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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE MARICÁ – RJ 
 
Autos nº ... 
RÔMULO, devidamente qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador que esta subscreve, conforme instrumento de mandato em anexo, inconformado com a decisão de pronúncia consignada às fls., com fulcro no art. 581, IV, do CPP, interpor:
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
requerendo, após o exercício de admissibilidade do presente recurso e das razões que que lhe acompanham, possa haver o juízo de retratação, a fim de que seja modificada a decisão que pronunciou o acusado, operando-se a despronúncia. Não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, pugna a defesa pelo regular processamento do recurso, remetendo o ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para regular processamento do feito.
Pede deferimento.
Maricá (RJ), 16 de março de 2020.
Advogado...
 OAB N°...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO 
 
Recorrente: Rômulo 
Recorrido: Ministério Público do Rio de Janeiro 
Autos nº ... 
Origem: Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Maricá/RJ 
 
Nobres Julgadores, 
Colendo Turma!
Em que pese o notável saber jurídico do magistrado a quo, o recorrente, não se conformando com a decisão de pronúncia de fls., vem perante Vossas Excelências apresentar suas Razões de Recurso em Sentido Estrito, conforme fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I- DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO
No que tange aos requisitos extrínsecos, trata-se o presente recurso de medida processual cabível e adequado, ante pronúncia do acusado pelo magistrado a quo, assim como tem por satisfeita a tempestividade, considerando que a decisão de pronúncia foi publicada no dia ... e a interposição feita em 16 de março de 2020, ou seja, exatamente no quinquídio legal. Quanto aos requisitos intrínsecos, há interesse por ter havido a pronúncia do recorrente para que seja julgado pelo júri popular, bem como está satisfeita a questão da legitimidade, visto que o apelante é legalmente legitimado para interpor o presente recurso.
II- DOS FATOS
No dia 02 de janeiro de 2010, o recorrente ao encontrar mensagens de sua esposa, a vítima Paola, com outro homem, ficou inconformado e diante dessa situação, movido pela emoção, agiu desferindo golpes de faca na mão da mesma. Ocorre que, ao perceber o sofrimento de sua esposa, o recorrente desistiu de continuar com o intento, decidindo sair do local dos fatos para se acalmar, consciente que suas ações não teriam causado a morte de Paola. 
A vítima após ir ao hospital tratar dos ferimentos, dirigiu-se à Delegacia para registrar a ocorrência, onde foi instaurado inquérito e feito todas as diligências, próprias do procedimento em tela, onde se constatou, por perícia, a existência de lesão corporal de natureza grave.
O Ministério Público ofereceu a denúncia em face do recorrente, no dia 22 de janeiro de 2020, perante o Tribunal do Júri da comarca de Maricá/Rio de Janeiro, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 121, § 2º, inciso VI (feminicídio), com redação dada pela Lei 13.104/15, c/c. Art. 14, inciso II, todos do Código Penal. Sendo a inicial acusatória recebida em 24 de janeiro de 2020 e o denunciado citado pessoalmente.
III- DO DIREITO
III.I- DAS PRELIMINARES
III.1.1- EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
O representante ministerial em 22/01/2020, ofereceu denúncia, sob suposta prática delitiva perpetrada em 04/04/1991, incurso no Art. 121, § 2º, inciso VI (feminicídio), com redação dada pela Lei 13.104/15, c/c. Art. 14, inciso II, todos do Código Penal, em desfavor do ora denunciado, que na época possuíra 19 (dezenove) anos. Diante disso, vale ressaltar que, na hipótese dos autos operou-se a prescrição da pretensão punitiva estatal, tendo em vista que na época do suposto crime o denunciado possuía menos de 21 (vinte e um) anos, o que o qual lhe dá direito imposto em lei, da redução pela metade do prazo prescricional, consonante encontra-se insculpido no artigo 115 do Código Penal Brasileiro.
“Art. 115. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um ou maior de setenta anos” 
Ademais, no presente caso, o réu é acusado de Tentativa de Feminicídio, de acordo com o artigo 121, § 2º, VI, do Código Penal.
Nesse sentido, tratando-se de suposto crime tentado, o termo inicial do prazo prescricional é o dia em que cessou a atividade criminosa, vale dizer, a data em que ocorreu a circunstância alheia à vontade do acusado e que impediu a consumação, conforme prescreve o art. 111, II, do Código Penal:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
[...] 
IV - Pela prescrição, decadência ou perempção;
Portanto, resta comprovada a prescrição da conduta do recorrente, nos termos do art. 107, IV CP c/c artigo 111, II, CP devendo ser reformada a decisão. 
III.II- NULIDADES
III.II.I- RESULTANTE DA NÃO INTIMAÇÃO DO RÉU
Na fase inicial do procedimento do Tribunal do Júri, foi designada audiência, porém, o réu não foi intimado, estando presente apenas a sua advogada e, mesmo sem a presença do mesmo, deu-se prosseguimento ao feito. 
Veja, o Código de Processo Penal em seu artigo 367 do Código de Processo Penal, permite o prosseguimento do processo sem o réu nos seguintes casos: “citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado”, ou, “no caso de mudança de residência não comunicar o novo endereço ao juízo”. 
 É de total e absoluto direito do réu ser intimado pessoalmente para o comparecimento na audiência para que possa ter conhecimento do teor da sentença/decisão, conforme o disposto no artigo 392, II, Código de Processo Penal:
“Art. 392. A intimação da sentença será feita: 
II – Ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, 
quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;”
Diante disto, pode-se perceber que não condiz com o que ocorreu com o réu, visto que, este não foi intimado para comparecer à audiência, sendo revel no seu próprio processo, indevidamente. 
 Toda a produção de prova e interrogatório foi realizada sem a presença do réu, o que justifica o reconhecimento da nulidade, em razão do princípio da ampla defesa, que está disposto no artigo 5º, LV, CF. 
 Ademais, a Súmula 523 do STF diz: “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulara se houver prova de prejuízo para o réu”. 
 Diante de todo o exposto, é notória a nulidade absoluta resultante da não intimação do réu para comparecer à audiência, visto que, o seu depoimento e versão dos fatos são peças-chaves para o caminhar do processo.
Resta comprovada a nulidade processual, resultante da não intimação do réu, conforme conferido na norma 564, III, g do Código de Processo Penal, conforme segue: 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
[...] 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
[...] 
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
IV- DO MÉRITO
IV.I- DA DESCLASSIFICAÇÃO
De acordo com o que consta da denúncia, a intenção inicial de Rômulo era causar a morte de sua esposa, Paola. 
 Porém, após desferir golpes de faca na mão da esposa, sensibilizou-se com o sofrimento dela, e desistiu de prosseguir na empreitada delitiva e deixou o local dos fatos, tendo consciência de que os atos praticados seriam insuficientes para a consumação do delito inicialmente planejado. 
Ora, nas hipóteses de tentativa, o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente, o que não aconteceu no presente caso. 
 Todavia, no caso foi praticado crime de lesão corporal grave, de acordo com o exame de corpo de delito acostado nos autos, de maneira que apenas essa infração pode ser imputada ao agente.
Diante disse, resta comprovado que deve ser reconhecida a ocorrência de desistência voluntária, e como consequência, a desclassificaçãoem relação ao delito imputado, de acordo com o Art. 419, do Código de Processo Penal:
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
IV.I.II- DA INCOMPETÊNCIA DO JUIZ
Sabe-se que a incompetência do Juízo sempre anula os atos decisórios. De acordo com o artigo 567, do Código de Processo Penal a “incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente”. 
 O réu foi acusado de tentativa de Feminicídio conforme os termos do artigo 121, § 2º, VI, do Código Penal, porém, de acordo com os fatos já narrados houve desistência voluntária, artigo 15 CP, por parte do réu. 
Ocorre que o processo tramitou julgado no Tribunal do Juri, pois foi tratado como um crime contra a vida, porém, quando há desistência voluntaria por parte do agente, este só responde pelos atos já praticados. 
 No caso em tese, os atos já praticados são: facadas nas mãos, o que não se encaixa nos crimes de competência do Tribunal do Júri. 
 Assim, a nulidade pode ocorrer por conta da incompetência da autoridade judiciária, artigo 564, I do CPP. 
 Gomes Filho afirma que “a nulidade por incompetência da autoridade judiciária em processo criminal, por se cuidar de violação à Constituição, na esfera da violação às garantias fundamentais, deveria ser absoluta, não se aproveitando qualquer ato processual, seja decisório ou não.” 
 
