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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE O Controle de Constitucionalidade é fruto de mecanismos criados pelo legislador, por meio dos quais se controlam atos normativos, verificando sua adequação aos preceitos da “LEI MAIOR”. Os requisitos fundamentais para o controle são: Constituição Rígida Atribuição de competência a um órgão CONCEITO Princípio da Supremacia da Constituição; Normas Fundamentais do Estado; As normas de grau inferior, somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, as que não forem serão invalidadas, pois a incompatibilidade vertical resolve-se em favor das normas de grau mais elevado. COMPATIBILIDADE VERTICAL A corrente majoritária brasileira adotou a Teoria de Marshall, ou Teoria da Nulidade para a declaração da inconstitucionalidade, numa ideia de que a lei já nasce morta, ou seja, de que o ato normativo uma vez declarado inconstitucional, deve ser considerado nulo e portanto desprovido de força vinculativa. O juiz que exerce o poder de controle não anula, mas declara a nulidade da lei inconstitucional. NULIDADE X ANULABILIDADE Kelsen defende a teoria da anulabilidade da norma inconstitucional, caracterizando-se como constitutiva a natureza jurídica da decisão que a reconhece. Assim a Corte Constitucional não declara uma nulidade, mas anula uma lei, sendo esta válida e eficaz até o momento do pronunciamento da corte. No Brasil destacam-se como seus defensores, Pontes de Miranda e Regina Nery Ferrari NULIDADE X ANULABILIDADE SISTEMA NORTE-AMERICANO (MARSHALL) A decisão tem eficácia declaratória de situação preexistente e, portanto, efeito ex tunc (“a declaração de invalidade atinge a norma no berço”); O vício de inconstitucionalidade é aferido no plano de validade; A lei inconstitucional é ato nulo, ineficaz, irrito e portanto desprovido de força vinculativa; SISTEMA AUSTRÍACO (KELSEN) Decisão tem eficácia constitutiva, reconhecendo a inconstitucionalidade e produzindo efeitos ex nunc; A lei é anulável e a anulabilidade pode aparecer em vários graus; A lei produz efeitos até a sua anulação Lúcio Bittencourt afirma que a “doutrina da ineficácia ab initio da lei inconstitucional não pode ser entendida em termos absolutos, pois que os efeitos de fato que a norma produziu não podem ser suprimidos, sumariamente, por simples obra de um decreto judiciário.” FLEXIBILIZAÇÃO DA TEORIA DA NULIDADE NO DIREITO BRASILEIRO A chamada modulação dos efeitos da decisão, prevista no art. 27 da Lei 9.868/99 e no art. 11 da Lei 8.882/99, nada mais é do que a mitigação do princípio da nulidade no controle concentrado, aplicada por analogia também no controle difuso, baseando-se ainda nos princípios da segurança-jurídica, da confiança, da ética e da boa-fé. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DAS DECISÕES O primeiro caso ocorreu nos EUA e ficou conhecido como MarburyX Madison, sendo um controle difuso de um ato normativo. Já no início do século XX, Kelsen desenvolve a sua teoria pautado em um controle abstrato (concentrado). Defendia que só a Corte Suprema pode fazer esse controle, sob pena de enfraquecimento da Constituição. HISTÓRICO 1891-Controle Difuso 1934-Controle Concentrado HISTÓRICO DO CONTROLE NO BRASIL Em relação ao controle concentrado, ampliou a legitimação para a propositura de representação de inconstitucionalidade. Estabeleceu a possibilidade de controle de constitucionalidade das omissões legislativas Os Estados poderão instituir a representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual; Estabeleceu a arguição de descumprimento de preceito fundamental. CONTROLE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Pode ser sobre: O conteúdo da Lei- inconstitucionalidade material (nomoestática) O devido processo legislativo constitucional-inconstitucionalidade formal (nomodinâmica) INCONSTITUCIONALIDADE Súmula nº 5 do STF “A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo” Este entendimento foi superado e hoje considera-se o vício de competência insanável. Quando a norma sofre de um vício formal, em regra é declarada completamente inconstitucional. INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL/PARCIAL DIRETA/INDIRETA AÇÃO/OMISSÃO ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE Os atos normativos primários têm fundamento na Constituição, ex: Lei Complementar e Lei Ordinária, já os atos normativos secundários tem fundamento nos atos normativos primários, ex: portaria, decreto executivo. O STF só admite para controle de constitucionalidade os atos normativos primários, os atos normativos secundários são submetidos a controle de legalidade. ATOS NORMATIVOS Na inconstitucionalidade superveniente a Lei era constitucional, mas passa a ser inconstitucional pela superveniência de nova Constituição ou de Emenda a Constituição. O STF não admite esse controle pois afirma que a norma foi automaticamente revogada. INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA X SUPERVENIENTE O Controle Preventivo é normalmente político (CCJ’s e Veto formal ou jurídico do PR) O Controle Repressivo é normalmente feito pelo Poder Judiciário (difuso e concentrado), mas há casos em que o controle repressivo é feito através do controle político, ex: art. 49, V e art. 62, § 5º c/c § 9º (O CN susta os efeitos da Lei delegada que exorbitem os limites da delegação; parecer da comissão mista acerca da MP) CONTROLE PREVENTIVO X CONTROLE REPRESSIVO Art. 97 da CF- Somente pelo voto da maioria absoluta do Tribunal (leia-se Pleno) ou do Órgão Especial é que a lei pode ser declarada inconstitucional. Quando a Constituição se refere a Tribunal quer dizer Pleno, que é a composição completa. Nos Tribunais mais numerosos é possível a criação de Órgãos Especiais (art. 93, XI). Os órgãos fracionários (Câmaras, Turmas, Seções, Subseções) não podem declarar inconstitucionalidade de Lei. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO Em regra o órgão fracionário não pode declarar a inconstitucionalidade de uma Lei. Exceção: Na forma do art. 481, p. único do CPC, o Órgão Fracionário pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei, caso o próprio Tribunal ou o STF já tenham um precedente nesse sentido. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO A Súmula Vinculante n.10 é importante para o reforço do princípio da cláusula da reserva de plenário. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO