de saúde e/ou Equipe de Saúde da Família, facilitando o acompanhamento; Orientar a equipe de saúde para registrar no Mapa de Acompanhamento os dados de todas as crianças menores de sete anos e de todas as mulheres entre 10 e 50 anos, informando se estas estão gestantes ou não. Esse monitoramento dos beneficiários do Programa Bolsa Família deve ser realizado duas vezes ao ano. Os prazos para registro de dados e cumprimento das condicionalidades são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (Ministério da Cidadania, 2020), conforme a tabela 1 abaixo: Mapa de Acompanhamento dos Beneficiários do PBF: https://bfa.saude.gov.br/public/file/MapadeAcompanhamentoemBranco.pdf https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/manual_do_pesquisador_gestao_bolsa_familia_semlogo.pdf https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/manual_do_pesquisador_gestao_bolsa_familia_semlogo.pdf https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/manual_do_pesquisador_gestao_bolsa_familia_semlogo.pdf https://bfa.saude.gov.br/public/file/MapadeAcompanhamentoemBranco.pdf Área Período de Acompanhamento Período de Registro Sistema para Registro Saúde Janeiro a junho Julho a dezembro Fevereiro a junho Agosto a dezembro Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde Educação Fevereiro e março Abril e maio Junho e julho Agosto e setembro Outubro e novembro Abril Junho Agosto Outubro Dezembro Sistema Presença (MEC) h O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é o sistema eletrônico utilizado para a gestão das informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN). Os dados coletados no território são registrados no e-SUS APS, incluindo dados antropométricos e marcadores de consumo alimentar, oriundos do SISAB, relacionados aos atendimentos e/ou atividades realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos domicílios e em atividades desenvolvidas nos equipamentos sociais. Esses dados integram os relatórios do SISVAN (Ministério da Saúde, 2011). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 7. MONITORAMENTO DOS INDICADORES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social, 2018. VAMOS SABER MAIS Estado Nutricional: Avalia desnutrição, sobrepeso, obesidade e outras condições relacionadas à nutrição. 1. Consumo Alimentar: Registra a ingestão de alimentos e nutrientes, permitindo a análise da qualidade da alimentação da população. 2. Práticas de Alimentação:3. Aleitamento Materno: Monitora práticas de amamentação, essenciais para a saúde infantil.a. Introdução de Alimentos Complementares: Avalia a idade e as práticas de introdução de alimentos sólidos na alimentação infantil. b. Monitoramento Nutricional em Grupos Específicos: Inclui crianças menores de cinco anos, gestantes, idosos e outras populações vulneráveis. 4. Fonte: Ministério da Saúde, 2020. 7.1 - QUAIS INDICADORES MONITORADOS PELO SISVAN? PARA Os sistemas Sistema de Informação em Saúde do Brasil (SISAB) e Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) são ferramentas estratégicas e essenciais para a gestão e monitoramento da produção das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Eles fornecem dados vitais que auxiliam na avaliação das condições de saúde da população e na formulação de políticas públicas eficazes. Gerar relatórios precisos e abrangentes a partir desses sistemas é fundamental para garantir que as informações sejam analisadas e utilizadas corretamente. O passo a passo deste guia foi desenvolvido para ajudar você a navegar pelos processos de geração de relatórios no SISAB e SISVAN de maneira eficiente e eficaz. Ao seguir estas orientações, você conseguirá extrair os dados necessários, interpretar as informações e produzir relatórios que atendam às suas necessidades e aos requisitos das autoridades de saúde. Acesso ao Sistema: Acesse o portal do SISAB com suas credenciais - https://sisab.saude.gov.br/ Selecionar Relatórios: Navegue até a seção de relatórios e escolha o tipo de relatório que deseja gerar (ex: cobertura vacinal, dados de saúde, Monitoramento de Obesidade). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 O monitoramento é fundamental para a avaliação de políticas públicas, pois permite avaliar a eficácia de programas de saúde e nutrição, possibilitando ajustes e melhorias. Além disso, facilita a detecção de problemas de saúde, como epidemias, desnutrição ou obesidade em populações, permitindo intervenções rápidas. O monitoramento também promove a saúde ao auxiliar no planejamento de campanhas de conscientizaçãoe ações educativas sobre alimentação saudável e nutrição (Almeida e Silva, 2020). 7.2 - PASSO A PASSO PARA GERAR RELATÓRIOS DO SISAB E SISVAN Figura 12 - Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB) Fonte: SISAB, 2024. https://sisab.saude.gov.br/ PARA Login no Sistema: Acesse o SISVAN com seu usuário e senha- https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/ Escolher Relatórios: Vá para a seção de relatórios e selecione a categoria de interesse (ex: avaliação nutricional, dados de consumo alimentar). Aplicar Filtros: Aplique os filtros necessários para refinar os dados. Download do Relatório: Gere o relatório e faça o download nos formatos disponíveis. Filtro de Dados: Utilize os filtros para selecionar o período, município e outras variáveis relevantes Data: Selecione o período que deseja analisar, Localização: Escolha a área ou município, Grupo etário: Defina a faixa etária para o monitoramento.. Gerar e Exportar: Clique na opção de gerar relatório e, em seguida, exporte para o formato desejado (PDF, Excel). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Quadro 2 - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) Fonte: SISVAN, 2024. Fonte: SISAB, 2024. https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/ PARA Para a produção dos indicadores monitorados pelo SISVAN, é fundamental que algumas estratégias epidemiológicas sejam realizadas periodicamente e de forma sistemática. Essas ações são responsáveis por gerar conhecimento científico sobre a situação alimentar e nutricional da população e apoiar estudos e pesquisas na área de Alimentação e Nutrição. As Chamadas Nutricionais e os Inquéritos Populacionais Periódicos são consideradas as melhores estratégias para a captação desses dados, pois, com base nessas ações, é possível identificar prioridades e necessidades específicas da população, levando em consideração características socioeconômicas, epidemiológicas e culturais. O SUS é constituído por diversos programas, estratégias e linhas de cuidado que orientam formas de atuação e contribuem para potencializar as ações de promoção da saúde e alimentação adequada e saudável, oferecidas por profissionais e gestores. A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) deve ser contínua e fortalecida, inserida na rotina da Atenção Primária à Saúde (APS), com a participação de profissionais, gestores de todos os níveis de gestão e usuários. Sua implementação ampliada permite visibilizar os diversos territórios existentes no país e fornece instrumentos para promover, prover e defender o Direito à Alimentação Adequada e Saudável, essencial para a existência equitativa da Segurança Alimentar e Nutricional. Conforme observado no estudo de caso e na leitura do material proposto sobre a Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde e na Rede de Atenção à Saúde, é evidente que o profissional e gestor da VAN devem se posicionar no centro dessa articulação, visualizando as possibilidades e desafios que existem ao seu redor dentro do setor saúde, para enfrentar os principais agravos do território. Nesse sentido, é importante refletir sobre como garantir a execução de uma atenção à saúde de qualidade e resolutiva aos usuários do SUS, por meio de programas, políticas e ações, sejam elas setoriais ou multissetoriais, que contemplem as necessidades da população. Esperamos que este material contribua para o campo da Alimentação e Nutrição e para a sustentação da VAN. A integração contínua da Vigilância Alimentar e Nutricional na rotina da Atenção Primária à Saúde é vital para garantir que as políticas e práticas sejam adaptadas às realidades locais e culturais, promovendo o Direito à Alimentação Adequada e Saudável. O engajamento ativo dos profissionais e gestores, aliado à implementação de ações setoriais e multissetoriais, fortalecerá a capacidade do SUS de oferecer uma atenção à saúde mais equitativa e resolutiva. Portanto, é fundamental que continuemos a investir na capacitação e no aprimoramento dos sistemas de monitoramento para assegurar a eficácia das estratégias de saúde e nutrição, beneficiando assim a saúde e o bem-estar da população em todo o país. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 8 - ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE E NUTRIÇÃO PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AÇÕES LOCAIS DE ATENÇÃO NUTRICIONAL Chegamos ao final do Módulo 1 e esperamos que você tenha compreendido a importância da Vigilância Alimentar e Nutricional como ferramenta essencial para a promoção da saúde e o acompanhamento nutricional da população. Você também deve ter se familiarizado com os sistemas de informação utilizados na Atenção Básica e com a organização do fluxo de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família. No Módulo 2, vamos abordar o processo de implementação e condução dos Programas de Suplementação de Micronutrientes, como Vitamina A, Ferro e NutriSUS. Também discutiremos a alimentação regular do Sistema de Informação (e-SUS/SISAB), garantindo que você tenha uma compreensão clara desses programas importantes de saúde. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 AULA VIRTUAL Andhressa Fagundes - Gestão e Interface dos sistemas de Informação e VAN na APS Luiz Gonzaga -Importância da avaliação antropométrica e do consumo alimentar na APS Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 AULA VIRTUAL Luana Thamirys - Onde podemos desenvolver ações de VAN Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 REFERÊNCIAS ALMEIDA, ALC, Silva, LM. Indicadores de Saúde e Nutrição: Importância e Uso em Políticas Públicas. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2020. BRASIL. Ministério da Cidadania. Programa Bolsa Família: Manual de Gestão do Programa. Brasília: Ministério da Cidadania, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Matriz para organização dos cuidados em alimentação e nutrição na atenção primária à saúde [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022a. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para a organização da vigilância alimentar e nutricional na atenção primária à saúde [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde; Universidade Federal de Sergipe, 2022b. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Bolsa Família (2024). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt- br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/bolsa-familia. Acesso em 24 set. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos do SISVAN: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (2011). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_sisvan.pdf [1] Acesso em 24 set. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de alimentação e nutrição. 2. ed. Rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Alimentar e Nutricional: Uma Estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS), (2020). Disponível em: https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/. Acesso em 22 set. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes da PNAN. 2024. Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt- br/composicao/saps/pnan/diretrizes.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual operacional para uso do sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/bolsa-familia https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/bolsa-familia https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/bolsa-familia http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_sisvan.pdf https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/ https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pnan/diretrizes https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pnan/diretrizes PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022c. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Alimentar e Nutricional: Manual de Normas e Procedimentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Marco de referência de Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica. Brasília, DF: MS, 2015. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Manual do Pesquisador - Programa Bolsa Família. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social, 2018. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. MDS divulga calendário da gestão de condicionalidades de 2024, 2023. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/MDS/2_Acoes_e_Programas/Bolsa_Familia/Informes/2023/Inform e_Bolsa_Familia_N_26.pdf. Acesso em: 17 de set. 2024. CAMPOS, Daniela Souza Lima; FONSECA, Patrícia Costa. A vigilância alimentar e nutricional em 20 anos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, Supl 1, 2021. https://doi.org/10.1590/0102-311X00045821. COELHO NETO, GC; ANDREAZZA, R; CHIORO, A. Integração entre os sistemas nacionais de informação em saúde: o caso do e-SUS Atenção Básica. Revista de Saúde Pública, v. 55, 2021. COELHO, LC et al. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/SISVAN: conhecendo as práticas alimentares de crianças menores de 24 meses. Ciência & Saúde Coletiva, v. 3, 2015. REZENDE, FAVS; SOARES, MF; AC. Os sistemas de informação em saúde no Sistema Único de Saúde. In: LEANDRO, BBS; REZENDE, FAVS; PINTO, JMC (organizadores). Informações e registros em saúde e seus usos no SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2020. p. 70-117. RODRIGUES, CF; SILVA, MA. O impacto do Programa Bolsa Família na saúde da população brasileira. Cadernos de Saúde Pública, v. 10, pág. 1-10, 2018. VIEIRA, R. et al. A intersetorialidade no Programa Bolsa Família e a promoção da saúde. 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Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes como Estratégias de Prevenção às Carências Nutricionais no Âmbito da PNAN .................................................. 57 2.1 Histórico da implantação dos programas de suplementação de micronutrientes e seus objetivos (PNSVA, PNSF e Nutrisus) .................................................................................... 57 2.1.1 Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A ........................................... 57 2.1.2 Programa Nacional de Suplementação de Ferro ..................................................... 59 2.1.3 NutriSUS ................................................................................................................ 60 2.2 Como a suplementação de micronutrientes se insere nas diretrizes da PNAN como uma das estratégias da atenção nutricional nos territórios ......................................................... 61 2.3 Público prioritário de cada um dos programas nacionais de suplementação de micronutrientes .................................................................................................................. 63 2.4 Recomendações atuais referentes aos programas nacionais de suplementação de micronutrientes .................................................................................................................. 64 2.4.1 Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A ............................................ 64 2.4.2 Programa Nacional de Suplementação de Ferro ..................................................... 65 2.4.3 NutriSUS ................................................................................................................ 67 3. Ações de Prevenção e Atenção às Deficiências de Micronutrientes e a Promoção da Alimentação Adequada e Saudável ..................................................................................... 70 3.1 Estratégias para prevenção de deficiências de micronutrientes e de promoção da alimentação adequada e saudável ..................................................................................... 70 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA 3.2 Atuação da equipe para identificação do público prioritário nas atividades de rotina (consulta de pré-natal e puericultura) e busca ativa no território para a suplementação ..... 72 3.3 Ciclo de gestão e produção do cuidado no contexto das ações de cuidado e prevenção de deficiências de micronutrientes ..................................................................................... 73 3.4. Construção de planos de ação para prevenção e atenção às deficiências de micronutrientes .................................................................................................................. 76 4. Operacionalização dos Programas de Suplementação de Micronutrientes ...................... 81 4.1 Fluxo de logística: recebimento, distribuição e armazenamento .................................. 81 4.2 Importância do registro da suplementação na Caderneta da Criança ........................... 85 5. Acesso, Registro da Suplementação, Geração de Relatórios Consolidados e Monitoramento da Cobertura dos Programas de Suplementação de Micronutrientes (Vitamina A e Ferro) nos Sistemas de Informação (e-SUS/SISAB) ............................................................................... 87 5.1. Cadastro dos profissionais no e-SUS ........................................................................... 87 5.2 Passo a passo para o registro de dados de administração de vitamina A e dispensação de ferro e ácido fólico no e-SUS ............................................................................................... 89 5.3. Passo a passo para a geração de relatórios de dados de administração de vitamina A e dispensação de ferro e ácido fólico no e-SUS/SISAB ............................................................ 93 Retomando o estudo de caso ............................................................................................ 105 Aula Virtual ...................................................................................................................... 