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Insuficiência adrenal

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Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
Insuficiência Adrenal 
A insuficiência adrenal pode ser primária (DA) ou 
secundária e se manifestar de forma aguda ou 
crônica. 
DA= resulta tanto de doenças que determinam a 
destruição de 90% ou mais do córtex adrenal, como 
de condições que reduzem a síntese dos esteroides 
adrenais→ produção subnormal de cortisol, 
aldosterona e androgênios. 
IA secundária= decorre de comprometimento 
hipofisário, com deficiência da secreção da 
corticotrofina (hormônio adrenocorticotrófico, ACTH) 
ou hipotalâmico, com deficiência da secreção do 
hormônio liberador da corticotrofina (CRH). 
 -A deficiência crônica de ACTH decorre de sua 
supressão pelo uso continuado de corticosteroides, 
resultando em atrofia dos córtices adrenais, sobretudo 
das camadas fasciculada e reticulada. A camada 
glomerulosa, produtora de aldosterona, mantém-se 
preservada, é controlada pelo sistema renina-
angiotensina-aldosterona. 
 
Doença de Addison 
EPIDEMIO 
-Rara= prevalência entre 100 e 140 casos por milhão 
de habitantes (2/10mil); incidência de 4 por 
milhão/ano. 
-Sexo= M>H→2,6:1 
-Idade= entre a 3a e a 5a década 
-uma condição potencialmente fatal, cujos sintomas 
são geralmente inespecíficos e frequentemente 
encontrados em outras condições comuns, como 
infecções virais, fadiga crônica e depressão. 
ETIOLOGIA 
-processos autoimunes, doenças infecciosas, 
granulomatosas e infiltrativas, hemorragia e trombose, 
uso de alguns fármacos, adrenalectomia bilateral e 
várias doenças genéticas raras. 
-EUROPA= a forma autoimune da DA é a mais comum, 
respondendo por 45 a 94% de todos os casos. TB e 
outras causas foram encontradas em 0 a 33% e 1 a 
22,2% dos pacientes. 
-No Brasil, a adrenalite autoimune representa 
atualmente o principal fator etiológico. ao passo que 
17 a 20% dos casos são secundários à TB. 
-Antes da introdução da quimioterapia p TB, 
ela era a principal causa de DA no Brasil e EUA. 
- Na África e na Índia, adrenalite por TB ou outras 
doenças infiltrativas ainda representam a etiologia 
mais prevalente de DA. 
 
DA autoimune 
60 a 70% dos pacientes com DA autoimune têm 
associados um ou mais distúrbios autoimunes, 
endócrinos e não endócrinos, caracterizando as 
síndromes poliglandulares autoimunes (SPA). Mas 
pode ocorrer de forma isolada. 
-Há 4 tipos de SPA, e somente a tipo 3 não está 
associada a DA. 
-Entre 337 casos de DA, 83% tinham etiologia 
autoimune→ forma isolada em 41%, (SPA-1) em 13%, 
SPA-2 em 41% e SPA-4 em 5%. 
→Na SPA-1, a DA é vista em 60-100% dos casos. 
Geralmente, ocorre após a candidíase crônica e o 
HPT. 
 -idade de surgimento variável= entre 6 meses 
e 41 anos –, com pico em torno dos 13 anos. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
 -são observados Anticorpos anti-córtex 
adrenal (ACA) e contra a 21-hidroxilase (Ac21OH), a 
17α-hidroxilase e a enzima de clivagem da cadeia 
lateral do colesterol (P450scc). 
 
 
• SPA-2 
→QC= Os três principais componentes da SPA-2 são: 
DA (em 100% dos casos), doença autoimune 
tireoidiana (DAT, em 75 a 83%) e DM1 (em 28 a 50%)→ 
que tendem a se manifestar em uma sequência 
específica: o DM1 geralmente precede a DA, 
enquanto a DAT – tireoidite de Hashimoto (TH) ou, 
menos comumente, doença de Graves (DG) – 
desenvolve-se antes, concomitantemente ou após a 
DA. 
 -MENOS COMUNS= hipogonadismo 
hipergonadotrófico, vitiligo, alopecia, hepatite 
crônica, gastrite atrófica com ou sem anemia 
perniciosa e hipofisite. Hipoparatireoidismo é muito 
raro, ocorre tardiamente e pode ser transitório. 
→DIAGNÓSTICO= os Ac21OH são encontrados em até 
100% dos pacientes e são preditivos do 
desenvolvimento de destruição adrenal. Após a 
detecção dos Ac21OH, há aumento progressivo dos 
seus níveis, de maneira paralela à deterioração da 
função adrenal que se caracteriza por aumento dos 
níveis de atividade plasmática da renina, seguida por 
resposta subnormal do cortisol após estímulo rápido 
com ACTH e, finalmente, aumento dos níveis de ACTH 
e redução dos níveis de cortisol. 
→ETIOLOGIA= Os genes responsáveis pela SPA-2 estão 
intimamente ligados a certos alelos de risco nas 
classes I e II do sistema HLA, particularmente 
B8/DR3/DQ2 e DR4(DRB1*0404)/DQ8. O alelo HLA-B15 
é protetor para o desenvolvimento da DA clínica, 
mesmo em indivíduos com HLA DR3-B8/DRB1*0404 
portadores de Ac21OH. 
 -polimorfismos do gene CTLA-4 e o alelo 
MICA5.1 também conferem maior risco para o 
desenvolvimento da síndrome, de modo 
independente do genótipo HLA. 
-fatores ambientais= infecções, 
medicamentos, alimentos e estresse, podem atuar 
como cofatores. 
 
 
• SPA-3 
associação de DAT (tireoidite de Hashimoto, 
mixedema idiopático, tireoidite silenciosa e doença 
de Graves) a uma ou mais doenças autoimunes, 
descartando-se a DA e o hipoparatireoidismo. 
• SPA-4 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
-é rara e se caracteriza pela combinação de doenças 
autoimunes que não se enquadram nas condições 
anteriores→ DA associada a hipogonadismo, gastrite 
atrófica, anemia perniciosa, doença celíaca, 
miastenia gravis, vitiligo, alopecia, hipofisite etc., mas 
não às manifestações principais das outras SPA 
(hipoparatireoidismo, candidíase mucocutânea 
crônica, DAT ou DM1). 
-Alguns autores consideram as SPA-3 e SPA-4 como 
parte da SPA-2. 
 
