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CURSO NUTRIÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TEMA: DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA T ÍTULO: O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Bárbara de Moraes Ferreira - RGM: 28370074 Bruno Gordo Soares - RGM: 28853695 Drucylla Fonseca Soares - RGM: 28708351 Eduarda Aparecida Silva - RGM: 36558419 Elizete Gonçalves Ribeiro - RGM 28953487 Fellipy Brandão Feitosa - RGM: 28086058 Lara Gama Pinheiro de Souza - RGM:37804979 Rosana Marques de Paiva - RGM: 27866424 Victória Amorim Dantas - RGM: 36967122 2024 O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Disciplina “Trabalho de Conclusão de Curso em Nutrição II” como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Nutrição da Cruzeiro do Sul Educacional PROFESSORA RESPONSÁVEL Prof. Fernanda Geny Calheiros Silva O papel da alimentação no tratamento da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa: uma revisão da literatura. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Nutrição. Cruzeiro do Sul Educacional, 2024. RESUMO Este estudo investigou a relação entre nutrição e Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), com foco na Doença de Crohn e na Retocolite Ulcerativa, para compreender o papel das intervenções nutricionais no manejo clínico dessas patologias. Utilizando uma revisão bibliográfica descritiva e qualitativa, a pesquisa analisou criticamente estudos publicados entre 2000 e 2024, selecionados nas bases BDTD, SciELO e CAPES. A análise destacou a importância da nutrição na modulação da microbiota intestinal e no controle dos processos inflamatórios, evidenciando a eficácia de intervenções dietéticas como abordagem complementar. No entanto, observou-se uma carência de estudos específicos sobre o tema, possivelmente pela prevalência da medicalização no tratamento das DIIs. Conclui-se que uma abordagem integrativa, incluindo a nutrição, pode aprimorar o manejo das DIIs, contribuindo para uma assistência mais personalizada e eficaz. Palavras-chave: Doença de Crohn; Retocolite Ulcerativa; Nutrição; Tratamento; Microbiota. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Doença Inflamatória Intestinal .......................................................................... 13 Tabela 2. Apresentação dos dados ................................................................................... 17 Tabela 3. Apresentação dos dados ................................................................................... 21 Tabela 4. Apresentação dos dados ................................................................................... 27 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estratégias de Tratamento nas DII’s ............................................................ 30 LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES DII Doença Inflamatória Intestinal DII’s Doenças Inflamatórias Intestinais mm/h Milímetro por hora RCU Retocolite Ulcerativa Inespecífica VHS Velocidade de hemossedimentação SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09 1.1 Apresentação do tema ........................................................................................ 09 1.2 Justificativa ......................................................................................................... 10 1.3 Objetivos ............................................................................................................. 11 1.3.1 Objetivos Gerais .............................................................................................. 11 1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 11 2 METODOLOGIA ................................................................................................... 11 3 RESULTADOS ...................................................................................................... 13 3.1 Doença Inflamatória Intestinal ............................................................................. 13 3.1.2 Interpretação dos resultados .......................................................................... 14 3.1.3 Comparação com a literatura existente .......................................................... 15 3.1.4 Discussão das descobertas ............................................................................ 15 3.1.5 Limitações ....................................................................................................... 15 3.2 Retocolite Ulcerativa .................................................................................................. 16 3.2.1 Doença de Crohn .................................................................................................... 16 3.3 Formas de manifestação das Doenças de Crohn e Retocolite .............................. 17 3.3.1 Apresentação dos dados ...................................................................................... 17 3.3.2 Interpretação dos resultados ................................................................................ 18 3.3.3 Comparação com a literatura existente ............................................................... 19 3.3.4 Discussão das descobertas .................................................................................. 19 3.3.5 Limitações............................................................................................................... 19 3.4 O papel da nutrição nas DII’s .................................................................................... 20 3.5 Possibilidades e tratamento da doença na perspectiva da alimentação Saudável ............................................................................................................................ 21 3.5.1 Apresentação dos dados ...................................................................................... 21 3.5.2 Interpretação dos resultados ................................................................................ 23 3.5.3 Comparação com a literatura existente ............................................................... 24 3.5.4 Discussão das descobertas .................................................................................. 24 3.5.5 Limitações............................................................................................................... 26 4 Tratamentos realizados atualmente ...................................................................... 