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1. TEXTO NUNES (2010) - Racismo contra negros: um estudo sobre o preconceito sutil 
Sobre os Preconceitos 
1. Conceito de Preconceito: 
o Segundo o dicionário Aurélio, preconceito é uma ideia formada sem 
conhecimento prévio dos fatos. 
o O preconceito pode surgir de ideias pré-concebidas que ajudam a relacionar-
se com o mundo, mas ele também limita a experiência. 
o Para Nunes, o preconceito não é apenas uma opinião isolada, mas um 
processo mental que envolve julgamentos prévios, sem fundamentação 
na realidade. Esse julgamento forma uma ideia resistente à experiência 
e à reflexão. 
o Dependência e Independência do Objeto: Nunes reforça a dualidade do 
preconceito, que ao mesmo tempo é dependente do alvo (porque este 
desperta reações específicas) e independente (por refletir mais sobre 
quem julga). Ele destaca que a base do preconceito não é o objeto em 
si, mas um desconforto ou angústia interna do preconceituoso. 
2. Função dos Estereótipos: 
o Estereótipos são ferramentas culturais que simplificam a realidade e justificam 
dominação. 
o Ao usar estereótipos, o preconceituoso evita refletir, agindo de forma rígida e 
automática (heteronomia). 
o Nunes observa que estereótipos têm a função de simplificar a realidade 
complexa e servir como ferramentas de controle social. Eles 
desumanizam e restringem a experiência com o "outro", promovendo a 
submissão e o distanciamento. 
o Cegueira Reflexiva: O autor aponta que, ao usar estereótipos, os 
indivíduos ficam "cegos" para o indivíduo real, sendo limitados por suas 
próprias crenças pré-concebidas. 
3. Preconceito e Cultura: 
o A cultura tem um papel crucial, pois pode tanto fomentar quanto inibir 
preconceitos. Em uma cultura individualista e hierarquizada, o 
preconceito se reforça por colocar valor excessivo em status e 
competição. 
o Cultura e Identidade: Nunes sugere que em uma sociedade onde o 
individualismo é exacerbado, a identidade coletiva é comprometida, 
gerando divisões entre grupos e facilitando atitudes preconceituosas. 
4. Racismo Sutil: 
o O autor afirma que o racismo evoluiu para formas mais sutis e 
sofisticadas, tornando-se menos explícito e, portanto, mais difícil de 
combater. 
o Preconceito Sutil: Manifesta-se de forma indireta, geralmente sem 
vínculo direto com o conceito de raça, mas sustentando desigualdades. 
o Diferença entre Igualitários e Sutis: Os igualitários apoiam medidas 
igualitárias; os sutis evitam discriminação aberta, mas rejeitam 
mudanças estruturais. 
o Desafios do Racismo Sutil: Segundo Nunes, o preconceito sutil não 
ataca diretamente o grupo racial, mas age indiretamente ao manter 
estruturas de desigualdade. Ele afirma que, enquanto os igualitários 
apoiam transformações sociais, os preconceituosos sutis defendem o 
status quo, usando desculpas "lógicas" para rejeitar políticas de 
inclusão. 
 
2. TEXTO BUTLER (2003) - Problemas de Gênero, Capítulo 1 
1. Construção Social e Performatividade do Gênero: 
o Butler propõe que o gênero é uma performance, moldada e sustentada 
por atos repetitivos que criam a ilusão de uma identidade essencial. 
o Performatividade como Crítica ao Essencialismo: Butler desafia a ideia 
de que gênero é algo inato, argumentando que ele é continuamente 
"feito" e reforçado pela sociedade. Esta visão desconstrói a noção de 
que gênero é algo natural e biológico. 
2. Crítica à Binaridade de Gênero: 
o Butler critica a rigidez da divisão de gênero, que define masculinidade e 
feminilidade como opostos complementares, sem considerar outras 
possibilidades de identidade. 
o Inclusão da Diversidade de Gênero: A autora vê a desconstrução da 
binaridade como uma necessidade para promover a aceitação de 
identidades de gênero não-conformes. Ela defende que a sociedade 
deve permitir mais liberdade para as pessoas se expressarem fora dos 
limites convencionais. 
o A desconstrução da binaridade permite maior compreensão e aceitação 
de identidades diversas. 
3. Normas Sociais e Interseccionalidade: 
o Butler aborda o conceito de interseccionalidade, mostrando como 
gênero se entrelaça com raça, classe e sexualidade, influenciando as 
experiências de cada indivíduo. 
o Normas de gênero são reforçadas pela sociedade e moldam 
comportamentos e expectativas. 
o Interseccionalidade e Opressão Múltipla: Butler enfatiza que gênero 
não atua de forma isolada, mas em combinação com fatores como raça, 
classe e orientação sexual, que influenciam a experiência individual e 
coletiva de opressão. 
4. Linguagem e Construção do Gênero: 
o A linguagem é central para Butler, pois é por meio dela que as normas e 
expectativas de gênero são articuladas e mantidas. 
o Papel da Linguagem na Identidade: A autora acredita que o discurso 
exerce poder, e que a forma como falamos sobre gênero define, em 
muitos sentidos, como o vivenciamos. Portanto, mudanças na 
linguagem podem desafiar normas estabelecidas. 
o A linguagem molda percepções e realidades sociais. A forma como 
falamos sobre gênero influencia a maneira como ele é percebido e 
vivido. 
5. Implicações Políticas e Desconstrução de Normas: 
o Butler propõe que desafiar as normas de gênero pode abrir caminho 
para formas mais justas de organização social. 
o Resistência às Normas: A desconstrução das normas não é apenas 
teórica, mas política; ela questiona o que a sociedade considera como 
comportamento "normal" e cria espaços para novas expressões 
identitárias. 
o Desafiar as normas de gênero promove maior liberdade e justiça social. 
A resistência à conformidade das normas pode abrir espaço para novas 
expressões de identidade. 
 
