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Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
Doenças Benignas das Mamas 
 
 
A mama é um anexo da epiderme, provém do Ectoderma. A partir da 6ª semana são formadas 
as Cristas Lácteas, ou Linhas do Leite, que vão desde a região inguinal até a região axilar.Começa 
então, a ter uma proliferação da crista mamária, e esse tecido começa a invadir o mesenquima 
e começa a proliferar e formar os conductos lactíferos, que futuramente vão dar origem a mama. 
A partir da 7ª a 9ª semana todas as demais cristas, que estão na linha mamária, irão começar a 
desaparecer e permanecem apenas as duas que estão sob o músculo peitoral. 
A mama é dividida em diversos lobos, e entre os lobos temos o tecido estromal composto de 
colágeno, e diversas outras substâncias, e dentro de cada lobo tem os lóbulos. O lobo contém 
os lóbulos, os ductos lactíferos, os ácinos e os ductos terminais. O tecido que recobre os lóbulos 
é um tecido Mioepitelial, composto de músculo liso e epitélio, responde a ação da ocitocina para 
que haja a ejeção do leite, e também responde a ação da prolactina, com a função de produzir 
o leite. 
Os ligamentos de Cooper mantém a arquitetura mamária, a mulher jovem tem a mama protusa, 
enrijecida, por causa da grande quantidade de ligamentos de Cooper que tem, que são 
compostos por colágeno, queratina, tecido fibroso. Conforme vai envelhecendo, principalmente 
quando começa a perder estrogênio, o tecido perde colágeno, começa a ficar flácido.O tecido 
adiposo faz o preenchimento e a proteção das glândulas. 
A mama é dividida em 4 quadrantes, horizontal e vertical, tudo que está para fora o mamilo são 
os quadrantes laterais, e o que está para dentro são os quadrantes mediais. E no cento tem o 
CAP - complexo areolo papilar. O quadrante superior lateral, é o mais acometido por câncer. 
 
 
Vascularização da Mama 
 
A grande maioria dos vasos que irrigam a mama provém da artéria mamária interna, cerca de 
60% da vascularização, e 30% da artéria torácica lateral, e 10 % dos ramos intercostais. Tanto a 
mamária interna quanto a torácica lateral são ramos da subclávia, são vasos de alta pressão, se 
romper um vaso desses, a paciente pode sangrar muito. 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
 
Drenagem Linfática da Mama 
A maior parte da drenagem linfática da mama se faz pela cadeia axilar, mesmos os tumores que 
estão nos quadrantes internos. Por isso quando vamos palpar as mamas, devemos palpar as 
axilas. O Linfonodo Sentinela é o 1º ramo afetado por uma metástase em casos de câncer, 
procuramos por ele na axila. O sentido da proliferação é sempre debaixo para cima, de inferior 
para superior, por isso se tem nódulo na axila, tem na supraclavicular. Por isso no estadiamento 
do câncer de mama, um dos parâmetros seguido é o número de linfonodos afetados, e a 
localização deles. São divididos em 3 níveis: 
• Nível I ou Axilar inferior 
• Nível II ou Axilar médio 
• Nível III ou Axilar Apical 
Se tiver linfonodos afetados somente no nível I o prognóstico dessa paciente é muito melhor do 
que se já tiver linfonodos afetados no nível III. 
 
Patologias Mamárias 
São divididas em Benignas, Carcinomas (malignas) e Tumor Filoides, que pode ser benigno ou 
maligno. 
Patologias Benignas: 
• Elas provêm das alterações funcionais benignas das mamas. 
• São decorrentes das respostas das mamas às flutuações hormonais próprias do ciclo 
menstrual 
• Fibrose 
• Cistos 
• Hiperplasia epitelial 
• Hiperplasia estromal 
• Dor e nodularidade mamária que costuma piorar no período pré-menstrual por causa 
da ação da progesterona. 
• Tendem a desaparecer na menopausa, porque não tem mais o ciclo Estroprogestativo 
proveniente do ovário. 
Cistos Mamários 
• São as patologias mais comuns decorrentes do ciclo menstrual 
• São alterações que ocorrem nos lóbulos mamários 
• Podem ser microscópicos e não palpáveis na maioria dos casos 
• Mas tem cistos Macroscópicos e palpáveis 
• São raros na Menopausa 
• Macios 
• Contornos regulares 
• Móveis 
• Se deforma sobre pressão, são compressíveis. 
• Cresce rápido 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
 
