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Direito Civil – Ação de Obrigação de Fazer II
2ª FASE OAB – PEÇAS PROFISSIONAIS PASSO A PASSO
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PEÇAS PROFISSIONAIS PASSO A PASSO — AÇÃO DE OBRIGAÇÃO 
DE FAZER II
Vamos continuar a peça do nosso cliente Marcelo. Agora, vamos fazer o estudo da estru-
tura da petição inicial e como devemos montá-la.
Vejamos o que dispõe o art. 294 do Código de Processo Civil:
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A 
tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente 
ou incidental.
No nosso caso, Marcelo revelou ter urgência. Além disso, observe o que requisitos:
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará 
seu convencimento de modo claro e preciso.
Ainda:
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo com-
petente para conhecer do pedido principal.
Observe mais requisitos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a proba-
bilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Elementos que evidenciam a probabilidade do direito:
• Ele comprou;
• Após dias após a apresentação do defeito (atendendo ao prazo decadencial do art. 
26), Marcelo reclamou;
• Houve a substituição do termostato, mas continuou apresentando defeito (isso signi-
fica que ele não foi sanado).
À luz do art. 18, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, um defeito não sanado enseja 
a possibilidade de o consumidor pedir:
• A restituição da quantia paga, sem prejuízo das perdas e danos;
• A substituição de um produto por outro;
• O abatimento proporcional do preço.
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Aqui, diz que ele quer outro produto (esse é o elemento da probabilidade do direito). E o 
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo? O próprio comando da questão nos 
ensina. Ele menciona o seguinte: “em pleno verão, a troca do aparelho de ar condicionado 
se faz uma medida urgente, posto que as temperaturas atingem níveis cada vez mais alar-
mantes. Ademais, Marcelo comprou o produto justamente em função da chegada do verão.”.
Outro ponto importante é o seguinte:
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução 
ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Então, vamos fazer aquele esqueleto que você já sabe:
• Endereçamento: Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro;
• Qualificação das partes, conforme art. 319: Marcelo (autor) e “G” S.A. (réu);
• Fato: copiar do comando da questão;
• Fundamentos: art. 18, Código de Defesa do Consumidor
– Processuais: ajuizamento de uma obrigação de fazer (arts. 294 e seguintes do CPC: 
pedido de tutela); art. 536, CPC (ações de obrigação de fazer, para pedir a multa); 
competência do juízo (art. 101 do CDC);
– Materiais: Marcelo é consumidor, à luz do art. 2º do CDC, e a “G” S.A. é fornecedora, 
à luz do art. 3º do CDC; ele comprou, viu um defeito e reclamou dentro do prazo 
decadencial de 90 dias (art. 26, CDC); responsabilidade pelo vício do produto, subs-
tituição da parte viciada e substituição do produto (art. 18, CDC);
• Pedidos:
– Pedido de tutela (fundamento: “o verão atinge níveis de temperatura cada vez mais 
alarmantes”) + multa (art. 536);
– Citação da empresa ré;
– Pedido principal: a procedência do pedido para confirmar a tutela, no sentido de pro-
mover a substituição + multa;
– Pedido de condenação da parte contrária na sucumbência;
– Produção de provas, especialmente as provas documental e pericial;
– Audiência.
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Precisa pedir gratuidade da justiça? Não, pois nada foi dito sobre isso. 
Agora, vamos para a peça:
Ao juízo da Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro
Essa ação poderia ser promovida no Juizado Especial? Até poderia, mas não seria muito 
adequado o pedido de tutela, pois, no Juizado Especial, não há, por costume, a concessão 
de tutela. Assim, recomenda-se, em razão do indicativo de medida urgente, o ajuizamento 
dessa demanda numa Vara Cível.
(Parágrafo) Marcelo, estado civil..., existência de união estável..., profissão..., ins-
crito no CPF sob o n...., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado à..., nesta 
Capital, vem à presença deste d. juízo, com fundamento nos arts. 18 e 26 do Código de 
Defesa do Consumidor, e arts. 536 e 300 do Código de Processo Civil, por meio de seu 
advogado infra-assinado, com instrumento de procuração anexo, ajuizar (ou propor, 
apresentar ou oferecer) 
Ação de Obrigação de Fazer com Pedido de Tutela Provisória
Em face de G.S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n...., 
com endereço eletrônico..., e domicílio à..., na cidade de São Paulo, pelos fatos e fun-
damentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS
(Parágrafo) Apresentado o contexto fático, passa-se ao mérito.
 
II – DOS FUNDAMENTO JURÍDICOS
(Parágrafo) Diante do apresentado, percebe-se que o autor Marcelo ajuíza a pre-
sente obrigação de fazer, pois encontrou obstáculo à proteção de seus direitos de 
consumidor.
(Parágrafo) Nessa seara, o art. 101 do Código de Defesa do Consumidor, permite 
que o autor proponha a demanda no foro de seu próprio domicílio, dada a sua vulne-
rabilidade material. 
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(Parágrafo) Ademais, o art. 300 do CPC afirma que é possível a concessão da tutela 
de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Ora, Marcelo comprou o apare-
lho de ar condicionado e tem o direito à substituição, pois estamos em pleno verão, e 
as temperaturas atingem níveis cada vez mais alarmantes. Essa foi a razão pela qual o 
consumidor adquiriu o aparelho. Não o substituir ou demorar para fazê-lo pode tornar 
a medida cada vez mais inócua ou insuficiente. 
(Parágrafo) Como medida de apoio, então, o art. 536 do CPC abre espaço para 
a concessão da tutela somada à imposição de multa diária por eventual descumpri-
mento, a fim de alcançar o pleito do autor com efetividade e eficiência.
Cabe destacar que a tutela antecipada e o pedido de gratuidade da justiça são pedidos 
processuais que podem ser colocados logo “de cara” ou um pouco antes do pedido.
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�����������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Patrícia Kelen da Costa Dreyer.
���A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.