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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
IGOR ROBERTO DE OLIVEIRA CONCEIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS CRIMES CIBERNÉTICOS E OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
NA INTERNET 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
2 
 
IGOR ROBERTO DE OLIVEIRA CONCEIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo científico apresentado ao curso de 
Direito do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU, 
como requisito parcial para a obtenção do 
grau de bacharel em Direito, sob a 
orientação do Professor Fábio Gallinaro. 
 
Data da Apresentação: 
 
Banca Examinadora: 
 
Professor Orientador: Fábio Gallinaro. 
 
Professor²: 
 
Professor ³: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
3 
 
OS CRIMES CIBERNÉTICOS E OS LIMITES DA LIBERDADE 
DE EXPRESSÃO NA INTERNET 
 
 
Igor Roberto De Oliveira Conceição 
Iroc_6@hotmail.com 
 
 
Resumo: Visando a responsabilidade civil nos termos da Lei 12.965/2014, 
que institui normas na funcionalidade da internet. Analisando a finalidade da 
responsabilidade, a base legal do direito de personalização, a revolução da internet e 
do direito digital, o efeito sob as redes sócias. falando da responsabilidade dos 
provedores, que só são responsabilizados se não cumprirem uma notificação 
extrajudicial. o Marco Civil deu início ao direito digital, sendo aplicado de maneira 
correta e equilibrada. 
 
Palavras-chave: Crimes cibernéticos; Marco Civil da Internet; ambiente 
virtual; direito digital. 
 
 
Abstract: CYBER CRIMES AND THE LIMITS OF FREEDOM OF 
EXPRESSION ON THE INTERNET 
 
Aiming at civil liability under the terms of Law 12.965/2014, which establishes rules on 
internet functionality. Analyzing the purpose of liability, the legal basis of 
personalization, the revolution of the internet and digital law, the effect on social 
networks. talking about the responsibility of providers, who are only liable if they do not 
comply with an extrajudicial notification. Marco Civil initiated the digital law, being 
applied in a correct and balanced way. 
Keywords: Cyber crimes; Civil Framework for the Internet; virtual 
environment; digital law. 
 
mailto:Iroc_6@hotmail.com
4 
 
Sumário: 
INTRODUÇÃO 
CAPÍTULO I – A LIBERDADE DE EXPRESSÃO; 1.1. Direitos fundamentais 
envolvidos.;1.2. Direito à honra.;1.3. Direito à privacidade.;CAPÍTULO II - 
AMBIENTE VIRTUAL;2.1. A utilização do ambiente virtual;2.2. Provedores de 
internet.;2.2.1 Provedor Backbone;2.2.2 Provedor de Acesso ou Conexão;2.2.3 
Provedor de Hospedagem;2.2.4 Provedor de Conteúdo;2.3. Diferenciação de 
provedores feita pelo Marco Civil da internet.;CAPÍTULO III - O CONFLITO DE 
DIREITO;3.1 O conflito na internet entre liberdade de expressão;3.2 Discurso de 
ódio no ambiente virtual.;3.3 Indenização por dano moral e 
material.;CONCLUSÃO;BIBLIOGRAFIA 
 
INTRODUÇÃO 
 
O principal estímulo para desenvolver o projeto de pesquisa, é a importância 
do tema para a atual sociedade política, econômica e social onde encontra-se Fake 
News e crimes contra a honra na internet vêm se tornando gradativamente mais 
comum e ganham mais repercussão. Em vista disso, o panejamento é criar uma 
análise em relação aos fundamentos que rodeiam esses crimes na esfera Virtual do 
nosso País e quais órgãos competentes para fazer isso. 
A modernização ocasionou para a população a comodidade da comunicação 
e inclusão social, de forma parcial, mas hoje em dia em diferentes partes do mundo 
podemos comunicar-se por meio da World Wide Web (WWW), da Internet através de 
dispositivos eletrônicos. Portanto, o Direito como principal órgão de fiscalização não 
estará acessível, por que a evolução do progresso mundial é implacável, e o 
desenvolvimento da sociedade é sempre auxiliada por leis e o Direito. 
O Direito está por trás dos fatos sociais, melhor dizendo, os fatos sociais 
ocorrem e o Direito os regulariza. Os cibercrimes tiveram início na década de 1970, e 
enquanto o perfil dos criminosos mudou, a quantidade de usuários de computadores 
domésticos também teve um crescimento significativo, com isso o aumento da 
criminalidade, o anonimato manteve a impunidade. A impressão de que a privacidade 
como princípio para os usuários, a liberdade de comunicação e expressão em favor 
de investigadores que buscam localizar e capturar vídeos, imagens e atos sexuais 
proibidos por lei, é rastreado na Internet e não há leis específicas contra esses crimes. 
A pandemia de COVID-19 lembrou o mundo sobre a importância da Internet 
5 
 
como uma porta para a educação, o alcance à informação, saúde, cultura e a outros 
aspetos da vida diária. Fora os desafios para defender a saúde pública e buscando 
conter os índices de mortes e infeção, os governos também demandam adotar 
recursos para conter a divulgação das Fake News para assim manter a ordem pública. 
Tendo em vista que algumas notícias falsas pareçam absurdas, discernir a veracidade 
da ficção pode ser bem difícil. Sobretudo, por se tratar de uma doença até então pouco 
conhecida, e que, mesmo, não há consenso entre os próprios especialistas sobre a 
melhor abordagem contra ela. 
Temos notícias difíceis de entender e informações reais vinculados a histórias 
que são destruídas para serem verdadeiras. Vários desses crimes têm 
comportamento fraudulento. Em meados de março de 2019, o STF instaurou um 
inquérito (INQ) 4781 através da Portaria GP 69/2019, assinalada pelo presidente do 
STF, Ministro Dias Toffoli e denunciada pelo Ministro Alexandre de Moraes, para 
verificar a veridicidade de informações fraudulentas (fake news), relatórios falsos e 
ameaças ao tribunal, seus ministros, pessoas próximas e familiares. A gravidade do 
problema da reportagem, o aumento da desinformação e a disseminação de notícias 
falsas na mídia e nas redes sociais levaram a um distanciamento social preocupante. 
A sociedade e os Magistrados devem cultivar o espírito crítico com todo e 
qualquer dado encontrado, investigando o contexto e sondando se a informação indica 
a verossimilidade da escrita, quem foi o autor e se foi vinculado na mídia tradicional. 
Os desenvolvimentos tecnológicos estão ocorrendo em uma velocidade 
absurdamente alta do que a aptidão do judiciário de se adaptar para remediar abusos. 
Como a falta de informação é multissetorial, colateral sendo assim afetando todos da 
sociedade, lidar com isso é dever de todos. Todos os segmentos, principalmente a 
mídia, devem criar táticas que aliados a normas jurídicas administrativas, sirvam para 
acabar com esse mal. Tendo exposto uma situação tão caótica resta simplesmente 
ser mais bem analisado e refletido dia a dia com o intuito de encontrar soluções que 
corrijam esses crimes e assim cada vez mais puníveis em sua legislação especial, a 
lei de crimes cibernéticos, popularmente conhecida como lei da Carolina Dieckmann. 
A liberdade de expressão é o direito de todos de expressar seus 
pensamentos, opiniões, atividades intelectuais, artísticas, científicas e de 
comunicação, sem censura, conforme garantido pelo Artigo 5. da Constituição 
Federal. É um direito de personalidade, inalienável, irrevogavelmente e intransferível, 
6 
 