Assim, o Tribunal do Júri não tem competência para julgar qualquer ato dentro deste processo, visto que, o compete a este apenas crimes contra vida e, aqui, não há que se falar em ato contra vida de alguém.
Diante disto, requer seja reconhecida incompetência deste Juízo diante deste processo em epígrafe, devendo assim ser considerado nulo de acordo com o art. 564, I, do CPP.
V- DECOTE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO
Subsidiariamente, caso não seja reconhecida a necessidade de desclassificação, requer o afastamento da qualificadora prevista no Art. 121, § 2º, inciso VI, do CP, considerando que, conforme expresso no enunciado, esta qualificadora foi inserida com o advento da Lei nº 13.104/2015, enquanto os fatos teriam ocorrido em 2010. 
 Desse modo, aplica-se o PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE Art. 5°, inciso XL, da CRFB, não podendo a lei mais gravosa retroagir para atingir ocasiões pretéritas. 
 Portanto, mesmo em caso de pronúncia, faz-se indispensável o afastamento da qualificadora imputada.
VI- DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer-se:
1. Ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, em conformidade com o art. 109 do CP; 
2. Reconhecer a nulidade processual, nos termos do artigo 392, II, do Código de Processo Penal em razão da violação ao princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV, CF;
3. desclassificação, nos termos do Art. 419 do CPP;
4. A anulação da decisão de pronúncia, por ausência de materialidade e indícios de autoria do fato, conforme previsto no art. 413 do CPP;
5. Subsidiariamente, reconhecer a incompetência deste Juízo, para que seja determinada a nulidade de acordo com o exposto no artigo 564, I, CPP;
6. Requer o afastamento da qualificadora prevista no Art. 121, § 2º, inciso VI, do CP, considerando que, conforme expresso no enunciado, esta qualificadora foi inserida com o advento da Lei nº 13.104/2015, enquanto os fatos teriam ocorrido em 2010, não alcançando o caso;
7. Entendendo Vossa Senhoria pela desclassificação, encaminhar à Vara competente, conforme art. 419 do CPP.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Maricá (RJ), 16 de março de 2020
 Advogado...
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