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GESTÃO DE RECURSOS AMBIENTAIS Agnes Caroline dos Reis Recursos naturais renováveis e não renováveis Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar o conceito e a diferença entre recursos naturais renováveis e recursos naturais não renováveis. � Reconhecer as características dos recursos naturais renováveis. � Apontar os desafios no gerenciamento dos recursos naturais não renováveis. Introdução Recursos naturais são essenciais para a vida humana, pois abrangem todos os elementos naturais que utilizamos, tanto de forma direta quanto indireta: a água, o solo, os minerais, os combustíveis fósseis, a madeira, os recursos que utilizamos para manufaturar e produzir produtos diversos, entre outros, são exemplos de recursos naturais. Esses podem ser classi- ficados de acordo com sua disponibilidade, isto é, se são esgotáveis ou não (em recursos naturais não renováveis e renováveis, respectivamente). A correta gestão dos recursos naturais é essencial para a perpetuação dos seres humanos em nosso planeta, principalmente considerando os recursos não renováveis. Neste capítulo, aprofundaremos os aprendizados sobre recursos naturais renováveis e não renováveis e discutiremos os fundamentos da gestão correta desses recursos essenciais para a perpetuação da nossa espécie no planeta. Conceito e diferença entre recursos naturais renováveis e não renováveis Recursos naturais são aqueles disponíveis na natureza para nosso consumo, considerando nossas necessidades. São todos os elementos da natureza que trazem benefícios para o necessário à nossa sobrevivência e o nosso conforto. Nesse contexto, podemos citar a água, o solo, a luz solar e os vegetais. Esses recursos são extraídos da natureza de forma direta ou indireta e, em muitos casos, de forma inadequada. Dividimos os recursos em dois grupos: recursos naturais renováveis e recursos naturais não renováveis. Recursos renováveis são aqueles natural- mente repostos após o consumo. Já os recursos não renováveis são aqueles que não se renovam ou que levam uma quantidade maior de tempo para se renovar, possuindo assim vida limitada; ou seja, esgotam-se. O resultado direto é o esgotamento dos recursos naturais não renováveis. Mas preste atenção: mesmo os recursos renováveis possuem limites e restrições quanto ao uso, podendo chegar a uma condição de esgotamento irreversível se utilizados de forma inadequada. Os recursos naturais renováveis, se bem gerenciados, não se esgotam. Um bom exemplo disso é a utilização e o estado de nossas águas (Figura 1a), recurso renovável de suma importância. Os seres humanos devem ter cuidado ao retirar e consumir recursos naturais, para que a disponibilidade natural dos mesmos não seja comprometida. Cabe lembrar que os recursos naturais dependem muito de nossas ações preventivas (relacionadas ao uso, à boa gestão e ao planejamento) e de ações protetivas (relacionadas a situações de emergência). Figura 1. (a) Exemplo de recurso natural renovável: a água. (b) Recurso natural não renovável: mineração de carvão. Fonte: Singkham e kemdim/Shutterstock.com. (a) (b) Recursos naturais renováveis e não renováveis2 Os recursos naturais renováveis e não renováveis podem ser ainda classificados con- forme a sua origem. Recursos não renováveis podem ser energéticos, como no caso dos combustíveis fósseis, ou mesmo do urânio; e minerais, como o ferro, o cobre, o alumínio, o ouro, o calcário, o fosfato, entre outros. Recursos naturais não renováveis podem ser energéticos, como no caso da energia solar, da eólica, da geotérmica, entre outras; e minerais, como a água, ou mesmo recursos de origem biológica, contando com bens como a madeira e os alimentos em geral. Os recursos naturais não renováveis, portanto, são aqueles que não se renovam ou que levam muito tempo para serem renovados. Como exemplo desses recursos, temos o petróleo, que é oriundo dos resíduos de plantas e animais soterrados a milhares de anos; ou seja, é um recurso que não se re- nova rapidamente na natureza, pois seu processo não pode ser substituído ou mesmo reproduzido pelos seres humanos. Dessa forma, quando esgotarmos nossas reservas de petróleo, esse recurso natural ficará indisponível para nosso consumo. O gás natural e o carvão (Figura 1b) são outros exemplos de recurso não renovável de origem na decomposição de plantas e animais dispostos no subsolo. Em relação aos combustíveis fósseis, é importante ressaltar que sua extração e utilização são responsáveis pelo aumento das temperaturas globais, e, portanto, sua manipulação pode causar (de fato, causa) inúmeros processos de poluição, tanto no solo, quanto na água, ou mesmo na atmosfera, o que se relaciona diretamente ao aquecimento global. Quanto aos recursos renováveis, podemos citar alguns exemplos que não se esgotam, mesmo em longo prazo: são recursos contínuos, como a energia solar e a eólica, que podem ser armazenadas com o auxílio de equipamentos especiais. A flora e a fauna também são recursos naturais, e por se reprodu- zirem e ficarem novamente disponíveis, são consideradas recursos naturais renováveis. 