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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Seja bem-vindo à nossa disciplina de Instituições Internacionais! Nesta unidade 3 vamos falar sobre economia
política nas relações internacionais. Nosso principal objetivo é que você entenda os conceitos de Liberalismo
Econômico e Capital Monopolista. Esses conceitos serão fundamentais para compreender a importância da
atuação das Instituições Internacionais na Economia Mundial.
Você já re�etiu por que organizações internacionais como FMI, Banco Mundial e OMC foram criadas? Antes de
estudar essas instituições internacionais vamos conhecer as motivações que levaram a esses organismos
internacionais, vamos lá?
Aula 1
ECONOMIA POLÍTICA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
Olá, estudante! Seja bem-vindo à nossa disciplina de Instituições Internacionais! Nesta unidade 3 vamos
falar sobre economia política nas relações internacionais. 
CAPITALISMO E INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS 
 Aula 1 - Economia política nas relações internacionais 
 Aula 2 - O comércio internacional 
 Aula 3 - As Instituições de Bretton Woods
 Aula 4 - As Instituições Internacionais e a economia contemporânea 
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
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O LIBERALISMO ECONÔMICO
A economia política internacional envolve a vida de todo o ser humano. Trataremos de modo objetivo de três
lentes teóricas clássicas do campo de estudos de Economia Política Internacional, são elas: mercantilismo,
liberalismo econômico e marxismo. Passaremos brevemente sobre mercantilismo e marxismo e destinaremos
maior ênfase ao liberalismo econômico.
Falar sobre mercantilismo sugere uma discussão sobre os séculos XVI e XVII no contexto do Estado Moderno.
Mas o que se entende por mercantilismo? Mercantilistas entendem que a economia internacional é um
espaço de intensa competição econômica onde não há espaço para cooperação, o objetivo principal é a
ampliação do poder estatal. Como o pensamento dominante consiste na competição e con�ito, os estados
buscarão proteger suas economias visando aumentar sua riqueza. Em outros termos, o Estado deve
subordinar a sua economia ao Estado, ator considerado essencial para defender os interesses econômicos, a
riqueza e o poder (Jackson; Sorensen, 2007).
A discussão sobre mercantilismo auxilia na compreensão do que é chamado Liberalismo econômico. De modo
oposto ao mercantilismo, o liberalismo sugere uma economia autônoma sem intervenção estatal. Um
importante pensador do Liberalismo econômico, considerado pai dessa corrente de pensamento, foi o �lósofo
britânico Adam Smith (1723-1790) autor da obra A Riqueza das Nações. De modo objetivo liberalismo pode ser
de�nido como um sistema econômico que assegura o direito à propriedade privada em um cenário de livre
mercado e livre concorrência no mercado. A principal característica é a não intervenção do Estado na
economia e com in�ação sob controle (Fiori, 1999; Fernandes, 2005).
Talvez você já tenha ouvido a expressão “mão invisível” na economia. Essa expressão foi utilizada por Smith
para descrever um modelo de economia em que o mercado pode se regular de maneira e�ciente sem a
intervenção do Estado, visto que as economias tenderiam a se expandir espontaneamente a partir de regras e
mecanismos próprios. Essa perspectiva entende a economia como “uma doutrina de princípios voltados a
administrar o crescimento econômico e a riqueza individual” (Gilpin, 1987, p. 27). 
Smith criticava os altos impostos, o protecionismo e a ideia do Estado como o principal ator para tomar
decisões na economia. Na visão liberal econômica, o indivíduo é o principal ator, pois é quem consome,
produz e realiza as trocas comerciais. Não existe na visão liberal um entendimento de uma economia mundial
con�itiva. Essa visão contrapõe a lógica mercantilista, que entende as trocas comerciais como instrumento
para favorecer a prosperidade dos Estados.
Figura 1 | Monopólio �nanceiro
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Fonte: Pixabay.( Monopólio Dinheiro Potência - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
Alguns estudiosos da vertente liberal econômica preveem que em determinados cenários será necessária
maior intervenção do Estado no mercado. Como exemplo, pode-se citar John Stuart Mill. Essa visão abriu
espaço para a ascensão de uma teoria liberal reformulada, que se manteve até início dos anos 1980 (Gaspar,
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2015).
Em relação ao Marxismo, teoria clássica associada aos estudos de Economia Política, essa vertente destaca
como ponto central a luta de classes, que não �ca restrita às fronteiras dos Estados. Os Estados tendem a
buscar novos mercados e ampliar seus lucros por meio do que os estudiosos dessa corrente de�niram como
expansão capitalista, cronologicamente associado aos anos de 1870 a 1914, que se referiram ao período de
colonização e exploração de riquezas dos países asiáticos e africanos.
Na contemporaneidade, estudiosos da vertente marxista analisam a globalização econômica e atuação das
grandes corporações transnacionais nas economias diversas como um fenômeno de busca por novos
mercados para além das fronteiras (Gaspar, 2015; Fiori, 1999).                                                                                 
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A ECONOMIA POLÍTICA E SUA IMPORTÂNCIA PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A partir da de�nição das teorias clássicas da Economia Política Internacional, resta-nos, pois, entender: qual a
importância da Economia Política para a compreensão das Relações Internacionais? A relação de compra e
venda de mercadorias e a utilização do dinheiro enquanto moeda de troca para aquisição de mercadorias e
serviços fazem parte da lógica da Economia Política.  Podemos imaginar trocas comerciais ao nosso redor, na
nossa cidade, por exemplo, ou em uma perspectiva internacional, visto que estamos em um mundo
globalizado. É essa discussão que a Economia Política Internacional traz.
Autores importantes do campo destacaram: “Se a economia é a busca da riqueza e a política é a busca do
poder, as duas interagem de modos complicados e surpreendentes" (Polanyi,1957; Gilpin, 2001). Essa
dinâmica complexa que se estabelece entre economia e política internacional con�gura a Economia Política
Internacional (Jackson; Sorensen, 2007).
De maneira objetiva, a EPI busca compreender o papel de regras e instituições internacionais para atuarem na
estabilização política e econômica. Para além, a economia política internacional é a subárea de estudo das
relações internacionais que busca compreender como os fatores econômicos podem in�uenciar as questões
políticas e vice-versa e como essa dinâmica pode afetar o desenvolvimento das relações internacionais entre
os países (Racy et al., 2015).
Podemos listar alguns pontos que destacam a importância desse campo de estudos para as relações
internacionais, como: i) a EPI ajuda a explicar questões como: comércio, cooperação internacional, integração
econômica e globalização; ii) auxilia na identi�cação de interdependências, assimetrias e desigualdades; iii)
pode contribuir na formulação de políticas públicas para a redução das desigualdades e para a promoção da
cooperação internacional.
Figura 2 | Moedas e economia internacional
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Fonte: Pixabay. (Dinheiro Dólares Pesos - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
Reconhecendo a importância da Economiade Janeiro: Mauad Editora Ltda, 2019.
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https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/46102793/A_mundializacao_do_capital-libre.pdf?1464715428=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DA_mundializacao_do_capital.pdf&Expires=1704240274&Signature=gHXjvK5zehtXm1m~dI5MyL~yA95Z4o3e8qGRkG0moGC7Kjkb5Clbapb0hR6Olb4O02AbPj9GhWboXN6d9FdgyF6OAokjSfkKxw4n5X1nLUaRpamI23HTQpHG5t~Ilr8wDOnlUdZsx4MohRoxXm12Vv1MzOmF8uaKrzyzJc-ylVdBtRVdDbZD9evcX7IRBBdaYYr3moZWp9YLglGJdm7jKIoP2mjFnwd270z0CiI2-jE~v2VFm~KEbxaOYQAbIkam4rXUR2XtkSkRK487SmSle43WUH4K9WaQqAcwyBh9vQS3Dm5eFc6~Fqb5WgqtAViEJZB5C8YOiSamqiLvE9U14A__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA
http://www.%20unicamp./
https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/debate6Artigo1.9.pdf
https://biblioteca-virtual-cms-serverless-prd.s3.us-east-1.amazonaws.com/ebook/ldkls202_com_int_bv-1636573043722.pdf
https://biblioteca-virtual-cms-serverless-prd.s3.us-east-1.amazonaws.com/ebook/ldkls202_com_int_bv-1636573043722.pdf
FRIEDEN, J. A. Capitalismo global: história econômica e política do século XX. São Paulo: Editora Companhia
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Aula 4
ARRETCHE, M. T. Emergência e desenvolvimento do Welfare State: teorias explicativas. BIB, Rio de Janeiro, n.
