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1 
 
 
 
 
Faculdade de Guarantã do Norte – UNIFAMA 
Mantida pela UNIFAMA – União das Faculdades de Mato Grosso 
Curso de Farmácia 
 
 
Mãos que criam mentes que curam 
 
 
Isabela arruda Pelegrine Gomes (UNIFAMA)1, Andreyna Francielly Ramos Freitas (UNIFAMA)2, 
Beatriz da Silva dos Santos (UNIFAMA)3, Graziely Bernardo Françoso (UNIFAMA)4 
Orientadora: Ana Carla Moreira5 
 
 
Resumo: O projeto visa promover a saúde mental e prevenir problemas psicológicos em uma 
comunidade de Peixoto de Azevedo-MT, abrangendo também a população de Matupá. A busca 
inicial para desenvolver ações que ajudem a enfrentar a pobreza, promovendo a geração de 
renda, fortalecendo as relações comunitárias e ressignificando a vida social em contextos de 
sofrimento e vulnerabilidade. O artesanato é utilizado como ferramenta terapêutica, aliviando 
esforços em casos de ansiedade e incentivando a socialização e a expressão emocional em casos 
de depressão. A prática artesanal, além de ser benéfica para o bem-estar físico e mental, 
promove a troca de experiências e fortalece laços interpessoais, revelando-se uma atividade 
valiosa para pessoas de todas as idades. Já teve a oportunidade fazer tricô com várias pessoas? 
Há muita discussão, conselhos e experiências de uma forma realmente nova, o que torna a 
atividade mais fácil e os laços entre as pessoas mais fortes. A troca de informações faz com que 
você sinta que está contribuindo com a sociedade. 
Palavras-chave: Psicologia Social e Sociológica; Artesanato; Psicoterapias; Saúde mental. 
Abstract: The project aims to promote mental health and prevent psychological problems in a 
community in Peixoto de Azevedo-MT, which also includes the population of Matupá. The 
initial search is to develop actions that help tackle poverty, promoting income generation, 
strengthening community relations and giving new meaning to social life in contexts of 
suffering and vulnerability. Handicrafts are used as a therapeutic tool, relieving stress in cases 
of anxiety and encouraging socialization and emotional expression in cases of depression. As 
well as being beneficial for physical and mental well-being, crafting promotes the exchange of 
experiences and strengthens interpersonal bonds, proving to be a valuable activity for people of 
all ages. Have you ever had the opportunity to knit with several people? There is a lot of 
discussion, advice and experience in a new way, which makes the activity easier and the bonds 
between people stronger. The exchange of information makes you feel like you are contributing 
to society. 
Keywords: Social and sociological psychology; Handicrafts; Psychotherapies; Mental health. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6º e 7º semestre graduando em bacharelado de psicologia pela UNIFAMA – União das Faculdades de Mato Grosso. 
Atualmente discentes do ensino superior na União das Faculdades do Mato Grosso, localizado em Guarantã do 
Norte MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep: 78520-000. Orientadora: Ana Carla Moreira. 
2 
 