fundamental para a afirmação do princípio da dignidade. 
É uma forma de proteger a sociedade da opressão, um fundamento essencial das 
sociedades democráticas que têm como pilares a igualdade e a liberdade. Nas 
palavras de Silva (2011, p.217): 
A liberdade de manifestação do pensamento tem seus ônus, tal como o de o 
manifestante identificar-se, assumir claramente a autoria do produto do 
pensamento manifestado, para, em sendo o caso, responder por eventuais 
danos a terceiros. Daí por que a Constituição veda o anonimato. 
A Constituição da República do Brasil de 1988 como um todo estabelece 
limitações que se baseiam em outros direitos constitucionais 
importantes protegidos sendo eles objeto de proteção do direito penal, atravésdos 
crimes de difamação e calúnia; crimes contra a honra conhecidos. Trata-se mais da 
proteção dos direitos fundamentais relevantes do que da liberdade de expressão 
devendo ser respeitada. É uma medida considerável da própria lei, nenhuma regra ou 
princípio é absoluto. Segundo Silva, os direitos fundamentais são: 
Situações jurídicas, objetivas e subjetivas, definidas no direito positivo, em 
prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana.”. Tais direitos 
são imprescindíveis para uma convivência digna, livre e igualitária, “sem os 
quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo 
sobrevive". 
O ambiente virtual hoje ocupa uma posição na sociedade para ser um espaço 
para as pessoas se distraírem, principalmente através das redes sociais, sendo um 
mecanismo que vai desde tarefas escolares a transações financeiras. 
 No entanto, agressões, abusos e violências têm sido praticados nesse 
ambiente, resultando em consequências psicossociais significativas as vítimas 
mesmo sem contato físico. 
As referências ao direito de resposta e à vedação ao anonimato se vêm 
apresentar como limitações que, longe de constituírem censura, marcam a fronteira 
entre o que entender como liberdade, exercida com responsabilidade e licenciosidade 
(RIBEIRO, 1987, p. 5; SOARES, 1977, p. 284). 
Conforme Rossini (2004) “o crime virtual é entendido como gênero, onde o 
delito telemático é a espécie, pelo fato da peculiaridade de ocorrer dentro das relações 
virtuais realizadas entre os computadores utilizados para a prática delativa”. 
No entanto, é indispensável estar ciente do que você está expressando ou 
dizendo, especialmente quando é publicado especialmente se a expressão for 
7 
 
criminosa. “o Direito Penal brasileiro ainda não se adaptou totalmente para punir os 
crimes cibernéticos” (PINHEIRO,2009, p. 8). 
Fica claro pela leitura do texto que as questões de regularização do mundo 
virtual são discutíveis, cabendo ao principal sistema judiciário o acompanhamento de 
sua evolução. 
Este trabalho tem como objetivo estudar os limites da liberdade de expressão 
no ambiente virtual. Sejam eles, delimitam a liberdade de expressão do ambiente 
virtual; analisar os crimes cibernéticos dentro da realidade do Brasil e localizar a 
jurisprudência relativa aos crimes cibernéticos. 
Enquanto o crescente acesso à Internet gera preocupação em termos de 
liberdade de expressão no ambiente virtual, no Brasil não há um ordenamento jurídico 
que englobe todas as condutas puníveis, ou seja, os usuários brasileiros não estão 
perto de serem totalmente protegidos. 
Diante disso que se ilustra, há um equívoco acerca dos limites do direito 
fundamental à expressão no ambiente virtual. Qual seria o limite do direito de 
expressão de um indivíduo no ambiente virtual? 
A liberdade de expressão não pode ser extremamente distorcida sem afetar a 
dignidade da pessoa humana, sendo atualmente um meio de contornar e aumentar a 
citação do ódio. Qual seria a proposta efetiva de justiça para o vício? 
Um aspecto muito importante sobre a dignidade do ser humano é que sem 
este princípio, várias garantias constitucionais, sua importância para a manutenção e 
pleno funcionamento do regime verdadeiramente democrático é extremamente alta de 
modo que o estudo abre a questão de como a maneira e os irresponsáveis brasileiros 
usaram a liberdade no ambiente virtual, com repercute negativamente não apenas na 
esfera constitucional, mas coletivamente. 
Todo este mal-entendido em torno da liberdade de expressão no virtual é 
traduzido em diversas situações pela utilização deste direito. Assim, a lei usada 
totalmente em que é honrada, afeta a democracia e outras partes da sociedade. 
A liberdade de expressão constituindo garantia de funcionamento nos 
campos, Badeni (2002, p. 15) destaca que: 
É evidente que o reconhecimento legal da liberdade de expressão do 
pensamento configura uma das conquistas mais importantes que o homem 
8 
 
obteve em sua permanente luta pela dignidade. Com maior razão em um 
sistema democrático constitucional, que pressupõe a coexistência de uma 
pluralidade de opiniões na sociedade, de diversos conceitos, juízos e ideias. 
Porém, o problema só seria resolvido por uma consciência coletiva em que se 
entendesse que nenhum se sobrepõe ao outro, afastando os crimes contra a honra. 
Nesse sentido é o entendimento da Procuradoria-Geral da República (BRASIL, 2009). 
 Somente incluindo a sociedade no debate político-constitucional, por meio 
do desenvolvimento dos direitos de cidadania, é que se pode garantir que a 
Constituição não sucumba aos fatores reais de poder. A legitimidade anda 
junto com o sentimento de que o destinatário é também coautor da decisão. 
A cidadania só será efetiva diante de uma sociedade bem informada. Para 
garantir essa efetiva participação no processo decisório do teatro político, 
deve-se equilibrar a relação existente entre direitos clássicos, políticos, 
sociais, econômicos e culturais. 
Tendo como limite que a liberdade de expressão deve apenas partir do 
princípio da dignidade humana, eliminando o excesso e sempre resguardando o 
direito da pessoa. 
É de extrema importância que os fatos acima expostos sejam revelados pelo 
sistema de justiça como forma de continuar atualizando no combate aos novos tipos 
de crimes no ambiente virtual, além de eficaz na punição dos já cometidos. Ter como 
medida preventiva para que não ocorra o número crescente de casos que violam a 
dignidade da pessoa humana e seus muitos outros direitos fundamentais. 
Esse estudo teve início com a pesquisa teórica sobre o assunto, iniciando com 
a pesquisa bibliográfica e uma análise preliminar sobre o assunto da pesquisa. 
Usando o método dedutivo e pesquisa Dado o assunto a ser tratado, os 
trabalhos serão baseados em casos concretos decorrentes do cibercrime na 
atualidade, levando em consideração as doutrinas, de autores jurídicos na busca de 
sanar o problema. 
 
CAPÍTULO I – A LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
1.1. Direitos fundamentais envolvidos. 
A liberdade de expressão é um direito fundamental atribuindo ao indivíduo, 
não pertencente ao Estado. Como este é um princípio crucial do estado democrático, 
é apoiado pelo artigo 5º, IV e 220 da Constituição Federal, com a incumbência de 
proteger a segurança do indivíduo e a liberdade de expressão que a promulgou. 
9 
 