DA de causa infecciosa 
-TB é a segunda causa mais comum de DA, mas pode 
ser o fator principal em países em desenvolvimento. 
- estudo realizado em Ribeirão Preto (SP), no 
qual foram analisados 82 pacientes com DA, a TB foi 
responsável por 11% dos casos, a terceira causa mais 
comum após autoimunidade e 
paracoccidioidomicose (PCM). 
→FISIOPATOLOGIA= O acometimento da glândula 
ocorre por disseminação hematogênica da infecção, 
e uma doença extra-adrenal geralmente é 
evidente. O trofismo pela adrenal decorre da 
supressão da imunidade celular intraadrenal devido a 
elevada concentração intraglandular de 
glicocorticoides, 20 a 40 vezes maior do que 
na circulação periférica. O hipocortisolismo resulta de 
destruição dos córtices adrenais e sua substituição por 
extensos granulomas epitelioides e caseificação, o 
que ocasiona aumento do volume glandular→ surge 
fibrose, e as adrenais se mostram de tamanho normal 
ou reduzido, com calcificação evidente em 50% dos 
casos. Na doença infecciosa, há também 
comprometimento da medula adrenal. 
• MICOSES SISTÊMICAS 
PCM em regiões brasileiras endêmicas. A hipofunção 
do córtex adrenal é comum na PCM disseminada (14 
a 44% dos casos), enquanto DA sintomática ocorre em 
5 a 14% dos pacientes. 
-nos EUA a principal micose associada a DA é a 
histoplasmose; blastomicose norte-americana, a 
coccidioidomicose e a criptococose. 
AIDS= adrenal é a glândula endócrina mais afetada. 
Tal envolvimento pode ser secundário a infecções 
oportunistas (TB, CMV, micobactérias atípicas, 
micoses), fármacos (rifampicina, cetoconazol) e 
lesões metastáticas (sarcoma de Kaposi, linfomas). 
 -insuficiência adrenal franca é rara, mas uma 
resposta diminuída do cortisol ao teste de estimulação 
rápida com ACTH é vista em 10 a 15% dos pacientes. 
Habitualmente, a falência adrenal ocorre como 
manifestação tardia em pacientes com contagens 
muito baixas do CD4. Por outro lado, os níveis basais 
de cortisol algumas vezes se mostram elevados, em 
razão da resistência dos receptores ao cortisol. 
Fármacos 
São causas aqueles que inibem a esteroidogênese 
adrenal (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, 
etomidato, mitotano, metirapona, trilostano, 
aminoglutetimida) ou aumentem a depuração 
metabólica dos esteroides adrenais (rifampicina, 
fenitoína, fenobarbital, troglitazona, erva-de-são-
joão)→ se administrados em altas doses ou se houver 
uma doença adrenal de base que limite a reserva 
secretória da glândula. 
-Dentre os antifúngicos, o fluconazol é considerado o 
agente com menores efeitosadrenostáticos. 
Anticoagulantes, como a heparina e o dicumarol, e 
inibidores da tirosinoquinase, como o sunitinibe, 
podem levar a IA aguda por hemorragia adrenal. 
Hemorragia adrenal 
-pode ocorrer no curso da síndrome de Waterhouse-
Friderichsen, que resulta de choque séptico causado 
por infecção por meningococo. 
-Sepse causada por outros mic (Haemophilus 
influenzae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia 
coli, pneumococo). 
-a síndrome antifosfolipídica, que é caracterizada por 
múltiplas tromboses arteriais e venosas, tem emergido 
como uma das causas mais comuns de hemorragia 
adrenal. Eventualmente, a DA pode ser a 
manifestação inicial dessa síndrome. 
- Traumatismo ao nascimento é outra causa de 
hemorragia adrenal. 
Doença adrenal metastática 
70 % Metástases derivas de câncer de pulmão e 
mama. Além de, linfomas, melanomas e metástases 
de carcinoma de rim, estômago e cólon. Mas IA 
clinicamente manifesta é pouco frequente, a menos 
que haja lesões bilaterais. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
Doenças genéticas 
• ADRENOLEUCODISTROFIA 
-doença recessiva ligada ao X, causada por mutação 
nos genes ABCD1 e ABCD2 (cromossomo Xq28). 
-incidência de 1:17.000 a 25.000 habitantes, constitui a 
terceira causa mais comum de IA em indivíduos do 
sexo masculino, após a adrenalite autoimune e a 
TB/PCM. 
-Resulta da produção de uma proteína transportadora 
anormal dentro dos peroxissomos que impede a 
oxidação dos ácidos graxos de cadeia muito longa, 
provocando seu acúmulo no cérebro, no córtex 
adrenal, nos testículos, no fígado e no plasma. Como 
consequência, surgem desmielinização do sistema 
nervoso central e IA primária. 
-Dois fenótipos clínicos principais foram descritos: ALD 
cerebral e adrenomieloneuropatia. A primeira, em 
geral, surge na infância, entre 5 e 12 anos, e em 30% 
dos casos a IA precede os sintomas neurológicos. Estes 
se caracterizam por disfunção cognitiva, problemas 
de comportamento, labilidade emocional, distúrbios 
visuais e da marcha, com progressão para cegueira e 
tetraplegia espástica. A adrenomieloneuropatia 
representa um fenótipo mais moderado, iniciando-se, 
entre a segunda e a quarta década de vida. 
• HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA 
- deficiência de enzimas envolvidas na biossíntese do 
cortisol. causa mais usual de IA no período neonatal. 
-A forma mais comum é a deficiência da 21-
hidroxilase ou P450c21 (CYP21A2)→ mais de 90% dos 
casos de HAC. 
- A HAC lipoide é a forma mais grave de HAC, 
envolvendo deficiências de glicocorticoide, minera-
locorticoide e esteroides sexuais. É causada por 
mutação no gene StAR (cromossomo 8p11) e resulta 
em fenótipo feminino, independentemente do 
cariótipo. 
• HIPOPLASIA ADRENAL CONGÊNITA 
-distúrbio familiar raro (1:12.500 nascimentos) em que 
há hipodesenvolvimento do córtex adrenal. Pode ser 
esporádica, autossômica recessiva ou ligada ao 
cromossomo X. 
-Ligada ao X= mutações no gene DAX-1 (NROB1) e, 
manifesta-se por insuficiência adrenal nos primeiros 
anos de vida e hipogonadismo hipogonadotrófico, 
detectado na época esperada para a puberdade 
+ associa-se à deficiência de glicerol quinase, perda 
auditiva para altas frequências e distrofia muscular de 
Duchenne, constituindo a síndrome de deleção dos 
genes contíguos. 
• Síndrome de Kearns-Sayre 
-rara condição resulta de deleções no DNA 
mitocondrial. 
-QC= miopatia e surdez, + disfunções endócrinas, 
sobretudo baixa estatura, hipogonadismo, diabetes, 
hipoparatireoidismo, hipotireoidismo e IA + arritmias 
cardíacas e bloqueio atrioventricular completo. 
• Síndrome de Smith-Lemli-Opitz 
-resulta de mutação no gene da D7-redutase 
(cromossomo 11q12-q13), enzima que catalisa a 
etapa final na biossíntese do colesterol. IA, retardo 
mental, microcefalia, anormalidades cardíacas 
congênitas, sindactilia do segundo e terceiro dedos 
dos pés, desenvolvimento incompleto da genitália em 
meninos e fotossensibilidade fazem parte do seu QC. 
• SÍNDROMES DE RESISTÊNCIA AO ACTH 
-DFG= herança autossômica recessiva, manifesta-se 
como deficiência isolada de glicocorticoides, com 
função mineralocorticoide preservada. Resulta da 
falta de resposta do córtex adrenal ao ACTH e se 
caracteriza por níveis reduzidos de cortisol e 
acentuada elevação do ACTH. Mutações no gene do 
MC2R, localizado no cromossomo 18p11.2, 
respondem por aproximadamente 25% dos casos 
(DFG tipo 1), enquanto mutações no gene da 
proteína acessória do MC2R (MRAP) são encontradas 
em outros 20% (DFG tipo 2). 
 -QC= hipoglicemia recorrente, 
desenvolvimento deficiente, hiperpigmentação antes 
da idade de 5 anos e ausência de adrenarca. Estatura 
elevada também pode ser observada na DFG tipo 1. 
-SÍNDROME DE ALLGROVE/ TRIPLO A= doença 
autossômica recessiva, decorrente de mutação no 
gene AAAS ou ALADIN. tríade de resistência ao ACTH, 
acalasia e alacrimia. Manifesta-se, em geral, na 
primeira década de vida, porém existem casos 
apenas diagnosticados na vida adulta. 
OUTRAS 
-secundária à trombose adrenal pode ainda ser 
observada após traumas externos, durante 
procedimentos invasivos (p. ex., venografia bilateral) 
ou em doenças como lúpus eritematoso sistêmico e 
pan-arterite nodosa. 
-amiloidose, hemocromatose, sarcoidose e no 
neonato com síndrome de Cushing materna. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
-Pacientes com baixa reserva adrenal podem 
manifestar os sintomas da IA quando fazem uso de 
hormônios tireoidianos. 
-após infecções graves (p. ex., apendicite aguda) e 
cirurgias. Além disso, pacientes com síndrome de 
Cushing (patente ou subclínica) podem desenvolver 
crise adrenal após adrenalectomia ou cirurgia 
hipofisária, caso não façam reposição de 
glicocorticoides até a recuperação funcional plena 
do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
-DA idiopática. 
QC 
-Sintomas decorrentes da deficiência de 
glicocorticoides e de mineralocorticoides. 
-Para que a DA manifeste-se clinicamente, é preciso 
que pelo menos 90% do tecido adrenocortical seja 
destruído. 
-Nas formas autoimunes e infiltrativas, essa destruição 
habitualmente é gradual e progressiva. Na adrenalite 
autoimune, a zona glomerulosa é inicialmente 
afetada, levando ao aumento das concentrações de 
renina. Posteriormente, tanto nas formas autoimunes 
quanto nas infiltrativas, há um estágio de deficiência 
parcial de glicocor-ticoides que se expressa por 
aumento inadequado do cortisol em resposta ao 
estresse e, raramente, por hipoglicemia pós-prandial. 
Nos processos hemorrágicos e septicêmicos, a 
destruição do cór-tex adrenal geralmente é mais 
rápida e a sintomatologia se apresenta de modo 
agudo, caracterizando a crise adrenal. 
 
