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Relacionamento com o Cliente Conteudista Prof. Me. Marcus Saldanha da Gama Guedes Nogueira Revisão Textual Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin 2 OBJETIVOS DA UNIDADE Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua dis- ponibilização é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, recomendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Estudar as estratégias de marketing de criação de valor para o cliente; • Avaliar os processos de decisão de compra dos consumidores; • Valorizar o cliente como parte fundamental de qualquer negócio. 3 Introdução Vamos falar de gerenciamento de cliente e, dessa vez, entendendo algumas razões do comportamento de compra. Afinal de contas, quando falamos de gerenciamento de cliente, entender o comportamento dele se torna obriga- ção de qualquer Empresa que queira ter bons resultados. Dessa maneira, o consumidor é o ponto de partida de qualquer estratégia de marketing. Ele é influenciado em seu comportamento de compra o tempo todo. Destaca-se como consumidor todo indivíduo que procura algum produto ou serviço para satisfazer suas necessidades, revendê-lo ou comprar bens ou serviços para outras pessoas. O sucesso nos negócios, não é determinado pelo produtor, mas pelo consumi- dor. Assim sendo, os consumidores continuaram sendo foco dos segmentos mercadológicos e para que qualquer Empresa sobreviva, hoje, no Mercado, ela deverá estar atenta a seu consumidor, aos processos de compra e às forças sociais que determinam a sua decisão. Por meio dessas questões, será viável gerenciar o processo de compra do consumidor que, por sua vez, é baseado na satisfação das suas necessidades. Uma vez satisfeitas, são levadas pelo lado emocional ou pelo lado racional, que são derivados, muitas vezes, de sensa- ções internas como a fome, o cansaço, a sede ou até mesmo o apelo emocional. O processo de compra pode ser proveniente de estímulos externos, como a influência exercida por uma propaganda para aquisição de determinado pro- duto, o convite para um casamento ou aniversário ou a publicidade exibida por alguma personalidade. Seguindo essas premissas, vamos ver, em nossa pauta 1, temas ligados à Sociedade de Consumo em que vivemos atualmente. Na pauta 2, vamos fazer o elo entre Marketing de Relacionamento e satisfação do consumidor, mostrando a importância de se gerenciar clientes para que eles possam re- tornar. Quando chegarmos à pauta 3, você irá entender os tipos diferentes de Mercado em que as Empresas podem atuar. Pode ser tanto um cliente pessoa física quanto um cliente pessoa jurídica. Já na pauta 4, discutiremos os fatores que impactam diretamente na compra do consumidor para, na pauta 5, podermos finalizar nosso Material Didático entendendo o processo decisório de compra. Desejamos a você uma excelente leitura e um ótimo aproveitamento pedagógico durante todas essas pautas, que vão constituir todo o seu aprendizado nesta Disciplina, que é a base do relacionamento com o cliente e o entendimento das estratégias que fazem Empresas terem lucros ou prejuízos. Em suma, toda Organização precisa se relacionar com o seu cliente. Mariana Highlight Mariana Highlight Mariana Highlight 4 Pauta 1 – Sociedade de Consumo De acordo com Baudrillard (2009), a expressão que define “Sociedade de Consumo” designa uma Sociedade característica do mundo desenvolvido, em que a oferta geralmente excede a procura. Os produtos são normalizados e os padrões de consumo estão massificados. O surgimento da Sociedade de Consumo se dá em virtude do desenvolvimento industrial que, a partir de certa altura, e pela primeira vez em milênios de História, levou a que se tornasse mais difícil vender os produtos e os serviços do que fabricá-los. O fator da com- petitividade, atualmente, colaborou muito para isso. Assim, esse excesso de oferta, aliado a uma enorme profusão de bens colocados no Mercado, levou ao desenvolvimento de estratégias de marketing extremamente agressivas e sedutoras e à procura de crédito tanto das Empresas quanto das indústrias e do sistema financeiro. Certas Sociedades contemplam perplexos tristes episódios em que a inversão de valores, agregada à alienação cultural e ao consumismo imposto pelo Capitalismo selvagem nos dias atuais, levam as pessoas ao extremo do egoísmo e até, muitas vezes, a cometerem crimes. Assassinatos por um simples par de tênis, tornam o desejo compulsivo de comprar o objeto de consumo que levaria o