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Disciplina 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica 
do Treinamento 
 
Unidade 
Aspectos Biomecânicos 
Aplicados aos Segmentos 
Corporais: Membro Supe-
rior e Superior, Pelve, 
Tronco e Coluna Vertebral 
Conteudista: Prof. Ms. Eric Leal Avigo 
 
Objetivos da Unidade: 
• Identificar aspectos biomecânicos dos sistemas ósseo, articular e 
muscular do membro superior, tronco e coluna vertebral; 
• Correlacionar estruturas do cíngulo do membro superior, tronco e 
coluna com movimentos humanos; 
• Identificar aspectos biomecânicos dos sistemas ósseo, articular e 
muscular do cíngulo do membro inferior e do membro inferior; 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral2 
• Correlacionar estruturas do cíngulo do membro inferior e segmen-
tos do membro inferior com movimentos humanos. 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral3 
Cíngulo do Membro Superior 
Cíngulo do membro superior (ou cintura escapular) é o termo utilizado para 
discorrer sobre as atividades da escápula e da clavícula e, em menor grau, do es-
terno. O termo cíngulo, especificamente, refere-se a um anel ósseo que conecta 
os membros (superior e inferior) ao tronco. No caso do cíngulo do membro su-
perior, esse anel ósseo é incompleto, algo que contribui para que membro supe-
rior direito não influencie diretamente nos movimentos do membro superior es-
querdo (diferentemente do que acontece com os membros inferiores). De forma 
mais abrangente, escápulas, clavículas, esterno, úmero, caixa torácica, as arti-
culações esternoclaviculares, acromioclaviculares, “escápulotorácica” e gle-
noumeral (do ombro) (Figura 1) formam o que chamamos de complexo do om-
bro. Tendo em vista que as articulações são formadas a partir de referências ós-
seas específicas, consulte um bom livro de Anatomia para rever as referências 
ósseas mencionadas nesta Unidade. 
 
Figura 1 – Ilustração das estruturas ósseas e das 
articulações do cíngulo do membro superior 
Fonte: Adaptado de Getty Images 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral4 
#ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração do esqueleto hu-
mano, focando na área do tórax e ombros. À direita, está destacado o 
esterno, um osso localizado no centro do peito, e a clavícula, que se 
estende do esterno até os ombros. A articulação acromioclavicular é 
destacada no lado esquerdo superior da figura, mostrando a conexão 
entre a clavícula e a escápula (omoplata). A articulação esternoclavi-
cular, destacada no lado direito superior, mostra a junção entre a cla-
vícula e o esterno. Ambas as articulações são cruciais para a movi-
mentação dos ombros e dos braços. Fim da descrição. 
A articulação esternoclavicular é sinovial plana e está entre a extremidade es-
ternal da clavícula e o manúbrio do esterno. Essa articulação é considerada o eixo 
mais importante para os movimentos da clavícula e escápula e é o único ponto 
de fixação esquelética do membro superior ao tronco. A articulação acromiocla-
vicular também é uma articulação sinovial plana e está entre o acrômio da escá-
pula e a extremidade acromial da clavícula. Já a articulação escápulotorácica, que 
está entre a fossa subescapular e a caixa torácica, não é uma articulação sinovial 
verdadeira, sendo considerada uma articulação “fisiológica”. Essa constatação 
se dá ao fato de que ao contrário das demais articulações do nosso corpo em que 
a conexão é entre osso e osso, na articulação escápulotorácica, a escápula re-
pousa sobre os músculos serrátil anterior e subescapular, e a caixa torácica está 
abaixo desses músculos. Assim, a conexão não é entre osso e osso, pois há mús-
culos entre os ossos. Ainda, a escápula é movimentada ao longo do tórax em de-
corrência dos movimentos das articulações esternoclavicular e acromioclavicu-
lar. 
Os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro superior são: elevação, 
depressão, protração, retração, rotação para cima e rotação para baixo (Figura 
2). É importante notar que os movimentos de protração e retração ocorrem de 
maneira oposta entre as articulações acromioclavicular e esternoclavicular, ou 
seja, quando a articulação acromioclavicular realiza protração, a articulação es-
ternoclavicular realiza retração, e vice-versa. Os movimentos dessas articula-
ções podem ser descritos tanto em relação às clavículas (aproximação ou afas-
tamento), quanto em relação às escápulas (aproximação ou afastamento). 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral5 
Assim, os movimentos de prostração e retração que ocorrem nas articulações 
esternoclavicular e acromioclavicular são opostos para as clavículas e para as 
escápulas. 
 
A Tabela 1 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são res-
ponsáveis. 
Tabela 1 – Músculos do cíngulo do membro superior e seus respectivos 
movimentos articulares. 
Músculo Movimentos articulares 
Trapézio 
Parte descendente Elevação e rotação para cima 
Parte transversa Retração 
Parte ascendente Depressão e rotação para cima 
Romboides Retração, elevação e rotação para baixo 
Levantador da escápula Elevação e rotação para baixo 
Peitoral menor Depressão, protração, rotação para baixo 
Serrátil anterior Protração e rotação para cima 
 
Importante! 
Os músculos do cíngulo do membro superior têm origem no 
esqueleto axial e inserção na escápula e/ou clavícula. É impor-
tante notar que esses músculos não se fixam no úmero e, por-
tanto, não causam qualquer movimento articular no ombro. 
Esses músculos fornecem estabilidade à escápula e desempe-
nham papel estabilizador para os movimentos da articulação 
do ombro como, por exemplo, durante os arremessos, blo-
queios, rebatidas, entre outros. Os cinco músculos principais 
são o trapézio (partes descendente, transversa e ascendente), 
levantador da escápula, romboides, peitoral menor e serrátil 
anterior (LIPPERT, 2013). 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral6 
 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral7 
Articulação do Ombro 
 