 
-anorexia e a perda de peso podem, às vezes, simular 
o quadro da anorexia nervosa; 
-avidez por sal e amenorreia, a qual pode resultar da 
perda de peso e da doença crônica, bem como de 
falência ovariana primária (ooforite autoimune) 
associada; 
- Redução da libido e da pilificação axilar e pubiana 
ocorrem apenas em mulheres, nas quais a principal 
fonte de androgênios são as adrenais. 
-A hipoglicemia grave é mais comum em crianças e 
está relacionada com a disfunção da medula adrenal 
(menor síntese de epinefrina secundária ao 
hipocortisolismo), a qual leva à diminuição da 
gliconeogênese hepática. Em adultos, pode ser 
provocada por jejum prolongado, febre, infecção ou 
náuseas e vômitos. 
- miocardiopatia reversível com a administração de 
glicocorticoides foi recentemente descrita em 
pacientes com DA. Também foi relatado 
tamponamento cardíaco precedendo a insuficiência 
adrenal. 
-Hiperpigmentação, consequente ao conteúdo 
aumentado de melanina na pele, é o achado mais 
característico da DA. Decorre do excesso de ACTH, β-
lipotrofina e, possivelmente, β-MSH (componentes da 
macromolécula pró-opiomelanocortina – POMC) e 
estímulo do receptor cutâneo de melanocortina 
(MC1R). tende aser generalizada, porém é 
mais facilmente percebida em áreas expostas ao sol, 
como face, pescoço e dorso das mãos, bem como 
em locais mais propensos a traumatismo, fricção ou 
pressão leve e crônica (dedos dos pés, cotovelos, 
joelhos, cintura, ombros etc.). A pigmentação 
também é proeminente nas linhas ou dobras das 
palmas da mão, aréola e mamilo, axila, períneo e 
cicatriz umbilical. Pode ser encontrada, também, na 
cavidade oral, de modo não uniforme, e na superfície 
interna dos lábios, mucosa bucal (ao longo da linha 
de oclusão dentária), língua, bordo gengival e palato. 
Pode-se também observar hiperpigmentação 
generalizada da mucosa, perivaginal e perianal, bem 
como escurecimento de unhas e cabelos, e 
surgimento de sardas (as previamente existentes 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
podem ficar mais escuras). Cicatrizes formadas após 
a instalação da doença tornam-se igualmente 
hiperpigmentadas. 
-Doença celíaca é encontrada em 15 a 22% dos 
pacientes com DA e deve ser sempre pesquisada 
quando houver sintomas gastrintestinais. 
IA AGUDA/ CRISE ADRENAL/ CRISE 
ADDISONIANA 
- 25% dos pacientes com DA apresentam-se, na 
ocasião do diagnóstico, com uma crise adrenal 
estabelecida ou iminente. 
-Pode ser observada em portadores de insuficiência 
adrenal crônica, expostos ao estresse de infecções, 
cirurgia ou desidratação (por privação de sal, 
diarreia ou vômitos), seja por falta do diagnóstico 
prévio da doença, seja porque não se fez o ajuste 
adequado da dose do glicocorticoide, necessário 
para essas situações. 
-Pode ser precipitada pela reposição isolada de 
hormônios tireoidianos em indivíduos com 
hipotireoidismo e hipocortisolismo, bem como pelo 
uso de inibidores da esteroidogênese adrenal 
(cetoconazol, mitotano, metirapona, 
aminoglutetimida etc.), quando usados em doses 
elevadas ou administrados a pacientes com reserva 
funcional das adrenais reduzida. 
-A crise adrenal de pior prognóstico é aquela 
resultante de hemorragia adrenal bilateral, sendo 
muitas vezes fatal. 
-FISIOPATO= A perda da atividade supressiva do 
cortisol→ leva a um aumento exagerado da liberação 
do TNF- a, com consequente resistência relativa aos 
glicocorticoides. A falta da ação permissiva do cortisol 
nos receptores adrenérgicos vasculares, somada à 
depleção de volume causada pela falta de 
reabsorção de sódio e água (na vigência de 
hipoaldosteronismo), leva à hipotensão, a qual é 
agravada por vômitos e diarreia. 
-CLÍNICA= Frequentemente, os pacientes se 
apresentam com choque ou hipotensão, associado a 
outros sintomas inespecíficos, tais como anorexia, 
náuseas, vômitos, dor abdominal (podendo simular 
um abdome agudo), distensão abdominal, fraqueza, 
apatia, confusão mental (podendo progredir para 
coma), febre (secundária à infecção ou ao 
hipocortisolismo per se), cianose ou palidez. Caso haja 
hiperpigmentação, ela pode ser útil para o 
diagnóstico. A detecção de petéquias e equimoses 
aponta para a síndrome de Waterhouse-Friderichsen. 
 
DIAGNÓSTICO 
-excluir o diagnóstico de 
DA em todo paciente 
agudamente enfermo 
que apresente sinais ou 
sintomas sugestivos, tais 
como depleção de 
volume, hipotensão, 
hiponatremia, 
hipercalemia, febre, dor 
abdominal, 
hiperpigmentação e, 
especialmente em 
crianças, hipoglicemia. 
-devem ser investigados 
para DA pacientes com 
certas doenças 
autoimunes (DM-1, 
gastrite 
autoimune/anemia 
perniciosa, vitiligo) e 
infecciosas (TB, AIDS, 
citomegalovirose, PCM e 
histoplasmose). 
LABORATÓRIO 
-IA CRÔNICA= dosagem do cortisol (sérico ou 
plasmático) e ACTH plasmático basais, bem como por 
meio de testes de estímulo para avaliação de reserva 
funcional adrenocortical 
→O cortisol sérico (CS), coletado entre 8 e 9h, deve 
ser o primeiro exame a ser solicitado; seu valor normal 
, na maioria dos ensaios, é de 5 a 25 mg/dℓ. Nos 
indivíduos normais, geralmente situa-se entre 10 e 15 
mg/dℓ. Enquanto níveis < 5 mg/dℓ são indicativos de 
insuficiência adrenal. As medições aleatórias do nível 
sérico de cortisol têm valor diagnóstico limitado, já que os 
níveis basais podem estar coincidentemente baixos devido 
ao ritmo diurno fisiológico da secreção de cortisol. 
→Na presença de níveis reduzidos de cortisol sérico (< 
5 μg/dℓ), valor de ACTH plasmático acima de duas 
vezes o limite superior da normalidade é altamente 
indicativo de DA→ os níveis do ACTH plasmático 
quase sempre excedem 100 pg/mℓ (VN: < 46 pg/mℓ) 
e podem alcançar 4.000 pg/mℓ ou mais. Valores de 
ACTH superiores a 300 pg/mℓ representam um estímulo 
máximo para a secreção do cortisol. 
→Teste de estimulação rápida com ACTH= Após 
coleta de amostra para o CS, administram-se por via 
IV 250 μg (0,25 mg) de um peptídeo sintético 
correspondente aos primeiros 24 aminoácidos do 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
ACTH endógeno – tetracosactida ou cosintropina 
(Cortrosina®, Synachten® etc.), e dosa-se novamente 
o CS após 30 e 60 minutos→Uma resposta normal à 
Cortrosina® (pico de cortisol > 18 mg/dℓ) exclui IA 
primária e franca e IA secundária com atrofia adrenal. 
O ponto de corte para a insuficiência é habitualmente 
definido com níveis de cortisol < 500 a 550 nmol/L (18 a 20 
µg/dL). 
 Durante o teste com a Cortrosina®, pode-se, 
também, dosar a aldosterona, sendo normal um pico 
≥ 16 ng/dℓ. 
→Teste da hipoglicemia induzida pela insulina ou teste 
da tolerância à insulina= indicado para pacientes com 
suspeita de IA secundária. 
→Teste do CRH= possibilita a distinção entre causas 
primárias e secundárias. Pacientes com IA 
primária têm níveis elevados de ACTH que 
aumentam ainda mais após o CRH 
-Uma vez confirmada a insuficiência suprarrenal, a próxima 
etapa consiste na determinação do ACTH plasmático, cujos 
níveis aumentados ou inapropriadamente baixos definem a 
origem primária e secundária da doença, 
respectivamente : 
Na insuficiência suprarrenal primária, o aumento dos níveis 
plasmáticos de renina irá confirmar a presença de 
deficiência de mineralocorticoides. Na apresentação 
inicial, os pacientes com insuficiência suprarrenal primária 
devem ser submetidos a rastreamento para autoanticorpos 
esteroides como marcadores de adrenalite autoimune. Se 
esses testes forem negativos, indica-se uma TC das glândulas 
suprarrenais para investigar a possível presença de 
hemorragia, infiltração ou massas. Em pacientes do sexo 
masculino com autoanticorpos plasmáticos negativos, os 
ácidos graxos de cadeia muito longa devem ser 
determinados para excluir a possibilidade de X-ALD. Os 
pacientes com nível de ACTH inapropriadamente baixo, na 
presença de deficiência de cortisol confirmada, devem 
realizar um exame de imagem do hipotálamo e da hipófise 
por RM. As manifestações sugestivas de apoplexia 
hipofisária prévia, como cefaleia intensa de início súbito, ou 
história pregressa de traumatismo cranioencefálico devem 
ser cuidadosamente investigadas, sobretudo em pacientes 
sem lesão óbvia na RM. 
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS 
as mais comuns são hiponatremia e hipercalemia (por 
deficiência mineralocorticoide), além de uremia 
(secundária à depleção volumétrica e à desidratação). 
Ademais, podem ser encontradas hipoglicemia de jejum, 
hipoglicemia pós-prandial (raramente), hipercalcemia leve 
a moderada (em cerca de 6%), elevação de transaminases 
e, raramente, hipomagnesemia. 
 
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO 
A etiologia da DA deve ser determinada por motivos 
terapêuticos em todos os pacientes com doença 
confirmada do ponto de vista hormonal. Como as causas 
mais comuns de IA primária são a destruição autoimune do 
córtex adrenal em adultos e a hiperplasia adrenal 
congênita em crianças, recomenda-se a dosagem de 
Ac21OH e de 17-hidroxiprogesterona (17OHP) basal. 
Homens com Ac21OH negativos deverão ser testados para 
adrenoleucodistrofia (ADL) com a mensuração dos ácidos 
graxos de cadeia muito longa.Se esses diagnósticos forem excluídos, (TC) das adrenais 
poderá revelar a presença de processos adrenais 
infiltrativos, metastáticos, hemorrágicos ou infecciosos. 
Para adrenalite autoimune= dosagem de anticorpos 
anticórtex adrenal (ACA) são observados em 60 a 80% dos 
casos de DA autoimune, não sendo geralmente 
encontrados em outras formas de IA primária. Ac21OH são 
os mais específicos e sensíveis para o diagnóstico da 
adrenalite autoimune (presentes em 64 a 89% dos 
pacientes). 
 
