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Professora: Diana Bahia Aluna: Izabella Freire Bastos Xavier AULA CITOGENÉTICA E CROMOSSOMOPATIAS 1- Sobre Hibridização in situ denominada "FISH" a) Conceitue: Resposta: FISH ou do inglês (Fluorescence In Situ Hybridization) é uma técnica de hibridação in situ por fluorescência. É bem utilizada em citogenética, tem o objetivo de localizar sequências específicas de DNA dentro de cromossomos e, assim, permite visualizar alterações genéticas. Dessa forma, o FISH, permite identificar genes específicos ou regiões cromossômicas e pode até detectar pequenas anormalidades cromossômicas que não seriam visíveis em um cariótipo tradicional b) Explique o fundamento da técnica. Resposta: FISH é usado para: Localizar genes específicos em cromossomos. Detecção de microdeleções (pequenas perdas de DNA) ou microduplicações. Estudo de translocações cromossômicas que podem estar associadas a cânceres. Identificação de anomalias genéticas específicas, como na síndrome de DiGeorge ou síndrome de Williams. Pesquisa em células tumorais para detectar alterações cromossômicas associadas ao câncer. O fundamento da técnica de FISH baseia-se no princípio da hibridação entre duas cadeias de ácidos nucleicos (DNA ou RNA), onde uma sequência de DNA complementar se liga a uma sequência-alvo específica, formando uma estrutura estável. No caso do FISH, essa hibridação ocorre in situ, ou seja, diretamente nas células ou cromossomos intactos, sem a necessidade de extração e amplificação do DNA. Passo a Passo do Fundamento da Técnica: Seleção da Sonda Fluorescente Preparação da Amostra Desnaturação do DNA Hibridação Lavagem Visualização com Microscópio de Fluorescência c) Explique quatro utilidades para a pesquisa científica ou clínica do uso da Hibridização in situ e cite uma limitação da técnica (incluir na resposta para que serve, tipo de sonda e como é detectada, quais são três aplicações da técnica) Resposta: Como funciona FISH: 1.Para que serve: ● A FISH serve para identificar e localizar sequências específicas de DNA ou RNA diretamente em cromossomos ou células intactas. Ela é útil para analisar alterações cromossômicas e expressão genética. 2.Tipo de sonda: ● A sonda utilizada é um fragmento curto de DNA ou RNA complementar à sequência-alvo do gene ou região do cromossomo que se deseja estudar. Além disso, ela é marcada com corantes fluorescentes, que permitem a visualização sob um microscópio de fluorescência. 3.Como é detectada: ● Quando a sonda se liga à sequência de interesse, ela emite luz fluorescente, gerando pontos ou áreas luminosas visíveis. A cor da fluorescência depende do tipo de corante usado (geralmente diferentes cores para sondas diferentes, permitindo a análise múltipla). Quatro utilidades para a pesquisa científica e clínica com o uso da tecnica: 1.Detecção de Alterações Cromossômicas: ● A FISH é amplamente usada para detectar anomalias cromossômicas, como trissomias (presença de cromossomo extra), deleções, duplicações ou translocações. Exemplo: Identificar a síndrome de Down (trissomia 21), utiliza-se uma sonda específica para o cromossomo 21. A sonda é um fragmento de DNA que se liga a uma região do cromossomo 21. Identificar o cromossomo Philadelphia (translocação entre os cromossomos 9 e 22, presente na leucemia mieloide crônica), utiliza-se sondas de DNA, que são fragmentos de DNA complementar às regiões de interesse nos cromossomos 9 e 22. Essa aplicação é crucial para o diagnóstico pré-natal e o diagnóstico de várias doenças genéticas. 2.Diagnóstico e Prognóstico de Câncer: ● Técnica frequentemente usada na oncologia para estudar alterações genéticas associadas a diversos tipos de câncer. Exemplo: detecção da amplificação do gene HER2 no câncer de mama, que pode ajudar a determinar o prognóstico e a escolha de tratamentos direcionados, como a terapia com trastuzumabe, a sonda utilizada para detectar a amplificação do gene HER2 no câncer de mama é uma sonda de DNA, projetada para se ligar à região do gene HER2 no cromossomo 17. Outras aplicações incluem a detecção de translocações em cânceres hematológicos (como leucemias) e a amplificação de genes oncogênicos. 