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Direito processual civil - Processo de conhecimento 
Petição Inicial. Audiência de Conciliação. Resposta do Réu. Fase 
Postulatória. Contestação 
Direito processual civil - Processo de conhecimento 
Conceito de processo 
Processo é instrumento usado para tornar efetivo um direito material. 
O direito material gera direitos e obrigações, mas não se efetiva sozinho 
por isso há uma relação de instrumentalidade (complementaridade) o 
direto material e o direito processual. É método pelo qual se opera a 
jurisdição, com isso, é meio para acionar o Poder Judiciário, com vistas 
à composição de litígios. 
Escopo do processo 
O escopo principal é aplicação da lei a um caso controvertido, não 
solucionado extraprocessualmente, e cuja solução é pedida pelo autor. 
Todo processo deve ser efetivo, ou seja, deve dar a quem tem direito 
tudo aquilo que tem direito de obter. Para Carnelutti e Chiovenda a 
efetividade é a real finalidade do processo, o escopo do processo, assim, 
é a justa composição da lide (solução desta). 
Normas processuais 
Todas as normas de direito processual são de ordem pública, pois 
destinam-se à regulamentação da prestação jurisdicional do Estado. 
Procedimento 
Assim, é uma sucessão de atos coordenados a partir da iniciativa da 
parte e direcionada a um provimento. É o modo como os atos 
processuais se manifestam e desenvolvem para revelar o processo. 
"Procedimento é o modus operandi do processo". (Carreira Alvim) 
Espécies de procedimento 
A natureza do conflito de interesse a ser solucionado é que define a 
espécie de procedimento. Pode ser comum ou especial. 
Procedimento especial: é aquele disciplinado pela lei. Ex: mandado de 
injunção, habeas data, ação civil pública. 
Procedimento comum: é aquele que não há procedimento especial 
previsto em lei para que seja solucionado o conflito. 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo 
disposição em contrário deste Código ou de lei. 
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente 
aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. 
Art. 272. Parágrafo único: O procedimento especial e o procedimento 
sumário regem-se pelas disposições que lhe são próprias, aplicando-se 
subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário. 
Procedimento comum ordinário: é sempre residual ou seja, se não for 
especial ou comum sumário, será ordinário. 
Procedimento sumário: O procedimento sumário é aquele que 
concentra a prática de determinados atos em uma mesma fase. – Art. 
275 CPC/73. 
Art. 280: No procedimento sumario não são admissíveis a ação 
declaratória incidental e a intervenção de terceiros, salvo a assistência, 
o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato 
de seguro. 
Fases do procedimento comum – CPC/2015 
O procedimento comum no novo CPC, é constituído de 4 fases, dentro 
das quais, são praticados os atos respectivos a cada fase. 
O legislador pretendeu criar um procedimento comum mais célere que 
o ordinário para causas que ele entendeu menos complexa, não 
eliminando os atos próprios de cada fase, mas condensando em 
momentos únicos de forma a acelerar o procedimento comum. 
A vigência do CPC/2015 revoga o código de 73, mas os processos 
pendentes que adotaram o procedimento comum sumário e não tiveram 
sentença prolatada, que tenham regras revogadas, continuaram a serem 
aplicadas no novo código. 
Postulatória: PROVIDENCIAS PRELIMINARES à corresponde a 
petição inicial; a citação do réu e a resposta deste, que pode consistir 
em contestação, exceção ou reconvenção (art. 297). A reconvenção é 
uma espécie de “contra – ataque”, onde o réu reage ao ataque do autor 
no mesmo processo em questão conexa com a ação principal ou com o 
fundamento da defesa (art. 315, CPC).. Normalmente, o juiz decide 
nesta fase as provas a produzir, determina exame pericial, caso pedido, 
e designa audiência de instrução e julgamento. 
Saneadora: DESTINADA A VERIFICAR A REGULARIDADE DO 
PROCESSO à O juiz exerce durante o processo atividades de 
saneamento visando sempre a regularidade do processo. Busca-se 
deixa–ló em ordem com fins de proferir a sentença (art. 331, § 2º., 
CPC). 
- Instrutórias: COLETA DO MATERIAL PROBATÓRIO à Coleta das 
provas, embora as partes já tenham feito a disposição de provas desde 
o início do processo, quando de suas primeiras manifestações. Compete 
à parte instruir a petição inicial, ou a resposta, com os documentos 
destinados a provar-lhe as alegações. Nesta fase, normalmente, são 
colhidas as provas orais e periciais. Havendo revelia (se o réu não 
contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo 
autor) e produzindo-se os efeitos, ou sendo a questão meramente de 
direito e não havendo a necessidade de novas provas, esta fase é 
eliminada. Ocorrerá então o julgamento antecipado da lide. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença 
com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344e não houver 
requerimento de prova, na forma do art. 349. 
- Decisória: PROLAÇÃO DA SENTENÇA DE MÉRITO à após a 
instrução do processo (coleta de provas) e das alegações finais (art. 
454). É o momento no qual o juiz prolata a sentença de mérito. A 
sentença deve ser proferida na própria audiência ou nos dez dias 
posteriores (art. 456- Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, 
o juiz proferirá a sentença desde logo ou no prazo de 10 dias). A 
sentença só adquire valor definitivo quando publicada, isto é, quando 
de sua integração ao processo. 
Art . 281: Findos a instrução e os debates orais, o juiz proferirá sentença 
na própria audiência ou no prazo de 10 dias. 
Para descobrir qual é o procedimento: 
Primeiramente, distinguir se é rito comum ou especial. Se não tiver lei 
especial, será rito processual comum. Após essa verificação, se for 
considerado rito comum, é necessário distinguir se é rito comum 
sumário ou rito comum ordinário, verificando o artigo 275 do CPC/73. 
Se não se enquadrar em nenhuma hipótese do artigo 275, será rito 
Ordinário. 
(Obs:. Verificar no CPC/73 pois no CPC/2015 o procedimento comum 
sumário foi extinto). 
Será distinguido em procedimento comum sumário ou ordinário lendo 
o artigo 275 do CPC/73: 
Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: 
I - nas causas, cujo valor não exceder 20 (vinte) vezes o maior salário 
mínimo vigente no País; 
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do 
salário mínimo; 
II - nas causas, qualquer que seja o valor 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao 
condomínio; 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via 
terrestre; 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em 
acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o 
disposto em legislação especial 
g) nos demais casos previstos em lei. 
g) que versem sobre revogação de doação; 
h) nos demais casos previstos em lei. 
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações 
relativas ao estado e à capacidade das pessoas. 
Ex. Revisional de cláusula processual – Após verificado no código de 
processo civil, é verificado que não há lei especial, será procedimento 
comum. Sendo procedimento comum, é necessário em segundo lugar, 
no código de 73, se seguirá o rito sumário comum ou rito ordinário 
comum. Se não ter rito sumário, será ordinário. 
Pressupostos processuais 
Se dividem em: 
1. Pressupostos de existência 
a-) Subjetivos: 
juiz: órgão investido de jurisdição 
parte: capacidade de ser parte 
b-) Objetivos: existência da demanda 
2. Requisitos e validadeas tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo 
juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos 
públicos ou de concessionárias de serviços públicos. 
A citação por edital ocorre por uma norma que impõe, ou porque o 
citando está em lugar incerto, inacessível, desconhecido, o réu ser 
incerto. Só se requer citação por edital se houver enquadramento nessas 
situações. É preciso diligenciar, ou seja, tentar encontrar a pessoa, 
fazendo diligências próprias, e pedir inclusive ajuda ao juiz, para que 
ele expressa oficio para o BACEN, para a receita. É preciso demonstrar 
ao juízo que foi feita a tentativa de tentar encontrar o réu e não obteve 
êxito, para que o juiz possa deferir a citação por edital. 
Quando não se sabe onde está o réu, é incumbência do demandante 
localizar, fazendo diligencias próprias. 
Desaparecimento não afasta o direito de acesso à justiça. 
Art. 257. São requisitos da citação por edital: 
I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença 
das circunstâncias autorizadoras; 
II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio 
do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional 
de Justiça, que deve ser certificada nos autos; 
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo 
mais de uma, da primeira; 
IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso de 
revelia. 
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital 
seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros 
meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da 
subseção judiciárias. 
Além de todos os requisitos irá constar o prazo de dilação, que pode ser 
de 20 a 60 dias. 
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando 
dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua 
realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo. 
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando 
Aquele que requerer maliciosamente citação por edital, sofrerá sanção 
de 5 vezes o salário-mínimo. 
Art. 259. Serão publicados editais: 
I - na ação de usucapião de imóvel; 
II - na ação de recuperação ou substituição de título ao portador; 
III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, 
a provocação, para participação no processo, de interessados incertos 
ou desconhecidos. 
Litisconsórcio 
É possível que a relação processual envolva pluralidade de sujeitos em 
um dos polos ou em ambos dos polos, é o que chamamos de 
litisconsórcio. Haverá litisconsórcio quando haverá pluralidade em um 
dos polos ou um ambos os polos. 
Haverá a necessidade de existência de uma situação jurídica que 
autorize a formação desse litisconsórcio. A justificativa para formação 
do litisconsórcio está no fato de que muitas vezes uma situação jurídica 
envolve, muitas vezes, mais que um subordinante e mais que um 
subordinado. Não há dúvida que sua formação resulta em economia 
processual. 
O litisconsórcio não pode ser visto como uma forma de intervenção de 
terceiros porque todos que o compõem são partes no processo, 
inexistindo subordinação entre eles. Cada litisconsorte é uma parte 
autônoma e, salvo exceções [02], as condutas de um não prejudicam ou 
beneficiam o outro [03]. Esta autonomia entre os litisconsortes não 
induz, contudo, uma pluralidade de processos; "o processo 
litisconsorcial é uno, com a peculiaridade de que um dos polos da 
relação jurídica processual, ou ambos, abrigam duas ou mais pessoas 
em vez de uma só em cada um deles."[04] 
É importante saber que há situações ou fatos jurídicos que podem 
envolver mais de uma pessoa na condição subordinante e subordinado. 
A pluralidade de sujeito pode ocorrer no momento inicial, ou seja, 
quando o autor demanda, quando a inicial é apresentada, já está 
informado o litisconsórcio. 
O litisconsórcio será ulterior, depois de proposta a ação, por 
determinação do juiz ou qualquer outra razão, quando a pluralidade de 
sujeito acontecer após a distribuição da demanda. 
Quanto ao número de pessoas 
Ativo: pluralidade de autores 
Passivo: pluralidade de réus 
Misto: pluralidade de autores e réus 
Quando a obrigatoriedade 
Pode ser facultativo: ou seja, não é obrigatório. Não exige a sua 
formação, cabe portanto, a parte formar ou não o litisconsórcio. 
Ex: batida de carros por culpa de Joao que cruzou o farol vermelho, 
aquele acidente, causado pelo Joao, fez 3 vitimas. Cada uma dessas 
vítimas, por conta do acidente, tem uma relação jurídica material com 
o Joao, entre vítima e vitimador. Cada vítima tem ação indenizatória 
contra o vitimador. 
Se depois do acidente, as vítimas resolverem juntas, propor a ação 
contra o vitimador, elas se uniram facultamente. Temos 3 ações em um 
único processo. 
Pode ser necessário: 
OBS:. Só há litisconsórcio necessário passivo. 
Porque não há litisconsórcio necessário ativo (não tem consenso ainda 
entre os doutrinadores). - No entanto, quando se discute a existência do 
litisconsórcio ativo necessário, os processualistas não chegam a um 
consenso. A obrigatoriedade da formação de um litisconsórcio no pólo 
ativo da demanda torna-se um problema quando um dos litisconsortes 
não tem interesse na propositura da ação. Com isso, surge o impasse: 
aceitar sua posição e negar ao outro litisconsorte o direito de ação; ou 
compelir o litisconsorte a adentrar a relação processual, ainda que 
contra sua vontade, a fim de resguardar o direito daquele que quer 
procurar a tutela jurisdicional?[10] 
Pela lei ou pela natureza da relação jurídica controvertida. A sentença 
dependerá da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da 
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
É obrigatório. Ex: A vende imóvel para B. C filho de A propõe uma 
ação para anular a escritura. C obrigatoriamente tem que propor a ação 
contra A e B, pois a natureza da relação processual exige. 
Há casos em que a lei impõe. Por ex: a lei impõe a formação de 
litisconsórcio passivo na ação de uso capiao, entre o titular do 
condomínio e os confinantes. 
Pode ocorrer portanto, por imposição legal ou, de acordo com a 
natureza jurídica conflituosa. 
Consequências pela não formação do litisconsórcio necessário: 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do 
contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que 
deveriam ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz 
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser 
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do 
processo. 
Há alguma norma que obrigue a formação do litisconsórcio? 
O juiz quando recebe a petição inicial, verificará se era o caso do 
litisconsórcio necessário. Se não for formado, aplicará o disposto no 
parágrafo único do artigo 115, determinado que o autor regularize o 
polo, trazendo aquele que ficou ausente, pois o litisconsórcio é 
necessário. 
Se o juiz não percebeu que não foi formado o litisconsórcio, poderá 
fazê-lo até o proferimento da sentença. Irá verificar quais são os atos 
viciados e que, portanto, dependiam da observância do contraditório, 
declararam viciados e que o autor regularize e traga para o polo passivo 
o litisconsorte ausente, e a partir do mérito, dará continuará o processo. 
Quanto ao resultado 
Simples: quando a sentença não tiver que ser uniforme para todos os 
litisconsortes. 
Unitário: quando a sentença é uniforme, não pode ser cindida. 
Art. 116. O litisconsórcio seráunitário quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos 
os litisconsortes. 
Prazo interrompido: volta a ser contado por inteiro 
Suspenso: começa a ser contado da onde foi suspenso. 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a 
parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio 
unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os 
outros, mas os poderão beneficiar. 
O código de 2015 esclarece que no caso de litisconsórcio unitário é 
possível a ocorrência do benefício. Trata da autonomia do 
litisconsórcio, cada parte atuará com autonomia. Os atos praticados não 
prejudicarão nem beneficiarão os demais. 
Ex: No litisconsórcio simples, em que a independência, a autonomia é 
real visto que a sentença não precisa ser uniforme para todos os 
litisconsortes, a decisão pode ser diferente para cada um, se o 
litisconsorte confessa a ação, o ato é valido. Se um litisconsorte 
confessa a ação em unitário, é válida mas não tem eficácia, por que a 
decisão precisa ser unitária para todos, ou seja, todos precisariam 
confessar. Portanto, quando excepciona o litisconsórcio unitário não se 
aplica a ele, diante da vinculação que eles têm com o resultado único 
para ambos. 
P2 
 Intervenção de terceiros 
Parte em um processo: o conceito de parte deve restringir-se àquele que 
participa do processo com parcialidade, tendo interesse em 
determinado resultado do julgamento. Parte é quem ocupa polo passivo 
e ativo. 
Maneiras que alguém pode assumir a posição de parte num processo: 
A-) Tomando a iniciativa de instaurá-lo. 
B-) Sendo chamado a juízo para ver-se processar 
C-) Intervindo em processo já existente entre outras pessoas. 
A intervenção de terceiro é fato jurídico processual que implica 
modificação de processo já existente, portanto, não gera processo novo, 
mas, tão só, efeitos subjetivos ou objetivos no processo já em curso. 
Trata-se de ato jurídico processual pelo qual um terceiro, autorizado 
pela lei, ingressa em processo pendente, transformando-se em parte. O 
terceiro poderá ser sujeito do processo participando do contraditório. 
Subjetivamente, o processo pode ser alterado ou ampliado, Ou seja, 
pode-se provocar uma modificação da partes (ex: substituição do réu) 
ou uma ampliação do rol das partes. 
Nos termos objetivos, algumas intervenções ampliam o objeto litigioso, 
com a introdução de uma nova demanda no processo. É o que acontece 
com a denunciação da lide e a desconsideração da personalidade 
jurídica. Há, porém, modalidades interventivas que não geram qualquer 
repercussão objetiva no processo: chamamento ao processo, recurso de 
terceiro e assistência. 
No CPC 2015: Assistência, denunciação da lide, chamamento ao 
processo, desconsideração da personalidade jurídica e “amicus curiae”. 
Intervenção de terceiro espontânea: o terceiro pede para intervir. 
Intervenção de terceiro provada: quando o terceiro é trazido a juízo 
(chamamento ao processo). 
O Direito Processual Civil disciplina os casos em que se permite o 
ingresso de terceiro em juízo, em razão do vínculo que mantém com a 
causa. 
Regra: só é autorizado a intervenção de terceiro que mantenha com a 
causa uma vinculação jurídica. Exceção: admite-se intervenção de 
terceiro por interesse econômico. 
O ingresso de terceiro em processo alheio não é algo deixado à sua 
discrição. A presença de terceiro reclama o controle jurisdicional de sua 
legitimidade. 
Cabimento – Regra geral: as intervenções de terceiro cabem no 
procedimento comum do processo de conhecimento. Porém, a 
assistência, a intervenção de amicus curiae e o incidente da 
desconsideração da personalidade jurídica, também cabem em 
execução. 
Obs:. Juizado especiais cíveis: No procedimento dos juizados especiais 
cíveis, de acordo com o art. 10, lei n 9.099/1995, não se admite 
intervenção de terceiro. Entretanto, o artigo 1062 do CPC, permitiu o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica no âmbito dos 
Juizados Especiais Cíveis. 
Espécies: 
1. ASSISTÊNCIA 
O terceiro ingressa em processo alheio para auxiliar uma das partes. 
Pode ocorrer em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não 
transitar em julgado a decisão. A assistência é admissível em qualquer 
procedimento. 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro 
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas 
poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento 
e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no 
estado em que se encontre. 
Permite-se a assistência porque esse terceiro pode vir a sofrer prejuízos 
jurídicos com a prolação da decisão contra o assistido. A intervenção 
permite ao assistente, de certo modo, tentar influenciar no julgamento 
da causa. 
O interesse jurídico é pressuposto de intervenção. Este é manifestado 
pelo fato do terceiro manter relação jurídica vinculada à que está 
deduzida. Não se autoriza a assistência quando o interesse for 
meramente econômico ou afetivo. 
A assistência é intervenção de terceiro espontânea. O terceiro peticiona 
ao juiz, expondo os fatos e razões pelas quais tem interesse jurídico na 
demanda. As partes serão intimada a se manifestar, salvo se não houver 
rejeição liminar. Não havendo impugnação dentro de 15 dias, o pedido 
do assistente será deferido, se o magistrado reconhecer legitimidade 
para intervir. 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o 
pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente 
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem 
suspensão do processo. (quando há impugnação). 
Da decisão do incidente ou da decisão que rejeitar liminarmente a 
intervenção, cabe agravo de instrumento. 
§ Assistência simples 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, 
exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus 
processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o 
assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 
Na assistência simples, o terceiro ingressa no feito afirmando-se titular 
da relação jurídica conexa àquela que está sendo discutida. O assistente 
simples visa à vitória do assistido, tendo em vista o reflexo que a 
decisão possa ter em relação jurídica entre eles. 
O terceiro intervém para ser parte auxiliar – sujeito parcial – mas em 
que, em razão de o objeto litigioso do processo não lhe dizer respeito 
diretamente, fica submetido à vontade do assistido. 
Limita-se o assistente a auxiliar a parte principal, utilizando-se dos 
meios processuais postos à disposição dele: poderá requerer provas, 
apresentar razões de mérito etc. O auxílio do assistente simples envolve 
o exercício dos poderes que a parte principal tem, com algumas 
limitações, ou seja, exercerá os mesmos poderes da parte principal, e 
estará sujeito a ônus. 
Assume a responsabilidade pelo pagamento das custas na proporção da 
atividade que tiver exercido, visto que assistente simples é parte: sujeito 
parcial do contraditório, não por acaso arca com as despesas 
processuais, se submete aos deveres processuais de parte, assume as 
situações processuais ativas. É parte, porém, parte auxiliar. 
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao 
pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido 
no processo. 
O assistente simples atua no processo como legitimado extraordinário, 
pois em nome próprio, auxilia a defesa de direito alheio. 
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito 
sobre o que se funda a ação ou transijasobre direitos controvertidos. 
A parte principal não está impedida pela assistência simples visto que 
o fato de um terceiro intervir como assistente não tira a independência 
do assistido, já que o assistido poderá fazer acordo. O assistente que 
atua no limite do assistido, ele não pode contrariar a sua vontade. 
Obs:. Desistir da ação: só o autor desiste da ação. Ele é o assistido 
Renunciar ao direito: só o autor pode fazer; é o assistido. 
Transigir sobre direitos controvertidos: tanto réu como autor. 
Obs:. Parágrafo único, art. 121: Sendo revel ou, de qualquer outro 
modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto 
processual, ou seja, atuará em nome próprio, na defesa de interesses do 
assistido: A revelia do assistido não produz efeitos ante a atuação do 
assistente simples, que cumpre, exatamente, o seu papel de parte 
auxiliar, evitando consequências dessa conduta omissiva. 
No parágrafo supra, quando é dito “ou qualquer outro modo, omisso”, 
deixa-se claro que o assistente simples pode suprir qualquer omissão 
do assistido, não apenas à revelia. 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que 
interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir 
a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
Justiça da decisão: é não poder discutir os fundamentos da decisão 
proferida contra o assistido. 
Ex: O tabelião que intervém como assistente simples em um processo 
em que se pretende invalidar a escritura pública por ele lavrada, em 
razão de dolo, não poderá, depois, em processo de ação regressiva, 
discutir a existência do dolo, premissa que foi levada em consideração 
na sentença proferida no primeiro processo. 
Entretanto, há duas hipóteses em que o assistente simples poderá 
escapar à eficácia da intervenção: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos 
atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir 
na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o 
assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 
O assistente simples, alega em suma, que não pode ficar vinculado à 
justiça da decisão pois o processo foi mal conduzido pelo assistido. 
Assim, uma vez demandado em outro processo, poderá o assistente 
simples alegar uma dessas duas hipóteses, com o objetivo de 
desconstituir a eficácia da intervenção. Essas alegações que são 
questões de defesa do assistente simples, são chamadas de excpetio 
male gesti processus: exceção da má-gestão processual. 
§ Assistência litisconsorcial 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente 
sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário 
do assistido. 
Assistência litisconsorcial cabe quando o terceiro alegar a existência de 
um interesse jurídico imediato na causa. Trata-se de intervenção 
espontânea pela qual o terceiro transforma-se em litisconsorte do 
assistido. Atua com a mesma intensidade processual do assistido. 
Como é um litisconsórcio facultativo unitário ulterior, a assistência 
litisconsorcial costuma dar-se no polo ativo, ambiente propício para o 
surgimento de litisconsórcio facultativo unitário. 
Há interesse jurídico imediato em duas situções: 
1. O assistente afirma-se titular da relação jurídica discutida. Ele 
intervém para discutir relação jurídica que está sendo discutida. 
2. O assistente afirma-se colegitimado extraordinário à defesa em juízo 
da relação jurídica que está sendo discutida. 
Exemplo: 
A propôs contra B uma ação de cobrança. A credor e B devedor. C é 
terceiro devedor solidário de B. Nesse caso o credor poderia formar um 
litisconsórcio, com comunhão de obrigações. Mas o autor não formou, 
propôs ação apenas contra um dos devedores. O devedor C que é 
terceiro é informado por B que está sendo demandado. C tem interesse 
jurídico na vitória de B, por que no que for condenado B, B tem 
regresso contra C. Portanto C tem interesse jurídico. 
Esse interesse jurídico auxilia a intervenção de C. 
A tem relação jurídica com B e C. É credor dos dois. Só demandou um. 
A assistência litisconsorcial envolve conflito que a lide é a parte 
demandada e do assistente. 
Em sendo a lide também de C, aquela dependência da vontade, 
vinculação, subordinação do assistente a vontade do assistido é 
relativizada. Tanto que o código de 2015 incluiu apenas para o caso de 
assistência simples. Portanto, nesse caso, a dependência é relativizada. 
Se B decidir não decorrer da sentença, como a lide também é de 
terceiro, de C, ele pode recorrer mesmo que o outro tenha renunciado 
ao recurso. Pode praticar atos na defesa dos interesses do devedor 
mesmo que o outro assistido não queira, por que o litígio também é 
dele. 
2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE - a introdução de uma nova demanda 
no processo. 
O terceiro é chamado a integrar no processo, por que uma demanda lhe 
é dirigida. A denunciação da lide pode ser promovida pelo autor ou pelo 
réu. 
A denunciação é demanda nova em processo já existente; pela 
denunciação, não se forma processo novo. É pois um incidente que 
acrescenta ao processo um novo pedido. (ampliação objetiva). O 
processo passa a ter duas demandas: a principal e a incidental. Se o juiz 
não se manifestar sobre alguma dessas demandas, a sentença será 
omissa. 
O denunciante visa ao ressarcimento pelo denunciado de eventuais 
prejuízos que porventura venha a sofrer em razão do processo 
pendente. 
Denunciar a lide é trazer esse alguém para o processo, por força de 
garantia prestada, ou em razão de direito regressivo existente em face 
dessa pessoa, aproveita-se o denunciante do mesmo processo para 
exercer a ação de garantia ou a ação de regresso em face do denunciado; 
visa, pois, a dois objetivos: vincular o terceiro ao quanto decidido na 
causa e a condenação do denunciado à indenização. 
O código de 73 dispunha que a denunciação da lide era obrigatória. 
Essa obrigatoriedade gerou discussões: aquele que não denunciasse da 
lide de 3º, nas hipóteses previstas, decairia de direito. 
O código de 2015 tirou essa palavra obrigatória e colocou admissível, 
o que significa que não há mais discussão sobre obrigatoriedade. O fato 
da parte não denunciar da lide, não significa que ela decai do direito. 
Terá ao menos o direito de reaver o preço, sob pena de enriquecimento 
indevido. Poderá fazer por meio de uma ação autônoma, sem qualquer 
prejuízo (ação de regresso autônomo). 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer 
das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que 
da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, 
em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo 
Temos 2 hipóteses que autorizam a denunciação da lide 
1. Envolve evicção 
Perda da coisa em virtude de sentença judicial, que atribuiu a outrem 
por causa jurídica preexistente ao contrato. 
No código de 73 havia a hipótese que tratava das ações possessórias. A 
propõe contra B uma ação possesória. B é locatário e C é locador. Quer 
dizer, que B locou o imóvel de C que lhe transferiu a posse direta, física 
do imóvel. B é surpreendido de uma ação possessória, onde o Estado 
Juiz diz que A detém a posse. (Evicção) 
Se B perder a posse tem ação de regresso contra C, pois ele era o 
garantidor. 