39, p. 1, 1995.
BANCO MUNDIAL https://www.bancomundial.org/es/what-we-do 2023.
CHOMSKY, N. O lucro ou as pessoas?: neoliberalismo e ordem global. Editora Bertrand Brasil, 2018.
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Aula 5
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https://bjpe.org.br/repojs/index.php/journal/article/view/1629
https://www.bancomundial.org/es/what-we-do
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
COGGIOLA, O. O craque de 1929 e a grande depressão da década de 1930. Crise, Revolução e Contra-
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FERNANDES, J. P. T. Elementos de Economia Política Internacional. Coimbra: Livraria Almedina, 2005.
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RACY, J. C. et al. Uma contribuição ao desenvolvimento da Economia Política Internacional do Brasil. Nova
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https://storyset.com/
https://www.shutterstock.com/pt/Política para as relações internacionais diante de um cenário
globalizado, é de relevância de�nir o que é capital monopolista. Destacamos ao discutir a teoria clássica
marxista que grandes corporações transnacionais atuam para ganhar novos mercados ao redor do mundo.
Em outros termos, o capital monopolista se refere à ideia da concentração do capital em empresas,
corporações ou atores privados que atuam de maneira globalizada, aumentando a disputa por recursos e
atuação política, limitando a livre concorrência e a diversi�cação de preços. 
Algumas características podem ser associadas a esse conceito, como: i) concentração da produção, o fato de
poucos atores com elevado capital controlarem a maior parte do mercado e utilizarem práticas
anticompetitivas para sustentar o monopólio no mercado; ii) ausência de concorrência, visto que há formação
de monopólios e oligopólios e adoção de práticas anticompetitivas para desestimular empresas menores; iii)
elevação da desigualdade social e econômica e concentração do capital com poucas empresas; e por �m iv)
não estão sujeitas à intervenção do Estado para desempenharem suas atividades econômicas (Fernandes,
2005; Gaspar, 2015).
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A EXPANSÃO DO CAPITAL E A FORMAÇÃO DE MONOPÓLIOS
Para compreender os conceitos de Liberalismo Econômico, Economia Política e Capital Monopolista, são
apresentados marcos históricos que auxiliam na compreensão.
Um dos grandes marcos históricos para se compreender a atuação do Liberalismo Econômico é a Revolução
Industrial, a qual ocorreu ao �nal do século XVIII e início do século XIX na Inglaterra. Nesse período notou-se
intensa transformação econômica, social e tecnológica e o grande enriquecimento do país, promovido muito
em função da expansão inglesa para novos mercados, livre concorrência e não intervenção estatal, aspectos
fundamentais para o desenvolvimento de setores distintos da indústria, como setor têxtil, siderúrgico e
mineração.
O cenário da Revolução Industrial permitiu o enriquecimento inglês e a liderança no processo de
“colonização”, que consistiu na expansão inglesa em busca de novos mercados, consumidores e novas fontes
de matérias-primas para a produção industrial. Nesse período, a Inglaterra expandiu seu mercado e in�uência
por meio da conquista de novas regiões, como África e Ásia. A colonização inglesa desses países é um bom
exemplo histórico para destacar o monopólio inglês sobre esses mercados e essas regiões (Racy et al., 2015).
Figura 3 | Monopólio e riqueza
Fonte: Pixabay. Monopólio Potência Rico - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay
Para compreender o capital monopolista utilizaremos o exemplo histórico da Standard Oil Company, criada
por John Rockefeller em 1870. A Standard Oil Company era a empresa dominante de 90% do mercado de
petróleo até o início do século XX. Utilizava práticas anticompetitivas com seus possíveis concorrentes, como a
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�xação de preços no mercado para manter a liderança no mercado. A atuação monopolista da Standard Oil
Company trazia di�culdades para as empresas menores se inserirem nesse mercado, o que fomentou nos
Estados Unidos, 1911, a criação de leis regulamentando a atuação dessa corporação. 
Por �m, buscando compreender de maneira aplicada os conceitos mobilizados nesta aula, utilizamos como
texto base uma notícia de jornal que discutiu a possibilidade de o capitalismo adentrar uma nova fase. O
texto, Mundo está entrando em uma nova fase do capitalismo? - BBC News Brasil, discute os impactos do
capitalismo na transformação do Estado e da sociedade desde as Revoluções Industrial e tecnológica. Se por
um lado o capitalismo estimulou a produção e inovação, de outro promoveu a desigualdade de renda, a
concentração de riqueza, a elevação dos níveis de pobreza e os impactos ambientais decorrentes da elevação
do padrão de consumo. 
De que maneira essa discussão está relacionada aos temas discutidos nesta aula? 
Um primeiro aspecto está relacionado às trocas comerciais em uma perspectiva global, o que se relaciona à
expansão de mercado e à ideia de globalização. Em um segundo aspecto, economias em que se observam
elevados níveis de pobreza e desigualdade colocam em xeque as premissas do liberalismo econômico em que
há um estado mínimo de intervenção na economia. Por último, empresas detentoras de maior capital
tenderão à maior inovação e produção e, consequentemente, conquistarão mais mercados e consumidores,
reforçando também a desigualdade nas trocas comerciais. 
VIDEO RESUMO
No nosso vídeo vamos abordar a de�nição do Liberalismo Econômico e as críticas a essa visão, como a
concentração de riqueza e a concentração de capital, além de situar o campo da Economia Política
Internacional como um campo importante para analisar e contribuir com as trocas econômicas e comerciais.
 Saiba mais
Algumas empresas são consideradas monopolistas no mercado em que atuam, por exemplo:
Microsoft - mantém uma posição dominante no comércio global, atuando na prestação de serviços na
área de software e hardware.
Coca-Cola - mantém liderança internacional, é exportada para o mundo inteiro e já utilizou práticas
monopolistas.
Uma indicação de �lme para auxiliar na �xação do conteúdo é: Salvando o Capitalismo (2017) 
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Dirigido por Jacob Kornbluth e Sari Gilman. No �lme, o professor Robert Reich busca propor traçar um
novo caminho para o sistema econômico, sugerindo a inclusão de um sistema mais justo e democrático.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Seja bem-vindo à nossa disciplina de Instituições Internacionais! Nesta aula 2 da Unidade 3 vamos falar sobre
Comércio Internacional. Nosso principal objetivo é que você consiga entender do que se trata quando falamos
em comércio internacional, o que se entende por Imperialismo e o que é Capitalismo de estado e relações
comerciais na atualidade.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Neste bloco conceito vamos de�nir o que se entende por Comércio Internacional e qual a importância desse
setor para um país.
Fazendo uma retrospectiva histórica, as origens do conceito de Comércio internacional estão relacionadas à
expansão marítima, século XV, período em que foi consolidado os chamados Estados Modernos. Com a
consolidação dessa forma de organização de estado se desenvolveram as relações comerciais, a utilização e a
circulação de moedas ainda que a ideia de dinheiro como uma ferramenta de troca não tenha se consolidado
nesse período. Importante ser destacado é que esse período é representativo para sinalizar o surgimento das
trocas de mercadorias e serviços que evoluíram até chegar à forma que conhecemos hoje como comércio
(Zanetti, 2011).
Aula 2
O COMÉRCIO INTERNACIONAL 
Olá, estudante! Seja bem-vindo à nossa disciplina de Instituições Internacionais! Nesta aula 2 da Unidade
3 vamos falar sobre Comércio Internacional. 