Com foco na proteção das atividades intelectuais, científicas, artísticas e de 
comunicação de qualquer indivíduo, a censura é impedida com o objetivo de 
conservar a sociedade da opressão e garantir a dignidade da pessoa humana. 
Sendo de significativo valor para a garantia da liberdade de pensamento a ser 
cumprida, da qual a Constituição proíbe o anonimato, permitindo que, se durante o 
seu exercício haja dano material, moral ou de imagem, pode-se garantir a resposta 
certa, proporcional ao agravo, portanto a indenização cabível, e devem ser 
observados o art.5, IV, V, X, XIII XIV: 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional;(Constituição Federal, 
art.5, IV, V, X, XIII e XIV) 
Desta forma, direitos como privacidade, honra e imagem das pessoas devem 
ser protegidos em concordância com liberdade de expressão, sendo estudado caso a 
caso. Em especial, identifica-se que a liberdade de expressão não pode ser 
instrumento para a prática de atos ilícitos,com base nos artigos 186 e 187 do Código 
Civil. Nesse sentido, explica Carvalho (1999, p. 49): 
Tanto a liberdade de expressão quanto a de informação encontram limites 
constitucionais. A diferença básica é que, enquanto na primeira há maior 
licença para a criação e a opinião, a segunda deve prestar obediência à 
verdade objetiva. Mas nenhuma delas é totalmente imune de controle, do 
mesmo modo que nenhum direito é absoluto. Vivemos em um Estado de 
Direito em que o exercício dos vários direitos devem ser harmônicos entre si 
e em relação ao ordenamento jurídico. Desse modo, a liberdade de 
expressão também se limita pela proteção assegurada constitucionalmente 
aos direitos da personalidade, como honra, imagem, intimidade etc. 
Salienta Paulo Bonavides (2010, P.563-564): 
Os direitos de primeira geração ou os direitos de liberdade têm por titular o 
indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou 
atributos da pessoa que ostentam uma subjetividade que é seu traço mais 
característico; enfim, são direitos de resistência ou de oposição perante o 
Estado. 
Como o Brasil é um país que esteve durante a ditadura militar, preza pela 
proteção da lei, restabelecendo o princípio essencial na Constituição 1988, essencial 
para o funcionamento da democracia. 
10 
 
O indivíduo está, nessa conformação, livre de suas escolhas. É a afirmação 
da liberdade de expressão. No entanto, é importante notar que, como todos os outros 
direitos fundamentais, somente a liberdade de expressão pode ser considerada um 
direito absoluto. Em algumas situações, irá convergir ou entrará em conflito com outros 
direitos Fundamentais, que deve ser obstaculizado por um julgamento a ser realizado 
no caso concreto através de suas especificidades sem, contudo, desviar-se das 
premissas e normas preestabelecidas para impossibilitar julgam a oportunidade em 
benefício daqueles que melhor defendem o que pode perturbar a segurança jurídica, 
um dos direitos. 
 
1.2. Direito à honra. 
 
O direito à honra é protegido pelo artigo 5º, X da Constituição. A transgressão 
deste direito é devidamente expressa no Código Penal, por injúria, difamação e 
calúnia. 
A honra é tradicionalmente considerada a partir de dois ângulos 
complementares: e subjetivo. A honra objetiva refere-se à reputação, à concepção 
que o homem tem da sociedade. A honra subjetiva, por sua vez, diz respeito à 
autoestima, ao sentimento da própria dignidade. A honra protege a reputação, a 
consideração da pessoa profissional, comercial, familiar e outros meios, bem como a 
consciência da própria dignidade. Honra subjetiva e honra objetiva podem ser mais 
facilmente no ambiente virtual, por exemplo, em uma postagem de mídia social do 
Instagram, enfatizando o ataque à honra de alguém em particular. A propagação é 
instantânea, sendo vista por amigos, familiares, próximos, conhecidos e 
desconhecidos em todo o mundo, atingindo inúmeras pessoas em segundos. 
No ambiente virtual, existem várias formas de violar em geral se espalhar com 
grande frequência em tempos de pandemia, Fake News em quais de fatos apropriados 
distorcidos, errôneos e falso0073 usar o nome de outros sem permissão, gerando 
assim grande insegurança medo por parte do utilizador. 
 
1.3. Direito à privacidade. 
11 
 
 
A Constituição Federal prevê, em seu artigo 5º, parágrafo que “são invioláveis 
a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
17 indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” O Código 
Civil, em seu artigo 21: “A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz a 
requerimento do interessado adotará as providências necessárias para impedir ou 
fazer cessar ato contrário a esta norma”. Alega Vidal (2010, on line): 
Assim, podemos afirmar que a proteção da privacidade não é proveniente do 
interesse individual de cada um, mas de um interesse social em protegê-la. A 
forma como tratamos o direito à privacidade molda a sociedade. Devemos 
entender que o direito à privacidade, além de direito do indivíduo, é um 
elemento do corpo social. 
O direito à privacidade está diretamente ligado ao direito à personalidade. É 
um direito constitucional, devendo ser protegido, com a sua devida importância. 
Além disso, o Brasil trata do direito à privacidade no Marco Civil da Internet e 
a lei geral de proteção de dados. O Marco Civil da Internet regulamenta os direitos e 
deveres dos internautas ao navegar. Visando proteger a privacidade dos dados 
pessoais dos usuários - e isso fica evidente no artigo 3º, incisos II e III: 
Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: 
II - proteção da privacidade; 
III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei; 
No Capítulo II, que trata dos direitos do usuário e garantias, a lei também é 
explícita no que diz respeito ao direito à privacidade. No artigo 7º, a lei prevê os direitos 
que garantem ao usuário ao acessar a Internet, considerado essencial ao exercício 
da cidadania. 
Um dos exemplos é a inviolabilidade da privacidade e intimidade é o fluxo de 
suas comunicações pela rede, suas comunicações privadas armazenadas. 
A lei afirma também explicitamente no artigo 8º “a garantia do direito à 
privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno 
exercício do direito de acesso à internet”. 
A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (Lei nº 13.709/2018): “dispõe sobre 
o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou 
por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos 
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da 
12 
 
personalidade da pessoa natural”. 
Um dos seus fundamentos (art. 2º) é o respeito à privacidade e a 
inviolabilidade da privacidade, honra e da imagem. O direito à privacidade é abordado 
em pontos da lei, que exalta o princípio constitucional, as boas práticas e a governança 
dos gestores e operadores de dados pessoais. 
Uma observação sobre o direito à privacidade é que também está previsto, na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Conforme seu artigo 12: 
“Ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, em sua família, 
em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataques à sua honra e 
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais 
interferências ou ataques”. 
A lei sobre crimes cibernéticos (Lei 12.737/2012) ou lei Carolina Dieckmann, 
prevê a qualificação criminal dos crimes cibernéticos alterando o Código Penal para 
criminalizar o roubo de senha, violação de dados, monitoramento de computador e 
divulgação de informações privadas. 
 
CAPÍTULO II - AMBIENTE VIRTUAL 
 
Ao longo da história e as evoluções tecnológicas, veio também a Internet. Com 
sua rápida popularização, a rede começou a se adaptar ao cotidiano de grande parte 
da população. Dessa forma, circunstâncias não observadas anteriormente no mundo 
real começaram a ocorrer no ambiente virtual. 
Com os direitos fundamentais em análise, isso não era diferente: o exercício 
da liberdade de expressão, bem como seus direitos à privacidade e também passou 
a ocorrer na tela de Computadores 
Criado por J.P. Ecket e John Mauchly, idealizadores da computação 
americana, no ENIAC foi apresentado "o gigante do cérebro”, o primeiro computador 
do mundo, sua velocidade era mil vezes mais rápida que as máquinas 
eletromecânicas, o tamanho e complexidade era surpreendente. 
Ao passar dos anos, foi criada a Internet, dando início a um projeto de 
pesquisa militar. Eis como ensina Vasconcelos (2003, p.33): 
Inicialmente criada com objetivo militar, a internet, que hoje é a maior rede de 
comunicação do Planeta, teve como embrião a Arpanet, surgida em 1969 com 
13 
 
a finalidade de atender a demandas do Departamento de Defesa dos Estados 
Unidos. A ideia era criar uma rede que não pudesse ser destruídapor 
bombardeios e fosse capaz de ligar pontos estratégicos, como centro de 
pesquisa e tecnologia. O que começou como um projeto de estratégia militar, 
financiado pelo Advanced Research Projects Agency (ARPA) acabou se 
transformando na internet. 
Com o passar dos anos a Internet não ficou estagnada, pelo contrário 
começou ano após ano tornando-se popular, depois de anos do seu princípio cessou 
o acesso restrito e começou a ser aberto à população. Assim, Queiroz e Araújo, 
referem que: 
Toda essa revolução na informática deu origem ao espaço 
cibernético(ciberespaço), ou seja, um espaço virtual onde são desenvolvidas 
relações interpessoais, onde não há centralização de informações e onde 
todos têm o poder de se comunicar. Este espaço goza de uma gama infinita 
de informações e dados, com acesso a sítios (sites), e-mails, bate-papos, 
blogs e páginas de relacionamentos. 
Com a evolução da Internet na sociedade, ela trouxe possibilidades infinitas 
trazendo comodidade, na realização de transações diárias, bancárias tornou-se o PIX 
Rápido eficiente, comunicação instantânea por toque, trocas de documentos 
importantes, resolução de disputas por audiências de videoconferência, fez a 
comunicação ficar muito eficiente. Conforme apontado por Vasconcelos (2003, p.35): 
 “A internet, sem dúvida, representa hoje em todo mundo um dos 
melhores e mais baratos meios de comunicação, ocupando milhões de linhas 
telefônicas diariamente e permitindo que as pessoas possam obter os mais 
variados tipos de informação”. 
 