 
Figura 2 – Ilustração da Articulação do Ombro na Vista Anterior 
Fonte: iStock/Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura exibe uma ilustração detalhada da articu-
lação do ombro humano, mostrando a conexão entre a escápula 
(omoplata) e o úmero (osso do braço). A escápula é mostrada à direita, 
com sua superfície lisa e ampla, enquanto o úmero está à esquerda, 
conectado à escápula por meio da articulação glenoumeral, represen-
tada pela área circular onde os dois ossos se encontram. Essa 
Importante! 
A articulação do ombro, conhecida também como articulação 
glenoumeral (Figura 2) é sinovial esferoidal e triaxial (movi-
mentos ocorrem nos três eixos de movimento – longitudinal, 
anteroposteior e médio-lateral). Essa articulação está entre a 
cabeça do úmero e a cavidade glenoidal da escápula e é consi-
derada a articulação mais móvel e que apresenta maior ampli-
tude de movimento articular em relação às demais articulações 
do nosso corpo (LIPPERT, 2013). 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral8 
articulação é fundamental para a ampla gamade movimentos do 
braço. Fim da descrição. 
Os movimentos que ocorrem na articulação do ombro, de acordo com o plano 
de movimento são: no plano sagital, flexão, extensão e hiperextensão; no plano 
frontal, abdução e adução; no plano transverso, rotação medial, rotação lateral, 
abdução horizontal, adução horizontal; e nos três planos, circundução. Para vi-
sualização de cada um desses movimentos, consulte os livros de Biomecânica 
que constam no Material complementar desta Unidade, os quais apresentam 
ilustrações desses movimentos. 
Durante os movimentos da articulação do ombro, vários movimentos do cín-
gulo do membro superior ocorrem simultaneamente. A Tabela 2 apresenta essa 
relação. 
Tabela 2 – Relação entre os movimentos do cíngulo do membro superior que 
ocorrem durante os movimentos da articulação do ombro 
Articulação do ombro Cíngulo do membro superior 
Flexão Protração, rotação para cima 
Extensão Retração, rotação para baixo 
Abdução Rotação para cima 
Adução Rotação para baixo 
Rotação medial Protração (acromioclavicular), retração (esternoclavicular) 
Rotação lateral Retração (acromioclavicular), protração (esternoclavicular) 
Abdução horizontal Retração (acromioclavicular), protração (esternoclavicular) 
Adução horizontal Protração (acromioclavicular), retração (esternoclavicular) 
Os principais músculos da articulação do ombro são inseridos principalmente 
na escápula e no úmero para que o braço seja movimentado. Os onze músculos 
que cruzam a articulação do ombro são: deltoide, peitoral maior, latíssimo do 
dorso, infraespinal, redondo menor, redondo maior, supraespinhal, subescapu-
lar, coracobraquial (estabilizador), bíceps braquial e tríceps braquial (cabeça 
longa) (LIPERT, 2013). A Tabela 3 apresenta os movimentos articulares que esses 
músculos são responsáveis. 
 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral9 
Tabela 3 – Músculos da articulação do ombro e seus 
respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Deltoide 
Parte clavicular (anterior) Abdução, flexão, rotação medial, adução horizontal 
Parte acromial (medial) Abdução 
Parte espinal (posterior) Extensão, hiperextensão, abdução, rotação lateral, abdução 
horizontal 
Peitoral maior 
Parte clavicular Flexão 
Parte esternocostal Extensão 
Subescapular Rotação medial 
Supraespinal Abdução 
Latíssimo do dorso Extensão, hiperextensão, adução, rotação medial 
Redondo maior Extensão, adução, rotação medial 
Infraespinal Rotação lateral, abdução horizontal 
Redondo menor Rotação lateral, abdução horizontal 
Articulação do Cotovelo 
O complexo do cotovelo contém três articulações que permitem movimentos 
entre os ossos do braço e do antebraço. As articulações umerounlar e umerorradial 
permitem movimentos entre o osso úmero (braço) e os ossos ulna e rádio (ante-
braço), e a articulação radioulnar proximal permite movimentos entre os ossos 
rádio e ulna (antebraço). 
A articulação umeroulnar é sinovial em gínglimo, sendo uniaxial (movimento 
em apenas um eixo de movimento – eixo médio-lateral), e está entre a fossa do 
olecrano (úmero) e o olecrano (ulna). Essa articulação é a principal para movi-
mentar o antebraço em relação ao braço. A articulação umerorradial também é 
uma articulação em gínglimo e está entre o capítulo do úmero e a cabeça do rá-
dio. Essa articulação auxilia a articulação umeroulnar. A articulação radioulnar 
proximal é sinovial trocoidea e é uniaxial (eixo longitudinal). Os movimentos que 
ocorrem nas articulações úmeroulnar e umerorradial são flexão e extensão, e os 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral10 
movimentos que ocorrem na articulação radioulnar proximal são supinação e 
pronação. 
Os principais músculos do complexo do cotovelo são bíceps braquial, tríceps 
braquial, braquial, braquiorradial, pronador redondo, pronador quadrado, an-
côneo e supinador. A Tabela 4 apresenta os movimentos articulares que esses 
músculos são responsáveis. 
Tabela 4 – Músculos da articulação do cotovelo e 
seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Braquial Flexão 
Bíceps braquial Flexão 
Braquiorradial Flexão 
Pronador redondo Pronação 
Pronador quadrado Pronação 
Tríceps braquial Extensão 
Ancôneo Auxilia extensão 
Supinador Supinação 
Articulação Radiocarpal 
A articulação radiocarpal, tradicionalmente conhecida como articulação do 
“punho”, é sinovial elipsoidal e biaxial (movimentos ocorrem em dois eixos de 
movimento – médio-lateral e anteroposterior) e está entre a extremidade distal 
do rádio e os ossos escafoide e simulnar (ossos do carpo). Essa articulação per-
mite movimentos da mão em relação ao antebraço, sendo no plano sagital, fle-
xão, extensão e hiperextensão; e no plano frontal, flexão radial (ou abdução) e 
flexão ulnar (ou adução). 
Os principais músculos da articulação radiocarpal são flexor ulnar do carpo, 
palmar longo, flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo, extensor 
radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo (LIPERT, 2013). A Tabela 5 apre-
senta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral11 
 
Tabela 5 – Músculos da articulação radiocarpal e 
seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Flexor radial do carpo Flexão, abdução 
Flexor ulnar do carpo Flexão, adução 
Extensor radial longo do carpo Extensão, abdução 
Extensor radial curto do carpo Extensão 
Extensor ulnar do carpo Extensão, adução 
Palmar longo Auxilia extensão 
Estrutura da Mão 
A mão, que é a extremidade mais distal do membro superior, é considerada 
uma estrutura complexa, pois contém vários elementos (ossos, articulações e 
músculos) e é responsável pelas habilidades motoras finas. Assim, o funciona-
mento apropriado dessa estrutura é fundamental para a maioria das atividades 
da vida diária. 
Os dedos da mão são classificados por dígitos que podem ser enumerados de 
1 a 5, sendo o polegar “D1” (ou primeiro dígito), indicador “D2”, dedo médio 
“D3”, dedo anular “D4” e dedo mínimo “D5”. As articulações da mão são arti-
culações Carpometacárpicas (CMC), articulações Metacarpofalângicas (MCF) e 
articulações Interfalângicas Proximais (IFP) e distais (IFD) (Figura 3). De modo 
geral, as articulações carpometacárpicas se encontram entre os ossos do carpo e 
as extremidades proximais dos ossos metacarpos; as articulações metacar-
pofalângeas se encontram entre as extremidades distais dos ossos metacarpos e 
as falanges proximais; e as articulações interfalângicas se encontram entre as 
falanges. 
 
Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento 
Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral12 
 
Figura 3 – Ilustração da estrutura da mão na vista anterior 
Fonte: Adaptado de Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura apresenta uma ilustração anatômica da 
mão humana, destacando as articulações e os ossos que a compõem. 
Na parte superior, estão as falanges distais, seguidas pelas falanges 
médias e proximais, todas identificadas com suas respectivas articu-
lações interfalângicas. A articulação interfalângica do polegar é desta-
cada à esquerda, pois o polegar não possui falange média. Abaixo das 
falanges, encontram-se os ossos metacarpais e, na base da mão, os 
ossos carpais. As articulações MCF (metacarpofalângicas) e CMC (car-
pometacarpais) também são indicadas na figura. Fim da descrição. 
É importante destacar que as articulações do polegarse diferem das articula-
ções dos demais dígitos. Assim, enquanto a articulação carpometacárpica do po-
legar, que é considerada uma articulação sinovial selar, é bastante móvel e per-
mite os movimentos de flexão, extensão, hiperextensão, abdução e adução, nos 
demais dígitos (D2 a D5) essa articulação é considerada sinovial plana e há pouco 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral13 
movimento (de “deslizamento”, em consequência de movimentos da articula-
ção radiocarpal). As articulações metacarpofalângicas são do tipo sinovial elip-
sóidea, sendo a do polegar uniaxial (eixo médio-lateral) com os movimentos de 
flexão e extensão no plano sagital); e dos demais dígitos (D2 a D5) biaxiais (eixos 
médio-lateral e anteroposterior) com os movimentos de flexão e extensão 
(plano sagital) e abdução e adução (plano frontal). Por fim, as articulações in-
terfalângicas, que são do tipo sinovial gínglimo e uniaxial, permitem movimen-
tos de flexão, extensão e hiperextensão (em algumas pessoas) em todos os dígi-
tos. 
Os principais músculos da estrutura da mão são flexor superficial dos dedos, 
flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar, flexor curto do polegar, adu-
tor do polegar, flexor do dedo mínimo, abdutor do dedo mínimo, abdutor longo 
do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor longo 
dos dedos, extensor do indicador, extensor do dedo mínimo (LIPERT, 2013). A 
Tabela 6 apresenta os movimentos articulares que somente os músculos extrín-
secos são responsáveis. É importante notar que na estrutura da mão há músculos 
extrínsecos (devido à inserção proximal ser localizada mais próxima da articu-
lação radiocarpal) e intrínsecos (devido à inserção proximal ser na porção mais 
distal dos ossos carpais) (LIPPERT, 2013). Nesta Unidade, nossa ênfase será so-
mente nos músculos extrínsecos. 
 
Tabela 6 – Músculos extrínsecos da estrutura da mão e seus respectivos 
movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Flexor superficial dos dedos 
Flexão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais 
de D2 a D5 
Flexor profundo dos dedos 
Flexão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais 
e distais de D2 a D5 
Flexor longo do polegar 
Flexão: articulações carpometacárpica, metacarpofalângica e 
interfalângica do D1 
Extensor longo dos dedos 
Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas 
proximais e distais de D2 a D5 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral14 
Extensor do indicador 
Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas 
proximais e distais do D2 
Extensor do dedo mínimo 
Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas 
proximais e distais do D5 
Extensor curto do polegar 
Extensão: articulações carpometacárpica e metacarpofalângica do 
D5 
Extensor longo do polegar 
Extensão: articulações carpometacárpica, metacarpofalângica e 
interfalângica do D1 
Abdutor longo do polegar 
Abdução da articulação carpometacárpica do D1, extensão da 
articulação carpometacárpica do D1 
O Quadro a seguir é apresentado com intuito de facilitar o seu estudo e con-
sultas futuras, principalmente quando estiver atuando profissionalmente. Cabe 
ressaltar que esse Quadro foi elaborado com base nas informações apresentadas 
por Lippert (2013). 
 
Quadro 1 – Cíngulo do membro superior (cintura escapular) 
e membro superior 
Articulação Movimento 
Plano de 
movimento 
músculo (s) agonista(s) primário(s) 
Esternoclavicular 
Acromioclavicular 
 
Elevação* Não planar 
Trapézio (parte descendente), levantador 
da escápula, romboides 
Depressão* Não planar 
Trapézio (parte ascendente), peitoral 
menor 
Rotação para cima Frontal 
Trapézio (partes descendentes e 
ascendente), levantador da escápula, 
peitoral menor 
Rotação para baixo Frontal Romboides, Serrátil anterior 
Protração* Não planar Serrátil anterior, peitoral menor 
Retração* Não planar Trapézio (parte transversa), romboides 
Glenoumeral 
(ombro) 
Flexão Sagital 
Deltoide (parte clavicular), peitoral maior 
(parte clavicular – até 60o 
aproximadamente) 
Extensão Sagital 
Deltoide (parte espinal), latíssimo do 
dorso, redondo maior, peitoral maior 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral15 
Articulação Movimento 
Plano de 
movimento 
músculo (s) agonista(s) primário(s) 
(parte esternocostal até 120o 
aproximadamente) 
Hiperextensão Sagital 
Latíssimo do dorso, deltoide (parte 
espinal) 
Abdução Frontal Deltoide, supraespinal 
Adução Frontal 
Peitoral maior, redondo maior, latíssimo 
do dorso 
Rotação medial Transverso 
Latíssimo do dorso, redondo maior, 
subescapular, peitoral maior, deltoide 
(parte clavicular) 
Rotação lateral Transverso 
Infraespinal, redondo menor, deltoide 
(parte espinal) 
Abdução horizontal Transverso 
Deltoide (parte espinal) Infraespinal, 
redondo menor 
Adução horizontal Transverso Peitoral maior, deltoide (parte clavicular) 
Umeroulnar 
Umerorradial 
Flexão Sagital Bíceps braquial, braquial, braquiorradial 
Extensão Sagital Tríceps braquial 
Radioulnar proxi-
mal 
Supinação Transverso Bíceps braquial, supinador 
Pronação Transverso Pronador redondo, pronador quadrado 
Radiocarpal 
(punho) 
Flexão Sagital 
Flexor radial do carpo, flexor ulnar do 
carpo 
Extensão Sagital 
Extensor radial longo do carpo, extensor 
radial curto do carpo, extensor ulnar do 
carpo 
Abdução (flexão 
radial) 
Frontal 
Flexor radial do carpo, extensor radial 
longo do carpo 
Adução (flexão 
ulnar) 
Frontal 
Flexor ulnar do carpo, extensor ulnar do 
carpo 
Legenda: * trata-se de movimentos lineares (sem eixo de rotação). 
 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral16 
Tronco e Coluna Vertebral 
 
A coluna vertebral é formada por 33 vértebras empilhadas, das quais 24 são 
vértebras móveis (Figura 4). A localização dessas vértebras define curvaturas 
anteroposteriores, de acordo com a região do tronco em que se encontram, e são 
denominadas curvaturas cervical (7 vértebras), torácica (12 vértebras), lombar 
(5 vértebras), sacral (5 vértebras fundidas) e coccígeas (4 vértebras coccígeas 
fundidas). Essas vértebras aumentam de tamanho progressivamente da região 
cervical para a região lombar e o formato das vértebras é ligeiramente diferente, 
o que leva a diferentes funções (FLOYD, 2011). Na postura ereta, cada vértebra 
deve sustentar o peso da cabeça, dos braços e de todo o tronco posicionado acima 
dela. Dessa forma, as vértebras localizadas mais inferiormente sustentam mais 
carga. 
 
O tronco é o maior segmento do nosso corpo e, ao contrário da 
maioria dos segmentos corporais que sãos dispostos aos pares 
(dois pés, duas mãos, dois braços, duas pernas etc.), o tronco é 
um segmento único. A coluna vertebral é considerada o eixo 
longitudinal do nosso corpo, que funciona como uma haste 
elástica modificada que proporciona ao tronco suporte rígido e 
flexibilidade, além de proteger a medula espinal. 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral17 
 
Figura 4 – Vista lateral esquerda da coluna vertebral, ilustrando a pilha de 
vértebras e as curvaturas anteroposteriores cervical (convexa), torácica 
(côncava) , lombar (convexa), sacral e coccígea (côncava) 
Fonte: Adaptado de Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração lateral da coluna 
vertebral humana,destacando as cinco principais regiões que a com-
põem. De cima para baixo, as regiões estão rotuladas como cervical, 
torácica, lombar, sacral e coccígea. A coluna possui uma curvatura na-
tural, que é claramente visível na ilustração. Fim da descrição. 
As duas primeiras vértebras cervicais são chamadas, respectivamente, de 
atlas e áxis. As demais vértebras até a curvatura lombar não têm nome especí-
fico, de modo que nos referimos a cada uma delas de acordo com sua região (cer-
vical, torácica, lombar) e localização da mais superior para a mais inferior, enu-
merando-as. Para tanto, utilizamos a primeira letra da região em que a vértebra 
está localizada e a enumeramos a partir da vértebra mais superior (i.e., C1, C2, ..., 
C7; T1, T2, ..., T12; L1, L2, ..., L5). Portanto, quando queremos nos referir, por 
exemplo, à quarta vértebra lombar, simplesmente dizemos “L4”. É importante 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral18 
notar que apesar de as duas primeiras vértebras terem nomes específicos, é mais 
comum nos referirmos a elas como C1 e C2. 
Das quatro curvaturas apresentadas, as curvaturas torácica e sacral são con-
sideradas curvaturas primárias, uma vez que já estão presentes no nascimento. 
As curvaturas cervical e lombar (juntamente com a coccígea) são consideradas 
curvaturas secundárias, pois são formadas após o nascimento, principalmente 
após aquisição da posição bípede, em decorrência da sustentação do peso cor-
poral (Figura 5). 
 
 
Figura 5 – Ilustração das curvaturas primárias 
(A) e secundárias (B) da coluna vertebral 
Fonte: Adaptado de Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura apresenta duas ilustrações comparativas 
do desenvolvimento da coluna vertebral em diferentes fases da vida. A 
primeira ilustração (A) à esquerda mostra um bebê em posição fetal 
com a coluna vertebral curvada, destacando uma única curvatura. A 
segunda ilustração (B) à direita mostra uma criança em pé, vista de 
perfil, com duas setas vermelhas apontando para a coluna vertebral, 
que agora apresenta curvaturas em forma de "S". Essas curvaturas são 
típicas do desenvolvimento da coluna na infância. Fim da descrição. 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral19 
De modo geral, as vértebras C2 a L5 apresentam estruturas parecidas, sendo 
que cada uma tem um corpo vertebral, que é a porção anterior da coluna vertebral 
constituída de tecido ósseo esponjoso, sendo sua principal função sustentar a 
carga que está acima dele; um forame vertebral, que é um orifício por onde passa 
a medula espinal; um processo espinhoso e dois processos transversos, dispostos 
um de cada lado do processo espinhoso, nos quais vários músculos estão inseri-
dos. 
 
Entre os corpos vertebrais há discos intervertebrais. Discos intervertebrais são 
formados por uma parte externa chamada de anel fibroso e uma parte central 
chamada de núcleo pulposo. Enquanto o anel fibroso é constituído de anéis con-
cêntricos de fibrocartilagem que contêm o núcleo pulposo, o núcleo pulposo é 
uma substância gelatinosa. Na nossa coluna vertebral há 23 discos interverte-
brais, a partir de C2 até L5, os quais correspondem por aproximadamente 25% 
do comprimento total da coluna vertebral (LIPPERT, 2013). As principais fun-
ções dos discos intervertebrais são sustentar e distribuir as cargas na coluna ver-
tebral e restringir o excesso de movimento no segmento móvel da coluna verte-
bral, que é constituído por duas vértebras adjacentes e o disco intervertebral. 
O segmento móvel é considerado a unidade funcional da coluna vertebral 
(HALL, 2016), pois é a partir desse segmento que ocorrem os movimentos da 
nossa coluna. Cada segmento móvel possui três articulações, sendo uma articu-
lação anfiartrodial, formada entre dois corpos vertebrais e um disco interverte-
bral; e duas articulações sinoviais planas (deslizantes), formadas pelos proces-
sos articulares superior e inferior. 
Com uma unidade, a coluna vertebral permite movimentação nos três planos 
(sagital, frontal e transverso), e três eixos (médio-lateral, anteroposterior e 
longitudinal) de movimento. Dessa forma, para movimentar nossa cabeça e 
tronco, realizamos flexão, extensão e hiperextensão no plano sagital; flexão 
Saiba Mais 
Consulte um livro de Anatomia para identificar as principais 
partes de uma vértebra e suas características. 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral20 
lateral para a direita e para a esquerda no plano frontal; e rotação para a direita 
e para e esquerda no plano transverso. 
 
Os músculos da coluna vertebral estão localizados na região do pescoço e do 
tronco e são divididos, de modo geral, em músculos anteriores, que são flexores, 
músculos posteriores, que são extensores. Todos esses músculos são designados 
aos pares (direito, esquerdo) e quando ativados bilateralmente promovem mo-
vimentos de flexão, extensão e hiperextensão, enquanto que quando ativados 
unilateralmente promovem movimentos de flexão lateral e rotação (LIPPERT, 
2013). A Tabela 7 apresenta os principais músculos da coluna vertebral com seus 
respectivos movimentos articulares. 
Tabela 7 – Principais músculos da coluna vertebral e seus 
respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Esternocleiodomastóideo 
Bilateral: flexão, hiperextensão 
Unilateral: flexão lateral, rotação para o lado oposto 
Escalenos 
Bilateral: flexão (auxiliar) 
Unilateral: flexão lateral 
Esplênio da cabeça 
Bilateral: extensão 
Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado 
Esplênio do pescoço 
Bilateral: extensão 
Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado 
Reto do abdome Flexão 
Importante! 
Os movimentos entre os segmentos móveis são limitados, po-
rém, quando somados entre si, esses movimentos proporcio-
nam grande mobilidade à coluna vertebral. Normalmente, a 
maior mobilidade ocorre entre o início e término de cada região 
da coluna (i.e., região cervicotorácica, região toracolombar e 
região lombossacral) (HALL, 2016). 
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Oblíquo externo 
Bilateral: flexão (auxiliar) 
Unilateral: flexão lateral, rotação para o lado oposto 
Oblíquo interno 
Bilateral: flexão 
Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado 
Eretor da espinha 
Bilateral: extensão 
Unilateral: flexão lateral 
Transversoespinais 
Bilateral: extensão 
Unilateral: rotação para o lado oposto 
Interespinais Extensão 
Intertransvesários Flexão lateral 
Quadrado lombar Flexão lateral 
Desvios Posturais 
Na coluna vertebral pode haver alguns desvios indesejáveis nas curvaturas 
mencionadas. De modo geral, o aumento acentuado da curvatura torácica é co-
nhecido como cifose; o aumento acentuado das curvaturas cervical e lombar é 
conhecido como lordose e a presença de curvatura(s) lateral(is) é conhecida 
como escoliose. Não é objetivo desta Unidade descrever as causas, efeitos e tra-
tamentos para esses desvios. Entretanto, é importante destacar que tais desvios 
podem ser decorrentes de malformações congênitas, consequências de doenças 
neurológicas e, principalmente, de “má” postura (i.e. natureza funcional). À 
medida que mantemos uma postura com a curvatura exagerada, podemos ter 
uma tendência de contrair os músculos que se encontram na concavidade dessa 
curvatura enquanto há enfraquecimento dos músculos que se encontram na 
convexidade dessa curvatura (LIPPERT, 2013). 
Imagine ou (se possível) observeuma pessoa que tenha lordose na curvatura 
lombar (Figura 7). É bem provável que essa pessoa apresente contratura dos 
músculos extensores do tronco e fraqueza dos músculos do abdome. 
 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral22 
 
Figura 6 – Ilustração de curvatura lombar acentuada, caracterizando um 
desvio postural chamado lordose 
Fonte: Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração da coluna verte-
bral humana vista de perfil em um fundo preto. A coluna apresenta as 
curvaturas naturais em forma de "S", destacando-se os diferentes 
segmentos vertebrais. As vértebras são representadas em um tom 
azulado translúcido, permitindo visualizar as formas anatômicas com 
clareza. Fim da descrição. 
 
Saiba Mais 
Os quadros a seguir são apresentados com intuito de facilitar o 
seu estudo e consultas futuras, principalmente quando estiver 
atuando profissionalmente. Cabe ressaltar que estes quadros 
foram elaborados com base nas informações apresentadas por 
Lippert (2013). 
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Quadro 2 – Cíngulo do membro superior (cintura escapular) 
e membro superior. 
Articulação Movimento 
Plano de 
movimento 
músculo (s) agonista(s) 
primário(s) 
Esternoclavicular 
Acromioclavicular 
Elevação* Não planar 
Trapézio (parte descen-
dente), levantador da escá-
pula, romboides 
Depressão* Não planar 
Trapézio (parte ascen-
dente), peitoral menor 
Rotação para cima Frontal 
Trapézio (partes descen-
dentes e ascendente), le-
vantador da escápula, pei-
toral menor 
Rotação para baixo Frontal 
Romboides, Serrátil ante-
rior 
Protração* Não planar 
Serrátil anterior, peitoral 
menor 
Retração* Não planar 
Trapézio (parte transversa), 
romboides 
Glenoumeral 
(ombro) 
Flexão Sagital 
Deltoide (parte clavicular), 
peitoral maior (parte clavi-
cular – até 60o aproximada-
mente) 
Extensão Sagital 
Deltoide (parte espinal), la-
tíssimo do dorso, redondo 
maior, peitoral maior 
(parte esternocostal até 
120o aproximadamente) 
Hiperextensão Sagital 
Latíssimo do dorso, del-
toide (parte espinal) 
Abdução Frontal Deltoide, supraespinal 
Adução Frontal 
Peitoral maior, redondo 
maior, latíssimo do dorso 
Rotação medial Transverso 
Latíssimo do dorso, re-
dondo maior, 
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Articulação Movimento 
Plano de 
movimento 
músculo (s) agonista(s) 
primário(s) 
subescapular, peitoral 
maior, deltoide (parte cla-
vicular) 
Rotação lateral Transverso 
Infraespinal, redondo me-
nor, deltoide (parte espi-
nal) 
Abdução horizontal Transverso 
Deltoide (parte espinal) In-
fraespinal, redondo menor 
Adução horizontal Transverso 
Peitoral maior, deltoide 
(parte clavicular) 
Umeroulnar 
Umerorradial 
Flexão Sagital 
Bíceps braquial, braquial, 
braquiorradial 
Extensão Sagital Tríceps braquial 
Radioulnar proxi-
mal 
Supinação Transverso Bíceps braquial, supinador 
Pronação Transverso 
Pronador redondo, prona-
dor quadrado 
Radiocarpal 
(punho) 
Flexão Sagital 
Flexor radial do carpo, fle-
xor ulnar do carpo 
Extensão Sagital 
Extensor radial longo do 
carpo, extensor radial curto 
do carpo, extensor ulnar do 
carpo 
Abdução (flexão ra-
dial) 
Frontal 
Flexor radial do carpo, ex-
tensor radial longo do 
carpo 
Adução (flexão 
ulnar) 
Frontal 
Flexor ulnar do carpo, ex-
tensor ulnar do carpo 
Legenda: * trata-se de movimentos lineares (sem eixo de rotação). 
 
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Quadro 3 – Coluna vertebral 
Região Movimento 
Plano de 
movimento 
Músculo(s) agonista(s) primário(s) 
Pescoço 
 
Flexão Sagital Esternocleiodomastóideo 
Extensão Sagital 
Esplênio da cabeça, esplênio do 
pescoço, eretor da espinha, trans-
verso espinais, intraespinhais 
Flexão lateral Frontal 
Esternocleiodomastóideo, trans-
verso espinais 
Rotação para o 
mesmo lado 
Transverso 
Esplênio da cabeça, esplênio do 
pescoço 
Rotação para 
o lado oposto 
Transverso 
Esternocleiodomastóideo, trans-
verso espinais 
Tronco 
Flexão Sagital 
Reto do abdome, oblíquo externo, 
oblíquo interno 
Extensão Sagital 
Eretor da espinha, transverso espi-
nais, intraespinhais 
Flexão lateral Frontal 
Quadrado lombar, eretor da espi-
nha, oblíquo externo, oblíquo in-
terno, intertransversários 
Rotação para o 
mesmo lado 
Transverso Oblíquo interno 
Rotação para o lado 
oposto 
Transverso 
Oblíquo externo, transversoespi-
nais 
Compressão do ab-
dome 
- 
Reto do abdome, oblíquo externo, 
oblíquo interno, transverso do ab-
dome 
Cíngulo do Membro Inferior 
 
 
Importante! 
Cíngulo do membro inferior, referido também como cintura 
pélvica ou simplesmente pelve, é constituído pelo sacro, cóc-
cix, pelos ossos do quadril, que são o ílio, ísquio e púbis direitos 
e esquerdos. Esses ossos formam um anel ósseo completo que 
conecta o membro inferior ao tronco. 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral26 
Antes de apresentar as articulações do cíngulo do membro superior, conferi-
remos algumas diferenças entre os cíngulos do membro superior e inferior que 
são apresentadas no Quadro 4. 
 
Quadro 4 – Principais diferenças e similaridades entre os cíngulos do 
membro superior e do membro inferior 
Cíngulo do membro superior Cíngulo do membro inferior 
Conhecido também como cintura escapular Conhecido também como cintura pélvica ou pelve 
Ligação entre membro superior por um anel 
ósseo incompleto, uma vez que na região 
posterior, as escápulas não estão conectadas 
Ligação entre membro inferior e tronco por um 
anel ósseo completo 
Movimentos dos segmentos corporais superi-
ores direitos e esquerdos podem ser executa-
dos independentemente (sem que os de um 
lado influencie no lado contralateral) 
Movimentos dos segmentos corporais inferiores di-
reitos influenciam movimentos dos segmentos in-
feriores esquerdos e vice-versa 
Membro superior envolvido diretamente 
com tarefas manipulativas (uso das mãos), 
habilidades motoras finas, que requerem 
maior precisão 
Membro inferior envolvido diretamente com a sus-
tentação do peso corporal, locomoção, postura, 
habilidades motoras grossas 
Similaridades 
Grandes ossos chatos sobre a superfície dorsal 
Tipo e quantidade de ossos nos segmentos superiores e inferiores 
Mão e pé com número similar de ossos curtos (8 carpos na mão e 7 tarsos no pé), que são conecta-
dos a vários ossos longos (metacarpos na mão e metatarsos no pé) e às falanges 
O cíngulo do membro inferior possui, posteriormente, as articulações sacro-
íliacas (direita e esquerda), a articulação lombossacral e, anteriormente, a sín-
fise púbica (Figura 8). Tendo em vista que as articulações são formadas a partir 
de referências ósseas específicas, consulte um bom livro de Anatomia para rever 
as referências ósseas mencionadas neste conteúdo. 
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Figura 8 – Ilustração das articulações do cíngulo do membro inferior 
Fonte: Adaptada de Getty Images 
#ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração do esqueleto hu-
mano focada na região pélvica e inferior da coluna vertebral. Estão 
identificadas três articulações: a articulação lombo-sacral, que co-
necta a última vértebra lombar com osacro; a articulação sacroilíaca, 
que conecta o sacro com os ossos ilíacos da pelve; e a sínfise púbica, 
que é a junção cartilaginosa entre os dois ossos púbicos na parte ante-
rior da pelve. As articulações estão destacadas em vermelho para faci-
litar a visualização. Fim da descrição. 
A articulação sacroíliaca é uma articulação sinovial plana e está entre a o sacro 
e o ílio. Apesar de ser considerada uma articulação plana, ela apresenta as faces 
irregulares, que ajudam a manter as faces articulares dos dois ossos bem unidas 
(LIPPERT, 2013). Essa articulação apresenta grande estabilidade e pouquíssima 
mobilidade, e tem a função de transmitir o peso da região superior do corpo 
através da coluna vertebral para os ossos do quadril. A articulação lombossacral 
é uma articulação cartilaginosa e está entre a quinta vértebra lombar (L5) e pri-
meira vértebra sacral, sendo os corpos vertebrais dessas duas vértebras separa-
dos por um disco intervertebral, conforme descrito em Unidade anterior. A sín-
fise púbica também é uma articulação cartilaginosa, e está entre os ossos púbis 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral28 
direito e esquerdo, na linha mediana do corpo, sendo que há um disco interpú-
bico entre os dois ossos. É importante lembrar que nas articulações cartilagino-
sas (tais como, a lombossacral e a sínfise púbica), há pouco movimento. 
O cíngulo do membro superior é um local de inserção dos principais músculos 
responsáveis pelos movimentos das articulações do quadril e do joelho. Seus 
movimentos são necessários para posicionar a articulação do quadril a fim de 
favorecer os movimentos do membro inferior. Esses movimentos acompanham 
os movimentos do tronco e das coxas para facilitar o posicionamento da articu-
lação do quadril e das vértebras da região lombar. Assim, os movimentos do cín-
gulo do membro inferior são decorrentes dos movimentos das articulações do 
quadril e/ou das articulações vertebrais. Antes de apresentar os movimentos que 
ocorrem no cíngulo do membro inferior, é importante destacar que esse cíngulo, 
além de sustentar o peso corporal através da coluna vertebral e transmitir para 
os ossos do quadril, recebe também as forças de reação do solo e a transmite para 
coluna vertebral. Ainda, o cíngulo do membro inferior sustenta e protege as vís-
ceras pélvicas (LIPPERT, 2013). 
Os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro inferior (Figura 9) são: 
inclinação anterior e inclinação posterior, no plano sagital (Figura 9A); inclina-
ção lateral (direita, esquerda), no plano frontal (Figura 9B); e rotação anterior e 
posterior, no plano transverso (Figura 9C). A inclinação anterior é uma inclinação 
da pelve para frente e para baixo, e ocorre quando há hiperextensão da coluna 
lombar e/ou flexão da articulação do quadril. A inclinação posterior é uma incli-
nação da pelve para trás e para cima, e ocorre quando há flexão da coluna lombar 
e/ou (hiper)extensão da articulação do quadril. A inclinação lateral ocorre quando 
as espinhas ilíacas anterossuperiores não estão niveladas, sendo que a direção 
(direita, esquerda) é definida como sendo o lado que se movimento para baixo, 
conforme indicado na Figura 9B. Por fim, rotação anterior e posterior ocorre 
quando um lado da pelve se movimenta na direção anterior ou posterior, res-
pectivamente, em relação ao lado contralateral, sendo os pontos de referência 
importantes para observar essa movimentação, as espinhas ilíacas anterossu-
periores. 
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Figura 9 – Ilustração sobre os movimentos que ocorrem no cíngulo do 
membro inferior. Legenda: EIAS = Espinhas Ilíacas Anterossuperiores 
Fonte: Adaptada de LIPPERT (2013) 
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#ParaTodosVerem: a figura é composta por três partes, rotuladas 
como A, B e C, que ilustram diferentes movimentos da pelve e da co-
luna vertebral. Na parte A, são mostradas três vistas laterais da coluna 
vertebral e da pelve, destacando a posição da sínfise púbica e da EIAS 
(Espinha Ilíaca Ântero-Superior): a primeira figura representa a posi-
ção neutra, com a coluna e a pelve alinhadas verticalmente; a segunda 
figura mostra a inclinação anterior da pelve, onde a sínfise púbica 
move-se para trás e a coluna se curva para frente; a terceira figura 
ilustra a inclinação posterior da pelve, onde a sínfise púbica move-se 
para frente e a coluna se curva para trás. Na parte B, a figura mostra 
uma visão frontal da pelve: à esquerda, a pelve está em posição neutra, 
com as EIAS alinhadas horizontalmente; à direita, a pelve apresenta 
uma inclinação lateral, onde uma das EIAS está mais elevada que a 
outra, indicando uma inclinação lateral. Na parte C, são mostradas 
três posições diferentes de uma pessoa deitada de costas com as per-
nas flexionadas, vista de cima: a figura A mostra a pelve em posição 
neutra, a figura B mostra a rotação interna do quadril, e a figura C 
mostra a rotação externa do quadril, com setas indicando a direção do 
movimento da pelve e do quadril em cada posição. Fim da descrição. 
Ao contrário do cíngulo do membro superior, no cíngulo do membro inferior 
não tem grupos muscular que atua na pelve. 
Membro Inferior 
 