2. Envolve dever de indenizar por força de lei ou contrato 
A propõe contra B uma ação indenizatória, visto que B ao cruzar o farol 
vermelho, fez com que A sofresse danos. B tem como seguradora C 
(terceiro), sendo, portanto, réu segurado. Pelo contrato de seguro, C 
tem o dever de indenizar B caso ele seja derrotado. Sempre que houver 
um terceiro garante (no caso C), a parte garantida se demandada poderá 
denunciar da lide o seu garante, se for derrotada.Tem hipóteses que não admitem a denunciação, pois traz elementos 
novos no processo, prejudicando aquele que propôs a demanda. É o que 
chamamos de garantia própria ou imprópria. 
Traz o elemento novo: CULPA: em prejuízo daquele que propôs a ação 
principal. Pra essa corrente majoritária, não se admite a denunciação da 
lide, se a ação de regresso importar em prejuízo para quem propôs a 
ação principal. 
Ex: se um sujeito demanda contra o Estado, e a responsabilidade do 
Estado é objetiva. O demandando não precisa comprovar culpa. 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se 
o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, 
devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131. 
Autor – limite da denunciação da lide: inicial 
Réu – limite da denunciação da lide: contestação 
O art. 126 do CPC traz o momento da denunciação da lide. Se não 
denunciado na petição, se o denunciante for o autor ou na contestação, 
se o denunciante for o réu, só será feito por ação autônoma 
posteriormente. 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio 
passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no 
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Se o denunciante for o réu, terá o prazo de 30 dias para promover a 
citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo 
(pluralidade de réus), na contestação, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. 
Obs:. Se o denunciado tiver endereço na mesma comarca onde corre o 
processo, terá 30 dias para promover a citação. Se não tiver endereço, 
tem outra comarca, tem 2 meses. Esse prazo se descumprido não leva 
em prejuízo se decorrer do Judiciário, não das partes. 
Denunciação pelo autor: 
Como visto no artigo 126 do CPC, o autor deverá citar o denunciado 
na petição inicial. Se instaurará ação de regresso contra o denunciado 
Por que o denunciado tem interesse em colaborar pelo denunciante? 
Pois se o denunciante for derrotado terá ação de regresso. 
Primeiro passo é a citação do denunciado. 
O denunciado poderá: 
A-) defender-se: negando a sua qualidade, quando então ao autor 
prosseguirá sozinho com a ação contra o réu e terá assegurado, mesmo 
assim, o direito a ver solucionado na sentença final o seu direito de 
regresso em face do denunciado; 
B-) Comparecer e assumir a posição de liticonsorte ativo: caso em que 
poderá aditar a petição inicial, agregando novos argumentos ou 
trazendo novas provas. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir 
a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos 
argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do 
réu. 
C-) Permanecer inerte: será reputado revel na demanda regressiva. 
Denunciação feita pelo réu: 
De acordo com o art. 126 do CPC, o réu deverá citar o denunciado na 
contestação (mesma comarca- prazo de 30 dias/ comarca distinta – 
prazo de 2 meses). 
O denunciado poderá: 
A-) Contestar o pedido formulado pelo autor: 
Art. 128 I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o 
processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio 
(pluralidade de autores) denunciante e denunciado; 
Obs:. Litisconsórcio unitário. 
B-) Denunciado ser revel: 
Denunciado revel é aquele que foi citado e não contestou, presumindo-
se então verdadeiros os fatos alegados pelo denunciante (REU). Se o 
denunciado for revel, o denunciante poderá deixar de prosseguir com a 
sua defesa, restringindo sua ação à ação regressiva. 
Art. 128 II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de 
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de 
recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
c-) Denunciado confessa que o denunciador tem razão 
Se o denunciado, citado, confessa que o denunciador tem razão, a 
postura do denunciante é de aderir a confissão, pedindo apenas a 
procedência da ação de regresso ou continuar com a defesa. 
Art. 128 III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na 
ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, 
aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de 
regresso. 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará 
ao julgamento da denunciação da lide. 
Ou seja, se aquele que denunciou for vencido na ação principal, o juiz 
julgará a denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação 
não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
Ou seja, aquele que denunciou venceu, a denunciação da lide não será 
julgada, mas isso não afasta, a sucumbência do denunciante ao 
denunciado. 
Relações de consumo e Juizados Especiais 
Nas relações de consumo só é permitida a denunciação da lide por 
seguradora nas ações reguladas pelo CDC. No juizado especial cível 
também não se admite. 
3. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
Trata-se apenas de convocação para formação de litisconsórcio passivo. 
A sua principal finalidade é alargar o campo de defesa dos fiadores e 
dos devedores solidários, possibilitando-lhes, diretamente no processo 
em que um ou alguns deles forem demandados, chamar o responsável 
principal, ou os corresponsáveis ou coobrigados, para que assumam a 
posição de litisconsorte, ficando todos submetidos a coisa julgada. 
Trata-se de intervenção de terceiro provocada apenas pelo réu (instituto 
criado em benefício do réu), cabível apenas no processo de 
conhecimento (regra), que se funda na existência de um vínculo de 
solidariedade entre o chamante e o chamado. O réu deve promover o 
chamamento ao processo na contestação. 
Ex: Pode o devedor solidário demandando trazer ao processo o outro 
devedor, que por opção do autor-credor, não havia sido colocado como 
parte ré, impondo ao demandante prosseguir no processo em face de 
quem, a princípio, não demandara. 
Visto isso, os chamados devem ao autor-credor, não ao chamante (réu). 
Como são chamados outros réus, diz-se que é um litisconsórcio 
passivo. Será também facultativo e ulterior, ou seja, aquele que surge 
no curso do processo em razão de um fato posterior à propositura da 
ação. 
O objetivo da lei é a inclusão de todos (chamante e chamado) na mesma 
condenação, por que o título que se forma é judicial e a sua execução 
só pode ser dirigida em face dos que participaram do seu processo de 
formação. 
Casos de chamamento ao processo – previstos no art. 130 do CPC. 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
Na ação promovida contra o fiador, este poderá chamar o afiançado: 
ganhará a vantagem do título executivo bem como de exercitar o 
benefício de ordem, nomeando bens livres e desembargados do devedor 
à penhora. 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
Quando duas ou mais pessoas prestam fiança relativamente a um 
mesmo débito, em regime de solidariedade, e o credor resolve cobrar a 
dívida apenas de um dos fiadores, poderá este chamar ao processo seu 
cofiador. Poderá chamar também, o devedor principal. 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou 
de alguns o pagamento da dívida comum. 
É admissível o chamamento ao processo de todos os devedores 
solidários quando o credor exigir de um ou de alguns dele, parcial ou 
totalmente, a dívida comum. Pela lei civil, o credor poderá escolher 
dentre os devedores solidários, aquele contra quem exercerá a 
pretensão executória. Poderá o devedor principal arcar com todo o ônus 
ou cada qual arcar com sua quota. 
4. OPOSIÇÃO – PROCEDIMENTO ESPECIAL (mas que a doutrina 
continua entendendo que é uma forma de intervenção). 
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito 
sobre que controvertem autore réu poderá, até ser proferida a sentença, 
oferecer oposição contra ambos. 
A propôs contra B uma ação reivindicatória de imóvel X. Ou seja, A 
diz para o Estado Juiz que o imóvel X é dele. C toma conhecimento que 
A está reivindicando de B o imóvel X. C diz que o imóvel é dele, não é 
nem de A nem de B. C propõe uma ação de oposição contra ambos. 
Quem pretender no todo ou em parte a coisa ou a direito sobre que 
controverte autor e réu, poderá até a sentença oferecer oposição contra 
ambos. 
C X A + B = litisconsórcio (pluralidade de réus) passivo obrigatório (a 
lei obriga) 
Os opostos a e b poderão contestar no prazo de 15 dias. 
Quando os opostos tiverem advogados distintos, em escritórios 
distintos, os prazos serão contados em dobro. Mas não se conta em 
dobro pra contestação, por que a norma diz que será comum de 15 dias. 
Não se contam prazo em dobros nos processos eletrônicos. 
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos 
exigidos para propositura da ação. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os 
opostos (no caso A e B) citados, na pessoa de seus respectivos 
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) 
dias. 
Por dependência: A distribuição não é livre, a demanda não é livre, é 
distribuída ao juiz no processo que está vinculado. 
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, 
contra o outro prosseguirá o opoente. è B ao ser citado, da razão a C. A 
discussão ficará entre A e C. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos 
autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas 
julgadas pela mesma sentença. 
Limite temporal: sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência 
de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção 
das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor 
ao princípio da duração razoável do processo. 
É possível julgamento simultâneo ou não à Se for simultâneo: julgará 
primeiro a ação prejudicial, a oposição, pois se C for vencedor, acabou 
a discussão entre A e B. A ação de A contra B será apreciada 
posteriormente se C for derrotado ou parcialmente derrotado na parte 
em que foi derrotado. 
5. AMICUS CURIAE 
O amicus curiae é terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou 
provocação do órgão jurisdicional, intervém no processo para fornecer 
subsídio que possam aprimorar a qualidade da decisão. Dá sua opinião 
sobre a causa, em toda a sua complexidade, sobretudo nas questões 
técnico-jurídicas. 
Qualquer um pode ser o amicus curiae, desde que tenha 
representatividade e possa contribuir para a solução da causa. O 
“Amicus Curiae” pode ser pessoa natural, jurídica, entidade ou órgão 
público, desde que especializada na matéria. Ele pode intervir a pedido 
da parte, voluntariamente (tamanho o reflexo social da demanda) ou 
por determinação do juiz. 
Art. 138 do CPC: A intervenção do amicus curiae passou a ser possível 
em qualquer processo desde que se trate de causa relevante, ou com 
tema muito específico ou que tenha repercussão geral. 
Pressupostos: 
Relevância da matéria: não é qualquer litígio envolvendo particulares 
que vai autorizar, tem que ser uma matéria relevante na medida em que 
ela reflete em outras situações jurídicas conflituosas de uma maneira 
abrangente. Ex: ações coletivas. 
Especificidade do objeto da demanda: o objeto do conflito não pode um 
objeto abrangente. Tem que ser especifico. Um objeto X que é relevante 
para resolver a questão abrangente, que tem reflexo abrangente. 
Aspecto que esclarecerá o conflito de várias pessoas. 
Repercussão social da controvérsia 
Quando se depara com uma demanda que tenha esses pressupostos e, o 
objeto, pelo seu reflexo social, autoriza a intervenção de um 
especialista na matéria, o “Amicus Curiae” poderá intervir como amigo 
da corte, auxiliando o estado juiz para que ele decida de maneira 
correta, considerando o parecer do especialista naquela matéria de 
objeto específico. Ex: demanda que envolva a CVM. 
Intervenção 
Voluntária 
O STF entendeu, porém, que o amicus curiae somente pode requerer 
seu ingresso no processo até a data em que o relator liberar o processo 
para inclusão da pauta. 
Requerida por qualquer das partes 
Determinada pelo juiz 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar 
ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 
15 (quinze) dias de sua intimação. 
Ou seja, o amicus curiae terá o prazo de 15 dias para manifestar-se, 
contados a data da intimação da decisão que o admitiu. Entretanto, nada 
impede que essa manifestação seja apresentada simultaneamente ao 
requerimento de ingresso no processo. Se inadmitido o ingresso, a 
manifestação do amicus curiae será excluída dos autos. 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de 
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a 
oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a 
intervenção, definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente 
de resolução de demandas repetitivas. 
Embora parte, sua atuação tem poderes restritos. De um lado, retira-se 
dele como regra, a legitimidade recursal (§ 1º), ressalvadas o direito de 
opor embargos de declaração e de recorrer da decisão que julgar o 
incidente de resolução de demandas repetitivas. (§§ 1º e 3º). 
O novo código recebeu o “Amicus Curiae” como intervenção de 
terceiros. Porém é uma classificação estranha, pois ele não é 
necessariamente uma parte do processo. Quando intervém não é para 
auxiliar uma das partes, mas para contribuir com o estado juiz com os 
conhecimentos que tem acerca daqueles objetos específicos. Ele 
defende um interesse institucional, por conta da relevância da matéria 
que possui pacto social e não uma das partes somente. (Chamado 
também de “amigo da corte”). 
A decisão monocrática ou interlocutória do tribunal é irrecorrível - O 
“Amicus Curiae” não pode recorrer da decisão que decidiu a matéria 
contraria ao seu parecer. Pode somente entrar com embargos para sanar 
dúvidas, erros ou omissão. Mas, pode recorrer na decisão que indefere 
sua intervenção (decisão que inadmite a intervenção por requerimento 
da parte ou voluntária e a decisão do juiz que determina a intervenção 
do especialista). Pode recorrer também quando se tratam de ações 
repetitivas. Recorrível por agravo de instrumento. 
As partes não podem limitar os poderes do amicus curiae ou negociar 
para impedir sua participação. 
Definição dos poderes do “amicus curiae” – juiz deve realizar as 
definições e limitações de como o especialista irá realizar no processo. 
O art. 31 da Lei nº 6.85/1975 impôs a intervenção da CVM – Comissão 
de Valores Mobiliários, como amicus curiae, nos processos que 
discutam matéria de competência dessa autarquia (dir. Societário). 
Nada impede que haja mais de um amicus curiae no processo. A 
pluralidade de visões sobre o mesmo tema enriquece o debate e 
qualifica, necessariamente, a decisão judicial. 
