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A liberdade de expressão é um dos pilares fundamentais das democracias modernas, garantindo a todos os cidadãos o direito de expressar suas opiniões, ideias e pensamentos sem medo de represálias ou censura. No entanto, com o advento da era digital e a proliferação das redes sociais, surgiu um novo desafio: as notícias falsas, ou "fake news". Estas são informações distorcidas ou completamente inventadas, disseminadas com o objetivo de enganar, manipular opiniões ou causar danos. As fake news têm o potencial de influenciar eleições, prejudicar a saúde pública e até mesmo incitar violência. Diante desse cenário, governos, plataformas digitais e a sociedade em geral têm buscado maneiras de combater a disseminação de notícias falsas, sem, contudo, infringir o sagrado direito à liberdade de expressão. Nesse contexto, surge uma questão complexa sobre os limites e responsabilidades associados à disseminação de informações na era digital. Considerando o contexto apresentado, qual das seguintes afirmações melhor representa o desafio central enfrentado pela sociedade ao lidar com a liberdade de expressão e as fake news na era digital? • O combate às fake news deve ser prioritário, mesmo que isso signifique restringir a liberdade de expressão para proteger o bem-estar público. • A liberdade de expressão deve ser absoluta, e qualquer tentativa de regulamentação é uma forma de censura. • As plataformas digitais não têm qualquer responsabilidade sobre o conteúdo publicado por seus usuários, qualquer que seja ele, sendo apenas intermediárias na disseminação de informações. • As fake news são um fenômeno passageiro e não representam uma ameaça significativa à democracia ou ao bem-estar público. • O principal desafio é encontrar um equilíbrio entre garantir a liberdade de expressão e prevenir a disseminação de informações falsas que possam causar danos à sociedade. 2) A desinformação é potencializada pela coleta e pelo uso desenfreado de dados pessoais dos usuários da internet, prática que também tem preocupado governos democráticos no mundo inteiro. Esses dados alimentam os algoritmos de aprendizado de máquinas, permitindo que anúncios e notícias sejam fabricados e direcionados especificamente para determinado perfil de usuário, a partir da compreensão dos seus hábitos, preferências, interesses e orientação ideológica. Em exame ao que se dispôs, é possível entender que a desinformação pode: • a. Fake News não está vulnerável a criação de um ambiente prop ício ao avanço de discursos de ódio e de intolerância, os quais estimulam a divisão social a partir da dicotomia “nós” e “eles”. XX Por refletirem exatamente as preferências e visões de mundo do usuário e servirem perfeitamente à confirmação destas, tendem a ser compartilhadas de pronto, sem o devido questionamento ou checagem. • a. Desinformação potencializa a capacidade de discernir o real do irreal, gerando um ambiente de crescente de confiança, crença e democracia. • a. Saúde da democracia independe da qualidade do diálogo e da informação realizada dentro dela. Por isso, é necessário primar pela verdade e pela disseminação de informações fidedignas, por meio do uso ético e transparente das novas tecnologias. • a. Liberdade de expressão não está protegida em nossa ordem constitucional. As liberdades de expressão intelectual, artística, científica, de crença religiosa, de convicção filosófica e de comunicação são direitos fundamentais, por tal, pode respaldar a alimentação do ódio, da intolerância e da desinformação. 3) Uma deputada federal sofre uma intensa campanha de difamação nas redes sociais, através de postagens feitas por uma página que a associava falsamente à um caso corrupção. Indignada com o ocorrido, ela processou os provedores de internet que, mesmo após determinação judicial, não excluíram o conteúdo. Sobre o caso narrado, assinale a assertiva correta. • Os provedores de conexão e aplicação de internet poderão ser responsabilizados pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros, após o descumprimento da ordem judicial. xx O provedor de aplicação de internet poderá ser responsabilizado pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros, após o descumprimento da ordem judicial. • O provedor de conexão poderá ser responsabilizado pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros, após o descumprimento da ordem judicial. • Os provedores poderiam ser responsabilizados antes mesmo da ordem judicial, desde que a deputada os tivesse notificado extrajudicialmente • Devido à liberdade de expressão, nenhum dos provedores poderá ser responsabilizado pelos danos sofridos pela deputada. 