3.Estudos de Estrutura Cromossômica e Genômica: ● Uma ótima ferramenta para estudar a organização dos cromossomos e a estrutura do genoma. Exemplo: Pode ser usada para investigar a localização de genes específicos dentro do núcleo celular ou para mapear regiões do genoma com precisão. Além disso, FISH ajuda a entender a variabilidade genômica entre diferentes espécies ou entre células normais e tumorais. A sonda utilizada para estudos de estrutura cromossômica e genômica é principalmente uma sonda de DNA, que pode ser projetada para sequências específicas de genes, regiões cromossômicas ou grandes regiões do genoma. 4.Aconselhamento Genético: ● Importante no aconselhamento genético, permitindo a identificação de alterações cromossômicas em pacientes que apresentam sintomas de doenças genéticas raras. Ao identificar essas alterações, o FISH auxilia os profissionais de saúde a determinar os riscos de transmissão hereditária e a oferecer orientações sobre o planejamento familiar e prevenção. A sonda utilizada em FISH no contexto do aconselhamento genético será sempre específica para a alteração cromossômica que está sendo investigada Limitação da Técnica FISH: Existem algumas limitações como, a necessidade de sondas específicas para cada sequência de interesse. Logo, a técnica só é eficiente para identificar as alterações cromossômicas ou sequências genéticas que já sejam conhecidas e para as quais se tenha desenvolvido sondas adequadas. Assim, se houver uma nova mutação ou alteração genética não for previamente identificada, o FISH pode não ser capaz de detectar essa mudança. Além disso, a resolução espacial de FISH pode ser limitada, dificultando a análise de alterações muito pequenas ou de genes localizados em regiões complexas ou repetitivas do genoma. 2) Citogenética e alterações cromossômicas a) Para que serve a citogenética? Resposta: Área da genética que estuda os cromossomos, suas estruturas, números e funções. O foco está em como as alterações genéticas, como mutações, deleções, duplicações ou translocações cromossômicas, podem levar a doenças genéticas e distúrbios cromossômicos. b) Como algumas alterações cromossômicas poderiam levar ao desenvolvimento de câncer? Cite exemplos dessas alterações. Respostas: As alterações cromossômicas podem se relacionar com o desenvolvimento de câncer. Entretanto, as alterações estruturais são mais comumente associadas ao desenvolvimento de câncer porque podem afetar diretamente os genes reguladores do crescimento celular. Quando esses genes são alterados, podem perder o controle sobre o ciclo celular e promover o crescimento descontrolado, o que é a base para o câncer. Ativação de oncogenes: Como as translocações podem colocar um oncogene (gene que promove o câncer) sob o controle de um promotor ativo, a célula começa a se dividir descontroladamente. São exemplos dessas alterações: 1. Inativação de genes supressores de tumor: Se uma deleção ou translocação resultar na perda ou inativação de um gene supressor de tumor, como o TP53, a célula pode escapar do controle normal e começar a proliferar de maneira desordenada. 2. Instabilidade genômica: As alterações estruturais podem tornar o genoma instável, o que aumenta a probabilidade de novas mutações, incluindo aquelas que causam o câncer. c) Defina a alteração cromossômica denominada INVERSÃO. Cite possíveis consequências da inversão cromossômica. Respostas: A inversão ocorre quando uma parte do cromossomo se quebra, vira ao contrário e se reconecta no mesmo lugar, mas de cabeça para baixo. Ou seja, a ordem dos genes naquela parte do cromossomo é invertida. Normalmente, as inversões não causam problemas graves porque a quantidade de material genético não muda. Mas, em alguns casos, a inversão pode interferir na expressão dos genes ou causar problemas durante a meiose (a formação dos gametas), podendo levar a anomaliasgenéticas nos filhos.