Resposta do réu 
Frustrada a tentativa de solução do processo por autocomposição, na 
audiência preliminar de conciliação ou mediação, ou não sendo o caso 
de sua designação, abre-se ao réu a oportunidade de apresentar a sua 
resposta à demanda. 
Quando citado o réu pode se manter inerte, responder (contestar) a 
demanda ou reconhecer a procedência do pedido do autor. 
CONTESTAÇÃO 
A contestação é uma das possíveis resposta do réu. Ela está parao réu 
assim como a petição inicial está para o autor. 
No procedimento comum, a contestação é escrita e deve ser assinada 
por quem tenha capacidade postulatória (advogado, membro do MP ou 
defensor público). 
O réu não é obrigado a contestar, ele pode reconhecer a procedência do 
pedido e se abster. Caso ele não se oponha, sofrerá as consequências de 
sua inércia, que envolve a possibilidade do juiz considerar verdadeiros 
os fatos alegados pelo autor. 
Diante da demanda e o réu verificando a inicial e os atos praticados no 
processo até o ato de sua citação, poderá apresentar defesa alegando 
falta de condições da ação, falta de pressupostos, entre outras coisas, 
trazidas em preliminar de contestação (antes de atacar o mérito do 
conflito, ataca a relação contratual do processo, trazendo toda matéria 
que ele tiver a respeito. 
CPC 73 E CPC 15 
No prazo de 15 dias, o réu citado tinha que apresentar contestação (se 
tivesse vontade) alegando defesas formais e materiais, apresentadas de 
forma preliminar. Mas, no antigo código, as defesas formais não 
poderiam ser feitas dentro da contestação, e sim por meio de um 
incidente apartado. Fora da contestação, o réu tinha que apresentar 
impugnação ao valor da causa, impugnação ao pedido de justiça 
gratuita e apresentar exceção de incompetência relativa ao juiz ou 
exceção de suspensão ou impedimento do juiz. Formavam incidentes 
apensados ao processo, não podiam ser apresentados na ação principal. 
O código de 2015 acabou com os incidentes em peça apartada, hoje são 
matérias preliminares da própria contestação. 
§ Prazo 
O prazo para apresentar contestação é de 15 dias. Para órgãos públicos 
o prazo é de 30 dias. 
O termo inicial do prazo é a data: 
A-) da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição. 
O interesse na audiência de conciliação deverá ser informado pelo autor 
na própria petição inicial, enquanto o réu deverá protocolar uma 
petição. Em casos que o réu é citado, o juiz designa então a audiência 
de conciliação. O autor na PI informa que tem interesse na conciliação 
e o réu protocola petição também concordando. Entretanto, uma das 
partes não comparece na audiência de composição. A partir desse 
momento se iniciará a contagem do prazo para apresentar contestação 
pelo réu. 
A contestação somente é oferecida se não chegar à autocomposição. O 
prazo de resposta então, começa a correr da audiência. 
B-) do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4º, inciso I 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; 
Para não haver a audiência de conciliação e mediação, ambas as partes, 
expressamente devem demonstrar desinteresse. Caso em que o autor na 
PI menciona não ter interesse na audiência, assim como o réu protocola 
petição demonstrando desinteresse. A contagem do prazo para 
apresentar a contestação incia-se a partir do protocolo dessa petição do 
réu. 
C-) prevista no art. 231 do CPC, de acordo com o modo como foi feita 
a citação, nos demais casos – quando, por exemplo, a audiência 
preliminar de conciliação ou mediação nem for marcada. 
Situações e que não há designação de audiência de conciliação ou 
mediação. O prazo seguirá as regras do art. 231 do CPC. 
Se houver litisconsórcio passivo (pluralidade de réus) e um deles 
manifestar desinteresse na realização da audiência preliminar, o termo 
inicial será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu 
respectivo pedido de cancelamento da audiência. 
No litisconsórcio, a data da contagem inicia quando todos se 
manifestarem desistindo da audiência de conciliação ou mediação. 
Se a audiência preliminar não for designada e o autor desistir do 
processo em relação a um dos réus não citados, o prazo para 
contestação ocorrerá da data da intimação da decisão que homologar a 
desistência. 
Não há autocomposição e o autor desiste da demanda em relação a um 
litisconsorte. O juiz aprecia esse pedido de desistência e deve dar 
ciência aos outros litisconsortes. A partir dessa ciência de todos, se dará 
a contagem do prazo. 
§ Regra da eventualidade ou da concentração de defesa 
Significa que cabe ao réu formular toda a sua defesa na contestação. 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
defesa (formal e material, com exceção de defesa de orde pública) 
expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do 
autor e especificando as provas que pretende produzir. 
Toda defesa deve ser formulada de uma só vez como, sob pena de 
preclusão. O réu tem o ônus de alegar tudo o quanto puder, pois, caso 
contrário, perderá a oportunidade de fazê-lo. 
* Preclusão consumativa: quando o direito à prática daquele ato já 
houver sido exercido anteriormente. 
Haverá cumulação eventual de defesa quando o réu alega uma defesa 
para hipótese de a outra, anteriormente formulada, não ser acolhida: 
Ex: O réu na contestação no pedido, requer a extinção do feito por ser 
reconhecida a inépcia da petição inicial bem como pela prescrição da 
demanda principal. Subsidiariamente ou alternativamente, caso o juiz 
não entenda ser caso de extinção do feito por essas razões, requer a 
improcedência do feito, por outro motivo x. 
§ Preliminares da contestação – Defesa formal (são defesas processuais 
e não de mérito). 
O artigo 337 do CPC lista um rol de defesas processuais que devem ser 
apresentadas na contestação, antes de o réu discutir o mérito do 
processo. Executa a incompetência relativa e a convenção de 
arbitragem, todas são questões que o juiz pode conhecer ex officio. 
As defesas preliminares de contestação não se confundem com as 
preliminares de mérito. As preliminares de mérito envolvem a defesa 
de mérito da demanda. 
1. Formas – processuais: preliminares de contestação. 
2. Substanciais – de mérito: preliminares de mérito. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - Inexistência ou nulidade da citação; 
A citação é um ato indispensável. Sem citação válida não hpa como o 
processo se desenvolver válida e regularmente. 
Essa regra somente se aplica ao caso em que o réu, após o prazo de 
resposta, pede a nulidade da citação e a devolução desse mesmo prazo. 
O máximo que o réu poderá conseguir com o acolhimento de 
inexistência ou nulidade da citação é a renovação do prazo para a 
apresentação da sua resposta. 
Se não houve citação ou ela é nula, o réu ciente do andamento do 
processo e que o ato citatório não foi efetivado ou foi efetivado em 
desacordo com as regras de citação, poderá o réu: 
1. Comparecer espontaneamente apenas para alegar a inexistência da 
citação ou a nulidade da citação: Nesse caso, o termo inicial para 
contagem de prazo de 15 dias para contestar, começa a ser contato a 
partir do ato que ele compareceu espontaneamente. 
2. o réu ingressa nos autos e alega nulidade na própria contestação: A 
partir do seu ingresso nos autos, começa-se a contar o prazo para 
contestação. O réu pode alegar nulidade de citação quando apresenta 
contestação tempestivamente, apesar de não ter relevância. Se for 
acatada pelo juiz, será mero registro, pois a contestação foi protocolada 
dentro do prazo e se não for, não terá revelia, pois o réu já terá 
apresentado a defesa. Terá relevância apenas se for intempestiva, pois 
é alegada a nulidade de citação para que o réu tenha novo prazo para 
apresentar a resposta. 
Se rejeitada a alegação de nulidade de citação, sem ser feita no bojo da 
contestação, ou seja, fez em outro momento, o réu será considerado 
revel, no processo de conhecimento, enquanto no processo de execução 
o feito terá prosseguimento. (art. 239, I, § 2º CPC). 
Obs:. Casos em que é dispensávela citação do réu: quando o pedido do 
autor for improcedente liminarmente ou quando tem-se o 
indeferimento da petição inicial. 
II - Incompetência absoluta e relativa; (começar daqui); 
A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada na contestação. Não 
há mais diferença que existia no CPC/73, quando a incompetência 
relativa teria de ser alegada em um instrumento distinto da contestação. 
Critérios de natureza absoluta: 
- Não é possível a prorrogação da competência, isto é, o juiz não pode 
julgar o processo mesmo que as partes queiram, portanto a qualquer 
momento se alega a incompetência absoluta. 
- A incompetência absoluta poderá ser alegada em qualquer momento 
e grau de jurisdição. 
- O juiz de ofício, independentemente das partes, se declara 
incompetente. Se por outro lado, o juiz, desatento, não perceber que era 
incompetente, quando citado, o réu dirá que o juízo é incompetente ou 
o próprio autor em momento posterior. 
Critérios de natureza relativa 
- É possível que, o juiz, em um primeiro momento incompetente, 
tornar-se competente em momento posterior. 
- O juiz NÃO pode declarar de ofício a incompetência de natureza 
relativa. Dependerá da reação do réu. 
- A reação do réu se dará por meio de contestação. Se o réu nada alegar, 
o juiz torna-se competente. 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a 
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato 
que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
Como o réu pode oferecer a contestação de seu domicílio, onde não 
está tramitando o processo, caso alegue incompetência, será preciso 
cancelar a audiência preliminar, marcada para realizar-se no foro onde 
tramita o processo. Visto que se terá a contestação se a autocomposição 
não ocorrer. 
Essa contestação, em cujo bojo se alega a incompetência é apta para 
adiar a audiência preliminar. 
Ex: A ação foi proposta em SP, entretanto o réu tem domicílio em 
Londrina- Paraná. O réu alega em preliminar de contestação que o juiz 
de SP é incompetente porque no contrato houve foro de eleição, e as 
partes elegeram o foro de Londrina. 
O autor não percebe tal detalhe e propõe a ação no foro de SP. O réu, 
por sua vez, quando é citado, alega incompetência relativa do juiz, por 
conta do foro de eleição que não foi percebido pelo autor. 
O legislador teve a preocupação que evitasse que o réu de Londrina 
contratasse um advogado ou viesse até SP. Com isso, o réu pode 
preparar a contestação com a preliminar de incompetência e se for 
citado pelo correio, ele irá até ao fórum da comarca de Londrina e 
distribuirá sua contestação. 
Supondo que a contestação foi para a primeira vara cível da comarca 
de Londrina. Se for citada por carta precatória, já há um juízo em 
Londrina que promoveu o ato citatório, a contestação, portanto, é 
dirigida para a carta precatória e juntada. 
Quando o juiz recebe na comarca de Londrina e percebe que a 
contestação anexada a carta precatória, comunicará o juiz de SP, a 
existência de preliminar de incompetência. 
O juiz de SP irá decidir se ele é competente ou não e se essa eleição de 
foro foi regular. Se ao determinar a citação, designou a audiência de 
conciliação e mediação, suspenderá assim que tiver a notícia da 
preliminar da incompetência. Se ele entender que tem competência, 
marcará nova da ta para audiência. Se ele por outro lado, entender que 
o réu tem razão, o juiz de SP remeterá o processo à Londrina, e o juiz 
que recebeu a contestação será o juízo prevento. Esse juízo designará a 
audiência de conciliação e mediação. 
§ 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu 
houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa 
carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. 
§ 2o Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para 
o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será 
considerado prevento. 
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a 
realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido 
designada. 
§ 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova data 
para a audiência de conciliação ou de mediação. 
O § 4º supra é importante pois demonstra que a alegação de 
incompetência no foro do seu domicílio não significa manifestação de 
vontade contra a realização da audiência. 
III - incorreção do valor da causa; 
Na contestação o réu apresenta sua impugnação ao valor atribuído pelo 
autor. Grande diferença em relação ao CPC/73, em que a impugnação 
ao valor da causa era apresentada em peça distinta, fora da contestação. 
A impugnação pode basear-se em dois fundamentos: 
A-) o autor atribuiu à causa valor em desconformidade com o art. 292 
do CPC, que estabelece critérios legais e objetivos para fixação do valor 
da causa. 
B-) Nas hipóteses não regulada pelo art. 292, cabe o autor atribuir o 
valor estimado á causa, nesses casos, caberá impugnação pelo réu se o 
valor for irrazoável. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor 
atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a 
respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. 
Se o autor atribuir à causa, um valor irrazoável ou incorreto, o juiz deve 
determinar a regularização da petição inicial ou poderá de ofício regular 
o valor. 
Se o juiz, distraído, não corrigir o valor, o réu quando citado 
regularmente, pode alegar em preliminar de contestação, a incorreção 
do valor. 
Como visto no artigo supra, a não impugnação pelo réu, neste momento 
de preliminar de contestação, gera preclusão. 
Preclusão: jur. impedimento de se usar determinada faculdade 
processual civil, seja pela não utilização dela na ordem legal, seja por 
ter-se realizado uma atividade que lhe é incompatível, seja por ela já ter 
sido exercida. 
IV - inépcia da petição inicial; 
Quando o juiz determina a citação do réu, consequentemente, ele 
considerou a petição inicial como apta. Portanto, cabe ao réu em 
preliminar de contestação a inépcia da petição inicial. 
