Engenharia civil

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QUESTÃO 131 A inquietação existencial do autor com a autoimagem Saudosa maloca corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem Se o senhor não tá lembrado Dá licença de contá no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular. Que acá onde agora está B Esse adifício arto na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros. Era uma casa veia Um palacete assobradado na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares. Foi aqui seu moço no ansejo de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados. Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímos nossa maloca na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares. Mas um dia, nós nem pode se alembrá Veio os homis c'as ferramentas QUESTÃO 133 O dono mandô derrubá Tudo no mundo começou com um Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da Peguemos tudo as nossas coisas Pré-História havia a pré-história da pré-história e havia o E fumos pro meio da rua nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei a demolição que o universo jamais começou. Que tristeza que nós sentia [...] Cada táuba que caía Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta Doía no coração continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as BARBOSA A. Saudosa maloca. In: Adoniram Barbosa. Os mimosos coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré- colibris / Saudade da maloca. 1951. [Fragmento] Pré-História já havia os monstros apocalípticos? Se esta No texto em questão, há a utilização de um registro história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir linguístico que não corresponde à norma-padrão da língua. é um fato. Os dois juntos sou eu que escrevo que estou Considerando o contexto retratado, o registro empregado [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aos montes. confere um tom mais leve, beirando ao relato de humor Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado contido na letra da canção. de uma visão gradual há dois anos e meio venho aos B configura um erro por não se adequar à situação poucos descobrindo os É visão da iminência comunicativa apresentada. de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como distancia-se da forma usual da língua, chegando a que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. dificultar sua compreensão. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo como a D permite a inferência do nível educacional em que eu morte parece dizer sobre a vida porque preciso registrar lírico se os fatos antecedentes. E prejudica a aceitabilidade do texto, já que desprestigia a C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. [Fragmento] mensagem emitida. A elaboração de uma narrativa peculiar acompanha a QUESTÃO 132 trajetória literária de Clarice culminada com a obra Verbo ser A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, observa os acontecimentos que narra sob uma ótica um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar distante, sendo aos fatos e às personagens. quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou relata a história sem ter tido a preocupação de investigar a gente só principia a ser quando cresce? É os motivos que levaram aos eventos que a ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão revela-se um sujeito que reflete sobre questões depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. existenciais e sobre a construção do discurso. Er. R. Que ser quando crescer? Sou obrigado a? D admite a dificuldade de escrever uma história em razão Posso escolher? Não dá para entender. Não ser. Não da complexidade para escolher as palavras exatas. quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. metafísica, incomuns na narrativa de ficção. SISTEMA DE ENSINO LCT PROVA PÁGINA 21