3Recursos naturais renováveis e não renováveis O Brasil é um país rico em elementos naturais, sendo que os recursos na- turais são a fonte da maior parte de nossa economia. Um dos maiores recursos naturais do Brasil são as florestas, especialmente a floresta amazônica, valiosa em elementos naturais, como a água, que precisam ser protegidos e conser- vados. Por outro lado, em alguns lugares do Brasil já se vivencia a escassez de água e de energia elétrica, devido ao descaso dos próprios seres humanos com os seus bens naturais, problemas causados principalmente pela poluição. Com a poluição, os recursos ficam comprometidos, tendo como consequência a baixa qualidade de vida. A questão é que, o consumo de recursos naturais renováveis precisa ser igual ou menor à reposição dos mesmos na natureza. Se ultrapassarmos esse nível natural de recomposição, comprometeremos a qualidade de vida em nosso planeta. Esse cuidado exige boa gestão e cons- cientização sobre o uso desses bens naturais, para que, em longo prazo, não se tornem recursos indisponíveis para o ser humano. É preciso ter mais cuidado com os recursos não renováveis; no entanto, cabe salientar que os recursos renováveis precisam, da mesma forma, de uma boa gestão de uso, pois podem ser comprometidos, especialmente em sua qualidade ou em casos em que o uso estiver acima dos níveis naturais de reposição. Dessa forma, conforme já mencionado, os recursos estão disponíveis na natureza, em diferentes origens e formas. Alguns são mais abundantes, enquanto outros, nem tanto; logo, uns possuem mais limitações de uso que outros. Mesmo aqueles aparentemente mais abundantes podem ser compro- metidos, pois o mau uso pode diminuir a qualidade e a quantidade disponível, reduzindo ou limitando o uso. Cabe aos seres humanos desenvolver formas de informar e conscientizar a população sobre questões relacionadas aos recursos naturais e também ao entendimento das consequências, tendo como foco o comprometimento global para a conservação dos recursos naturais. A preservação e conservação dos recursos naturais tanto renováveis quanto não renováveis é responsabilidade de todos, devendo-se abordar tais questões com todos os níveis de ensino, diferentes classes sociais e em todas as comunidades. É sempre importante ressaltar que dependemos de recursos naturais para nossa sobrevivência e melhor qualidade de vida; da mesma forma, é preciso garantir tais condições para as futuras gerações. Recursos naturais renováveis e não renováveis4 Caracterização dos recursos naturais renováveis Dentre os recursos naturais renováveis mais importantes para nossa susten- tabilidade e nossa sobrevivência, destacamos os seguintes: Água Apenas 3% do total da água do mundo é utilizável, o restante corresponde à água congelada ou salgada.É uma substância extremamente importante para a manutenção da vida em nosso planeta, fazendo parte do corpo de todos os organismos vivos, transportando substâncias, garantindo a realização de diversas reações químicas, além de ser um solvente universal, em virtude de sua capacidade de dissolver outros compostos químicos. Por muito tempo se considerou a água um recurso infinito, sem possi- bilidade de esgotamento. Hoje em dia, é possível perceber que o mau uso e a alta demanda de consumo (em razão da superpopulação) trazem sérios comprometimentos para sua qualidade e, consequentemente, disponibilização em condições mínimas necessárias. É preciso repensar a água como um recurso finito, no entanto, essencial para a manutenção da vida na Terra. Sem ela, os demais recursos seriam comprometidos, não havendo possibilidade de vida se a água estiver em más condições. A água é fonte geradora de energia elétrica, através de hidroelétricas (Figura 2a). Essa energia é gerada pelo aproveitamento de energia potencial gravitacional da água. Para isso, a água deve estar represada em altura bastante elevada, pois a potência gerada é proporcional à altura da queda de água e à sua vazão. 