A inépcia é causa de indeferimento da petição inicial. Diz-se petição 
inicial inepta quando lhe faltar pedido ou causa de pedir, o pedido for 
indeterminado, ressalvadas hipóteses legais, da narração dos fatos não 
decorrer logicamente a conclusão, contiver pedidos incompatíveis 
entre si e nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação 
decorrente de empréstimo, de financiamento ou alienação de bens, o 
autor terá que discriminar na P. I, dentre as obrigações contratuais, 
aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor 
incontroverso do débito, sob também pena de inépcia. 
Obviamente a total ausência do pedido invibializa a prestação 
jurisdicional, mas a obscuridade, também hipótese de inépcia, não a 
viabiliza, sobretudo se da contestação for possível interpretar o que foi 
pedido. O silencio do réu pode implicar em preclusão. 
Art. 485: hipóteses para não resolução do mérito. 
Se o juiz despachar: “manifeste-se o autor sobre a contestação” 
(réplica). E o autor nada fizer, passaram-se 30 dias, poderá o juiz falar 
que o autor é inerte e decidir extinguir o processo sem resolução do 
mérito? Não pode, pois quando o juiz despacha dessa maneira é uma 
faculdade do autor, do seu interesse. Entretanto, sofrerá o ônus de sua 
inércia. 
Mas se disser: “recolha o autor a diligencia para citação do réu”, nesse 
caso haverá problema, por que sem esse ato não dará andamento no 
processo. É relevante para o andamento regular do processo. O juiz 
deverá determinar a intimação pessoal do autor para que ele de 
andamento regular do processo, em 5 dias. Mas se não fizer o juiz 
poderá extinguir o processo sem resolução do mérito. Geralmente essa 
ordem é publicado no diário oficial. 
V - perempção; 
Art. 486. O pronunciamentojudicial que não resolve o mérito não obsta 
a que a parte proponha de novo a ação. 
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o 
mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de 
alegar em defesa o seu direito 
Se não há resolução do mérito, o autor pode propor novamente a ação. 
Entretanto, há um limite. O autor tem 3 chances para propor nova ação 
contra o réu com o mesmo objeto. Entretanto, na quarta vez, se a 
sentença for fundada em abandono da causa, visto que o autor não 
oferece o devido andamento no processo, não poderá mais propor nova 
ação. O réu citado, ciente disso, alegará em preliminar de contestação, 
a perempção. 
A perempção da ação é a perda do direito ativo de demandar o réu sobre 
o mesmo objeto da ação, quando o autor abandona o processo por três 
vezes. 
Quando o autor deixa de promover atos e diligências que deveria ter 
exercido, abandonando a causa por mais de trinta dias, gera a extinção 
do processo sem julgamento do mérito em virtude da inércia do autor, 
conforme previsto no artigo 267, capítulo III do Código de Processo 
Civil Brasileiro (CPC).[1] 
VI - litispendência; 
Os elementos da ação são: partes, causa de pedir e pedido. Se for 
identificado duas ações com a mesmas partes, mesma causa de pedir e 
mesmo pedido, estamos diante de duas ações idênticas. Haverá 
litispendência se duas ações idênticas estiverem em curso. 
VII - coisa julgada; 
Haverá coisa julgada, se uma das ações tiver sentença de mérito 
julgada. O réu poderá alegar em preliminar de contestação a coisa 
julgada. 
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna 
imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário 
ou extraordinário. 
VIII - conexão; 
Modifica-se incompetência por conexão ou continência. O código Civil 
só fala de conexão, mas a continência se aplica. 
Quando há conexão, dois processos são reunidos por que tem em 
comum a causa de pedir ou pedido. Precisam ser reunidas, o que 
significa que um dos juízes irá receber um dos processos. O fato de o 
pedido ou a causa de pedir serem comuns podem gerar decisões 
conflitantes. E que a causa de pedir não são idênticas mas são comuns. 
Isso torna conveniente que haja reunião dos processos para que as duas 
ações sejam julgadas o mesmo tempo, salvo se um deles já houver sido 
sentenciado. Art. 55. 
Com relação ao código de 73, tínhamos duas regras de prevenção, uma 
delas era se a competência de foro for a mesma dos dois juízes, será 
prevento o que o primeiro despachar. 
Se o juiz tivesse competência distinta, prevento era aquele que primeiro 
promoveu a citação válida. 
Agora não mais funciona assim: aquele para o qual foi distribuída a 
ação, ou seja, para quem recebeu a primeira ação será o prevento. 
Ex: É demonstrada a existência de duas ações conexas, ou seja, que 
tenham a mesma causa de pedir ou pedido, e é dito na contestação, que 
o juiz X é competente, por que a ação conexa foi distribuída 
primeiramente para ele, sendo ele o prevento, para que convoque o 
outro processo. 
A continência envolve duas ações sendo que uma delas tem um pedido 
mais abrangente que o outro, a ponto de absorver o pedido menor. 
Ex: é proposto uma ação cobrando 3 parcelas atrasadas no contrato. 
Depois de proposta ação houve descumprimento de uma cláusula que 
leva a possibilidade de antecipação de todo o saldo do contrato. Se o 
credor propuser uma ação cobrando as 3 parcelas, e depois cobrando 
todo o contrato, o segundo pedido abrange o primeiro pedido. Então 
esse pedido acaba por abranger o pedido menor que foi feito na outra 
ação. Isso faz com que seja possível a reunião dos processos, o menor 
será anexado ao pleito maior, que será automaticamente julgando a de 
pleito menor. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando 
houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de 
uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
Entre os pressupostos intrínsecos positivos os pressupostos subjetivos 
(referentes as partes e o juízo). Parte tem que ter capacidade processual, 
postulatória, juiz deve ser imparcial, competente etc. Esta preliminar 
de contestação envolver pressuposto subjetivo as partes. 
A pessoa jurídica tem capacidade para ser parte, mas precisa adquiri-
la, pela regular representação. Precisa estar representada no estatuto 
social, se for sociedade anônima. 
A massa falida tem aptidão para contrair direitos e obrigações, pode 
demandar, pode sofrer demanda. Mas para ter capacidade precisa estar 
regularmente representada pelo seu administrador judicial. 
Espólio tem aptidão para contrair direitos e obrigações, mas para ter 
capacidade processual precisa estar representado pelo inventariante. 
Portanto a capacidade processual é pressuposto subjetivo referente as 
partes. Se a parte não tiver capacidade processual, o réu pode alegar em 
preliminar de contestação falta desse pressuposto subjetivo referente a 
parte autora ou defeito de representação. 
Podemos falar na representação por advogado habilitado. 
Falta de autorização: envolve capacidade do cônjuge atuar sozinho.a-) Subjetivos 
Juiz: competência e imparcialidade 
parte: capacidade processual, capacidade postulatoria e legitimidade ad 
causam 
b-) Objetivos 
Intrínsecos: respeito ao formalismo processual 
Extrínsecos: negativos: inexistência de perempção, litispendência, 
coisa julgada ou convenção de arbitragem. 
Positivos: interesse de agir. 
Ação 
Direito de ação é direito fundamental, configura como poder de acessar 
os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, 
tempestiva e efetiva. O critério de diferenciação das ações se dá pela 
pretensão deduzida em juízo e não pelo resultado que se espera. 
O processo civil se divide em três principais vertentes: 
Ação de Conhecimento: Etapa em que se discute o direito de cada um 
dos litigantes, e termina com a decisão do juiz, é conhecida como 
Processo de Conhecimento. Pode ser meramente declaratória, 
constitutiva ou condenatória. Tem-se a certificação de um direito. 
Tutela cognitiva: A tutela cognitiva, que provoca a instauração de um 
processo de conhecimento, é quando o indivíduo afirma que é titular de 
um direito ameaçado, portanto, precisa que o Estado juiz certifique que 
ele é titular daquele direito, é preciso de uma tutela jurisdicional 
cognitiva. Se a tutela depende dessa atuação do Estado juiz, é uma 
tutela cognitiva, portanto será um processo de conhecimento. 
Declaratória: ação que confirma ou não a existência de uma certa 
relação jurídica. A declaratória negativa declara a não existência da 
relação jurídica, a positiva busca a declaração de existência da mesma. 
Constitutiva: ação que busca a exceção, modificação ou extinção de 
uma certa relação jurídica. 
Condenatória: a pretensão é de imposição de uma obrigação à parte 
contrária. 
Ação de Execução: pedido que visa fazer valer um direito já 
reconhecido por meio de título extrajudicial. Efetivação de um direito. 
Com a reforma do CPC pela Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005, só 
há ação de execução de títulos extrajudiciais. Já não busca o 
reconhecimento do direito, mas sim a realização deste. 
Ação Cautelar: pedido de providências urgentes antes ou durante a 
tramitação do Processo de Conhecimento ou de execução. Proteger a 
efetivação de um direito. 
"a medida cautelar não tem por função proteger a jurisdição ordinária, 
mas ao contrário, sua missão é dar proteção a um direito da parte, 
enquanto perdurar um estágio perigoso que o provocou." - Ovídio A. 
Baptista da Silva. 
* Obs:. No CPC/15 a ação cautelar foi extinta. O procedimento cautelar 
não é mais subsidiário visto que o pedido de medida cautelar será 
formulado no mesmo processo principal. Não há mais o processo 
cautelar subsidiário. 
Tutela cautelatória: Obtida a tutela cautelatória, o autor tem no prazo 
de 30 dias, propor uma nova ação para conseguir alcançar o pedido. 
Nos termos do artigo 300 a tutela de urgência será concedida quando 
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo (Os referidos requisitos 
são o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora” dos provimentos 
cautelares). 
* Obs: Tutela cautelatória e tutela antecipada: 
Art. 273: O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou 
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde 
que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da 
alegação. 
o novo CPC adota um sistema muito mais simples. Ele unifica o 
regime, estabelecendo os mesmos requisitos para a concessão da tutela 
cautelar e da tutela satisfativa (probabilidade do direito e perigo de 
dano ou risco ao resultado útil do processo). Ou seja, ainda que 
permaneça a distinção entre as tutelas, na prática os pressupostos serão 
iguais. Com efeito, o parágrafo único do art. 294 deixa claro que a tutela 
de urgência é gênero, o qual inclui as duas espécies (tutela cautelar e 
tutela antecipada). Já o art. 300 estabelece as mesmas exigências para 
autorizar a concessão de ambas. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1ºPara a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, 
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea 
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente 
hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente 
ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será 
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos 
efeitos da decisão. 
Elementos da ação 
São eles: causa de pedir e pedido, partes. (obs:. Pedidos e causa de pedir 
ver em baixo nos requisitos da PI). 
Partes: Tanto será o autor como o réu, são os sujeitos da demanda. 
Precisam ter legitimidade (condição da ação para configurar como polo 
passivo e ativo. O sujeito subordinante tem legitimidade para 
configurar como polo ativo, o sujeito subordinado, que resistiu, como 
polo passivo). 
A parte autora pode ter legitimidade ordinária (quando o sujeito que 
demanda é o próprio sujeito da relação jurídica material, a legitimidade 
é ordinária) e extraordinária (quando sujeito na demanda defende não 
interesse próprio, mas alheio). 
Obs: terceiros, não são considerados sujeitos da demanda, mas são 
considerados parte. 
Qualquer pessoa pode ser parte, já que a capacidade de ser parte é a 
capacidade de ser sujeito da relação jurídica processual. Nem todas, 
porém, têm capacidade processual. A capacidade processual, só as 
pessoas que estão no exercício de seus direitos tem. 
Parte processual é aquela que está em uma relação jurídica processual, 
faz parte do contraditório, assumindo qualquer uma das situações 
jurídicas processuais, atuando com parcialidade e podendo sofrer 
alguma consequência com a decisão. 
Pedido: O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor, 
que é levada ao Estado-Juiz e esse presta uma tutela jurisdicional sobre 
essa pretensão. 
Doutrinariamente o pedido é divido em dois: 
· Pedido Imediato: É o desejo do autor de ter uma tutela jurisdicional. 
Pretensão dirigida para o próprio Estado-Juiz, retirando-o da inércia e 
forçando uma providência jurisdicional. 
· Pedido Mediato: É o objeto da ação propriamente dito, o desejo do 
autor contra o réu, o desejo de submissão do réu a pretensão jurídico 
levada ao judiciário, ou seja, o desejo sobre o bem jurídico pretendido. 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a 
correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive 
os honorários advocatícios. 
Os juros legais compreendidos no principal já estavam previstos no 
código de 73. O legislador de 2015 acrescentou a correção monetária e 
as verbas de sucumbências, inclusive honorários advocatícios. 
A correção monetária envolve mera reposição do valor intrínseco da 
moeda. Considerando o período do vencimento e o efetivo pagamento. 
A verba sucumbencial decorre da norma. Como regra os honorários 
pertencem ao advogado. 
O juiz ao sentenciar deixará claro que o réu deverá pagar a dívida 
devidamente corrigida de juros e fixará os honorários de sucumbência. 
Se não constar a condenação, está compreendido, ou seja, se não tiver 
expresso, está embutido. 
Na hora do cumprimento da sentença, o vencedor irá incluir no cálculo, 
os juros, as despesas que teve e deve deixar expresso quanto serão os 
honorários de sucumbência. Em regra, o juiz deixará tudo claro. Caso 
não deixar, caberá ED para o juiz fixar os honorários de sucumbência. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé. 
O CPC/2015 teve a observância de destacar os princípios processuais. 
Ou seja, o pedido deve ser formulado com lealdade, apreciado a luz da 
condutaética. Quando no parágrafo supra é dito “conjunto de 
postulação”, o legislador teve uma preocupação de evitar a discussão 
acerca do pedido determinado ou não. 