107 Referências ...................................................................................................................... 109 Módulo 03: Promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável (PAAS): Políticas públicas, ações programáticas e estratégias de PAAS ....................................................... 114 Despertando o Interesse ................................................................................................... 115 Estudo e Caso: Promoção da Alimentação Adequada e Saudável em Vila Esperança ......... 116 1.Conceituando a Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) ....................... 117 2.Educação Alimentar e Nutricional como Estratégia para o Cuidado na Promoção da Alimentação Adequada e Saudável ................................................................................... 122 3. Guias Alimentares como Instrumentos Oficiais de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável no Brasil ............................................................................................................ 126 3.1 Histórico da Construção do Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) e do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos .................................................... 126 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA 3.2 Princípios e principais informações presentes nos Guias Alimentares ........................ 128 4. Ferramentas úteis que podem ajudar no dia a dia com as ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) relacionadas ao guia alimentar ............................................................. 133 4.1. Instrumento iconográfico do Guia Alimentar ............................................................ 133 4.2. Aprendendo a desvendar os rótulos ......................................................................... 134 4.3. Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos .................................... 135 4.4. Por que é importante planejar e avaliar as ações de PAAS? ...................................... 137 4.5. Importância do Guia Alimentar como orientador de políticas públicas ...................... 138 5. Como as informações dos protocolos de uso dos guias alimentares para a população brasileira podem subsidiar a prática profissional nas ações de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável? ...................................................................................................... 143 Estudo de Caso: discussão final e aplicação do conteúdo do módulo ................................. 153 Considerações Finais ......................................................................................................... 154 Aula Virtual ...................................................................................................................... 155 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 157Módulo 04: Políticas e Ações de Prevenção e Controle do Sobrepeso e Obesidade ............ 159 Despertando o Interesse ................................................................................................... 160 Estudo de Caso: ................................................................................................................ 161 1. Cenário Epidemiológico Nacional e Estadual do Sobrepeso e Obesidade ....................... 161 1.1 Interface das ações de promoção da saúde e prevenção do sobrepeso e obesidade com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição .................................................................. 164 2. Estratégias de Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade nas Redes de Atenção à Saúde (RAS) ...................................................................................................................... 169 3. Organização da Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade (LCSO) no SUS ................. 184 4. Programas e Ações de Prevenção e Cuidado ao Sobrepeso e Obesidade Infantil ............ 191 5.Ampliação das Ações Intersetoriais com Repercussão Positiva na Prevenção e Enfrentamento do Sobrepeso e Obesidade ....................................................................... 197 6. Atualização da Linguagem para Obesidade e outras Condições Crônicas de Saúde ......... 205 7. Ações de Promoção da Saúde Pautadas na Autonomia e no Empoderamento do Indivíduo ......................................................................................................................................... 208 Aula Virtual ...................................................................................................................... 222 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA Referências ....................................................................................................................... 224 Módulo 05: Desnutrição e Insegurança Alimentar e Nutricional (InSAN) no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) ........................................................................................ 236 Despertando o Interesse ................................................................................................... 237 Estudo de Caso ................................................................................................................. 238 1. Conceito, Determinantes e Condicionantes da Situação de InSAN no Âmbito Nacional e Estadual ........................................................................................................................... 242 2. Segurança Alimentar e Nutricional: Perspectiva da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e do Brasil ...................................................................... 245 3. Determinantes da Insegurança Alimentar e Nutricional ................................................. 247 4. Segurança Alimentar e Nutricional: Cenário Mundial e Nacional ................................... 248 5. Diferentes Agravos Relacionados à Má Alimentação: Desnutrição, Carências Nutricionais, Excesso de Peso e Obesidade ............................................................................................ 250 6. Interface das Ações de Segurança Alimentar e Nutricional com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Diretrizes: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9 da PNAN) ........................................ 253 7. A APS como Espaço Fundamental para Identificação e Prevenção de Agravos e seus Fatores Determinantes para a InSAN ............................................................................................. 256 7.1. Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional (Mapa InSAN) ......................... 259 7.2. Estratégias para respeitar, proteger e efetivar a SAN e o DHAA na APS ...................... 260 8. Qualificação e Organização do Cuidado no Âmbito da APS: Diagnóstico e Vigilância Alimentar e Nutricional .................................................................................................... 263 9. Instrumento de Triagem para Risco de Insegurança Alimentar na APS (TRIA) ................ 271 10. Ações intersetoriais: Reconhecendo as Potencialidades do Território, Programas, Ações e Estratégias com vistas ao Planejamento Integrado e Articulado ........................................ 278 Retomando ao estudo de caso .......................................................................................... 284 Aula Virtual ...................................................................................................................... 286 Referências ....................................................................................................................... 289 Módulo 06: Financiamento e Gestão da Política Nacional de Alimentação e Nutrição ....... 294 Despertando o Interesse ................................................................................................... 295 Estudo de Caso ................................................................................................................. 296 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS PARA 1. Orçamento e Financiamento do SUS: Gestão dos Fundos de Saúde e Blocos de Financiamento.................................................................................................................. 297 2. Conhecendo as Referências Legais que Orientam o Financiamento e Execução dos Recursos Financeiros para as Ações de Alimentação e Nutrição ....................................................... 300 3. Financiamento e Planejamento na Gestão das Ações Contempladas nas Diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição - Diretrizes 1 a 9 - Financiamento das Ações de Alimentação e Nutrição (FAN) ........................................................................................... 303 3.1 Financiamento Tripartite no SUS ............................................................................... 303 3.2 Financiamento das Ações de Alimentação e Nutrição ................................................ 306 4. Repasse, Utilização e Consulta (Portal FNS) do Recurso Financeiro ............................... 