indivíduo ao êxtase do prazer naquele momento. Segundo Solomon (2020), quando a Sociedade se depara com fatos como esse, ela começa a questionar uma série de valores que agregaram a sua cultura ao longo do processo de globalização, da economia e da cultura, imposta ao mundo nos úl- timos anos como forma de democratização das informações, dos bens e valores, que desenraiza os cidadãos da sua verdadeira origem, levando-os ao processo de desconstrução da sua identidade e, consequentemente, ao paradigma de pós- -modernidade e da serialização dos estilos e comportamentos que, via de regra, determina a orientação de cada um dentro do seu grupo social ou Organização. Para Silva (2014) Antropólogos, Sociólogos, Psicólogos e estudiosos do compor- tamento humano, em geral, empreenderam várias pesquisas, das mais diversas, sobre os possíveis motivos que levam um homem, pelo simples prazer de consu- mir um objeto, a matar o próximo. Segundo Lindstron (2018), a Mídia e as Empresas, a cada dia, desenvolvem téc- nicas mais refinadas para levar as pessoas a acreditarem que precisam consu- mir aquilo que elas de fato, algumas ou muitas vezes, não precisam. Críticos da Sociedade de Consumo acreditam que certas Empresas têm levado as pessoas Mariana Highlight 5 ao consumo exagerado de produtos e ou serviços dos mais diversos segmentos, buscando atingir o centro das suas fraquezas humanas, desestabilizando-as e as forçando a comprar objetos que em nada acrescentarão ao seu crescimento pessoal, social, cultural e muito menos como cidadão participante de uma comu- nidade, um grupo, uma sociedade. De qualquer jeito, conforme Solomon (2020), é preciso ter muito cuidado para saber discernir a questão da dimensão do consumo necessário, para garantir a qualidade de vida buscada por todos e o consumismo exacerbado, desnecessá- rio e patológico. Há uma linha tênue que limita essas duas coisas. O bom senso é, com toda certeza, a melhor proteção para as armadilhas do marketing e da publicidade, que envolve as pessoas nos seus teatros da vida real. O poder de persuasão das Organizações é trabalhado em função do comportamento de con- sumo. A publicidade é feita para constranger a consumir um produto sob pena de ser banido do grupo social que frequenta e, consequentemente, ser margina- lizado por ele. Nesse exato momento, passa-se a dar importância ao “ter”, que é símbolo de poder e de destaque em detrimento do “ser”, que deveria ser o timão das relações humanas, pois é onde a individualidade, a singularidade e a plurali- dade do ser humano se tornam visíveis e palpáveis, mas, ao invés disso, o que se verifica é exatamente o contrário. Para Kotler, Kartajaya e Sertiwana (2021), a globalização da Economia é respon- sável pela chegada das novas tecnologias, que trazem consigo muitos benefí- cios e, em contraponto, alguns aspectos negativos. Como benefícios, as novas tecnologias trazem a automatização e a mecanização das atividades profissio- nais operacionais, que ajudam muito na agilidade, na objetividade e na qua- lidade delas: informação internacional em tempo real. Por outro lado, é mais um fator de exclusão e descriminação para parte da Sociedade. Afinal, o uso empírico dessas tecnologias torna-se obrigatório para um bom desempenho profissional e, pressionado pelos novos conceitos de qualificaçãodetermina- dos pela cultura mundial da excelência na prestação dos serviços, mais uma vez, o cidadão é forçado a consumir. Esses fatores se dão devido ao mundo, hoje, estar muito ligado à estética. Os jovens, atualmente, julgam e são julgados pelo tênis, relógio, celular, roupas e outros acessórios que estão usando. Qual é a marca? Quem é a personalidade que está usando o produto na Televisão ou na Rede Social? O que é levado em consideração é o status que eles podem representar. Para Silva (2014), ninguém está livre de ser acometido por uma febre de consu- mismo, em algum momento da vida. Contudo, para que o cidadão esteja livre de uma situação dessa natureza, é preciso que ele estabeleça parâmetros, de- finindo o que para ele significa qualidade de vida e o que é apenas supérfluo, que não agregará valores à sua vida e à vida da sua família, para, então, poder 6 traçar uma meta e procurar, dentro da medida do possível segui-la, não deixan- do brechas para que o consumismo exacerbado destrua o seu castelo de areia tão bem planejado e construído dentro do mais rigoroso padrão de qualidade e dentro do seu orçamento. Segundo Hawkins (2021), dessa forma, o