Diagnóstico: 
• Anamnese – reclama de nódulo macio, mole, porque o cisto é uma cavidade cheia de 
líquido. Aumenta no período pré-menstrual e depois que a menstruação passa ele 
diminui de tamanho. Sente dor no período pré-menstrual, e dor a palpação. 
• Inspeção 
• Palpação 
• Expressão 
• Exames de imagem: USG 
Fisiologia do Cisto 
A fisiologia da dor mamária, e a fisiologia do cisto, se confundem. 
No início do ciclo menstrual tem somente estrogênio, ele prolifera o tecido mamário, ativa o 
epitélio dos lóbulos, aparecem nodularidades e espessamentos. Se tem proliferação do epitélio, 
ele pode produzir secreção, com isso muitas vezes terá descargas papilares decorrentes do 
estímulo estrogênico. Na época da ovulação começa a produzir progesterona, também tem boa 
quantidade de estrogênio, então faz uma ação cinérgica entre estrogênio e progesterona sobre 
o tecido epitelial da mama. A progesterona vai dilatar o tecido epitelial e os vasos sanguíneos 
da mama, o líquido que está no 3º espaço sai e gera edema e dor. 
Além de ativar o epitélio, a progesterona e o estrogênio ativam também o estroma entre as 
glândulas, o estroma ativado vai aumentar a produção de colágeno e a produção de 
proteoglicans, que aumenta a retenção de líquido piorando o edema, por isso no período pré-
menstrual a dor mamária é muito grande. 
Cisto Simples: 
Cavidade preta com sombra branca (reforço acústico posterior), fica quadrado na imagem, 
porque ele é mole, fica com o formato do transdutor. 
• Menor que 2 cm não faz nada 
• Maior que 2 cm - Punção Aspirativa com Agulha Fina – PAAF (categoria 2 faz PAAF). 
• Observar, se desaparecer a lesão controle em 6 meses 
• Se tem sangue na aspiração, cisto suspeito, tem que retirar. 
Cisto Complexo: 
Se tem sólido dentro do cisto é complexo, independente do tamanho. 
• Exerese Cirúrgica 
• Protocolo da Febrasgo – retirada do Cisto 
Conduta: 
• Explicar que é decorrente das flutuações hormonais do ciclo menstrual 
• Tranquilizar a paciente 
• Complementos alimentares – Vitamina E, é 1 antioxidante, melhora a dor, diminui 
efeitos deletérios, não trata. 
 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
Mastalgia 
Pode ser de 3 tipos: 
• Cíclica: relacionada ao ciclo menstrual,bilateral, difusa, piora no período pré-menstrual 
porque retém mais líquido, jovens, só o período da menacme. 
• Acíclica: Decorrente de processos inflamatórios dos traumas, queimação, intermitente, 
unilateral, mulheres de 40 a 59 anos 
• Dor Extramamária: decorrentes de outras patologias que vão refletir na mama, neurite 
intercostal, dor referida, dor muscular, fibromialgia, síndrome Tietze, doença de 
Mondor. 
Diagnóstico é clínico, principalmente da mastalgia cíclica. 
Síndrome de Tietze 
É um processo inflamatório das articulações externo costais, faz um processo inflamatório nessa 
região e quando palpamos as articulações a paciente sente muita dor, e a dor reflete para as 
mamas, principalmente para os quadrantes mediais. A dor piora ao pegar peso, fazer esforço, 
ou encostar as mamas em algum lugar. 
Doença de Mondor 
• É uma tromboflebite na veia axilar lateral. 
• Forma um cordão fibroso e espessado na região subctânea da mama. 
• Vai desde a aoréla até a axila. 
• Mutias vezes associado a eritema. 
• Vai ter dor e retração do local. 
• A doença de Mondor pode ser a 1ª manifestação de um Carcinoma de mama 
• Costuma aparecer nas pacientes que tem carcinoma. 
• Fazer mamografia 
Diagnóstico de Dor Mamária 
• Anamnese e exame físico 
• Mastalgia cíclica: orientar e tranquilizar a paciente. 
• Orientar a deixar a mama apertada, com top apertado, tipo de academia. 
• Orientar compressa quente (quando estiver frio) e compressa fria (quando estiver 
quente). 
• Se não houver melhora,prescreve analgésicos (Piroxicam), não pode corticóide. 
• Se não melhorar receita Tamoxifeno 10 mg/dia 3 a 6 meses, não pode mais de 6 meses 
por que pode dar lesão no endométrio, e diminui ação de estrogênio pode ter perda de 
massa óssea, osteoporose. Se persistir encaminhar para Mastologista. 
• Mastalgia Acíclica: tratar a causa específica. 
 
