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Dimensões do ser humano

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Disciplina: Cultura Religiosa
Professor: Arnon de Miranda Gomes
Dimensões do ser humano
A dimensão corpórea do Homem (Homo Somaticus)
O conhecimento que a ciência tem do corpo humano é ainda muito limitado e imperfeito. Todavia, o que já sabemos é mais que suficiente para deixar-nos estupefatos e maravilhados: a perfeição do aparelho circulatório, dos tecidos nervosos, da estrutura dos olhos e ouvidos; a própria posição dos olhos, do nariz, da boca, das unhas, dos órgãos reprodutores, das mãos etc. é de sabedoria extraordinária.
Calculou-se que o cérebro humano é composto por cerca de 9 bilhões de células nervosas, enquanto o corpo humano é formado por um trilhão de células. O comprimento total dos vasos capilares de um homem normal alcança os 100 mil quilômetros, o comprimento total dos vasos capilares dos rins é de 60 km, a dimensão dos capilares abertos e distendidos em superfície forma um total de 6.000 metros quadrados, a superfície dos alvéolos pulmonares em extensão formam quase 8.000 metros quadrados.
Enquanto o animal nasce, geralmente com o corpo perfeito, inteiramente pré-fabricado, pelo qual torna-se independente desde os primeiros dias – pintinho, bezerrinho, o leãozinho – o homem nasce com um corpo que está ainda em fase de estruturação.
Funções da corporeidade em geral: o corpo é elemento essencial do homem. Sem ele:
*Não pode alimentar-se
*Não pode reproduzir-se
*Não pode aprender
*Não pode comunicar-se
*Não pode divertir-se.
É mediante o corpo que o homem é um ser social. Os fantasmas assustam-nos justamente porque não tem corpo. É por obra do corpo que o homem faz parte do mundo. Não há dúvida também que o corpo tenha uma função a desenvolver-se em relação ao ascetismo e à vida espiritual.
A vida Humana (Homo Vivens)
Busca pelo sentido – o que se faz com o corpo
Uma das propriedades fundamentais e mais evidentes do ser humano é a vida. O homem é homo vivens: ele é humano enquanto é vivo. Enquanto, porém, o fenômeno da vida é dado certo e óbvio, o seu significado, a sua verdadeira natureza e sua origem são coisas muito complexas, obscuras e misteriosas.
A vida humana caracteriza-se por uma riqueza e variedade estupendas. Os animais, mesmo os mais evoluídos, fazem sempre as mesmas coisas: comem, bebem, dormem, reproduzem-se e o fazem sempre do mesmo modo, com extrema monotonia. Ao contrário, os homens tem uma vida variadíssima: dormem, mas são capazes de resistir ao sono por dias e dias, em caso de necessidade; bebem e comem, mas servindo-se da maior variedade de comidas e bebidas e segundo os mais diversos modos; divertem-se combinando continuamente os próprios passatempos: estudando, trabalhando, pensando, rezando, etc. Em suma, a vida humana é vida que atinge níveis muito elevados, níveis que procura sempre superar. O seu olhar está sempre apontado para frente.
O conhecer sensitivo e intelectivo (Homo Sapiens)
Invenções: frutos da razão humana.
O homem é um ser dotado de conhecimento: é homo sapiens. No conhecer, de modo particular, ele se destaca dos outros seres que o circundam e os supera imensamente.
Fenomenologia do conhecer em geral: conhecer é ser consciente de alguma coisa. Conheço a maçã quando estou consciente desse ojeto com estas determinadas propriedades que chamo maçã. 
À primeira vista, superficial e aproximadamente, resulta que o homem tem tríplice forma de conhecimento.
Sensitivo: para aquisição do conhecimento sensitivo, o homem dispõe, antes de tudo, de cinco sentidos externos: visão, audição, tato, paladar e olfato.
Imaginativo: A fantasia e suas funções, obras de arte, por exemplo. Arte é tudo o que é belo
Intelectivo: o conhecer intelectivo é documentado, também, pela capacidade de julgar e de raciocinar. O homem formula juízos, proposições universais, leis gerais, como “os corpos pesados caem”, “o fogo queima”, “o vidro, também se é transparente, é impenetrável” etc. O homem raciocina: chega a certas idéias refletindo sobre outas, chega à existência de algo pela existência de outra coisa. Como último documento do conhecer intelectivo recordamos a ciência.
Vontade – Liberdade – Amor (Homo Volens)
Homem de vontade, homem de caráter, homem decidido, homem livre, são expressões comuns na nossa linguagem para designar um tipo ideal de homem. Ele, além de dotado de somaticidade, de vida e de inteligência se nos apresenta também dotado de vontade: é homo volens.
O homem não está imobilizado em estado de quietude permanente, mas é cheio de dinamismo e os seus movimentos, as suas atitudes e atividades não são determinadas por fatores, por agentes externos, como acontece com uma pedra que se move, ou com um automóvel, e também não se explicam tais movimentos e ações com o automatismo que encontramos nos animais e nas plantas. A ação do homem nasce das suas decisões.
