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NUTRIÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE Luciana de Souza Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 S719n Souza, Luciana de. Nutrição e atenção à saúde / Luciana de Souza. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 194 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-068-9 1. Nutrição. 2. Atenção à saúde. I. Título. CDU 613.2 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car o SISVAN, seus objetivos, princípios e � nalidades. Analisar o SISVAN nos diferentes ciclos da vida. Reconhecer a Estratégia E-SUS AB e suas aplicações tecnológicas na nutrição. Introdução A atuação do profissional de saúde, na atenção básica, deve ser orientada por instrumentos de apoio desenvolvidas principalmente pelo Ministério da Saúde. Assim, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é considerado um valioso instrumento de apoio às ações de promoção da saúde oferecidas aos profissionais da área e aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), visando aumentar a qualidade da assistência à população. Valorizar a avaliação do estado nutricional é uma atitude essencial para o aperfeiçoamento da assistência e da promoção à saúde. Atualmente, a tecnologia é grande aliada na assistência em saúde. O E-SUS AB entra com o objetivo de melhorar a qualidade da informação em saúde e de otimizar o uso dessas informações pelos gestores, profissionais de saúde e cidadãos. Neste capítulo, você irá identificar o SISVAN, analisá-lo nos ciclos da vida e reconhecer a Estratégia E-SUS AB como um recurso tecnológico na nutrição. O SISVAN, seus objetivos, princípios e finalidades Você sabia que a Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN foi preconizada na década de 1970? Baseada nas recomendações internacionais da Organização Mundial da Saúde - OMS, Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação - FAO. Na década de 70, a Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN foi con- cebida na América Latina. Somente na década de 90, o SISVAN assume, em nível nacional, identidade própria, habilitando-se, de início, a atuar no combate aos distúrbios nutricionais como responsabilidade do setor saúde. O SISVAN corresponde a um sistema de informações que tem como obje- tivo principal promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam. Estas informações fornecerão uma base de dados que será consultada para cada decisão a ser tomada pelos responsáveis por políticas públicas, planejamento e gerenciamento de pro- gramas de saúde, com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional. Entenda que o SISVAN é um módulo municipal que se encontra instalado em praticamente todos os municípios brasileiros. Ele se trata de uma ferra- menta informatizada, desenvolvida pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde, que apresenta a possibilidade de registro de informações para monitoramento do estado nutri- cional da população atendida por demanda espontânea nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde e por profissionais da Estratégia Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Confira os princípios que compõem o conceito das ações de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN (BRASIL, 2004): Sistema: organização com atividades padronizadas, complementares ou interdependentes e com tarefas definidas, tendo o papel de receber dados, transformá-los em informação e divulgá-las à sociedade, bus- cando dar respostas aos resultados encontrados por intermédio de ações de promoção à saúde, prevenção e cura de doenças. Com essas ações, o sistema possibilita a identificação de grupos de risco biologicamente vulneráveis e utiliza os resultados para o monitoramento da saúde e nutrição da população. Vigilância: atividades continuadas e rotineiras de observação, coleta, análise de dados e informação. Nutrição e atenção à saúde 40 Alimentar: aspectos que envolvem a produção, a comercialização e o acesso aos alimentos. Nutricional: refere-se ao estado nutricional do indivíduo, ou seja, o re- sultado do acesso e ingestão dos alimentos e de sua utilização biológica. Um dos principais objetivos da Vigilância Nutricional contemplada pelo SISVAN corresponde à avaliação do estado nutricional de diferentes