315 5. A Inserção e Monitoramento das Ações, suas Metas e Indicadores Planejados nos Instrumentos de Planejamento do SUS ............................................................................. 316 6. Processo de Monitoramento do Repasse e Execução do Incentivo Financeiro ................ 327 Aula Virtual ...................................................................................................................... 330 Referências ....................................................................................................................... 331 Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS Alimentação e Nutrição do SUS Curso de atualização nos programas, sistemas e ações estratégicas na área de Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 DESPERTANDO O INTERESSE Objetivos de Aprendizagem: Compreender a importância e abrangência da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN); Conhecer o processo de inserção dos dados e a interface dos Sistemas de Informação da Atenção Básica; Promover a organização do fluxo de acompanhamento das Condicionalidades da Saúde do Sistema do Programa Bolsa Família. Ambientação do Módulo: Olá, seja bem-vindo(a) ao módulo 1 do Curso de Atualização nos Programas, Sistemas e Ações Estratégicas na área de Alimentação e Nutrição do SUS. Neste módulo, abordaremos: Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde; Registro das informações e acesso aos relatórios de dados de vigilância alimentar enutricional na atenção básica: estado nutricional e consumo alimentar; Avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população nos serviços de saúde em todas as fases da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes); Registro dos dados da população atendida, com destaque para os beneficiários do Programa Bolsa Família; Monitoramento dos indicadores de alimentação e nutrição; Interoperabilidade dos Sistemas de Informações em Saúde (SIS) disponíveis no SUS; Estratégias de produção de indicadores de saúde e nutrição para orientar a formulação de políticas públicas e ações locais de atenção nutricional. Para sua completa aprendizagem é importante assistir à(s) videoaula(s), fazer a leitura do material complementar, e responder o exercício de fixação do módulo. Ao final deste módulo, espera-se que você tenha a capacidade de identificar a importância da Vigilância Alimentar e Nutricional, tendo uma ampla visão relativa aos Sistemas de Informação em Saúde, assim como a inserção dos dados no mesmo. Também é esperado que você compreenda a importância de inserir os dados relativos a Vigilância Alimentar e Nutricional nos Sistemas de Informação em Saúde na periodicidade preconizada, entendendo a importância de que isso aconteça para a melhor organização do componente alimentação de nutrição na atenção primária à saúde, fazendo com que o propósito e princípios dispostos na Política Nacional de Alimentação e Nutrição sejam observados na sua plenitude neste nível de atenção à saúde que é a porta de entrada do usuário na rede de atenção brasileira. Bom estudo! Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde 01 MÓDULO ESTUDO DE CASO: IMPLEMENTAÇÃO DA VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO CAMINHOS DA ESPERANÇA PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 O município de Caminhos da Esperança enfrenta desafios significativos relacionados à má nutrição e ao perfil alimentar da população. Profissionais de saúde têm identificado um elevado número de casos de obesidade infantil e desnutrição em idosos, além do crescente consumo de alimentos ultraprocessados. Isso pode estar impactando as alterações no perfil epidemiológico da população nos últimos anos, especialmente no que diz respeito ao aumento de diagnósticos de doenças crônicas não transmissíveis relacionadas à alimentação. Entretanto, tanto os profissionais de saúde quanto os gestores do município enfrentam dificuldades na definição de estratégias para reverter esse panorama. Essa situação se deve ao fato de que a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária à Saúde (APS) não está sendo realizada de maneira adequada, especialmente no que se refere à inserção de dados nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Diante dessa realidade, gestores e profissionais dos serviços de saúde decidiram planejar objetivos de curto prazo para reverter essa situação. Os objetivos planejados estão descritos abaixo. Objetivos: Fortalecer as ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) já executadas no município e implantar novas estratégias integradas às iniciativas da Atenção Primária à Saúde; Realizar processos de educação permanente para os profissionais; Estruturar as Unidades Básicas de Saúde para que a aferição dos dados antropométricos seja realizada de maneira adequada; Contratar profissionais que realizam periodicamente o monitoramento dos dados nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), consolidando os resultados e produzindo relatórios; Monitorar indicadores-chave da VAN para observar tendências de modificação do perfil alimentar e nutricional, permitindo intervenções prioritárias e estratégicas; Desenvolver estratégias de intervenção baseadas em evidências para melhorar o perfil alimentar e nutricional da população. Para atender a esses objetivos, alguns processos foram estabelecidos: Qualificação dos Profissionais: Capacitar os profissionais responsáveis pelo processo de VAN, enfatizando a importância do registro no e-SUS de todos os dados necessários para a migração entre os SIS. PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Coleta de Dados: Capacitar os profissionais de saúde para registrar dados alimentares e nutricionais de pacientes durante consultas regulares. Análise de Dados: Utilizar ferramentas de análise para identificar padrões, como a prevalência de obesidade, consumo de alimentos não saudáveis e deficiências nutricionais. Intervenções: Desenvolver programas educativos, incentivar a alimentação saudável, proporcionar acompanhamento nutricional individualizado e encaminhar para serviços especializados, quando necessário. Após um ano da implementação do processo de melhoria da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), foram observados os seguintes resultados no município: Fortalecimento da VAN: Maior inserção de dados dos usuários da Atenção Primária à Saúde (APS). Aumento de Registros: Crescimento no número de registros do estado nutricional e do consumo alimentar dos usuários no SISVAN. Análise de Grupos Populacionais: Identificação dos grupos e das regiões do município mais afetados por problemas nutricionais. Padrão de Consumo Alimentar: Verificação da população com os piores indicadores nutricionais apresentava também maior índice de doenças crônicas não transmissíveis. Estratégias Específicas: Início da implementação de estratégias nas regiões com piores indicadores de má nutrição, integrando ações relacionadas não apenas aos serviços de saúde, mas também às escolas. Alinhamento da Equipe: Conscientização de toda a equipe de saúde da APS sobre a importância de realizar a VAN adequadamente e de inserir os dados nos SIS. Educação Alimentar e Nutricional: Implementação de estratégias de educação alimentar e rastreamento de usuários da APS que se enquadram no perfil para inserção no Programa Bolsa Família, em articulação com os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para encaminhamento e cadastro no sistema CADÚNICO. Conclusão: O relato das ações desenvolvidas no município de Caminhos da Esperança demonstra a importância de uma compreensão ampliada e articulada da VAN por toda a rede de saúde. Em longo prazo, é possível perceber que o município tende a melhorar seu perfil alimentar e epidemiológico. Assim, fica evidente que a incorporação de estratégias bem planejadas, juntamente com o engajamento da comunidade e a colaboração entre os profissionais de saúde, é fundamental para o sucesso dessas iniciativas. PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Implicações Práticas: Replicabilidade do Modelo: O modelo pode ser replicado em outras regiões que enfrentam desafios semelhantes. Investimentos em Capacitação: É necessário realizar investimentos contínuos na capacitação de profissionais de saúde e estruturar as ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) em longo prazo. A partir do estudo do caso mencionado, vamos explorar como se dá a organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde e na Rede de Atenção à Saúde. ORGANIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 1. Você sabe o que é a Vigilância Alimentar e Nutricional e para que ela serve? Fonte: Brasil, 2022a. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) consiste na avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes. Esse processo de vigilância é fundamental para alcançar os principais objetivosda Atenção Primária à Saúde (APS), sendo parte fundamental do processo de vigilância em saúde. Ele visa organizar a atenção nutricional, conforme previsto na Lei nº 8.080/1990, que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) (Brasil, 2015). A Atenção Nutricional abrange os cuidados relacionados à alimentação e nutrição, focando na promoção e proteção da saúde, na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de agravos. Deve estar integrada às demais ações de atenção à saúde do SUS, beneficiando indivíduos, famílias e comunidades, e contribuindo para a formação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (Brasil, 2013). Em outras palavras, a Atenção Nutricional refere-se ao conjunto de cuidados em alimentação e nutrição oferecidos em associação a outros serviços de saúde, garantindo uma atenção integral à saúde no SUS (Brasil, 2022a). Atenção! A Vigilância Alimentar e Nutricional é uma prática transversal na APS, de responsabilidade de todos os profissionais que compõem a equipe de saúde. Sua realização é extremamente importante para monitorar o estado nutricional e hábitos alimentares da população, permitindo que os profissionais de saúde atuem de maneira mais direcionada às necessidades identificadas. O objetivo da VAN está relacionado à produção de informações que melhor demonstram o panorama nutricional da população, permitindo que os gestores e profissionais de saúde tomem decisões mais focadas nas necessidades da população (Brasil, 2022b). Para auxiliar nesse processo, o Ministério da Saúde desenvolveu a Matriz para Organização dos Cuidados em Alimentação e Nutrição na Atenção Primária à Saúde, com o intuito de reunir em um único documento as recomendações necessárias para organizar de forma sistemática os processos relacionados aos cuidados em Alimentação e Nutrição na APS (Figura 1). Quer conhecer mais sobre a Matriz para Organização dos Cuidados em Alimentação e Nutrição na Atenção Primária à Saúde? Acesse o link (https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1370218) e veja o documento na íntegra. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1370218 Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 1 - Conjunto de cuidados em Alimentação e Nutrição que compõem a Atenção Nutricional no SUS. Fonte: Brasil, 2022a. São propostos 10 objetivos para nortear a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), os quais estão descritos na Figura 2. Para a efetivação desses objetivos, é necessária a qualificação dos dados coletados e o registro adequado no e-SUS APS. Os dados coletados no território são registrados no e-SUS APS, incluindo dados antropométricos e marcadores de consumo alimentar, oriundos de atendimentos individuais e/ou atividades coletivas realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos domicílios e em equipamentos sociais presentes no território. Esses dados integram os relatórios do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), possibilitando o monitoramento e a avaliação da situação nutricional e alimentar da população brasileira. No SISVAN, os dados antropométricos e de consumo alimentar podem ser acessados por meio dos relatórios públicos de monitoramento (Campos et al., 2021; Brasil, 2022b). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 2 - Dez objetivos da Vigilância Alimentar e Nutricional 01 Detectar e prever situações de risco alimentar e nutricional, bem como suas tendências temporais. 02 Conhecer agravos alimentares e nutricionais de forma precoce. 03 Intervir, de forma imediata, nos agravos e nos distúrbios de alimentação e nutrição da população. 04 Orientar adequadamente tanto os profissionais quanto a população para a implantação e participação nas linhas de cuidado e na Rede de Atenção Saúde. 05 Conhecer a evolução e o prognóstico dos agravos nutricionais, estimado a gravidade, a periodicidade de reincidências e os melhores caminhos para superação deles. 06 Fornecer informações para o planejamento e a formulação de ações, programas e políticas governamentais correlatos à alimentação e à nutrição. 07 Monitorar e avaliar os programas e as políticas sociais relacionados à alimentação e à nutrição. 08 Avaliar eficácia, efetividade e eficiência de procedimentos e medidas de controle no tratamento de pessoas acometidas por agravos nutricionais. 09 Produzir informações que inferem sobre a disponibilidade, a qualidade e a quantidade de alimentos. 10 Gerar conhecimento sobre os determinantes dos principais agravos nutricionais. Fonte: Brasil, 2022b. Adaptado de Morais et al., 2014; Engstron, 2002; Silva; Engstron; Zaborowisk, 2002. Para que a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) seja realizada de maneira correta e assertiva, é necessária a execução de uma série de etapas. A primeira etapa diz respeito à avaliação do estado nutricional, que envolve a coleta de dados antropométricos, incluindo a aferição de peso e estatura, além da avaliação do consumo alimentar. É fundamental prestar atenção à forma correta de realizar a pesagem e a aferição da estatura, especialmente em crianças menores de 2 e maiores de 2 anos de idade, conforme pode ser observado na Figura 3. Você também pode acessar, por meio dos seguintes links, vídeos que demonstram de maneira mais detalhada o processo de aferição do peso e da estatura: [menores de 2 anos: link vídeo] e [maiores de 2 anos: link vídeo]. No que diz respeito à avaliação do consumo alimentar, esse procedimento deve ser realizado por meio da aplicação dos marcadores de avaliação do consumo alimentar. As perguntas presentes na ficha diferem conforme a faixa etária dos usuários. Para as crianças menores de 6 meses de idade, é avaliada a prática do aleitamento materno exclusivo. No caso das crianças de 6 a 23 meses, os itens avaliados visam verificar o aleitamento materno continuado, a introdução alimentar, focando na quantidade de vezes que os alimentos estão sendo ofertados, na textura e nos grupos alimentares mais presentes na alimentação da criança. Para as crianças com 2 anos de idade ou mais, além de adolescentes, adultos, idosos e gestantes, são identificadas práticas alimentares adequadas e saudáveis. Para mais detalhes sobre a avaliação do consumo alimentar utilizando os marcadores, consulte a Figura 4. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 3 - Como realizar aferição de peso e estatura, de acordo com a idade. Fonte: Brasil, 2022a. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 4 - Como realizar aferição de peso e estatura, de acordo com a idade. Fonte: Brasil, 2022a. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 5 - Como avaliar a alimentação por meio dos marcadores de consumo alimentar. Fonte: Brasil, 2022a. Após esta etapa, é necessário realizar o registro das informações no Sistema de Informação em Saúde (SIS), o que é fundamental para a continuidade do Ciclo de Gestão e Produção do Cuidado (Figura 6). É por meio dessa etapa que os dados de cada usuário serão transformados em dados coletivos. Para melhor orientar os profissionais da APS, o Ministério da Saúde desenvolveu um manual de uso do sistema com o prontuário eletrônico do cidadão, que pode ser acessado por meio deste link (https://saps-ms.github.io/Manual-eSUS_APS/docs/PEC). https://saps-ms.github.io/Manual-eSUS_APS/docs/PEC Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 6 - Ciclo de Gestão e Produção do Cuidado. Fonte: Brasil,2015. Posteriormente, esses dados podem ser acessados por meio de relatórios públicos acessíveis para toda a população, gerando diagnósticos de abrangência local (Unidade de Saúde da Família/Unidade Básica de Saúde) até a nacional. Assim, a partir da análise desses dados são geradas informações que vão subsidiar a tomada de decisões, dimensionando os recursos – sejam humanos, físicos ou financeiros – para a execução da etapa subsequente, que é a implementação da ação de intervenção mais adequada ao cenário e às necessidades da população, seja de forma individual ou coletiva, conforme visto na Figura 5 do Guia para a Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde (Brasil, 2022b). Em 2022, foi elaborado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Sergipe (UFS), o Guia para a Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde. O objetivo deste guia é orientar profissionais e gestores de saúde da APS na realização das ações de Vigilância Alimentar e Nutricional. Você pode acessar o Guia na íntegra através do seguinte link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_organizacao_vigilancia_alimentar_nutricio nal.pdf https://www.youtube.com/watch?v=C5DQaYnqfDQ https://www.youtube.com/watch?v=C5DQaYnqfDQ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_organizacao_vigilancia_alimentar_nutricional.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_organizacao_vigilancia_alimentar_nutricional.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_organizacao_vigilancia_alimentar_nutricional.