EXAMES DE IMAGEM 
 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
A DA deve ser diferenciada de todas as condições 
que produzem hiperpigmentação cutânea, distúrbios 
gastrintestinais e fadiga crônica. 
-Hemocromatose= a hiperpigmentação não envolve 
as membranas mucosas e se caracteriza por 
hemossiderina nas glândulas sudoríparas. 
-Metais pesados, tais como zinco e mercúrio, podem 
pigmentar a margem gengival, mas não causam 
pigmentação bucal. 
- A anorexia e a perda de peso podem simular 
quadros de anorexia nervosa 
TTO 
IA AGUDA= exige reidratação imediata, em geral 
com infusão de soro fisiológico em uma velocidade 
inicial de 1 L/hora, com monitoração cardíaca 
contínua. A reposição de glicocorticoides deve ser 
iniciada com injeção direta de 100 mg de 
hidrocortisona, seguida da administração de 100 a 
200 mg de hidrocortisona durante 24 horas, na forma 
de infusão contínua ou injeções IV ou IM. A reposição 
de mineralocorticoides pode ser iniciada após 
redução da dose diária de hidrocortisona para < 50 
mg, visto que a hidrocortisona, em doses mais altas, 
fornece uma estimulação suficiente dos receptores de 
mineralocorticoides. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
 
 
IA CRÔNICA 
reposição de glicocorticoides, mineralocorticoides e 
deidroepiandrosterona (DHEA). 
GLICOCORTICOIDES= 
-a prednisona (Meticorten® etc.) e a prednisolona 
(Predsim® etc.) são os produtos mais utilizados, na 
dose usual de 5 mg logo cedo pela manhã e 2,5 mg 
no início da tarde (alguns pacientes requerem apenas 
a dose matinal) 
-a metilpredinisolona é preferível em outros países, 
mas aqui so tem por manipulação= A dose que 
costuma ser recomendada é de 20 a 30 mg/dia, em 
duas a três tomadas diárias, sendo a maior dose ao 
acordar e a última e menor dose 4 a 6 horas antes de 
dormir, a fim de mimetizar o ritmo circadiano e evitar 
altos níveis noturnos de glicocorticoides. 
-Evitar glicoc de ação prolongada como a dexa. 
MECANISMO DE AÇÃO 
-Hidrocortisona e prednisolona são glicocorticoides 
ativos, enquanto o acetato de cortisona e a prednisona 
requerem ativação hepática mediada pela 11β-
hidroxiesteroide desidrogenase do tipo 1 antes de 
exercer sua atividade biológica.
 
MINERALOCORTICOIDES= 
Fludrocortisona (Florinefe®) está primariamente 
indicada para pacientes com DA mas cerca de 10 a 
20% deles podem ser tratados somente com o 
glicocorticoide e ingestão adequada de sódio na 
alimentação. 
A dose necessária varia de paciente para paciente – 
em geral 0,05 a 0,2 mg por via oral pela manhã (inicia-
se com 0,1 mg/dia e reajusta-se em 0,05 mg/dia). RN, 
nos primeiros 6 meses de vida, necessitam de doses 
maiores de reposição, além de suplementação de 1 
a 2 g de cloreto de sódio por dia, devido à menor 
sensibilidade renal aos mineralocorticoides. 
-Incrementos temporários na dose de 50 a 100% ou 
aumento da ingestão de sal→ recomendados no 
clima quente ou em situações que promovam 
sudorese excessiva. Os pacientes devem ser 
orientados a não restringir a ingesta de sal. Pacientes 
em uso de prednisolona necessitam de doses maiores 
de fludrocortisona que aqueles em uso de 
hidrocortisona, uma vez que a prednisolona tem 
menor atividade mineralocorticoide. 
Monitoramento= Hipotensão, hipotensão ortostática, 
hiponatremia, hipercalemia persistente e aumento da 
atividade plasmática da renina indicam necessidade 
de aumento da dose, enquanto hipertensão, 
hipocalemia, edema e supressão da APR implicam a 
redução da mesma. 
DHEA= estudos mostraram que a reposição de 25 a 50 
mg/dia) melhora a sensação de bem-estar e, em 
mulheres, a sexualidade (aumento da libido). 
possibilita a normalização dos níveis circulantes de 
androstenediona, sulfato de DHEA, testosterona e da 
relação testosterona/SHBG. Melhora da sensibilidade 
insulínica e do perfil lipídico foi também relatada. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
SPA 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA= Para o correto 
funcionamento do sistema imune, é fundamental que 
haja uma tolerância aos próprios antígenos→ se, falha 
nessa tolerância surgem as doenças autoimunes que 
no sistema endócrino se associam a insuficiência 
hormonal. 
CONCEITO 
São definidas pela coexistência de pelo menos 2 
doenças endócrinas autoimunes. O aparecimento 
em conjunto dessas doenças depende tanto de 
fatores genéticos, quanto ambientais. 
Podem ser divididas em SPA-1 (juvenil) e ocorre por 
meio de uma herança monogenética; e SPA do 
adulto, devido a interação de vários genes, e pode 
ser classificada nos tipos II a IV, a depender da 
combinação das doenças autoimunes. 
*** OS PACIENTES COM AUTOIMUNIDADE 
POLIGLANDULAR TEM MAIOR RISCO DE DESENVOLVER 
OUTROS TIPOS DE DOENÇAS AUTOIMUNES NÃO 
GLANDULARES. 
CLASSIFICAÇÃO 
Atualmente, as SPA são subdivididas em quatro 
subtipos (I, II, III e IV). 
• SPA-1 
é conhecida como poliendocrinopatia autoimune-
candidíase-distrofia ectodérmica (APECED) ou 
síndrome da deficiência endócrina múltipla e 
candidíase. 
- doença rara, caracterizada pela manifestação de 
endocrinopatias autoimunes que ocorrem em uma 
sequência específica durante a infância→ 
Candidíase mucocutânea crônica por c. albicans 
aparece nas crianças ate os 5 anos de idade e 
acomete mais de 5% da superfície corpórea→ os anos 
seguintes, o hipoparatireoidismo manifesta-se como o 
primeiro componente endócrino, clinicamente 
presente por meio da tetania hipocalcêmica em 
cerca de 75% do casos→ antes de 15 anos surge a IA 
primária tornando o QC completo. 
- existem formas incompletas, com apresentação 
clínica parcial, tornando o diagnóstico difícil e 
prejudicando o tto precoce→ imagina-se que há 
elevado numero de casos de SPA-1→ >15% dos 
pacientes com adrenalite autoimune sejam 
portadores da SPA I. 
- COMPLICAÇÕES ADICIONAIS= outras doenças 
autoimunes não endócrinas, como síndromes de má 
absorção, hepatite necrosante ou candidíase 
mucocutânea associada à carcinomatose podem 
também estar presentes. 
• SPA-ADULTO 
São heterogêneas, diferindo em relação a 
prevalência, a base genética e QC. 
→SPA-2= O componente endócrino maior é a DA→ 40 
a 50% de todos os casos diagnosticados com doença 
de Addison possuam uma doença autoimune 
adicional capaz de definir clinicamente a SPA II. 
Porém, 1 ano após o início da insuficiência adrenal, 
menos de 50% desses casos são detectados, devido à 
ampla variedade de sintomas inespecíficos e ao 
longo intervalo de tempo entre a ocorrência dos 
diferentes distúrbios do sistema endócrino. 
→SPA-3= tem prevalência de 40%; é o subtipo mais 
frequente das SPA e é definida pela coexistência de 
diabetes melito tipo 1 (DM1) e doença autoimune 
tireoidiana (DAT)→ DM1 pode estar associada a 
hipotireoidismo autoimune (causado pela tireoidite 
linfocítica crônica de Hashimoto) ou hipertireoidismo 
(causado pela doença de Graves por meio da 
estimulação autoimune da tireoide)→ diferindo em 
aspectos genéticos, sorológicos e na apresentação 
clínica. Doenças autoimunes não glandulares 
adicionais são comuns na SPA III, exceto a doença de 
Addison. 
→SPA-4= muito heterogênea, contendo uma grande 
variedade de doenças glandulares autoimunes que 
não são contempladas nas outras SPA. é com 
frequência descrita, incorretamente, como uma 
combinação de doenças autoimunes 
monoglandulares associada a, pelo menos, uma 
doença autoimune não glandular.inclui várias 
combinações de hipopituitarismo autoimune, 
hipogonadismo hipergonadotrófico, 
hipoparatireoidismo associado a DM1 ou DAT, sendo 
raramente descrita na literatura. 
→SPA RARAS= síndrome IPEX (imunodesregulação, 
poliendocrinopatia, enteropatia, ligada ao X) e a 
síndrome POEMS (polineuropatia, organomegalia, 
endocrinopatia, proteína M e alterações cutâneas). 
EPIDEMIO 
-SPA-1= 1:100.000, variando de 1:43.000 (Eslovênia), 
1:80.000 (Noruega) até 1:130.000 (Polônia/Irlanda). 
Nas populações com menor diversidade genética, 
observa-se maior prevalência, como, por exemplo, 
nos judeus iranianos (1:9.000), sardos (1:14.000) e 
finlandeses (1:25.000). menor em populações 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
japonesas (1:10.000.000). A relação entre os gêneros 
feminino/masculino na SPA I é de cerca de 0,8 a 2,4, 
mostrando uma ligeira predominância no feminino. O 
pico de manifestação encontra-se na infância→ 10 e 
15 anos. 
-SPA-ADUTA= prevalência de 1:20.000→ocorre com 
maior frequência, mostrando uma incidência anual 
de 1 a 2:100.000. a prevalência de formas com 
manifestação clínica incompleta é estimada em 
cerca de 150:100.000. predominância clara do sexo 
feminino, com 75% dos casos. normalmente 
diagnosticada após os 20 anos, com pico das 
manifestações entre a 4a e a 5a década, 
dependendo da combinação das endocrinopatias 
autoimunes. 
 
