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Estudo dirigido – Ciências Biológicas Microbiologia – Profa. Keila Z. S. Batista 1) Esquematize uma célula bacteriana, apontando suas estruturas. Para cada estrutura, fale sobre suas funções. R:1. Parede Celular Função: Protege a célula e mantém sua forma. É composta principalmente de peptidoglicano em bactérias, oferecendo suporte estrutural. A composição da parede pode variar entre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. 2. Membrana Plasmática Função: Atua como uma barreira seletiva, regulando a entrada e saída de substâncias da célula. Participa de processos metabólicos, como a respiração celular e a produção de energia. 3. Citoplasma Função: É o material gelatinoso dentro da célula, onde ocorre a maior parte das reações bioquímicas. Abriga os ribossomos, DNA e outros componentes celulares. 4. Ribossomos Função: São responsáveis pela síntese de proteínas, traduzindo o RNA mensageiro em cadeias de aminoácidos. Em bactérias, são do tipo 70S. 5. Nucleoide Função: Região onde está localizado o DNA circular da bactéria, que contém as informações genéticas necessárias para o funcionamento e reprodução celular. Não é envolvido por uma membrana nuclear, diferentemente do núcleo eucariótico. 6. Plasmídeos Função: Pequenas moléculas de DNA circular que carregam genes adicionais, como os de resistência a antibióticos. Podem ser transferidos entre bactérias, facilitando a troca de material genético. 7. Flagelo (nem todas as bactérias possuem) Função: Estrutura filamentosa que permite a locomoção da célula bacteriana, ajudando-a a se mover em direção a nutrientes ou fugir de ambientes hostis. 8. Fímbrias/Pili Função: Estruturas curtas e finas que ajudam na adesão a superfícies e em interações com outras células. Os pili sexuais, em particular, são usados na conjugação bacteriana (troca de DNA entre células). 9. Capsula (nem todas as bactérias possuem) Função: Camada externa de polissacarídeos que protege a bactéria de fagocitose por células imunológicas e ajuda na adesão a superfícies, aumentando a patogenicidade. 2) Aponte as estruturas que são apropriadas como alvo de ação dos antimicrobianos. R:1. Parede Celular Motivo de ser alvo: A parede celular das bactérias é composta de peptidoglicano, uma substância que não existe em células humanas. Antibióticos como penicilinas, cefalosporinas e vancomicina atuam aqui, inibindo a síntese do peptidoglicano, enfraquecendo a parede celular e levando à lise bacteriana. 2. Ribossomos Motivo de ser alvo: Os ribossomos bacterianos são do tipo 70S, enquanto os ribossomos humanos são do tipo 80S. Antibióticos como tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos e cloranfenicol se ligam aos ribossomos bacterianos e inibem a síntese de proteínas, essencial para o crescimento e a reprodução bacteriana. 3. Membrana Plasmática Motivo de ser alvo: A membrana plasmática bacteriana possui algumas diferenças em comparação com a das células humanas, e é um alvo de antimicrobianos que causam desorganização na sua estrutura. Polimixinas, por exemplo, interagem com os lipídeos da membrana, resultando em danos que comprometem a integridade da célula bacteriana. 4. DNA e Replicação Genética (Nucleoide e Enzimas Associadas) Motivo de ser alvo: A maquinaria enzimática para replicação do DNA é diferente entre bactérias e células humanas. Antibióticos como as quinolonas (ciprofloxacino, levofloxacino) inibem a enzima DNA girase, impedindo a replicação e transcrição do DNA bacteriano. A rifampicina também atua nessa etapa, inibindo a RNA polimerase. 5. Síntese de Folato Motivo de ser alvo: Bactérias sintetizam o ácido fólico (vitamina B9) a partir de precursores, enquanto células humanas o obtêm da dieta. Antimicrobianos como sulfonamidas e trimetoprim interferem na via de síntese de folato, impedindo a formação dos precursores de DNA e RNA e comprometendo o crescimento bacteriano. 