estudo do comportamento do consumidor é a análise do quando, por que, como e onde as pessoas es- colhem comprar ou não um produto. O estudo combina elementos teóricos da Psicologia, Sociologia, Economia, Marketing e Antropologia Social. Assim sendo, essa Ciência procura compreender o processo de tomada de decisão do comprador, tanto individualmente quanto em grupo, estudando as carac- terísticas dos consumidores individuais, por meio de variáveis demográficas e comportamentais, numa tentativa de compreender os desejos das pessoas. O comportamento do consumidor também tenta avaliar a influência sobre o consumo de grupos, como a família, os amigos, os grupos de referência e a Sociedade em geral. O estudo de comportamento do consumidor é baseado no comportamento de consumo, com o consumidor desempenhando três funções distintas: • Utilizador; • Pagador; • Comprador. Para Zenone (2017), é aí que entra o Marketing de Relacionamento. Ele se torna um ativo importante para a análise de comportamento do cliente, pois tem grande foco na redescoberta do verdadeiro significado do marketing por meio da reafirmação da importância do cliente ou comprador. Uma maior im- portância é também colocada na retenção de clientes, gestão da relação com o cliente, personalização, personalização e marketing de um para um. Todas técnicas que devem ser desdobradas e muito bem planejadas para o geren- ciamento do consumidor. Com essas questões, conclui-se que a busca infinita do homem pela felicidade é a sua maior fraqueza e que a Mídia, por meio das técnicas de marketing e publicidade, consegue aproveitar-se dela, trazendo e agregando ao Mercado consumidor capitalista não apenas consumidores, mas também seguidores. É o que vamos continuar a ver na nossa próxima pauta, aprofundando o conhe- cimento em Marketing de Relacionamento, com o objetivo de gerenciar o cliente com mais qualidade e expertise, entendendo como funciona o ciclo de vida do cliente para as Organizações. 7 Pauta 2 – Ciclo de Vida e Satisfação dos Clientes Sem cliente, sem Empresa. Eles são a alma das Organizações, e isso independen- temente do tamanho da Organização. É ele que traz o lucro, o salário do colabo- rador e paga a infraestrutura da Empresa, assim como os investimentos dela. Mesmo com tudo isso sendo claro no mundo dos negócios, ainda existe quem não tem essa filosofia administrativa. Parece que as Organizações estiveram dis- postas a fazer com que o seu desempenho atenda às necessidades de seus clien- tes, seja em estrutura, processos e qualificação de seus profissionais, bem como no gerenciamento de clientes eficiente, que já tem meio caminho andado em um Mercado super competitivo. Para Kotler e Keller (2019), dentro desse prisma, o Marketing de Relacionamento atua como uma estratégia que permite à Organização ter visão otimizada de seu cliente e, a partir daí, gerenciar as expectativas do negócio, encontrando oportunidades. E para aproveitar as oportunidades, é preciso que os gestores da Organização usufruam de interações que a corporação tem com o cliente, captando dados e os transformando em informações que possam ser úteis para a Empresa. Conhecer o cliente com profundidade é a chave para ter um bom relacionamento com ele. É o mínimo que uma Empresa que quer se tornar com- petitiva tem de fazer. Segundo Kotler e Armstrong (2014), a Empresa que, com uma boa estraté- gia de segmentação, consegue identificar, diferenciar, atrair e interagir com o cliente, pode estabelecer uma relação de aprendizado contínuo. Além disso, com uma boa estratégia de gestão, ela também pode oferecer atendimento personalizado tanto para o consumidor quanto para a própria organização. O segredo está, novamente, nas informações. Fazer uso intensivo da Tecnologia da Informação é indispensável para que os gestores possam analisar uma quantidade significativa de dados em pouco tempo e tomar decisões que irão impactar nas vendas da Empresa. Para Kotler e Keller (2019), a satisfação dos clientes deve ser analisada frequente- mente pelas Empresas pois, como um processo, trata-se de um ciclo de vida, que pode representar definitivamente diferentes etapas que o consumidor irá ter ao longo do tempo de consumo com uma Empresa. Para ficar mais claro, o ciclo de vida do cliente representa as diferentes etapas de relacionamento que cada cliente tem com a sua Empresa como você poderá ver a seguir. 