O problema da Linguagem (Homo Loquens)
Uma das definições que hoje aparece mais frequentemente é a que caracteriza o homem como um ser falante: homo loquens. Ela é definida particularmente bem ajustada, porque, de fato, a propriedade de falar distingue nitidamente o homem dos animais e de qualquer outro ser deste mundo e faz dele um ser totalmente singular.
Definição e divisão da linguagem: sistema de signos que torna possível a comunicação entre os homes. 
Existem muitas espécies de signos:
A distinção entre signos naturais e artificiais: são naturais, por exemplo, a fumaça como signo de fogo, as nuvens como signo de chuva iminente; são artificiais, por exemplo, a pomba como símbolo da paz, etc.
A distinção entre símbolos não linguísticos: por exemplo: os gestos expressivos, os semáforos, a sinalização rodoviária; e os símbolos linguísticos: são os da língua, tanto escrita como falada.
A linguagem é, portanto, um sistema de signos artificiais e convencionais destinados à comunicação. Ela comporta estrutura essencialmente intencional. Com efeito, a linguagem quer significar intenções, idéias, sentimentos, coisas, etc.
A dimensão social e política do homem (Homo Socialis)
A sociabilidade é a propensão do homem para viver junto com os outros e comunicar-se com eles, torná-los participantes das próprias experiências e dos próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções e os mesmos bens.
A politicidade é o conjunto de relações que o indivíduo mantém com os outros, enquanto faz parte de grupo social.
Sociabilidade e politicidade são, então, dois aspectos correlativos de um único fenômeno: o homem é sociável e, por isso, tende a entrar em contato com os seus semelhantes e a formar com eles certas associações estáveis.
O homem é essencialmente sociável; sozinho não pode vir a este mundo, não pode crescer, não pode educar-se; sozinho não pode nem ao menos satisfazer suas necessidades reais mais elementares nem realizar as suas aspirações mais elevadas; ele pode obter tudo isso apenas em companhia dos outros. Por isso, desde o seu primeiro aparecimento, sobre a terra, encontramos o homem sempre posto em grupos sociais, inicialmente muito pequenos (a família, o clã, a tribo) e, depois, sempre maiores (a aldeia, a cidade, o estado).
A cultura e o homem (Homo Culturalis)
Defronte a nós se estende uma maravilhosa série de produtos humanos: cidades, estradas, canais, pontes, ferrovias, trens, catedrais, instrumentos musicais, obras de arte de todos os gêneros (pintura, escultura, obras arquitetônicas), línguas, poemas, romances, jornais, teatros, ritos, religiões, sistemas políticos, instituições civis, etc. Através do estudo de tais obras, parece legítimo esperar descobrir algo de seguro e profundo com relação ao homem, à sua natureza e ao seu destino.
O trabalho e a técnica (Homo Faber)
Hoje temos consciência de que o trabalho é a atividade tão importante para o estudo do homem como o conhecimento, a liberdade e a linguagem. Hoje compreendeu-se que o homem é essencialmente artifex, criador de formas, fazedor de obras... que a natureza do homem é o operados.
É a opinião dosestudiosos que a descoberta que mais contribuiu para elevar o homem ao estágio de homo faber teria sido a descoberta do fogo. Com a descoberta do fogo, o homem passou do trabalho manual para o artesanal. Na história do trabalho humano distinguem-se dois grandes períodos: o artesanal e o industrial. No período artesanal, o instrumento de trabalho era o utensílio; no industrial, a máquina.
O jogo e o divertimento (Homo Ludens)
O jogo é a atividade típica do homem. O homem inventa jogos e diverte-se como nenhum animal sabe fazer. Dentre as várias maneiras de jogar, recordaremos as cartas, o jogo de bochas, o bingo, os dados, o xadrez, a caça, as corridas, a pesca, fazer castelos na areia, o bilhar, o tamborete, tocar piano, o violino, trompete ou outros instrumentos musicais, dar cambalhotas, fazer piqueniques, excursões nas montanhas, escrever poesias ou pintar, colecionar moedas, selos, figurinhas, assistir à televisão, ir ao cinema, teatro, contar piadas, namorar, nadar, jogar futebol. Em tudo isso está presente a dimensão lúdica do homem.
O homem e a religião (Homo Religiosus)
Manifestação tipicamente humana é a religião. Ela não está presente nos outros seres vivos, mas somente no homem.
Os antropólogos informan-nos que o homem desenvolveu atividade religiosa desde a sua primeira aparição na cena da história e que todas as tribos e todas as populações de qualquer nível cultural cultivaram alguma forma de religião. Ademais, é coisa mais que sabida que todas as culturas são profundamente marcadas pela religião. 
É portanto, razoável afirmar que o homem além de sapiens, volens, socialis, faber, loquens, ludens é também religiosus.
Fonte: MONDIN, Battista. O homem: quem é ele? elementos de antropologia filosófica. São Paulo: Paulus, 1980.

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