ETIOLOGIA 
SPA Juvenil 
É uma das raras doenças autoimunes de origem 
monogenética. O defeito ocorre no gene regulador 
autoimune (AIRE), encontrado no cromossomo 
21q22.3. + de 60 mutações diferentes já foram 
relatadas, com frequência variável, dependendo da 
região analisada, etnia e do fundo genético 
envolvido, sendo que as mais comuns são R257X (no 
éxon 6) e 67-979del13bp (no éxon 8). 
A proteína codificada é um fator de transcrição 
encontrado principalmente nas células epiteliais 
tímicas medulares, onde a autotolerância central é 
fornecida por seleção negativa ou positiva→ Por 
meio da regulação positiva do número de antígenos 
próprios expressos por indivíduos saudáveis, o fator de 
transcrição protege contra doenças autoimunes via 
eliminação de células T autorreativas. Dessa forma, as 
mutações no gene AIRE induzindo proteínas 
disfuncionais são fortemente sensíveis para a 
autoimunidade. 
os pacientes com as mesmas mutações podem diferir 
na sua apresentação clínica, enfatizando a influência 
de outros fatores de risco, tais como o ambiente e a 
suscetibilidade genética, como ocorre no sistema HLA 
I/II, modificando o curso clínico da SPA I (HLA-
DQB1*0301 correlaciona-se com a gravidade da SPA 
I). 
SPA Adulto 
uma gênese multifatorial, com genes que influenciam 
a suscetibilidade geral, mas não a eventual 
manifestação da doença, com uma concordância 
em gêmeos monozigóticos inferior a 100%. 
- os genes do cromossomo 6 desempenham um papel 
predominante→ codificar o complexo principal de 
histocompatibilidade para a apresentação de 
antígenos, e possuir um grande impacto sobre a 
ocorrência da autoimunidade. 
- a manifestação da autoimunidade poliglandular 
não foi totalmente compreendida, mas tem sido 
postulada a influência de fatores ambientais como o 
consumo de nicotina, infecções e, influências 
hormonais. 
FISIOPATO 
ENDOCRINOPATIAS: 
Na maioria das endocrinopatias da SPA, o processo 
autoimune provoca perda progressiva e irreversível da 
função glandular→DM1, tireoidite de Hashimoto ou 
na doença de Addison (DA). 
Em outras, as agressões autoimunes crônicas podem 
também alterar processos fisiológicos no tecido 
afetado→ levar a uma alteração específica no órgão 
acometido, como observado em pacientes com 
doença de Graves. 
DA NÃO ENDÓCRINAS: podem apresentar efeito 
sistêmico, contribuindo para algum dano tecidual não 
específico. 
A SPA tem autoimunidade celular (analisada p fins 
acadêmicos) e sorológica (ferramenta p rastreio e 
acompanhamento). 
- autoanticorpos específicos também podem ser 
detectados em indivíduos saudáveis. A diferença 
entre os autoanticorpos fisiológicos e patológicos é 
realizada por meio da análise da quantidade e da 
qualidade dos segmentos: 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
 - os anticorpos naturais mostram baixos títulos 
séricos com a predominância de μ-isótipos e baixa 
especificidade do antígeno; além disso, a região V do 
anticorpo é caracterizada por segmentos de genes 
sem mutações. 
 - os autoanticorpos patogênicos são 
predominantemente δ-isótipos com elevada 
especificidade de antígeno e alterações na região V, 
devido a uma estimulação de células T dependentes 
de células B. Seus títulos séricos são geralmente mais 
elevados, mas podem declinar com o tempo. 
O mecanismo exato que levam a autoimunidade não 
foi compreendido, hipóteses que tentam explicar a 
quebra da autotolerância nos níveis das células T e B: 
 