4) Os blockchains são proclamados como à quinta revolução da computação. Inovadores. São bases de dados distribuídas que armazenam e compartilham informações. Uma estrutura de dados que torna possível criar um livro-razão de dados digitais. Sua tecnologia é abrangente e integra as plataformas de hardwares no mundo todo. Segundo Tiana Laurence (2019, p. 8), há diferentes tipos de blockchains, público, permissionados e privados, esses três tipos usam criptografia. LAURENCE, Tiana. Blockchain Para Leigos. Editora Alta Books, 2019. E-book. ISBN 9788550808024. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788550808024/. Acesso em: 20 out. 2023. Assinale a alternativa que segundo a autora aborda dos tipos de blockchains. • a. Tanto os públicos, permissionados e privados, necessitam de autoridade central para estrutura de base de dados, pois só assim seu aspecto é eficaz dos blockchains. • a. Os três tipos permitem a qualquer participante de qualquer rede determinada gerenciar o livro-razão de um jeito seguro, sem necessidade de uma autoridade central para fazer cumprir as regras. • a. Entre as redes difundidas as administrações em regra se da de forma fechada, podendo só através de token gerenciar o livro-razão. • a. Os blockchains são bases de dados distribuídas que um grupo de pessoas controla, e que armazena e compartilha informações. • a. Esses tipos de blockchains são protegidos por associações e o livro-razão necessita de autoridade central. 5) A lei do Marco Civil da Internet é a responsável por regularizar o uso da internet no Brasil. Com isso, seu objetivo é estabelecer direitos, deveres e garantias no meio digital. De acordo com a mencionada Lei, qual dos seguintes princípios estabelece que o acesso à internet é essencial para o exercício da cidadania e deve ser garantido a todos? • eutralidade da rede. • Liberdade de expressão XXX Privacidade dos usuários. • Preservação da natureza participativa da rede. • Responsabilidade dos provedores de internet. 6) A censura, em suas diversas formas, seja direta ou indireta, prévia ou posterior, administrativa ou judicial, vem sendo sistematicamente afastada e condenada pela consciência dos povos civilizados, o que se reflete nos ordenamentos jurídicos ao redor do mundo que a refutam, quase sem exceção. Desde 1695, na Inglaterra, já se refutou iniciativa de censura prévia; seguindo-se a Declaração de Direitos de Virgínia, nos Estados Unidos da América, de 1776 que, em seu art. 12 prevê: “a liberdade de imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade e não pode ser restringida jamais, a não ser por governos despóticos”. (...) A ideia básica de Stuart Mill era a de que a falibilidade humana não autorizaria refutar de plano uma determinada ideia como sendo errada; daí a necessidade de não obstaculizar a circulação de toda e qualquer manifestação no “livre mercado das ideias”, mesmo que se mostrassem inadequadas frente aos ideais e crenças majoritários. (...) Também na França, com a Declaração dos Direitos do Homem de 1791, art. 11, onde se lê que “a livre manifestaçãodo pensamento e das opiniões é um dos direitos mais preciosos: todo cidadão pode, portanto, falar, escrever e imprimir livremente, à exceção do abuso dessa liberdade, pelo qual deverá responder nos casos determinados em lei”. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU também tratou do tema estipulando que “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”. (...) Nos dias atuais, após o advento da internet, principalmente, pôde-se notar significativo incremento no exercício da liberdade de expressão, visto que o acesso à difusão de ideias quedou-se facilitado e democratizado. Tal facilitação propiciou igualmente a ocorrência dos conflitos entre tal exercício e a preservação dos outros direitos da personalidade como a honra, a imagem e a privacidade. (...) André de Godoy Fernandes afirma: “a Internet, por ser uma mídia convergente, pulverizada e de livre acesso, tem a capacidade de promover a difusão de informações e dados que antes eram tradicionalmente transmitidos apenas por veículos de comunicação concentrados e setorizados (como televisão, rádio, jornal, revista). Na Internet, o acesso a diversos tipos de conteúdo (desde uma informação jornalística até eventos esportivos, filmes e músicas) é feito por um único meio convergente, aberto ao uso geral do público. (...) A Constituição Federal garante a “quem quer que seja dizer o que quer que seja”, na expressão sempre poética do Ministro Carlos Ayres Britto, que também já chegou a afirmar que “a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade”. (BENTIVEGNA, Carlos Frederico