27 4.1 Tabela3 – Apresentação dos dados ................................................................... 27 4.2 Resultados .......................................................................................................... 28 4.3 Limitações ........................................................................................................... 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 31 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 33 9 1. INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA Acredita-se que a doença inflamatória intestinal (DII) ocorre sob a incidência de distúrbios causadores de inflamação crônica do intestino. E, embora suas causas ainda estejam no campo da investigação, sabe-se que os distúrbios nutricionais, decorrem de transtornos alimentares e/ou deficiências nutricionais, existem ainda, indicativos de que a microbiota desencadeiauma reação imunológica inadequada e que são comuns em pacientes acometidos por DIIs, geralmente diagnosticados com Retocolite ulcerativa e doença de Crohn. Destarte, Amarant, Silva e Schieferdecker, destacam que: [...] Houve deficiência na ingestão alimentar tanto na doença de Crohn como na retocolite ulcerativa, em atividade e em remissão. Essas deficiências podem afetar negativamente o curso da doença e justificam a necessidade de intervenção nutricional com esses pacientes (AMARANT; SILVA; SCHIEFERDECKER, 2011). O desenvolvimento acelerado da humanidade em muitos aspectos, principalmente socioeconômico, contribuem para as desordens nutricionais, observadas desde a tenra idade, uma vez que a dieta sofre transmutação constante, seja por excesso alimentar ou mesmo déficit de vários nutrientes, causados inclusive pela rotina acelerada, seguido da falta de orientação do profissional capacitado para tal. De acordo com Rubio-Perez, 2016; Nagpal, 2019 (Apud, Martinez, 2020) Nos últimos anos, estudos identificaram a dieta como um elemento crucial na formação e na composição da microbiota intestinal, participando, consequentemente, do sistema imunológico como uma potente moduladora da saúde [...] (RUBIO-PEREZ, 2016; NAGPAL, 2019) Apud MARTINEZ, 2020 p.33 Ademais, os componentes da dieta estão envolvidos intrinsecamente na disbiose da mucosa intestinal, que pode se tornar mais permeável aos patógenos e antígenos, levando a uma inflamação. Invariavelmente as 10 desordens nutricionais estão relacionadas com a gravidade e duração da doença, bem como a extensão e localização da inflamação, portanto considera-se urgente e indispensável a identificação das deficiências de micronutrientes para que os pacientes possam ser tratados com vistas a uma possível cura e ao menos tenham qualidade de vida adequada. 1.2 JUSTIFICATIVA Tanto as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII’s), quanto a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, apresentam uma complexidade que desafia continuamente os profissionais de saúde, exigindo abordagens multidisciplinares e inovadoras para o seu manejo. A crescente incidência dessas patologias globalmente ressalta a necessidade urgente de estratégias terapêuticas mais eficazes e personalizadas, onde a nutrição desempenha um papel fundamental. Pesquisas têm demonstrado que modificações dietéticas podem influenciar significativamente a microbiota intestinal, que está intimamente ligada à patogênese das DII’s. Esta relação sugere que intervenções nutricionais podem não apenas ajudar a controlar os sintomas, mas também alterar o curso da doença. No entanto, apesar destes avanços, ainda há uma carência substancial de estudos que explorem em profundidade como diferentes estratégias nutricionais podem ser efetivamente aplicadas no contexto clínico dessas doenças. O presente estudo visa abordar esta lacuna, explorando como diferentes padrões alimentares podem influenciar a atividade e a progressão da Doença de Crohn e da Retocolite Ulcerativa. Através de uma revisão sistemática e análise crítica da literatura recente, este trabalho busca fornecer evidências concretas que possam fundamentar recomendações dietéticas específicas, contribuindo assim para uma abordagem mais efetiva e menos dependente de farmacoterapia intensiva. Além disso, ao compreender melhor a interação entre nutrição e DII, este estudo propõe ampliar o arsenal de tratamentos disponíveis, promovendo um manejo mais integrado e focado na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a justificativa deste trabalho reside não apenas em sua contribuição acadêmica, mas também no seu potencial impacto prático, orientando intervenções nutricionais que podem ser cruciais para o tratamento efetivo das DII’s. 11 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivos Gerais ✓ Compreender o papel da alimentação no tratamento da doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. 1.3.2 Objetivos Específicos ✓ Verificar as causas da doença inflamatória intestinal com destaque na Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa; ✓ Relacionar as características da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa; ✓ Identificar alterações nutricionais relacionadas com a Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa; ✓ Evidenciar a relação da alimentação no manejo da doença inflamatória intestinal, considerando a microbiota e sua influência na doença; 2. METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, utilizando a estratégia de revisão bibliográfica para investigar a inter-relação entre nutrição e as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), com foco na Doença de Crohn e na Retocolite Ulcerativa. A escolha por uma revisão bibliográfica justifica-se pela necessidade de compilar e analisar criticamente o corpo de conhecimento existente sobre o tema, possibilitando a identificação de padrões, lacunas e avanços científicos relacionados ao papel da nutrição no tratamento das patologias. Esse método permite a coleta de informações já publicadas, oferecendo uma base sólida de evidências para a compreensão das relações entre a nutrição e o manejo clínico das DIIs. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, pois busca interpretar, classificar e compreender as evidências obtidas por meio de estudos acadêmicos e científicos. A revisão da literatura não tem como objetivo quantificar resultados, mas sim analisar criticamente os achados dos estudos selecionados, buscando identificar a contribuição das intervenções nutricionais na modulação da microbiota intestinal e no controle dos processos inflamatórios associados às DII’s. 12 A presente pesquisa foi conduzida empregando uma seleção cuidadosa de descritores e termos relacionados, como "Doença de Crohn", "Retocolite Ulcerativa", "nutrição", "tratamento" e "microbiota". Esses termos foram explorados tanto individualmente quanto em diversas combinações, a fim de garantir uma cobertura abrangente e detalhada do tema. Os métodos de busca avançada foram fundamentais para otimizar a recuperação de informações relevantes, permitindo o refinamento das pesquisas e a inclusão de estudos com maior relevância científica. A triagem dos artigos baseou-se em critérios rigorosos, priorizando aqueles que abordavam diretamente a nutrição como componente do tratamento das DII’s, e excluindo artigos que não tratavam diretamente da temática principal, como artigos de opinião, editoriais e resumos de conferências. Considerou-se, todavia, que a inclusão de estudos primários que envolvem intervenções ou observações em seres humanos, revisões sistemáticas e meta-análises fortalece a robustez da pesquisa. A seleção das fontes bibliográficas foi realizada utilizando as bases de dados mais relevantes e amplamente reconhecidas no campo de pesquisas científicas, tais como a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de Obras sobre nutrição que ampliam tais discussões. Os repositórios oferecem uma vasta gama de pesquisas acadêmicas, desde teses e dissertações até artigos científicos, proporcionando uma abordagem abrangente e atualizada das discussões mais recentes sobre a interseção entre nutrição e as DII’s. No que tange à temporalidade dos estudos incluídos, a pesquisa abrangeu o período entre 2000 e os dias atuais, destarte, se o limite temporal fosse em um espaço de menor tempo, corria-se o risco de número reduzido de material a se pesquisar, dentro das bases de dados selecionadas para tal pesquisa. Em suma, a presente revisão buscou fomentar a discussão, ao trazer à tona os achados mais relevantes e as implicações clínicas das intervenções nutricionais no tratamento das DII’s e em especial Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn.13 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 TABELA 1: DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Estudo Objetivo Metodologia Principais Achados Limitações Estudo 1: Wehkamp et al. (2016) Explorar sobre os novos conceitos fisiopatológicos na DII; Os fundamentos da avaliação diagnóstica; Opções para a parte da farmacoterapia; os fundamentos do tratamento cirúrgico. Baseada em uma busca bibliográfica de artigos pertinentes encontrados no PubMed empregando os termos “doença de Crohn” e “colite ulcerativa”, e nas diretrizes alemãs e europeias atuais para essas duas condições e revisões Cochrane de ensaios controlados. Essas doenças são devidas a um distúrbio imunológico complexo com causas genéticas e ambientais. Uma barreira mucosa defeituosa contra a flora intestinal comensal desempenha um papel importante em sua patogênese. As principais características clínicas das DIIs são diarreia, dor abdominal e, no caso da colite ulcerativa, sangramento peranal. Não houve limitações nesse estudo. Estudo 2: Hosim et al. (2020) Determinar a associação das DIIs com perfil lipídico sérico. Estudo populacional nacional com 9.706.026 indivíduos. Estudo revelou que a incidência da Doença de Crohn aumentou significativamente de acordo com a diminuição do colesterol total na população geral, enquanto a incidência de RU não se correlacionou com colesterol total. Associação entre perfis lipídicos e gravidade da DII não pôde ser avaliado, pois o banco de dados do NHI não fornece informações sobre resultados laboratoriais séricos. Estudo 3: Gasparini, Rodrigo Galhardi (2018) Estimar as taxas de incidência e prevalência das DII no Estado de São Paulo, Brasil, entre os anos Estudo observacional analítico, do tipo descritivo e transversal com dados epidemiológicos de 22.638 Estudo demonstrou aumento das taxas de incidência e prevalência de DII no Estado de São Paulo. Não houve limitações nesse estudo. 14 de 2012 e 2015, e correlacionar os resultados com dados nacionais sobre estas doenças. pacientes que iniciaram seu tratamento para DII. Estudo 4: Cleynen et al. (2016) Identificar as associações entre genótipo- fenótipo e Doenças inflamatórias intestinais. Estudo de coorte feito com dados do genótipo e fenótipo correspondentes de 29.838 pacientes. Três Loci (NOD 2, MHC e MST1 3p21) foram associados a sub- fenótipos da DII, principalmente a localização da doença. As variantes genéticas testadas foram restritas àqueles presentes (e que passaram pelo controle de qualidade) na plataforma Immunochip, projetada para replicação e mapeamento fino de potenciais loci de doenças imunomediada s. 3.1.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A DII é um distúrbio complexo que resulta da interação entre fatores ambientais e da resposta imune inadequada em indivíduos geneticamente suscetíveis, e da alteração da microbiota intestinal. Apesar das doenças apresentarem algumas características semelhantes, existem também aspectos clínicos e patológicos diferentes, portanto, a avaliação clínica a partir de exames de imagem, principalmente, são fundamentais para acompanhar a evolução da doença e ajustar o tratamento. Os resultados dos estudos apresentados demonstram que vários fatores influenciam na causa das DIIs, dentre eles estão: os ambientais, a genética, a alimentação e os imunológicos. Por exemplo, o estudo de Cleynen et al. (2016) demonstra que pacientes com a doença de Crohn tinham maior probabilidade de ser mais jovens no diagnostico, mulheres, fumantes e ter familiares afetados do que pacientes com Retocolite Ulcerativa. Além disso, segundo o estudo de Hosim et al. (2020), indica que níveis mais baixos de colesterol total foram associados a uma maior incidência de doença de Crohn, mas não da colite ulcerativa, enquanto, níveis séricos mais baixos de triglicérides foram associados a uma maior incidência de colite ulcerativa. 15 3.1.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE Comparando os resultados dos estudos apresentados com a literatura existente, é possível observar uma semelhança com os achados anteriores, como os de Cleynen et al. (2016), que demonstram a incidência de DC em pacientes de 19 a 36 anos, de RCU em pacientes entre 22 a 24 anos e a de DII entre 20 a 40 anos se prevaleceram. Porém, os estudos recentes também ofereceram dados demonstrando tal incidência, sendo, DC em pacientes de 21 a 50 anos, de RCU entre 31 a 60 anos e de DII entre 21 a 60 anos (Gasparini, Rodrigo Galhardi, 2018). 