Sinapses imunológicas 
Os fatores de risco genéticos da SPA do adulto e sua 
importância para a manifestação da doença e para o 
curso de cada componente autoimune ainda são 
questão de pesquisa atual. Muitos polimorfismos já 
foram associados a suscetibilidade genética e muitos 
outros ainda parecem estar envolvidos. 
assim como muitos alelos HLA de classe I, os 
polimorfismos -2221Msp(C/T) e -23Hphl(A/T) no gene 
da insulina são frequentemente encontrados na DM1 
na doença monoglandular, mas não no âmbito da 
SPA. Já os alelos HLA II muitas vezes mostram influência 
concordante tanto da doença mono quanto da 
poliglandular, mas apresentam-se de forma 
divergente entre os subtipos das SPA II e III. 
PAPEL DO HLA NO CROMOSSOMO 6= os distúrbios que 
definem a SPA II estão associados a aumento da 
frequência dos haplótipos HLA A1, B8, DR3, 
DQA1*0501, DQB1*0201. 
- A doença de Addison, mostra forte associação com 
DR3 e DR4. Tanto na doença monoglandular quanto 
como componente da SPA II, a doença de Addison 
também está correlacionada a DQ2/DQ8 com 
DRB1*0404. 
em pacientes com SPA III, os HLA DRB1*03, *04, 
DQA1*03 e DQB1*02 estão aumentados em 
comparação com os pacientes com DAT. Muitos 
estudos populacionais indicam que os haplótipos HLA 
DR3-DQB1*0201 e DR4-DQB1*0302 contribuem para a 
SPA III, com o DR3 conferindo suscetibilidade para o 
DM1. 
→ polimorfismos no linfócito T citotóxico associado ao 
antígeno 4 (CTLA-4), na proteína tirosina fosfatase não 
receptor tipo 22 (PTPN22) e no forkhead P3 (FOXP3) 
foram identificados como fatores de risco para a 
autoimunidade poliglandular e enfatizam a 
importância da sinapse imunológica. 
- uma alteração no comprimento dos genes CTLA-4 
DO HLA-IIconduz a um prejuízo na inibição das células 
T. 
- O FOXP3, por outro lado, dirige a diferenciação de 
células T reguladoras e, por isso, pode promover o 
desenvolvimento de endocrinopatias autoimunes e, 
em particular, da SPA III. 
QC 
SPA-1 
- caracteriza-se pela ocorrência de pelo menos dois 
de três componentes principais: doença de Addison 
(DA), hipoparatireoidismo e candidíase mucocutânea 
crônica (CMC). E, a maioria tb apresenta alguma 
doença autoimune não glandular→ 70% de todos os 
pacientes com APECED apresentam entre 3 e 5 
doenças associadas à SPA I. 
- doenças ectodérmicas= alopecia, ceratopatias, 
hiperplasia gengival, defeitos do esmalte dentário e 
distrofias ungueais, podem ser encontradas; 
- TGI= disfunção intestinal, gastrite atrófica ou anemia 
perniciosa (esteatorreia ou prisão de ventre), com 
gênese desconhecida. insuficiência tanto do 
pâncreas endócrino quanto do pâncreas exócrino. A 
hepatite autoimune é muitas vezes referida como um 
componente raro da SPA I, O curso clínico pode variar 
de assintomática à hepatite fulminante, e foi a causa 
de morte em cerca de 25% dos pacientes da Finlândia 
com SPA I. 
- Doenças glandulares adicionais= DM1 ou DAT-10 a 
20%, enquanto o hipogonadismo-15 a 30% dos 
pacientes do sexo masculino e 60 a 65% do sexofeminino. Hipopituitarismo é um componente bastante 
raro e costuma ser encontrado em menos de 5% dos 
casos. 
SPA-ADULTO 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
não está associada a CMC, ceratopatias ou outras 
distrofias. 
DAT representa a endocrinopatia autoimune mais 
frequente- 70 a 75% dos pacientes. A segunda 
doença autoimune mais comum é o DM1- 50 a 60%--
>A combinação de ambas as doenças define a SPA 
III; 
- enquanto a doença de Addison, essencial para a 
SPA II, ocorre em até 40 a 50% de todos os casos de 
autoimunidade poliglandular. 
- o hipogonadismo-4 a 11%, e tanto o 
hipoparatireoidismo quanto o hipopituitarismo são 
normalmente encontrados em apenas 1 a 5% dos 
pacientes com SPA do adulto. 
- também manifesta-se sequencialmente, com um 
grande intervalo de tempo entre a ocorrência da 
primeira e da segunda doença autoimune glandular. 
Doenças autoimunes não glandulares adicionais 
manifestam-se no decorrer do tempo e podem ser 
encontradas em até 40 a 50% dos casos. 
Doenças não glandulares adicionais 
-doenças autoimunes com manifestação cutânea 
associam-se, a mutações no gene AIRE, como, por 
exemplo, vitiligo (8 a 25%) e alopecia (16 a 40%)→ 
diagnosticadas mais frequentemente na SPA I (5 a 
10%) do que nas SPA II a IV (3 a 10%). 
-gastrite atrófica crônica (possivelmente associada a 
anemia perniciosa) é encontrada em 4 a 10% dos 
casos de SPA II a IV, contra 10 a 20% na SPA juvenil. 
- hepatite autoimune, diagnosticada em 5 a 20% dos 
pacientes jovens com SPA I e em menos de 10% dos 
pacientes adultos com SPA II a IV. 
- síndrome de Sjögren, ocorrer com a mesma 
frequência, tanto no tipo juvenil quanto no tipo adulto 
da SPA (1 a 3%). 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico precoce da SPA I é difícil por conta da 
sua raridade, da variabilidade clínica e das diferenças 
na apresentação sequencial das doenças 
autoimunes. 
-Presença de 2 dos 3 componentes principais ou a 
presença de um componente maior em um irmão de 
um paciente com SPA I. 
- também deve ser considerada em pacientes com 
candidíase mucocutânea crônica (CMC), 
insuficiência adrenal ou hipoparatireoidismo em 
pacientes jovens que apresentem ao menos um 
componente menor, como diarreia 
crônica/constipação grave, ceratite/hipoplasia do 
esmalte, febre com rash cutâneo periódico, hepatite 
autoimune, vitiligo ou alopecia. 
SPA ADULTO 
é crucial considerar a presença de autoimunidade 
poliglandular em pacientes com a síndrome ainda 
incompleta. Deve-se realizar triagem e exames 
regulares para detectar as insuficiências endócrinas 
antes da sua ocorrência aguda potencialmente 
grave (crise addisoniana) ou das complicações 
crônicas (consequências a longo prazo do DM1). 
Rastreio e seguimento dos pacientes 
- testes sorológicos são indispensáveis para a triagem 
de pacientes com autoimunidade poliglandular. 
→SPA-1= anticorpos para interferon-ω e α apresentam 
a mais elevada prevalência (95 a 100%) com 
aparecimento precoce→ propostos para a 
confirmação do diagnóstico. 
- A maior parte dos autoanticorpos podem ser 
encontrados tanto na SPA I quanto na doença em sua 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
apresentação isolada→ NACHT rica em leucina de 
repetição da proteína 5 (NALP5) correlaciona-se a 
hipoparatireoidismo e insuficiência ovariana. Os 
anticorpos para a hidroxilase do triptofano (TPH) 
correlacionam-se a má absorção intestinal e hepatite 
autoimune. Já anticorpos aromáticos para a 
descarboxilase de L-aminoácidos (AADC) associam-
se a hepatite autoimune e vitiligo e podem ser 
encontrados em pacientes com SPA juvenil. Cada um 
está presente em cerca de 50% dos pacientes, com 
NALP5 exibindo alta especificidade, mas baixa 
sensibilidade. Já os TPH/AADC mostram alta 
sensibilidade e baixa a média especificidade. 
- os pacientes com alto risco para a SPA I podem, ser 
rastreados por teste genético para o gene AIRE. 
Recentemente, anticorpos ainda mais específicos 
(contra IL-22, IL-17F e IL-17A) foram identificados e, em 
vários casos, permitem distinguir as doenças 
autoimunes isoladas daquelas que ocorrem em 
associação com SPA I 
- Os pacientes com doenças autoimunes 
monoglandulares, principalmente os que possuem 
parentes de primeiro grau com doenças autoimunes, 
devem ser clinicamente e sorologicamente 
pesquisados quanto à presença de outras doenças 
autoimunes não glandulares. 
- Por conta da autoimunidade familiar, parentes de 
primeiro grau e membros de famílias multiplex (pelo 
menos dois membros da família apresentando 
doença autoimune monoglandular) devem ser 
avaliados. Uma vez que as doenças autoimunes não 
glandulares são definidas por insuficiência ou perda 
completa da função do órgão acometido, é 
fundamental a realização de testes funcionais para a 
confirmação diagnóstica. 
TTO 
-Reposição de hormônios, correção de disfunções 
endócrinas, terapia sintomática e prevenção de 
potenciais complicações. 
- Imunomoduladores têm se tornado de interesse no 
tratamento da SPA I. 
-Medicamentos dermatológicos de uso tópico ou 
sistêmico, associados a tratamento sintomático, são 
combinados com imunossupressão, visando à 
remissão da doença autoimune. 
SPA-1 
As complicações mais importantes com risco de 
morte ocorrem durante a infância e, por isso, 
requerem imunossupressão agressiva imediata. 
- ciclosporina A (5 mg/kg)= tto da disfunção 
gastrintestinal, da alopecia e da ceratoconjuntivite. 
- glicocorticoides (GC; p. ex., prednisona, 2 a 5 
mg/kg) e da azatioprina (1,5 a 2 mg/kg) = tto da 
hepatite autoimune. 
- tacrolimo (0,15 a 0,3 mg/kg) e micofenolato de 
mofetila (600 a 900 mg/dia) ou metotrexato oral (5 a 
10 mg/semana)= disfunção gastrintestinal e a 
insuficiência pancreática exócrina (na ordem de 
melhora parcial a remissão completa). 
- anti-CD52 (alentuzumabe) e os anticorpos 
monoclonais anti-CD20 (rituximabe)= para resistência. 
- reposição dos hormônios na insuficiência endócrina 
depende da função glandular residual e é realizada 
de forma específica para a doença autoimune 
monoglandular em questão. 
*** Durante a terapia imunossupressora em pacientes 
com SPA I, pode ser observada piora da candidíase 
mucocutânea crônica e aumento na necessidade do 
uso de substâncias antimicrobianas ou antivirais 
(cotrimoxazol, itraconazol e aciclovir). Vale destacar 
que a aplicação sistêmica de antifúngicos pode 
induzir danos hepáticos graves e, portanto, deve ser 
evitada em pacientes com hepatite autoimune. 
SPA ADULTO 
- a terapia imunomoduladora não exerce um efeito 
central, e sua indicação é restrita a casos especiais, 
como oftalmopatia de Graves ou doenças 
autoimunes não glandulares adicionais. 
Interação dos hormônios 
- A tiroxina pode aumentar o metabolismo hepático 
do cortisol e induzir uma crise addisoniana em 
pacientes com SPA II. 
- insuficiência adrenal suprarrenal provoca redução 
da necessidade de insulina e elevação do TSH, devido 
à ausência da inibição transmitida pelos GC à sua 
secreção. 
- os pacientes precisam ser bem instruídos e 
informados sobre as possíveis interações, a fim de 
evitar complicações comuns em relação ao seu uso 
(ingestão simultânea de tiroxina e vitamina D/cálcio), 
bem como sobre os efeitos colaterais (úlceras 
gástricas durante a terapia com GC). 
AÇÃO DOS HORMÔNIOS 
TIREOIDE 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
A principal função da tireoide é produzir quantidades 
adequadas de hormônios tireoidianos (HT) para 
atender as demandas periféricas. 
• Os dois principais HT são a tri-iodotironina ou T3 e a 
tetraiodotironina (tiroxina ou T4). A síntese desses 
hormônios envolve as seguintes etapas: 
• Transporte ativo de iodeto (I-) para o interior da 
célula tireoidiana; 
Oxidação do I- e ligação a resíduos tirosil da 
tireoglobulina (Tg), formando a monoiodotirosina (MIT) 
e a di-iodotirosina (DIT); 
• Os HT são formados pela iodaçãode resíduos de 
tirosina uma glicoproteína chama tireoglobulina. 
Esta macromolécula é sintetizada na própria célula 
tireoide, sendo em seguida secretada e 
armazenada no lúmen folicular. 
• Acoplamento de duas moléculas de DIT para formar 
o T4, e MIT + DIT para gerar o T3; 
• Proteólise da Tg, com liberação dos hormônios livres 
na circulação. A oxidação do iodo e a reação de 
acoplamento são catalisadas pela peroxidase 
tireoidiana (TPO). 
- A tireoide normal produz todo o T4 circulante e cerca 
de 20% do T3 circulante. Os 80% restantes do T3 
circulante provêm da deiodinação periférica do T4, a 
partir da ação das deiodinases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2). 
-A maior parte da atividade biológica dos HT provém 
dos efeitos celulares do T3, que tem maior afinidade 
pelo receptor do hormônio tireoidiano e é cerca de 4 
a 10 vezes mais potente do que o T4. Existe ainda a 
deiodinase tipo 3 (D3), que é responsável pela 
metabolização periférica do T4 em tri-iodo-L-tironina 
(T3 reverso ou rT3), metabolicamente inativo. 
- Uma vez liberados na circulação, T4 e T3 se ligam, de 
maneira reversível, a três proteínas plasmáticas: 
globulina ligadora de tiroxina (TGB), transtirretina (TTR) 
e albumina. 
A TGB tem a maior afinidade pelo T4 e T3 e a 
menor capacidade de ligação, o inverso 
acontecendo com a albumina. Aproximadamente 
70% do T4 e 80% do T3 são ligados a TBG, e o restante, 
por sua vez, liga-se a TTR e a albumina. Devido a sua 
alta concentração sérica, a albumina carreia 
aproximadamente 15% do T4 e do T3 circulantes. 
Apenas 0,004% do T4 e 0,4% do T3 circulam na 
sua forma livre, que é a metabolicamente ativa. 
- A ação dos HT é mediada por receptores nucleares 
(TR-receptor tiroidiano), com diferentes expressões nos 
diversos tecidos: TRalfa1 (predominante no cérebro), 
TRbeta1 (predominante no fígado e coração) e 
TRbeta2 (predominante na hipófise). 
CONTROLE DA TIREOIDE 
- A tireoide é controlada pela atividade do eixo 
hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano. 
→ Os neurônios hipotalâmicos sintetizam e liberam TRH 
(hormônio liberador de tireotrofina). Esta substancia é 
liberada na circulação porta hipofisária, que irriga as 
células da adeno-hipófise, entre elas os tireotrofos- 
células que produzem e secretam hormônios TSH 
(tireotrofina). Ao se ligar em seu receptor na 
membrana do tireotrofo, o TRH estimula a liberação e 
síntese do TSH 
- O TSH, produzido pelas células tireotróficas da 
hipófise anterior, liga-se a receptores específicos nas 
células tireoidianas e estimula todas as etapas de 
síntese do T4 e do T3, bem como sua liberação pela 
glândula. 
• - Principais efeitos do TSH na célula folicular 
tireóidea: 
- Efeito trófico: promove a hipertrofia das células 
foliculares, bem como um aumento da 
vascularização da glândula. 
- Estímulo a síntese de hormônio tireoidiano; 
- Estímulo a liberação de hormônio tireoidianos. 
A síntese e a secreção do TSH, por sua vez, são inibidas 
pelo HT (feedback negativo) e estimuladas pelo 
hormônio liberador da tireotrofina (TRH), produzido no 
hipotálamo. 
-T4 é convertido em T3 nos tireotrofos hipofisários, sob 
ação da 5’-deiodinase tipo 2. Em seguida, o T3 se liga 
a seu receptor nuclear, inibindo a transcrição de TSH. 
Desse modo, se a função hipotalâmico-hipofisária 
estiver intacta, pequenas alterações nos níveis dos HT 
livres provocam grandes alterações nos valores séricos 
do TSH. Por isso, o TSH constitui-se no melhor indicador 
de alterações discretas da produção hormonal da 
tireoide. 
 A secreção de TSH é pulsátil e apresenta um ritmo 
circadiano. 
 Valores médios do TSH ficam em torno de 1,3 a 1,4 
mUI/l. 
PRODUÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
- As células que compõem os folículos tireoidianos 
(células foliculares) são especializadas em sintetizar, 
armazenar e secretar hormônios tireoidianos. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
 Os hormônios são derivados do aminoácido tirosina e 
contem 60-65% do oligoelemento iodo em sua 
composição. 
-As células do epitélio folicular possuem dois polos: 
membrana apical (voltada para o lúmen folicular) e a 
membrana basal (voltada para o interstício e 
capilares). As reações bioquímicas de síntese 
hormonal ocorrem em torno da membrana apical, 
onde se encontra a enzima determinada de todo este 
processo: a peroxidase tireóidea (TPO). 
- A enzima peroxidase tiroidea atua catalisando 3 
importantes reações: 
 . Oxidação do iodo; 
 . Iodação dos resíduos de tirosina da tireoglobulina, 
formando as iodotirosinas: MIT: monoiodotirosina; DIT: 
diiodotirosina. 
 . Acoplamento das iodotirosinas, formando 
hormônios tireoidianos: T3 (triiodorironina) = MIT + DIT; 
T4 (tetraiodotironina ou tiroxina) = DIT + DIT. 
- A tireoide produz e libera muito mais T4 do que T3, 
numa proporção de 20:1. Na verdade, o T4 penetra 
nas células dos órgãos-alvo e logo é convertido em T3 
por intermédio da desiodase tipo I (maioria dos 
tecidos) ou tipo 2 (cérebro, hipófise, tecido adiposo 
marrom), ao retirar um átomo de iodo do anel externo 
do T4. Podemos considerar o T4 como um pró-
hormônio e o T3 como o hormônio ativo. 
SUPRARRENAIS 
- São estruturas bilaterais situadas crânio-
medialmente aos rins. Apresentam uma cápsula e 
estão divididas em duas zonas distintas: o córtex e a 
medula. 
➔ O córtex adrenal é subdividido em 3 zonas cada 
uma com características anatômicas específicas. 
-A zona glomerulosa, mais externa, secreta um 
hormônio mineralocorticóide conhecido como 
aldosterona. A zona fasciculada vem logo a seguir e 
produz o glicocorticóide cortisol e, por fim, a zona 
reticular que produz os hormônios sexuais ou 
esteróides androgênicos. 
➔ A medula adrenal é a região central da glândula 
e secreta as catecolaminas. 
- Os hormônios adrenais atuam em vários órgãos e 
participam de todo o metabolismo, muitas vezes em 
associação com outros hormônios. O mecanismo de 
secreção obedece algumas vezes a uma retro-
alimentação negativa, monitorada pelo cérebro. 
CÓRTEX 
- Os hormônios do córtex adrenal são sintetizados a 
partir do mesmo precursor, o colesterol. São 
compostos esteróides que têm ação sobre o 
metabolismo de proteínas, glicídios, lipídios e minerais
 