Esses elementos são os grandes responsáveis pela sustentação do tronco e 
membro superior e pela interação entre o nosso corpo e a superfície de contato. 
Importante! 
O membro inferior é constituído das articulações do quadril, 
joelho e da estrutura do tornozelo e pé. 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
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Conforme apresentado no Quadro 4, o movimento de qualquer segmento corpo-
ral do membro inferior influencia o lado contralateral do corpo. Assim, é impor-
tante avaliar ambos os lados durante a execução das diferentes habilidades mo-
toras executadas pelo membro inferior, ao invés de lado direito e esquerdo iso-
ladamente. 
Articulação do Quadril 
A articulação do quadril é sinovial esferoidal e é triaxial (movimentos ocorrem 
nos três eixos de movimento – longitudinal, anteroposterior e médio-lateral). 
Essa articulação está entre a cabeça do fêmur e acetábulo da pelve, e permite que 
a coxa seja movimentada com grande amplitude de movimento nos três planos. 
Os movimentos que ocorrem na articulação do quadril, de acordo com o plano 
de movimento são: no plano sagital, flexão, extensão e hiperextensão; no plano 
frontal, abdução e adução; no plano transverso, rotação medial, rotação lateral, 
abdução horizontal, adução horizontal; e nos três planos, circundução. Para vi-
sualização de cada um desses movimentos, consulte os livros de Biomecânica 
que constam no Material complementar, os quais apresentam ilustrações desses 
movimentos. 
De modo geral, a localização dos músculos da articulação do quadril e da pelve 
determina a ação muscular (FLOYD, 2011). Enquanto os músculos uniarticulares 
atuam somente na articulação do quadril, os músculos biarticulares executam 
uma ação na articulação do quadril e outra na articulação do joelho. Os principais 
músculos uniarticulares da articulação do quadril são: iliopsoas (formado pelo 
ilíaco e psoas maior), pectíneo, adutor magno, adutor longo, adutor curto, glú-
teo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e rotadores profundos; e os principais 
músculos biarticulares dessa articulação são: reto femoral, sartório, grácil, se-
mimembranáceo, semitendíneo, bíceps femoral, tensor dafáscia lata (LIPERT, 
2013). A Tabela 8 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são 
responsáveis. 
 
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Tabela 8 – Músculos da articulação do quadril e 
seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Iliopsoas (ilíaco e psoas 
maior) 
Flexão 
Reto femoral Flexão 
Sartório Flexão, abdução, rotação lateral 
Bíceps femoral Extensão 
Semitendíneo Extensão 
Semimembranáceo Extensão 
Glúteo máximo Extensão, hiperextensão, rotação lateral 
Rotadores laterais 
Piriforme 
Gêmeo superior 
Gêmeo inferior 
Obturador interno 
Obturador externo 
Quadrado femoral 
Rotação lateral 
Glúteo médio Abdução 
Glúteo mínimo Abdução, rotação medial 
Tensor da fáscia lata Flexão, abdução 
Pectíneo Adução 
Adutor 
Longo 
Curto 
Magno 
Adução 
Grácil Adução 
 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral33 
 
Articulação do Joelho 
 
As articulações tibiofemurais são sinovial em gínglimo e estão entre os côndi-
los laterais e mediais da tíbia e do fêmur. São as principais articulações do joelho 
para movimentar a perna em relação à coxa e vice-versa. Os movimentos que 
ocorrem nessas articulações são flexão e extensão, no plano sagital. Porém, ao 
contrário da articulação do cotovelo, as articulações tibiofemurais não são con-
sideradas do tipo gínglimo verdadeiro, pois permitem movimento de rotação 
Você sabia? 
Conseguimos apresentar maior amplitude de movimento durante a 
flexão da articulação do quadril (movimento da coxa em direção ao 
tronco ou do tronco em direção à coxa) com o joelho flexionado do 
que com o joelho estendido. Isso acontece porque com a extensão do 
joelho, os músculos posteriores da coxa (“isquiotibiais”: bíceps fe-
moral, semitendíneo e semimembranáceo), que são flexores da arti-
culação do joelho e extensores da articulação do quadril estão mais 
encurtados do que quando o joelho está flexionado e, consequente-
mente, apresentam maior possibilidade de aumentar seu compri-
mento durante a flexão do quadril com o joelho flexionado. 
Atenção! 
O joelho é considerado uma estrutura que não apresenta esta-
bilidade óssea, devido às características das superfícies ósseas 
que são conectadas para formar suas articulações, sendo que 
são os músculos e os ligamentos que mantêm essa articulação 
estável. Apesar de nos referirmos simplesmente à articulação 
do joelho, essa estrutura contém quatro articulações, sendo 
duas articulações tibiofemurais, uma articulação patelofemo-
ral e uma articulação tibiofemural proximal. 
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Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral34 
(plano transverso) discreto que acompanha os movimentos de flexão e extensão 
(LIPPERT, 2013), e quando o joelho está em flexão, é possível maior amplitude 
de movimento de rotação. Os movimentos de abdução e adução, no plano fron-
tal, são possíveis de serem executados somente de forma passiva (HALL, 2016). 
A articulação patelofemurla é uma articulação sinovial plana e está entre a pa-
tela e os côndilos do fêmur. Tendo em vista que as principais funções da patela 
são aumentar a vantagem mecânica do músculo quadríceps femoral (reto femo-
ral, vastos lateral, medial e intermédio) e proteger a articulação do joelho, essa 
articulação auxilia os movimentos das articulações tibiofemurais, e juntas sus-
tentam o peso corporal. Por fim, a articulação tibiofemural proximal tem pouca 
influência nos movimentos do joelho e é responsável por dissipar as cargas de 
torção decorrentes da movimentação dos pés e pela absorção e controle das car-
gas de tensão que são aplicadas no membro inferior (HALL, 2013). 
Os principais músculos da articulação do joelho são vasto lateral, vasto me-
dial, vasto intermédio, bíceps femoral, poplíteo, reto femoral, semitendíneo, se-
mimembranáceo, grácil, tensor da fáscia lata e gastrocnêmio. A Tabela 9 apre-
senta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. 
 
Tabela 9 – Músculos da articulação do joelho e 
seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Reto femoral Extensão 
Vasto 
Lateral 
Intermédio 
Medial 
Extensão 
Bíceps femoral Flexão 
Semimembranáceo Flexão 
Semitendíneo Flexão 
Poplíteo Flexão (somente o início) 
Gastrocnêmio Flexão 
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Estrutura do Tornozelo 
 
Outras articulações que fazem parte da estrutura do tornozelo são a articula-
ção subtalar (ou talocalcânea), que está entre a face articular calcânea do tálus e 
a face articular talar do calcâneo; e a articulação transversa do tarso, que está entre 
as faces articulares anteriores do tálus e calcâneo e as faces articulares posteri-
ores do navicular e cuboide. Funcionalmente, não é possível separar essas duas 
articulações e, para simplificar, os movimentos que ocorrem nelas são denomi-
nados inversão e eversão (LIPPERT, 2013). De acordo com Lippert (2013), os mo-
vimentos de flexão plantar e dorsiflexão que ocorrem na articulação do “torno-
zelo”, ocorrem principalmente na articulação talocrural, e os movimentos de 
inversão e eversão ocorrem na articulação do “tornozelo”, ocorrem principal-
mente nas articulações talocalcânea e transversa do tarso. 
Os principais músculos da articulação do “tornozelo” são tibial anterior, gas-
trocnêmio, sóleo, fibular longo, fibular curto, tibial posterior (LIPERT, 2013). A 
Tabela 10 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são respon-
sáveis. 
 