3) Descreva o princípio da coloração de Gram e porque é importante sua realização. R:A coloração de Gram é um método de coloração diferencial usado para classificar bactérias em dois grandes grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. Desenvolvida pelo bacteriologista dinamarquês Hans Christian Gram, essa técnica se baseia nas diferenças estruturais da parede celular das bactérias e na capacidade dessa estrutura de reter o corante. Gram-positivas: A parede celular espessa de peptidoglicano retém o complexo cristal violeta-iodo, mantendo a cor roxa. Gram-negativas: A parede celular possui uma camada de peptidoglicano mais fina e uma membrana externa. O álcool dissolve essa membrana, e o cristal violeta é removido, descolorindo as células. um corante de contraste, como a safranina, é aplicado. As bactérias Gram-negativas, agora descoloridas, absorvem a safranina e se tornam rosa ou vermelhas, enquanto as Gram-positivas mantêm a cor roxa. A coloração de Gram, portanto, é uma técnica essencial tanto na microbiologia diagnóstica quanto na escolha de abordagens terapêuticas apropriadas, contribuindo para uma resposta rápida e eficaz ao tratamento de infecções bacterianas. 4) O que é um endósporo? Para que ele serve? R: O endósporo é uma estrutura de sobrevivência que permite que algumas bactérias resistam a condições adversas, preservando o material genético e a viabilidade da célula bacteriana até que possam retomar a atividade normal. 5) Diferencie os processos de recombinação genética. R: A transformação é a absorção e incorporação de DNA livre, geralmente proveniente de células bacterianas lisadas, no genoma de uma célula bacteriana receptora. Fragmentos de DNA exógeno A transdução é a transferência de DNA bacteriano mediada por um bacteriófago, um vírus que infecta bactérias. Fragmentos de DNA bacteriano A conjugação é a transferência direta de material genético entre duas bactérias através de contato físico, geralmente mediado por uma estrutura chamada pilus sexual. Plasmídeos ou elementos conjugativos 6) Diferencie as definições abaixo: a. Desinfecção É o processo de eliminação de grande parte ou todos os microrganismos patogênicos presentes em superfícies inanimadas, exceto esporos bacterianos. b. Esterilização É o processo de eliminação completa de todos os tipos de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e esporos bacterianos. c. Antissepsia É a aplicação de agentes químicos (antissépticos) em tecidos vivos, como a pele, para eliminar ou inibir o crescimento de microrganismos. d. Assepsia É um conjunto de práticas para evitar a contaminação de áreas ou materiais, criando um ambiente livre de microrganismos. 7) Quanto aos agentes físicos, identifique-os e explique a sua ação. R: Calor Úmido: Ação: O calor úmido age desnaturando proteínas e destruindo a membrana celular dos microrganismos. A autoclave, por exemplo, utiliza vapor a 121°C sob pressão para destruir todos os microrganismos e esporos. Calor Seco: Ação: O calor seco destrói os microrganismos por oxidação das células e desnaturação de proteínas. A estufa de calor seco é utilizada para esterilizar instrumentos que não podem ser molhados, enquanto a incineração é usada para eliminar resíduos biológicos. Radiação Ionizante: Ação: A radiação ionizante quebra as ligações no DNA dos microrganismos, levando a mutações e à morte celular. É utilizada para esterilização de equipamentos médicos, produtos farmacêuticos e alimentos. Radiação Não Ionizante: Ação: A luz UV causa danos ao DNA, formando dímeros de timina que impedem a replicação do DNA. É usada para desinfecção de superfícies e áreas fechadas, como salas de operação e laboratórios. Filtração Ação: A filtração remove fisicamente microrganismos de líquidos e ar ao forçar a passagem do meio através de uma barreira que retém partículas de determinado tamanho. Filtros HEPA, por exemplo, removem bactérias e vírus do ar, enquanto filtros de membrana são usados para esterilizar líquidos sensíveis ao calor. Pressão Osmótica Ação: O aumento da pressão osmótica ao redor dos microrganismos, através de concentrações elevadas de sal ou açúcar, faz com que a água seja retiradadas células microbianas por osmose, desidratando-as e inibindo seu crescimento. Dessecação (Secagem) Ação: A ausência de água impede as reações metabólicas dos microrganismos, inibindo seu crescimento e reprodução. A dessecação é uma técnica de conservação alimentar que previne a deterioração microbiana. Frio Ação: A temperatura baixa diminui a taxa de crescimento dos microrganismos ao reduzir as atividades enzimáticas e o metabolismo celular. O congelamento pode formar cristais de gelo que danificam as células bacterianas, mas não é eficaz para eliminar completamente os microrganismos. 