grupos populacionais. Por meio do TabNet, instrumento desenvolvido pelo DATA- SUS, que permite tabulações online de dados e geração de informações, são acessadas as informações do estado nutricional dos usuários da atenção básica, cujos dados foram registrados no sistema informatizado. O Sistema atenderá a clientela assistida pelo SUS. A população atendida é formada por indivíduos, de todas as fases do ciclo de vida (criança, ado- lescente, adulto, idoso e gestante) que procurarem, por demanda espontânea, um Estabelecimento Assistencial de Saúde - EAS ou que é assistida pelos Programas Saúde da Família - PSF e Agente Comunitário de Saúde - PACS e outros vinculados ao SUS. Veja a base da proposta brasileira para o SISVAN, que foi concebida em três eixos: 1. Formulação de políticas públicas, estratégias, programas e projetos sobre alimentação e nutrição; 2. Planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais nas áreas alimentar e nutricional; 3. Operacionalização e o ganho de eficácia das ações de governo. SISVAN não é um programa de intervenção. No entanto, é um sistema de informação que possibilitará o monitoramento dos programas de intervenção na área de alimentação e nutrição e na área social. Tanto o ICCN (Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais) quanto o Programa Bolsa-Alimentação foram programas de intervenção do Ministério da Saúde, destinados à clientela em risco nutricional e que foram monitorados pelo SISVAN. A população beneficiária dos programas de intervenção precisa ser monitorada em seu estado nutricional para que seja avaliado o impacto do programa, seja no âmbito individual ou no populacional. A informação gerada pelo SISVAN constitui em um poderoso instrumento político para auxiliar no controle social, pois fornece o diagnóstico da situação de saúde e nutrição de grupos populacionais específicos ou da população em geral. Assim, a depender deste diagnóstico, é possível verificar a extensão e 41Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB o efetivo impacto das políticas públicas. Além disso, as informações geradas subsidiam a cobrança de resultados e ações dos gestores do SUS. Atitude de vigilância é ter um olhar diferenciado para cada indivíduo, para cada grupo, para cada fase do ciclo de vida. É usar a informação gerada rotineiramente não só para retroalimentar o SISVAN e subsidiar as programações locais e as instâncias superiores, mas também usá-la de forma imediata para repensar a prática profissional e qualificar a assistência prestada àqueles indivíduos que diariamente são atendidos na rede de atenção básica de saúde. Valorizar o estado nutricional do indivíduo e da coletividade, bem como o registro adequado dos dados em planilhas é ratificar a importância da nutrição como coadjuvante das ações básicas de saúde. É trabalhar na promoção da saúde em conformidade com a realidade epidemiológica local. Perceba que esta informação deve estar voltada para a ação. O esperado é que essas informações e ações contribuam efetivamente para o controle dos problemas de saúde identificados e para a prevenção e a promoção da saúde e nutrição da população. O SISVAN nos diferentes ciclos da vida Você deve saber que no plano individual ou biológico, estado nutricional é o resultado do equilíbrio entre o consumo de nutrientes e o gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais. O estado nutricional pode ter três tipos de manifestação orgânica: Adequação nutricional (Eutrofia): manifestação produzida pelo equi- líbrio entre o consumo e necessidades nutricionais. Carência nutricional: manifestações produzidas pela insuficiência quantitativa e/ou qualitativa do consumo de nutrientes em relação às necessidades nutricionais. Distúrbio nutricional: manifestações produzidas pelo excesso e/ ou desequilíbrio de consumo de nutrientes em relação às necessidades nutricionais. Você sabia que a classificação do estado nutricional pode ser realizada por meio de índices antropométricos? Este é o método preconizado para a Nutrição e atenção à saúde 42 vigilância do estado nutricional. O índice antropométrico é a combinação entre duas medidas antropométricas (exemplo: peso e estatura) ou entre uma medida antropométrica e uma medida demográfica (exemplo: peso por idade, estatura por idade). A