2.1. A utilização do ambiente virtual 
 
Com o avanço da tecnologia e o ambiente virtual globalizado, tornou-se 
necessária a criação de plataformas qualificadas como intermediárias, cuja função é 
permitir aos usuários se conectarem aos serviços da Internet, criando várias 
categorias de fornecedores que permitem a ligação entre os utilizadores da Internet e 
a World Wide Web, com particular destaque para os fornecedores de serviços de 
Internet Acesso. 
Portanto, um provedor de serviços de Internet pode ser classificado como a 
pessoa que presta serviços na web. Possui várias outras classificações e outros 
termos como: Provedores de Infraestrutura - “Backbone” -, Hospedagem de Correio, 
14 
 
Provedores de Conteúdo ou Informação. Menciona Leonardi (2012, online): 
É possível afirmar que provedor de serviços de Internet é gênero do qual as 
demais categorias (provedor de backbone, provedor de acesso, provedor de 
correio eletrônico, provedor de hospedagem e provedor de conteúdo) são 
espécies. 
Endereçamento e classificação de Fornecedores de acesso, Conteúdo e no 
ambiente virtual, enfatizando sua importância e contribuições para cada um e suas 
responsabilidades civis 
 
2.2. Provedores de internet. 
 
Leonardi (2012, on line) enfatiza que “embora usualmente oferecidas 
conjuntamente, essas são atividades completamente distintas que podem ser 
prestadas por uma mesma empresa a um mesmo usuário ou por diversas empresas, 
separadamente”. E ainda “a diferença conceitual subsiste e é de fundamental 
importância para a compreensão da responsabilidade de tais empresas, variável, 
conforme a atividade específica exercida”. 
 
2.2.1 Provedor Backbone 
 
A palavra Backbone significa espinha dorsal, em inglês, sendo responsáveis 
pela ordem entre a conexão e o computador. Se não tivesse o Backbone, não teríamos 
acesso à internet em nossas casas, empresas, centros e outros ambientes. 
Também sendo responsável pelo envio dos dados entre cidades brasileiras 
para o exterior. Para que a velocidade de transmissão não seja lenta o backbone 
trabalha com o sistema "dividir e conquistar", pois fragmenta a grande espinha dorsal 
em outras redes menores. 
Quando você envia um e-mail ou uma mensagem via WAPP, a informação sai 
do seu computador, passa pela rede local e depois “circula” no backbone. Uma vez 
encontrado o destino da mensagem, a rede recebe os dados e os encaminha para o 
endereçamento correto. 
Para simplificar o conceito, pense no backbone como uma rodovia principal, 
15 
 
que possui várias entradas e saídas para as cidades. Nesta rota, todos os dados 
enviados pela Internet em busca da cidade correta para entrega da mensagem. 
É intrigante ouvir que alguns países bloqueiam o acesso a determinados sites, 
como o YouTube. Assim como os sites, no submundo dos bits não há nada além de 
números de identificação, e esses códigos de identificação são bloqueados para que 
o backbone não envie seu conteúdo, todo o país obtém permissão para acessar as 
páginas. 
Embora possa não parecer complicado, bloquear uma página para que um 
país inteiro não tenha acesso não é uma tarefa muito simples. No entanto, uma vez 
feito isso, é quase impossível contornar a segurança. No Brasil, os principais 
provedores deste serviço são: Embratel, Rede Nacional de Pesquisa, a Brasil 
Telecom, entre outros. 
 
2.2.2 Provedor de Acesso ou Conexão 
 
Conhecido como provedor de acesso à conexão, o nome em si implica que 
eles são representados pela pessoa jurídica encarregada de abastecer os meios que 
conectam os clientes à rede virtual da web. 
Acerca desse provedor Vasconcelos (2003, p. 70) entende que: 
O provedor de acesso é uma atividade- meio, ou seja, um serviço de 
intermediação entre o usuário e a rede, sob contrato. É o típico trato de 
prestação de serviços onde, de um lado, o usuário se responsabiliza pelos 
conteúdos de suas mensagens e pelo uso propriamente dito, enquanto de 
outro, o provedor oferece serviços de conexão à rede, de forma 
individualizada e intransferível, e até mesmo o uso por mais de um usuário. 
Trata-se de um contrato normalmente oneroso e, por ter cláusulas arbitradas 
pelas partes, os seus termos são livres, desde que não contenham nenhuma 
disposição contrária à lei. 
Portanto, o provedor de acesso é considerado como um dos serviços 
mediadores. Em que, através dos diferentes planos e pacotes para seus clientes, 
permite que o usuário se conecte à rede. 
2.2.3 Provedor de Hospedagem 
Os hosts são classificados como empresas que fornecem serviços de 
armazenamento de dados remotos com estruturas físicas. Portanto, eles permitem o 
acesso ao conteúdo de acordo com as condições estabelecidas pelo contratante. 
16 
 
Tomando como exemplo conhecido UOL Host e a Locaweb. 
Além disso, provedores de hospedagem oferecem plataformas como sites ou 
páginas prontas para uso, acessando-as e modificando seu conteúdo. Destacando os 
ensinamentos de Leonardi (2012, online): 
Assim, um provedor de hospedagem oferece dois serviços distintos: o 
armazenamento de arquivos em um servidor e a possibilidade de acesso a 
tais arquivos conforme as condições previamente estipuladas com o provedor 
de conteúdo, que pode escolher entre permitir o acesso a quaisquer pessoas 
ou apenas a usuários determinados. 
Tomando como exemplos: WordPress que permite a formatação de blogs, 
YouTube que hospeda vídeos, Spotify que hospeda conteúdo de música, e assim por 
diante. 
2.2.4 Provedor de Conteúdo 
Os provedores de conteúdo são as pessoas que criam o conteúdo pelos 
provedores de informação na rede e o distribuem. Sendo feito pelos próprios 
servidores, terceiros como prestadores de serviços de hospedagem. 
A principal função dos provedores de conteúdo é fornecer informações e 
notícias acessíveis a qualquer usuário da Internet. 
Vale lembrar que Leonardi (2012, on line) diferencia o provedor de conteúdo 
de informação: 
Uma ressalva deve ser feita: a doutrina estrangeira por vezes fez a referência 
à figura do “provedor de informação” que não se confunde com o “provedor 
de conteúdo”. Afirma-se que, no âmbito da internet, a pessoa natural ou 
jurídica que explora o meio de informação ou divulgação é o provedor de 
conteúdo, ao passo que o efetivo autor da informação seria chamado de 
“provedor de informação”. Entendemos que se deve utilizar simplesmente 
“autor” e não a expressão “provedor de informação”,evitando-se assim 
complexidade desnecessária. 
A diferença entre provedores de conteúdo e provedores de informações é que 
os provedores de informação é quem cria as informações que serão compartilhadas 
e as fornece. Os conteúdos, por sua vez, divulgam dados previamente criados pelo 
provedor de informações. 
2.3. Diferenciação de provedores feita pelo Marco Civil da internet. 
O Marco Civil da Internet, lei 12.965/16, deu início a várias classificações 
relacionadas aos princípios, garantias e deveres de uso de Internet no Brasil, o 
princípio da proteção da privacidade e dos dados pessoais, e assegurar, como direitos 
17 
 
