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Rafael Felippe Valverde valverde@biof.ufrj.br Lab. de Físico-Química Biológica G-37 Biologia Celular para Nanociências e Nanotecnologia IBCCFº UFRJ Março 2012 Figure 6-82 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Passos na Criação de uma Proteína Funcional informação para enovelamento correto está contida na sequência polipeptídica grande quantidade de interações não- covalentes (estruturas secundárias e terciárias) enovelamento seguindo o “Paradoxo de Levinthal” (menor energia) ligação de cofatores modificação pós traducional (fosforilação, glicosilação) ligação de subunidades (estrutura quaternária) Cadastro de Novas Estruturas no PDB aumento no registro de novas proteínas!! estagnação nas novas estruturas cristalográficas catalogadas!! Protein Data Bank (PDB) molécula do mês!! proteína não visita cada uma das conformações possíveis a conformação de uma proteína corresponde a de menor energia livre enovelamento mais rápido possível e conformação mais estável possível O Paradoxo de Levinthal e a “Escolha” da Conformação Nativa O Folding do Inibidor de Quimotripsina Daggett & Fersht, Nature Rev. Mol. Cell Biol. 4, 2003 folding (enovelamento) do inibidor de quimotripsina requer nanosegundos! Desnaturado Incompleto Estrutura Terciária (TS) Nativa Figure 6-83 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Algumas Proteínas Iniciam o Enovelamento Enquanto Ainda estão Sendo Sintetizadas selecão evolutiva pela capacidade de enovelamento eficiente maior parte da estrutura secundária ( hélices e folhas β) se forma em poucos segundos após deixar o ribossomo estado ainda instável e dinâmico (molten globule): precede outras etapas do enovelamento Figure 6-84 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Enovelamento Co-Traducional estado molten globule é o ponto de partida para etapas mais elaboradas de enovelamento algumas proteínas estão completamente enoveladas ao final da tradução, outras requerem mais tempo Aminoácidos como Unidades Fundamentais das Proteínas radicais determinam as propriedades químicas dos aminoácidos diferentes grupos de aa Os 20 Aminoácidos e a Pleiotropia Protéica A Hierarquia Estrutural Protéica cadeia polipeptídica como estrutura fundamental proteica estrutura primária é determinante na conformação 3D Estrutura Secundária: -Hélices e Folhas - Pregueadas -hélices: formação de pontes de hidrogênio entre aa distanciados 4 residuos um do outro folhas pregueadas: pontes de hidrogênio são feitas entre aa distantes na estrutura primária (abundantes em canais) Estrutura Terciária estrutura terciária depende diretamente da composição de aa (estrutura primária) pontes dissulfeto, pontes de hidrogênio, forças de van der walls Estrutura Quaternária Janowski et al., Nature Structural Biology 8, 2001 estrutura quaternária é formada por complexos supramoleculares (interação entre subunidades diferentes) glicolipideos, glicoproteínas Figure 6-85 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A Visão Atual do Enovelamento Proteico maioria das proteinas é recepcionada por chaperonas moleculares ao deixar o ribossomo diferentes caminhos moleculares para o enovelamento (alguns sem saída!!) chaperonas moleculares guiam o enovelamento heat-shock proteins (Hsp) ajudam as proteinas no enovelamento Hsp60 e Hsp70 (BIP no retículo) Figure 6-86 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A Visão Atual do Enovelamento Proteico Hsp60 e Hsp70 trabalham com proteinas associadas afinidade por domínios hidrofóbicos (7 aa) e quebram ATP (ciclos de hidrólise regulam associação e dissociação) Hsp70 age mais cedo na vida da proteína (antes que esta deixe o ribossomo) (BIP no retículo) Figure 6-87 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Estrutura e Função da Família de Chaperonas Hsp60 Hsp60 forma estrutura em barril (isola a proteína mal enovelada após sintese!) (chaperonina) ligação do ATP e de outras proteínas aumentam a largura do barril (15 segundos para re-enovelamento) metade do barril opera em cada proteína por vez Figure 6-88 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Regiões Hidrofóbicas Expostas: Sinais para Controle de Qualidade Proteico experimentos com aa radioativos mostram que Hsp70 atua primeiro, durante a tradução e Hsp60–like atuam depois proteínas com bolsos hidrofóbicos expostos são anormais (perigo!) primeiro recurso: chaperonas ajudam a re-enovelar e evitam agregação último recurso: digestão no proteossoma (marcação da proteína defeituosa) como a célula distingue proteinas completas daquelas que precisam de mais rounds de enovelamento? perigo! Figure 6-89 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Proteassoma: Protease Compartimentalizada com Sítios Ativos Ocluídos proteases e chaperonas competem na organização