3.1.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS Embora ainda seja uma incógnita as causas da doença Inflamatória Intestinal, o que se tem ao certo é que é uma desordem caracterizada pela inflamação crônica do trato gastrointestinal, pois são condições que afetam o intestino e que podem causar complicações significativas se não tratadas adequadamente. As formas da doença envolvem os sintomas que são alternados de acordo com a experiência sociocultural de cada indivíduo bem como questões genéticas. Diante das investigações, considera-se importante o redimensionamento dos hábitos, principalmente os de alimentação. Por outro lado, a doença extensa foi mais comum naqueles diagnosticados em idade mais jovem tanto na doença de Crohn quanto na Retocolite ulcerativa enquanto o comportamento da doença foi relativamente pouco afetado pela idade no diagnóstico, como visto no estudo de Cleynen et al. (2016). 3.1.5 LIMITAÇÕES As limitações dos estudos avaliados incluem, a associação entre perfis lipídicos e a gravidade da DII que não pôde ser avaliada, já que o banco de dados da NHI não forneceram informações sobre os resultados laboratoriais séricos no Estudo 2. Já no Estudo 4, suas limitações envolveram restrições nas variantes genéticas testadas (que passaram pelo controle de qualidade). Demais estudos não houve limitações. 16 3.2 Retocolite Ulcerativa (RCU) A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória crônica que afeta a mucosa do cólon e do reto de forma contínua, levando à formação de erosões e úlceras. Seus principais sintomas incluem diarreia sanguinolenta, dor abdominal e urgência fecal. A RCU pode se manifestar em qualquer idade, mas possui dois picos de incidência, um na segunda e terceira décadas de vida e outro entre 50 e 80 anos, sendo considerada uma condição de etiologia complexa. Essa complexidade envolve fatores ambientais, predisposição genética e desregulação imunológica, que colaboram para a inflamação persistente da mucosa intestinal (Venitol; Santos; Ferraz, 2022). Se não tratada, a RCU pode evoluir para inflamação crônica intensa, afetando não só a mucosa, mas também a camada submucosa do intestino grosso. Estima-se que cerca de 15% dos pacientes possam desenvolver uma forma grave da doença, conhecida como doença fulminante, a qual frequentemente exige hospitalização. Para o diagnóstico e avaliação de gravidade, especialistas realizam exames de tecidos por meio de técnicas específicas de coloração e microscopia. Esses procedimentos exigem treinamento especializado devido à complexidade de interpretação, que ainda pode variar entre patologistas (Cury; Moss, 2018). A gravidade da RCU moderada a grave é determinada com base nos critérios de avaliação e na pontuação da Mayo Clinic, que classifica como moderada a grave as pontuações entre 6 e 12, com um subescore endoscópico de 2 ou 3. Esses critérios ajudam a avaliar a necessidade de internação em casos graves, com parâmetros como mais de seis evacuações com sangue por dia e sinais de toxicidade, incluindo frequência cardíaca superior a 90 batimentos por minuto, temperatura acima de 37,8 °C, hemoglobina abaixo de 10,5 g/dL e velocidade de hemossedimentação (VHS) maior que 30 mm/h (M'Koma, 2022). Além disso, a RCUpode evoluir para quadros graves, levando a complicações como câncer colorretal e necessidade de colectomia em casos em que o tratamento convencional não é eficaz (Venitol; Santos; Ferraz, 2022). 3.2.1 Doença de Crohn (DC) A Doença de Crohn (DC) é uma condição inflamatória crônica que pode afetar 17 qualquer segmento do trato gastrointestinal, embora seja mais frequentemente observada no íleo terminal e na região perianal. Ao contrário da Retocolite Ulcerativa (RCU), a inflamação na DC ocorre de forma descontínua e atinge todas as camadas da parede intestinal, resultando em complicações como fístulas e estenoses. Fatores genéticos, ambientais e imunológicos desempenham um papel significativo na sua patogênese. Os principais sintomas incluem dor abdominal, diarreia crônica e perda de peso, impactando consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, que frequentemente enfrentam ciclos de remissão e exacerbação (Venitol; Santos; Ferraz, 2022). A incidência da DC tem aumentado globalmente, especialmente em países em desenvolvimento, com uma prevalência estimada em cerca de quatro casos para cada 100.000 nascidos vivos nos Estados Unidos e no Canadá. O diagnóstico envolve uma combinação de sistemas de classificação e achados histopatológicos que demonstram características de inflamação focal e transmural. Exames como a tomografia computadorizada abdominal e a colonografia por ressonância magnética são frequentemente utilizados para avaliação inicial. As métricas endoscópicas, como o Índice de Atividade de Doença de Crohn (DC), são consideradas o padrão-ouro para medir a gravidade da doença e monitorar a eficácia do tratamento, que visa controlar os sintomas e prevenir complicações (Cury; Moss, 2018; M'Koma, 2022). 3.3 FORMAS DE MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA 3.3.1 TABELA 2: APRESENTAÇÃO DOS DADOS Estudo Objetivo Metodologia Principais Achados Limitações Estudo 1: Smith et al. (2020) Investigar o impacto de dietas ricas em fibras na microbiota intestinal de pacientes com Doença de Crohn Estudo longitudinal com 100 pacientes, acompanhados por 12 meses Dietas ricas em fibras promoveram a diversidade da microbiota intestinal, resultando em menor inflamação e aumento nos períodos de remissão Amostra limitada geograficamente; acompanhamento de curto prazo Estudo 2: Lee et al. (2021) Avaliar a eficácia de uma dieta pobre em FODMAPs para Ensaio clínico randomizado com 80 pacientes Redução significativa de sintomas como diarreia e dor abdominal em 65% A dieta foi difícil de manter para alguns participantes, o que 18 reduzir sintomas de Retocolite Ulcerativa dos pacientes após 8 semanas pode afetar a aderência Estudo 3: Pérez et al. (2022) Analisar o papel dos ácidos graxos ômega-3 no controle inflamatório em pacientes com Doença de Crohn Estudo de coorte com 150 pacientes Suplementação com ômega-3 resultou em uma redução significativa nos marcadores inflamatórios Não foi possível controlar outros fatores dietéticos que poderiam interferir nos resultados Estudo 4: Zhang et al. (2023) Explorar a influência de probióticos no tratamento da Retocolite Ulcerativa Meta-análise de 12 ensaios clínicos O uso de probióticos reduziu a frequência de recidivas e melhorou a saúde geral da microbiota Heterogeneidade entre os estudos analisados; falta de padronização nas dosagens de probióticos Estudo 5: González et al. (2023) Avaliar o efeito de uma dieta mediterrânea em pacientes com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa Ensaio controlado com 90 pacientes Melhora na qualidade de vida dos pacientes e redução de sintomas inflamatórios Estudo realizado em um único centro, o que pode limitar a generalização dos resultados 3.3.