antropometria é aplicável em todas as fases do ciclo de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos, segundo o seu estado nutricional. Veja as vantagens desse método: é barato, simples, de fácil aplicação e padroni- zação, além de pouco invasivo. Além disso, possibilita que os diagnósticos individuais sejam agrupados e analisados de modo a fornecer o diagnóstico do coletivo, permitindo conhecer o perfil nutricional de um determinado grupo. É universalmente aceita, sendo apontada como o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos populacionais. Com os dados de identificação, como a data de nascimento (idade) e sexo, mais os dados antropométricos de peso e estatura, você pode calcular os índices antropométricos ou nutricionais mais utilizados, lembrando que cada uma das fases do ciclo de vida possui referências e pontos de corte diferenciados. O SISVAN contempla as seguintes fases do ciclo de vida: Criança: menor de 10 anos de idade; Adolescente: maior ou igual a 10 anos e menor que 20 anos de idade; Adulto: maior ou igual a 20 anos e menor que 60 anos de idade; Idoso: maior ou igual a 60 anos de idade; Gestante: mulher com idade maior que 10 anos e menor que 60 anos de idade. Parâmetros preconizados pelo SISVAN para cada fase do ciclo de vida Crianças É importante que você faça o acompanhamento sistemático do crescimento e do desenvolvimento infantil, pois além de monitorar , favorece as condições de saúde e nutrição da criança assistida. Para isso, use a Caderneta da Criança, atualmente, é o instrumento usado na área de atenção básica de saúde para orientar o monitoramento nutricional de crianças, separando pelas idades de 0 a 5 anos e de 5 a 10 anos. Para a classificação do estado nutricional de crianças menores de 5 anos, você deverá adotar, como referência, as curvas de crescimento infantil propostas 43Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB pela Organização Mundial da Saúde em 2006, e para as crianças de 5 a 10 anos incompletos, a referência da Organização Mundial da Saúde lançada em 2007. Veja os índices nutricionais mais amplamente usados, recomendados pela OMS e adotados pelo Ministério da Saúde para a avaliação do estado nutricional: Peso por idade (P/I): expressa a massa corporal para a idade crono- lógica. Reflete a situação global do indivíduo, porém não diferencia o comprometimento nutricional atual ou agudo dos pregressos ou crônicos. Estatura por idade (E/I): expressa o crescimento linear da criança. É considerado o indicador mais sensível para aferir a qualidade de vida de uma população. Peso por estatura (P/E): este índice dispensa a informação da idade. Expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e altura. Sensível para o diagnóstico de excesso de peso, porém necessita de medidas complementares para o diagnóstico preciso de sobrepeso e obesidade. Adolescentes Para o diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de adolescentes, o SISVAN utiliza o critério de classifi cação por percentil do Índice de Massa Corporal (IMC) segundo idade e sexo, no padrão de referência OMS 2007. O IMC é recomendado internacionalmente para diagnóstico individual e coletivo dos distúrbios nutricionais na adolescência. Como ressalva, tem-se que a falta de um padrão nacional é um problema, dadas as diversidades e a infl uência de fatores genéticos e ambientais na puberdade. Todas as informações são anotadas na Caderneta do Adolescente. Os passos para o diagnóstico nutricional do adolescente são: 1º passo: avaliar o adolescente, considerando sua idade em anos e seu sexo. 2º passo: aferir a estatura e o peso do adolescente. 3º passo: anotar os dados nas fichas do SISVAN. 4º passo: fazer o diagnóstico nutricional por meio das tabelas de per- centil de IMC por idade e sexo. 5º passo: fazer a intervenção adequada, para cada situação. 