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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) E SUAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS Nome do aluno[footnoteRef:1] [1: Graduanda em _______] O objetivo geral deste estudo é analisar as intervenções psicopedagógicas e estratégias educacionais que podem auxiliar na inclusão e no aprendizado de alunos com TDAH. Para alcançar esse objetivo, pretende-se, especificamente, compreender as características do TDAH e seus impactos no desempenho escolar, investigar as técnicas e práticas psicopedagógicas mais eficazes para lidar com o transtorno e discutir o papel dos profissionais da educação e da família no suporte ao aluno com TDAH. Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa, um estudo do tipo bibliográfico, pois tem como escopo a análise crítica e comparativa de algumas obras que tratam do tema, como, por exemplo, Argollo (2018), Barbosa (2018) dentre outros que tratam sobre a temática proposta. Ficou evidente que a compreensão do TDAH, suas causas e sintomas, bem como a aplicação de práticas pedagógicas específicas, são elementos fundamentais para um suporte adequado. O uso de metodologias ativas, reforço positivo e ajustes no currículo pode transformar a experiência escolar desses alunos, oferecendo ferramentas que favoreçam o aprendizado e o engajamento. Além disso, a parceria entre escola e família se mostrou essencial para um acompanhamento contínuo e eficaz, possibilitando uma abordagem integrada para enfrentar os desafios do TDAH. Palavras-chave: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Intervenções psicopedagógicas. Estratégias educacionais Introdução O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta crianças, adolescentes e adultos, caracterizada por sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade. Esses comportamentos podem impactar significativamente o desempenho acadêmico, as relações interpessoais e a autoestima dos indivíduos diagnosticados. No contexto escolar, o TDAH representa um desafio para educadores e famílias, que frequentemente enfrentam dificuldades em oferecer suporte adequado para o aprendizado e o desenvolvimento dessas crianças (Ballone, 2021). A questão que emerge, portanto, é: como as intervenções psicopedagógicas podem contribuir para o desenvolvimento integral de alunos com TDAH, promovendo sua inclusão e aprendizado? Diante dessa problemática, o objetivo geral deste estudo é analisar as intervenções psicopedagógicas e estratégias educacionais que podem auxiliar na inclusão e no aprendizado de alunos com TDAH. Para alcançar esse objetivo, pretende-se, especificamente, compreender as características do TDAH e seus impactos no desempenho escolar, investigar as técnicas e práticas psicopedagógicas mais eficazes para lidar com o transtorno e discutir o papel dos profissionais da educação e da família no suporte ao aluno com TDAH. A relevância deste estudo reside na necessidade de ampliar o entendimento sobre o TDAH e suas implicações, não apenas para a saúde mental dos indivíduos, mas também para sua trajetória educacional. A escola, enquanto espaço de socialização e aprendizado, desempenha um papel crucial na vida de crianças e adolescentes, sendo essencial que os profissionais da educação estejam preparados para lidar com as demandas específicas dos alunos com TDAH. A investigação de práticas inclusivas e estratégias psicopedagógicas adequadas pode contribuir significativamente para a construção de um ambiente escolar mais acolhedor e eficaz. Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa, um estudo do tipo bibliográfico, pois tem como escopo a análise crítica e comparativa de algumas obras que tratam do tema, como, por exemplo, Argollo (2018), Barbosa (2018) dentre outros que tratam sobre a temática proposta. TDAH e a escola: desafios e possibilidades para a psicopedagogia na educação contemporânea Uma abordagem sobre o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta em níveis persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse transtorno está presente desde a infância, sendo um dos mais diagnosticados entre crianças em idade escolar, mas também pode perdurar na adolescência e na vida adulta (Louza Neto, 2020). Sua definição é estabelecida por critérios diagnósticos reconhecidos internacionalmente, como os presentes no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e na Classificação Internacional de Doenças (CID-11). O diagnóstico é clínico e envolve uma avaliação detalhada de comportamentos e histórico de vida do indivíduo, além de considerar o impacto desses sintomas nas atividades diárias e no funcionamento social e acadêmico (Lacet; Rosa, 2017). As causas do TDAH têm sido amplamente investigadas, apontando para uma origem multifatorial. Estudos neurobiológicos indicam alterações em áreas específicas do cérebro, como o córtex pré-frontal, responsável pelo controle de impulsos, atenção e regulação do comportamento. Essas alterações estão associadas a disfunções nos sistemas dopaminérgico e noradrenérgico, que afetam a comunicação neuronal. Além disso, fatores genéticos desempenham um papel significativo, com pesquisas sugerindo uma alta hereditariedade do transtorno, especialmente em parentes de primeiro grau (Argollo, 2018). Embora os fatores genéticos sejam determinantes, aspectos ambientais também podem influenciar o surgimento e a gravidade do