8) Diferencie ponto de morte térmica de tempo de morte térmica. R:Ponto de Morte Térmica Temperatura mínima para matar todos os microrganismos em 10 minutos Tempo de Morte Térmica Tempo mínimo necessário para matar todos os microrganismos a uma temperatura específica 9) Quanto aos agentes químicos, identifique-os e explique a sua ação. Álcoois Ação: Os álcoois atuam desnaturando proteínas e dissolvendo lipídios da membrana celular, o que leva à lise (ruptura) celular. São efetivos contra bactérias e fungos, mas não eliminam esporos. Fenóis e Derivados Fenólicos Ação: Atuam desnaturando proteínas e rompendo a membrana celular. São eficazes contra bactérias, alguns fungos e vírus, mas têm uma ação limitada contra esporos. AGENTES ALQUILANTES Substituem átomos de hidrogênio em radicais: R-NH2 (Amina), OH (Hidroxila), R-SH (Sulfidrila), R-COOH (Carboxila) ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA CELULAR Detergentes - Surfactantes 10) Os macronutrientes (necessários em quantidades relativamente maiores) como CHONPS, são citados frequentemente. O que cada uma dessas letras significa e por que esses elementos são necessários para a célula bacteriana? C – Carbono Função: O carbono é o principal elemento estrutural das biomoléculas, como carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos. É a base de todas as moléculas orgânicas, proporcionando energia e estrutura. Importância: Essencial para a formação de macromoléculas que compõem a célula e para o fornecimento de energia, principalmente por meio da respiração celular ou fermentação. H – Hidrogênio Função: O hidrogênio está presente na maioria das biomoléculas e é fundamental para as reações bioquímicas, especialmente na formação de ligações de hidrogênio e no equilíbrio de pH. Importância: Participa na manutenção da estrutura das biomoléculas e no transporte de elétrons, essencial para a geração de energia celular. O – Oxigênio Função: O oxigênio é vital para a respiração aeróbica, onde atua como aceptor final de elétrons, gerando energia. Também faz parte da composição de moléculas como água, proteínas e ácidos nucleicos. Importância: Para bactérias aeróbias, o oxigênio é essencial para a produção de energia. Mesmo em bactérias anaeróbias, o oxigênio ainda pode ser necessário em certas moléculas. N – Nitrogênio Função: O nitrogênio é um componente fundamental de aminoácidos, proteínas, ácidos nucleicos (DNA e RNA) e outras moléculas biológicas. Importância: Necessário para a síntese de proteínas e ácidos nucleicos, além de desempenhar um papel na estrutura celular e nas atividades metabólicas. P – Fósforo Função: O fósforo é essencial na formação de ácidos nucleicos, ATP (adenosina trifosfato), fosfolipídios e coenzimas. Importância: Fundamental para o armazenamento e transferência de energia na célula (ATP) e na formação das membranas celulares (fosfolipídios). S – Enxofre Função: O enxofre é um componente dos aminoácidos cisteína e metionina, além de algumas vitaminas e cofatores enzimáticos. Importância: Essencial para a estrutura e função de proteínas, além de participar na estabilização de estruturas terciárias e quaternárias de proteínas por meio de pontes dissulfeto. 11) O termo micronutriente se refere a... Complete a frase e explique por que são indispensáveis. O termo micronutriente se refere a nutrientes que são necessários em quantidades muito pequenas, mas que são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e manutenção das funções celulares em organismos, incluindo as bactérias. 12) Compare as fases do crescimento microbiano e descreva sua relação com uma infecção. Fase Lag: Adaptação do patógeno ao hospedeiro; a infecção pode ser inicial e assintomática. Fase Log: Crescimento rápido do patógeno; os sintomas da infecção são mais pronunciados. Fase Estacionária: Crescimento equilibrado; o hospedeiro começa a controlar a infecção, mas os sintomas podem persistir. Fase de Morte: Morte dos microrganismos; a infecção pode ser resolvida, e a recuperação do hospedeiro pode começar. 13) Considerando os fatores de virulência estudados, relacione seus nomes a sua ação no organismo, de maneira resumida. 1. Adesinas Ação: São proteínas ou polissacarídeos que permitem que os microrganismos se liguem a superfícies do hospedeiro, como células epiteliais. Essa adesão é crucial para a colonização e estabelecimento da infecção. 2. Toxinas Tipos: Toxinas exotóxicas e endotóxicas. Exotoxinas: Produzidas e secretadas por bactérias; afetam células específicas, causando dano. Exemplos incluem a toxina diftérica e a toxina botulínica. Endotoxinas: Parte da estrutura da membrana externa de bactérias Gram-negativas (lipopolissacarídeos). Liberadas quando as células são destruídas, podem causar inflamação e choque séptico. 3. Capsulas Ação: Estruturas polissacarídicas que envolvem a célula bacteriana, ajudando a proteger o microrganismo da fagocitose por células do sistema imunológico. A cápsula pode dificultar a resposta imune do hospedeiro. 4. Enzimas Invasivas Ação: Enzimas que ajudam os microrganismos a invadir tecidos do hospedeiro, degradando componentes da matriz extracelular. Exemplos incluem hialuronidase e colagenase, que facilitam a disseminação da infecção. 5. Fatores de Resistência Ação: Mecanismos que conferem resistência a antibióticos e ao sistema imunológico. Exemplos incluem bombas de efluxo que expulsam antibióticos da célula e a produção de beta-lactamases que inativam antibióticos. 6. Variabilidade Antigênica Ação: Capacidade de alterar a superfície antigênica, permitindo que os microrganismos evitem a detecção pelo sistema imunológico. Isso dificulta a resposta imune do hospedeiro e a eficácia da vacinação. 7. Endofitose Ação: Algumas bactérias podem invadir células do hospedeiro, criando um "santuário" protegido do sistema imunológico e possibilitando a sobrevivência e replicação do patógeno. 8. Sideróforos Ação: Moléculas que se ligam ao ferro, um nutriente essencial, para sequestrá-lo do hospedeiro. Isso ajuda os microrganismos a obterem ferro suficiente para crescer e se multiplicar, mesmo em ambientes onde o ferro é escasso. 9. Proteínas de Superfície Ação: Estruturas que permitem a interação com células do hospedeiro ou inibem a resposta imune. Podem facilitar a adesão ou a evasão do sistema imunológico. 10. Biofilmes Ação: Comunidades de microrganismos que se aderem a superfícies e se envolvem em uma matriz de polissacarídeos. Os biofilmes aumentam a resistência ao sistema imunológico e aos antibióticos, tornando as infecções mais difíceis de tratar. 14) Diferencie morfologicamente e bioquimicamente os gêneros Staphylococcus e Streptococcus. 15) A espécie Staphylococcus aureus pode causar desde um simples furúnculo até a Síndrome do Choque Tóxico. Fale sobre os fatores de virulência presentes nessa bactéria, correlacionando com as doenças que ela causa. 1. Toxinas Exotóxicas a. Toxina Esfoliativa (ETA e ETB) Ação: Essas toxinas causam a destruição das conexões intercelulares na epiderme, levando à descamação da pele. Doença Relacionada: Síndrome da Pele Escaldada (SPE), caracterizada por eritema e bolhas na pele, principalmente em recém-nascidos e crianças. b. Toxina do Choque Tóxico (TSST-1) Ação: Uma superantígeno que ativa de maneira não específica uma grande quantidade de linfócitos T, resultando em uma resposta inflamatória exagerada e liberação maciça de citocinas. Doença Relacionada: Síndrome do Choque Tóxico(SCT), que pode levar a choque circulatório, falência de múltiplos órgãos e até a morte. c. Toxinas Alfa, Beta e Delta Ação: Estas toxinas podem causar a lise de células sanguíneas (hemólise) e danos a células do sistema imunológico, contribuindo para a destruição de tecidos e evasão da resposta imune. Doença Relacionada: Contribuem para a patogenicidade em uma variedade de infecções, incluindo infecções de pele, pneumonias e infecções sistêmicas. 2. Adesinas Ação: Proteínas que permitem que S. aureus adira a superfícies do hospedeiro, como células epiteliais e dispositivos médicos (ex. cateteres). Facilita a colonização e formação de biofilmes. Doença Relacionada: Infecções associadas a dispositivos médicos, como infecções de corrente sanguínea e infecções em implantes. 3. Capsula Ação: Estrutura polissacarídica que protege S. aureus da fagocitose por células do sistema imunológico. Doença Relacionada: Contribui para a virulência em infecções sistêmicas, dificultando a eliminação pela resposta imune. 4. Enzimas Invasivas a. Hialuronidase Ação: Enzima que degrada o ácido hialurônico, um componente da matriz extracelular, facilitando a disseminação da bactéria nos tecidos. Doença Relacionada: Facilita a propagação de infecções de pele e tecidos moles, como celulite. b. Coagulase Ação: Enzima que converte fibrinogênio em fibrina, formando coágulos em torno das bactérias, o que pode protegê-las da resposta imune. Doença Relacionada: Permite que a bactéria se forme em abscessos e se mantenha dentro do tecido infectado. 