6º passo: realizar ações de promoção da saúde. Nutrição e atenção à saúde 44 Adultos Nos procedimentos de diagnóstico nutricional de adultos, o SISVAN utiliza a classifi cação do Índice de Massa Corporal (IMC), que é a medida do peso dividida pela medida da estatura (em metros) elevada ao quadrado, recomen- dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Veja as vantagens de você usar esse método para avaliação nutricional de adultos: facilidade de obtenção e padronização das medidas de peso e altura, dispensa a informação da idade para o cálculo, possui alta correlação com a massa corporal e indicadores de composição corporal e não necessita de comparação com curvas de referência. Outra característica a ser ressaltada é a sua capacidade de predição de riscos de morbimortalidade, especialmente em seus limites extremos. Figura 1. Índice de massa corporal (IMC). Fonte: Fato Curioso (2016). Obesidade grau III ou mórbida Maior ou igual a 40 Obesidade grau II 35-39,9 Obesidade grau I 30-34,9 Sobrepeso 24,9-29,9 Peso normal 18,5-24,9 Abaixo do peso Abaixo de 18,5 Classi�cação IMC IMC = Peso em kg Altura x altura em m Outro parâmetro que você poderá utilizar para adultos, com objetivo de complementar o diagnóstico nutricional, é a relação cintura/quadril (RCQ). Este indicador afere a localização da gordura corporal. Em adultos, o padrão de distribuição do tecido adiposo tem relação direta com o risco de morbi- mortalidade, principalmente por doença cardiovascular. 45Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB Idoso Nos procedimentos de diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de idosos, o SISVAN utilizará como critério prioritário o sistema de classifi cação do IMC, recomendado pela OMS, considerando os pontos de corte diferentes daqueles utilizados para adultos. Você deverá usar, portanto, a classifi cação de Lipschitz, de 1994. Essa diferença deve-se às seguintes alterações fisiológicas nos idosos: declínio da altura, observado com o avançar da idade, ocorrendo em de- corrência da compressão vertebral, mudanças nos discos intervertebrais e perda do tônus muscular e alterações posturais; o peso pode diminuir com a idade, porém, com variações segundo sexo, que está relacionado à redução do conteúdo da água corporal e da massa muscular, sendo mais evidente no sexo masculino; alterações ósseas podem ocorrer devido à osteoporose; mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo subcutâneo, reduzindo a massa muscular devida à sua transformação em gordura intramuscular, o que leva a alteração na elasticidade e na capacidade de compressão dos tecidos. Gestante Para você avaliar o estado nutricional da gestante, serão necessários: a aferição do peso e da estatura da mulher e o cálculo da idade gestacional. Na primeira consulta de pré-natal, a avaliação nutricional da gestante, com base em seu peso e sua estatura, permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidiar a previsão do ganho de peso até o fi nal da gestação. Figura 2. Relação cintura/quadril (RCQ). Fonte: Fato Curioso (2016). RCQ = circunferência de cintura circunferência de quadril Onde altorisco de doenças cardiovasculares: RCQ > 1 para homens e > 0,85 para mulheres Nutrição e atenção à saúde 46 Saiba que o ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional referido (limite mínimo são 2 meses antes) ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional. Caso isso não seja possível, inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra após a 13ª semana gestacional. Você deverá coletar as seguintes informações no atendimento nutricional de atenção básica realizada, com pacientes gestantes,: nome completo; data de nascimento; sexo; raça/cor; data do atendimento; semana gestacional; peso pré-gestacional; peso atual; estatura; ganho de peso gestacional; classificação do estado nutricional; presença de anemia ferropriva ou falciforme, quando houver suspeitas desses diagnósticos; hábitos alimentares, disponibilidade de alimentos na família e recebimento de benefício proveniente de programa de transferência de renda e outros tipos de auxílio (cesta básica, leite, etc); exames clínicos e bioquímicos; outros dados clínicos e hábitos de saúde pertinentes. Ganho de peso da gestante Entenda que cada gestante deverá ter o ganho de peso de acordo com seu IMC inicial. Para a previsão do ganho de peso ao longo da gestação, faz-se necessário calcular seu estado nutricional (EN) inicial, quanto já ganhou de peso e quanto ainda falta até o final da gestação em função da avaliação clínica. Figura 3. Ganho de peso recomendado na gestação. Fonte: Brasil (2004). Ganho de peso semanal médio no 2o e 3o trimestre Ganho de peso total na gestação Ganho de peso total no 1o trimestre Estado