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Os dados apresentados permitem uma compreensão detalhada do impacto de diferentes intervenções nutricionais na Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, alinhando-se com os objetivos de verificar as causas e características das doenças, além de identificar alterações nutricionais associadas. Por exemplo, o estudo de Smith et al. (2020) reforça a importância de uma dieta rica em fibras para promover uma microbiota intestinal mais saudável e menor inflamação. Essa evidência apoia a hipótese de que a alimentação pode contribuir de forma significativa no manejo das doenças inflamatórias intestinais. Além disso, a eficácia da dieta pobre em FODMAPs (Lee et al., 2021) e a suplementação com ômega-3 (Pérez et al., 2022) revelam opções promissoras para reduzir sintomas e marcadores inflamatórios, fornecendo respostas concretas às perguntas relacionadas ao papel das estratégias nutricionais no controle das doenças. 19 3.3.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE Comparando os resultados dos estudos com a literatura existente, é possível observar uma consistência com achados anteriores, como os de Colleen et al. (2015), que destacam a importância de hábitos alimentares saudáveis no controle das doenças inflamatórias intestinais. No entanto, os estudos recentes também oferecem contribuições únicas, como a maior ênfase na modulação da microbiota intestinal por meio de probióticos (Zhang et al., 2023), algo que ainda estava em estágio incipiente nas publicações mais antigas. Os estudos também destacam novos enfoques, como o impacto específico de dietas mediterrâneas (González et al., 2023), ampliando o conhecimento sobre como diferentes padrões alimentares podem atuar no controle da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, oferecendo alternativas menos farmacológicas. 3.3.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS As descobertas reforçam a necessidade de intervenções nutricionais personalizadas como parte de um tratamento multidisciplinar para Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. O uso de dietas ricas em fibras e pobres em FODMAPs, bem como a suplementação com ômega-3 e probióticos, não só ajuda a controlar os sintomas, mas também pode influenciar positivamente a progressão das doenças. Por outro lado, a dificuldade de manutenção de certas dietas, como visto no estudo de Lee et al. (2021), indica a necessidade de explorar alternativas mais viáveis para os pacientes. A interação entre dieta e microbiota, embora promissora, ainda exige mais pesquisas padronizadas, especialmente quanto às dosagens e tipos de alimentos ou suplementos utilizados. 3.3.5 Limitações As limitações dos estudos avaliados incluem amostras restritas, a falta de padronização em algumas intervenções, e o curto período de acompanhamento, o que pode comprometer a validade e a generalização dos achados. Muitos estudos ainda carecem de controle rigoroso sobre outros fatores dietéticos e ambientais que podem influenciar os resultados. Para futuras pesquisas, é essencial ampliar as 20 amostras, aumentar a duração dos estudos e padronizar as intervenções para garantir maior consistência nos achados. 3.4 O papel da nutrição nas DIIs A nutrição desempenha um papel crucial no manejo das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, pois essas condições afetam diretamente a capacidade do corpo de absorver nutrientes. Conforme Benetti (2021), Nutrição é o estudo dos alimentos e dos mecanismos pelos quais o organismo ingere, assimila e utiliza os nutrientes que fornecem a energia necessária para o ser humano se manter vivo. A nutrição compreende três fases: a alimentação, o metabolismo e a excreção. A alimentação desempenha um papel crucial no tratamento das doenças, indiferente da sua natureza ou o estágio em que se encontra (BENETTI; 2021, p 109). A dieta pode influenciar de maneira expressiva a microbiota intestinal, que desempenha um papel crucial na modulação do sistemaimunológico e nos processos inflamatórios. Estudos recentes, como o de Vilar et al. (2024), mostram que a dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais, azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3, promove uma microbiota mais saudável e reduz marcadores inflamatórios. Esse padrão alimentar está associado a uma maior produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que ajuda a fortalecer a barreira intestinal e reduzir a inflamação (VILAR et al., 2024). Dietas ricas em fibras fermentáveis e compostos vegetais contribuem para um ambiente intestinal equilibrado, crucial para a gestão das DIIs. Esses alimentos são metabolizados pela microbiota, produzindo substâncias que fortalecem a barreira intestinal e reduzem a inflamação. Esse processo ajuda a estabilizar o sistema imunológico e a minimizar reações inflamatórias frequentes, promovendo um intestino saudável e protegido contra desbalanços (ARMET et al., 2022). Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos pró-inflamatórios, como carnes processadas e açúcares refinados, pode agravar os sintomas das DIIs. Estudos recentes indicam que dietas com alta ingestão de proteínas animais podem alterar negativamente a microbiota intestinal, aumentando o risco de inflamação e complicações. A substituição de proteínas animais por vegetais e o consumo de 21 alimentos ricos em fibras são associados a uma microbiota mais equilibrada, contribuindo para a redução de processos inflamatórios intestinais (BOLTE et al., 2021). Portanto, a adoção de uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios e a redução de alimentos pró-inflamatórios são estratégias importantes para o manejo das DII’s. A reeducação alimentar, junto ao acompanhamento nutricional e médico, pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e controlar a progressão da doença (ARMET et al., 2022). 