1. INTRODUÇÃO 
O projeto visa o artesanato aplicado na saúde mental com o individual tanto individual 
quanto grupal, o artesanato pode ser uma forma poderosa de expressão emocional. O artesanato 
como recurso psicossocial de prevenção social e produção de saúde mental para os morados no 
do Municípios do interior de Peixoto de Azevedo na perspectiva pós pandemia”, consiste em 
disponibilizar, para a população da cidade, onde encontra-se localizado a comunidade Jarinã, 
oficinas de práticas artesanais, sendo essas, preferencialmente, com intuito de trabalhar a 
ansiedade, Redução do estresse, Aumento da autoestima, Conexões sociais, Tradição e cultura 
e entre outros. 
Assim, tem-se a ACS (AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE) como responsável pela 
divulgação das oficinas disponíveis em cada semana, bem como pela organização das inscrições 
dos interessados, sendo essas realizadas pelo registro do nome, contato e comprovação de 
residência. A importância das oficinas e de maneira a promover e acompanhar o fortalecimento 
grupal. Ainda nessa perspectiva, o projeto tem como objetivo não apenas atuar na possibilidade 
de geração de renda, mas também como uma forma de promover o fortalecimento das relações 
intercomunitárias e contribuir para a saúde psicológica do público em questão, o qual 
frequentemente tem de lidar com situações de vulnerabilidade social. 
Como constatou Torossian & Rivero (2009), o baixo nível de escolaridade, dificuldades 
de conseguir renda e a falta de acesso ao lazer colocam esses indivíduos em vulnerabilidade 
social, gerando assim, sofrimento psíquico. Dessa forma, os indivíduos que estão nos grupos 
mais marginalizados do corpo social estão submetidos a estresse, sofrimento e tristeza, gerado 
por essa sensação de abandono social, segundo GÓIS (2012). A pobreza é discutida de forma 
multidimensional, relacionando-se a outros aspectos além da condição financeira. 
Esse projeto se aplica o intuito de intervir diante de todo atravessamento que envolve as 
questões de vida perpassadas na comunidade, a fim de proporcionar condições mais dignas à 
população. 
Vale lembrar que o projeto, foi desenvolvido um estudo de campo presencial, tendo em 
vista que o local possui uma estrutura física melhor. O projeto ocorrerá atendendo todas as 
normas de vigilância sanitária determinada pela Organização Mundial de Saúde, bem como as 
organizações de políticas públicas. 
 
 
3 
 
2. METODOLOGIA 
Foi adotada uma metodologia baseada na abordagem quantitativa, utilizando a revisão 
narrativa da literatura como principal estratégia para reunir e analisar dados sobre a relação entre 
artesanato e psicologia, focando nos seus aspectos terapêuticos e lucrativos. 
Primeiramente, realizou-se uma busca ampla nas bases de dados acadêmicas com o 
objetivo de identificar estudos, artigos e livros que abordassem a relação entre o fazer artesanal 
e seus benefícios à saúde mental. Foram priorizados materiais que tratassem do uso de técnicas 
manuais, como crochê, pintura, escultura, entre outras, no contexto terapêutico. A partir disso, 
foi possível organizar uma narrativa que descreve as diferentes formas de integração dessas 
práticas artesanais em intervenções psicológicas. 
A metodologia buscou também examinar o potencial lucrativo associado ao uso do 
artesanato como uma forma de terapia ocupacional, o que envolveu a análise de estudos 
quantitativos sobre a viabilidade financeira dessas atividades, bem como seus impactos 
econômicos para indivíduos em processo terapêutico. Assim, o estudo visou identificar não 
apenas os benefícios subjetivos em termos de bem-estar psicológico, mas também os resultados 
objetivos em termos de geração de renda e inclusão social. 
3. DESENVOLVIMENTO 
Então assim teve uma menina mais novinha que ela falou bem assim que gostou muito 
de pintar tanto que o pano dela ficou muito bonito só que ela se interessou mais pelo chinelo 
Mas ela preferiu começar pelo pano para depois fazer o chinelo e ela ainda falou bem assim 
que quando tiver mais projeto assim e nós podemos fazer lá para baixo elas participam 
novamente porque elas falaram que como não tem muito para onde sair, o que fazer, querendo 
ou não é um passatempo, ela falou que vai começar a exercer para também poder estar 
vendendo. 
Os participantes ficaram muito satisfeitos com o projeto, especialmente porque 
geralmente não têm acesso a esse tipo de iniciativa. Uma jovem em particular comentou que 
adorou a experiência de pintura, tanto que seu pano ficou muito bonito. Ela demonstrou mais 
interesse em aprender a customizar chinelos, mas preferiu começar pelo pano para depois 
evoluir para o chinelo. Ela também mencionou que, sempre que houver projetos semelhantes, 
gostaria que fossem realizados na área delas, pois participaria novamente com entusiasmo. 
Para muitas, essa atividade representou mais do que um simples passatempo. Elas 
comentaramque, devido à falta de opções de lazer na região, projetos como esse se tornam uma 
4 
 