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_organizacao_vigilancia_alimentar_nutricional.pdf Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 7 - Como realizar aferição de peso e estatura, de acordo com a idade. Fonte: Brasil, 2022a. É importante salientar que, para que todas essas etapas sejam realizadas, é necessário que ocorra um fluxo padronizado. Esse fluxo se inicia com a coleta dos dados e vai até a etapa final, que diz respeito à divulgação dos resultados obtidos, abrangendo desde o diagnóstico inicial até a efetividade das ações propostas. O fluxo de informações da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) está descrito na Figura 6. O ponto de partida desse processo é a avaliação nutricional, que tem como um de seus componentes a avaliação antropométrica. Para realizar a antropometria de um indivíduo ou grupo populacional, é necessária a disponibilidade de equipamentos adequados que permitam a aferição das medidas de toda a população, independentemente da fase da vida. Entre os equipamentos essenciais estão a balança pediátrica e de plataforma, o infantômetro, o estadiômetro e a fita métrica inelástica. Esses equipamentos são utilizados para a aferição de peso, estatura, perímetros cefálico e da panturrilha, além da circunferência da cintura. Com essas informações, é possível calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), um parâmetro de avaliação nutricional amplamente utilizado. Vale destacar que, por meio desse parâmetro, é possível avaliar o estado nutricional da gestante, identificando não apenas seu estado nutricional, mas também a evolução do ganho de peso gestacional. A avaliação alimentar e nutricional abrange a coleta dos dados antropométricos e do consumo alimentar. No que diz respeito à avaliação antropométrica, os dados a serem coletados dependem da idade do indivíduo e da fase da vida. Além disso, de acordo com a idade e a fase da vida, diferentes índices antropométricos são calculados para realizar o diagnóstico nutricional, como pode ser observado na Figura 7. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 8 - Índices antropométricos para realizar o diagnóstico nutricional, de acordo com a idade e fase da vida. Fonte: Brasil, 2022a. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 9 - Periodicidade preconizada para realizar a avaliação do estado nutricional da população brasileira. Quando começam e como realizar a avaliação antropométrica e do consumo alimentar? Assim como mencionado nas etapas que compreendem a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), é necessário realizar o processo de avaliação antropométrica e do consumo alimentar de maneira adequada e contínua, levando em consideração o ciclo de vida do indivíduo que está sendo avaliado. Para isso, é preconizada uma periodicidade mínima para a coleta dos dados, conforme observado na Figura 9. Para auxiliar nesses processos, o Ministério da Saúde desenvolveu documentos com orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde e para avaliação de marcadores de consumo alimentar na Atenção Básica. Fonte: Brasil, 2017. Para que a avaliação do consumo alimentar seja realizada, deve ser utilizado o formulário dos marcadores de consumo alimentar do SISVAN. A partir desse instrumento, é possível identificar o consumo e o comportamento alimentar do indivíduo ou da população, avaliando as práticas alimentares que estão relacionadas aos marcadores de alimentação adequada e saudável, como feijão, frutas frescas, verduras e legumes, ou não saudável, como hambúrgueres, embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, biscoitos salgados, biscoitos recheados, doces e guloseimas. Com essas informações, é possível realizar orientações nutricionais de maneira mais específica, que podem ser implementadas utilizando como ferramenta o Guia Alimentar para a População Brasileira (Brasil, 2014) e o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (Brasil, 2019). Os protocolos de utilização desses guias estão disponíveis e podem ser conferidos no Módulo 3 do curso. Crianças até 2 anos de idade Crianças até 2 à 10 anos de idade Adolescentes, adultos e idosos Gestantes A avaliação do acompanhamento nutricional e dos marcadores do consumo alimentar deve ser realizada aos 15 dias de vida, 1,2,4,6,9,12,18 e 24 meses. No mínimo, 1 registro de acompanhamento nutricional e dos marcadores de consumo alimentar por ano. Realizar, no mínimo, 1 avaliação do acompanhamento nutricional e dos marcadores do consumo alimentar por ano. No mínimo, 1 vez durante a gestação devem ser realizadas a avaliação do acompanhamento. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/parametros-para-avaliacao-nutricional https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/parametros-para-avaliacao-nutricional https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar-melhor/Documentos/pdf/guia-alimentar-para-criancas-brasileiras-menores-de-2-anos.pdf/view Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 O que é alimentação adequada e saudável? Existem algumas definições utilizadas para definir uma alimentação adequada e saudável. De acordo com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN): E segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira: Entende-se por alimentação adequada e saudável a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. Ou seja, deve estar em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais; referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade; baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis com quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e biológicos(Brasil, 2013). A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis (Brasil, 2014). 2. ABORDAGEM DA VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL ENQUANTO DIRETRIZ DA POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (DIRETRIZ 3 DA PNAN) Neste módulo, vamos conhecer a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e entender sua importância para o campo da Alimentação e Nutrição no SUS. A PNAN foi aprovada em 10 de junho de 1999 (Brasil, 2008) e atualizada em 2011, a partir de um processo participativo que levou em consideração de maneira mais abrangente as necessidades da população (Brasil, 2013). A PNAN é essencial para a estruturação adequada não só da Atenção Primária à Saúde (APS), mas de todos os níveis de atenção à saúde. Vale destacar que a PNAN apresenta um propósito bem estabelecido, além de princípios e diretrizes que facilitam sua compreensão e implementação (Quadro 1 e Figura 10). Dentre as diretrizes da PNAN, a terceira, que aborda a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), norteia o processo de monitoramento, organização e gestão dos cuidados em alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde. Por meio da VAN, é possível identificar tendências de mudanças no estado nutricional da população, além de seus determinantes, permitindo intervenções que modifiquem o panorama observado (Brasil, 2015). Propósito A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Princípios Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde. Respeito à diversidade e à cultura alimentar. Fortalecimento da autonomia dos indivíduos. Determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição. Segurança alimentar e nutricional com soberania. A VAN é uma ferramenta potente que apoia todos os profissionais da APS na avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar da população, além do planejamento de intervenções com base nas observações realizadas, tanto de forma individual quanto coletiva (Brasil, 2022b). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Quadro 1 - Propósito e Princípios da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Fonte: Brasil, 2013. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Figura 11 – Diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Fonte: Ministério da Saúde, 2024. Leia na íntegra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, acessando o link abaixo: https://alimentacaosaudavel.org.br/biblioteca/publicacoes/politica-nacional-de-alimentacao-e- nutricao-pnan/7367/ 3. REGISTRO DOS DADOS: ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR O Ministério da Saúde preconiza que seja realizado o registro de dados nutricionais no e-SUS APS que contemple todos os grupos populacionais. Isso se deve ao fato de que, no Brasil, as diferentes formas de má nutrição, assim como a insegurança alimentar e nutricional, afetam todas as fases do ciclo da vida, variando em magnitude. Para um melhor monitoramento do estado nutricional, são recomendadas avaliações periódicas, por meio da avaliação antropométrica e do consumo alimentar da população. Além disso, é necessário registrar na ficha de acompanhamento individual do e-SUS, no campo "Problema/condição avaliada", a condição de obesidade, no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. Esse registro é de extrema importância devido às repercussões relacionadas à saúde que a obesidade pode causar, apresentando-se como um desafio para os profissionais inseridos na APS (Brasil, 2022c). Os procedimentos, desde o login no e-SUS até a inserção dos dados no sistema, podem ser conferidos no vídeo produzido pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. https://alimentacaosaudavel.org.br/biblioteca/publicacoes/politica-nacional-de-alimentacao-e-nutricao-pnan/7367/ https://alimentacaosaudavel.org.br/biblioteca/publicacoes/politica-nacional-de-alimentacao-e-nutricao-pnan/7367/ https://www.youtube.com/watch?v=S14hbmq2emE&list=PLR3_tmYi7H3zzln1gRy7iLdTkBC0VZgt2&index=7 Os dados antropométricos e de consumo alimentar também podem ser coletados por meio de atividades coletivas. Com a realização desse tipo de atividade, os dados serão inseridos no e-SUS na ficha