5Recursos naturais renováveis e não renováveis Figura 2. (a) Hidroelétrica gerando energia. (b) Aerogeradores, que produzem energia através do vento. (c) Composição das camadas de formação do solo. Fonte: pitagchai, ThiagoSantos e Ellen Bronstayn/Shutterstock.com. (a) (c) (b) Camada orgânica Solo Subsolo Material original Base rochosa CAMADAS DE FORMAÇÃO DO SOLO Matéria orgânica solta e parcialmente deteriorada Matéria mineral com húmus Partículas minerais coloridas, zona de eluviação e lixiviação Acumulação de argila vinda de cima Material original parcialmente alterado Material original não alterado Duas grandes vantagens da energia gerada pela água são o custo, que não sofre variação, e o fato de que não é necessário utilizar combustível para sua geração; ou seja, é o que chamamos de energia limpa. Com relação às desvantagens, o impacto maior é o social, pela necessidade de remoção das pessoas dos locais que serão inundados. Outro problema negativo, não muito comentado, é a alteração do corpo aquático, de lótico para lêntico; além disso, a porção verde (vegetação) inundada acaba liberando muito gases tóxicos, que comprometem ou colaboram com o efeito estufa. Recursos naturais renováveis e não renováveis6 Ar/Vento Esse recurso natural é composto por diferentes gases, sendo o oxigênio um deles. Assim como a água, é essencial para a manutenção da vida, já que precisamos do oxigênio para respirar. O ser humano é responsável por grande parte da poluição no ar, causada, por exemplo, por indústrias e queimadas. Tais fatores prejudicam e comprometem demasiadamente a qualidade do ar que respiramos, sendo, além disso, um dos principais motivos pelo aumento de problemas respiratórios. Outra fonte de produção de energia limpa, complementar à geração hídrica, é a força dos ventos (Figura 2b). A utilização de tal fonte para a geração de eletricidade se iniciou na década de 1970, devido à crise internacional do petróleo. O Atlas do potencial eólico brasileiro, elaborado pelo Centro de pesquisas de energia elétrica (CEPEL, 2017), constata um potencial bruto de 143,5 GW, o que torna a energia eólica uma alternativa importante para a diversificação da geração de eletricidade no país. Os maiores potenciais identificados foram a região litoral do nordeste, o sul e o sudeste. O potencial de energia anual para o nordeste é de cerca de 144,29 TWh/ano; para a região sudeste, de 54,93 TWh/ano; e, para a região sul, de 41,11 TWh/ano. Onda A onda do mar é formada de acordo com o vento, sendo o tamanho da onda variável, de acordo com a velocidade do vento e sua permanência. Atualmente, é possível gerar energia através do que pode ser descrito como uma “cobra articulada” em linha reta, dentro do oceano. À medida que as ondas percorrem o seu comprimento (uma tecnologia chamada de pelamis), esse movimento aciona geradores de eletricidade; assim, a energia é posteriormente recolhida por um cabo submarino e encaminhada para a terra. A maior vantagem dessa fonte de energia é que se faz uso de uma energia renovável, sem gerar qualquer tipo de poluição. Os pontos negativos que se salientam são que tal processo não possui alto potencial de geração de energia e, além disso, chega a atrapalhar navegações. 7Recursos naturais renováveis e não renováveis Solo É a camada superficial da crosta terrestre, constituído por partículas minerais, matéria orgânica, água, ar e organismos vivos (Figura 2c). É onde vivemos, a superfície em que pisamos. O solo proporciona o cultivo de outros recursos necessários para a sobrevivência humana, como, por exemplo, os alimentos. A formação do solo é um processo de milhões de anos, pois resulta da fragmentação de rochas pelos processos de modificação, pelas ações do vento, da chuva, da água, do calor e de microrganismos. Sendo assim, muitos autores definem o solo como um recurso não renovável, e, de fato, muitos são os pro- blemas de perda de solo ligadas principalmente às atividades de mineração ou de agricultura. Por outro lado, os maiores problemas com o recurso solo são oriundos de substâncias tóxicas, que acabam inutilizando uma determinada área para atividade humana. Nesse sentido, não ocorre perda de solo, mas este se torna inutilizável, assim como ocorre com o recurso da água, por isso outros autores definem o solo como um recurso renovável. De qualquer forma, o solo considerado bom, em perfeito estado de conservação, abriga muitas espécies de animais e de plantas. Cabe lembrar que a fertilidade do solo é resultado da