forma valiosa de ocupação. Além disso, essa jovem revelou que pretende aprimorar suas 
habilidades para, no futuro, poder vender os produtos que criar, transformando essa atividade 
em uma fonte de renda. 
Estudos mostraram que o artesanato pode ser uma forma eficaz de terapia. Por exemplo, 
um estudo publicado em Art Therapy: Journal of the American Art Therapy Association 
descobriu que a prática de artesanato pode reduzir o estresse e a ansiedade em mulheres com 
câncer de mama. Outro estudo publicado no Journal of Public Health descobriu que a prática de 
artesanato pode melhorar a saúde mental e física dos idosos. Uma das principais razões pelas 
quais o artesanato é eficaz como terapia é que ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. Ao focar 
em uma atividade criativa, é possível afastar as preocupações cotidianas e se concentrar no 
momento presente. Isso pode ajudar a reduzir a atividade do sistema nervoso simpático, 
responsável pela resposta ao estresse. Além disso, o processamento pode ajudar a liberar 
dopamina, um neurotransmissor associado a sensações de prazer e bem-estar. Auxilia na 
diminuição da ansiedade e no aprimoramento do humor. Ao criar algo com as mãos, você se 
sente mais confiante e orgulhoso do seu trabalho. Isso pode ajudar a aumentar a autoconfiança 
e a autoestima. Além disso, a criatividade também pode ajudá-lo a desenvolver competências e 
habilidades que você não conhecia antes. Aprender uma nova habilidade pode ser uma 
experiência gratificante e emocionante, que pode ajudar a melhorar a autoestima. Aumentar a 
concentração e a consciência. 
Ao trabalhar em um projeto, você precisa se concentrar na tarefa em questão. Isso pode 
ajudar a aumentar o foco e a atenção, habilidades importantes para a saúde mental e emocional. 
Além disso, a criatividade pode ajudar a reduzir a ruminação, que ocorre quando você se 
concentra em pensamentos negativos ou preocupações repetitivas. Quando você está focado em 
uma atividade criativa, não tem tempo para pensar em preocupações ou problemas, o que pode 
ajudar a reduzir a ruminação. Eles ajudam a reduzir a solidão e o isolamento social. Ao participar 
de grupos ou workshops de artesanato, você tem a oportunidade de conhecer outras pessoas 
com interesses semelhantes. Isso pode ajudar a aumentar as conexões sociais e reduzir a 
sensação de isolamento. Além disso, o tratamento pode ajudar a melhorar os relacionamentos 
existentes. 
Quando você cria algo para outra pessoa, isso pode ajudar a fortalecer os laços 
emocionais e aumentar a conexão entre você e a pessoa para quem você criou o presente. Reduzir 
a pressão arterial e melhorar a saúde cardiovascular. Quando você se envolve em uma atividade 
artesanal, sua mente é forçada a se concentrar no momento presente, em vez de ficar presa em 
5 
 