8 Figura 1 – Ciclo de Vida do Cliente Fonte: Adaptada de MEETIME #ParaTodosVerem: a Figura mostra as etapas do ciclo de vida do cliente. Na barra vertical, existe o cifrão, fazendo entender que se trata de dinheiro e, na barra horizontal, o tempo. Barra na cor verde. Depois, seguem as etapas com a curva em linha subindo. Segmentação, aquisição, rentabilização e retenção na linha mais alta. A linha cai na fase de recuperação. Fim da descrição. De acordo com Kotler, Kartajaya e Sertiwana (2021), estrategicamente, o gestor pode acompanhar os distintos estágios do público direcionando os esforços de marketing e a interação com o consumidor em cada fase atingida. Cada situação é um momento diferente de relacionamento e, por consequência, exige um com- portamento e ações diferentes por parte das organizações. Seguindo a ilustração que você acabou de ver, vamos ver cada uma dessas etapas. De acordo com Kotler e Keller (2019), começamos com a segmentação na qual é necessário compreender mais sobre os desejos e os comportamentos do seu público-alvo. A Empresa busca, ainda, a identificação para poder dirigir as es- tratégias. Com o processo de segmentação, a Empresa vai conduzir melhor os recursos financeiros e humanos. Novamente, o uso de tecnologia, com um sis- tema inteligente de CRM, (Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) é essencial para realização do trabalho. Chegamos à aquisição e, uma vez que você já sabe quem é a sua persona, caracterizada por um personagem semifictício, fundamentado em dados e comportamentos reais representando, o cliente ideal para sua Organização, é a fase de buscar atrair leads para a sua Empresa e os converter em clientes. Os leads são pessoas que de alguma forma tiveram interesse no tema do seu negócio e que provavelmente estão abertos sobre ofertas de produtos e serviços da sua marca. Dessa forma, com informações relevantes, você vai conseguir colocar em prática as estratégias para poder fazer a conversão. O Inbound Marketing tem como função despertar o interesse do consumidor com conteúdo relevante 9 fazendo com o cliente busque o produto. O Outbound Marketing é um meio mais tradicional, com o uso de comunicação física e digital. É muito comum o uso de estratégias como o Inbound e o Outbound Marketing com o intuito de aproximar os clientes da Organização, como afirma Cali (2019). Figura2 – Outbound e Inbound Marketing Fonte: Adaptada de 49 EDUCAÇÃO #ParaTodosVerem: na Figura, em azul e laranja, aparecem as diferenças entre as estratégias de Outbound e Inbound Marketing. Outbound Marketing contém características como: interrupção, foco na divulgação do produto ou serviço, e-mail direto, contato direto, maior custo de aquisição do cliente e infor- mação para todos os públicos. No Inbound Marketing, as características são: permissão, foco no conteúdo, blog, multicanais, menor custo de aquisição do cliente e segmentação da informação. Fim da descrição. Leitura Para explorar essas estratégias de Marketing, que são muito usadas pelas Empresas, acesse o QR Code ao lado. Em seguida, chegamos à rentabilização, em que a Empresa começa a ganhar dinheiro, de acordo com Kotler e Keller (2019). Para isso, não é suficiente conse- guir as conversões. É necessário que tenha negócio efetivado. Fazer com que os clientes comprem serviços e produtos que tenham representatividade e gerem margem para a Organização. Nessa fase, as corporações utilizam estratégias de Mercado como Upsell e Cross Sell, com a finalidade de que o consumidor não se limite a fazer uma ou outra compra e aumentando, inclusive, o ticket médio. O ideal é conseguir rentabilizar ao máximo cada uma das conversões conseguidas, tendo aumento considerável do ROI (Retorno Sobre o Investimento), justificando todo o investimento feito até o presente momento. https://bit.ly/46P8zEy 10 Saiba Mais Quando você vai a uma lanchonete, pode estar sendo atingido por essa estratégia e nem estar se dando conta. Já pergunta- ram a você alguma vez se você quer uma batata ou refrigerante maior? Ou se você aceita mais uma sobremesa por mais uma quantia? O upsell oferece o mesmo produto com uma versão mais atualizada, características melhores ou mais completas, como um refrigerante maior, e o cross sell oferece outros pro- dutos complementares ao produto original, como hambúrguer e batatas fritas, entre outras novidades, que podem estabelecer o conjunto do que foi oferecido. Figura 3 – Cross e Upsell Marketing Fonte: Adaptada de Freepik #ParaTodosVerem: a Figura apresenta, primeiramente, a estratégia de cross sell em que aparece um lanche completo com