O conjunto de postulação envolve não só o que é extraído do corpo da 
petição, mas pedidos que eventualmente se contradizem, ou seja, se ele 
foi dúbio (for controverso), deverá ter uma interpretação do que 
realmente foi pedido. 
O pedido implícito é exceção à regra, visto que a regra é o pedido certo. 
Temos, entretanto, normas do Art. 323 que admitem o pedido implícito. 
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em 
prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido 
(SERÃO CONSIDERADAS IMPLICITAMENTE), 
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas 
na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do 
processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. 
O pedido precisa ser certo e determinado. O autor tem que declarar na 
P. I qual é o pedido mediato que ele formula expressamente, e qual o 
pedido imediato, ou seja, qual é o provimento que ele quer alcançar 
para obter o bem da vida. O pedido certo abrange tanto o pedido 
mediato quanto o imediato. 
Dizer que o pedido precisa ser determinado é delimitar a sua quantidade 
e qualidade. É preciso dizer claramente o que se quer alcançar no que 
se refere à qualidade e quantidade, para que o pedido não seja genérico 
e o juiz consiga compreender o limite da sua decisão, além da garantia 
do contraditório do réu. Com esse princípio, o réu consegue saber o que 
ele precisa impugnar. 
O pedido certo quanto o determinado, são regra geral, mas comportam 
exceções. 
Art. 324 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os 
bens demandados; 
É possível reclamar uma universalidade de direito ou de fato, sem que 
no momento da propositura da ação, se conheça exatamente os bens 
que compõem aquela universalidade. 
Ex: Propor ação para reclamar herança. Configura-se como um pedido 
genérico, pois é desconhecido pelo autor quais são os bens que 
compõem a herança, quantos são imóveis, se há veículos, portanto, é 
formulado um pedido genérico, reclamando a universalidade, qual seja, 
o direito à herança (como um todo). 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato; 
Ex: Uma pessoa atravessa a rua e é atropelada. Pelo atropelamento, ela 
fica machucada e precisa fazer um tratamento, que gastou 30 mil reais. 
Tem-se uma ação indenizatória pela vítima, pois nasceu uma relação 
jurídica material, envolvendo vítima e vitimador. A vítima, portanto, irá 
propor ação de 30 mil reais (o que gastou com o tratamento até o 
momento) somado 10 mil reais por danos morais. A vítima, entretanto, 
não sabe quanto sairá seu tratamento inteiro, pois não sabe as 
consequências exatas do fato, ou seja, se seu quadro pode piorar ou não. 
Visto isso, a vítima faz pedido determinado em relação ao que gastou e 
em relação com o que irá gastar, faz pedido indeterminado, genérico, 
pois não sabe mensurar as consequências advindas daquele fato, pois 
continua em tratamento. 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da 
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
O autor afirma ser credor do réu, mas ele não pode formular o pedido 
determinado, ou seja, determinar o valor do seu crédito. Para isso, ele 
depende do ato do próprio réu. 
Obrigações controvertidas definidas/ valor incontroverso: proposta a 
demanda que tenha por objeto a discussão da dívida oriunda de 
empréstimo, financiamento ou alienação de bens, cabe ao autor 
identificar precisamente qual o valor que pretende controverter (quer 
impugnar) e qual é a parcela incontroversa (que não se pode contestar). 
Ou seja, não basta o pedido de revisão da dívida, é preciso especificar 
o que se discute. Não discriminado o valor, cabe ao juiz determinar a 
intimação do autor, para que emende na PI, não retificado o defeito, a 
PI há de ser indeferida, por inépcia. 
Pedido alternativo: 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da 
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de 
um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a 
escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de 
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o 
autor não tenha formulado pedido alternativo. 
Quando o legislador fala em pedido alternativo, não quer dizer que haja 
dois pedidos. O autor formula um único pedido, que pode ser atendido 
mediante prestações diversas, a escolha do devedor, ou seja, pode 
cumprir a prestações de mais de um modo. O juiz deverá assegurar o 
réu o direito a escolha, mesmo se na PI não esteja expresso o pedido 
alternativo. 
Pedido em ordem sucessiva/subsidiário 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem 
subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando 
não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, 
alternativamente, para que o juiz acolha um deles. 
Nessa hipótese sim existe mais de um pedido. O autor formula mais de 
um pedido, porém, não são cumulativos, ou seja, não se somam. O que 
o autor faz é indicar um pedido principal que se não for acolhido, 
subsidiariamente, formulará outro. Existe uma ordem de preferência. 
Pedido cumulados: 
Tem-se soma de pedidos, o autor quer o provimento de todos. O juiz 
por sua vez, pode acolher os dois pedidos, apenas um deles, negar os 
dois ou aceitar parcialmente um deles, um para dano moral e outro para 
dano material. 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, 
contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles 
não haja conexão. 
§ 1ºSão requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
A petição será inepta quando os pedidos forem 
incompatíveis entre si. 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
O juízo para todos os pedidos devem ser o mesmo. 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de 
procedimento. 
§ 2ºQuando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de 
procedimento, será admitida a cumulação se o autor 
empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego 
das técnicas processuais diferenciadas previstas nos 
procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais 
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as 
disposições sobre o procedimento comum. 
O fato de o autor abrir Mao do procedimento especial para viabilizar a 
cumulação adotando o procedimento comum, não impede que o juiz 
possa praticar os atos técnicos do procedimento especial que não foi 
adotado. 
Por ex: Quero cumular pedidos de integração de posse, que envolve 
procedimento especial (ações possessórias). No procedimento tem 
audiência de justificação, para ouvir o autor para conceder a liminar ou 
não. O autor para poder cumular, abre Mao do procedimento especial 
para cumular no comum. O legislador diz que a audiência não será 
prejudicada, pois não conflita com o procedimento comum. O que 
significa que so será possível cumular pedidos abrindo Mao do 
procedimento especial, se o procedimento comum não conflitar com o 
procedimento especial, precisa poder haver uma adequação. Ex: 
prestação de contas, é procedimento especial tão específico que não dá 
para adequar ao procedimento comum. 
Outro cuidado, eu não posso cumular pedidos, envolvendo o pedido 
imediato, se não for possível o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que 
trata o art. 326 
Cumulação simples 
1. Sucessiva: Para acolhimento do segundo pedido, melhor que ocorra 
o acolhimento do primeiro. 
2. Identificada na causa de pedir: o autor pode formular 2 pedidos 
cumulados que convergem para o mesmo provimento. 
3. Superveniente: se dá quando os pedidos são formulados em 
momentosprocessuais diversos. 
Pedido cominatório: envolve uma pena para aquele não cumpre. É 
aquele pedido que o autor quer que o juízo exija uma conduta do réu, 
sob pena de multa. O código de 2015 extinguiu essa temática sob título 
de pedido. 
Princípio da estabilização do processo 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de 
pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido 
e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o 
contraditório mediante a possibilidade de manifestação 
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à 
reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
A um momento que o processo precisa ser estabilizado, porque a fase 
seguinte será acolhida de provas (fase instrutória) ou uma decisão de 
mérito (fase decisória), julgado o conflito. O artigo diz que o autor 
poderá alterar o pedido ou a causa de pedir, aditando a petição inicial, 
independentemente do consentimento do réu se ainda não citado. Se o 
réu já estiver sido citado, poderá o autor alterar a causa de pedir ou 
pedido, mas com consentimento do réu. Se houver o saneamento do 
processo não poderá haver mudança, o processo está regular, começará 
a colher provas. Se o legislador admitisse depois do saneamento a 
mudança, toda prova poderá ser desperdiçada. O legislador no código 
2015 deixa expresso o direito ao contraditório. Se o autor altera o 
pedido ou causa de pedir, o réu tem direito de se manifestar do que foi 
alterado. Para alguns doutrinadores, não há necessidade do 
consentimento do réu se ele embora citado, não tiver ainda apresentado 
contestação, pois como ele toma ciência antes. O réu é revel quando 
não apresenta contestação. 
Prestações indivisíveis 
Aquele credor que teve a incitativa de demandar formulará o pedido do 
todo, mas terá direito à sua cota parte do crédito, ficando autorizado 
aos credores que não demandaram a levantar cada um sua cota parte 
deduzidas as despesas tidas pelo credor que demandou. Se a demandar 
for de bem indivisível, o demandante poderá a seu critério ficar com 
todo, ressarcindo a cota parte de cada um. 
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de 
credores, aquele que não participou do processo receberá 
sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu 
crédito. 
Condições da ação – analisadas pelo juízo de admissibilidade 
Legitimidade – Ativa (Ordinária ou extraordinária) 
- Passiva 
Interesse processual: atrelado a necessidade e a adequação. 
Necessidade é quando está presente o interesse secundário (Estado 
tutelando o interesse primário). Ex: Pagamento. Quando A não paga B, 
surge o interesse secundário, que está atrelado a necessidade de ver o 
Estado agir na sua função jurisdicional, para ver esse conflito resolvido. 
Adequação: Necessidade da aprovação do Estado, que tem um interesse 
inútil, ou seja, atividade do Estado desnecessária, o direito poderia ser 
concedido diretamente. 
Possibilidade jurídica do pedido: Eu não posso pedir algo que o 
ordenamento jurídico não tutela, por exemplo, reclamar herança de 
pessoa viva, visto que só posso reclamar herança de pessoa morta. Ex 
2. Cobrar dinheiro de jogo de azar. Será considerada sentença de 
mérito. 
Sentença terminativa – coisa julgada formal, mas, não material porque 
não julgou o mérito. 
Sentença definitiva – transitada em julgada, resultada em coisa julgada 
formal, porque o ato se torna imutável no processo, resulta em 
resolução definitiva, com julgamento do mérito. 
Formação do processo e petição inicial 
O processo nasce com a propositura da demanda. A demanda 
considera-se proposta na data em que a petição inicial foi protocolada. 
A petição inicial deverá vir acompanhada de procuração, que conterá o 
endereço do advogado, eletrônico e não eletrônico. 
Exceção não apresentar procuração: Art. 104 CPC: salvo para evitar 
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado 
urgente; a parte estiver representada pela defensoria pública. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for 
protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os 
efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 
A partir desta data, do protocolo da petição inicial, surge a 
litispendência (a pendência da causa): o processo existe e, para o autor, 
todos os efeitos daí decorrentes se produzem. Para o réu, no entanto, a 
litispendência somente produz efeitos a partir de sua citação. 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo 
incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui 
em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei 
no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 
2. Petição inicial e demanda 
A petição inicial não é a demanda. A demanda é um ato jurídico que 
requer forma especial. A petição inicial é a forma da demanda, o seu 
instrumento, a demanda é o conteúdo da petição inicial. 
3. Requisitos da petição inicial 
A petição inicial precisa atender obrigatoriamente alguns requisitos 
para que seja apta (ao contrário será inepta). É necessário que o autor 
observe os requisitos impostos na lei processual. Os requisitos devem 
estar presentes. 
Requisitos Art. 319 e 320 + 106 CPC/2015 
CPC/73 – arts. 282 e 283 + 39 
Forma: A postulação inicial como regra deve ser escrita, datada e 
assinada. 
Assinatura de quem possua capacidade postulatória: Essa assinatura 
deve vir de quem tem capacidade postulatória, normalmente o 
advogado regularmente inscrito na OAB, o defensor público e membro 
do MP. 
*Obs:. Há algumas hipóteses em que o leigo tem capacidade 
postulatória: habeas corpus, juizados especiais cíveis na primeira 
instancia cujas causas não excedam 20 salários mínimos. 
Indicação do juízo a que é dirigida a demanda: O autor tem de indicar 
o juízo (singular ou colegiado) perante o qual formula a sua pretensão, 
observando as regras de competência. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
Ex: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 12ª Vara Cível do Foro da Comarca 
de Penápolis, SP. 
Se houver erro no endereçamento haverá redistribuição da ação, 
entretanto, o endereçamento incorreto não afasta os efeitos da citação 
válida. 
Qualificação das partes: o demandante apresentará qualificação das 
partes, dele próprio e do réu. 
O objetivo da qualificação das partes é individualizar o sujeito por meio 
da sua qualificação. 
Art. 319: II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
É importante falar o estado civil porque, nos exemplos de ação cuja 
controvérsia é de direito real imobiliário, é preciso ter a aceitação do 
cônjuge. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá 
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
Se não tem todos os dados completos e for imprescindível como nome, 
sobrenome, CPF; deve-se requerer a diligencia ao juiz já na petição 
inicial (princípio da cooperação). Se a informação não for relevante 
como endereço eletrônico ou profissão, nesses casos, importa apenas, 
por exemplo, avaliar um pedido de justiça gratuita. A falta dessas 
informações não levará ao indeferimento da petição inicial se for 
possível a citação do réu. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao 
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informaçõestornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso á justiça 
Não se pode impedir o acesso a justiça se a exigência desse requisito 
for impossível ao autor. Se essa situação ficar retratada na petição 
inicial, não será causa de indeferimento e serão tomadas as 
providencias para ter essas informações. 
Causa de pedir: o fato e o fundamento jurídico do pedido 
Deve também a P. I conter a exposição dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos do pedido, que formam a denominada causa de pedir. 
A causa de pedir nada mais é do que a situação fática que traz 
consequências jurídicas, através de um ordenamento jurídico, que 
autoriza pedir provimento jurisdicional. Não se rompe a inércia de 
jurisdição sem causa de pedir. 