pensamentos do passado ou em preocupações com o futuro. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e 
o estresse porque você está mais presente e menos propenso a se preocupar com coisas que não 
podem ser mudadas. Além disso, o artesanato pode ajudar a desenvolver habilidades de 
meditação e meditação, o que pode ser extremamente benéfico para a saúde mental. Muitos 
tipos de artesanato envolvem movimentos repetitivos, como tricô, crochê, bordado e costura, 
que podem ter um efeito calmante e calmante no cérebro. 
Embora os termos “artesanato” e “arte” sejam frequentemente usados de forma 
intercambiável, eles geralmente se referem a coisas diferentes. Em geral, o artesanato é visto 
como um meio de produção de objetos úteis ou decorativos com técnicas e técnicas manuais 
tradicionais. A arte, por outro lado, é geralmente considerada uma forma de expressão criativa 
valorizada pelo seu valor estético e emocional. 
No entanto, existe muita sobreposição entre as duas categorias e muitas formas de arte 
podem ser consideradas artesanais e vice-versa. A execução do projeto "Mãos que Criam, 
mentes que Curam" foi direcionada a uma comunidade carente de atendimento psicológico 
especializado, com o objetivo de proporcionar intervenções terapêuticas por meio do artesanato. 
A escolha da comunidade foi baseada em critérios socioeconômicos e no levantamento de 
necessidades de saúde mental, identificando um público vulnerável que carece de apoio para 
lidar com questões emocionais e psicológicas. 
O projeto foi estruturado em dois bimestres. No primeiro bimestre, focamos na 
introdução das técnicas artesanais, tais como bordado, crochê, pintura e escultura, em um 
ambiente seguro e acolhedor. Os participantes foram incentivados a escolher as atividades que 
mais lhes atraíam, visando promover o engajamento e a auto expressão. As sessões semanais 
incluíam demonstrações das técnicas, seguidas pela prática supervisionada, com o apoio de 
profissionais especializados tanto em artesanato quanto em psicologia. Durante esse período, 
além de ensinarmos as habilidades manuais, buscamos construir um espaço de escuta ativa, no 
qual os participantes pudessem compartilhar suas emoções e experiências de vida. Esse 
processo foi conduzido de maneira informal, respeitando os limites e o tempo de cada pessoa, e 
resultou em um ambiente de confiança, onde o artesanato se tornou um meio de diálogo 
emocional e fortalecimento das relações interpessoais. 
No segundo bimestre, o foco foi a aplicação prática do que havia sido aprendido. Nesse 
estágio, começamos a introduzir a ideia do artesanato como uma possível fonte de renda. 
Realizamos oficinas para discutir estratégias de precificação, divulgação e venda dos produtos, 
6 
 
explorando meios digitais e presenciais para comercialização. Alguns participantes, motivados 
pela possibilidade de lucro, começaram a organizar pequenos bazares locais com a produção 
artesanal. Além disso, aqueles que demonstraram maior aptidão ou interesse foram orientados 
sobre como expandir essas atividades para o ambiente online. 
A execução do projeto também contou com avaliações periódicas, utilizando 
questionários estruturados e conversas em grupo, para acompanhar o impacto das atividades 
tanto na saúde mental quanto no bem-estar econômico dos participantes. Observamos uma 
melhora significativa nos níveis de autoestima, diminuição de sintomas de ansiedade e aumento 
no senso de pertencimento comunitário. 
No contexto do projeto que une artesanato e psicologia, os trabalhos de Carl Gustav 
Jung, Donald Winnicott, Viktor Frankl, Mihaly Csikszentmihalyi, e teóricos da arteterapia como 
Edith Kramer e Margaret Naumburg, oferecem uma base sólida para entender a criação 
artesanal como uma ferramenta poderosa de expressão, cura e autodescoberta. Cada um desses 
autores fornece perspectivas essenciais sobre a importância da criatividade e da arte na 
promoção da saúde mental e do bem-estar psicológico. Carl Gustav Jung e o Processo Criativo: 
Jung é central neste contexto ao propor que a criatividade, especialmente por meio da arte, 
facilita o acesso aos conteúdos inconscientes e aos arquétipos, ajudando no processo de 
individuação, que é a integração de todos os aspectos do self. Para Jung, a criação artística 
permite que o inconsciente se manifeste, tornando possível a expressão de símbolos internos e 
imagens que, ao serem externalizados, ajudam na cura psicológica. 
O conceito de imaginação ativa de Jung, no qual atividades criativas ajudam a trazer ao 
consciente os conteúdos do inconsciente, pode ser aplicado diretamente ao artesanato, visto 
como uma ponte entre o mundo interno e o externo. O ato de criar com as mãos permite uma 
conexão direta com o inconsciente, promovendo autoconhecimento e bem-estar psicológico. 
Como Jung afirmou: "A criação de algo novo não é realizada pelo intelecto, mas pelo instinto 
de brincar, que atua a partir de uma necessidade interior" (Jung, 1964). 
Donald Winnicott e a Criatividade: Donald Winnicott, outro psicanalistafundamental, 
destacou a importância do brincar e da criatividade para o desenvolvimento emocional e para a 
expressão do verdadeiro self. O artesanato, segundo Winnicott, pode ser uma extensão do 
brincar, um espaço de criação onde o indivíduo pode expressar aspectos internos de maneira 
segura e criativa. Winnicott ressaltou que o espaço criativo permite a conexão com o verdadeiro 
self, afastando-se do falso self – aquele moldado pelas expectativas externas. O espaço potencial 
7 
 