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É reconhecido que nenhum país produz todos os bens e serviços necessários à sobrevivência ou aos
interesses diversos de sua população. Diante dessa necessidade de adquirir produtos por meio de outras
fontes é que se constitui o comércio internacional. Podemos então entender comércio internacional como
uma estratégia buscada pelos países para adquirir de forma e�caz bens e serviços necessários à sua
população ou à sua produção. De modo semelhante, países que possuem excedentes em suas produções
estabelecem relações comerciais com outros países, criando relações de compra evenda no “mercado
internacional”.
A inserção no comércio internacional é entendida como um dos pilares da economia de um país, pois pode
fomentar o crescimento e o desenvolvimento econômico ao preencher as lacunas existentes em seu mercado
de produção, ou ao escoar e comercializar a produção nacional excedente. A inserção no comércio
internacional pode favorecer a melhoria das condições de vida da população como um todo, no médio e no
longo prazo (Neves; Silva; Bueno, 2020).
Figura 1 | Comércio internacional no contexto globalizado
Fonte: Pixabay. (Shopping Comprar Online Oferta - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
O comércio internacional é uma área também amparada por teorias e conceitos que se destinam a entender
como o comércio evolui com o tempo, ele pode contribuir para o desenvolvimento das nações.  Um conceito
importante é o da a balança comercial, utilizado para expressar a diferença entre as exportações e
importações de um país. Isto é, quando o volume de exportações for superior ao de exportações, diz-se que
um país tem uma balança comercial superavitária.
Na lógica do comércio internacional, um importante teórico é David Ricardo (1777-1823), o qual propôs uma
teoria muito utilizada nas trocas comerciais de�nida como teoria das vantagens comparativas. Pela ótica da
vantagem comparativa, David Ricardo propõe que as nações podem se inserir no comércio internacional
mesmo quando um país é mais produtivo e e�ciente na sua produção de consumo. De acordo com Ricardo,
existem ganhos quando se propõe vantagens comparativas e não somente quando se observa as vantagens
absolutas de um país (Neves; Silva; Bueno, 2020).
Figura 2 | Crescimento econômico
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Fonte: Pixabay. (Dados Homem De Negocios - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
IMPERIALISMO E NOVA FASE DO CAPITALISMO
Aqui utilizaremos o conceito de Comércio Internacional apresentado para compreender o que é Imperialismo.
Muitas vezes, o conceito de Imperialismo é associado a reis e rainhas, ou a monarquias. Quando falamos de
imperialismo e sua relação com Comércio Internacional, estamos nos referindo à uma fase do capitalismo em
que há concentração de renda e riqueza.
A obra clássica O imperialismo, fase superior do capitalismo de Lênin, discute questões importantes, como as
características do que se entende por Imperialismo em um cenário capitalista contemporâneo. Lenin aponta
características que devem ser pensadas em um contexto de trocas comerciais entre países distintos. Para
entender as características apontadas por Lênin, é importante ter em mente questões como: quais as
características principais caracterizam o capitalismo contemporâneo? Qual impacto o comércio por meio das
trocas comerciais pode causar entre os países envolvidos?
A �m de responder essas questões, o autor propõe algumas características, são elas: 1) as trocas comerciais
podem fomentar a concentração da produção, concentração do capital e o surgimento de monopólios; 2) o
surgimento de oligarquias �nanceiras, o que ocorre por meio da fusão entre capital industrial e capital
bancário; 3) Lênin chama atenção para o fato de que na nova fase do capitalismo para além da exportação de
bens e serviços passam também a ser exportados capitais, o que pode ocorrer no formato de empréstimos
internacionais; 4) Em decorrência da concentração da produção e concentração de riqueza, torna-se cada vez
mais possível a consolidação de monopólios que tenderão a partilhar o mundo economicamente entre si; 5)
Por �m, a ideia de imperialismo remete à ideia de que tenderá a existir uma partilha de territórios no mundo
entre as grandes potências (Lênin; 1975; Vigevani; Mendonça; Lima 2018).
O contexto atual extremamente globalizado in�uencia fortemente o capitalismo e as trocas comerciais,
tornando as características destacadas por Lênin (1975) mais visíveis. É diante do cenário globalizado que tem
se observado com maior frequência o processo de grandes fusões entre capital industrial, bancário e de
serviços. De modo semelhante ao se falar em partilha territorial do mundo entre as grandes potências, pode-
se apontar o surgimento de blocos econômicos ao redor do mundo, que podem manifestar formas distintas
de desigualdades.
Em outros termos, o surgimento de blocos econômicos pode re�etir contradições e realçar desigualdades
entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Adicionalmente, o contexto globalizado é marcado pelo
que os autores de�nem como oligarquia �nanceira. Em outros termos, Chesnai (2001) e Costa (2012)
destacam a intensa “transferência de recursos dos países da periferia para os países centrais”, o que destaca
quão rentável se tornou esse modelo de trocas comerciais, sobretudo para os chamados Estados
“imperialistas” (Costa, 2012).
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Por �m, para se compreender a ideia de imperialismo, o importante a se observar é a concentração de
riqueza e a criação de monopólios e oligopólios mundiais, ideia que está expressa na imagem exposta em
sequência.
Figura 3 | Imperialismo
Fonte: Pixabay. (Dinheiro Poupança Investimento - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay
CAPITALISMO DE ESTADO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Aqui reconhecendo os conceitos de Comércio Internacional e Imperialismo, qual seria a estratégia econômica
de um país para assegurar uma boa inserção no mercado internacional? Na Aula 1 desta Unidade 3,
discutimos alguns conceitos, os quais utilizavam as ideias de livre comércio ou a intervenção estatal. Nesta
aula, ainda que indiretamente, essas ideias serão retomadas. 
Ainda que o comércio internacional tenha como principal objetivo a aquisição de bens e serviços de forma
e�caz, essa relação pode gerar concentração de renda, concentração de produção, formação de monopólios e
acentuar a desigualdade de renda de maneira geral. Qual seria, portanto, a estratégia de um Estado para
assegurar sua atuação no comércio internacional? 
Figura 4 | Trocas comerciais
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Fonte: Pixabay.( Marketing Dólar O Negócio - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
A ideia de capitalismo de Estado aparece nesse contexto como uma proposta de reposta a essa questão.
Reconhecendo que na nova fase do capitalismo são apresentados novos traços para o imperialismo, a
intervenção do Estado na economia pode ser um caminho para assegurar a atuação de um país no comércio
internacional. Nesse sentido, Capitalismo de Estado pode então ser entendido como um arranjo econômico
em que os governos utilizam o mercado para fomentar seus próprios interesses. Para isso, podem estabelecer
parcerias com empresas para gerenciar a exploração e a produção, além de ser estratégico para elevar o
número de empregos nacionais.
Um interessante exemplo é a atuação dos países nos fóruns comerciais que visam regulamentar as trocas.
Um exemplo clássico é a atuação do Brasil junto à OMC (Organização Mundial do Comércio) e a criação de
alianças e coalizões dentro dessa instituição internacional para favorecer países em desenvolvimento. Um
exemplo simbólico da atuação brasileira pode ser expresso pela luta das patentes farmacêuticas, quebrando
o monopólio das grandes empresas farmacêuticas para produzir medicamentos de alto custo.
A delegação brasileira atuou nesse chamado “contencioso das patentes farmacêuticas” para mobilizar atores
internacionais e convencer a opinião pública internacional a respeito das questões desfavoráveis que países
em desenvolvimento enfrentam. As empresas farmacêuticas cobravam preços exorbitantes, tornando
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impraticável o acesso aos medicamentos. Diante desse contencioso, grandes farmacêuticas com o monopólio
de produção de medicamentos, como o de medicamentos para Aids reduziram seus preços e o Brasil adquiriu
o direito de produzir o medicamento (Oliveira, 2005). 
VÍDEO RESUMO
Para �xar o aprendizado, assista ao vídeo que sintetiza as principais ideias desta aula, como o que se entende
por comércio internacional. Como as trocas comerciais no contexto contemporâneo podem dar um novo
formato para o que se entende por Imperialismo e qual estratégia um estado pode utilizar para proteger seu
comércio internacional no contexto globalizado.