refrigerante, batata e sanduíche. No upsell, aparece um refrigerante menor e um refrigerante maior, ficando clara a ideia de upgrade para o cliente, fazendo com que ele usufrua mais, mas também gaste mais com a Empresa. Fim da descrição. Chegamos à etapa de retenção de clientes. Segundo Kotler e Armstrong (2014), o verdadeiro sentido do marketing é muito mais manter do que conquistar clientes. Não que conquistar não seja bom. É ótimo. Mas não adianta se a sua Empresa não consegue reter clientes. Dentro da gestão do ciclo de vida do cliente, a reten- ção é fundamental, pois, com a transformação digital, o consumidor se tornou ainda mais informado e exigente. Caso ele tenha algum problema com seu pro- duto ou serviço, ele certamente vai procurar o seu concorrente. Para Kotler e Keller (2019), o objetivo, nessa fase, é criar e, principalmente, sus- tentar uma relação próxima com o consumidor e o incentivar a retornar mais vezes com programas de marketing dirigidos. Mariana Highlight 11 Para encerrarmos ou recomeçarmos melhor o ciclo de vida do cliente, devemos tentar recolocá-lo nos eixos novamente e ter a recuperação dos consumidores. É um processo que se inicia com a busca por feedbacks. A estratégia de avaliação é procurar pontos de melhorias para o negócio. Claro, que, uma vez que você perca um cliente, dependendo da razão, ele não voltará nunca mais. Entretanto, de certa forma, é importante que você possa corrigir falhas pontuais para que não perca mais consumidores pelas mesmas razões que você já perdeu. É um trabalho de longo prazo e constante. De acordo com Lovelock, Wirtz e Henzo (2020), satisfazer os clientes da sua Empresa é a meta de muitas Empresas, atualmente, mas, como você acabou de ver, não é uma tarefa simples. A Organização deve estar sempre suprindo suas expectativas, cumprindo compromissos assumidos, treinando os colaboradores, investindo em infraestrutura e tecnologia e mantendo uma comunicação consis- tente para que a Empresa esteja sempre bem informada. Um cliente perdido é sinônimo de prejuízo. Muitos clientes perdidos podem ser a falência da Organização. Estudos e pesquisas feitas a todo momento mos- tram que o custo para obtenção de novos clientes em substituição aos insatis- feitos é, muitas vezes, maior que para manter um cliente atual. E você ainda tem pontos de preocupação dos clientes insatisfeitos, propagando sua insa- tisfação e a reclamação dos seus produtos e serviços para outros clientes, que poderiam ser potenciais dentro do seu negócio. Afinal, com as Redes Sociais, a indignação e reclamação de um cliente podem atingir números exponenciais, prejudicando consideravelmente a corporação e jogando muitas vezes todo o seu investimento fora. Pauta 3 – Tipos de Mercados Para Hawkins (2021), o Mercado se constitui de um grupo de compradores reais e potenciais de um produto. À medida que o número de pessoas e transações de uma Sociedade aumenta o número de comerciantes e os Mercados também aumentam. A economia não para. Dessa forma, podemos posicionar o Mercado como o “local” onde se en- contra quem quer comprar e quem quer vender e que, por meio de um processo de negociação, determina o preço e a quantidade do bem a ser transacionado ou trocado entre ambos. Para ter um bom relacionamento com o cliente, o gestor precisa saber em que tipo de Mercado a Empresa dele está inserida. 12 Segundo Kotler e Keller (2019), em muitos Mercados, uma das variáveis chave é o preço, que mede o valor do bem em termos monetários. Assim, se os consumi- dores querem mais de um bem, seu preço aumenta. Logo, esse aumento cria um incentivo a quem quer vender para que aumente a sua oferta. Dessa forma, será restabelecido um equilíbrio de Mercado. Por outro lado, se a procura de deter- minado bem diminui, os vendedores têm incentivos para reduzir os preços, a fim de reduzir os estoques. Com isso, com preços mais baixos, mais compradores procurarão o bem. Novamente, é assim restabelecido o equilíbrio de Mercado. Para Hawkins (2021), o Mercado pode ser autossuficiente (produz para sobreviver), pode ser relativo a trocas descentralizadas (produz e troca por outros produtos) e pode ser, também, de trocas centralizadas (intermédio de um Mercador). Um Mercado pode crescer em torno de um produto ou qualquer outra coisa de valor. Vamos ver, a seguir, alguns tipos de Mercado em que as Empresas podem interagir: • Mercado Consumidor: indivíduos e famílias que compram bens e servi- ços para consumo pessoal; • Mercado Industrial: organizações que compram bens e serviços para processamento posterior ou para uso em seu processo de produção; • Mercado Revendedor: organizações que compram bens e serviços para revendê-los com lucro; • Mercado Governamental: órgãos governamentais que compram bens e serviços para oferecer serviços públicos ou transferir esses bens e ser- viços para outros que precisam deles; • Mercados Internacionais: compradores estrangeiros, incluindo consu- midores, produtores, revendedores e governos; • Mercado Financeiro: supre necessidades das pessoas para que elas possam tomar dinheiro emprestado, emprestar, poupar ou protegê-lo. De acordo com Kotler e Armstrong (2014), é preciso identificar as forças ambien- tais que provocam influências no comportamento consumidor. Entender esse comportamento é a tarefa essencial do administrador de marketing. O Mercado também pode ser entendido como um termo utilizado quando se refere aos con- sumidores de determinado segmento ou à própria população economicamente ativa de um país que compra ou utiliza os produtos de Empresas específicas, ou seja, todas as pessoas que tenham um poder de compra. 13 Em suma, alguém vende algo, outro alguémprecisa desse algo e, no momento em que ambos se encontram, temos o Mercado. Se dissermos que Mercado é o ponto de encontro entre oferta e procura, não estamos errados, como também seremos precisos se dissermos que Mercado é a relação entre a oferta e a procura. Uma rela- ção de troca. Como pessoa física, o consumidor se preocupa com a aplicação de sua renda ou salário, tornando-se individualista nesse processo. O empreendedor tem um enfoque diferente em relação ao Mercado. Sua função é perceber as necessida- des de seus clientes e procurar supri-las, objetivando a plena satisfação deles. Antes, os profissionais de marketing podiam compreender os consumidores por meio da experiência diária e do contato direto de venda. Mas as Empresas e os Mercados cresceram, evoluíram, e muitos profissionais de marketing encarrega- dos das tomadas de decisões perderam o contato direto com seus consumidores, valendo-se de técnicas como a pesquisa de Mercado e Tecnologias da Informação para estudá-los, na tentativa de aprender mais sobre o seu comportamento. Segundo Zenone (2017), a Organização que conseguir compreender como os consumidores respondem aos vários estímulos de marketing, às diferentes ca- racterísticas dos produtos, a preços e a apelos de comunicação terá grande vantagem sobre seus concorrentes, pois poderá identificar as necessidades atuais e futuras, melhorar o relacionamento com os clientes, obter a confiança e a fidelidade, e poderá planejar mais efetivamente sua ação comercial, saindo na frente da concorrência. Para Solomon (2020), o comportamento de consumo é influenciado pelas carac- terísticas e pelo processo de decisão de compra do consumidor. As característi- cas do consumidor incluem quatro fatores principais: culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Embora esses fatores não possam ser controlados pelo profissio- nal de marketing, eles podem e devem ser levados em consideração, podendo ser úteis na identificação e compreensão do comportamento dos consumidores. E é exatamente isso que nós vamos ver na próxima pauta. Pauta 4 – Fatores do Comportamento de Consumo Para Samara e Morsh (2004), existem vários fatores internos e externos que influenciam diretamente o processo de tomada de decisão de compra dos consumidores. As variáveis que influenciam no processo de decisão de com- pra encontram-se divididas entre as influências ambientais, diferenças indivi- duais e fatores pessoais. Mariana Highlight 14 O indivíduo, como consumidor, sofre influências psicológicas, pessoais, sociais e culturais. O meio-ambiente, como o ambiente físico, o lugar, as pessoas, as coisas, o clima, os costumes, as tecnologias das inovações, as economias, o fator crédito, inflação, as políticas e as áreas legais, as normas, as leis, as proibições e as cultu- ras influenciam de forma contrastante na decisão de compra dos consumidores. De acordo com Hawkins (2021), um dos fatores que mais influencia na decisão de compra é a Sociedade e o comportamento dos indivíduos, sua cultura, mesmo que todos as pessoas tenham crescido ouvindo que elas deveriam “pensar mais em si mesmas”, mantendo a sua personalidade. É notório o fato de que os comportamentos são influenciados segundo os valo- res e o procedimento aprendidos e compartilhados em Sociedade. Essa cultura muda de país