→ZONA GLOMERULOSA= é a mais externa, estreita e 
imediatamente abaixo da cápsula, composta por 
células cubóides e colunares, com núcleo denso e 
citoplasma escasso com poucos lipídios, dispostas em 
agrupamentos aciformes de ninhos compactos. Esta 
seção sintetiza os mineralocorticóides: a aldosterona 
e desoxicorticosterona. 
-ALDOSTERONA= é o principal, agindo na regulação 
da homeostase dos eletrólitos no líquido extracelular, 
principalmente sódio (Na) e potássio (K). Exerce o seu 
efeito nos túbulos contorcidos distais e ducto coletor 
do néfron. A produção da aldosterona encontra-se 
sob o controle dos níveis séricos de renina, 
angiotensina e K. 
As células da mácula densa dos túbulos distais do rim 
contêm quimio-receptores que detectam 
concentrações de Na + no fluido do túbulo, sendo 
que o aumento da concentração de Na + estimula a 
liberação de renina. A renina é uma enzima 
proteolítica produzida nas células justaglomerulares 
das arteríolas aferentes dos glomérulos do rim. Por 
ação de estímulos como baixa pressão sanguínea, 
diminuição do volume sangüíneo detectado por baro-
receptores das próprias células justaglomerulares, 
hiponatremia, hiperpotassemia, estímulos de 
neurotransmissores β1-adrenérgicos, vasopressina e 
prostaglandinas →ocorre a produção de renina. 
- No caso do ACTH, somente níveis elevados do 
mesmo induzem liberação de aldosterona. 
O angiotensinogênio, uma globulina α1 do plasma, é 
sintetizado no fígado e é hidrolisado pela renina, 
produzindo a angiotensina I→ por ação da enzima 
conversora, uma glicoproteína que encontra-se no 
plasma, nos pulmões e nas células endoteliais, 
formando a angiotensinaII, é um potente estimulador 
da síntese de aldosterona, além do seu efeito 
vasoconstritor e de elevação de pressão arterial. 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
- A angiotensina II tem um efeito de retro-alimentação 
negativa na síntese de renina, participando em dois 
diferentes pontos da biossíntese de aldosterona: na 
conversão de colesterol em pregnenolona e na 
oxidação de corticosterona para a produção de 
aldosterona. Com a secreção da aldosterona→ 
ocorre um aumento de reabsorção de Na+ e de 
excreção de K, levando a um aumento na 
reabsorção de água e conseqüente aumento de 
volume sangüíneo e do débito cardíaco, 
ocasionando um aumento de pressão arterial. 
ZONA FASCICULADA 
- é uma camada espessa composta por cordões 
radiais de espongiócitos, que são células poliédricas 
de citoplasma claro com delicados vacúolos 
contendo lipídios (colesterol e ésteres de colesterol). É 
responsável pela produção dos glicocorticóides. 
- A síntese dos glicocorticóides é estimulada pelo 
ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) hipofisário, 
que se encontra regulado pelo CRH hipotalâmico, 
estando relacionados por retro alimentação negativa 
com glicocorticóides. 
- A duração de horas-luz, ciclo de alimentação, horas 
de sono e o estresse determinam o ritmo circadiano 
que envolve a liberação do CRH. Em geral a produção 
de glicocorticóides é maior pela manhã e menor à 
tarde e à noite, elevando-se novamente durante o 
sono. 
- Ocorre a ativação dos centros hipotalâmicos por 
estresse inespecífico, como temperatura ambiente 
extrema, febre, hipoglicemia, inflamação, jejum, dor, 
trauma, medo, levando a um aumento e liberação de 
ACTH atividade adreno-cortical, principalmente da 
zona fasciculada. 
 