Nutricional inicial (IMC) 12,5-18,0 11,5-16,0 7,0-11,5 7,0 0,5 0,4 0,3 0,3 2,3 1,6 0,9 – Baixo peso Adequado Sobrepeso Obesidade Ganho de peso (kg) recomendado durante a gestação segundo EN inicial 47Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB Estratégia E-SUS AB e suas aplicações tecnológicas na nutrição O e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é uma estratégia do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB) para reestruturar as informa- ções da Atenção Básica em nível nacional. Saiba que esta ação está alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, entendendo que a qualifi cação da gestão da informação é fundamental para ampliar a qualidade no atendimento à popu- lação. A estratégia e-SUS AB, faz referência ao processo de informatização qualifi cada do SUS em busca de um SUS eletrônico. O cadastro da AB é uma extensão do Cadastro Nacional do SUS (CadSUS), complementando as suas informações, com o objetivo de apoiar as equipes de Atenção Básica no mapeamento das características sociais, econômicas e de saúde da população referida ao território sob sua responsabilidade. O cadastra- mento e a sua atualização periódica são atribuições dos agentes comunitários de saúde (ACS) nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Para outras equipes de AB, este fluxo será definido em cada localidade. O cadastro da AB está organizado em duas dimensões: individual e domi- ciliar. A separação desses dois cadastros possibilita o registro de domicílios que estejam vazios ou abandonados, além de permitir a inserção de novos núcleos familiares sem que a equipe tenha que refazer o cadastro domiciliar. Ao entender a necessidade de esclarecer alguns pontos sobre o registro dos acompanhamentos do SISVAN frente à implantação da Estratégia e-SUS Atenção Básica, o (DAB) orienta sobre o uso de sistemas de informação em saúde pelos municípios. Os municípios que passarem a utilizar os sistemas de software e-SUS AB poderão realizar o acompanhamento do estado nutricional por meio do software disponível, e todos os dados registrados passarão a compor os re- latórios consolidados no Sistema Gerador de Relatórios do Sistema de Vigi- lância Alimentar e Nutricional (Sisvan web). Os municípios que ainda não incorporaram o e-SUS AB na rotina dos serviços de saúde devem continuar a fazer uso do Sisvan web, com todas as suas funcionalidades que garantem o registro e análise de dados dos acompanhamentos realizados na Atenção Básica, destacando a necessidade de priorizar o uso do Cartão Nacional de Saúde como documento para cadastro do usuário. Considerando a dinâmica de transição de sistemas, o DAB garantirá que todas as estratégias de realização da Vigilância Alimentar e Nutricional sejam observadas nos relatórios do Sisvan-web, independente do sistema de software Nutrição e atenção à saúde 48 utilizado para a inserção dos dados antropométricos e do consumo alimentar avaliados, ou seja, independente da entrada de dados ocorrer no Sisvan web, e-SUS AB ou em outro sistema. Veja as vantagens do e-SUS: 1. Eliminação das fichas de cadastro das famílias (Cadastro Domiciliar e Cadastro Individual); 2. Eliminação do processo auxiliar de digitação do cadastro, considerando o uso do CDS; 3. Redução no armazenamento de fichas de papel dentro da UBS; 4. Aumento na velocidade de compartilhamento de informação com o restante da equipe; 5. Redução no tempo de cadastramento e atualização dos cadastros da população no território. Saiba que já estão sendo estudados meios de disponibilizar o e-SUS via aplicativo. José e Ana são um casal, com domicílio situado em uma cidade no nordeste do Brasil, que está esperando seu primeiro filho. Ana já está no sétimo mês de gravidez, reali- zando seu pré-natal na UBS de seu bairro, a qual utiliza o sistema e-SUS AB. Na última semana, José foi transferido para uma cidade da região Sudeste, devido mudanças no seu emprego. A UBS do bairro onde o casal foi morar, também já utiliza o sistema e-SUS. A primeira preocupação de Ana, antes da mudança, foi solicitar seu histórico do pré-natal aos profissionais de saúde da UBS, onde foi informada que todo seu histórico estará disponível em um CD, o qual deverá ser entregue aos profissionais de saúde da UBS de seu bairro atual. Estas informações serão atualizadas e recadastradas no sistema e-SUS da UBS. Esta versão de cadastro informatizada garante maior segurança, tanto para o usuário quanto para os profissionais, otimizando o atendimento à saúde de cada indivíduo. 49Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB 1. Sobre o SISVAN, qual é a alternativa incorreta? a) Foi baseado nas recomendações da OMS, OPAS e FAO. b) É um sistema de informação com objetivo principal de promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população brasileira. c) Foi informatizada pelo DATASUS. d) Monitora a saúde e nutrição da população. e) É um programa de intervenção como o Bolsa Alimentação. 2. Sobre a Vigilância Alimentar e Nutricional, é correto afirmar: a) Faz vigilância apenas a produção de alimentos. b) Considera a ingestão alimentar, mas não considera o estado nutricional. c) Considera o estado nutricional apenas em crianças e adolescentes. d) São atividades continuada e rotineiras de observação, coleta, análise e informação. e) Considera o estado nutricional apenas de gestantes. 3. Para a classificação do estado nutricional não é um índice considerado uma medida de avaliação nutricional: a) Peso. b) Estatura. c) Raça. d) Idade. e) Sexo. 4. Na avaliação nutricional do idoso, é recomendada a seguinte classificação: a) OMS, 2006. b) Lipschitz, 1994. c) OMS, 2007. d) Classificação pelo IMC, recomendada pela OMS, igual à população adulta. e) E-SUS AB. 5. Sobre a estratégia e-SUS AB é correto afirmar: a) É um software para auxiliar o cadastramento na atenção básica. b) É um indicador para avaliação nutricional da criança. c) É um dos índices da OMS para avaliação nutricional infantil. d) É um indicador de alto risco cardiovascular. e) É utilizado para definir o ganho de peso da gestante. Nutriçãoe atenção à saúde 50 BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). FATO CURIOSO. Como calcular o IMC. 15 mar. 2016. Disponível em: <http://fatocurioso. com.br/como-calcular-o-imc/>. Acesso em: 20 jan. 2017. Leituras recomendadas BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. (Série B. Textos Básicos de Saúde). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. e-SUS Atenção Básica: manual do sistema com Coleta de Dados Simplificada: CDS – versão 2.0. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten- ção Básica. Alimentação saudável para a pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009. (Manual para profissionais da saúde). BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. (Série Caderno de Atenção Básica, 11). BRASIL. Ministério da Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de 2 anos: álbum seriado. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Alimentação saudável para adolescentes: siga os dez passos. [200-?]. Disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/ geral/10passosAdolescentes.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. COELHO, L. de C. et al. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/SISVAN: conhe- cendo as práticas alimentares de crianças menores de 24 meses. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 727-738, 2015. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/csc/v20n3/ pt_1413-8123-csc-20-03-00727.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. DAMÉ, P. K. V. et al. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) em crianças do Rio Grande do Sul, Brasil: cobertura, estado nutricional e confiabilidade dos dados. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 11, p. 2155-2165, nov. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/ v27n11/09.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. OLIVEIRA, A. E. C. de et al. Implantação do e-SUS AB no Distrito Sanitário IV de João Pessoa (PB): relato de experiência. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 40, n. 109, p. 212-218, abr./jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/ v40n109/0103-1104- sdeb-40-109-00212.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. 51Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) / E-SUS AB http://com.br/como-calcular-o-imc/ http://scielo.br/pdf/csc/v20n3/ http://www.scielo.br/pdf/csp/ http://www.scielo.br/pdf/sdeb/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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