 
 
 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
Descargas Papilares 
Benignas: Mastites, galactorréia, ectasia ductal, processos inflamatórios 
• Bilaterais 
• Multiductais 
• Não espontâneas, devem ser provocadas 
• Coloração esverdiada, pode ter secreção purulenta, leitosa, amarelo esverdiado, 
amarronzado. 
Malignas: Papiloma Intraductal e Carcinoma 
• Uniductal 
• Unilateral 
• Espontanea 
• Secreção sanguinolenta, secreção serosa misturada com sangue 
• Água de rocha 
Conduta: 
Se tem um fluxo papilar espontâneo suspeito 
• Biópsia da lesão e encaminhar para tratamento 
• Se tiver lesão suspeita – e os exames estiverem negativos, retirar o ducto que está 
sangrando, por que pode ter uma lesão indetectável. 
Mastites 
Lactacionais / Puerperais 
Não Lactacionais: 
• Mastite da Tuberculose: específica 
• Periareolar Recidivante 
• Ectasia Ductal 
• Granulomatosa idioática 
Mastite Puerperal: 
• Costuma aparecer de 2 a 6 semanas após o parto 
• Fissuras na pele 
• Staphylococcus aureus – adentram para dentro dos ductos através das fissuras 
• Quadro característico: Febre, dor, edema, eritema, secreção purulenta, Abcessos. 
• Diagnóstico é clínico 
• USG só faz na suspeita de abcesso mamário 
• Se conseguir fazer cultura 
• Tratamento imediato – Cefalexina de 6/6 horas de 7 a 14 dias 
• Vancomicina só pode usar em ambiente hospitalar, para paciente que está com abcesso 
que precisa fazer drenagem cirúrgica. 
• Antibiótico não é contra indicação para amamentar. 
• Manter a amamentação – evitar ingurgitamento 
• Fazer massagem – ordenha para sair a secreção 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
• Abcessos: sempre fazer USG e Drenagem 
Mastite Periareolar Recidivante: 
• Mulheres entre 30 e 40 anos 
• Tabagismo 
• Metaplasia escamosa do tecido mamário 
• Tumor e espessamento periareolar e sinais flogísticos 
• Bem parecido com uma mastite puerperal, mas a paciente não está amamentando. 
• Diagnóstico diferencial: Carcinoma inflamatório. 
• Tratamento: Clindamicina 600 mg 6/6 horas (2 comprimidos de 300 mg) por 14 a 21 
dias – 1ª escolha 
• Excisão cirúrgica 
• Se não tratada corretamente pode virar um abcesso, abcesso tem que drenar. Se for 
imunossuprimido faz drenagem cirúrgica. 
Mastite da Tuberculose: 
• Pacientes que tem tuberculose pulmonar 
• Pacientes portadoras de HIV 
• Nódulo que cresce aos poucos com sinais inflamatórios e flogísticos, e forma fístulas 
com saída de secreção espessa caseosa 
• Na biópsia vai ver necrose caseosa (caseína, semelhante a leite coalhado) 
• Retração de pele, mamilo 
Mastite Granulomatosa Idiopática 
• Doença inflamatória autoimune 
• Reação granulomatosa 
• Biópsia: células epitelióides gigantes 
• Mais de 50 anos 
• Pode ter infecção bacteriana associada 
• USG ver diversas lesões espalhadas em coleções líquidas disformes, espalhadas por toda 
mama. 
• Na biópsia células gigantes e granulomas não caseosos. 
• Tratamento: Predinisona 40 mg /dia por 2 a 4 semanas associado com Metotrexatato 
15 mg/sem + Acido fólico. Se tiver processo infeccioso associado, suspende metotrexato 
e usa Tetraciclina 500 mg 6/6h por 2 a 4 semanas.Costuma dar muita reicidiva. 
Mastite da Ectasia Ductal 
• São ductos dilatados 
• Deposição de restos de gorduras e restos celulares que obstruem os ductos 
• Favorece a proliferação de bactérias 
• Surge um Tumor ou espessamento retroareolar 
• Fluxo papilar purulento, seboso, oleoso, por que tem lipídeo la dentro 
• Mamografia – aumento da densidade retroareolar e calcificações grosseiras 
• USG: Imagens anecóicas tubulares e serpiginosas, com debris em seu interior 
• Diagnóstico diferencial com carcinoma inflamatório. 
• Tratamento: igual ao da mastite periareolar recidivante e retirada cirúrgica 
Alana Valéria 
Cuidados em Saúde da Mulher - FAM 
 
