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Disciplina Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Unidade Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Supe- rior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral Conteudista: Prof. Ms. Eric Leal Avigo Objetivos da Unidade: • Identificar aspectos biomecânicos dos sistemas ósseo, articular e muscular do membro superior, tronco e coluna vertebral; • Correlacionar estruturas do cíngulo do membro superior, tronco e coluna com movimentos humanos; • Identificar aspectos biomecânicos dos sistemas ósseo, articular e muscular do cíngulo do membro inferior e do membro inferior; Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral2 • Correlacionar estruturas do cíngulo do membro inferior e segmen- tos do membro inferior com movimentos humanos. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral3 Cíngulo do Membro Superior Cíngulo do membro superior (ou cintura escapular) é o termo utilizado para discorrer sobre as atividades da escápula e da clavícula e, em menor grau, do es- terno. O termo cíngulo, especificamente, refere-se a um anel ósseo que conecta os membros (superior e inferior) ao tronco. No caso do cíngulo do membro su- perior, esse anel ósseo é incompleto, algo que contribui para que membro supe- rior direito não influencie diretamente nos movimentos do membro superior es- querdo (diferentemente do que acontece com os membros inferiores). De forma mais abrangente, escápulas, clavículas, esterno, úmero, caixa torácica, as arti- culações esternoclaviculares, acromioclaviculares, “escápulotorácica” e gle- noumeral (do ombro) (Figura 1) formam o que chamamos de complexo do om- bro. Tendo em vista que as articulações são formadas a partir de referências ós- seas específicas, consulte um bom livro de Anatomia para rever as referências ósseas mencionadas nesta Unidade. Figura 1 – Ilustração das estruturas ósseas e das articulações do cíngulo do membro superior Fonte: Adaptado de Getty Images Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral4 #ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração do esqueleto hu- mano, focando na área do tórax e ombros. À direita, está destacado o esterno, um osso localizado no centro do peito, e a clavícula, que se estende do esterno até os ombros. A articulação acromioclavicular é destacada no lado esquerdo superior da figura, mostrando a conexão entre a clavícula e a escápula (omoplata). A articulação esternoclavi- cular, destacada no lado direito superior, mostra a junção entre a cla- vícula e o esterno. Ambas as articulações são cruciais para a movi- mentação dos ombros e dos braços. Fim da descrição. A articulação esternoclavicular é sinovial plana e está entre a extremidade es- ternal da clavícula e o manúbrio do esterno. Essa articulação é considerada o eixo mais importante para os movimentos da clavícula e escápula e é o único ponto de fixação esquelética do membro superior ao tronco. A articulação acromiocla- vicular também é uma articulação sinovial plana e está entre o acrômio da escá- pula e a extremidade acromial da clavícula. Já a articulação escápulotorácica, que está entre a fossa subescapular e a caixa torácica, não é uma articulação sinovial verdadeira, sendo considerada uma articulação “fisiológica”. Essa constatação se dá ao fato de que ao contrário das demais articulações do nosso corpo em que a conexão é entre osso e osso, na articulação escápulotorácica, a escápula re- pousa sobre os músculos serrátil anterior e subescapular, e a caixa torácica está abaixo desses músculos. Assim, a conexão não é entre osso e osso, pois há mús- culos entre os ossos. Ainda, a escápula é movimentada ao longo do tórax em de- corrência dos movimentos das articulações esternoclavicular e acromioclavicu- lar. Os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro superior são: elevação, depressão, protração, retração, rotação para cima e rotação para baixo (Figura 2). É importante notar que os movimentos de protração e retração ocorrem de maneira oposta entre as articulações acromioclavicular e esternoclavicular, ou seja, quando a articulação acromioclavicular realiza protração, a articulação es- ternoclavicular realiza retração, e vice-versa. Os movimentos dessas articula- ções podem ser descritos tanto em relação às clavículas (aproximação ou afas- tamento), quanto em relação às escápulas (aproximação ou afastamento). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral5 Assim, os movimentos de prostração e retração que ocorrem nas articulações esternoclavicular e acromioclavicular são opostos para as clavículas e para as escápulas. A Tabela 1 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são res- ponsáveis. Tabela 1 – Músculos do cíngulo do membro superior e seus respectivos movimentos articulares. Músculo Movimentos articulares Trapézio Parte descendente Elevação e rotação para cima Parte transversa Retração Parte ascendente Depressão e rotação para cima Romboides Retração, elevação e rotação para baixo Levantador da escápula Elevação e rotação para baixo Peitoral menor Depressão, protração, rotação para baixo Serrátil anterior Protração e rotação para cima Importante! Os músculos do cíngulo do membro superior têm origem no esqueleto axial e inserção na escápula e/ou clavícula. É impor- tante notar que esses músculos não se fixam no úmero e, por- tanto, não causam qualquer movimento articular no ombro. Esses músculos fornecem estabilidade à escápula e desempe- nham papel estabilizador para os movimentos da articulação do ombro como, por exemplo, durante os arremessos, blo- queios, rebatidas, entre outros. Os cinco músculos principais são o trapézio (partes descendente, transversa e ascendente), levantador da escápula, romboides, peitoral menor e serrátil anterior (LIPPERT, 2013). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral6 Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral7 Articulação do Ombro Figura 2 – Ilustração da Articulação do Ombro na Vista Anterior Fonte: iStock/Getty Images #ParaTodosVerem: a figura exibe uma ilustração detalhada da articu- lação do ombro humano, mostrando a conexão entre a escápula (omoplata) e o úmero (osso do braço). A escápula é mostrada à direita, com sua superfície lisa e ampla, enquanto o úmero está à esquerda, conectado à escápula por meio da articulação glenoumeral, represen- tada pela área circular onde os dois ossos se encontram. Essa Importante! A articulação do ombro, conhecida também como articulação glenoumeral (Figura 2) é sinovial esferoidal e triaxial (movi- mentos ocorrem nos três eixos de movimento – longitudinal, anteroposteior e médio-lateral). Essa articulação está entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidal da escápula e é consi- derada a articulação mais móvel e que apresenta maior ampli- tude de movimento articular em relação às demais articulações do nosso corpo (LIPPERT, 2013). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral8 articulação é fundamental para a ampla gamade movimentos do braço. Fim da descrição. Os movimentos que ocorrem na articulação do ombro, de acordo com o plano de movimento são: no plano sagital, flexão, extensão e hiperextensão; no plano frontal, abdução e adução; no plano transverso, rotação medial, rotação lateral, abdução horizontal, adução horizontal; e nos três planos, circundução. Para vi- sualização de cada um desses movimentos, consulte os livros de Biomecânica que constam no Material complementar desta Unidade, os quais apresentam ilustrações desses movimentos. Durante os movimentos da articulação do ombro, vários movimentos do cín- gulo do membro superior ocorrem simultaneamente. A Tabela 2 apresenta essa relação. Tabela 2 – Relação entre os movimentos do cíngulo do membro superior que ocorrem durante os movimentos da articulação do ombro Articulação do ombro Cíngulo do membro superior Flexão Protração, rotação para cima Extensão Retração, rotação para baixo Abdução Rotação para cima Adução Rotação para baixo Rotação medial Protração (acromioclavicular), retração (esternoclavicular) Rotação lateral Retração (acromioclavicular), protração (esternoclavicular) Abdução horizontal Retração (acromioclavicular), protração (esternoclavicular) Adução horizontal Protração (acromioclavicular), retração (esternoclavicular) Os principais músculos da articulação do ombro são inseridos principalmente na escápula e no úmero para que o braço seja movimentado. Os onze músculos que cruzam a articulação do ombro são: deltoide, peitoral maior, latíssimo do dorso, infraespinal, redondo menor, redondo maior, supraespinhal, subescapu- lar, coracobraquial (estabilizador), bíceps braquial e tríceps braquial (cabeça longa) (LIPERT, 2013). A Tabela 3 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral9 Tabela 3 – Músculos da articulação do ombro e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Deltoide Parte clavicular (anterior) Abdução, flexão, rotação medial, adução horizontal Parte acromial (medial) Abdução Parte espinal (posterior) Extensão, hiperextensão, abdução, rotação lateral, abdução horizontal Peitoral maior Parte clavicular Flexão Parte esternocostal Extensão Subescapular Rotação medial Supraespinal Abdução Latíssimo do dorso Extensão, hiperextensão, adução, rotação medial Redondo maior Extensão, adução, rotação medial Infraespinal Rotação lateral, abdução horizontal Redondo menor Rotação lateral, abdução horizontal Articulação do Cotovelo O complexo do cotovelo contém três articulações que permitem movimentos entre os ossos do braço e do antebraço. As articulações umerounlar e umerorradial permitem movimentos entre o osso úmero (braço) e os ossos ulna e rádio (ante- braço), e a articulação radioulnar proximal permite movimentos entre os ossos rádio e ulna (antebraço). A articulação umeroulnar é sinovial em gínglimo, sendo uniaxial (movimento em apenas um eixo de movimento – eixo médio-lateral), e está entre a fossa do olecrano (úmero) e o olecrano (ulna). Essa articulação é a principal para movi- mentar o antebraço em relação ao braço. A articulação umerorradial também é uma articulação em gínglimo e está entre o capítulo do úmero e a cabeça do rá- dio. Essa articulação auxilia a articulação umeroulnar. A articulação radioulnar proximal é sinovial trocoidea e é uniaxial (eixo longitudinal). Os movimentos que ocorrem nas articulações úmeroulnar e umerorradial são flexão e extensão, e os Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral10 movimentos que ocorrem na articulação radioulnar proximal são supinação e pronação. Os principais músculos do complexo do cotovelo são bíceps braquial, tríceps braquial, braquial, braquiorradial, pronador redondo, pronador quadrado, an- côneo e supinador. A Tabela 4 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. Tabela 4 – Músculos da articulação do cotovelo e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Braquial Flexão Bíceps braquial Flexão Braquiorradial Flexão Pronador redondo Pronação Pronador quadrado Pronação Tríceps braquial Extensão Ancôneo Auxilia extensão Supinador Supinação Articulação Radiocarpal A articulação radiocarpal, tradicionalmente conhecida como articulação do “punho”, é sinovial elipsoidal e biaxial (movimentos ocorrem em dois eixos de movimento – médio-lateral e anteroposterior) e está entre a extremidade distal do rádio e os ossos escafoide e simulnar (ossos do carpo). Essa articulação per- mite movimentos da mão em relação ao antebraço, sendo no plano sagital, fle- xão, extensão e hiperextensão; e no plano frontal, flexão radial (ou abdução) e flexão ulnar (ou adução). Os principais músculos da articulação radiocarpal são flexor ulnar do carpo, palmar longo, flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo (LIPERT, 2013). A Tabela 5 apre- senta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral11 Tabela 5 – Músculos da articulação radiocarpal e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Flexor radial do carpo Flexão, abdução Flexor ulnar do carpo Flexão, adução Extensor radial longo do carpo Extensão, abdução Extensor radial curto do carpo Extensão Extensor ulnar do carpo Extensão, adução Palmar longo Auxilia extensão Estrutura da Mão A mão, que é a extremidade mais distal do membro superior, é considerada uma estrutura complexa, pois contém vários elementos (ossos, articulações e músculos) e é responsável pelas habilidades motoras finas. Assim, o funciona- mento apropriado dessa estrutura é fundamental para a maioria das atividades da vida diária. Os dedos da mão são classificados por dígitos que podem ser enumerados de 1 a 5, sendo o polegar “D1” (ou primeiro dígito), indicador “D2”, dedo médio “D3”, dedo anular “D4” e dedo mínimo “D5”. As articulações da mão são arti- culações Carpometacárpicas (CMC), articulações Metacarpofalângicas (MCF) e articulações Interfalângicas Proximais (IFP) e distais (IFD) (Figura 3). De modo geral, as articulações carpometacárpicas se encontram entre os ossos do carpo e as extremidades proximais dos ossos metacarpos; as articulações metacar- pofalângeas se encontram entre as extremidades distais dos ossos metacarpos e as falanges proximais; e as articulações interfalângicas se encontram entre as falanges. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral12 Figura 3 – Ilustração da estrutura da mão na vista anterior Fonte: Adaptado de Getty Images #ParaTodosVerem: a figura apresenta uma ilustração anatômica da mão humana, destacando as articulações e os ossos que a compõem. Na parte superior, estão as falanges distais, seguidas pelas falanges médias e proximais, todas identificadas com suas respectivas articu- lações interfalângicas. A articulação interfalângica do polegar é desta- cada à esquerda, pois o polegar não possui falange média. Abaixo das falanges, encontram-se os ossos metacarpais e, na base da mão, os ossos carpais. As articulações MCF (metacarpofalângicas) e CMC (car- pometacarpais) também são indicadas na figura. Fim da descrição. É importante destacar que as articulações do polegarse diferem das articula- ções dos demais dígitos. Assim, enquanto a articulação carpometacárpica do po- legar, que é considerada uma articulação sinovial selar, é bastante móvel e per- mite os movimentos de flexão, extensão, hiperextensão, abdução e adução, nos demais dígitos (D2 a D5) essa articulação é considerada sinovial plana e há pouco Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral13 movimento (de “deslizamento”, em consequência de movimentos da articula- ção radiocarpal). As articulações metacarpofalângicas são do tipo sinovial elip- sóidea, sendo a do polegar uniaxial (eixo médio-lateral) com os movimentos de flexão e extensão no plano sagital); e dos demais dígitos (D2 a D5) biaxiais (eixos médio-lateral e anteroposterior) com os movimentos de flexão e extensão (plano sagital) e abdução e adução (plano frontal). Por fim, as articulações in- terfalângicas, que são do tipo sinovial gínglimo e uniaxial, permitem movimen- tos de flexão, extensão e hiperextensão (em algumas pessoas) em todos os dígi- tos. Os principais músculos da estrutura da mão são flexor superficial dos dedos, flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar, flexor curto do polegar, adu- tor do polegar, flexor do dedo mínimo, abdutor do dedo mínimo, abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor longo dos dedos, extensor do indicador, extensor do dedo mínimo (LIPERT, 2013). A Tabela 6 apresenta os movimentos articulares que somente os músculos extrín- secos são responsáveis. É importante notar que na estrutura da mão há músculos extrínsecos (devido à inserção proximal ser localizada mais próxima da articu- lação radiocarpal) e intrínsecos (devido à inserção proximal ser na porção mais distal dos ossos carpais) (LIPPERT, 2013). Nesta Unidade, nossa ênfase será so- mente nos músculos extrínsecos. Tabela 6 – Músculos extrínsecos da estrutura da mão e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Flexor superficial dos dedos Flexão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais de D2 a D5 Flexor profundo dos dedos Flexão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais e distais de D2 a D5 Flexor longo do polegar Flexão: articulações carpometacárpica, metacarpofalângica e interfalângica do D1 Extensor longo dos dedos Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais e distais de D2 a D5 Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral14 Extensor do indicador Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais e distais do D2 Extensor do dedo mínimo Extensão: articulações metacarpolângicas e interfalângicas proximais e distais do D5 Extensor curto do polegar Extensão: articulações carpometacárpica e metacarpofalângica do D5 Extensor longo do polegar Extensão: articulações carpometacárpica, metacarpofalângica e interfalângica do D1 Abdutor longo do polegar Abdução da articulação carpometacárpica do D1, extensão da articulação carpometacárpica do D1 O Quadro a seguir é apresentado com intuito de facilitar o seu estudo e con- sultas futuras, principalmente quando estiver atuando profissionalmente. Cabe ressaltar que esse Quadro foi elaborado com base nas informações apresentadas por Lippert (2013). Quadro 1 – Cíngulo do membro superior (cintura escapular) e membro superior Articulação Movimento Plano de movimento músculo (s) agonista(s) primário(s) Esternoclavicular Acromioclavicular Elevação* Não planar Trapézio (parte descendente), levantador da escápula, romboides Depressão* Não planar Trapézio (parte ascendente), peitoral menor Rotação para cima Frontal Trapézio (partes descendentes e ascendente), levantador da escápula, peitoral menor Rotação para baixo Frontal Romboides, Serrátil anterior Protração* Não planar Serrátil anterior, peitoral menor Retração* Não planar Trapézio (parte transversa), romboides Glenoumeral (ombro) Flexão Sagital Deltoide (parte clavicular), peitoral maior (parte clavicular – até 60o aproximadamente) Extensão Sagital Deltoide (parte espinal), latíssimo do dorso, redondo maior, peitoral maior Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral15 Articulação Movimento Plano de movimento músculo (s) agonista(s) primário(s) (parte esternocostal até 120o aproximadamente) Hiperextensão Sagital Latíssimo do dorso, deltoide (parte espinal) Abdução Frontal Deltoide, supraespinal Adução Frontal Peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso Rotação medial Transverso Latíssimo do dorso, redondo maior, subescapular, peitoral maior, deltoide (parte clavicular) Rotação lateral Transverso Infraespinal, redondo menor, deltoide (parte espinal) Abdução horizontal Transverso Deltoide (parte espinal) Infraespinal, redondo menor Adução horizontal Transverso Peitoral maior, deltoide (parte clavicular) Umeroulnar Umerorradial Flexão Sagital Bíceps braquial, braquial, braquiorradial Extensão Sagital Tríceps braquial Radioulnar proxi- mal Supinação Transverso Bíceps braquial, supinador Pronação Transverso Pronador redondo, pronador quadrado Radiocarpal (punho) Flexão Sagital Flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo Extensão Sagital Extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor ulnar do carpo Abdução (flexão radial) Frontal Flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo Adução (flexão ulnar) Frontal Flexor ulnar do carpo, extensor ulnar do carpo Legenda: * trata-se de movimentos lineares (sem eixo de rotação). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral16 Tronco e Coluna Vertebral A coluna vertebral é formada por 33 vértebras empilhadas, das quais 24 são vértebras móveis (Figura 4). A localização dessas vértebras define curvaturas anteroposteriores, de acordo com a região do tronco em que se encontram, e são denominadas curvaturas cervical (7 vértebras), torácica (12 vértebras), lombar (5 vértebras), sacral (5 vértebras fundidas) e coccígeas (4 vértebras coccígeas fundidas). Essas vértebras aumentam de tamanho progressivamente da região cervical para a região lombar e o formato das vértebras é ligeiramente diferente, o que leva a diferentes funções (FLOYD, 2011). Na postura ereta, cada vértebra deve sustentar o peso da cabeça, dos braços e de todo o tronco posicionado acima dela. Dessa forma, as vértebras localizadas mais inferiormente sustentam mais carga. O tronco é o maior segmento do nosso corpo e, ao contrário da maioria dos segmentos corporais que sãos dispostos aos pares (dois pés, duas mãos, dois braços, duas pernas etc.), o tronco é um segmento único. A coluna vertebral é considerada o eixo longitudinal do nosso corpo, que funciona como uma haste elástica modificada que proporciona ao tronco suporte rígido e flexibilidade, além de proteger a medula espinal. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral17 Figura 4 – Vista lateral esquerda da coluna vertebral, ilustrando a pilha de vértebras e as curvaturas anteroposteriores cervical (convexa), torácica (côncava) , lombar (convexa), sacral e coccígea (côncava) Fonte: Adaptado de Getty Images #ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração lateral da coluna vertebral humana,destacando as cinco principais regiões que a com- põem. De cima para baixo, as regiões estão rotuladas como cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. A coluna possui uma curvatura na- tural, que é claramente visível na ilustração. Fim da descrição. As duas primeiras vértebras cervicais são chamadas, respectivamente, de atlas e áxis. As demais vértebras até a curvatura lombar não têm nome especí- fico, de modo que nos referimos a cada uma delas de acordo com sua região (cer- vical, torácica, lombar) e localização da mais superior para a mais inferior, enu- merando-as. Para tanto, utilizamos a primeira letra da região em que a vértebra está localizada e a enumeramos a partir da vértebra mais superior (i.e., C1, C2, ..., C7; T1, T2, ..., T12; L1, L2, ..., L5). Portanto, quando queremos nos referir, por exemplo, à quarta vértebra lombar, simplesmente dizemos “L4”. É importante Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral18 notar que apesar de as duas primeiras vértebras terem nomes específicos, é mais comum nos referirmos a elas como C1 e C2. Das quatro curvaturas apresentadas, as curvaturas torácica e sacral são con- sideradas curvaturas primárias, uma vez que já estão presentes no nascimento. As curvaturas cervical e lombar (juntamente com a coccígea) são consideradas curvaturas secundárias, pois são formadas após o nascimento, principalmente após aquisição da posição bípede, em decorrência da sustentação do peso cor- poral (Figura 5). Figura 5 – Ilustração das curvaturas primárias (A) e secundárias (B) da coluna vertebral Fonte: Adaptado de Getty Images #ParaTodosVerem: a figura apresenta duas ilustrações comparativas do desenvolvimento da coluna vertebral em diferentes fases da vida. A primeira ilustração (A) à esquerda mostra um bebê em posição fetal com a coluna vertebral curvada, destacando uma única curvatura. A segunda ilustração (B) à direita mostra uma criança em pé, vista de perfil, com duas setas vermelhas apontando para a coluna vertebral, que agora apresenta curvaturas em forma de "S". Essas curvaturas são típicas do desenvolvimento da coluna na infância. Fim da descrição. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral19 De modo geral, as vértebras C2 a L5 apresentam estruturas parecidas, sendo que cada uma tem um corpo vertebral, que é a porção anterior da coluna vertebral constituída de tecido ósseo esponjoso, sendo sua principal função sustentar a carga que está acima dele; um forame vertebral, que é um orifício por onde passa a medula espinal; um processo espinhoso e dois processos transversos, dispostos um de cada lado do processo espinhoso, nos quais vários músculos estão inseri- dos. Entre os corpos vertebrais há discos intervertebrais. Discos intervertebrais são formados por uma parte externa chamada de anel fibroso e uma parte central chamada de núcleo pulposo. Enquanto o anel fibroso é constituído de anéis con- cêntricos de fibrocartilagem que contêm o núcleo pulposo, o núcleo pulposo é uma substância gelatinosa. Na nossa coluna vertebral há 23 discos interverte- brais, a partir de C2 até L5, os quais correspondem por aproximadamente 25% do comprimento total da coluna vertebral (LIPPERT, 2013). As principais fun- ções dos discos intervertebrais são sustentar e distribuir as cargas na coluna ver- tebral e restringir o excesso de movimento no segmento móvel da coluna verte- bral, que é constituído por duas vértebras adjacentes e o disco intervertebral. O segmento móvel é considerado a unidade funcional da coluna vertebral (HALL, 2016), pois é a partir desse segmento que ocorrem os movimentos da nossa coluna. Cada segmento móvel possui três articulações, sendo uma articu- lação anfiartrodial, formada entre dois corpos vertebrais e um disco interverte- bral; e duas articulações sinoviais planas (deslizantes), formadas pelos proces- sos articulares superior e inferior. Com uma unidade, a coluna vertebral permite movimentação nos três planos (sagital, frontal e transverso), e três eixos (médio-lateral, anteroposterior e longitudinal) de movimento. Dessa forma, para movimentar nossa cabeça e tronco, realizamos flexão, extensão e hiperextensão no plano sagital; flexão Saiba Mais Consulte um livro de Anatomia para identificar as principais partes de uma vértebra e suas características. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral20 lateral para a direita e para a esquerda no plano frontal; e rotação para a direita e para e esquerda no plano transverso. Os músculos da coluna vertebral estão localizados na região do pescoço e do tronco e são divididos, de modo geral, em músculos anteriores, que são flexores, músculos posteriores, que são extensores. Todos esses músculos são designados aos pares (direito, esquerdo) e quando ativados bilateralmente promovem mo- vimentos de flexão, extensão e hiperextensão, enquanto que quando ativados unilateralmente promovem movimentos de flexão lateral e rotação (LIPPERT, 2013). A Tabela 7 apresenta os principais músculos da coluna vertebral com seus respectivos movimentos articulares. Tabela 7 – Principais músculos da coluna vertebral e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Esternocleiodomastóideo Bilateral: flexão, hiperextensão Unilateral: flexão lateral, rotação para o lado oposto Escalenos Bilateral: flexão (auxiliar) Unilateral: flexão lateral Esplênio da cabeça Bilateral: extensão Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado Esplênio do pescoço Bilateral: extensão Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado Reto do abdome Flexão Importante! Os movimentos entre os segmentos móveis são limitados, po- rém, quando somados entre si, esses movimentos proporcio- nam grande mobilidade à coluna vertebral. Normalmente, a maior mobilidade ocorre entre o início e término de cada região da coluna (i.e., região cervicotorácica, região toracolombar e região lombossacral) (HALL, 2016). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral21 Oblíquo externo Bilateral: flexão (auxiliar) Unilateral: flexão lateral, rotação para o lado oposto Oblíquo interno Bilateral: flexão Unilateral: flexão lateral, rotação para o mesmo lado Eretor da espinha Bilateral: extensão Unilateral: flexão lateral Transversoespinais Bilateral: extensão Unilateral: rotação para o lado oposto Interespinais Extensão Intertransvesários Flexão lateral Quadrado lombar Flexão lateral Desvios Posturais Na coluna vertebral pode haver alguns desvios indesejáveis nas curvaturas mencionadas. De modo geral, o aumento acentuado da curvatura torácica é co- nhecido como cifose; o aumento acentuado das curvaturas cervical e lombar é conhecido como lordose e a presença de curvatura(s) lateral(is) é conhecida como escoliose. Não é objetivo desta Unidade descrever as causas, efeitos e tra- tamentos para esses desvios. Entretanto, é importante destacar que tais desvios podem ser decorrentes de malformações congênitas, consequências de doenças neurológicas e, principalmente, de “má” postura (i.e. natureza funcional). À medida que mantemos uma postura com a curvatura exagerada, podemos ter uma tendência de contrair os músculos que se encontram na concavidade dessa curvatura enquanto há enfraquecimento dos músculos que se encontram na convexidade dessa curvatura (LIPPERT, 2013). Imagine ou (se possível) observeuma pessoa que tenha lordose na curvatura lombar (Figura 7). É bem provável que essa pessoa apresente contratura dos músculos extensores do tronco e fraqueza dos músculos do abdome. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral22 Figura 6 – Ilustração de curvatura lombar acentuada, caracterizando um desvio postural chamado lordose Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração da coluna verte- bral humana vista de perfil em um fundo preto. A coluna apresenta as curvaturas naturais em forma de "S", destacando-se os diferentes segmentos vertebrais. As vértebras são representadas em um tom azulado translúcido, permitindo visualizar as formas anatômicas com clareza. Fim da descrição. Saiba Mais Os quadros a seguir são apresentados com intuito de facilitar o seu estudo e consultas futuras, principalmente quando estiver atuando profissionalmente. Cabe ressaltar que estes quadros foram elaborados com base nas informações apresentadas por Lippert (2013). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral23 Quadro 2 – Cíngulo do membro superior (cintura escapular) e membro superior. Articulação Movimento Plano de movimento músculo (s) agonista(s) primário(s) Esternoclavicular Acromioclavicular Elevação* Não planar Trapézio (parte descen- dente), levantador da escá- pula, romboides Depressão* Não planar Trapézio (parte ascen- dente), peitoral menor Rotação para cima Frontal Trapézio (partes descen- dentes e ascendente), le- vantador da escápula, pei- toral menor Rotação para baixo Frontal Romboides, Serrátil ante- rior Protração* Não planar Serrátil anterior, peitoral menor Retração* Não planar Trapézio (parte transversa), romboides Glenoumeral (ombro) Flexão Sagital Deltoide (parte clavicular), peitoral maior (parte clavi- cular – até 60o aproximada- mente) Extensão Sagital Deltoide (parte espinal), la- tíssimo do dorso, redondo maior, peitoral maior (parte esternocostal até 120o aproximadamente) Hiperextensão Sagital Latíssimo do dorso, del- toide (parte espinal) Abdução Frontal Deltoide, supraespinal Adução Frontal Peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso Rotação medial Transverso Latíssimo do dorso, re- dondo maior, Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral24 Articulação Movimento Plano de movimento músculo (s) agonista(s) primário(s) subescapular, peitoral maior, deltoide (parte cla- vicular) Rotação lateral Transverso Infraespinal, redondo me- nor, deltoide (parte espi- nal) Abdução horizontal Transverso Deltoide (parte espinal) In- fraespinal, redondo menor Adução horizontal Transverso Peitoral maior, deltoide (parte clavicular) Umeroulnar Umerorradial Flexão Sagital Bíceps braquial, braquial, braquiorradial Extensão Sagital Tríceps braquial Radioulnar proxi- mal Supinação Transverso Bíceps braquial, supinador Pronação Transverso Pronador redondo, prona- dor quadrado Radiocarpal (punho) Flexão Sagital Flexor radial do carpo, fle- xor ulnar do carpo Extensão Sagital Extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor ulnar do carpo Abdução (flexão ra- dial) Frontal Flexor radial do carpo, ex- tensor radial longo do carpo Adução (flexão ulnar) Frontal Flexor ulnar do carpo, ex- tensor ulnar do carpo Legenda: * trata-se de movimentos lineares (sem eixo de rotação). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral25 Quadro 3 – Coluna vertebral Região Movimento Plano de movimento Músculo(s) agonista(s) primário(s) Pescoço Flexão Sagital Esternocleiodomastóideo Extensão Sagital Esplênio da cabeça, esplênio do pescoço, eretor da espinha, trans- verso espinais, intraespinhais Flexão lateral Frontal Esternocleiodomastóideo, trans- verso espinais Rotação para o mesmo lado Transverso Esplênio da cabeça, esplênio do pescoço Rotação para o lado oposto Transverso Esternocleiodomastóideo, trans- verso espinais Tronco Flexão Sagital Reto do abdome, oblíquo externo, oblíquo interno Extensão Sagital Eretor da espinha, transverso espi- nais, intraespinhais Flexão lateral Frontal Quadrado lombar, eretor da espi- nha, oblíquo externo, oblíquo in- terno, intertransversários Rotação para o mesmo lado Transverso Oblíquo interno Rotação para o lado oposto Transverso Oblíquo externo, transversoespi- nais Compressão do ab- dome - Reto do abdome, oblíquo externo, oblíquo interno, transverso do ab- dome Cíngulo do Membro Inferior Importante! Cíngulo do membro inferior, referido também como cintura pélvica ou simplesmente pelve, é constituído pelo sacro, cóc- cix, pelos ossos do quadril, que são o ílio, ísquio e púbis direitos e esquerdos. Esses ossos formam um anel ósseo completo que conecta o membro inferior ao tronco. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral26 Antes de apresentar as articulações do cíngulo do membro superior, conferi- remos algumas diferenças entre os cíngulos do membro superior e inferior que são apresentadas no Quadro 4. Quadro 4 – Principais diferenças e similaridades entre os cíngulos do membro superior e do membro inferior Cíngulo do membro superior Cíngulo do membro inferior Conhecido também como cintura escapular Conhecido também como cintura pélvica ou pelve Ligação entre membro superior por um anel ósseo incompleto, uma vez que na região posterior, as escápulas não estão conectadas Ligação entre membro inferior e tronco por um anel ósseo completo Movimentos dos segmentos corporais superi- ores direitos e esquerdos podem ser executa- dos independentemente (sem que os de um lado influencie no lado contralateral) Movimentos dos segmentos corporais inferiores di- reitos influenciam movimentos dos segmentos in- feriores esquerdos e vice-versa Membro superior envolvido diretamente com tarefas manipulativas (uso das mãos), habilidades motoras finas, que requerem maior precisão Membro inferior envolvido diretamente com a sus- tentação do peso corporal, locomoção, postura, habilidades motoras grossas Similaridades Grandes ossos chatos sobre a superfície dorsal Tipo e quantidade de ossos nos segmentos superiores e inferiores Mão e pé com número similar de ossos curtos (8 carpos na mão e 7 tarsos no pé), que são conecta- dos a vários ossos longos (metacarpos na mão e metatarsos no pé) e às falanges O cíngulo do membro inferior possui, posteriormente, as articulações sacro- íliacas (direita e esquerda), a articulação lombossacral e, anteriormente, a sín- fise púbica (Figura 8). Tendo em vista que as articulações são formadas a partir de referências ósseas específicas, consulte um bom livro de Anatomia para rever as referências ósseas mencionadas neste conteúdo. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral27 Figura 8 – Ilustração das articulações do cíngulo do membro inferior Fonte: Adaptada de Getty Images #ParaTodosVerem: a figura mostra uma ilustração do esqueleto hu- mano focada na região pélvica e inferior da coluna vertebral. Estão identificadas três articulações: a articulação lombo-sacral, que co- necta a última vértebra lombar com osacro; a articulação sacroilíaca, que conecta o sacro com os ossos ilíacos da pelve; e a sínfise púbica, que é a junção cartilaginosa entre os dois ossos púbicos na parte ante- rior da pelve. As articulações estão destacadas em vermelho para faci- litar a visualização. Fim da descrição. A articulação sacroíliaca é uma articulação sinovial plana e está entre a o sacro e o ílio. Apesar de ser considerada uma articulação plana, ela apresenta as faces irregulares, que ajudam a manter as faces articulares dos dois ossos bem unidas (LIPPERT, 2013). Essa articulação apresenta grande estabilidade e pouquíssima mobilidade, e tem a função de transmitir o peso da região superior do corpo através da coluna vertebral para os ossos do quadril. A articulação lombossacral é uma articulação cartilaginosa e está entre a quinta vértebra lombar (L5) e pri- meira vértebra sacral, sendo os corpos vertebrais dessas duas vértebras separa- dos por um disco intervertebral, conforme descrito em Unidade anterior. A sín- fise púbica também é uma articulação cartilaginosa, e está entre os ossos púbis Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral28 direito e esquerdo, na linha mediana do corpo, sendo que há um disco interpú- bico entre os dois ossos. É importante lembrar que nas articulações cartilagino- sas (tais como, a lombossacral e a sínfise púbica), há pouco movimento. O cíngulo do membro superior é um local de inserção dos principais músculos responsáveis pelos movimentos das articulações do quadril e do joelho. Seus movimentos são necessários para posicionar a articulação do quadril a fim de favorecer os movimentos do membro inferior. Esses movimentos acompanham os movimentos do tronco e das coxas para facilitar o posicionamento da articu- lação do quadril e das vértebras da região lombar. Assim, os movimentos do cín- gulo do membro inferior são decorrentes dos movimentos das articulações do quadril e/ou das articulações vertebrais. Antes de apresentar os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro inferior, é importante destacar que esse cíngulo, além de sustentar o peso corporal através da coluna vertebral e transmitir para os ossos do quadril, recebe também as forças de reação do solo e a transmite para coluna vertebral. Ainda, o cíngulo do membro inferior sustenta e protege as vís- ceras pélvicas (LIPPERT, 2013). Os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro inferior (Figura 9) são: inclinação anterior e inclinação posterior, no plano sagital (Figura 9A); inclina- ção lateral (direita, esquerda), no plano frontal (Figura 9B); e rotação anterior e posterior, no plano transverso (Figura 9C). A inclinação anterior é uma inclinação da pelve para frente e para baixo, e ocorre quando há hiperextensão da coluna lombar e/ou flexão da articulação do quadril. A inclinação posterior é uma incli- nação da pelve para trás e para cima, e ocorre quando há flexão da coluna lombar e/ou (hiper)extensão da articulação do quadril. A inclinação lateral ocorre quando as espinhas ilíacas anterossuperiores não estão niveladas, sendo que a direção (direita, esquerda) é definida como sendo o lado que se movimento para baixo, conforme indicado na Figura 9B. Por fim, rotação anterior e posterior ocorre quando um lado da pelve se movimenta na direção anterior ou posterior, res- pectivamente, em relação ao lado contralateral, sendo os pontos de referência importantes para observar essa movimentação, as espinhas ilíacas anterossu- periores. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral29 Figura 9 – Ilustração sobre os movimentos que ocorrem no cíngulo do membro inferior. Legenda: EIAS = Espinhas Ilíacas Anterossuperiores Fonte: Adaptada de LIPPERT (2013) Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral30 #ParaTodosVerem: a figura é composta por três partes, rotuladas como A, B e C, que ilustram diferentes movimentos da pelve e da co- luna vertebral. Na parte A, são mostradas três vistas laterais da coluna vertebral e da pelve, destacando a posição da sínfise púbica e da EIAS (Espinha Ilíaca Ântero-Superior): a primeira figura representa a posi- ção neutra, com a coluna e a pelve alinhadas verticalmente; a segunda figura mostra a inclinação anterior da pelve, onde a sínfise púbica move-se para trás e a coluna se curva para frente; a terceira figura ilustra a inclinação posterior da pelve, onde a sínfise púbica move-se para frente e a coluna se curva para trás. Na parte B, a figura mostra uma visão frontal da pelve: à esquerda, a pelve está em posição neutra, com as EIAS alinhadas horizontalmente; à direita, a pelve apresenta uma inclinação lateral, onde uma das EIAS está mais elevada que a outra, indicando uma inclinação lateral. Na parte C, são mostradas três posições diferentes de uma pessoa deitada de costas com as per- nas flexionadas, vista de cima: a figura A mostra a pelve em posição neutra, a figura B mostra a rotação interna do quadril, e a figura C mostra a rotação externa do quadril, com setas indicando a direção do movimento da pelve e do quadril em cada posição. Fim da descrição. Ao contrário do cíngulo do membro superior, no cíngulo do membro inferior não tem grupos muscular que atua na pelve. Membro Inferior Esses elementos são os grandes responsáveis pela sustentação do tronco e membro superior e pela interação entre o nosso corpo e a superfície de contato. Importante! O membro inferior é constituído das articulações do quadril, joelho e da estrutura do tornozelo e pé. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral31 Conforme apresentado no Quadro 4, o movimento de qualquer segmento corpo- ral do membro inferior influencia o lado contralateral do corpo. Assim, é impor- tante avaliar ambos os lados durante a execução das diferentes habilidades mo- toras executadas pelo membro inferior, ao invés de lado direito e esquerdo iso- ladamente. Articulação do Quadril A articulação do quadril é sinovial esferoidal e é triaxial (movimentos ocorrem nos três eixos de movimento – longitudinal, anteroposterior e médio-lateral). Essa articulação está entre a cabeça do fêmur e acetábulo da pelve, e permite que a coxa seja movimentada com grande amplitude de movimento nos três planos. Os movimentos que ocorrem na articulação do quadril, de acordo com o plano de movimento são: no plano sagital, flexão, extensão e hiperextensão; no plano frontal, abdução e adução; no plano transverso, rotação medial, rotação lateral, abdução horizontal, adução horizontal; e nos três planos, circundução. Para vi- sualização de cada um desses movimentos, consulte os livros de Biomecânica que constam no Material complementar, os quais apresentam ilustrações desses movimentos. De modo geral, a localização dos músculos da articulação do quadril e da pelve determina a ação muscular (FLOYD, 2011). Enquanto os músculos uniarticulares atuam somente na articulação do quadril, os músculos biarticulares executam uma ação na articulação do quadril e outra na articulação do joelho. Os principais músculos uniarticulares da articulação do quadril são: iliopsoas (formado pelo ilíaco e psoas maior), pectíneo, adutor magno, adutor longo, adutor curto, glú- teo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e rotadores profundos; e os principais músculos biarticulares dessa articulação são: reto femoral, sartório, grácil, se- mimembranáceo, semitendíneo, bíceps femoral, tensor dafáscia lata (LIPERT, 2013). A Tabela 8 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral32 Tabela 8 – Músculos da articulação do quadril e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Iliopsoas (ilíaco e psoas maior) Flexão Reto femoral Flexão Sartório Flexão, abdução, rotação lateral Bíceps femoral Extensão Semitendíneo Extensão Semimembranáceo Extensão Glúteo máximo Extensão, hiperextensão, rotação lateral Rotadores laterais Piriforme Gêmeo superior Gêmeo inferior Obturador interno Obturador externo Quadrado femoral Rotação lateral Glúteo médio Abdução Glúteo mínimo Abdução, rotação medial Tensor da fáscia lata Flexão, abdução Pectíneo Adução Adutor Longo Curto Magno Adução Grácil Adução Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral33 Articulação do Joelho As articulações tibiofemurais são sinovial em gínglimo e estão entre os côndi- los laterais e mediais da tíbia e do fêmur. São as principais articulações do joelho para movimentar a perna em relação à coxa e vice-versa. Os movimentos que ocorrem nessas articulações são flexão e extensão, no plano sagital. Porém, ao contrário da articulação do cotovelo, as articulações tibiofemurais não são con- sideradas do tipo gínglimo verdadeiro, pois permitem movimento de rotação Você sabia? Conseguimos apresentar maior amplitude de movimento durante a flexão da articulação do quadril (movimento da coxa em direção ao tronco ou do tronco em direção à coxa) com o joelho flexionado do que com o joelho estendido. Isso acontece porque com a extensão do joelho, os músculos posteriores da coxa (“isquiotibiais”: bíceps fe- moral, semitendíneo e semimembranáceo), que são flexores da arti- culação do joelho e extensores da articulação do quadril estão mais encurtados do que quando o joelho está flexionado e, consequente- mente, apresentam maior possibilidade de aumentar seu compri- mento durante a flexão do quadril com o joelho flexionado. Atenção! O joelho é considerado uma estrutura que não apresenta esta- bilidade óssea, devido às características das superfícies ósseas que são conectadas para formar suas articulações, sendo que são os músculos e os ligamentos que mantêm essa articulação estável. Apesar de nos referirmos simplesmente à articulação do joelho, essa estrutura contém quatro articulações, sendo duas articulações tibiofemurais, uma articulação patelofemo- ral e uma articulação tibiofemural proximal. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral34 (plano transverso) discreto que acompanha os movimentos de flexão e extensão (LIPPERT, 2013), e quando o joelho está em flexão, é possível maior amplitude de movimento de rotação. Os movimentos de abdução e adução, no plano fron- tal, são possíveis de serem executados somente de forma passiva (HALL, 2016). A articulação patelofemurla é uma articulação sinovial plana e está entre a pa- tela e os côndilos do fêmur. Tendo em vista que as principais funções da patela são aumentar a vantagem mecânica do músculo quadríceps femoral (reto femo- ral, vastos lateral, medial e intermédio) e proteger a articulação do joelho, essa articulação auxilia os movimentos das articulações tibiofemurais, e juntas sus- tentam o peso corporal. Por fim, a articulação tibiofemural proximal tem pouca influência nos movimentos do joelho e é responsável por dissipar as cargas de torção decorrentes da movimentação dos pés e pela absorção e controle das car- gas de tensão que são aplicadas no membro inferior (HALL, 2013). Os principais músculos da articulação do joelho são vasto lateral, vasto me- dial, vasto intermédio, bíceps femoral, poplíteo, reto femoral, semitendíneo, se- mimembranáceo, grácil, tensor da fáscia lata e gastrocnêmio. A Tabela 9 apre- senta os movimentos articulares que esses músculos são responsáveis. Tabela 9 – Músculos da articulação do joelho e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Reto femoral Extensão Vasto Lateral Intermédio Medial Extensão Bíceps femoral Flexão Semimembranáceo Flexão Semitendíneo Flexão Poplíteo Flexão (somente o início) Gastrocnêmio Flexão Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral35 Estrutura do Tornozelo Outras articulações que fazem parte da estrutura do tornozelo são a articula- ção subtalar (ou talocalcânea), que está entre a face articular calcânea do tálus e a face articular talar do calcâneo; e a articulação transversa do tarso, que está entre as faces articulares anteriores do tálus e calcâneo e as faces articulares posteri- ores do navicular e cuboide. Funcionalmente, não é possível separar essas duas articulações e, para simplificar, os movimentos que ocorrem nelas são