TDAH. Condições como exposição pré-natal a substâncias tóxicas, consumo de álcool e tabaco pela gestante, baixo peso ao nascer e complicações durante o parto têm sido relacionadas ao desenvolvimento do transtorno. Além disso, fatores psicossociais, como ambientes familiares instáveis, podem agravar os sintomas em crianças predispostas geneticamente (Correia; Linhares, 2018). Os sintomas do TDAH podem ser divididos em dois grandes grupos: desatenção e hiperatividade/impulsividade. A desatenção se manifesta na dificuldade em manter o foco em tarefas, esquecer compromissos ou detalhes e apresentar problemas em organizar atividades. Já a hiperatividade e a impulsividade envolvem comportamentos como dificuldade em permanecer sentado, inquietação constante e falar ou agir de forma precipitada. Esses sintomas nem sempre ocorrem simultaneamente, podendo prevalecer um padrão misto ou apenas um dos grupos de sintomas (Barbosa, 2018). Em crianças, o TDAH frequentemente se apresenta como dificuldade em seguir regras e completar tarefas escolares, o que pode levar a um histórico acadêmico irregular e conflitos com professores. Na adolescência, os sintomas podem mudar, com a hiperatividade dando lugar a uma sensação interna de inquietação, enquanto a desatenção pode causar problemas em lidar com responsabilidades crescentes. Na vida adulta, o TDAH pode persistir, prejudicando o desempenho profissional e os relacionamentos interpessoais, além de estar associado a maior risco de acidentes e comportamentos impulsivos (Reis, 2020). O impacto do TDAH no comportamento é significativo, frequentemente resultando em dificuldades de socialização e baixa autoestima. Crianças com TDAH podem ser vistas como desobedientes ou desinteressadas, enfrentando rejeição por parte de colegas e críticas de adultos. Esses desafios sociais podem ser exacerbados por comorbidades, como ansiedade e transtornos de conduta, que são comuns em pessoas com TDAH. (Louza Neto, 2020). No ambiente escolar, o TDAH é frequentemente identificado devido à dificuldade das crianças em atender às demandas acadêmicas. Problemas em manter a atenção e seguir instruções tornam difícil a aprendizagem, enquanto a impulsividade pode gerar conflitos com colegas e professores (Barkley; Benton, 2020). Apesar do estigma associado ao TDAH, é importante destacar que ele não resulta de falta de disciplina ou esforço por parte da criança ou de sua família. Trata-se de uma condição médica complexa que exige compreensão e intervenções específicas. A faltade diagnóstico e tratamento adequados pode levar a consequências de longo prazo, incluindo problemas emocionais e dificuldades significativas na vida adulta. (Barkley; Benton, 2020). O diagnóstico precoce e a intervenção adequada são essenciais para minimizar os impactos do TDAH. Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, educadores e familiares, é fundamental para proporcionar um suporte abrangente. Estratégias como terapia comportamental, uso de medicamentos quando indicado e adaptações no ambiente escolar são eficazes para ajudar crianças com TDAH a desenvolverem seu potencial (Ballone, 2021). Estratégias psicopedagógicas para alunos com TDAH: da teoria à prática no ambiente escolar As intervenções psicopedagógicas desempenham um papel essencial no apoio a alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), promovendo o desenvolvimento acadêmico, emocional e social desses estudantes. Essas práticas visam minimizar os impactos dos sintomas do TDAH, criando condições mais favoráveis para a aprendizagem e a inclusão escolar. Técnicas psicopedagógicas específicas, como o uso de agendas organizacionais, tarefas fragmentadas e cronogramas visuais, ajudam os alunos a estruturar melhor suas atividades e gerenciar o tempo, facilitando o processo de aprendizagem (Schmitz et al., 2017). A atuação do psicopedagogo é fundamental para identificar as necessidades específicas de cada aluno com TDAH e elaborar estratégias personalizadas. Esse profissional realiza avaliações para compreender as dificuldades e potencialidades do estudante, oferecendo intervenções que considerem as particularidades de cada caso. Além disso, o psicopedagogo serve como um elo entre a escola, a família e outros profissionais de saúde, garantindo que todos estejam alinhados no objetivo de promover o desenvolvimento integral do aluno. (Barkley; Benton, 2020). Os professores também têm um papel crucial na gestão dos sintomas do TDAH e na criação de um ambiente de aprendizagem inclusivo. Estratégias como o uso de instruções claras e concisas, a oferta de feedback imediato e a manutenção de uma rotina estruturada em sala de aula ajudam a minimizar a desatenção e a impulsividade. Além disso, o uso de metodologias ativas, que envolvam o aluno de forma participativa, pode ser eficaz para aumentar o engajamento e o interesse nas atividades escolares (Rohde; Trentini, 2017). A família desempenha um papel indispensável no suporte ao aluno com TDAH, sendo responsável por reforçar em casa as estratégias utilizadas na escola. Pais e responsáveis precisam ser orientados sobre a importância de manter uma rotina consistente, estabelecer regras claras e oferecer reforço positivo para comportamentos adequados. O apoio emocional da família também é essencial para aumentar a autoestima do aluno, ajudando-o a lidar com os desafios associados ao TDAH (Ballone, 2021). As adaptações no