3.5 POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS NA PERSPECTIVA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 3.5.1 TABELA 3: APRESENTAÇÃO DOS DADOS ESTUDO OBJETIVO METODOLOGIA PRINCIPAIS RESULTADOS LIMITAÇÕES Estudo 1. AVANCE, Aline Damasceno de, 2022 Compreender as interações entre a terapia dietética e a microbiota Intestinal na doença inflamatória intestinal. Revisão sistemática e meta-análise. A dieta pode ser uma terapia primária ou adjuvante se considerada como significativa no processo tanto da prevenção quanto no tratamento das DII’s, embora com resultados a longo prazo, com efeitos surpreendentes e duradouros. *Poucos estudos com discussões a respeito da dietoterapia em detrimento dos estudos sobre tratamentos convencionais; *Avaliar fatores que podem permitir intervenções mais acertivas em nutrição na assistência de pessoas com DII. Estudo 2. DICHI, I.; Burini, R. C. 2000 Avaliar fatores que podem permitir intervenções mais acertivas em nutrição na assistência de pessoas com DII. *Revisão sistemática quanto ao potencial de tióis como biomarcador de atividade da DII; *Estudo de coorte histórica, envolvendo indivíduos adultos e idosos que realizaram acompanhamento clínico em Aconselhamento em nutriçao na doença inflamatória intestinal: de novos marcadores à assistência objetivando intervenções nutricionais Discussão mais aprofundada e política sobre outros fatores dietéticos e ambientais que podem influenciar os resultados. 22 ambulatório; Estudo 3. SILVA,Alice Freitas da; SCHIEFERDE CKER,Maria Eliana Madalozzo; AMARANTE Heda Maria Barska dos Santos, 2.011 Verificar a adequação da ingestão alimentar de pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa inespecífica. *Avaliação da ingestão alimentar de 55 pacientes, 28 com doença de Crohn e 27 com retocolite ulcerativa atendidos em ambulatório de gastroenterologia *Questionário de Frequência Alimentar Houve deficiência na ingestão alimentar tanto na doença de Crohn como na retocolite ulcerativa, em atividade e em remissão. Essas deficiências podem afetar negativamente o curso da doença e justificam a necessidade de intervenção nutricional com esses pacientes. De acordo com a ingestão alimentar identificou-se deficiência na ingestão de energia, fibras, ferro, potássio, sódio, magnésio, cálcio, menadiona, riboflavina, niacina, folato, ácido pantotênico, tocoferol e colecalciferol na doença de Crohn e na retocolite ulcerativa em atividade ou em remissão. A ingestão de legumes, frutas, laticínios e feijão foi baixa, e a de doces e gorduras foi maior que as recomendaçõe s. RODRIGUES, Juliana de Oliveira; LUIZA, Débora Maria Moreno, 2020 Verificar por meio da revisão da literatura os benefícios da terapia nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais *Prevenir e tratar de desnutrição e complicações infecciosas através de intervenções nutricionais; Revisão da literatura *A nutrição adequada contribui para o melhor prognóstico dos pacientes. O cuidado nutricional é importante nas DII tanto na prevenção como no tratamento da desnutrição, das deficiências específicas de nutrientes. *A incerteza inerente de eficácia para todas as terapias de DII; Mudanças profundas na dieta habitual e a necessidade de se manter a disciplina; 23 3.5.2. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Os dados apresentados na presente revisão bibliográfica auxiliam na compreensão das DII’s no que tanje o envolvimento do trato gastrointestinal e ingestão alimentar. Importantes discussões sobre a associação relativamente comum à deficiência nutricional e o desenvolvimento de doenças. Comumente, foi possível compreender como a incidência e prevalência das DII’s aligeiramente se expande em todas as nações, resultado provável do uso abusivo de alimentos processados e ultraprocessados, reflexo do progresso e industrialização, questões emocionais como ansiedade e outros transtornos alimentares ou não, tabagismo, substituição ou total remissão de alimentos importantes na dieta e mudança no comportamento e estilo de vida da população. Conforme pesquisa realizada com seres humanos: acompanhamento e questionário aplicado pelas pesquisadoras, SILVA; SCHIEFERDECKER; AMARANTE, 2011, “As deficiências nutricionais múltiplas e retardo no crescimento em crianças, são as manifestações de desnutrição mais frequentes na DC e muitas vezes relacionadas à atividade da doença”. A vista disso, quando se adequa a nutrição dos pacientes, o resultado sempre é satisfatório, esse cuidado se torna importante na mesma proporção - tanto no prognóstico da doença, na prevenção de doenças, no crescimento e desenvolvimento, no caso pacientes infantojuvenil, na reversão da desnutrição, quanto na melhora das deficiências específicas de nutrientes nas DII’s, e em casos não muito raros, o óbito. Ainda, pôde-se perceber na pesquisa das autoras RODRIGUES e LUIZA, 2020, que os benefícios da terapia nutricional na recuperação dos pacientes com DII’s, previnem outras complicações relacionadas à deficiência de nutrientes, haja vista, no caso da Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI), que é uma doença inflamatória, que atinge o reto com estensão até o cólon, ou seja, a barreira de defesa se estende por toda a parede da mucosa de forma continua destruindo a estrutura da mesma, e impedindo a absorção de nutrientes formando abscessos. Neste caso, a intervenção nutricional se torna imprescindível no pronto restabelecimento da saúde do doente, do mesmo modo o estado nutricional, a recuperação do peso e das necessidades calóricas que consequentemente responderá positivamente na recuperação do trato gastrointestinal, em especial nas suas funções. 24 Nos estudos de AVANCE, 2022, ficou evidente que a terapia nutricional a partir de procedimento terapêutico paraa manutenção e recuperação do estado nutricional do paciente, a Nutrição Enteral e Parenteral, mostraram-se muito eficazes, previnindo e tratando da desnutrição e complicações infecciosas. Essas formas de alimentação também são muito recomendadas em preparação de procedimentos cirúrgicos e clínicos. Resultando em elevação da qualidade de vida do doente, e redução dos casos de óbito. 3.5.