e garantias dos internautas, no artigo 7º, e o sigilo do fluxo de suas comunicações, 
bem como a inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, 
decisão judicial. 
aplicando o provedor de conexão perante ao Marcos Civil da Internet Serro 
(2015, p.05) ensina que: 
Estes provedores, chamados de provedores de conexão ou provedores de 
serviços, são os responsáveis pela intermediação entre a operadora e o 
usuário do serviço contratado. Nesta modalidade de provedor, é oferecida a 
conexão à Internet conforma especificidades e velocidades contratadas e o 
acesso pode ser feito através de uma identificação de usuário e senha, por 
exemplo. Os provedores de conexão são os responsáveis por alcançar ao 
usuário diretamente o acesso à rede. Este acesso é feito através de uma 
conexão adquirida de backbone. 
O inciso VI do artigo 5.º do Código Civil dá uma definição de aplicações de 
internet, considerando como “o conjunto de funcionalidades acessíveis através de 
uma ligação à internet”. O artigo 15 do Marco Civil alude ao fato de que o provedor de 
“constituído na forma de pessoa jurídica e que exerça essa atividade de forma 
organizada, profissionalmente e com fins econômicos”. A respeito desse fornecedor, 
Serro (2015, p.06): 
Também chamados de middleware, estes provedores, diferentemente dos 
provedores de conexão, disponibilizam um instrumento para a execução de 
aplicações. 
A subseção III da Lei 12.965/2014, prevê normas atinentes à "Guarda de 
Registros de Acesso a Aplicação de Internet na Provisão de Aplicações”, 
estando o seu conceito e delimitação expostos no artigo 5º inciso, VIII da 
mesma Lei, que especifica que "registros de acesso a aplicação de internet” 
são o “conjunto de informações referentes à data e hora de uso de uma 
determinada aplicação de internet a partir de um determinado endereço de 
IP” 
O conceito no mesmo inciso VIII do mesmo artigo se traduz no “conjunto de 
funcionalidades que podem ser acessadas por meio de um terminal 
conectado à Internet, compreendendo, portanto, os provedores que 
hospedam conteúdos, correios eletrônicos, sites de relacionamentos, entre 
outros. 
 
Finaliza Aquino (2016, online) 
 
Então, num primeiro momento, pode-se dizer que Provedor de Aplicação de 
internet é uma expressão que descreve qualquer organização, grupo ou 
empresa que proporcione aos usuários um conjunto de funcionalidades que 
podem ser acessadas por meio de um computador conectado à internet. 
Dessa forma, pode se tirar uma conclusão inicial que se enquadra na 
expressão acima citada, o provedor de backbone (provedor de infraestrutura) 
e o provedor de acesso ou conexão, este último pela própria distinção feita 
pelo Marco Civil da Internet em seu texto entre provisão de aplicações e 
provisão de conexão de internet. 
A particularização causada pelo Marco Civil da Internet é relevante, pois 
18 
 
possibilita identificar e abrir caminho à responsabilidade civil através dos formulários 
de serviços aos meios técnicos de cada tipo de provedor. 
 
CAPÍTULO III - O CONFLITO DE DIREITO 
3.1 O conflito na internet entre liberdade de expressão 
 
Com todos os avanços e crescimento da tecnologia e a abertura para todos 
ao ambiente virtual, isso resultou em todas as dimensões, não só nas laterais, mas 
consequentemente nas negativas, colidindo entre liberdade de expressão e honra ou 
a vida privada de outros, temos muitos exemplos deste problema. 
Em janeiro de 2021, no Brasil, o Ministro de Moraes do Supremo Tribunal 
Federal determinou que a frente aberta para investigar a venda online de autoridades 
pessoais, obtida no mega vazamento de milhões de CPF, seja vinculada à 
investigação da notícia, já em andamento na Corte sob o seu transferidor. 
A ordem foi depois que o presidente do tribunal, Fux, pediu a intervenção do 
Ministro da Justiça e da Segurança Pública. Alexandre de Moraes observou que a 
comercialização de informações e dados privados afeta diretamente a intimidade, 
privacidade e segurança pessoal dos ministros do STF. É porque todos os onze 
membros do tribunal foram atingidos pelo vazamento. Concretizou Alexandre de 
Moraes (2021, on line): 
Há, portanto, a necessidade de fazer cessar lesão ou ameaça de lesão a 
direito, visando interromper o incentivo à quebra da normalidade institucional, 
concretizado por meio da divulgação e comercialização de dados privados e 
sigilosos de autoridades 
No mesmo documento, o Ministro prosseguiu que os motores de busca retiram 
imediatamente dos seus endereços utilizados para vender o material aos 
fornecedores de motores de busca, como Google, Yahoo, Ask e As três últimas são 
plataformas denominadas "deep web" ou "dark web", que é um tipo de internet não 
relacionado a mecanismos de busca e rastreamento, associado a atividades ilegais. 
O mega vazamento de dados de mais de 200 brasileiros terá impactos por 
muitos anos. A falha foi descoberta pela empresa especializada em segurança digital 
da startup Psafe, com 223 milhões de CPF vazados. 
O fato averiguado pelo especialista em Direito Digital Ronaldo Lemos como o 
19 
 
"vazamento de dados do fim do mundo". Para ele, todas essas informações estão à 
venda na chamada "deep web ``. Qualquer pessoa pode comprá-los, pagando com 
criptomoedas. Vai ser difícil reverter essa situação. Dados, uma vez vazados, não 
podem ser desfasados ``, alega. 
O Hacker oferece informações em 37 categorias, em pacotes a partir de $500. 
Entre os ministros da Suprema Corte, Ricardo Lewandowski o mais afetado, com 
dados em 26 das 37 categorias. Todos os demais também possuem informações em 
mais de 20 categorias. Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, possuem dados de 
renda e salário. A consequência de todos esses atos é incerta, deixando-os 
irreparáveis. 
Em 2015, uma estudante de São Paulo, conhecida como Bia, 25 anos, teve 
vídeos compartilhado nas redes sociais pelo ex-companheiro 
Os vídeos repercutiram pelo Brasil a fora, por alguns dias e assim começaram 
os problemas na vida estudantil. As reações das pessoas foram mistas, muitas 
pessoas apoiaram a vítima e argumentaram que a estudante não havia feito mal 
algum, pois ela fez do vídeo um momento privado com seu ex-namorado, alguém que 
ela é confiável e amada. 
No entanto, como a maioria dos casos que se tornam virtuais, a maioria 
chamou de adjetivos depreciativos, repostando o vídeo, o que ajudou a denegrir a 
imagem do aluno. Houve casos de pessoas oferecendo o dinheiro para fazer sexo 
com a vítima, falando sobre as inúmeras ligações e mensagens para a vítima 
Bia fez um boletim de ocorrência e acionou seus advogados para orientá-la e 
fazer algo contra seu agressor. Apesar de todas as tentativas para voltar a uma vida 
normal, Bia teve que largar a faculdade, deixar seu emprego, mudar a aparência para 
não ser reconhecida na rua Sumir das redes socias. 
Após a investigação policial, o ex-companheiro que transmitiu os vídeos e 
fotos de Bia aceitou a Pena proposta pelo Ministério Público e foi "condenado" a 
prestar serviços comunitários durante 6 meses. 
Seguindo esse raciocínio, a Câmara dos Deputados estava em tramitação um 
projeto de lei que buscava punir severamente os crimes contra a honra praticados na 
internet, com destaque para aqueles conhecidos por possuírem pornografia que seria 
adivulgação de imagens da vítima com o objetivo de alcançar a integridade física, 
20 
 