que ele descreve, onde a criatividade floresce, é essencial para o desenvolvimento da 
autenticidade e para a cura emocional. Como Winnicott (1971) afirmou: "É na brincadeira e 
apenas na brincadeira que o indivíduo pode ser criativo e usar sua personalidade integral". 
Viktor Frankl e o Sentido Através da Criação: Viktor Frankl, criador da logoterapia, 
destaca que a busca de sentido é a principal motivação do ser humano, especialmente em 
situações adversas. Para Frankl, o artesanato pode ser uma forma de encontrar significado, já 
que o ato de criar algo tangível proporciona uma sensação de propósito e realização. A criação 
de objetos com as mãos oferece uma oportunidade de reconectar-se com um sentido maior, 
mesmo em meio ao sofrimento. Frankl afirmou: "O homem está pronto para sofrer, desde que 
esse sofrimento tenha um sentido" (Frankl, 1946). No artesanato, essa busca por sentido pode 
ajudar a lidar com emoções complexas e proporcionar uma saída construtiva para o sofrimento. 
Mihaly Csikszentmihalyi e o Estado de Flow: Mihaly Csikszentmihalyi, com sua teoria 
do flow, descreve o estado de imersão profunda em uma atividade como uma experiência que 
promove bem-estar psicológico. O artesanato, assim como outras formas de arte, pode facilitar 
a entrada nesse estado de concentração total, onde o tempo parece parar e o indivíduo está 
completamente envolvido na tarefa. Csikszentmihalyi (1990) afirma que "As pessoas são mais 
felizes quando estão em um estado de flow – completamente envolvidas em uma atividade pela 
sua própria vontade e com o foco total no processo de criar". O artesanato oferece esse 
equilíbrio entre desafio e habilidade, proporcionando satisfação e benefícios emocionais. 
Arteterapia: Edith Kramer e Margaret Naumburg: Na arteterapia, teóricas como Edith 
Kramer e Margaret Naumburg também são relevantes para o entendimento do artesanato como 
ferramenta terapêutica. Kramer enfatiza que o processo criativo por si só tem poder curativo, 
permitindo a expressão simbólica de emoções. Já Naumburg via o processo criativo como um 
canal para o inconsciente, onde os indivíduos podem expressar conflitos internos de maneira 
não verbal, através de formas e imagens. O artesanato, nesse contexto, funciona como uma 
forma de arteterapia, ajudando as pessoas a externalizarem suas emoções e a reorganizarem sua 
vida psíquica. Pode ser compreendido como uma aplicação prática dos conceitos de Jung, 
Winnicott, Frankl, Csikszentmihalyi e teóricos da arteterapia. O artesanato funciona como uma 
poderosa ferramenta de expressão emocional e autodescoberta, promovendo a integração entre 
o consciente e o inconsciente, facilitando a cura emocional e o bem-estar psicológico. 
O projeto pode oferecer um amparo significativo para comunidades carentes, tanto no 
que diz respeito à saúde mental quanto ao bem-estar social. A combinação de artesanato e 
psicologia tem o potencial de atuar como uma ferramenta de transformação individual e 
8 
 