Fibroadenoma: 
• São os tumores benignos mais comuns das mamas 
• Mulheres jovens 
• Múltiplos na maioria das vezes, mas pode encontrar únicos 
• Muito semelhantes aos cistos 
• Firmes, regulares, de consistência fibroelástica, mais rígidos que os cistos 
• Móveis 
Características Ultrassonográficas de Benignidade 
• Forma: redonda, elipsoide ou com até 3 reentrâncias – ovo deitado 
• Margens bem definidas 
• Não tem distorção arquitetural 
• Relação altura/largura menor que 1, a largura é sempre maior que a altura 
• Não tem sombra acústica 
• Tamanho menor que 2 cm 
• Acompanhar o crescimento, se crescer 20% em relação ao primeiro USG tem que 
investigar (biópsia). 
Tumor Filóides: 
• Tumor especial que fica entre os benignos e os malignos 
• As vezes benigno, as vezes maligno, ou Limítrofes – intermediário entre benigno e 
maligno 
• Normalmente entre 40 e 59 anos, pode acontecer em qualquer fase da vida 
• Únicos 
• Nódulo estável, antigo, que a paciente ja tinha e cresce de uma vez 
• Hipercelularidade no estroma, diferente dos fibroadenomas que tem hipercelularidade 
dos ductos e do epitélio. 
Conduta: 
• Nódulos de características benignas com menos de 2 cm, não faz nada, só acompanha. 
• Se tem característica suspeitas: Biópsia com agulha grossa 
• Se vier benigno e compatível com a imagem só acompanha, não faz retirada 
• Se vier benigno e inespecífico, ou atipia, ou neoplasia tratamento cirúrgico 
Outros Tumores Benignos 
• Lipomas – composto de gordura 
• Hammartomas – parente dos teratomas, pode se formar em qualquer fase da vida 
• Cistos oleosos – forma galactocele, uma cavidade cheia de leite e gordura, separa a 
parte sólida da parte líquida, a parte oleosa vai subir. Faz punção com agulha um pouco 
mais grossa.

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