ambiente escolar são imprescindíveis para promover a inclusão de alunos com TDAH. Essas adaptações podem incluir a disponibilização de espaços tranquilos para realização de tarefas, a redução da carga de trabalho em momentos de maior sobrecarga e o uso de materiais pedagógicos diferenciados. Além disso, é importante que o ambiente seja acolhedor, oferecendo segurança para que o aluno possa expressar suas dificuldades e buscar ajuda quando necessário (Argollo, 2018). A utilização de reforço positivo é uma estratégia eficiente para incentivar comportamentos desejáveis e aumentar a motivação dos alunos com TDAH. Elogios, recompensas simbólicas e a valorização de pequenos progressos ajudam a criar uma experiência escolar mais positiva e motivadora. É importante, porém, que o reforço seja aplicado de maneira consistente e imediata, para que o aluno compreenda a relação entre o comportamento e o resultado (Hora et al., 2018). A inclusão de metodologias ativas no planejamento pedagógico é uma abordagem promissora para o trabalho com alunos com TDAH. Atividades práticas, dinâmicas e que incentivem o trabalho em grupo podem aumentar o engajamento e o interesse do aluno, minimizando os impactos da desatenção. Essas metodologias permitem que o aluno participe ativamente do processo de aprendizagem, desenvolvendo habilidades cognitivas e sociais de forma integrada. (Louza Neto, 2020). A colaboração entre escola e família é fundamental para o sucesso das intervenções psicopedagógicas. Reuniões regulares entre professores, psicopedagogos e familiares ajudam a monitorar o progresso do aluno e ajustar as estratégias de intervenção conforme necessário. Esse trabalho conjunto fortalece a rede de suporte ao aluno, garantindo que ele receba o apoio necessário tanto no ambiente escolar quanto no familiar (Barkley; Benton, 2020). Os ajustes curriculares são outra medida importante para atender às necessidades de alunos com TDAH. Reduzir a complexidade de algumas tarefas, oferecer mais tempo para a realização de atividades e permitir avaliações diferenciadas são práticas que respeitam o ritmo de aprendizagem do aluno. Essas adaptações não significam diminuição do nível de exigência, mas sim uma adequação para que o aluno possa atingir seu potencial (Ballone, 2021) Além das estratégias individuais, é importante promover a sensibilização de toda a comunidade escolar sobre o TDAH. Professores, alunos e outros funcionários devem ser capacitados para compreender as características do transtorno e adotar uma postura inclusiva. Essa conscientização contribui para a redução de preconceitos e para a criação de um ambiente mais acolhedor para todos (Rohde; Trentini, 2017). A tecnologia pode ser uma aliada poderosa no apoio a alunos com TDAH. Aplicativos educativos, plataformas interativas e dispositivos para organização pessoal podem ajudar a manter o foco, estruturar tarefas e facilitar o aprendizado. Quando bem utilizados, esses recursos ampliam as possibilidades pedagógicas e tornam o processo de aprendizagem mais dinâmico e adaptado às necessidades do aluno (Barkley; Benton, 2020). Conclusão Pode-se concluir que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresenta desafios significativos no contexto educacional, mas também oportunidades importantes para a promoção de inclusão e aprendizado. Através de intervenções psicopedagógicas eficazes e estratégias educacionais adaptadas, é possível mitigar os impactos do transtorno e criar um ambiente que valorize as potencialidades de cada aluno. A pesquisa demonstrou que o papel do psicopedagogo, aliado à colaboração de professores e famílias, é crucial para o desenvolvimento integral dos estudantes com TDAH, promovendo sua autonomia e participação ativa no processo educacional. Ficou evidente que a compreensão do TDAH, suas causas e sintomas, bem como a aplicação de práticas pedagógicas específicas, são elementos fundamentais para um suporte adequado. O uso de metodologias ativas, reforço positivo e ajustes no currículo pode transformar a experiência escolar desses alunos, oferecendo ferramentas que favoreçam o aprendizado e o engajamento. Além disso, a parceria entre escola e família se mostrou essencial para um acompanhamento contínuo e eficaz, possibilitando uma abordagem integrada para enfrentar os desafios do TDAH. Por fim, o estudo reafirma a importância de construir uma educação que respeite as diferenças e valorize a diversidade, garantindo que todos os alunos tenham acesso a oportunidades justas e inclusivas. O TDAH, quando compreendido e tratado de forma adequada, não precisa ser uma barreira para o aprendizado, mas pode ser uma oportunidade para a escola reinventar suas práticas e promover o desenvolvimento de cidadãos mais autônomos e resiliente. Referências ARGOLLO, Nayara, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade: aspectos neuropsicológicos. Psicologia Escolar e Educacional, v. 7, n. 2, p. 197-201, 2018. BALLONE, Geraldo José. Déficit de Atenção: diagnóstico. São Paulo, Atlas, 2021. BARBOSA, Rui Sousa. O Olhar da Psiscopedagogia para o Transtorno de Déficit de Atenção eHiperatividade: TDAH. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 04, pp. 86-99, Agosto de 2018. BARKLEY, Russell A.; BENTON, Christine M. Vencendo o TDAH adulto. Porto Alegre: Artmed, 2020. CORREIA, Aparecida da Paixão; LINHARES, Tatiana Corrêa. 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