 Saiba mais
Para entender um pouco mais a aplicação dos conceitos e temas estudados nesta aula, assista também
ao �lme: Destacamento blood, de 2020, que conta a história de quatro veteranos afro-americanos que
lutam contra as forças dos homens e da natureza quando retornam ao Vietnã. Após a guerra, começa a
busca por restos mortais e pela fortuna escondida. O �lme pode auxiliar a saber mais sobre
imperialismo, comércio internacional e concentração de riqueza.
INTRODUÇÃO
Aula 3
AS INSTITUIÇÕES DE BRETTON WOODS
Olá, estudante! Seja bem-vindo, à terceira aula da Unidade 3, que trata sobre as Instituições de Bretton
Woods.
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Olá, estudante! Seja bem-vindo, à terceira aula da Unidade 3, que trata sobre as Instituições de Bretton
Woods. Antes de chegarmos à discussão das instituições, percorreremos um caminho histórico que visa
demonstrar a importância do comércio no cenário internacional. Para mapearmos esse caminho, no bloco
conceito será realizada a discussão sobre o breve século XX e as transformações econômicas desse período.
Em sequência, passamos para o bloco compreensão, que trata de eventos históricos e estratégias
econômicas, o que é representado pela Crise de 1929 e o keynesianismo. Após essas de�nições e
compreensões chegamos às Instituições de Bretton Woods, criadas para reestruturar a economia mundial no
contexto pós-Segunda Guerra. 
O BREVE SÉCULO XX
Olá, estudante! Você já imaginou a importância do século XX na história da economia, sobretudo, na
perspectiva internacional? O século XX em questão tem grande relevância na história devido aos impactos e à
transformação econômica por ele gerada. É desse período que se nota a elevação na produtividade, o
crescimento da riqueza de muitos países, o desenvolvimento de tecnologias e a geração de condições de vida
capazes de promover maior conforto. Qual seria então o grande diferencial do século XX para promover essas
mudanças?
Ao se observar as evidências históricas, observa-se que a situação da virada do século XIX para o século XX
trazia consigo algumas semelhanças. O começo dos anos 1900 foi marcado pelo livre-comércio, pelas �nanças
internacionais, pelos investimentos, pelas imigrações internacionais e uma ordem monetária estruturada no
padrão-ouro, características que deram as bases estruturais para o mundo moderno, entre o �nal do século
XIX e início do século XX.
O padrão-ouro foi o sistema monetário �nanceiro que esteve vigente do século XIX até o �nal da Primeira
Guerra Mundial, contexto em que o capitalismo começava a apresentar sinais de crise. Como característica
de�nidora, pode-se dizer que o padrão-ouro é um sistema que vincula o valor da moeda ao volume de ouro
que um país possui. Nesse sentido, dizer que um país possui lastro ouro, implica que a moeda está vinculada
ao preço do ouro, e as mercadorias derivam do preço deste bem.
Figura 1 | Da crise à expansão econômica
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Fonte: Pixabay. (Cabeça Tesouro Dinheiro O - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
A despeito das mudanças proporcionadas pelo século XX como sumariamente apontadas, a expressão Breve
Século XX foi um termo cunhado pelo historiador Eric Hobsbawm para analisar o contexto que se estende da
Primeira Guerra Mundial, 1914, ao colapso da União Soviética, 1991 (Hobsbawm, 1995). O breve século XX, de
acordo com Hobsbawm seria composto por três períodos em que ocorreram eventos e transformações
substantivas que impactaram a economia mundial. Na visão do historiador, esses três períodos são:
A Era da Catástrofe, delimitada pelo início da Primeira Guerra e �m da Segunda Guerra Mundial (1914-
1945), em que política e economia foram constatadas como desa�os. Na esfera política, o mundo
vivenciou o avanço dos regimes autoritários; e na esfera econômica, o mundo foi marcado pela Grande
Depressão de 1930 e o crash da bolsa de Nova York (tema que será discutido na seção Compreensão).
O segundo período, intitulado por Hobsbawm como Era de Ouro, seria delimitado pelos anos de 1945 a
1970 e marcado principalmente pelo crescimento econômico, social e cultural elevado, o qual fomentou
avanços nos diversos setores da economia, além de impulsionar o desenvolvimento tecnológico
acompanhado da reconstrução dos danos causados pelo pós-guerra.
O terceiro período é de�nido como Era de Decomposição, Incerteza ou Crise, o qual cronologicamente é
associado dos anos 1970 a 1991, ou seja, tem como marco �nal a desintegração da União Soviética
(URSS), a crise do petróleo na década de 1970, o questionamento à utilização de estratégias
intervencionistas no mercado, como o keynesianismo, por exemplo.
Assim, o breve século XX é marcado por um período histórico de grandes mudanças político-econômicas que
causaram impacto na economia política internacional e no sistema capitalista.
O KEYNESIANISMO E A GRANDE DEPRESSÃO
Como destacado no bloco Conceito, o breve século XX foi marcado por eventos diversos que colocaram em
xeque o capitalismo e o avanço das economias mundiais. Qual seria então o grande problema econômico
desse século em questão e qual estratégia econômica utilizada para contornar esse evento? É sobre este tema
que este bloco irá tratar.
Figura 2 | Crise Financeira
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Fonte: Pixabay.( Financeiro Crise Perda - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
Para entender a crise é relevante fazer uma analogia histórica. A crise de 1929, ou grande depressão, faz
referência a um contexto de crise econômica cujo epicentro foram os Estados Unidos (EUA). A principal
justi�cativa se deve ao desenvolvimento exponencial, ao desenvolvimento tecnológico, à chegada de
estrangeiros no país no início do século XX. Os EUA experimentavam uma era de prosperidade econômica,
cujo apogeu se deu ao �nal da Primeira Guerra Mundial, em que se notavam acúmulo de riquezas e notável
�uxo de capitais. No sistema �nanceiro havia excesso de liquidez.
Em outros termos, o sistema bancário autorizava a circulação de um volume maior de moedas e os bancos
concediam empréstimos com menores restrições, de modo a incentivar o giro do capital. É datado desse
contexto a abertura de diversas novas empresas criadas por ex-soldados da Primeira Guerra Mundial e o
surgimento de uma nova classe média muito urbanizada, que fomentou a aceleração no desenvolvimento de
serviços de transportes, �nanças e mão de obra, principalmente.
Como características gerais, esse contexto pode ser de�nido a partir da elevação do consumo, do comércio
internacional e da demanda. Esses fatores trouxeram impacto à economia como um todo. Nos termos de
Coggiola (2015), essa prosperidade experimentada no início do século seria o prenúncio de uma crise. Na
década de 1920, os preços começaram a sofrer queda, a qual se tornou problemática em 1929.
Pelo menos dois aspectos podem ser apontados para esse período: i) a crise agrícola que atingiu os pequenos
e médios produtores; ii) os fatoresclimáticos que não contribuíam com o cultivo agrícola. É diante desse
contexto que se tem a depressão econômica de 1930. Em meio às suas principais consequências �caram
evidentes: a elevação do desemprego; a redução do PIB e da produção industrial; o isolamento das grandes
economias e a consolidação de blocos econômicos; a queda do comércio internacional a um terço do seu
valor.
Esse cenário impactou a economia dos EUA e de diversos países como Alemanha, Grã-Bretanha e de países
menores, cuja economia era mantida a partir da exportação de commodities para os países desenvolvidos
(Coggiola, 2015).
Figura 3 | Crise �nanceira
Fonte: Pixabay. (Bitcoin Pânico Financeiro - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
Diante desse cenário, qual seria então a alternativa para reverter o quadro de crise econômica?
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O keynesianismo surge então como uma resposta econômica à Grande Depressão de 1929. De acordo com
John Maynard Keynes, teórico do keynesianismo, o liberalismo econômico da década de 1930 não era
su�ciente para superar o desemprego e a recessão do período. O teórico propôs então a intervenção do
Estado na economia, o que seria feito por meio de investimentos públicos, políticas �scais e monetárias com a
�nalidade de estimular o consumo, a geração de empregos, estabilidade dos preços e promover o
crescimento econômico.
Em linhas gerais o keynesianismo destacava: i) a intervenção do Estado na economia; ii) o protecionismo
alfandegário; iii) subsídios governamentais; iv) o aumento dos gastos públicos. Nos Estados Unidos, o
presidente Franklin Delano Roosevelt, visando combater os efeitos da crise, inspirado na teoria keynesiana,
implementou o que �cou conhecido como New Deal, um pacote de medidas ditas por Roosevelt como
emergenciais, que visavam a retomada da economia dos EUA (Coggiola, 2015). 
O REGIME INTERNACIONAL DE BRETTON WOODS
Nos blocos Conceito e Compreensão destacamos a importância do comércio internacional em períodos
distintos, que vão desde o crescimento até a profunda crise e de�ação. O impacto do comércio internacional e
da economia são notáveis, assim como outras áreas das Relações Internacionais demandam a coordenação
de esforços e a convergência de interesses para que haja cooperação. É nesse sentido que o regime
internacional de Bretton Woods deve ser entendido, como uma forma de coordenar e fazer convergir
interesses na área temática de comércio internacional.
Figura 4 | Economia Internacional
Fonte: Pixabay. (Celular Moedas Dinheiro - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
No que se relaciona ao contexto, o acordo de Bretton Woods foi construído durante a Segunda Guerra
Mundial a partir de negociações que visavam a reorganização do sistema econômico internacional do pós-
guerra, tendo como atores protagonistas Estados Unidos e Grã-Bretanha. A desestruturação da estrutura
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liberal vigente até o século XIX fomentou as discussões sobre a construção desse regime internacional. Pode-
se falar em três grandes eixos dentro desse amplo regime internacional, são eles: o regime �nanceiro, o
regime comercial e o regime econômico.
Quanto ao regime �nanceiro e econômico, estes foram consolidados em 1944 com a criação das Instituições
Internacionais, Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco de Reconstrução e Desenvolvimento, o Banco
Mundial. Dentre os principais propósitos, essas instituições advogavam pela eliminação das barreiras ao
comércio utilizando, principalmente: as restrições cambiais, a defesa de um sistema de taxas de câmbio �xas,
a maior disponibilidade para realização de �nanciamentos para países em crise ou desequilíbrios em suas
balanças de pagamento.
Em substituição ao padrão-ouro, esse sistema advogava pelo padrão monetário ouro-dólar, isto é, as
transações comerciais passavam a estabelecer o dólar como moeda padrão para as negociações.
Quanto ao regime comercial, o acordo de Bretton Woods pretendia incentivar a consolidação de um arranjo
multilateral de comércio, o qual tinha como características a não discriminação acompanhado da liberalização
comercial no sistema mundial do comércio. A ideia de multilateralismo aqui presente deve ser relacionada ao
que é proposto por Ruggie (1993), “o qual entende que esta forma institucional coordena princípios de
conduta entre três ou mais parceiros, visando eliminar a discriminação entre eles” (Delgado, 2019, p. 20).
A ideia do regime internacional do comércio que deve �car clara é que existem princípios orientadores, quais
sejam: i) o princípio da nação mais favorecida, pelo qual se entende que qualquer concessão feita a um
parceiro deve ser estendida aos demais, e ii) o princípio da reciprocidade, o qual destaca que concessões
feitas devem receber compensações satisfatórias. Com base nesses princípios, o multilateralismo sugeria ser
uma opção compatível ao comércio internacional, mesmo em situações em que o protecionismo é defendido
na economia (Delgado, 2019).
Por �m, visando resumir o regime internacional de Bretton Woods, pode-se dizer que: i) foi um acordo
assinado, no ano de 1944, entre 45 países que buscavam de�nir diretrizes para lidar com a economia mundial
do pós-Segunda Guerra; ii) no que se relaciona ao regime �nanceiro estabeleceu: o dólar americano como
moeda padrão para transações comerciais internacionais, a indexação da taxa de câmbio entre o dólar e as
demais moedas, a criação de instituições como FMI, Banco Mundial e o Acordo Geral de Serviços do Comércio
(GATTs), que mais tarde viria a se tornar a Organização Mundial do Comércio (OMC); iii) esse regime esteve
vigente até 1971, quando os Estados Unidos deram origem ao sistema de câmbio �utuante.  
VIDEO RESUMO
Você já deve ter percebido a importância do comércio internacional na economia mundial. Esta aula traz
exemplos importantes dos impactos que esse setor pode trazer. A começar pelas transformações causadas
pelo breve século XX, seguidos pela queda de demandas e produção que levaram à queda comercial e, por
�m, a iniciativa de estabelecer a cooperação multilateral, para restabelecer o sistema �nanceiro, econômico e
comercial no pós-Segunda Guerra Mundial, como proposto pelo regime de Bretton Woods.
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 Saiba mais
As instituições de Bretton Woods exercem notável impacto na dinâmica econômica mundial e podem
corroborar para o desenvolvimento econômico do Brasil. Na obra: “Instituições de Bretton Woods:
desenvolvimento e implicações para o Brasil”, o Embaixador Carlo Marcio Bicalho Cozendey traz uma
síntese das ações e estratégias que orientam as instituições de Bretton Woods desde sua criação até a
contemporaneidade.  
INTRODUÇÃO
Nesta aula, discutiremos questões importantes relacionadas à intervenção do Estado na economia e
estratégias econômicas para fomentar o desenvolvimento, sobretudo em países menos desenvolvido. A �m
de seguir esse trajeto, no bloco Conceito passaremos pela discussão do que é Welfare State e o contexto no
qual se desenvolveu. No bloco compreensão, vamos explorar as instituições internacionais econômicas
criadas para fomentar o desenvolvimento internacional e equilibrar a economia mundial, como Banco
Mundial e Fundo Monetário Internacional. No bloco aplicação, faremos a aplicação do conceito do
(neo)liberalismo, no contexto das instituições internacionais. Boa aula!
O MUNDO PÓS-GUERRA E O WELFARE STATE
Neste bloco, falaremos de um importante conceito que ganhou espaço no contexto pós-guerra. Nas aulas
anteriores vimos conceitos importantes, como liberalismo, keynesianismo, comércio internacional.Nessa aula,
o objetivo é que você tome conhecimento das transformações políticas, econômicas e sociais que surgiram ao
�nal da Segunda Guerra Mundial. Essas transformações levaram à criação de políticas que tinham como
objetivo principal a reconstrução dos países devastados pela guerra como países da Europa e do Japão. É
nesse contexto que se insere a ideia do Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social, em sua tradução para o
português.
Aula 4
AS INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS E A ECONOMIA
CONTEMPORÂNEA 
Nesta aula, discutiremos questões importantes relacionadas à intervenção do Estado na economia e
estratégias econômicas para fomentar o desenvolvimento, sobretudo em países menos desenvolvido.
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O contexto de reconstrução pós-guerra contou com a consolidação de organizações econômicas
internacionais, como, por exemplo, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. Essas organizações
internacionais tinham como objetivo principal o fomento da cooperação entre os países e a promoção da
estabilidade econômica global.
Se os contextos anteriores foram marcados por políticas que visavam o livre-comércio e a intervenção limitada
ou não intervenção do Estado na Economia, o Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social propunha uma
mudança de paradigma, o qual colocava a questão social como um direito do cidadão a ser assegurado pelo
Estado. Em outros termos, pode-se dizer que seria uma forma de estruturação política e econômica que
entende que o Estados tem um papel na questão assistencial, de direitos básicos, como saúde, educação,
emprego e moradia, por exemplo.
A visão do Welfare State, a qual se distingue fortemente da visão liberal, surgiu como resposta para as
demandas da classe trabalhadora após a Segunda Guerra Mundial, contexto de crises econômicas e que o
seguro social não se mostrava su�ciente para atender os trabalhadores. 