decomposição de matéria orgânica, como folhas, galhos, troncos e resíduos animais. Dessa forma, os solos podem ser tanto férteis quanto inférteis, dependendo da disponibilidade de degradação. Outros fatores que interferem na composição do solo são a rocha de origem e a disponibilidade de matéria orgânica. Seres vivos Ao retomar o conceito de recursos naturais, referente a todos aqueles ele- mentos disponibilizados pela natureza que podem ser utilizados pelos seres humanos, destaca-se que os seres vivos também fazem parte desse conceito. Há diferentes formas de aproveitar os recursos naturais disponíveis, sem que as futuras gerações sejam comprometidas, tais como a prática da agricultura, da caça e da pesca. É importante identificar e conhecer profundamente os limites de uso dos re- cursos, para que no futuro próximo não tenhamos problemas de disponibilidade. Recursos naturais renováveis e não renováveis8 No passado, os seres humanos mantinham uma relação de equilíbrio com a natureza, porém, com o passar do tempo, foram desenvolvidas técnicas que permitiram maiores transformações, gerando danos tanto ao meio ambiente quanto aos próprios seres humanos. A agricul- tura se constituiu no período neolítico, formando as bases estruturais para que se firmassem as primeiras civilizações. Existem diferentes formas de usar os recursos naturais, tais como: a prática da agricultura, a caça, a pesca, o extra- tivismo mineral e vegetal, entre outras atividades socioeco- nômicas. O importante é que haja um bom planejamento, que não comprometa a qualidade e a disponibilidade de consumo para as futuras gerações. https://goo.gl/jeV6Xs A Agenda 21 é um programa de planejamento para a construção de uma sociedade mais sustentável, indepen- dentemente da localização, que harmoniza os métodos de proteção ambiental, de justiça social e de eficiência econômica. Este é um dos programas executados pelo ministério do meio ambiente, prevendo a conservação e a preservação dos recursos naturais. https://goo.gl/46q5Oo 9Recursos naturais renováveis e não renováveis Conhecendo os desafios no gerenciamento dos recursos naturais não renováveis Um dos maiores desafios no gerenciamento dos recursos naturais nãorenová- veis é conseguir praticar uma gestão sustentável, tendo a efetiva participação dos diversos atores sociais em cada etapa do processo de tomada de decisão. O conceito de desenvolvimento sustentável se disseminou pelo fato de termos alcançado certo nível de consciência da sociedade sobre a importância da preservação ambiental para a manutenção, não só da qualidade de vida, mas da vida em si. Dessa forma, pelos impactos ocasionados e, principalmente, pelas conse- quências geradas, as questões ambientais passaram a receber maior atenção. Apesar disso, é necessário que as discussões a respeito da sustentabilidade e da gestão sustentável continuem ganhando espaço, visando sua compreen- são por todos. Somente por esse alinhamento teremos um desenvolvimento sustentável, através de um processo de mudança social compatível com as necessidades sociais e a qualidade ambiental. Uma boa gestão desenvolve alternativas limpas, tendo, assim, o desafio de proporcionar energia limpa e barata, pois possibilita um desenvolvimento não prejudicial ao meio ambiente. Essa não é uma tarefa fácil. O crescimento populacional fez com que buscássemos alternativas para melhor gerir nossos recursos, considerando que, mesmo os renováveis, podem sofrer impactos pelo mau uso, comprometendo sua qualidade. As alternativas chamadas “limpas” são eficientes, garantindo um futuro sustentável. Apesar de termos evoluído consideravelmente em algumas áreas da so- ciedade, o ser humano enfrenta dificuldades para solucionar os problemas ocasionados pela superpopulação, ainda em crescimento rápido, o que com- prometem a própria sobrevivência humana. A superpopulação (Figura 3a) demanda mais recursos naturais, por isso é preciso entender as causas: para que se possa encontrar alternativas de mi- nimizar os impactos e, assim, perceber as possibilidades de resolução. Uma das causas da superpopulação é a redução no índice de mortalidade, através das campanhas de saúde e de vacinação. É compreensível a necessidade de se controlar a taxa de natalidade, especialmente em países pobres; caso contrário, haverá graves consequências relacionadas aos recursos naturais. Recursos naturais renováveis e não renováveis10 Figura 3. (a) Cidade superpopulosa. (b) Uma das consequências do crescimento desor- denado: enchentes. Fonte: Pavel Vakhrushev e