denomi- nados inversão e eversão (LIPPERT, 2013). De acordo com Lippert (2013), os mo- vimentos de flexão plantar e dorsiflexão que ocorrem na articulação do “torno- zelo”, ocorrem principalmente na articulação talocrural, e os movimentos de inversão e eversão ocorrem na articulação do “tornozelo”, ocorrem principal- mente nas articulações talocalcânea e transversa do tarso. Os principais músculos da articulação do “tornozelo” são tibial anterior, gas- trocnêmio, sóleo, fibular longo, fibular curto, tibial posterior (LIPERT, 2013). A Tabela 10 apresenta os movimentos articulares que esses músculos são respon- sáveis. Atenção! Apesar do termo “tornozelo” ser comumente utilizado, o nome correto da articulação que une o pé e a perna é articulação talo- crural, que está entre a face inferior da extremidade distal da tíbia e a tróclea do tálus. Essa articulação é sinovial em gín- glimo e é responsável pela maior parte dos movimentos entre o pé e a perna. Os movimentos que ocorrem na articulação do “tornozelo” são flexão plantar e dorsiflexão, ambos no plano sagital. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral36 Tabela 10 – Músculos da articulação do “tornozelo” e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Tibial anterior Dorsiflexão, inversão Gastrocnêmio Flexão plantar Sóleo Flexão plantar Fibular longo Eversão Fibular curto Eversão Tibial posterior Inversão, auxilia na flexão plantar Estrutura do Pé As articulações do pé são as articulações tarsometatársicas, intermetatársi- cas, metatarsofalângicas e interfalângicas. De modo geral, as articulações tar- sometatársicas se encontram entre os ossos do tarso e as extremidades proxi- mais dos ossos metatarpos; as articulações metatarsofalângicas se encontram entre as extremidades distais dos ossos metatarsos e as falanges proximais; e as articulações interfalângicas se encontram entre as falanges. Os movimentos de flexão, extensão e hiperextensão (plano sagital), e de abdução e adução (plano frontal) ocorrem nas articulações metatarsofalângicas e interfalângicas. No pé, temos os músculos extrínsecos, que cruzam o tornozelo, e os músculos intrínsecos, que têm origem e inserção no pé. A maioria dos músculos Atenção! O pé, que é a extremidade mais distal do membro inferior, é considerado uma estrutura complexa, pois contém vários ele- mentos (ossos, articulações e músculos), da mesma forma que a mão.Os 26 ossos do pé e as numerosas articulações formam a base de sustentação do corpo na posição ereta, e o formato desses ossos proporcionam adaptação do nosso corpo em dife- rentes tipos de superfície a absorvem o impacto que ocorre na interação entre o pé e a superfície de contato (HALL, 2016). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral37 intrínsecos do pé está disposta em quatro camadas da superfície plantar (FLOYD, 2011). Não é objetivo desta Unidade apresentar todos esses músculos, portanto, caso tenha interesse em estudar mais detalhadamente a estrutura do pé, sugere- se que consulte Floyd (2011) e Lippert (2013). Nesta Unidade, apresentaremos somente os principais músculos e seus respectivos movimentos, sendo eles fle- xor longo do hálux, flexor longo dos dedos, extensor longo do hálux e extensor longo dos dedos (LIPERT, 2013). A Tabela 11 apresenta os movimentos articula- res que esses os músculos são responsáveis. Tabela 11 – Principais músculos extrínsecos do pé e seus respectivos movimentos articulares Músculo Movimentos articulares Flexor longo do hálux Flexão do hálux Flexor longo dos dedos Flexão do demais dedos Extensor longo do hálux Extensão do hálux Extensor longo dos dedos Extensão dos demais dedos Quadro 5 – Membro inferior Articulação Movimento Plano de movimento Músculo (s) agonista(s) primário(s) Quadril* Flexão Sagital Reto femoral, iliopsoas, pectíneo Extensão Sagital Glúteo máximo, semitendí- neo, semimembranáceo, bíceps femoral (cabeça longa) Hiperextensão Sagital Glúteo máximo Saiba Mais O quadro a seguir é apresentado com intuito de facilitar o seu estudo e consultas futuras, principalmente quando estiver atu- ando profissionalmente. Cabe ressaltar que este Quadro foi ela- borado com base nas informações apresentadas por Lippert (2013). Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral38 Articulação Movimento Plano de movimento Músculo (s) agonista(s) primário(s) Abdução Frontal Glúteo médio, glúteo mí- nimo Adução Frontal Pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno, grácil Rotação medial Transverso Glúteo mínimo Rotação lateral Transverso Glúteo máximo, rotadores profundos Abdução hori- zontal Transverso Flexores do quadril para elevação do fêmur (iliop- soas), abdutor do quadril (glúteo médio) Adução horizon- tal Transverso Flexores do quadril para elevação do fêmur (iliop- soas), adutores do quadril (adutor longo, adutor curto, adutor magno, grá- cil) Tibiofemural (joelho) Flexão Sagital Semimembranáceo, semi- tendíneo, bíceps femoral, poplíteo, gastrocnêmio Extensão Sagital Reto femoral, vasto lateral, vasto intermédio, vasto la- teral Talocrural (tornozelo) Flexão plantar Sagital Gastrocnêmio, sóleo Dorsiflexão Sagital Tibial anterior Subtalar (talocalcânea) Inversão Frontal Tibial anterior, tibial poste- rior Eversão Frontal Fibular longo, fibular curto Legenda: * para a combinação dos movimentos de flexão e abdução do quadril, o músculo ago- nista primário é o tensor da fáscia lata. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral39 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Localização dos Músculos dos Membros inferiores https://www.youtube.com/watch?v=9TbyGPMx6Vg Biomecânica da Corrida - 100 Metros Rasos em 100 anos e o Diferencial de Usain Bolt https://youtu.be/sd1rIxkL_Qs?si=bZQM6WvgWHCNeJEU SALTO em distância. [20--]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UYS13_l5yEk Lívros Atlas fotográfico de Anatomia COLICIGNO, P. R. C. et al. Atlas fotográfico de Anatomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. Biomecânica básica HALL, S. J. Biomecânica básica. 5. ed. São Paulo: Manole, 2009. Bases biomecânicas do movimento humano HAMILL, J.; KNUTZEN, K. Bases biomecânicas do movimento humano. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2008. Biomecânica do esporte e do exercício MCGINNIS, P. M. Biomecânica do esporte e do exercício. Porto Alegre, RS: Ar- tmed, 2015. Fundamentos de Cinesiologia e Biomecânica do Treinamento Aspectos Biomecânicos Aplicados aos Segmentos Corporais: Membro Superior e Superior, Pelve, Tronco e Coluna Vertebral40 Referências FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia estrutural. 16. ed. Barueri, SP: Manole, 2011. HALL, S. Biomecânica Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. LIPPERT, L. S. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.