Tem assim, o autor de, em sua P. I expor todo o quadro fático necessário 
à obtenção do efeito jurídico perseguido, bem como demonstrar como 
os fatos narrados autorizam a produção desse mesmo efeito, ou seja, 
deverá o autor demonstrar a incidência da hipótese normativa no 
suporte fático concreto. 
O CPC adotou a chamada teoria da substancialização da causa de pedir, 
segundo o qual se exige do demandante indicar, na P. I, qual o fato 
jurídico que lhe deu causa e qual a relação jurídica dele decorrente. 
Com isso, a pluralidade de fatos jurídicos implicará a pluralidade de 
demandas. 
Causa de pedir composta: diz-se composta a causa de pedir na hipótese 
em que corresponde a uma pluralidade de fatos individuadores de uma 
única pretensão. 
Causa de pedir remota: situação conflituosa consistiu um fato, com 
consequências no ord. Jurídico, que resulta ver um direito satisfeito. 
Causa próxima: é o fundamento jurídico que autoriza buscar a tutela 
jurisdicional. 
É trazido o fato, que é a causa de pedir remota, e o fundamento jurídico, 
que a causa de pedir próxima, com base no qual, ele afirma 
consequências jurídicas que dão lastro ao pedido. 
O juiz está limitado na sua decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao 
pedido formulado, não está, entretanto, ao dispositivo legal invocado 
pelo demandante, pois é sua tarefa verificar se houve subsunção do fato 
à norma, ou seja, verificar se houve incidência. 
Pedido com suas especificações: Não há causa de pedir sem pedidos, 
como mero desabafo. O pedido é formulado conexo a causa de pedir. 
Petição sem pedido é petição inepta, a ensejar o seu indeferimento. 
Atribuição e valor à causa: Em toda P. I deve constar o valor da causa, 
visto que não há causa sem valor. O valor da causa é base para as custas 
processuais e competências. 
Há situações que a lei estabelece um parâmetro, um critério para 
estabelecer o valor da causa. Se a lei não trazer, cabe ao autor ou ao 
juízo estimar um valor, analisando a causa de pedir e o pedido. 
Se o advogado não regularizar de modo satisfatório e houve iniciativa, 
ou seja, atribuiu valor errado, o juiz pode devolver ao advogado para 
ele arrumar o valor. 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção 
(ação do réu contra o autor) e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do 
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data de propositura da ação; 
O autor visa receber o crédito, tendo o valor principal acrescido de juros 
e demais penalidades. A multa incide sobre o valor corrigido. Ex: tem-
se o valor principal, há correção monetária e sobre esse valor corrigido 
incide a multa. 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, 
a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o 
valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
A regra é que o valor do contrato ou valor econômico corresponde a 
parte controvertida. Não se discute o valor da clausula toda, mas só o 
que esta em questão de discussão, ou seja, a parte controvertida. 
Resolução: inadimplemento. 
Resilição: ligada a falta de interesse de ambas as partes ou de ambas a 
continuarem com o contrato. Elas fazem um distrato, portanto, 
nenhuma delas inadimpliu alguma coisa. Pode ocorrer por inciativa de 
apenas uma parte, podendo gerar conflito. 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
Busca condenação daquele que tem o dever de prestar alimentos. Esse 
critério serve não so para alimentos mas também para desoneração. 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
No código de 73, a regra é o lançamento fiscal, o valor que se atribui a 
causa. No código de 2015, adota-se a avaliação, o que pode gerar uma 
certa dificuldade. 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
O legislador de 2015 incluiu a fundada em dano moral. O pedido 
precisa ser determinado, precisa ser estimado um valor de dano moral. 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente 
à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
Subsidiário: quando houver uma ordem de preferência, quando meu 
pedido não for atendido, tem-se o subsidiário. O valor da causa é o 
valor do pedido principal. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor 
atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a 
respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. 
A impugnação do valor da causa será feita em preliminar de 
constatação. Na própria peça o réu impugna o valor da causa, 
desaparece o incidente do valor da causa, que era presente no código 
de 73. 
Indicação dos meios de prova com que o autor pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados: O autor indicará quais os meios de prova 
de que se irá valer para comprovar as suas alegações, desde logo. 
Opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou 
de mediação: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 
30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) 
dias de antecedência. 
CPC/73: A audiência de conciliação ou mediação era feita com 
antecedência mínima de 30 dias igualmente no CPC/15, mas o réu era 
citado com antecedência mínima de 10 dias. 
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente 
na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto 
neste Código, bem como as disposições da lei de organização 
judiciária. 
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à 
mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização 
da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu 
advogado. 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 
10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência 
deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por 
meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência 
de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e 
será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem 
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da 
União ou do Estado. 
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou 
defensorespúblicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração 
específica, com poderes para negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por 
sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será 
organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) 
minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
A PI é recebida pelo juiz e ele a tem como apta. Em seguida é preciso 
saber se será caso ou não de improcedência liminar (casos em que se 
despensa provas, decisões que contrariem sumulas do STJ e STF), onde 
não haverá a citação do réu, o juiz proferirá sentença de mérito, 
julgando totalmente improcedente o pedido do autor. 
Nesse sentido, para que o juiz designe a audiência de conciliação ou 
mediação, é precsio ter descartado a possibilidade de improcedência 
liminar. 
O autor tem de se manifestar a sua opção pela realização ou não de 
audiência preliminar de conciliação ou mediação. É um requisito novo 
no CPC/15, sendo que no CPC/73, o art. 282, inciso VII “o 
requerimento para citação do réu”, foi eliminado. 
Como também, é eliminado no CPC/15 a audiência preliminar, que 
tinha como objetivo no CPC/73 a tentativa de conciliação. 
Se o autor e o réu manifestarem expressamente a vontade de não 
resolverem o litígio por autocomposição, a audiência não ocorrerá. 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 
10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
Portanto, se o autor nada falar na petição inicial, será tacito interesse. 
Documentos indispensáveis à propositura da demanda: 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com 
os documentos destinados a provar suas alegações. 
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos 
documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos 
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos 
nos autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos 
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se 
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, 
cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de 
juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar 
a conduta da parte de acordo com o art. 5o. 
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, 
poderá: 
I - impugnar a admissibilidade da prova documental; 
II - impugnar sua autenticidade; 
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de 
arguição de falsidade; 
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo. 
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos 
anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os 
documentos anexados à contestação. 
§ 1o Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos 
autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo 
de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas no art. 
436. 
§ 2o Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para 
manifestação sobre a prova documental produzida, levando em 
consideração a quantidade e a complexidade da documentação. 
4. Emenda da petição inicial 
Se a P. I estiver irregular, por lhe faltar algum dos seus requisitos, deve 
o magistrado intimar o autor para corrigi-la, emendando ou 
complementando-a. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá 
a petição inicial. 
CPC/73: dava o prazo de 10 dias e não 15 como o CPC de 2015. Além 
do aumento do prazo, exige ao juiz o dever de dizer precisamente o que 
deve ser emendado ou complementado. 
Se a primeira correção não foi satisfatória, permite-se uma nova 
determinação de emenda. Mesmo que efetuada a emenda após o prazo 
concedido, não justifica o indeferimento. 
Sempre que o defeito for sanável deve o magistrado determinar a 
emenda, visto que não é permitido indeferir a inicial sem que ter 
concedido ao autor a possibilidade de correção. 
Não é sanável por exemplo, a falta de interesse de agir, mas é sanável, 
por exemplo, a ausência de juntada da tradução de um documento em 
língua estrangeira. 
É possível ainda emenda da inicial após a contestação, desde que não 
enseje modificação do pedido ou causa de pedir sem o consentimento 
do réu. 
5. Indeferimento da petição inicial 
O indeferimento da P. I é decisão judicial que obsta liminarmente o 
prosseguimento da causa, pois não se admite o processamento da 
demanda. O indeferimento é uma hipótese especial de extinção do 
processo por falta de um “pressuposto processual”. 
O indeferimento da P. I somente ocorre no inicio do processo: só há 
indeferimento liminar antes da ouvida do réu. Após a citação, o juiz não 
mais poderá indeferir a P. I. 
A inépcia por ex, pode ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo após 
a contestação, mas, nesse caso, não implicará indeferimento da P. I, e 
sim, extinção do processo sem análise do mérito. 
A P. I somente será indeferida se não houver possibilidade de correção 
ao vício, ou se houver, tiver sido conferida oportunidade para que o 
autor a emende e este não tenha atendido satisfatoriamente á 
determinação. 
A questão de indeferimento da P. I é um dos casos e invalidade, 
limitando-se a reconhecer a validade de sua apreciação, não se resolve 
o mérito da causa. 
O indeferimento da PI pode tanto ocorrer em juízo singular como em 
tribunal. (relator ou por um acórdão) 
Com base nisso, pode-se estabelecer o sistema recursal da decisão que 
indefere a PI 
A. Indeferimento parcial por juízo singular (decisão interlocutória): 
recurso – agravo de instrumento. 
B. Indeferimento total feito por juízo singular (sentença): apelação 
Art. 331: Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado 
ao juiz, no prazo de 5 dias, retratar-se. 
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder 
ao recurso. 
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a 
contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, 
observado o disposto no art. 334. 
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em 
julgado da sentença. 
à O artigo 331 CPC afirma que havendo apelação contra sentença (o 
autor te 15 dias para apelar), que indefere a petição inicial, poderá o 
juiz no prazo de 5 dias, rever a sua decisão e modificá-la, em juízo de 
retratação. Se não houver retratação, o juiz determinará a citação do réu 
para responder o recurso, no prazo de 15 dias. O prazo de contestação 
começará a correr da intimação do retorno dos autos. Não interposta 
apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
Citação: da-se ciência da existência da demanda, cuja relação 
processual não foi extinta, subsiste, pois não transitou em julgado a 
sentença. Será citado para integrar essa relação. 
Intimação: quando o trânsito em julgado ocorre, a relação jurídica 
processual acabou, portanto não tem relação jurídica para o réu 
integrar, portanto, será intimado que houve uma demanda. 
OBS:. No código de 73 o juiz tinha 48 horas para poder retratar-se. No 
código de 2015, o juiz tem 5 dias. 
Trata-se de regra especial, pois confereao magistrado a possibilidade 
de mudar a sua decisão após ter encerrado o seu ofício jurisdicional 
com a prolação da sentença (expeciona o artigo 494CPC) 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões 
materiais ou erros de cálculo; 
II - por meio de embargos de declaração. 
Essa exceção somente incide quando houver verdadeiro indeferimento 
total da PI por juízo singular, nos demais casos, é vedado ao juiz 
proferir juízo de retratação, somente podendo alterar a sentença para 
corrigir erros materiais ou por meio de ED. (Nelson Nery). 
O juiz não tem competência para proceder ao juízo de admissibilidade 
da apelação, é função exclusiva do tribunal. 
C. Indeferimento total feito por decisão do relator: agravo interno 
D. Indeferimento total ou parcial feito por acórdão: RE ou RESP. 
Hipóteses de indeferimento 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
Sem pedido ou causa de pedir, será impossível ao órgão jurisdicional 
saber os limites da demanda, e por consequência os limites da sua 
atuação. 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que 
se permite o pedido genérico; 
O pedido tem que ser determinado, salvo em algumas situações 
excepcionais. 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
Situações onde o autor narra fatos que não guardam qualquer lógica 
com a causa de pedir. 
A PI tem de ser coerente. Se o pedido não resulta logicamente da causa 
de pedir, há contradição, hipótese se inépcia. Ex: autor pede invalidação 
de negocio em razão de inadimplemento. Inadimplemento não é causa 
de invalidade, mas de resolução. 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
Um pedido aniquila o outro. A compatibilidade de pedidos é requisitos 
para que se possa cumular. O juiz precisa primeiramente dar a 
oportunidade para o autor corrigir a PI, visto que é um vício sanável. 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
Parte legítima é aquela que tem autorização para estar em juízo, 
discutindo determinada situação jurídica; parte ilegítima é o sujeito 
que, não obstante esteja em juízo, não tem autorização para tanto. 
Legitimidade ad causam é hipótese de requisito de admissibilidade 
subjetivo relacionado ás partes. Para que o autor tenha legitimidade 
para demandar ele precisa ser sujeito da relação jurídica conflituosa. 
Ter capacidade de conduzir o processo. 
Principais aspectos: a-) trata-se de uma situação jurídica regulada pela 
lei. 
b-) é qualidade jurídica que se refere ambas as partes do processo (autor 
e réu). 
c-) toda legitimidade baseia-se em regras de direito material. 
Classificação: a legitimação ad causam é a que divide em: 
Legitimação ordinária: legitimado ordinário é aquele que defende em 
juízo interesse próprio. 
Legitimação extraordinária: legitimado extraordinário é aquele que 
defende em nome próprio interesse de outro sujeito de direito. O 
legitimado extraordinário atua no processo na qualidade de parte, e não 
de representante, ficando em razão disso, ao regime jurídico da parte. 
III - o autor carecer de interesse processual; 
Interesse de agir é requisito objetivo extrínseco positivo. O interesse 
advém quando o sujeito tem seu direito violado ou ameaçado, portanto, 
passa a ter interesse na solução do conflito, “quebrando” a jurisdição. 