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE Comparando os resultados daquilo que se propôs estudar, observou-se a prevalência de discussões que consideram importante os hábitos nutritivos na prevenção e no controle das doenças inflamatórias intestinais. Ainda que em muitas sociedades a cultura da medicalização seja a mais aceita, considerando a alimentação como coadjuvante no processo, outras já buscam unir as duas opções como intrínsecas. Entretanto, alguns estudos mais recentes, vêm progredindo nas discussões, principalmente na modulação da microbiota intestinal por meio de probióticos, discussões estas que pouco se via até um tempo atrás. A discussão de modo geral no material estudado se pauta em perceber a necessidade da mudança de hábitos alimentares, mudança de mentalidade da cultura de medicalização para tratamento e em alguns casos a prevenção. Resultados laboratoriais e de pesquisas in loco sob questionário pré definido, demonstram quão pobre é alimentação das pessoas na atualidade, no que se diz respeito a alimentação saudável, as pessoas tem buscado, na grande maioria, saciar a fome, mas sem a análise crítica do que se come e o que isso poderá acarretar no futuro. 3.5.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS Não se pode negar que a Terapia Nutricional nos pacientes com DII é relevante e eficaz, no entanto, muitos resultados sobre a prática de propostas terapêuticas, além do costumeiro, não são recomendadas na prática clínica em sua 25 maioria, embora seja uma realidade percebida no cotidiano, que há maior incidência das complicações das DII’s em detrimento dos déficits nutricionais, desnutrição, patologias no trato gatrointestinais e/ou restrições alimentares, comprometendo o estado nutricional dos pacientes. Diante do que foi relatado e, ainda considerando os benefícios da terapia nutricional e sua influência no controle das DII’s, as pequisas mostraram que doenças inflamatórias intestinais podem ter benefícios tanto para evitar inflamações como estabilizar quadro clínico, reduzindo as reincidências. Ao considerar que a DC pode afetar qualquer segmento do trato digestório, a iniciar na boca com prosseguimento no intestino delgado (íleo terminal) e segmento proximal do intestino grosso até o ânus, a inflamação na DC pode, contudo, atingir todas as camadas internas. Destarte, o tratamento nutricional visa fornecer subsídio adequado de nutrientes, que influenciarão na mitigação dos sintomas, o que pode reduzir o desempenho da doença, delimitar as indicações cirúrgicas, e reduzir as complicações pós operatórias, embora segundo RODRIGUES e LUIZA, 2020, não esteja claro se a manipulação dietética combinada com o tratamento medicamentoso pode influenciar nos sintomas ou induzir a remissão da doença. Ainda, há necessidade de se considerar as intolerâncias e alergias alimentares que devem ser tratadas individualmente e que muitas vezes não o são, acabam por causar diversas deficiências nutricionais, observadas nas pesquisas com seres humanos acometidos por alguma DII, tais como: ferro, cianocobalamina (B12), folato (B9), carnes, frutos do mar entre outros também o cálcio e zinco. Importante ressaltar que a deficiência de folato (encontrado nos alimentos: feijões, vegetais verde escuros, frutas cítricas - principalmente a laranja, ovos, fígado, farinha de trigo - na forma sintética do folato que é o ácido fólico; pode causar anemia e o risco maior para câncer de cólon e reto. No entanto, para a maioria dos alimentos do grupo, algumas pessoas apresentam algum tipo de alergia ou intolerância e acabam não repondo o nutriente com outro tipo de alimento, apenas abandonando o consumo destes, logo a deficiência nutricional. Outra análise urgente a se fazer, por exemplo é a respeito da vitamina D (absorvida principalmente na exposição ao sol), responsável por regular o funcionamento do sistema imune e a proliferação e diferenciação tecidual, além de, junto com o cálcio, o importante papel no metabolismo ósseo, e da vitamina K, presente na formação e reabsorção óssea e no metabolismo. No entanto, a realidade 26 das pessoas, na sua grande maioria, é não se expor ao sol, quando na atualidade a maioria das atividades laborais não permitem tal atividade. Vale ressaltar que a pouca ingestão de frutas e vegetais por pacientes com DII (alguns pacientes continuam com sua restrição depois que a atividade da doença é controlada), foi observada quase que unânime nos estudos, dado preocupante, pois acarreta em menor ingestão de fibras e ainda menor ingestão de micronutrientes e substâncias antioxidantes, embora segue orientações durante a doença ativa, para redução da motilidade intestinal e da fermentação bacteriana que poderiam reduzir os sintomas de cólicas abdominais. Outro hábito alimentar muito comum, nos dias de hoje é a pouca ingestão de vegetais, frutas e leite e a prevalência de ingestão de proteína animal, cereais, carboidratos simples e gorduras entre pacientes com RCUI, entretanto há uma forte relação no desenvolvimento de câncer de cólon, segundo os pesquisadores. Por fim, a alimentação característica da dieta moderna: ingestão de alimentos processados, ultraprocessados e/ou altamente refinados, mostram-se um dos maiores vilões da nutrição, pois se torna prejudicial à saúde, mesmo daqueles não doentes, principalmente pela adição de sulfito, fator de risco relacionado ao consumo presente nas carnes processadas, além das crenças alimentares dos pacientes que influenciam na ingestão de nutrientes importantes. 3.5.5 LIMITAÇÕES Nos artigos avaliados percebeu-se que não há padronização dos métodos de avaliação de desempenho e não há estudos com o grupos especifícos que permitam, por exemplo, um comparativo entre estes. Também se observou que muitos estudos, retratam discussões muito próximas umas das outras e vários desses utilizam os mesmos autores, o que demonstra uma fragilidade no campo das pesquisas refletindo negativamente no avanço da aceitabilidade eaplicabilidade da Terapia Nutricional. Houve deficiência nas discussões a respeito da dietoterapia em detrimento dos estudos sobre tratamentos com medicamentos. Ainda que, nas pesquisas encontradas, mesmo pautadas em metodologias distintas para avaliação da ingestão alimentar, admite-se que as deficiências dos nutrientes se ocorrem ano analisarem os resultados finais dos pacientes com DII. 27 Outras limitações percebidas nos estudos avaliados, incluem amostras restritas, bem como a falta de padronização em algumas intervenções, além do pouco tempo de acompanhamento, o que compromete a veraciade e a generalização dos resultados. Percebeu-se também que há necessidade de avaliar fatores que podem permitir intervenções mais acertivas em nutrição na assistência de pessoas com DII, haja vista, que muitos estudos necessitam de discussão mais aprofundada e política sobre outros fatores dietéticos e ambientais que podem influenciar os resultados. Considera-se importante que para futuras pesquisas, sejam feitos acompanhamentos com grupos específicos em regiões diferentes do país, ampliando as amostras, num tempo de observação maior do que proposto nos achados e que possa ser realizado estudos de terapias dietéticas que foram bem- sucedidas, para que possa ser ampliada a discussão e consequentemente contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. 