3. TEXTO CROCHIK - Preconceito, Indivíduo e Cultura 
O Conceito de Preconceito 
1. Origem do Preconceito: 
o O preconceito surge do processo de socialização, onde o indivíduo 
desenvolve valores sem reflexão crítica. 
o Preconceito e Individualidade: É uma reação rígida e automática, 
muitas vezes uma defesa contra ameaças imaginárias. 
o Crochik propõe que o preconceito nasce da socialização e da 
internalização de valores culturais. Ele observa que, embora o 
preconceito seja irracional, é sustentado por mecanismos de defesa 
inconscientes que protegem o ego. 
o Preconceito como Defesa: Crochik vê o preconceito como uma 
proteção contra a angústia e a incerteza, uma forma de resistência a 
tudo o que é diferente. 
2. Estereótipo e Preconceito: 
o O estereótipo é um produto cultural que facilita o preconceito, mas não 
é o mesmo que ele. 
o Função dos Estereótipos: Servem para economizar energia mental, 
categorizando pessoas e situações. 
o Estereótipos, para Crochik, são um atalho mental, usados para evitar o 
esforço de entender o outro em sua complexidade. 
o Justificação da Injustiça: Ele sugere que os estereótipos justificam a 
dominação, impedindo uma compreensão verdadeira e crítica das 
diferenças. 
3. Natureza Irracional do Preconceito: 
o Embora o preconceito seja irracional, ele se expressa em formas que 
podem parecer lógicas. 
o Experiência e Reflexão: A experiência direta e a reflexão podem 
combater o preconceito, mas muitos preconceituosos não são abertos a 
essas influências. 
o Crochik argumenta que, embora o preconceito seja fundamentalmente 
irracional, ele se expressa de formas que parecem racionais, permitindo 
que seja mantido por meio de justificativas sociais. 
o Reflexão e Superação do Preconceito: O autor afirma que apenas a 
reflexão crítica e a exposição à diversidade podem romper o ciclo de 
preconceito, embora admita que isso é raro. 
4. Preconceito e Cultura: 
o A cultura pode tanto restringir quanto promover a autonomia do 
indivíduo. Quando ela limita a reflexão, facilita o desenvolvimento de 
preconceitos rígidos. 
o Crochik explora como a cultura pode promover ou inibir o preconceito. 
Ele destaca que culturas autoritárias, que restringem a autonomia 
individual, tendem a gerar atitudes preconceituosas. 
o Cultura como Restrição: Ele enfatiza que, em contextos onde a cultura 
valoriza conformidade e autoridade,o preconceito se enraíza e persiste. 
5. Preconceito e Socialização: 
o O preconceito é transmitido culturalmente, introjetado na consciência 
das pessoas como parte de seu processo de socialização. 
o Impacto da Socialização: Crianças aprendem valores preconceituosos 
ao internalizar a cultura e as expectativas sociais. 
o O preconceito, segundo Crochik, é transmitido culturalmente e 
introjetado desde a infância, formando uma parte central da identidade 
das pessoas. 
o Socialização e Controle Social: Ele destaca que o preconceito é uma 
ferramenta de controle social que reforça a hierarquia e impede 
mudanças estruturais. 
6. Tabus e Justificativa da Dominação: 
o O preconceito muitas vezes se apresenta como um tabu, restringindo a 
compreensão e fomentando uma visão estereotipada do outro. 
o Preconceito e Status Quo: Estereótipos reforçam a dominação, 
justificando situações de desigualdade social. 
o Crochik vê o preconceito como um tabu culturalmente imposto, que 
define o que é considerado aceitável ou não. 
o Dominação e Desumanização: Ao colocar o outro em um papel de 
"inferioridade", o preconceito justifica a exploração e a opressão, 
naturalizando a dominação.

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