Obs:. O artigo 17 do CPC/15 inova: “´para postular em juízo é 
necessário ter interesse e legitmidade”. No CPC/73 era: “Para propor 
ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade”. A mudança 
é sutil mas considerável. Interesse e legitimidade são exigidos para 
qualquer postulação em juízo, não apenas a demanda ou a contestação. 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
O artigo 106, I CPC determina que se indique na PI o endereço em que 
o advogado receberá as intimações, número da OAB e a sociedade de 
advogados da qual participa. Se não suprida a omissão no prazo de 5 
dias, a pet. Será indeferida. 
O artigo 321 é regra geral que autoriza o juiz a determinar a emenda da 
PI para correção de vícios sanável. A PI será indeferida se o autor 
intimado para regularizá-la, não o fizer no prazo de 15 dias. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente 
de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá 
de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as 
obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de 
quantificar o valor incontroverso do débito. 
Assim, proposta a demanda que tenha por objeto a discussão da dívida 
oriunda de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, cabe ao 
autor identificar precisamente qual o valor que pretende controverter e 
qual é a parcela incontroversa. Ou seja, não basta o pedido de revisão 
da dívida, é preciso especificar o que se discute. Não discriminado o 
valor, cabe ao juiz determinar a intimação do autor, para que emende 
na PI, não retificado o defeito, a PI há de ser indeferida, por inépcia. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser 
pago no e no modo contratados 
Ou seja, cabe ao autor-devedor continuar pagando o valor 
incontroverso. Não adimplida a parcela controversa há mora se não 
houver decisão judicial provisória em sentido contrario (tutela 
antecipada). 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência 
das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa 
julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou 
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível 
por disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
Toda decisão que julgar a impossibilidade jurídica do pedido será 
decisão de mérito, antigamente era requisito para indeferimento da 
inicial. 
Quando o juiz reconhece a decadência e a prescrição, a sentença será 
de mérito. Hoje no artigo 330 e ss. temos hipóteses que levam a uma 
sentença terminativa, não mais definitiva. Prescrição e decadência 
agora resultarão na improcedência liminar da petição inicial. 
6. Improcedência liminar 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior 
Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido 
se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em 
julgado da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do 
processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará 
a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
OBS:. Na retratação doartigo 331, se NÃO houver retratação, o reu 
será citado para responder ao recurso. Enquanto no artigo supra, será 
citado se HOUVER retratação. 
Essa improcedência liminar que dispensa citação do réu, permitindo 
que o juiz de uma sentença de mérito, sem citar o réu, só é permitido 
quando em matéria dispensar fase instrutória (fase que apura o 
conteúdo probatório) ou contrair sumulas de acordo com o STJ ou STJ 
em ações repetitivas, quer dizer, desde que se ache precedentes que 
contrariem o pedido do autor. 
Citação 
Citação é ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o 
interessado para integrar a relação processual. 
Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do 
executado, com exceção quando se tem o indeferimento da PI e 
improcedência liminar do pedido. 
A citação é um ato indispensável, de modo que o processo só é valido 
se houver citação com observância nos termos da lei. Só não haverá 
citação em casos expressos pela lei, em que o juiz pode dispensar a 
citação, a fora isso, ela precisa ocorrer necessariamente. 
Art. 239 § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado 
supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo 
para apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
O réu pode comparecer espontaneamente para integrar a relação 
processual, o que dispensa o ato citatório, diante do comparecimento 
voluntário. Tem-se a nulidade do ato citatório pois não observou a 
forma. Se não for acolhida nulidade, o réu será declarado revel no 
processo de conhecimento, e se for de execução terá andamento 
normal. 
A nulidade tem por objetivo afastar qualquer intempestividade, ou seja, 
quando já decorrido o prazo. 
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado revel; 
Revel: quando o réu não responde a ação quando devidamente citado. 
Como a alegação de nulidade foi rejeitada, ele é tido como revel. O juiz 
pode determinar o desentranhamento (retirar dos autos a peça por que 
é intempestiva) da contestação e documentos. 
II - execução, o feito terá seguimento 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo 
incompetente, induz litispendência (quer dizer, efetivada a citação 
válida, o réu tem ciência inequívoca da demanda, portanto, qualquer 
outra demanda em curso leva a listipendencia), torna litigiosa a coisa e 
constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 
da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a 
citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data 
de propositura da ação. 
§ 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências 
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o 
disposto no § 1o. 
§ 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável 
exclusivamente ao serviço judiciário. 
§ 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1o aplica-se à decadência e 
aos demais prazos extintivos previstos em lei. 
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na 
pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado 
ou do interessado. 
A regra é que a citação será pessoal, mas poderá ser feita em 
representante ou procurador. A regra é a citação pessoal, mas pode ser 
ela realizada na pessoa do mandatário ou do administrador, sem que 
isso torne a citação irregular. O legislador traz uma regra especial para 
o caso do locador que se ausenta do Brasil. 
Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se 
encontre o réu, o executado ou o interessado. 
Um militar será citado na unidade que estiver exercendo a função, se o 
endereço residencial for desconhecido. 
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do 
direito: 
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; 
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo 
grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; 
IV - de doente, enquanto grave o seu estado. 
Impedem a realização do ato citatório: culto religioso, no caso de 
casamento, nos 3 dias seguintes e no caso de falecimento de parente, 
ou cônjuge ou convivente até 2º grau em linha reta ou colateral no dia 
do falecimento ou nos 7 dias seguintes. 
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é 
mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. 
§ 1o O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a 
ocorrência. 
§ 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará 
laudo no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3o Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família 
apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade 
deste. 
§ 4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, 
observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e 
restringindo a nomeação à causa. 
§ 5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a 
defesa dos interesses do citando. 
Trata da citação de incapaz ou pessoa impossibilitada de recebe-la, 
incapacidade mental. Se for constata a deficiência mental, o juiz 
nomeara um perito médico para atestar essa sua doença de 
impossibilidade de receber citação e apresentará laudo no prazo de 5 
dias. Atestada essa impossibilidade, será nomeado um curador especial 
para atuar em seu nome naquele processo. 
No CPC/2015, permite que se apresente um atestado médico que 
declare essa doença mental, o que facilita muito mais o procedimento 
da citação por que dispensa a nomeação de perito. 
Art. 246. A citação será feita: 
I - pelo correio; 
É a regra, citação postal. 
Exceto: for incapaz, pessoa jurídica de direito público, residir em local 
não atendido pelo correio, se o autor, justificadamente, requerer a 
citação de outra forma. 
II - por oficial de justiça; 
Pessoal. Ela pode se dar de uma forma segura ou por uma forma 
chamada de citação por hora certa (citação ficta). A citação por hora 
certa está atrelada a desconfiança de que o réu esta “fugindo” da 
citação. Nesse caso, o oficial de justiça, indo 2 vezes a casa do réu, e 
suspeitando a ocultação do réu, ira informar que voltará no dia seguinte, 
se o citando não estiver lá, era entregar o mandato com a contrafé, para 
um membro da família ou vizinho, dando como citado o réu. 
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em 
cartório; 
IV - por edital; 
é excepcional, só em casos que a lei prevê. (citação ficta). Caso o reu 
não apresente defesa, será nomeado curador especial, nas citações de 
citação de hora certa e edital, em citação ficta + inércia. 
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei. àcadastro das 
pessoas jurídicas. 
As ações de estado, as ações de família, essas citações deverão ser 
pessoais e não poderão ser feitas pelo correio, como as de incapaz e de 
poderes públicos. A citação poderá ser pessoal se verificada a 
dificuldade de citação pelo correio, ou em que o citando se encontra em 
local que não tem correio. 
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de 
secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho 
do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o 
respectivo cartório. 
§ 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o 
carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. 
§ 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado 
a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, 
a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências. 
§ 3o Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os 
requisitos do art.250. 
§ 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de 
acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria 
responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, 
poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da 
lei, que o destinatário da correspondência está ausente. 
É caso de citação pelo correio, irá ser expedida uma carta de citação. 
Essa carta precisa atender os mesmos requisitos do mandado de citação, 
aquele mandado cumprido pelo oficial de justiça. O código diz que a 
carta de citação deverá observar os requisitos do artigo 250, que traz os 
requisitos do mandado de citação. O mandado de citação consta o juízo, 
endereço do fórum, nome do autor, do réu, e o endereço de ambos, qual 
é a ação, qual é o pleito de maneira resumida. Essa carta será instruída 
com a petição inicial, tal como o mandado, que chamamos de contrafé. 
Se o juiz por ex, conceder uma tutela provisória, determinando que o 
citando cumpra determinada ordem, além da petição, a cópia da decisão 
e do mandado constara hipótese de sanção para não cumprimento. 
Precisa constar na carta de citação também, o prazo para que o citando 
conteste, embargue a citação. Esse prazo expresso não é indicação de 
norma, o prazo precisa estar expresso com a advertência de que se não 
for apresentada a defesa, serão no caso do processo de conhecimento, 
reputados verdadeiros os casos reputados pelo autor, a advertência da 
revelia. 
“Deverá contestar no prazo de 15 dias sobre pena de revelia...” 
No caso essa carta de citação é enviada pelo correio com o aviso de 
recebimento. AR – é termo inicial de contagem de prazo. 
Na citação via eletrônica, há cartórios que anexam a inicial, outros 
enviam a citação apenas com o numero da senha para acesso. Parece 
que a citação via eletrônica exige muito cuidado no sentido de 
endereçar para o endereço eletrônico correto. 
O termo inicial da contagem do prazo, juntada do AR no caso de citação 
pelo correio. 
No processo de conhecimento em que o juiz obrigatoriamente designa 
a audiência de conciliação e mediação, vai constar no mandato o dia e 
a data do local para conhecimento. Se o réu citado protocolizar petição 
falando que não tem interesse, não será realizada audiência, e o termo 
inicial será a data protocolizada da petição dizendo que não terá a 
audiência. 
A pessoa jurídica pode ser citada na pessoa do gerente geral ou 
administrador, ou ainda pelo responsável pelo recebimento das 
correspondências. 
A carta de citação entregue ao porteiro é regular. O porteiro poderá 
recusar o recebimento da carta de citação, se ele declarar que o réu está 
ausente, sob as penas da lei. 
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses 
previstas neste Código ou em lei (porque tem casos que a citação tem 
que ser pessoal, por oficial de justiça) ou quando frustrada a citação 
pelo correio. 
Nem o judiciário nem o autor tem interesse que a citação se de de forma 
irregular, todo o processado será declarado nulo. Serão aproveitados 
apenas aqueles atos que não tenham conteúdo de mérito e não tenham 
causado prejuízo. Qual é o interesse do autor em “fechar os olhos” para 
uma citação duvidosa? Nenhum. 
Quando o juiz ou o autor verifica que decorreu o prazo sem 
contestação, a primeira coisa a verificar é o ato citatório. Porque se 
verificar se há alguma duvida, é melhor renová-la. Neste caso, se a 
citação foi pelo correio e há alguma duvida sobre a regularidade do ato 
citatório, o próprio autor ou o juiz pode determinar que se promova a 
citação por oficial de justiça. 
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá: 
I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou 
residências; 
II - a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da 
petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena 
de revelia, ou para embargar a execução; 
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, 
se houver; 
IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, 
acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de 
conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar 
do comparecimento; 
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir 
tutela provisória; 
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração 
de que o subscreve por ordem do juiz. 
Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o 
encontrar, citá-lo: 
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé; 
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé; 
III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs 
no mandado. 
Localizando o citando, ele vai ler o mandado e obter o ciente do 
citando. Irá certificar que se dirigiu a tal endereço e promoveu a citação, 
ficando citado, e no caso, de recusar, passa a descrever o citando. 
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver 
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, 
deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da 
família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, 
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com 
controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita 
a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de 
correspondência. 
A citação por hora certa se da quando o oficial de justiça suspeita que 
o réu está se ocultando. No código de 73 o oficial tinha que ir no 
endereço do citando 3 vezes. O novo código de 2015, reduziu de 3 para 
2 vezes. Feita duas diligências com suspeita de ocultação, o oficial de 
justiça pegara um membro da família, ou o porteiro do prédio, o 
vizinho, avisando que voltará no outro dia a tal hora para citá-lo. No 
dia designado irá comparecer e o citando não está, com isso, o oficial 
irá avisar aquele que avisou, seja o parente ou vizinho que citou o réu. 
Se o réu estiver na hora designada, por que o familiar avisou, a citação 
não será por hora certa, será uma citação normal, ou seja, pessoal. 
Se a citação for por hora certa e o réu revel será nomeado curador 
especial. Se a citação for normal, se o réu deixar de contestar não terá 
curador especial. Só terá se for por hora certa. 
O legislador teve preocupação de comunicar, assegurar ao citando por 
hora certa de que ele foi citado por hora certa. 
No momento da citação por hora certa, que se revel, se dera ao citando, 
curador especial. 
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de 
secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 
(dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, 
telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência. 
Torna-se desnecessária a expedição de carta precatória. A carta 
precatória é expedida em casos de citação pessoal e para penhora e 
desde que não sejam comarcas contíguas. O juiz daqui irá determinar a 
expedição de carta precatória para a comarca de Itajaí, por exemplo, o 
juiz deprecado (que recebe a carta precatória), irá determinar a 
diligência e comprida a diligencia devolverá a carta precatória ao juiz 
deprecante. 
Art. 256. A citação por edital será feita: 
I - quando desconhecido ou incerto o citando; 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar 
o citando; 
III - nos casos expressos em lei. 
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país 
que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a 
notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca 
houver emissora de radiodifusão. 
§ 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas

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