estrutural de proteínas devido a erros e mutações, algumas proteínas nunca se enovelam corretamente proteassoma: proteases ATP- dependentes que constituem 1% do conteúdo proteico celular cada proteassoma possui um cilindro central com multiplas subunidades proteícas (quatro anéis heptaméricos) em vermelho: sítios ativos das proteases Figure 6-90 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O Processo de Digestão da Proteína pelo Proteassoma subunidades com atividade proteolítica distinta com sítios ativos voltados para o centro do cilindro (arquitetura ultramolecular segura) cap reconhece ubiquitinas na proteina, que é translocada ao interior do proteassoma translocação ao centro do proteassoma é mediada por um anel proteico dependente de ATP que desenovela a proteina alvo (cap 19S) Figure 6-91a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A “unfoldase” (proteínas da família AAA) unfoldases formam o anel do cap se organizando em um hexâmero semelhança com DNA helicases!! Figure 6-91b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Modelo de Funcionamento da Unfoldase Proteassoma retém e degrada proteínas totalmente! 1. subunidade de unfoldase ligada a ATP reconhece tag na proteína alvo (ubiquitina ou outro) 2. mudança conformacional na unfoldase (ATP dependente) puxa o substrato ao core do proteossoma 3. proteína alvo se desenovela parcialmente e adentra o anel (proteínas mais estáveis: diversos ciclos de hidrólise de ATP) 4. desenovelada a proteína alvo adentra o proteassoma Figure 6-92a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A Ubiquitina ubiquitina existe de forma livre ou covalentemente ligada a proteínas na célula ubiquitinação marca para destruição no proteassoma (mas possui outros significados também!) número de ubiquitinas e forma de adição tem diferentes significados ubiquitina tem apenas 76 aa A Marcação de Proteínas com Cadeias de Poli- ubiquitina ubiquitina é transferida a enzima conjugadora da ubiquitina (E2) que atua em conjunto com E3 (complexo E2-E3: ubiquitina ligase) E3 reconhece sinais de degradação nas proteínas alvo c-terminal da ubiquitina é ativado pela ligação a uma cisteína da proteína E1 (enzima de ativação da ubiquitina) Figure 6-92c Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Ubiquitina e a marcação de proteínas com cadeias de poli-ubiquitina E3 reconhece sinais de degradação nas proteínas alvo ajudando E2 a formar uma cadeia de poli- ubiquitina em lisinas desta ubiquitinas são ligadas a lisinas de outras unidades de ubiquitina formando uma cadeia! Figure 6-93 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A Marcação de Proteínas com Ubiquitina número de moléculas de ubiquitinae forma como são ligadas: significados diferentes! dois tipos de poliubiquitinação diferindo pela lisina utilizada na formação da cadeia ligação por Lys48: degradação ligação por Lys63: outros sigificados Figure 6-94a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Várias Proteínas são Controladas por Destruição Regulada outra função da via proteolítica: encurtar a vida de proteínas normais específicas situação circunstancial (ex: ciclinas) diversos mecanismos ubiquitina ligase acionada por fosforilação de E3 ativação pela ligação de fator alostérico a E3 Ex: fator de promoção da anáfase (APC) é uma E3 que ubiquitina ciclinas como esta destruição regulada é controlada? Figure 6-94b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Criação de um Sinal de Degradação Exposto sinal de degradação pode ser criado em uma proteína alvo por diversos processos: fosforilação pode expor sequencia de degradação ocluida! dissociação de uma subunidade proteica clivagem do N-terminal com criação de um sítio reconhecido por E3 “Regra do N-term”: uma ubiquitina ligase específica reconhece 12 aa como “resíduos desestabilizantes” Ex: coesina, mantém cromatides irmãs unidas é clivada em uma das etapas do ciclo celular (aa desestabilizante no N- term!!) Figure 6-95d Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Agregados Proteicos Levam a Doenças Humanas agregados proteicos são resistentes a proteólise agregados formam fibras com empilhamento de cadeias polipeptídicas na conformação de folhas !! fibra contendo diversas folhas ! interações por pontes de hidrogênio entre as cadeias polipeptídicas erro raríssimo no enovelamento! de α-hélices para folhas !! Figure 6-95a,b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) proteínas com enovelamento incorreto que fogem ao controle de qualidade podem formar agregados dano/morte celular, doenças doenças de Huntington e Alzheimer Agregados Proteicos Levam a Doenças Humanas degradação dos mecanismos de controle do enovelamento podem levar a acúmulo de proteínas sem qualquer alteração genética acúmulo na célula e meio extracelular (dano ao tecido)