Figura 1 | Bem estar social
Fonte: Pixabay. (Justiça Social A Literacia Dos - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
A �m de se de�nir o conceito de Welfare State, pode-se dizer que esse conceito traz a ideia de: i) garantia de
padrões mínimos de direitos humanos e sociais; ii) intervenção na economia; iii) adoção de políticas
assistenciais que visam melhorar a qualidade de vida no país e iv) entendimento de que os serviços públicos
prestados pelo Estado são um direito político do cidadão e não como caridade (Arretche, 1995). “Essa
realidade de assistência social se torna possível devido ao fato de que a industrialização viabiliza um elevado
crescimento do poder econômico e da riqueza das sociedades” (Arretche, 1995, p. 6).
Como destacado por Esping-Andersen (1995), o Welfare State signi�cou mais que um simples incremento das
políticas sociais no mundo industrial desenvolvido, signi�cou uma ruptura com a lógica do mercado,
reivindicando segurança, emprego e ganhos como direitos em cidadania e justiça social (Esping-Andersen,
1995, p. 1).
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É relevante destacar que na contemporaneidade muitas das premissas do Welfare State caíram em desuso.
Algumas são as justi�cativas para o enfraquecimento desse conceito, como a garantia do pleno emprego, o
envelhecimento populacional, as mudanças sociais, como a entrada da mulher no mercado de trabalho,
mudanças estruturais que provocaram mudanças substantivas sobre política social (Esping-Andersen, 1995). 
O BANCO MUNDIAL E O FMI
Neste bloco vamos compreender um pouco de como funcionam duas importantes instituições consolidadas
na Conferência de Bretton Woods, em 1944, que possuem funções complementares, são elas: o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No que se relaciona ao contexto e propósito, essas instituições foram criadas ao �nal da Segunda Guerra
Mundial, para lidar com a devastação socioeconômica deixada pela guerra, seja auxiliando na redução da
pobreza, como no caso do Banco Mundial, ou auxiliando países com balanças de pagamentos de�citárias,
como é o caso do FMI.
No caso do Banco Mundial, tem-se um grupo formado por instituições como: i) o Banco de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD); ii) a Associação Internacional de Desenvolvimento, que têm como compromisso
reduzir a pobreza, aumentar a prosperidade e promover o desenvolvimento sustentável. Junto a essas, atuam
instituições que também fazem parte do Grupo Banco Mundial, como: iii) a Corporação Financeira
Internacional (IFC), iv) a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e o Centro Internacional
para Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID), que destinam suas atividades para fortalecer o setor
privado e auxiliar no desenvolvimento dos países.
De maneira objetiva, a principal característica do Grupo Banco Mundial é fomentar o desenvolvimento entre
os países e reduzir os níveis de pobreza nos países que possuem os maiores índices de desigualdades (Banco
Mundial, 2023).
No que se relaciona ao Fundo Monetário Internacional (FMI), essa instituição internacional atua como
autoridade responsável pelo sistema monetário internacional. Tem como principais objetivos: i) a promoção
da cooperação monetária internacional; ii) a criação de estratégias para fomentar o comércio internacional; iv)
o fomento de estratégias para elevar os níveis de emprego, favorecer o crescimento de maneira sustentável e
reduzir globalmente a pobreza; v) garantir a estabilidade do sistema monetário por meio da concessão de
empréstimos aos países que enfrentam problemas em suas balanças de pagamentos (Banco Mundial, 2023).
Uma questão relevante no que se relaciona à estrutura do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional
é que em Bretton Woods decidiu-se que o regime de votos entre os países-membros não seria realizado de
modo igualitário, o regime de votação consideraria a proporcionalidade da participação �nanceira de cada
país, em outros termos, o voto seria com peso pela contribuição �nanceira, o que signi�ca dizer que países
que destinam as maiores contribuições �nanceiras às instituições têm poder de vetar políticas.
Os Estados Unidos são os únicos com poder de veto integral às decisões devido ao fato de que as cotas pagas
por esse país estão acima do limite estabelecido. Contudo, é de relevância destacar que as decisões com
possibilidades de veto pelos EUA são de caráter normativo e institucional, como mudanças estatutárias,
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relacionadas ao aumento de aporte de capital (Guimarães, 2012).
Figura 2 | Finanças internacionais
Fonte: Pixabay. (Banco Dinheiro Finança - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
O NEOLIBERALISMO E AS INSTITUIÇÕES ECONÔMICAS
Após ter investigado os objetivos das instituições internacionais, como Banco Mundial e Fundo Monetário
Internacional, é de relevância discutir o neoliberalismo e as instituições econômicas internacionais. Resta-nos,
pois, compreender o que que vem a ser neoliberalismo e sua aplicação junto às instituições ou organizações
internacionais.
De modo objetivo, pode-se de�nir neoliberalismo como um “paradigma econômico e político, o qual consiste
em um conjunto de políticas e processos que permitem que pequenos grupos de interesses particulares
controlem a maior parte da vida social com o objetivo de maximizar seus benefícios individuais” (Chomsky,
2018, p. 1). Se as instituições internacionais funcionam como plataformas para disseminarideias, o
neoliberalismo encontra espaço para ser difundido e transnacionalizado a partir de organismos
internacionais.
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De maneira geral, para �ns didáticos, pode-se destacar algumas características do neoliberalismo: i) o
neoliberalismo é uma teoria econômica que defende a livre iniciativa, a livre concorrência e a redução tanto da
intervenção do Estado na economia, como a redução das barreiras ao comércio internacional; ii) o pre�xo neo
foi adicionado à ideia de liberalismo, pois neoliberalismo consiste em uma adaptação do liberalismo clássico à
economia globalizada, o qual se opunha ao keynesiansmo, que defendia a maior intervenção do Estado na
economia (Chomsky, 2018; Fortes, Pereira, Ramos, 2021); iii) nas décadas de 1980 e 1990, o neoliberalismo
ganhou força a partir da difusão do chamado Consenso de Washington, o qual é de�nido como um pacote de
políticas econômicas recomendadas por instituições econômicas internacionais, como FMI e Banco Mundial
para países em desenvolvimento. Essas medidas apresentavam como características gerais a liberalização do
comércio, a privatização de empresas estatais e a desregulamentação do mercado �nanceiro; iv) do ponto de
vista das relações internacionais, as medidas neoliberais estimularam a globalização e a circulação de capital
por meio da abertura econômica, fomentaram a desregulamentação de setores econômicos e a �exibilização
de leis trabalhistas (Chomsky, 2018; Fortes, Pereira, Ramos, 2021).
Figura 3 | Economia e neoliberalismo
Fonte: Pixabay. (Homem Financeiro Economia - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
Por �m, v) o neoliberalismo gerou muitas críticas e resistência de movimentos sociais que evidenciaram seus
efeitos negativos na sociedade, como a acentuação da desigualdade social, os impactos negativos à soberana
nacional, ao meio ambiente e aos direitos humanos. Como argumentado por Cox (2007), o neoliberalismo
seria uma forma de reforçar a hegemonia mundial, no sentido de que o Estado mais poderoso, ou hegêmona,
se encarregaria de estabelecer acordos para manter uma hierarquia de poderes em meio às organizações
internacionais. A teoria crítica destaca que em um cenário neoliberal, a Estados da periferia teriam certa
dependência ou estariam subordinados aos organismos institucionais por elas responsáveis (Cox, 2007;
Fortes; Pereira; Ramos, 2021).
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VIDEO RESUMO
No vídeo vamos sintetizar os principais conceitos e ideias explorados nesta aula. Inicialmente discutiremos o
contexto de surgimento do Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social, e a mudança do paradigma liberal e
ascensão de políticas sociais e econômicas. Em um segundo momento, vamos discutir duas importantes
instituições, como o Grupo Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, que surgiram com o objetivo de
fomentar o desenvolvimento e equilibrar a economia mundial no pós-guerra. Por último, vamos apresentar o
conceito de neoliberalismo e sua aplicação junto às organizações internacionais.