de atividade coletiva, que está dentro da opção de Coleta de Dados Simplificada (CDS). Dessa forma, é cadastrada a ação que foi realizada, assim como os profissionais envolvidos na atividade. Vale ressaltar que, para que esse processo ocorra de maneira adequada, é fundamental realizar a qualificação dos dados inseridos nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Isso significa que o processo de coleta, avaliação e análise das informações deve ser feito de modo a garantir que os dados reflitam a realidade da população. Como já mencionado no Tópico 1 deste módulo, em 2016, os dados do SISVAN foram integrados à Estratégia e-SUS Atenção Básica e ao Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde (Campos; Fonseca, 2021). Assim, a qualificação dos dados inseridos é essencial, dada a interface com outros sistemas fundamentais para cuidados de saúde, resultando na melhoria da qualidade do serviço ofertado à população. Portanto, destaca-se a importância da coleta e o registro de todos os dados no e-SUS, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Para auxiliar no processo de educação permanente dos profissionais de saúde da APS em relação aos recursos disponíveis no e-SUS, diversos cursos são disponibilizados no Educa e-SUS APS. Antes de inserir os dados no sistema, é necessário registrar o atendimento nas Fichas de Atendimento Individual, de Atividade Coletiva, de Visita Domiciliar/Territorial e na Ficha de Marcador de Consumo Alimentar do e-SUS/SISAB. Nessas fichas, é obrigatório informar o número do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do serviço em que o indivíduo está sendo atendido, além de inserir a equipe de saúde responsável, a microárea em que reside e o local de atendimento. Essas informações são fundamentais para a produção de relatórios mais específicos. Também é necessário informar corretamente o CPF ou o Cartão Nacional de Saúde do indivíduo, garantindo a migração de dados entre os sistemas. O Ministério da Saúde orienta que se priorize o número do CPF. Em seguida, devem ser informados os dados antropométricos relativos ao peso e à estatura. No caso de crianças menores de 2 anos de idade, deve-se também inserir o peso ao nascer, e, para gestantes, a data da última menstruação. Na sequência, deverão ser inseridos dados sobre a presença de alguma doença e o tipo de acompanhamento que está sendo realizado. Por fim, devem ser preenchidos os dados relativos ao consumo alimentar. Com todas essas informações inseridas, é possível gerar relatórios específicos sobre o estado nutricional e o consumo alimentar, além de um mapa de acompanhamento ao longo do tempo. Essa avaliação ocorrerá por meio dos marcadores de consumo alimentar, que variam de acordo com a idade do indivíduo. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 https://www.youtube.com/watch?v=TmFnmXSGnZAhttps://www.youtube.com/watch?v=TmFnmXSGnZA https://educaesusaps.medicina.ufmg.br/ Antes de inserir os dados no sistema, é necessário registrar o atendimento nas Fichas de Atendimento Individual, de Atividade Coletiva, de Visita Domiciliar/Territorial e na Ficha de Marcador de Consumo Alimentar do e-SUS/Sisab. Nessas fichas, é obrigatório informar o número do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do serviço em que o indivíduo está sendo atendido, além de inserir a equipe de saúde responsável, a microárea em que reside e o local de atendimento. Essas informações são fundamentais para a produção de relatórios mais específicos. Também é necessário informar corretamente o CPF ou o Cartão Nacional de Saúde do indivíduo, garantindo a migração de dados entre os sistemas. O Ministério da Saúde orienta que se priorize o número do CPF. Em seguida, devem ser informados os dados antropométricos relativos ao peso e à estatura. No caso de crianças menores de 2 anos de idade, deve-se também inserir o peso ao nascer, e, para gestantes, a data da última menstruação. Na sequência, deverão ser inseridos dados sobre a presença de alguma doença e o tipo de acompanhamento que está sendo realizado. Por fim, devem ser preenchidos os dados relativos ao consumo alimentar. Com todas essas informações inseridas, é possível gerar relatórios específicos sobre o estado nutricional e o consumo alimentar, além de um mapa de acompanhamento ao longo do tempo. Essa avaliação do consumo alimentar é realizada por meio dos marcadores, que variam de acordo com a idade do indivíduo. Ficha de atendimento Individual: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/do cs/Ficha_de_Atendimento_Individual.pdf Ficha de atividade coletiva: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/do cs/ficha_atividade_coletiva_v3_2.pdf Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 SAIBA COMO REGISTRAR OS DADOS NO E-SUS Atenção! É importante atentar para as informações básicas de preenchimento disponíveis na ficha do e- SUS. O preenchimento completo é fundamental para garantir a migração dos dados entre os sistemas. Ficou curioso para saber como são os instrumentos utilizados para a coleta de dados durante o atendimento individual, atividades coletivas, visitas domiciliares e territoriais, assim como na avaliação de consumo alimentar? Você pode acessar todos esses instrumentos nos links abaixo! https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Atendimento_Individual.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Atendimento_Individual.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Atendimento_Individual.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/ficha_atividade_coletiva_v3_2.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/ficha_atividade_coletiva_v3_2.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/ficha_atividade_coletiva_v3_2.pdf Isso visa otimizar o trabalho dos profissionais de saúde e aperfeiçoar a rede de informação (Rezende et al., 2020; Coelho Neto et al., 2021). Percebe-se que essa estratégia vem cumprindo seu objetivo, uma vez que o e-SUS já está integrado a inúmeros SIS, incluindo o SISVAN e o Sistema de Informação em Saúde do Programa Bolsa Família, fortalecendo assim a VAN na APS. Esse informativo disponibilizado pelo Ministério da Saúde destaca o fluxo de migração dos dados entre os SIS. É importante notar que existem prazos para que os dados migrem entre os sistemas, até que a consolidação dos mesmos possa ser realizada. Ficha de visita domiciliar e territorial: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/do cs/Ficha_de_Visita_Domiciliar_e_Territorial.pdf Marcadores de consumo alimentar: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/fil e/ficha_marcadores_alimentar.pdf Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) desempenham um papel fundamental no aprimoramento das políticas e ações estratégicas de saúde no Brasil. Através de relatórios gerenciais, é possível observar o panorama da situação epidemiológica da população, permitindo intervenções mais eficientes. Para evitar a fragilidade dos dados referentes à Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), disponíveis nos SIS, os profissionais de saúde, no momento da coleta de dados, devem avaliar todos os parâmetros antropométricos preconizados, assim como os marcadores de consumo alimentar. Como forma de aprimorar os sistemas de informação da Atenção Primária à Saúde (APS), em 2013, o Ministério da Saúde lançou a Estratégia e- SUS APS (e-SUS APS), tendo como um dos principais objetivos a integração entre os SIS, unificando suas interfaces de captação de dados. Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 4. INTEROPERABILIDADE DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) DISPONÍVEIS NO SUS Fonte: Brasil, 2022a. https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Visita_Domiciliar_e_Territorial.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Visita_Domiciliar_e_Territorial.pdf https://sisaps.saude.gov.br/esus/upload/docs/Ficha_de_Visita_Domiciliar_e_Territorial.pdf https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/ficha_marcadores_alimentar.pdf https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/ficha_marcadores_alimentar.pdf https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/ficha_marcadores_alimentar.pdf A Estratégia e-SUS APS, instituída pela Portaria MS/GM nº 1.412, de 10 de julho de 2013, é uma forma de instrumentalizar a coleta de dados na Atenção Primária à Saúde (APS) para envio à base nacional, reunindo informações que garantem a continuidade do cuidado prestado aos usuários. Seus objetivos incluem: Promoção do avanço tecnológico dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), otimizando a captação de dados da APS; Qualificação do monitoramento e avaliação das ações da APS; Aprimoramento das ferramentas utilizadas por trabalhadores e gestores nas ações de cuidado e gestão na APS; Promoção da integração e interoperabilidade com outros SIS; Reestruturação das formas de coleta, processamento, validação e uso de informações em saúde na APS; Captação de dados para subsidiar o financiamento e a adesão aos programas e estratégias da APS; Você pode acessar um vídeo explicativo sobre a realização do cadastro dos usuários no e- SUS AB através deste link: Informações