Atenção! 
Apesar do termo “tornozelo” ser comumente utilizado, o nome 
correto da articulação que une o pé e a perna é articulação talo-
crural, que está entre a face inferior da extremidade distal da 
tíbia e a tróclea do tálus. Essa articulação é sinovial em gín-
glimo e é responsável pela maior parte dos movimentos entre 
o pé e a perna. Os movimentos que ocorrem na articulação do 
“tornozelo” são flexão plantar e dorsiflexão, ambos no plano 
sagital. 
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Tabela 10 – Músculos da articulação do “tornozelo” 
e seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Tibial anterior Dorsiflexão, inversão 
Gastrocnêmio Flexão plantar 
Sóleo Flexão plantar 
Fibular longo Eversão 
Fibular curto Eversão 
Tibial posterior Inversão, auxilia na flexão plantar 
Estrutura do Pé 
 
As articulações do pé são as articulações tarsometatársicas, intermetatársi-
cas, metatarsofalângicas e interfalângicas. De modo geral, as articulações tar-
sometatársicas se encontram entre os ossos do tarso e as extremidades proxi-
mais dos ossos metatarpos; as articulações metatarsofalângicas se encontram 
entre as extremidades distais dos ossos metatarsos e as falanges proximais; e as 
articulações interfalângicas se encontram entre as falanges. Os movimentos de 
flexão, extensão e hiperextensão (plano sagital), e de abdução e adução (plano 
frontal) ocorrem nas articulações metatarsofalângicas e interfalângicas. 
No pé, temos os músculos extrínsecos, que cruzam o tornozelo, e os músculos 
intrínsecos, que têm origem e inserção no pé. A maioria dos músculos 
Atenção! 
O pé, que é a extremidade mais distal do membro inferior, é 
considerado uma estrutura complexa, pois contém vários ele-
mentos (ossos, articulações e músculos), da mesma forma que 
a mão.Os 26 ossos do pé e as numerosas articulações formam 
a base de sustentação do corpo na posição ereta, e o formato 
desses ossos proporcionam adaptação do nosso corpo em dife-
rentes tipos de superfície a absorvem o impacto que ocorre na 
interação entre o pé e a superfície de contato (HALL, 2016). 
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intrínsecos do pé está disposta em quatro camadas da superfície plantar (FLOYD, 
2011). Não é objetivo desta Unidade apresentar todos esses músculos, portanto, 
caso tenha interesse em estudar mais detalhadamente a estrutura do pé, sugere-
se que consulte Floyd (2011) e Lippert (2013). Nesta Unidade, apresentaremos 
somente os principais músculos e seus respectivos movimentos, sendo eles fle-
xor longo do hálux, flexor longo dos dedos, extensor longo do hálux e extensor 
longo dos dedos (LIPERT, 2013). A Tabela 11 apresenta os movimentos articula-
res que esses os músculos são responsáveis. 
 
Tabela 11 – Principais músculos extrínsecos do pé 
e seus respectivos movimentos articulares 
Músculo Movimentos articulares 
Flexor longo do hálux Flexão do hálux 
Flexor longo dos dedos Flexão do demais dedos 
Extensor longo do hálux Extensão do hálux 
Extensor longo dos dedos Extensão dos demais dedos 
 
 
Quadro 5 – Membro inferior 
Articulação Movimento Plano de movimento 
Músculo (s) agonista(s) 
primário(s) 
Quadril* 
Flexão Sagital 
Reto femoral, iliopsoas, 
pectíneo 
Extensão Sagital 
Glúteo máximo, semitendí-
neo, semimembranáceo, 
bíceps femoral (cabeça 
longa) 
Hiperextensão Sagital Glúteo máximo 
Saiba Mais 
O quadro a seguir é apresentado com intuito de facilitar o seu 
estudo e consultas futuras, principalmente quando estiver atu-
ando profissionalmente. Cabe ressaltar que este Quadro foi ela-
borado com base nas informações apresentadas por Lippert 
(2013). 
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Articulação Movimento Plano de movimento 
Músculo (s) agonista(s) 
primário(s) 
Abdução Frontal 
Glúteo médio, glúteo mí-
nimo 
Adução Frontal 
Pectíneo, adutor longo, 
adutor curto, adutor 
magno, grácil 
Rotação medial Transverso Glúteo mínimo 
Rotação lateral Transverso 
Glúteo máximo, rotadores 
profundos 
Abdução hori-
zontal 
Transverso 
Flexores do quadril para 
elevação do fêmur (iliop-
soas), abdutor do quadril 
(glúteo médio) 
Adução horizon-
tal 
Transverso 
Flexores do quadril para 
elevação do fêmur (iliop-
soas), adutores do quadril 
(adutor longo, adutor 
curto, adutor magno, grá-
cil) 
Tibiofemural 
(joelho) 
Flexão Sagital 
Semimembranáceo, semi-
tendíneo, bíceps femoral, 
poplíteo, gastrocnêmio 
Extensão Sagital 
Reto femoral, vasto lateral, 
vasto intermédio, vasto la-
teral 
Talocrural 
(tornozelo) 
Flexão plantar Sagital Gastrocnêmio, sóleo 
Dorsiflexão Sagital Tibial anterior 
Subtalar 
(talocalcânea) 
Inversão Frontal 
Tibial anterior, tibial poste-
rior 
Eversão Frontal Fibular longo, fibular curto 
Legenda: * para a combinação dos movimentos de flexão e abdução do quadril, o músculo ago-
nista primário é o tensor da fáscia lata. 
 
 
 
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Material Complementar 
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: 
Vídeos 
Localização dos Músculos dos Membros inferiores 
https://www.youtube.com/watch?v=9TbyGPMx6Vg 
Biomecânica da Corrida - 100 Metros Rasos em 100 anos e o Diferencial de 
Usain Bolt 
https://youtu.be/sd1rIxkL_Qs?si=bZQM6WvgWHCNeJEU 
SALTO em distância. [20--]. Disponível em: 
 https://www.youtube.com/watch?v=UYS13_l5yEk 
Lívros 
Atlas fotográfico de Anatomia 
COLICIGNO, P. R. C. et al. Atlas fotográfico de Anatomia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009. 
Biomecânica básica 
HALL, S. J. Biomecânica básica. 5. ed. São Paulo: Manole, 2009. 
Bases biomecânicas do movimento humano 
HAMILL, J.; KNUTZEN, K. Bases biomecânicas do movimento humano. 2. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2008. 
Biomecânica do esporte e do exercício 
MCGINNIS, P. M. Biomecânica do esporte e do exercício. Porto Alegre, RS: Ar-
tmed, 2015. 
 
 
 
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Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: 
Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral40 
Referências 
FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia estrutural. 16. ed. Barueri, SP: Manole, 
2011. 
HALL, S. Biomecânica Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
LIPPERT, L. S. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2013.

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