para país, portanto, alguns produtos lançados não se adaptam a todo Mercado estrangeiro. É preciso estudar e analisar cada Mercado global antes de lançar um produto, mesmo que esse produto já exista em outro país. É uma questão cultural. Tão importante quanto a cultura é a família do indivíduo, na qual se encontra, tam- bém, um alto grau de influência, que podem ser consideradas necessidades autôno- mas (necessidades de cada membro individualmente), como também necessidades conjuntas (por todos os membros da família). A família também recebe influência de cada componente, de fatores internos e externos, e das classes sociais. De acordo com Solomon (2020), as classes sociais, mesmo que atribuídas como igualitárias, diferem-se por meio da hierarquia do status, e cada indivíduo ou grupo é classificado por meio de: seus bens, poder, prestígio e habilidades. O fator marca se torna importante no encaixe a cada classe social diferente. As classes sociais podem ser, então, definidas como uma divisão hierárquica da Sociedade em grupos relativamente homogêneos e distintos no que se refere a atitudes, valores e estilos de vida. Cada qual com seu conceito. Como sempre, o preço exerce influência no comportamento do consumidor e na avaliação da decisão de compra, assim como no atendimento ao cliente. De acordo com a classe social é que o consumidor considera o preço do produto ou serviço um atributo relevante. As influências nas decisões de compras estão ligadas às forças sociais, que levam o consumidor a comprar segundo determina- dos padrões, que pode ser considerado um mapa da mente do consumidor, em que ele usa esse mecanismo como uma coleta de informações para aquisição do produto que satisfaça sua necessidade. A seguir, veremos como funcionam esses fatores que atuam diretamente no comportamento de compra, conforme enfatizam Kotler e Keller (2019). Mariana Highlight 15 Figura 4 – Fatores de Influência Fonte: Adaptada de RESEARCH GATE #ParaTodosVerem: na Figura, aparecem os fatores que influenciam os consumidores em suas de- cisões de compra. No primeiro quadrante, os fatores culturais com: cultura, subcultura e classes sociais. No segundo quadrante aparecem os fatores sociais, com grupos de referência, família e posições sociais. No terceiro quadrante, aparecem os fatores pessoais, com idade, ocupação, con- solidação econômica, estilo de vida e personalidade. No quarto quadrante, que inclui os fatores psicológicos, aparecem motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes. No último e menor quadrante, aparece o consumidor, que é afetado por todos esses fatores. Fim da descrição. Para Kotler, Kartajaya e Sertiwana (2021), em um Mercado extremamente compe- titivo, o gestor que cuida do relacionamento com o cliente tem a difícil missão de achar um meio de gerar mais visibilidade atraindo consumidores. Não se trata ape- nas de um diferencial. Mas sim, da primeira necessidade, para que as Empresas obtenham resultados. É preciso saber o que de fato influencia o comportamento do consumidor para traçar estratégias objetivas a partir de informações coletadas durante o ciclo de vida do cliente. Dessa forma, a Empresa, conhecendo o compor- tamento dos seus clientes, terá a oportunidade de se antecipar às principais ten- dências, atrair e reter os consumidores, assim como elaborar campanhas de co- municação e proceder com embasamento nas decisões das ações mercadológicas. Dessa maneira, os fatores que você acabou de ver na ilustração podem ser expli- cados da seguinte forma, como ressalta Hawkins (2021): • Fatores Culturais: exerce uma das mais amplas e profundas influências, pois o profissional de marketing precisa compreender o papel exercido pela cultura, pela subcultura e pela classe social do consumidor; 16 • Fatores Sociais: podem ser grupos de referência, família, papéis sociais e posições do consumidor, podendo afetar as reações dos consumidores; • Fatores Pessoais: são as características pessoais do consumidor, tais como idade e ciclo de vida, ocupação, situação econômica, estilo de vida, personalidade e autoestima; • Fatores Psicológicos: podem ser definidos como motivação, percepção, aprendizado, crenças e atitudes. Como você pode acompanhar, esses fatores são influenciadores no comporta- mento e na tomada de decisão de compra. É fundamental que, no planejamento estratégico dos produtos e serviços oferecidos pela Organização, estejam devi- damente direcionados para cada perfil de cliente. A ação de compra é baseada