DIIMSA Researcher/Shutterstock.com. (a) (b) O crescimento demográfico afeta a qualidade de vida das populações. A relação é simples e óbvia, pois quanto maior o número de pessoas, maior é a necessidade de utilização dos recursos naturais: necessidades sanitárias, disponibilização de água para consumo, educação e habitação. O crescimento traz alterações, inclusive nos hábitos das pessoas, como migrações do campo para as cidades, fato bastante comum, pois o crescimento dessas cidades é evidente. Uma cidade desenvolvida é comumente relacionada a uma cidade po- pulosa, no entanto, tal relação não é legítima. A cidade desenvolvida deve ser associada a um bom planejamento e a uma boa gestão pública, para que sejam garantidas ações voltadas à preservação do meio ambiente, atendendo ao desenvolvimento econômico proposto. Com a aceleração do crescimento populacional, a degradação do meio ambiente cresce proporcionalmente, ocasionando danos muitas vezes irre- versíveis, tais como enchentes (Figura 3b), terremotos, esgotamento do solo, desertificação, entre outros. Nosso desafio reside em encontrar uma gestão que concilie o desenvolvi- mento da sociedade com a preservação, no meio ambiente, de recursos naturais. Ações voltadas à gestão de resíduos, tratamento de efluentes, conservação da qualidade do solo e de águas subterrâneas, assim como reutilização e reciclagem, devem fazer parte de nossa rotina, buscando promover uma nova consciência para a educação das gerações futuras. 11Recursos naturais renováveis e não renováveis A gestão sustentável garante a conservação dos recursos naturais, trazendo indicadores que possibilitarão o desenvolvimento econômico, sem comprometer a qualidade de vida futura, mantendo, pelo menos, as mesmas condições de disponibilização dos recursos naturais. Reforçamos que, se continuarmos gestando da mesma forma, não obte- remos novos resultados: o desafio é encontrar novas formas de gestão, em que todos participem efetivamente. Unindo forças, obteremos resultados de forma mais rápida e eficiente. Nosso planeta não pode esperar, precisamos agir agora, ontem e sempre. Pensando em resultados, é necessário desenvolver ações para que a popu- lação entenda e assuma a responsabilidade de fazer. A relação do ser humano com a natureza, no decorrer do tempo, sofreu alterações que trouxeram riscos ao meio ambiente. Os novos desafios consistem em explorar a natureza de forma responsável e sustentável. O desenvolvimento sustentável deve garantir a proteção do meio ambiente, como parte integrante do processo de desenvolvimento, não podendo ser con- siderado de forma isolada, mas sim integrada à vida humana. Dependemos de um meio natural saudável e de qualidade. É preciso perceber a complexidade ambiental, e essa relação direta entre qualidade e sobrevivência. Dessa forma, parece ser possível afirmar que não pode existir desenvolvimento que não seja sustentável — eis o nosso grande desafio. Dados apresentados pela Organização das Nações Unidas (2006) mostram que 50% da taxa de doenças e de mortalidade nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou por sua contaminação. Nesses países, para cada 1.000 litros de água utilizados, outros 10 mil são poluídos, e 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável (LIRA; CÂNDIDO, 2013). Recursos naturais renováveis e não renováveis12 CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas do potencial eólico brasileiro: simulações 2013. Rio de Janeiro: CEPEL, 2017. LIRA, W. S.; CÂNDIDO, G. A. (Org.). Gestão sustentável dos recursos naturais: uma abor- dagem participativa. Campina Grande: EDUEPB, 2013. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018. Leituras recomendadas ENERGIAS RENOVÁVEIS. Energia das ondas. [S.l.]: Energias Renováveis, [2017?]. Dis- ponível em: . Acesso em: 15 jan. 2015. GPA BRASIL. O que são Recursos Naturais Renováveis? [S.l.]: GPA Brasil, 2017. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018. INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION. ISO 11074-1: 1996. Soil quality: Vocabulary: Part 1: Terms and definitions relating to the protection and pollution of the soil. Geneva: ISO, 1996. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018. PORTAL BRASIL. Saiba como se produz energia limpa a partir da força dos ventos. Brasília: Portal Brasil, 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018. SANTOS, V. S. Água. Mundo Educação, [2010?]. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018. 13Recursos naturais renováveis e não renováveis