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RESUMO DA ERA FHC 
A era FHC (1995-2002) refere-se ao período em que Fernando Henrique Cardoso foi 
presidente do Brasil, governando de 1995 a 2002, após ser eleito em 1994 e reeleito em 
1998. Seu governo foi marcado por profundas transformações econômicas, sociais e 
políticas, além de desafios significativos, como crises financeiras e desigualdades 
regionais. Abaixo, um resumo dos principais marcos de seu governo: 
1. Contexto e ascensão ao poder (1994) 
Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi eleito presidente nas eleições de 1994, após uma 
carreira como sociólogo e ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco. Sua vitória 
foi consolidada após a implementação de um programa econômico bem-sucedido, o 
Plano Real, que ele ajudou a formular. O Plano Real, criado em 1994 para controlar a 
hiperinflação, foi um grande marco de sua trajetória política e teve um impacto 
duradouro no Brasil, proporcionando estabilidade econômica e o surgimento de uma 
nova moeda, o real. 
2. Reformas econômicas e estabilidade (1995-1998) 
Ao assumir a presidência, FHC continuou a política de estabilidade econômica que 
havia sido iniciada durante o governo de Itamar Franco. Entre suas principais ações 
econômicas estão: 
• Plano Real: A estabilização da moeda e o controle da inflação foram as grandes 
conquistas dos primeiros anos de FHC. A implementação do real como nova 
moeda foi um passo crucial para a erradicação da hiperinflação que havia 
assolado o Brasil por décadas. 
• Reformas estruturais: Durante o governo de FHC, houve tentativas de 
implementação de reformas para modernizar a economia brasileira, como: 
o Privatizações de estatais (como a Vale do Rio Doce, Telebrás e outras), 
com o objetivo de abrir a economia e estimular a competitividade. 
o Reforma da Previdência e reforma fiscal (embora esta última não 
tenha sido concluída durante seu governo). 
o Abertura comercial e estímulos a acordos internacionais, com destaque 
para a adesão do Brasil ao Mercosul (o bloco comercial formado com 
Argentina, Uruguai e Paraguai). 
Essas reformas buscaram integrar o Brasil à economia global, reduzir o peso do estado 
na economia e melhorar a competitividade do país. 
3. Crescimento econômico e desafios (1995-1998) 
Nos primeiros anos de seu governo, o Brasil experimentou um crescimento econômico 
significativo, com a inflação sob controle e a economia em recuperação. No entanto, 
FHC enfrentou alguns desafios: 
• Desigualdade social: Apesar da estabilidade macroeconômica, o Brasil manteve 
altos índices de desigualdade social e pobreza, com a distribuição de renda 
permanecendo muito desigual. 
• Dependência de capital estrangeiro: O modelo de abertura econômica, embora 
tenha gerado crescimento, também deixou o Brasil mais dependente de 
investimentos estrangeiros e vulnerável a choques externos. 
4. Reeleição e crise econômica (1998-2002) 
Em 1998, FHC foi reeleito para um segundo mandato. Contudo, seu segundo governo 
foi marcado por sérias dificuldades econômicas: 
• Crise da dívida externa: O Brasil sofreu um impacto negativo devido a crises 
econômicas internacionais, como a crise financeira asiática (1997) e a crise da 
Rússia (1998), que afetaram os mercados financeiros globais. O Brasil enfrentou 
uma grande pressão sobre sua moeda, o real, e seu sistema financeiro. 
• Desvalorização do real: Em 1999, após meses de especulação sobre a 
estabilidade da moeda, o governo de FHC teve que abandonar a paridade 
cambial (o real fixado em relação ao dólar) e o real sofreu uma desvalorização 
significativa. Embora a medida tenha sido necessária para a adaptação do Brasil 
às novas condições econômicas globais, gerou impactos no mercado interno, 
como a alta da inflação e o aumento da dívida externa. 
• Crise fiscal: O Brasil também enfrentou uma crescente crise fiscal, com déficits 
orçamentários e dificuldades para financiar o Estado. A necessidade de ajustes 
fiscais e reformas tornou-se um tema constante. 
5. Políticas sociais e avanços no combate à pobreza 
Embora o foco de FHC tenha sido a estabilização econômica, também houve avanços 
nas áreas sociais: 
• Programas sociais: O governo FHC iniciou o Programa Bolsa-Escola, um dos 
primeiros programas de transferência de renda para famílias pobres, e ampliou 
políticas públicas de educação e saúde. 
• Educação: A gestão de FHC promoveu a expansão do acesso à educação básica 
e a criação de políticas de financiamento estudantil para o ensino superior, como 
o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). 
• Redução da pobreza: A pobreza no Brasil caiu no período, embora de forma 
mais lenta do que o necessário para resolver as desigualdades estruturais do país. 
6. Política externa e globalização 
FHC buscou inserir o Brasil mais ativamente na economia global e fortalecer suas 
relações com países vizinhos e blocos comerciais: 
• Mercosul: FHC consolidou a participação do Brasil no Mercosul, uma 
iniciativa que visava criar um bloco econômico no Cone Sul da América Latina. 
• Acordos internacionais: Durante seu governo, o Brasil se aproximou de 
potências como os Estados Unidos e a União Europeia, além de buscar um papel 
mais ativo nas discussões sobre a globalização e a integração internacional. 
• Confiança internacional: FHC foi bem visto no cenário internacional, sendo 
considerado um defensor da democracia e das reformas econômicas, o que 
contribuiu para a obtenção de empréstimos e investimentos estrangeiros. 
7. Impeachment de Collor e estabilidade política 
Embora FHC tenha sido um presidente relativamente estável politicamente, seu governo 
foi marcado pela continuação do legado das reformas e do impeachment de Fernando 
Collor de Mello (1992), o que, em muitos aspectos, ajudou a consolidar a democracia 
no Brasil após o fim da ditadura militar. 
8. Legado e conclusões 
O legado de Fernando Henrique Cardoso é ambíguo. Por um lado, seu governo é 
lembrado por: 
• A estabilização econômica, especialmente a criação do Plano Real, que trouxe 
inflação sob controle e promoveu um período de crescimento econômico. 
• Reformas estruturais e privatizações que modernizaram setores da economia e 
abriram o Brasil para o comércio internacional. 
• Avanços sociais, com a criação de programas de transferência de renda e a 
expansão do acesso à educação. 
Por outro lado, o governo FHC é criticado por: 
• Persistência da desigualdade social, que não foi combatida de forma efetiva, 
apesar da estabilização econômica. 
• Abertura econômica que, embora tenha levado a crescimento, também resultou 
em maior vulnerabilidade a crises externas e desindustrialização. 
• Crises fiscais e cambiais no segundo mandato, que abalaram a confiança no 
governo e na economia brasileira. 
Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência com uma imagem de estadista 
internacionalmente respeitado, mas com uma base interna dividida, com críticas à sua 
política econômica e à falta de reformas mais profundas na estrutura social brasileira.

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