Barbosa. Liberdade de expressão, honra, imagem e privacidade: os limites entre o lícito e o ilícito. Barueri: Manole, 2020). Considerando o texto à luz do ordenamento jurídico pátrio, é correto afirmar que: • O advento da internet permitiu o incremento no exercício da liberdade de expressão devido à democratização do acesso à informação. A consequência desse processo é a pluralidade de ideias, o que justifica e tolera fake news e discurso de ódio. • A liberdade de expressão é um direito absoluto em nosso sistema jurídico, garantindo-se imunidade ao seu titular, independentemente de seu teor. • O discurso de ódio é uma forma de pensamento, fala e posicionamento social que incita à violência contra diferentes grupos da sociedade. Por conta da liberdade de expressão, é adminitido pelo nosso sistema jurídico, não se caracterizando crime ou ilícito. XX A liberdade de pensamento e expressão é constitucionalmente assegurada, não se admitindo a censura prévia. Todavia, haverá responsabilização posterior à manifestação, quando houver excessos e ofender direitos. • A censura prévia é admitida na Constituição Federal de 1988 somente quando necessária para assegurar o respeito aos direitos e à reputação de terceiros. 7 Em relação a figura abaixo, assinale a alternativa correta: • Direito Digital é a não inflexão entre a ciência do Direito e a Ciência da Computação sempre empregando novas tecnologias; • A figura representa a disrupção do Direito Digital com as demais áreas do Direito e a denominada interdisciplinariedade; XXXA convergência do Direito Digital com o Direito Empresarial é o exemplo da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina, a qual é 100% digital; • O e-commerce é uma questão exclusiva do Direito Empresarial. • O Direito Penal não possui normas que venham a abordar delitos cibernéticos; 8) A proteção do art. 5º, XII, da CF restringe-se ao sigilo das comunicações telefônicas e telemáticas, não abrangendo os dados armazenados em dispositivos eletrônicos, não se subordinando o procedimento aos ditames da Lei nº 9.296/96. IV - Não obstante o acesso aos dados de aparelho celular apreendido no momento do flagrante dependa de prévia autorização judicial, tal regra não se aplica no caso dos autos, uma vez que os aparelhos celulares foram apreendidos durante cumprimento de medida de busca e apreensão determinada judicialmente, motivo pelo qual se torna prescindível nova autorização judicial para acesso aos dados armazenados." Acórdão 1667700, 00024541720198070001, Relatora: NILSONI DE FREITAS CUSTODIO, 3ª Turma Criminal, data de julgamento: 2/3/2023, publicado no DJE: 6/3/2023. Qual princípio da Segurança da Informação garante que a informação estará disponível sempre que for preciso? XXXPrincípio da disponibilidade. • Princípio do in dubio pro reu. • Princípio da moralidade. • Princípio da confidencialidade. • Princípio do acesso à informação https://sistj.tjdft.jus.br/sistj/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAO_TODAS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1667700 9) Enunciado: O Marco Civil da Internet, Lei nº 12.965/2014, estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Dentre os princípios presentes nessa legislação, destacam-se a neutralidade de rede, a proteção à privacidade dos usuários e a liberdade de expressão. Sobre o Marco Civil da Internet, assinale a alternativa correta: • A liberdade de expressão garantida pelo Marco Civil da Internet não se aplica a discursos de ódio ou conteúdos que incitem a violência. • A neutralidade de rede impede que provedores de Internet priorizem determinados conteúdos, aplicativos ou serviços, garantindo assim a igualdade de acesso à informação. • A proteção à privacidade dos usuários não é assegurada pelo Marco Civil da Internet, uma vez que a legislação não prevê medidas para garantir a segurança dos dados dos usuários. • O Marco Civil da Internet foi sancionado no ano de 2005 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. • O Marco Civil da Internet não estabelece direitos e deveres para provedores de aplicações de Internet, focando apenas nas responsabilidades dos provedores de conexão. 10) A Lei nº 12.965/14, chamada de Marco Civil da Internet, teve, como principais pontos, uma abordagem multissetorial de governança e principiológica para temas como neutralidade de rede e privacidade de dados. A partir desta perspectiva, qual das alternativas seguintes não pode ser apontada como um dos princípios trazidos pela norma: • neutralidade da rede • liberdade de expressão • privacidade e proteção de dados pessoais sensíveis • infomações claras nos contratos • liberdade dos modelos de negócios