Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

. Leitura atenta: O texto se aprofunda no papel da família dentro de um contexto de pluralismo de bem-estar, examinando sua crescente responsabilidade em sociedades neoliberais. Potyara Pereira-Pereira analisa como a sociedade começou a ver a família como um valioso bem social para o cuidado infantil e a manutenção da coesão social, após a crise econômica dos anos 1970. O exame crítico do modelo de bem-estar plural se desdobra em três partes: a redescoberta da família como um recurso de bem-estar social, a lógica por trás do pluralismo de bem-estar e a função da família neste sistema misto.
3. Resumo Geral: Potyara analisa como a família passou a ser vista como um recurso de proteção social a partir da crise econômica dos anos 1970, quando o neoliberalismo ganhou força. O modelo do pluralismo assistencialista defende que o governo, as organizações sociais de mercado e as famílias devem compartilhar as responsabilidades assistenciais. A autora critica essa abordagem no Brasil, onde a família acaba assumindo essa responsabilidade sem o apoio estatal adequado. Ela enfatiza que esse modelo sobrecarrega a estrutura familiar e reforça as desigualdades sociais, ao exigir que a família cuide dos filhos, dos idosos e até da educação, sem os recursos necessários.
4. Ideias-chave: A "redescoberta" da família: As pessoas começam a ver a família como uma fonte de segurança e apoio novamente para as crianças e a vida familiar, durante a crise econômica dos anos 1970. Modelo misto de proteção social: O pluralismo do bem-estar social divide as tarefas entre o governo, o mercado, as ONGs e as famílias, com as famílias frequentemente tendo muito com que lidar. Diferenças entre países: Potyara ressalta que, enquanto alguns países têm políticas claras de apoio às famílias, o Brasil não tem. A estrutura de apoio é fraca, e as famílias frequentemente têm que atender às necessidades de seus membros por conta própria. Efeitos sobre as mulheres: O autor destaca que, com essa abordagem, as mulheres assumem essas tarefas de cuidado, o que limita sua independência e igualdade no mercado de trabalho, reforçando uma divisão desigual de papéis.
5. Citações Relevantes:
1. "A família é a mais importante instituição de nossas vidas. Ela oferece segurança e estabilidade num mundo em rápida transformação." (p. 27)
2. "[...] não há propriamente uma política de família em muitos países capitalistas centrais — e muito menos nos periféricos, como o Brasil —, se por política entender-se um conjunto de ações deliberadas, coerentes e confiáveis." (p. 30)
3. "O pluralismo de bem-estar contemporâneo é muito mais do que uma simples questão de decidir quem pode fazer o melhor [Estado ou sociedade] em termos de vantagens comparativas na produção de serviços de bem-estar." (p. 36)
4. "No Brasil, país onde se costuma dizer que nunca existiu um Estado de Bem-Estar, por comparação a um suposto esquema coerente, consistente e generoso de bem-estar primeiro-mundista, a afirmação de que não há política de família 'cai como uma luva'." (p. 39)
6. Análise Crítica: O capítulo traz uma crítica importante ao modelo de pluralismo de bem-estar, mostrando que ele transfere para as famílias, e principalmente para as mulheres, um peso grande demais, que antes era do governo. Potyara argumenta que esse modelo não considera a realidade das famílias mais pobres, que já vivem com poucos recursos e enfrentam dificuldades para lidar com todas essas responsabilidades. Um ponto interessante do capítulo é a comparação entre diferentes países, que ajuda a entender como o Brasil ainda precisa melhorar em termos de políticas de apoio familiar. A crítica ao pluralismo de bem-estar é bem estruturada, mas a autora poderia ter dado mais exemplos práticos de soluções para essas falhas.
7. Conclusão Pessoal: Esse capítulo trouxe uma nova compreensão sobre o papel da família em políticas sociais e sobre como o governo, ao transferir suas responsabilidades para as famílias, gera impactos negativos, principalmente para as mulheres. Percebi que, para melhorar a vida das famílias no Brasil, seria importante o Estado assumir mais responsabilidades e dar mais apoio direto, principalmente em áreas como educação, saúde e assistência social. O texto mostra como é fundamental ter políticas públicas que realmente entendam as necessidades e as limitações das famílias, para que elas possam oferecer apoio, mas sem se sentirem sobrecarregadas.

Mais conteúdos dessa disciplina