moral e psicológica da pessoa, tais como atos de vingança, autopromoção, 
humilhação e, agravantes, e o não consentimento da vítima. 
O termo sexting significa o envio de mensagens de conteúdo íntimo e sexual 
a um indivíduo, porém, é crime se aquela pessoa que recebe a mensagem, transmitida 
sem o consentimento da pessoa que o enviou. 
Um dos projetos em tramitação é a Lei nº 6630/2013, de autoria do deputado 
Romário, que conduz a divulgação abusiva de material íntimo na Internet. Este projeto 
de lei acrescentaria a seguinte redação pena no Código Penal: 
Art. 216-B. Divulgar, por qualquer meio, fotografia, imagem, com vídeo ou 
qualquer outro material, contendo cena de nudez, ato sexual ou obsceno sem 
autorização da vítima. Pena – detenção, de um a três anos, e multa. 
Neste artigo, é criada uma causa para punição agravada se a divulgação for 
destinada a humilhar ou vingar a vítima, e se for por um ex-cônjuge ou qualquer 
pessoa com quem ela tenha um relacionamento. 
O aumento da pena prevista no artigo do projeto de lei é significativo porque 
dependendo da gravidade do crime cometido e do dano sofrido pela vítima a pena 
pode chegar a três anos de reclusão, que inviabiliza a oferta da transação penal, 
impossibilitando se necessário, a condenação criminal do agressor, com a 
transformação de sua pena em restrição de direitos. 
Além disso, para crimes cometidos contra criança ou adolescente cujo 
agressor seja maior de 18 anos, haverá um longo processo criminal contra ele. 
É importante salientar que em casos de vítimas homossexuais em um cenário 
de violência doméstica, o mencionado anteriormente também se aplica em uma 
interpretação ampla. 
Esses dois casos foram exemplos de conflitos entre liberdade de expressão, 
honra ou privacidade na internet. Quando se trata de liberdade de expressão, os 
direitos muitas vezes se chocam, o que complica o caso. Casos como o exposto são 
comuns e o tempo tem proporções menores no ambiente Comum, restando que na 
rede o conflito toma uma proporção maior e mais rápida, criando assim direitos 
característicos estar na ordem do dia. Levando a entender que as tecnologias 
raramente são novas diretrizes legais, o que elas fazem é trazer maior complexidade 
às disputas existentes. 
21 
 
Porém, esse resultado que o ambiente virtual gera não é novo. Temos como 
exemplo o uso do telefone, dispositivos nos quais não tinham regularizações por lei e 
assim surgiram escutas telefônicas, a confidencialidade entre outros. Nenhuma 
violação de privacidade foi estipulada nesses momentos históricos, eles foram 
simplesmente introduzidos de diferentes formas. Percebe-se que os efeitos das 
proporções ocupadas pelo meio ambiente não superam nenhuma outra revolução 
tecnológica até o momento. 
Partindo do fato de que historicamente inovações tecnológicas têm exigido 
adaptações no ordenamento jurídico a criação de legislação específica para 
regulamentar a matéria, no virtual não deve ser diferente. Portanto, não é necessário 
criar um diploma específico para reger as relações na Internet, uma vez que são 
adaptáveis à rede, em desde que separem as semelhanças e as diferenças entre a 
rede e o mundo real. Quanto a não contrair os princípios constitucionais expostos 
neste estudo. 
Dentre as diferenças e semelhanças, há algumas que o tornam diferente, pois 
quando algo é postado na rede, é permanente e de fácil acesso. Tendo como dois 
pontos principais de diferença: o caráter permanente e a facilidade de acesso. 
Assim como as ideias, a questão é qualquer pessoa pode inserir conteúdo 
sem restrições, o que pode se tornar globalmente conhecido em segundos, sendo a 
mais eficiente de todas as Mídias já utilizadas na história. 
Por exemplo, as informações veiculadas por jornais, revistas ou televisão não 
assumem atualmente as proporções que no ambiente virtual, pois já o são por 
determinados grupos, tendo como público ouvinte e telespectador dessas formas de 
comunicação mencionadas, pois a Internet é domínio de grande parte da população 
mundial, em fácil acesso à reprodução de informações e acesso livre do usuário. 
Quanto à permanência da informação publicada, pode ser feita de várias 
maneiras. Os meios de comunicação antes do ambiente virtual tinham como por fala, 
em rádios e televisão e suas audiências não eram instantâneas sendo determinado 
limite de tempo para ser reportado. Sendo muito menos propensos a lembrar 
quaisquer características, como os rostos das pessoas envolvidas ou os nomes. 
Na mídia escrita como livros ou revistas, eles têm um alto grau de 
permanência. Por serem registrados, podem ser visualizados com clareza de detalhes 
22 
 
por quem os procura. No entanto, eles têm um risco maior de se perder e perder 
informações devido ao risco do papel ser descartado, esquecido em bibliotecas e 
perdido se não armazenado corretamente, resultando em perda de informações. 
No ambiente virtual, no entanto, isso não acontece. A grande diferença com 
outros meios de comunicação é que na rede, a publicação se perde apenas com a 
interrupção do homem, podem ser pesquisadas por todo e sem risco de perda. 
Portanto, é mais difícil de ser esquecido, bastando uma busca por qualquer usuário 
na rede. 
Quem pode remover o post é, geralmente, a pessoa que postou, tendo assim 
uma violação de honra ou privacidade não só ao postar, mas também no espaço de 
tempo em que é acessível na rede. 
O fácil acesso a toda publicação na rede quanto aos outros meios de 
comunicação, têm sempre mais dificuldade por terem recurso a livros com registros 
antigos em que tinham de pesquisar por página para obter informação completa. O 
que não ocorre mais na web, através de palavras-chave ou expressões relacionadas 
ao que você procura, agora é possível ser redirecionado para um site que contenha a 
informação buscada em uma forma prática e eficaz. 
Além de pesquisar na web por valores científicos ou culturais, muitos usuários 
usam a pesquisa para encontrar pessoas, parentes, curiosidades, até 
relacionamentos, obter empregos, entre usos. 
Tendo como conclusão as diferenças expostas, o ambiente virtual é que as 
vezes a publicação na rede tem bilhões acesso ao conteúdo com acesso total aos 
fatos sem qualquer privação de fácil visualização por qualquer usuário. Como isso não 
acontecia dessa forma o indivíduo tinha que se mover fisicamente para acessar 
informações que corriam o risco de se perder com o tempo. 
Portanto, quando o direito de honra de uma pessoa à privacidade é violado 
com informações da rede, isso tem uma repercussão inimaginável que teria na 
realidade, sendo marcado e identificado a qualquer momento e por qualquer usuário, 
facilitando ainda mais a pessoa para seu artigo publicado. Tendo a reputação marcada 
para sempre, levando à dificuldade de renovar relações, de construir a vida diante de 
não poder se impor nos ofícios. 
Na maioria dos casos de abuso de liberdade cometido no ambiente virtual, 
23 
 