- Os glicocorticóides atuam no núcleo das células 
alvo, estimula a transcrição de genes que codificam 
para enzimas específicas, incluindo enzimas da 
gliconeogênese. Podem interatuar com receptores de 
membrana nos tecidos linfóides → efeitos 
imunossupressores. Os seus efeitos podem ser 
impedidos por inibidores da transcrição (actinomicina 
D) ou da tradução (polimicina). 
- têm efeito metabólico sobre os glicídios, lipídios e 
proteínas. O efeito primário sobre os glicídios é o 
aumento da gliconeogênese e da síntese de 
glicogênio→ inibe a utilização da glicose pelas 
células e estimula o armazenamento de glicogênio, 
por estimular a enzima glicogênio sintetase→ Causa 
uma hiperglicemia que pode levar a glicosúria, por 
ultrapassar o limiar renal. O aumento da glicemia 
obedece ao estímulo da gliconeogênese, pela 
ativação de enzimas desta via, a piruvato carboxilase 
e a fosfoenolpiruvato carboxiquinase. 
- causa um aumento do catabolismo protéico, 
levando a um aumento no nitrogênio urinário→ 
aumento de aminoácidos séricos com maior 
degradação dos mesmos, elevando a concentração 
de uréia plasmática. 
- No metabolismo dos lipídeos o cortisol estimula a 
lipólise, facilitando a ação dos hormônios ativadores 
da lipase, como o glucagon, a adrenalina e o GH. 
- O cortisol tem efeito antiinflamatório e antialérgico, 
causando a redução da hiperemia, da resposta 
celular, da migração de neutrófilos e macrófagos ao 
lugar da inflamação, da exudação, da formação de 
fibroblastos e da liberação de histamina. Os 
glicocorticóides estabilizam a membrana dos 
lisossomos, impedindo a saída das enzimas hidrolíticas, 
que ocorre na inflamação. 
- induzem uma neutrofilia madura; 
- tem efeito sobre o trato gastrointestinal levando ao 
aumento de secreção de ácido clorídrico, pepsina e 
tripsina pancreática; diminui a secreção de muco, 
favorecendo o desenvolvimento de úlceras 
gastroduodenais. 
- Apresentam efeito sobre os ossos, se administrados 
de forma crônica, reduzindo a matriz óssea e a 
diminuição de absorção de Ca à nível intestinal e o 
aumento da excreção renal de CA e P podem 
predispor o aparecimento de osteoporose e fraturas. 
ZONA RETICULAR 
a camada estreita no limite com a medular, composta 
por agregados irregulares de células não-
vacuolizadas. Produz os esteróides sexuais→ a 
dehidro-epiandrosterona (DHEA) e a 
androstenediona, os estrógenos e a progesterona. 
- A síntese de androgênios começa com a 
hidroxilação da progesterona no C17. A cadeia lateral 
é clivada para fornecer androstenediona. A 
testosterona é formada pela redução do grupamento 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
C-17- ceto da androstenediona. Os estrogênios são 
formados a partir dos androgênios pela perda da 
metila C-19 e a formação de um anel aromático. Os 
androgênios têm efeito sobre o anabolismo protéico, 
pela ação de retenção de nitrogênio. Também 
promovem retenção de P, K, Na e Cl. 
MEDULA ADRENAL 
- tem origem da crista neural e é composta por células 
especializadas neuroendócrinas produtoras das 
catecolaminas→ Dopamina, adrenalina e nora. 
- A adrenalina compõe 80% das catecolaminas 
secretadas na medula adrenal. É a única 
catecolamina que não é sintetizada em outro tecido 
fora da medula adrenal. As demais catecolaminas 
são sintetizadas também pelos neurônios adrenérgico 
e dopaminérgicos. Os precursores das catecolaminas 
são os aminoácidos tirosina (Tyr) ou fenilalanina (Phe). 
- A Phe é convertida em Tyr por ação da enzima Phe-
hidroxilase. A Tyr ingressa nas células cromafínicas, 
onde é hidroxilada por uma enzima Tyrhidroxilase, que 
tem como coenzima a tetrahidropteridina, para 
formar DOPA (dihidroxifenilalanina)→ A DOPA é 
decarboxilada pela DOPA-descarboxilase, que tem 
como coenzima o piridoxal-fosfato, para formar a 
dopamina→ esta necessita entrar nos grânulos 
cromafínicos de secreção, onde ocorre a conversão 
de dopamina em noradrenalina, pela ação catalítica 
da β-hidroxilase. Por fim a feniletanolamina-N-metil 
transferase, uma enzima presente no citosol, catalisa 
a N-metilação da noradrenalina, formando a 
adrenalina. 
- As catecolaminas são liberadas por exocitose 
estimulada por agentes colinérgicos e β-adrenérgicos 
e inibido por agentes α-adrenérgicos. Têm uma meia-
vida de cerca de dois minutos. 
- As catecolaminas adrenérgicas promovem a 
vasoconstrição por ativação dos receptores α 1 e α 2. 
Podem causar vasodilatação em baixas doses, no 
músculo esquelético e no fígado, por ativação de 
receptores β. Estes, quando ativados também são 
responsáveis pelo aumento de freqüência cardíaca 
por broncodilatação. 
- estimulam a glicogenólise hepática e muscular, 
aumentando o nível de glicose plasmática. Estimulam 
também a lipólise no tecido adiposo, levando a um 
aumento dos níveis plasmáticos de ácidos-graxos→ 
ação cetogênica. A adrenalina prepara os músculos, 
pulmão e coração para atividade mais intensa, em 
situações de estresse. Promove o aumento da força de 
contração dos músculos e aumento da FC. Leva 
também a um aumento de pressão sangüínea e a 
uma broncodilatação, para maior disponibilidade de 
O2. A disponibilidade de glicose ocorre através do 
estímulo da glicogenólise e gliconeogênese. No 
estresse ocorre um aumento de produção de ATP no 
músculo e aumento de hidrólise dos triglicerídios pela 
ação da lipase. 
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS 
Mineralocorticoides 
ACETATO DE FLUDROCORTISONA= um esteroide 
adrenocortical sintético, que possui potentes 
propriedades mineralocorticoides e alta atividade 
glicocorticoide. 
- A ação fisiológica do acetato de fludrocortisona é 
semelhante a da hidrocortisona, mas o efeito 
glicocorticoide é 15 vezes maior e o efeito 
mineralocorticoide é 125 vezes maior. A reabsorção 
de sódio nos túbulos distais dos rins e em outros tecidos 
parece contribuir para a ação fisiológica 
característica dos mineralocorticoides. 
- Em pequenas doses, produz marcante retenção de 
sódio e aumenta a excreção urinária de potássio e 
hidrogênio. Proporciona elevação da pressão 
sanguínea, aparentemente decorrente de sua ação 
sobre os níveis de eletrólitos. 
-Em altas doses,inibe a secreção endógena do córtex 
adrenal, a atividade tímica e a excreção da 
corticotrofina hipofisária; proporciona depósito de 
glicogênio no fígado e, se não houver ingestão 
adequada de proteína, poderá provocar balanço 
negativo de nitrogênio. 
- A meia-vida é de aproximadamente 18 a 36 horas. 
-Efeitos adversos= hipertensão, edema, hipertrofia 
cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, perda 
de potássio e alcalose hipocalêmica. 
Glicocorticoides 
São anti-inflamatórios esteroidais; 
- Hidrocortisona – IV, pomadas e cremes . Prednisona 
– via oral; Prednisolona – via oral; Metilprednisolona – 
IV em pulsoterapia; Triancinolona – pomadas e 
cremes; Dexametasona – IM, IV, pomadas e cremes; 
Betametasona – IM, IV, pomadas e cremes 
- O cortisol ou hidrocortisona é o principal GC natural 
circulante no ser humano. Sua síntese é regulada pelo 
hormônio adrenocorticotrófi co (ACTH), secretado 
pela hipófi se anterior em resposta à liberação, pelo 
hipotálamo, do neuropeptídeo denominado fator 
liberador de corticotrofi na (CRH). O hormônio 
antidiurético (ADH), a ocitocina e as catecolaminas 
Laryssa Barros – P6 – Med - Tutoria 
 
podem infl uenciar o ritmo circadiano da secreção de 
ACTH, assim como estados de febre, hipoglicemia, 
estresse e alteração do ciclo de sono-vigília. 
- O próprio cortisol atua sobre os receptores de GC 
presentes no hipotálamo e na hipófi se por meio de 
mecanismo de feedback, inibindo a liberação de 
CRH e ACTH. 
MECANISMO DE AÇÃO 
os GC atuam praticamente sobre todos os órgãos e 
tecidos. O mecanismo fundamental que promove a 
transativação ou a transrepressão gênica inicia-se 
com o hormônio, que é lipofílico, cruzando a 
membrana citoplasmática da célula-alvo por difusão 
passiva. No citoplasma os GC ligam-se a receptores 
protéicos específicos – os receptores de GC (RGC) – 
que são proteínas citoplasmáticas com estrutura 
contendo domínios comuns a outros membros da 
superfamília de receptores nucleares. Atuam como 
fatores de transcrição, alterando a expressão dos 
genes alvo em resposta a um sinal hormonal 
específico. O complexo glicocorticóide-receptor 
sofre transformação estrutural e se torna capaz de 
penetrar no núcleo celular no qual se liga a regiões 
promotoras de certos genes, denominadas elementos 
responsivos aos GC, induzindo a síntese, não somente 
de proteínas antiinfl amatórias, como a lipocortina-1 e 
IkB, mas também de proteínas que atuam no 
metabolismo sistêmico (por exemplo, proteínas que 
promovem gliconeogênese). Este processo é 
chamado de transativação. 
 Os GC também atuam por meio da transrepressão 
em que monômeros de moléculas de GC e 
receptores de GC interagem com fatores de 
transcrição, como a proteína ativadora 1 (AP-1) e o 
fator nuclear kB (NF-kB), por interação proteína-
proteína e promovem efeito inibitório de suas 
funções. Por essa via, por exemplo, a síntese de 
citocinas pró-infl amatórios como interleucina 6 (IL-6) 
e IL-2, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e 
prostaglandinas é reduzida. 
EFEITOS ADVERSOS 
- ▪ Supressão da resposta a infecções ou lesões→ 
Infecções oportunistas. ▪ Cicatrização de lesões 
comprometida. ▪ Ulceração péptica. 
- Síndrome de Cushing→Administração prolongada 
de GCs. ▪ Tumor secretor de ACTH. 
- Osteoporose e risco de fraturas→ Redução da 
função dos osteoblastos e aumento da atividade dos 
osteoclastos. ▪ Bloqueia indução do gene da 
osteocalcina mediada por vitamina D3 nos 
osteoblastos. 
- Intolerância à glicose e diabetes mellitus. 
- Suspensão abrupta após tratamento prolongado: ▪ 
Insuficiência adrenal aguda. ▪ supressão da 
capacidade do paciente em sintetizar GCs.

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