coletiva, permitindo que pessoas em situações de vulnerabilidade social encontrem formas de 
expressão, autoconhecimento e superação. 
Em primeiro lugar, a proposta do projeto pode auxiliar na saúde mental ao criar um espaço 
seguro e acolhedor, onde os participantes possam explorar suas emoções e angústias por meio 
de atividades criativas. O artesanato permite que os indivíduos expressem sentimentos e 
conflitos internos de maneira não verbal, o que pode ser especialmente importante em contextos 
onde a comunicação direta sobre questões emocionais pode ser difícil ou estigmatizada. Nesse 
sentido, o projeto oferece uma abordagem inclusiva, que não exige habilidades artísticas 
prévias, mas sim o desejo de participar e se envolver no processo criativo. Ao permitir a 
externalização de conteúdos emocionais por meio da criação manual, o projeto segue princípios 
de arte terapia, conforme discutidos por teóricos como Edith Kramer e Margaret Naumburg. 
Através da criação de objetos, os participantes têm a oportunidade de reorganizar suas 
experiências internas de forma visual e concreta, promovendo a compreensão de si mesmos e 
de seus sentimentos. Isso pode ter um impacto direto no bem-estar mental, ajudando a reduzir 
os níveis de ansiedade, estresse e depressão, que muitas vezes são exacerbados em comunidades 
com acesso limitado a recursos de saúde mental. 
Outro aspecto importante é a criação de um espaço comunitário, onde as pessoas podem 
se reunir, compartilhar experiências e desenvolver redes de apoio mútuo. Para comunidades 
carentes, a ausência de redes de suporte social pode agravar o isolamento e a exclusão, 
aumentando a sensação de abandono e impotência. O projeto, ao proporcionar um ambiente 
colaborativo, pode ajudar a fortalecer os laços sociais, promover o senso de pertencimento e 
reduzir a solidão. Através das oficinas de artesanato, as pessoas têm a chance de interagir, trocar 
conhecimentos e experiências, o que também contribui para a construção de uma identidade 
comunitária mais forte. 
A prática do artesanato no projeto pode, ainda, oferecer uma via de empoderamento 
econômico para a comunidade. Ao desenvolver habilidades manuais e criativas, os participantes 
podem descobrir talentos que podem ser transformados em fontes de renda, por meio da venda 
de produtos artesanais. Em comunidades carentes, onde as oportunidades de emprego podem 
ser escassas, a capacitação em técnicas artesanais pode abrir portas para a geração de renda, 
ajudando a mitigar o impacto da pobreza. Além disso, ao promover a autonomia criativa e 
financeira, o projeto contribui para o fortalecimento da autoestima e da autossuficiência dos 
participantes. 
9 
 