ocorrido nos exemplos expostos, eles assumem proporções inimagináveis em 
segundos onde suas características são marcadas e claramente reconhecidas. Assim, 
a reputação dos envolvidos fica permanentemente comprometida. 
Portanto, nunca se sabe a proporção real levará uma determinada publicação, 
enquanto a informação estiver disponível na web, ela pode chegar a um fato 
conhecido mundialmente. Ter sempre o interesse da vítima em retirar o quanto antes 
para tentar evitar um dano irreparável ao seu direito fundamental. 
Com todo o contexto exposto, fica a ideia de que todo ato normal da vida 
cotidiana do mundo tem maior repercussão no ambiente virtual. Deixando-nos 
acreditar que a rede é um ambiente onde não são permitidos erros, que quem publica 
conteúdo tem grande poder de julgar e ser atacado ao mesmo tempo. Então, sempre 
que você postar ou comentarum na rede, realmente pense em se isso causaria algum 
problema, julgamento ou até mesmo exposições A própria liberdade de expressão se 
voltando contra si mesma. 
A ideia exposta não pode ser colocada em trabalho e continuar suspensa. O 
ambiente virtual, apesar de ser de acesso rápido e eficiente, não pode continuar sem 
regras e sem consequências para o usuário que utiliza a rede para disseminar ódio e 
suprimir direitos fundamentais de outros usuários. Se a rede não permitir erros, pode 
estar presente o Poder Judiciário para remediar e punir esses erros. O objetivo 
principal na questão é que medidas efetivas válidas sejam garantidas para assegurar 
ao usuário que ele não está exposto a fatos e que sua vida é privada não é publicada 
na rede, tirando suas expectativas e sua capacidade de viver uma vida normal no 
mundo real. 
Constata-se que apesar das divergências com o sistema, o fato de essa 
questão ser debatida no Congresso, a importância do combate às infrações cometidas 
no ambiente virtual e a preocupação em preservar a vida privada da pessoa vida.
 
3.2 Discurso de ódio no ambiente virtual. 
A liberdade de expressão ligada ao direito fundamental ao qual está vinculado 
o discurso de ódio, por causa de muitos usuários seus preconceitos por trás da 
proteção do livre pensamento. O discurso de ódio que se espalha pela rede é 
destacado pelos usuários de seletivos grupos de pessoas, por causa de sua origem 
24 
 
de sua religião, gênero ou deficiência mental, orientação sexual, entre outros fatores. 
Na rede, a divulgação é feita por meio de mensagens, vídeos ou fotos que 
propagam racismo, xenofobia, homofobia, entre outras formas de intolerância. 
Conforme exposto no ambiente virtual, cada post tem o potencial de viralizar e atingir 
milhões de usuários, sendo uma forma mais grave se fosse representado no mundo 
real, devido à sua repercussão 
Atualmente, o crescimento do discurso de ódio assusta e os responsáveis 
pelas redes sociais mais utilizadas para ataques, segundo o relatório G1, Facebook, 
Youtube e assinado um acordo pela Federação Mundial de 23 de setembro de 2020, 
no qual estabelece formas de evitar publicidade com conteúdo nocivo. Segundo 
Carolyn Everson, vice-presidente de marketing do Facebook, esta decisão tem “uma 
linguagem unificada para avançar no combate ao ódio on-line”. 
O Facebook, como uma empresa que tem sido palco de todo esse conteúdo 
odioso em vários países, sofre uma pressão por parte dos governos, para combater o 
discurso. Para a plataforma, caracteriza-se o discurso de ódio segue em seu site 
(Facebook, 2018, on line): 
Conteúdos que ataquem pessoas com base em sua raça, etnia, 
nacionalidade, religião, sexo, gênero ou identidade de gênero, orientação 
sexual, deficiência ou doença, sejam elas reais ou presumidas, não são 
permitidos. No entanto, permitimos tentativas claras de piadas ou sátiras que 
não tenham caráter de ameaças ou ataques. Isso inclui conteúdo que muitas 
pessoas possam considerar de mau gosto (por exemplo, piadas, comédia 
stand-up, certas letras de músicas populares etc.). 
Como afirma o relatório, dezenas de anunciantes suspenderam anúncios no 
Facebook em meio à campanha "Stop For Profit", dizendo que a rede deveria fazer 
mais para acabar com o ódio e desinformar sua plataforma. 
Perante a responsabilidade civil dos sites e aplicativos de mídia social em face 
do discurso de ódio, o Marcos Civil da internet, Lei n. 12.965/2014 dá-se o 
entendimento de que o conteúdo gerado por um responsável após o provedor ter 
recebido uma ação judicial, sem tomar medidas para remover o conteúdo que é 
responsabilizado. 
No entanto, Marco Civil é de fundamental importância para que os casos em 
que a responsabilidade do fornecedor não seja solidária entre o fornecedor e o terceiro 
publicado a infração. Ter os meios para garantir a forma correta de usar a liberdade 
de expressão na rede, ter os meios para garantir o livre acesso entre os usuários sem 
25 
 
medo de ataques de gratificações. Como escreveu Silva (2011, online): 
O ódio é uma questão factual e sua intensidade como movimento 
transformador na sociedade dependerá de como ele é divulgado. O discurso 
do ódio é uma forma especial de propagação do mal e meio informacional 
tem papel fundamental no atual contexto histórico. 
Portanto, com a atenção dada a todos não pode esquecer que sempre a 
minoria é alvo de ataques, nos quais passam despercebidos por serem utilizadores 
anónimos. 
 
3.3 Indenização por dano moral e material. 
 
Oque nos garante no art. 5º, X, da Constituição da República, no rol dos 
direitos fundamentais da pessoa, decorre o direito à indenização por danos morais ou 
materiais, a privacidade, honra ou pessoas. Apenas o dispositivo poderá ser utilizado 
em juízo por vítima que tenha submetido a exposições desonrosas e pejorativas e 
eficaz na condenação de danos morais ou materiais. No dispositivo constitucional, 
corrobora-se com o Código Civil, que em seu artigo 186, que quem tem direito e causa 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, e em 927 
estabelece que quem, por ato ilícito, causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo. 
Além disso, o art. 12 do Código Civil abre a possibilidade de pleitear danos por ameaça 
ou violação do direito da personalidade. 
Assim, a vítima pode reclamar expressamente a indemnização por danos 
morais e materiais contra a pessoa que causou o dano, no caso de incitar publicações 
que violem os direitos da personalidade na rede. Neste sentido, o artigo 19.º do 
diploma tem a seguinte redacção: 
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a 
censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser 
responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por 
terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, 
no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, 
tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as 
disposições legais em contrário. 
Cabe ainda transcrever trecho do acórdão do Superior Tribunal de Justiça que 
confirma esse entendimento: 
[...] 6. Ao oferecer um serviço por meio do qual se possibilita que os usuários 
externem livremente sua opinião, deve o provedor de conteúdo ter o cuidado 
de propiciar meios para que se possa identificar cada um desses usuários, 
coibindo o anonimato e atribuindo a cada manifestação uma autoria certa e 
26 
 
determinada. Sob a ótica da diligência média que se espera do provedor, 
deve este adotar as providências que, conforme as circunstâncias específicas 
de cada caso, estiverem ao seu alcance para a individualização dos usuários 
do site, sob pena de responsabilização subjetiva por culpa in omittend. 
Sobre pornografia de vingança, artigo 21 do Marco Civil da Internet: 
Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo 
gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação 
da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus 
participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas 
de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento 
de notificação pelo participante ou seu representante legal, deixar de 
promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu 
serviço, a indisponibilização desse conteúdo. 
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de 
nulidade, elementos que permitam a identificação específica do material 
apontado como violador da intimidade do participante e a verificação da 
legitimidade para apresentação do pedido. 
 