 Saiba mais
Para complementar o estudo desta aula, você pode aprofundar seu estudo no documentário A bolsa ou
A vida, de 2021, de Silvio Tendler, que discute dois conceitos relevantes desta aula, o Estado de Bem-
Estar Social e o neoliberalismo. Como resumo, a obra, retrata o futuro pós-pandemia, a acumulação de
riquezas pelas elites e a crescente desigualdade. O autor questiona então: como garantir a vida sem
direitos sociais e trabalhistas? E seria possível manter um Estado mínimo para manter as políticas sociais?
A partir dessas re�exões, Tendler destaca o desmonte do conceito de bem-estar social e a di�culdade em
se compatibilizar a agenda neoliberal com o Estado de Bem-Estar Social.
INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS NO CENÁRIO CAPITALISTA
Olá, estudante! Nesta unidade foram apresentados conceitos importantes a respeito da Economia Política
Mundial e do funcionamento do comércio internacional. Nesta revisão, para além de revisar, busca-se �xar o
conhecimento a respeito das Instituições Internacionais no cenário capitalista, as relações comerciais,
econômicas e o acordo de Bretton Woods. Para percorrer esse caminho, seguiremos os objetivos propostos
na seção Objetivos da unidade, os quais serão resgatados e discutidos.
O primeiro objetivo proposto para esta revisão é destacar a importância do Comércio Internacional e das
Relações Econômicas Internacionais. Como discutido, pode-se de�nir comércio internacional como uma
estratégia buscada pelos países para adquirir de forma e�caz bens e serviços necessários à sua população ou
à sua produção. Em outros termos, países buscam estabelecer suas relações de compra e venda no mercado
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
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internacional, o que pode contribuir para o crescimento e o desenvolvimento econômico de um país. O
comércio internacional pode contribuir para comercializar o excedente da produção nacional. Um termo
importante na lógica do comércio internacional é a balança de pagamentos, e o ideal é que esta seja
superavitária, ou positiva, isto é, quando o volume das exportações for superior ao volume das importações.
Os estudos de comércio internacional são também investigados pelas lentes da Economia Política
Internacional, EPI, campo de estudos que busca entender o papel de regras e instituições internacionais para
atuarem na estabilização política e econômica.
Na economia mundial, podem existir relações comerciais extremamente desiguais, levando à concentração de
riquezas e de capital. Ao longo da unidade, estudamos o conceito de capital monopolista, que se refere à ideia
da concentração do capital em empresas, corporações ou atores privados que atuam de maneira globalizada,
aumentando a disputa por recursos e atuação política, limitando a livre concorrência e a diversi�cação de
preços.
Dito em outros termos, o conceito de capital monopolista está associado à elevação da desigualdade social e
econômica e concentração do capital com poucas empresas, ou a adoção de práticas anticompetitivas.
Nessa dinâmica do comércio internacional existem algumas lentes teóricas que auxiliam na análise e
compreensão das relações comerciais. Como proposto no objetivo 2, conhecer e distinguir as teorias:
liberalismo, keynesianismo, Welfare State e neoliberalismo retoma-se brevemente estes conceitos.
No que se relaciona ao liberalismo, tem-se um modelo de economia autônoma sem intervenção estatal, que
assegura o direito à propriedade privada em um cenário de livre mercado e livre concorrência no mercado. A
principal característica é a não intervenção do Estado na economia e com in�ação sob controle (Fiori, 1999;
Fernandes, 2005). Quanto ao keynesianismo, o qual surgiu como resposta à Grande Depressão de 1929 para
superar o desemprego e a recessão do período, tem-se uma proposta de um conjunto de medidas que
propunham a intervenção do Estado na economia, o que seria feito por meio de investimentos públicos,
políticas �scais e monetárias com a �nalidade de estimular o consumo, a geração de empregos, estabilidade
dos preços e promover o crescimento econômico. Em linhas gerais, o keynesianismo destacava: i) a
intervenção do Estado na economia; ii) o protecionismo alfandegário; iii) subsídios governamentais; iv)
aumento dos gastos públicos (Coggiola, 2015).
Em contraposição ao keynesianismo, o neoliberalismo propunha uma teoria econômica que defende a livre
iniciativa, a livre concorrência e a redução tanto da intervenção do Estado na economia como a redução das
barreiras ao comércio internacional; o grande diferencial, no caso do neoliberalismo,é entender as
instituições internacionais como plataformas capazes de disseminar discursos e ideias do liberalismo.
De modo distinto das teorias liberais clássica, keynesianismo e neoliberalismo, o conceito de Welfare State
traz a ideia da importância dos direitos humanos e sociais, os quais passariam a ser considerados como
direitos políticos que deveriam ser assegurados pelo Estado. De modo resumido, o Welfare State ou Estado de
Bem-Estar Social, propunha a intervenção na economia a adoção de políticas assistenciais com a �nalidade de
melhorar a qualidade de vida no país e entender os serviços públicos prestados pelo Estado como um direito
político do cidadão (Arretche, 1995).
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As lentes teóricas utilizadas ao longo da unidade �zeram sentido em contextos históricos distintos. Retomar o
contexto é uma ferramenta valiosa para entender a teoria e para pensar na sua aplicação na
contemporaneidade. Assim como terceiro objetivo, busca-se destacar a importância do contexto histórico na
consolidação de Instituições Internacionais a partir do acordo de Bretton Woods. Como demonstrado na
unidade, um período histórico de relevância foi o Breve Século XX, como proposto por Hobsbawm, o qual
seria composto por três períodos, como a Era da Catástrofe marcada principalmente pelo crash da bolsa de
Nova York, a qual levou à grande Depressão econômica da década de 1930.
O segundo período, intitulado por Hobsbawm como Era de ouro, foi marcado pelo crescimento econômico,
social e cultural elevado, e o desenvolvimento tecnológico acompanhado da reconstrução dos danos causados
pelo pós-guerra. O último e terceiro período são de�nidos como Era de Decomposição, Incerteza ou Crise, o
qual cronologicamente é associado dos anos 1970 a 1991, ou seja, tem como marco �nal a desintegração da
União Soviética (URSS), a crise do petróleo na década de 1970, o questionamento à utilização de estratégias
intervencionistas no mercado e o fomento de propostas econômicas mais liberalizantes.
Foi diante das mudanças político-econômicas do século XX que se consolidou o acordo de Bretton Woods, que
tinha como principal objetivo incentivar a consolidação de um arranjo multilateral de comércio, o qual tinha
como características: i) o princípio da nação mais favorecida, pelo qual se entende que qualquer concessão
feita a um parceiro deve ser estendida aos demais; ii) o princípio da reciprocidade, o qual destaca que
concessões feitas devem receber compensações satisfatórias; iii) estabeleceu o dólar americano como moeda
padrão para transações comerciais internacionais; iv) criou instituições econômicas internacionais, como o
Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o Acordo Geral de Tarifas do Comércio (GATTs). 
Por �m, como último objetivo a ser discutido nesta revisão, busca-se discutir as características e a importância
do Banco Mundial e FMI. Embora seja denominado Banco Mundial, essa instituição faz referência a um Grupo,
composto por instituições que atendem a propósitos distintos, como reconstrução, redução da pobreza,
incentivo ao desenvolvimento de mercados privados, por exemplos. O principal objetivo dessa instituição é
reduzir a pobreza, aumentar a prosperidade, reduzir os níveis de desigualdade e promover o desenvolvimento
sustentável. A ajuda, ou empréstimos disponibilizados pelo Grupo Banco Mundial, geralmente demandam
contrapartidas, o que é visto a partir das condicionalidades exigidas aos seus receptores para a utilização e
alocação do recurso.
Quanto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), essa instituição internacional atua como autoridade
responsável pelo sistema monetário internacional. Como principais objetivos pode-se destacar: i) a promoção
da cooperação monetária internacional; ii) a criação de estratégias para fomentar o comércio internacional; iii)
o fomento de estratégias para elevar os níveis de emprego, iv); a busca para assegurar a estabilidade do
sistema monetário por meio da concessão de empréstimos aos países que enfrentam problemas em suas
balanças de pagamentos. 
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REVISÃO DA UNIDADE
O Vídeo resumo traz uma síntese da unidade, construída por aulas, em que se mobilizou os principais
conceitos discutidos. No primeiro bloco é discutido o conceito de economia política internacional, EPI, e os
principais objetivos dessa vertente. Nesse tópico discute-se ainda o conceito de liberalismo econômico como
uma teoria da EPI e a ideia de capital monopolista. No segundo bloco, é realizada a revisão de Comércio
Internacional e os principais conceitos apresentados nesse tópico, como: comércio internacional
contemporâneo; imperialismo e capitalismo de Estado e Relações Comerciais. O terceiro bloco da revisão de
unidade, traz os conceitos e ideias relacionados às instituições de Bretton Woods, como: o capitalismo do
Breve Século XX; o keynesianismo e a grande depressão; o acordo de Bretton Woods. No quarto e último
bloco, são discutidas as instituições internacionais e a economia contemporânea, e conceitos como Welfare
State; Banco Mundial e FMI e neoliberalismo.
ESTUDO DE CASO
Ao longo da unidade investigamos a importância do comércio internacional, da economia política
internacional acompanhado de teorias relevantes e atuação de instituições internacionais nesse contexto.
Todos esses conceitos serão relevantes para o nosso estudo de caso. Vamos pensar na aplicação desses
conceitos na contemporaneidade, no contexto da pandemia de Covid-19.
A pandemia da Covid-19, ou coronavírus, a despeito de ser uma crise de saúde global, trouxe repercussões
expressivas à economia global. Como destacado por Pereira (2020), “além de levar ao colapso dos sistemas
nacionais de saúde, no contexto da Covid-19, a economia mundial enfrentou a mais profunda crise desde a
Segunda Guerra Mundial, segundo previsões do Banco Mundial” (Pereira, 2020, p. 1).
Diante do contexto pandêmico, os países mais ricos adotaram medidas para proteger suas economias. “Em
julho de 2020, líderes da União Europeia concordaram em disponibilizar 750 bilhões de euros do fundo de
ajuda à região. O Congresso dos Estados Unidos, por sua vez, aprovou no �nal de março um pacote inédito de
estímulo econômico de mais de 2 trilhões de dólares” (Pereira, 2020, p. 1). 
Figura 1 | Pandemia de Covid-19
Fonte: Pixabay. (Prevenção Vírus Homem De Negocios - Grá�co vetorial grátis no Pixabay - Pixabay)
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A crise global de saúde gerou repercussões substantivas à economia mundial, acentuando de maneira severa
as desigualdades entre ricos e pobres nos diferentes países do globo. Para tentar conter e equilibrar esse
cenário de crise econômica, o Grupo Banco Mundial decidiu disponibilizar um pacote de ajuda à economia
internacional. Em valores numéricos, em março de 2020, o Grupo Banco Mundial, decidiu disponibilizar 14
bilhões de dólares, dos quais 8 bilhões foram realizados por meio da Corporação Financeira Internacional
(CFI).
Cabe ressaltar que a atuação do Banco Mundial impõe condicionalidades, como declarado pela própria
instituição no ano de 2020. O �nanciamento terá como contrapartida a liberalização do comércio e
desregulamentação dos mercados privados que atuam no setor da saúde. Essa prática é muito comum pelo
Grupo Banco Mundial, sobretudo em países de baixa renda, que recorrem ao Banco Mundial devido à
escassez de recursos nacionais. Junto com o recurso recebido pelo Grupo Banco Mundial, esses países
geralmente recebem aconselhamento político e assistência técnica, geralmente direcionada à adoção das
condicionalidades impostas pela instituição. Re�ita
O estudo de caso apresentado visa articular o conteúdo desenvolvido nas aulas desta Unidade 3 ao
contexto da pandemia de Covid-19. Embora tenha sido uma crise de saúde global, o cenário pandêmico
trouxe graves repercussões à economia global. Este estudo de caso nos auxilia na compreensão da
importância da Economia Política Internacional e das Instituições Internacionais para reequilibrar a
economia mundial. A partir do caso apresentado e considerando o conteúdo estudado na unidade:
re�ita sobre a importância da Economia Política Internacional no contexto da Covid-19.
Associe a estratégia utilizada pelos países ricos às teorias econômicas investigadas.
Por �m, busque compreender se a atuação do Banco Mundial está considerando políticas de bem-
estar social (Welfare State) ou se prevalecem medidas neoliberais.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
O estudo de caso apresentado traz importantes questões para você, estudante, articular os conceitos e
conhecimentos adquiridos nesta unidade à realidade e aos fatos contemporâneos. Como proposto, serão
abordados os cinco pontos propostos para a re�exão.
O primeiro ponto proposto para a re�exão é a importância da Economia Política Internacional, EPI, na questão
da Covid-19. Como estudado na Aula 9, a EPI busca compreender como os fatores econômicos podem
in�uenciar a política e vice-versa (Racy, 2015). No caso da pandemia de Covid-19, vimos que o fator saúde
causou sérios impactos à dinâmica econômica global, fomentando ajustes nas políticas nacionais e
internacionais. A coordenação de esforços e a atuação das instituições internacionais foram imprescindíveis
para equilibrar e atenuar os efeitos econômicos decorrentes da crise econômica causada pela emergência em
saúde global. 
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O segundo ponto proposto para a re�exão consiste em associar as estratégias econômicas utilizadas pelos
países ricos às teorias econômicas estudadas. Ao longo das aulas, foram apresentadas teorias como
liberalismo, imperialismo, keynesianismo, Welfare State e neoliberalismo. Um primeiro aspecto relacionado a
essa re�exão é a vantagem que países mais desenvolvidos auferiram no contexto da pandemia de Covid-19.
Sob essa perspectiva, pode-se pensar a respeito do conceito de Imperialismo, o qual remete a questões como
concentração da produção e concentração de riqueza, o que �cou particularmente em evidência na disputa
por vacinas, em que a concentração de riqueza e da produção permitiu que países mais desenvolvidos
tivessem acesso mais rápido aos imunizantes ou capacidade de produzir a vacina, revelando uma
desigualdade em termos globais na prevenção à Covid-19.
Um segundo aspecto a ser considerado neste estudo de caso, diz respeito às estratégias de intervenção do
Estado na economia, remetendo ao conjunto de ideias proposto pelo keynesianismo, como estudado na Aula
11. No contexto da Covid-19, países da União Europeia e Estados Unidos adotaram medidas intervencionistas.
Dentre as medidas adotadas, estava o protecionismo à economia, a disponibilização de recursos à economia,
no formato de subsídios governamentais que tinham como objetivo contornar a crise pandêmica e seus
efeitos na economia.
Um terceiro ponto observado para re�exão e atuação das instituições internacionais para a recuperação da
economia, como destacado na Aula 12, é que o Banco Mundial tem uma atuação importante na economia
mundial para a redução da pobreza e estímulo do desenvolvimento. Como destacado pelo estudo de caso, o
Grupo Banco Mundial disponibilizou ajuda �nanceira, sobretudo para países de baixa renda. A atuação do
GBM não deve ser confundida com uma proposta única de Bem-Estar Social, Welfare State, ou de se garantir
direitos sociais como acesso à saúde, por exemplo, em países de baixa renda.
A despeito do propósito de se contornar as repercussões da crise em saúde na economia global, a agenda
neoliberal do GBM é predominante nas condicionalidades impostas pelo grupo aos países receptores. O
incentivo à atuação do mercado privado na saúde, desregulamentação da economia e liberalização do
comércio são medidas neoliberais fomentadas como contrapartida para os receptores da ajuda �nanceira, o
que destaca o viés neoliberal das ações propostas pela instituição. 
RESUMO VISUAL
Resumo da Unidade 3: Capitalismo e Instituições Internacionais
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Aula 1
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