O impacto social do projeto também se reflete na promoção de um ambiente de troca 
intergeracional. Em muitas comunidades, o conhecimento artesanal é transmitido de geração 
em geração, e o projeto pode servir como um espaço para que os mais velhos compartilhem 
suas técnicas e saberes com os mais jovens, fortalecendo os laços familiares e comunitários. 
Essa interação entre diferentes faixas etárias é fundamental para a preservação cultural e para a 
criação de uma identidade coletiva mais sólida, baseada na valorização dos saberes locais. 
Em termos de saúde mental, o projeto também está alinhado com a ideia de flow, 
conforme desenvolvida por Mihaly Csikszentmihalyi. O estado de imersão profunda em uma 
atividade criativa, como o artesanato, pode proporcionar uma sensação de equilíbrio, controle 
e bem-estar, ajudando os indivíduos a se desligarem temporariamente das preocupações 
cotidianas e a encontrarem prazer e satisfação no processo criativo. Essa experiência de flow, 
ao ser vivenciada em um contexto seguro e acolhedor, pode promover a resiliência emocional 
e a capacidade de lidar com os desafios da vida. O conceito de "espaço potencial" de Donald 
Winnicott também pode ser aplicado ao projeto, que oferece um ambiente intermediário entre 
a realidade interna e externa, onde os participantes podem experimentar e criar livremente, sem 
medo de julgamento ou repressão. 
Esse espaço, essencial para o desenvolvimento emocional e para a expressão do 
verdadeiro self, pode ajudar os indivíduos a se reconectarem com suas emoções e a explorarem 
aspectos de si mesmos que, em muitos casos, foram negligenciados ou reprimidos devido às 
condições adversas de vida. Outro elemento de grande relevância é a perspectiva de Viktor 
Franklsobre a busca de sentido, fundamental no processo de cura emocional. O artesanato pode 
ser uma maneira de os participantes encontrarem propósito e significado, mesmo diante de 
situações de sofrimento e adversidade. A criação de algo tangível e belo oferece uma 
oportunidade de ressignificar a dor e transformar o sofrimento em uma experiência de 
superação e realização pessoal. 
O projeto não só atua como um espaço de cura emocional, mas também como uma 
plataforma de transformação social. Ao integrar o aspecto psicológico com a capacitação 
criativa, ele oferece às comunidades carentes um caminho para o desenvolvimento de 
habilidades, a melhoria do bem-estar mental e a construção de uma rede de apoio social, 
contribuindo para uma mudança positiva tanto no nível individual quanto no coletivo. Em 
resumo a execução do projeto conseguiu integrar o trabalho artesanal como ferramenta 
terapêutica e geradora de renda em uma comunidade que, além de carente de recursos 
financeiros, também enfrentava uma grande demanda por cuidados em saúde mental. Através 
10 
 
do artesanato, foi possível promover uma abordagem acessível e eficaz de apoio emocional e 
empoderamento econômico. O artesanato pode também atuar como ferramenta de inclusão 
social, especialmente para grupos marginalizados. Ao aprender uma habilidade artesanal, 
indivíduos podem desenvolver uma fonte de renda alternativa, criando oportunidades para 
independência econômica. Isso não apenas empodera as pessoas, mas também contribui para a 
diminuição de desigualdades sociais. 
Portanto, tanto o artesanato quanto a psicologia social se encontram na interseção 
entre expressão pessoal e coesão comunitária, promovendo saúde mental, bem-estar, identidade 
cultural e inclusão social. 
4. CRONOGRAMA DE APLICAÇÃO DO PROJETO 
O cronograma do nosso projeto de extensão referente a mãos que criam, mentes que 
curam foi criado e subdivido com o intuito de abranger os dois bimestres, onde as etapas foram 
bem divididas, e serão descritas detalhadamente a seguir. 
Cronograma do Projeto de Extensão. 
Tema do projeto Etapas 1° Bimestre 2° Bimestre 
Mãos que criam, 
mentes que curam 
Pesquisas e estudos sobre o 
tema; X 
 
Elaboração do projeto; X 
 
Entrega do início do projeto 
escrito; X 
 
Execução do projeto; 
 
X 
Resultados e discussões do 
projeto 
 
X 
Entrega da escrita do projeto 
finalizado 
 
X 
Apresentação do projeto em 
formato do Banner 
 
X 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Os resultados esperados do projeto para a comunidade carente de atendimento 
especializado, estão focados em proporcionar uma transformação significativa no bem-estar 
psicológico e social dos participantes. Através das atividades de artesanato, pretende-se 
11 
 