Quanto à legitimidade passiva, é certo que deve ser intentada contra os 
funcionários diretos do país em que foi cometida a infração, e os funcionários 
prestadores de serviço em geral, apenas se responsabilize pelo fato de que é pouco 
que ele consiga filtrar todoo tipo de mensagens de ódio em seu servidor por usuários, 
chegando a milhões. Ou seja, sua responsabilidade é subjetiva. 
É extremamente importante que cabe ao judiciário, e não aos provedores de 
serviços de Internet, decidir se determinada expressão de pensamento ou não, no 
conflito sobre a honra ou a vida da Internet privado por um lado e a expressão por 
outro, a medida deve ser destinada à publicação de dados desonrosos ou privados, 
pois, como sua proporção nunca é conhecida e pode se tornar irreversíveis 
permanentemente a parte lesada. Tomando como medida não só para orientar o 
poder, mas para exigir que os provedores de sites que eles controlam impeça a 
inserção desse tipo de postagem sejam mais criteriosos nas postagens criando 
barreiras de acesso que tenham um histórico de tentativas de discurso de ódio, sob 
pena de responsabilização pelos danos causados. 
Portanto, a tentativa legal do lesado de cessar a violação de seu direito ou o 
exercício do direito de resposta não faz o seu direito de ser indenizado dano moral ou 
dano já consumido. As ações de obrigação de fazer e não fazer contra o autor do ato 
ilícito, fazer contra o prestador e o exercício do direito de responder entre si podem 
ser exercidas sem prejuízo da ação de dano moral ou danos materiais resultantes de 
ferimentos pessoais. 
27 
 
Finalmente, deve-se notar que a expectativa deve ser analisada levando em 
consideração o grau de amplitude que a informação era razoavelmente esperada para 
alcançar dado o local em que foi publicada na rede. 
 
CONCLUSÃO 
 
A liberdade de expressão é o direito de todos de expressar pensamentos, 
opiniões, atividades intelectuais, artísticas, científicas e de comunicação, sem 
censura, conforme garantido pelo artigo 5º da Constituição Federal. É um direito da 
personalidade, inalienável, irrevogavelmente e intransferível, fundamental para a 
afirmação do princípio da dignidade. Tendo como garantia de realização e verdade 
individual, é importante para a comunidade, o cumprimento da função de autogoverno 
e um objetivo de proteção do democrático, além de cumprir uma função de verificar 
os atos de funcionários públicos. 
 No entanto, constantemente se deparará com outros direitos fundamentais, 
além da honra e privacidade, que são direitos da personalidade. Havendo esse 
conflito, o advogado terá que levar os direitos em consideração, sempre buscando a 
melhor solução para o específico. 
 Enquanto o crescente acesso à Internet gera preocupação em termos de 
liberdade de expressão no ambiente virtual, não há um sistema legal no Brasil que 
englobe todas as condutas puníveis, ou seja, usuários brasileiros não estão perto de 
serem devidamente protegidos. Nessa ausência, os cibercriminosos se aproveitam da 
inevitabilidade do uso da internet no cotidiano, além do pouco conhecido mundo 
virtual, pôr em relação aos perigos da web. 
 Para a presente pesquisa, no entanto, o que importa é a rede de difusão 
de ideias, pois é nessa área que o conflito entre liberdade de expressão de um lado e 
honra ou a vida do outro. 
 Deve-se notar que o ambiente virtual dentro direito não é novo. Temos 
como exemplo o uso do telefone, das câmeras em que não tinham regularizações por 
via de lei e assim surgiram as escutas, as imagens entre outros. Nenhuma violação 
da privacidade foi estipulada nesses momentos históricos, eles foram simplesmente 
introduzidos nos costumes. 
28 
 
Percebe-se que os efeitos das proporções ocupadas pelo meio ambiente não 
superam nenhuma outra revolução tecnológica até o momento. Partindo do fato de 
que historicamente inovações tecnológicas, principalmente na mídia, têm exigido 
adaptações no ordenamento jurídico a criação de legislação específica para regular a 
matéria, no virtual não deve ser diferente. 
Tendo como conclusão as diferenças expostas, o que tem fator que diferencia 
o ambiente virtual da fala no real, é que uma vez a publicação na rede bilhões de 
pessoas têm acesso ao conteúdo com acesso total aos fatos sem qualquer privação 
de serem facilmente pesquisados por qualquer usuário. Como não aconteceu desta 
forma, o indivíduo teve que mover-se fisicamente em direção a uma pilha de demora 
para acessar as informações que corriam o risco de serem perdidas com o tempo. 
Portanto, quando o direito à privacidade de uma pessoa é violado com 
informações na rede, este tem uma repercussão inimaginável sobre o que este teria 
na realidade, sendo marcado e identificado a qualquer tempo e por qualquer usuário, 
e facilitando ainda mais a pessoa para seu artigo publicado. Ter a reputação marcada 
para sempre, dificultando a renovação de relacionamentos, para construir a vida 
diante de não conseguir se impor nos ofícios. 
No entanto, não adianta questionar a legalidade das manifestações do 
pensamento se não forem apresentadas soluções ao lesado para que este possa 
cessar a violação de seu direito. É importante ter em mente que, à medida que a vida 
real migra para as telas de computador, os eventos que ocorrem na Internet deixam 
de ser puramente virtuais e passam a interferir na vida das pessoas, exigindo soluções 
reais. 
Assim, este trabalho linkou um breve estudo da responsabilidade civil, 
trazendo à tona as suas hipóteses e espécies, esboçado sobre tipos de provedores 
de acesso à Internet, a evolução do direito digital e a forma de responsabilidade do 
fornecedor nos termos da Lei 12.965/2014. 
A Lei 12.965/2014, conhecida como Marco da Internet, nasceu do crescimento 
instantâneo da Internet, da necessidade do sistema jurídico legalizar as disputas 
decorrentes de novas formas de relacionamento, visando princípios que regem os 
deveres e obrigações decorrentes do uso da Internet no Brasil. 
Sendo importante em diferenciação e responsabilidade, o Marco da Internet 
29 
 
possui provedores de conexão e provedores de aplicativos. 
Atendendo aos acordos do quadro de direitos civis da Internet, os provedores 
de conexão atuam para mediar o vínculo entre o operador e o usuário desses 
provedores, ficando isentos da responsabilidade civil por danos decorrentes de 
conteúdo gerado por terceiros e mantendo registros de conexão em ambiente 
controlado sob sigilo e no período de 1 ano. 
Os Provedores de Aplicativos, por outro lado, atuando com o objetivo de 
fornecer instrumentos para execução de Aplicativos, deverão manter tais registros por 
um período de seis meses com os mesmo modelos, com sigilo, segurança e podem 
ser responsabilizados civilmente somente se não tornarem o material ofensivo 
indisponível, após decisão específica e dentro do prazo definido. Esta ordem judicial 
deve ter identificação clara e precisa do conteúdo nocivo, caso contrário pode ser nulo 
e sem efeito. 
Fica entendido que, em concordância com o Marco de Direitos da Internet, os 
Provedores de Serviços de Internet somente serão responsáveis se não executarem 
ordem judicial ou notificação extrajudicial que determine a exclusão do conteúdo 
ofensivo. 
Sintetizando o Marco Civil da Internet, protege positivamente os direitos da 
personalidade e equilibra a questão da responsabilidade civil perante os provedores 
de acesso à Internet e quem publica o conteúdo ofensivo, entre outros benefícios, 
pode as dimensões normativas referidas ao assunto em questão, trazendo uma 
harmonização das relações sociais. Apesar da gravidade dos danos decorrentes do 
conflito estudado, há um comentário que não pode ser omitido desta pesquisa: de fato, 
a internet brasileira tem problemas, países como a China, Coreia do Norte e o Irã têm 
poucas violações de honra e privacidade na Internet, mas isso é porque suas redes 
são fechadas e antidemocráticas. 
Tendo em vista que é melhor ter problemas por excesso de liberdade de 
expressão de que por sua ausência, agora pertence aos juristas, advogados e 
magistrados para entender a estrutura e funcionamento da World Wide Web, para que 
possam coibiro abuso dessa liberdade na internet proteger o direito à honra e vida 
das vítimas, que fazem não desejam ver sua vida para sempre por um crime digital, 
sempre presente e localizado em qualquer lugar do mundo. 
30 
 
 
 
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