na percepção que os consumidores têm de um problema. Por isso, as etapas do processo de decisão de compra passam por etapas que são diretamenteliga- das a essas influências. E são justamente essas etapas e o processo decisório de compra que vamos entender na nossa próxima pauta. Pauta 5 – Processo Decisório de Compra De acordo com Solomon (2020), uma série de fases constitui o processo decisório de compras, cuja importância, intensidade e duração, dependem do tipo de compra que se efetua. O processo de compra pode ser desenvolvido por diferentes papéis que o consumidor assume dentro desse processo como os apresentados a seguir. Iniciador, Influenciador, Decisor, Comprador, Usuário Para Kotler e Armstrong (2014), saber quem são os principais participantes e os papéis que eles desempenham ajuda o profissional de marketing a aprimorar e a adequar o programa de marketing da Empresa. Nas últimas décadas, os avan- ços em Informática, Comunicação e Tecnologia de Comunicação mudaram para sempre o mundo e, consequentemente, o comportamento de consumo, pois o poder se deslocou para os consumidores, de certa forma, havendo um aumento extraordinário das opções de produtos e serviços. 17 De acordo com Hawkins (2021), o processo de compra tem início muito antes de a compra efetivar-se, e continua após ela. A responsabilidade de uma Empresa começa a partir do momento que o cliente se torna real, ou seja, após a com- pra. É importante frisar que estamos fazendo marketing e não apenas vendendo produtos. E se estamos fazendo marketing, temos novamente de destacar o rela- cionamento com o cliente como ponto primordial da estratégia trabalhada pela Empresa. Fazer relacionamento não é simplesmente se comunicar, mas também entender procedimentos de compra do seu cliente. Você só pode eventualmente lançar um produto ou serviço atraente se conhecer as preferências do seu clien- te, assim como os anseios dele. Assim sendo, seguem os estágios do processo de compra: 1. Reconhecimento da necessidade; 2. Procura de informação; 3. Ponderação de alternativas; 4. Decisão de compra; 5. Comportamento pós-compra. Como você pode ver, seguindo Hawkins (2021), na primeira etapa, o consumidor sente necessidade e percebe que precisa de algo. Essa falta de algo representa o início do processo de compra e também pode estar ligado a uma necessidade básica e real. Na segunda etapa, o consumidor, diante do seu problema ou neces- sidade, busca soluções. Dessa forma, o consumidor procura informações e analisa as opções disponíveis. Já na terceira etapa, o consumidor faz comparações diante das alternativas que tem. Na quarta etapa, ele continua a avaliação de alternativas, implicando a seleção daquela que ele escolheu, determinando, então, a decisão final do consumidor. Finalmente, na quinta etapa, após a decisão sobre o produto ou o serviço escolhido, existe um prazo no qual o gestor da Empresa responsável pelo relacionamento com o cliente não pode estar de fora. Essa fase não é apenas sobre se o seu produto atendeu uma necessidade, mas sim, se existem possibili- dades de que o cliente volte a escolher a sua Organização como opção. Segundo Kotler e Keller (2019), com todas essas análises sobre relacionamento com o cliente, é fundamental que as Empresas façam uma conexão com o pú- blico-alvo, prestando atenção à entrega de conteúdos de qualidade, estreitando cada vez mais o relacionamento com o cliente. MATERIAL COMPLEMENTAR Sites ABRAREC – Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente https://bit.ly/46VDVcv ABMN – Associação Brasileira de Marketing e Negócios https://bit.ly/43uGjEl Mundo do Marketing https://bit.ly/43u9WWb Vídeo Pequenas Empresas & Grandes Negócios https://bit.ly/3pKZ60r Livros Comportamento do Consumidor: um Olhar Científico sobre Como e Por Que Consumimos ANDRADE, L. M.; BUENO, A. Comportamento do Consumidor: um olhar científico sobre como e por que consumimos. Curitiba: InterSaberes, 2020. (e-book) Comportamento do Consumidor na Era Digital LUZ, V. Comportamento do Consumidor na Era Digital. Curitiba: Con- tentus, 2020. Comportamento do Consumidor e Pesquisa de Mercado FOGGETI, C. Comportamento do Consumidor e Pesquisa de Mercado. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2020. (e-book) https://bit.ly/46VDVcv https://bit.ly/43uGjEl https://bit.ly/43u9WWb https://bit.ly/3pKZ60r REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUDRILLARD, J. A Sociedade de Consumo. 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