alcançar uma série de melhorias na saúde mental, com especial atenção à redução de sintomas 
de ansiedade, depressão, vícios entre outros aspectos que são prevalentes em contextos de 
vulnerabilidade social. 
O artesanato, como ferramenta terapêutica, é esperado que promova a expressão 
emocional, oferecendo aos participantes uma maneira segura e criativa de externar suas 
emoções e experiências de vida. Esse processo de auto expressão deve facilitar a elaboração de 
sentimentos reprimidos e ajudar a aliviar o estresse e as tensões cotidianas. Com isso, espera- 
se uma elevação do bem-estar geral, à medida que os participantes adquirem maior controle 
sobre suas emoções e encontram prazer e satisfação nas atividades manuais. 
Outro resultado almejado é a construção de vínculos sociais mais fortes dentro da 
comunidade. O ambiente colaborativo das oficinas de artesanato incentivará a interação entre 
os participantes, criando um espaço de apoio mútuo e troca de experiências. Isso é 
particularmente importante em comunidades sem atendimento especializado, onde o isolamento 
social e a falta de redes de suporte emocional podem agravar problemas de saúde mental. 
Através dessas conexões, os participantes poderão desenvolver habilidades interpessoais, como 
empatia, cooperação e comunicação eficaz, o que contribuirá para o fortalecimento dos laços 
social local. Além dos benefícios emocionais e sociais, espera-se que o projeto traga também 
uma sensação de empoderamento pessoal e econômico. 
6. CONCLUSÃO 
Em suma, os resultados esperados englobam a melhoria da saúde mental, o 
fortalecimento das relações interpessoais e a liberdade econômico, proporcionando para os 
participantes, ferramentas para lidar melhor com seus desafios emocionais e sociais em um 
contexto de carência de serviços especializados. 
Ao aprender novas técnicas artesanais, os participantes poderão enxergar o artesanato 
como uma fonte de renda, o que pode aumentar a autoestima e proporcionar maior segurança 
financeira. Com a orientação oferecida nas oficinas sobre como monetizar os produtos feitos, 
espera-se que alguns participantes consigam gerar uma 
 
 
 
 
12 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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New York: HarperCollins. 1996. 
CSIKSZENTMIHALYI, M. Encontrando o flow: A psicologia do engajamento com a vida 
cotidiana. New York: Basic Books. 2002. 
CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow: A psicologia da experiência ótima. New York: Harper & 
Row. 1990. 
CSIKSZENTMIHALYI, M., & NAKAMURA, J. Teoria e pesquisa do flow. Em S. J. Lopez 
& C. R. Snyder (Eds.), Manual Oxford de psicologia positiva (pp. 195–206). Oxford: 
Oxford University Press. 2009. 
FRANKL, V. E. A vontade de sentido: Fundamentos e aplicações da logoterapia (3ª ed.). 
São Paulo: Paulus. 2016. 
FRANKL, V. E. Em busca de sentido (36ª ed.). Petrópolis, RJ: Vozes. 2008. 
FRANKL, V. E. Psicoterapia e sentido da vida: Fundamentos da logoterapia e análise 
existencial. São Paulo: Quadrante. 2009. 
JUNG, C. G. Arquétipos e o inconsciente coletivo: Obras completas de C. G. Jung: Volume 
9 (Parte I). Princeton, NJ: Princeton University Press. 1971. 
JUNG, C. G. Liber Novus: O Livro Vermelho. New York: W. W. Norton & Company. 2009. 
JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. New York: Dell. 1964. 
JUNG, C. G. Tipos psicológicos: Obras completas de C. G. Jung: Volume 6. Princeton, NJ: 
Princeton University Press. 1966. 
KRAMER, E. Arte como terapia com crianças. New York: Schocken Books. 1971. 
KRAMER, E. Arteterapia em uma comunidade infantil. Springfield, IL: Charles C Thomas 
Publisher. 1958. 
NAUMBURG, M. Uma introdução à arteterapia. New York: Teachers College Press. 1953. 
RUBIN, A. J. Abordagens à arteterapia: Teoria e técnica (3ª ed.). New York: Routledge. 
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