5. Sideróforos Ação: Moleculas que capturam ferro do ambiente, essencial para o crescimento bacteriano. Doença Relacionada: Essencial em infecções sistêmicas, permitindo que a bactéria obtenha nutrientes do hospedeiro e cresça em ambientes competitivos. 6. Proteínas de Superfície Ação: Incluem proteínas que facilitam a adesão às células do hospedeiro e inibem a fagocitose. Doença Relacionada: Contribuem para a colonização em uma variedade de infecções, como infecções cutâneas e pneumonia. 16) Qual a classificação mais aceita hoje para as diferentes espécies de Streptococcus? Fale sobre elas, relacionando as características diferenciais e as doenças associadas. A classificação mais aceita atualmente para as diferentes espécies de Streptococcus é baseada principalmente em dois sistemas: a classificação por hemólise e a classificação por grupos de Lancefield. Esses sistemas ajudam a identificar e diferenciar as espécies do gênero Streptococcus, além de correlacionar suas características com as doenças que causam. 1. Classificação por Hemólise Beta-hemolíticos: Causam hemólise completa, produzindo uma zona clara ao redor das colônias em meio de cultura com sangue. Alpha-hemolíticos: Causam hemólise parcial, resultando em uma coloração esverdeada ao redor das colônias. Gamma-hemolíticos: Não causam hemólise; são considerados não-hemolíticos. 2. Classificação por Grupos de Lancefield Os grupos de Lancefield são baseados na presença de carboidratos específicos na parede celular e são designados pelas letras A a V, com algumas exceções. 17) Quais as características gerais do gênero Clostridium? O gênero Clostridium é um grupo de bactérias Gram-positivas, anaeróbias e em sua maioria formadoras de esporos. Elas possuem várias características que as tornam distintas e significativas em microbiologia, medicina e biotecnologia. Abaixo estão as principais características gerais do gênero Clostridium: 1. Morfologia Forma: Bacilos (células em formato de bastão). Tamanho: Geralmente mais largos do que outros bacilos. Esporulação: São capazes de formar esporos termorresistentes, que permitem a sobrevivência em condições adversas. 2. Características Culturais Anaerobiose: Preferem ambientes anaeróbicos, não sobrevivendo bem em presença de oxigênio. Algumas espécies podem ser tolerantes ao oxigênio, mas a maioria é estritamente anaeróbia. Meios de Cultura: Crescem em meios que excluem o oxigênio, como ágar reduzido ou em frascos anaeróbicos. 3. Metabolismo Fermentação: Realizam fermentação, utilizando carboidratos como fonte de energia e produzindo vários subprodutos, como gases (hidrogênio, dióxido de carbono) e ácidos. Produção de Gás: Muitas espécies produzem gases durante a fermentação, que podem causar distensão abdominal e outros problemas clínicos. 4. Fatores de Virulência Toxinas: Muitas espécies de Clostridium produzem toxinas potentes que contribuem para sua patogenicidade. Exemplos incluem: Toxina botulínica (Clostridium botulinum): Causa botulismo, levando a paralisia muscular. Toxina tetânica (Clostridium tetani): Causa tétano, resultando em espasmos musculares e rigidez. Toxinas enterotóxicas (Clostridium perfringens): Associadas a infecções alimentares e gangrena gasosa. 5. Ecologia Habitat: Encontrados amplamente no solo, em sedimentos aquáticos, e como flora intestinal normal de animais e humanos. A presença no intestino é especialmente relevante, pois algumas espécies podem ser patogênicas em certas condições. 6. Importância Clínica Doenças Associadas: Clostridium é responsável por várias doenças infecciosas, incluindo: Botulismo (intoxicação alimentar e ferida). Tétano. Gangrena gasosa (infecções de feridas). Diarreia associada a antibióticos e colite pseudomembranosa (especialmente associada a Clostridium difficile). 7. Tratamento e Controle Antibióticos: O tratamento das infecções pode incluir antibióticos, mas em alguns casos, como no tétano, a vacinação (vacina anti-tetânica) é essencial para a prevenção. Controle de Infecções: Medidas de controle incluem cuidados em feridas, preservação adequada de alimentos para prevenir o botulismo, e o manejo de infecções associadas a Clostridium difficile em ambientes de saúde. 18) Como as toxinas botulínica e tetânica agem? Compare-as, com relação ao efeito e sinais clínicos.