em Saúde: e-SUS AB - Cadastro do Cidadão - Ep. 7. No que diz respeito ao SISVAN, este é o sistema responsável por condensar as informações sobre o estado nutricional e os marcadores de consumo alimentar da população atendida na APS. O SISVAN é de fundamental importância, especialmente para o monitoramento da situação alimentar e nutricional da população, principalmente em crianças nos primeiros anos de vida. Isso porque ele é considerado o principal indicador de saúde dessa população, refletindo as condições ambientais às quais estão expostas, como o tipo de alimentação, adoecimento, condições de moradia e saneamento básico (Coelho et al., 2015). Com relação ao Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SIGPBF), este é o SIS específico para o acompanhamento das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família (PBF). O PBF é o maior programa de transferência direta de renda com condicionalidades do Brasil, com o propósito de articular-se a outras políticas, promovendo a superação da pobreza e a transformação social das famílias beneficiárias (Ministério da Saúde, 2024). Dentre as condicionalidades do PBF, destacam-se aquelas relacionadas à saúde, como o cumprimento do calendário nacional de vacinação, a realização do acompanhamento do estado nutricional por meio da aferição de peso e altura dos beneficiários menores de 7 anos de idade, e a realização do pré-natal para as beneficiárias gestantes(Ministério do Desenvolvimento Social, 2023). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Quer saber mais a respeito do Programa Bolsa Família? Acesse o link abaixo para conferir as perguntas mais frequentes sobre um dos maiores programas de transferência direta de renda com condicionalidades do mundo: https://bfa.saude.gov.br/public/file/faq_bfa.pdf https://www.youtube.com/watch?v=5FHsqbCnnDQ https://www.youtube.com/watch?v=5FHsqbCnnDQ https://bfa.saude.gov.br/public/file/faq_bfa.pdf PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Diante do exposto, percebe-se que esses Sistemas de Informação em Saúde (SIS) apresentam informações correlacionadas, justificando a necessidade de sua integração. Após essa etapa, espera-se que, com o tempo, as informações em saúde sejam cada vez mais robustas, subsidiando decisões mais assertivas que impactem positivamente a saúde e a qualidade de vida da população. A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) contempla a clientela atendida pela Atenção Primária à Saúde (APS). A população atendida é composta por indivíduos de todas as fases do ciclo de vida que buscam espontaneamente um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) ou são assistidos pelas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e Agentes Comunitários de Saúde (EACS), além de outros programas vinculados ao SUS (Ministério da Saúde, 2011). A VAN pode ser exercida por meio das seguintes práticas: Coleta de Dados: Monitoramento contínuo do estado nutricional da população, por meio de pesagens, medidas de altura, avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC) e análise de dados de consumo alimentar. Análise de Dados: Uso de sistemas de informação que permitam identificar padrões de consumo, deficiências nutricionais e sobrepeso/obesidade. Educação e Sensibilização: Realização de campanhas educativas sobre a importância de uma alimentação saudável e a relação entre nutrição e saúde. Integração com Serviços de Saúde: Trabalho conjunto com equipes de saúde para identificar e acompanhar casos de risco nutricional, proporcionando intervenções adequadas. 5. AVALIAÇÃO CONTÍNUA DO PERFIL ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM TODAS AS FASES DA VIDA As ações de VAN podem ser desenvolvidas em diversos contextos e momentos, incluindo: Unidades Básicas de Saúde (UBS): Avaliações nutricionais regulares durante consultas, especialmente em grupos vulneráveis, como gestantes e crianças. Escolas: Programas de alimentação saudável, realizando avaliações de consumo alimentar e incentivando práticas alimentares adequadas entre os estudantes. Comunidades: Organização de eventos de conscientização e avaliações nutricionais em feiras, centros comunitários ou eventos de saúde. Campanhas Sazonais: Ações durante datas específicas, como o Dia Mundial da Alimentação, para aumentar a conscientização e monitorar o estado nutricional da população. Acompanhamento em Gestantes e Lactantes: Visitas domiciliares e grupos de apoio a gestantes e mães para promover hábitos alimentares saudáveis. 5.1 ONDE E QUANDO PODEM SER DESENVOLVIDAS AÇÕES DE VAN? PARA Criança: menores de 10 anos de idade; Adolescente: maior ou igual a 10 anos e menor que 20 anos de idade; Adulto: maior ou igual a 20 anos e menor que 60 anos de idade; Idoso: maior ou igual a 60 anos de idade; Gestante: pessoa com idade maior que 10 anos e menor que 60 anos de idade. Fonte: Guia para a Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde, 2022. Para avaliar o diagnóstico alimentar, é fundamental realizar a avaliação da ingestão alimentar utilizando métodos como o Recordatório Alimentar de 24 Horas, diários alimentares ou questionários de frequência alimentar, conforme as orientações da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) e o uso de fichas padronizadas. Além disso, é feita a análise da qualidade da dieta, verificando o consumo de macronutrientes e micronutrientes essenciais (Ministério da Saúde, 2022). Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 VAMOS SABER MAIS 5.2 - QUAIS AS FASES DO CICLO DE VIDA CONTEMPLADAS PELA VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (VAN)? Para interagir com você, leitor, sobre o assunto, apresentamos um relato de experiência realizada no território. Esta iniciativa surgiu após a identificação de uma demanda significativa de pacientes com obesidade e sofrimento psíquico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) nº 1 e nº 2 de Águas Claras. O tema abordado foi Cuidado à Obesidade: Integrando Corpo e Mente para Uma Vida Mais Saudável. O objetivo era proporcionar um espaço de acolhimento, reflexão e promoção da qualidade de vida para pessoas com obesidade. Metodologia: Para caracterizar a amostra, utilizou-se o questionário de marcadores de consumo alimentar do SISVAN do Ministério da Saúde e o Inventário SF-36, que avalia a qualidade de vida e os aspectos relacionados à saúde física, mental e social. O protocolo de intervenção consistiu em dez encontros semanais, conduzidos por residentes em nutrição e psicologia do Programa de Saúde Mental do Adulto da FEPECS-DF, supervisionados por preceptoras, nutricionista e psicóloga do NASF-AB da GSAP-01 de Águas Claras. DICA DE LEITURA Recomenda-se a leitura aprofundada do Guia para a organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde, elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Sergipe. https://nutricao.saude.ms.gov.br/?p=2813 https://nutricao.saude.ms.gov.br/?p=2813 https://nutricao.saude.ms.gov.br/?p=2813 PARA Gestão e Interface dos Sistemas de Informação e Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde MÓDULO 01 Os temas abordados foram construídos com base nas demandas e necessidades identificadas pelos participantes, incluindo: autocuidado, como são suas refeições, imagem corporal, emoções e comida, a importância da atividade física para o bem-estar, o ciclo vicioso e virtuoso da alimentação, compulsão alimentar e o processo de escolha, além da atividade física. O encerramento incluiu um lanche comunitário com refeições preparadas pelos participantes. A cada 15 dias, o grupo participou de práticas integrativas, como automassagem ou auriculoterapia. Resultados: O sexo feminino foi o que mais aderiu ao formato proposto, com a faixa etária variando de 21 a 67 anos. Todos os participantes apresentavam obesidade (IMC maior que 30 kg/m²) e valores de circunferência da cintura compatíveis com risco cardiovascular (maior que 88 cm para mulheres e 102 cm para homens). Com base no questionário SF-36, observou-se que a grande maioria considerava não apresentar perdas de autonomia e funcionalidade nos aspectos físicos. No entanto, problemas emocionais estavam presentes na maior parte dos participantes. Conclusão: Evidenciou-se que fatores emocionais podem estar correlacionados à obesidade. Experiências semelhantes podem servir como ferramentas de cuidado, acolhimento e reflexão. A experiência alcançou a proposta inicial, proporcionando aos participantes um espaço de promoção da saúde e qualidade de vida. Portanto, a equipe recomenda a implementação de mais atividades em grupo com intervenções interdisciplinares no cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade em todos os níveis de atenção à saúde. Para acesso completo a essa experiência exitosa, basta visitar o link: https://apsredes.org/eventos/lis-ena/cuidado- integrado-a-obesidade-integrando-corpo-e-mente-para-uma-vida-mais-saudavel/. Dessa forma, podemos perceber que os profissionais e gestores da Vigilância Alimentar e Nutricional devem se posicionar no centro dessa articulação, visualizando as possibilidades e desafios existentes para o enfrentamento dos principais agravos no território. O Programa Bolsa Família (PBF) é uma iniciativa do