4. TRATAMENTOS REALIZADOS ATUALMENTE 4.1 Tabela 4: Apresentaçãodos Dados Fonte: Elaborada pelo autor ESTUDOS OBJETIVOS METODOLOGIA PRINCIPAIS ACHADOS LIMITAÇÕES Estudo 1 FRÓES, Renata de S. B. (2012) Mostrar que as DIIs não tem cura e que o objetivo dos tratamentos atuais sejam eles cirúrgico ou medicamentoso, são apenas para controlar os sintomas ou trazer uma certa qualidade de vida aos pacientes Revisão de Artigos Os medicamentos utilizados, agem no bloqueio ou ativação das células, visando apenas a interrupção das inflamações ou a remissão das doenças, sendo assim, há uma progressão de drogas com efeitos colaterais cada vez maiores. Resposta ineficiente de medicamentos e progressão de drogas cada vez mais potentes. Estudo 2 VIEIRA, Andréa (2017) Informar os atuais tratamentos para as Doenças de Crohn e Retocolite Material informativo: Cartilha O tratamento para as doenças de Crohn e Retocolite, permitem apenas retardar a progressão da doença. As indicações são: Cirúrgica ou medicamentosa (a base de esteróides e imunossuperessores), o que vai definir a abordagem terapêutica é o local onde as inflamações estão manifestadas. Não houveram limitações nessa cartilha. Estudo 3 ARAÚJO JÚNIOR, Tiago da Silva et al. (2024) Apresentar abordagens inovadoras em relação à terapia tradicional e o tratamento biológico Revisão de Artigos Promessas positivas no tratamento das DIIs com os agentes biológicos, que atráves da resposta imune, prevê eficácia na indução e manutenção da remissão das doenças. Apesar do progresso com a terapia biológica, existem desafios a serem superados como a personalização do tratamento e a gestão dos efetos colaterais 28 4.2 Resultados Doença Inflamatória Intestinal (DII), representada pelas doenças crônicas de Crohn e Retocolite Ulcerativa (RCU), não tem cura, mas, há várias medicações para o tratamento. O que distingue as duas patologias, é o local onde as inflamações se manifestam, na Retocolite Ulcerativa se limita ao intestino grosso, cólon e reto, os tecidos afetados se mantêm na porção superficial da parede do intestino, a evacuação sanguinolenta é um sintoma frequente, assim como a diarreia. Já na doença de Crohn, todo o trato gastrointestinal pode ser afetado, da boca ao ânus, todas as camadas teciduais ficam inflamadas e as lesões são maiores, a presença de sangue nas fezes, é menos comum e a diarreia surge frequentemente pós refeições. Sabe-se que as atuais opções terapêuticas com base em evidências científicas indicadas para essas afecções, são apenas para controlar a inflamação, mantendo sem atividade por meses ou anos a doença, ao que chamamos de remissão ou na tentativa de minimizar os sintomas com a intenção de melhorar a qualidade de vida dos portadores (FRÓES, 2012). Segundo VIEIRA (2017), professora instrutora de Gastroenterologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, atualmente as doenças de Crohn e a Retocolite são tratadas com medicamentos tradicionais como os derivados salicílicos (Sulfasalazina ou Mezalazina), que possuem ação semelhante aos anti-inflamatórios não asteroidais e servem para diminuir a inflamação, os corticosteroides (Prednisona, Hidrocortizona e Budesonida), que agem como potentes anti-inflamatórios na indução da remissão (mas que não podem ser usados por longos períodos), os imunossupressores ( Azatioprina ou Metrotexate), que agem no sistema imunológico e são utilizados na fase de manutenção da doença. Outra opção medicamentosa é o Antibiótico, usado nos casos em que o paciente se encontra internado, nas complicações mais graves da doença como as fístulas e no pós- cirúrgico e pôr fim a Terapia biológica, que se trata de um fármaco desenvolvido através de uma engenharia genética com o intuito de bloquear o tráfego de células inflamatórias que fazem instalar a doença. Porém, essa terapia depende da disponibilidade da Assistência Farmacêutica do SUS. Quando o paciente evolui para complicações graves, ou as medicações tradicionais não respondem ao esperado, a opção é cirúrgica. Dos pacientes diagnosticados com as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), 29 retratadas pela RCU e a doença de Crohn, cerca de 40% apresentam a doença de forma moderada ou grave, 50% precisam ser internadas ou necessitam de internação ao longo da vida. Segundo FRÓES (2012), no tratamento da RCU, uma boa parte dos pacientes tratados com aminosalicilatos respondem bem a esse tipo de medicamento, quando o tratamento com essa classe de drogas não atinge o esperado, a indicação é partir para a corticoterapia, onde o ativo mais usado é a Prednisona. Os corticóides, são excelentes pontes para induzir a remissão das doenças de Crohn e retocolite, porém, apresentam diversos efeitos colaterais, como edema, aumento de peso, insônia, psicose, acne, osteoporose, glaucoma, estrias, hipertensão, entre outros. Na ausência de resposta aos corticoides ou quando há uma cortico- dependência, a indicação passa a ser de imunossupressores, sendo a Azatioprina o mais utilizado. Como o tempo mínimo para avaliação de eficácia é de 3 a 6 meses, geralmente esse medicamento é administrado junto com um ciclo de corticoide, os efeitos colaterais mais comuns são: febre, náusea, dor abdominal, esteato-hepatite, entre outros e acometem cerca de 15% dos pacientes que fazem uso. Em caso de não tolerância e como segunda opção a essa classe de medicamentos, é sugerido o Metrotexate que também acompanha efeitos colaterais, principalmente alterações da função hepática. Para pacientes tratados com Metrotexato é recomendado mensalmente um hemograma e hepatograma e mediante resultados apresentados, o medicamento pode ser suspenso e haver necessidade de solicitação de uma biópsia hepática. Persistindo a atividade da doença ou seu agravamento com os derivados de salicílicos ou os imunossupressores, o paciente deverá ser internado e inicia-se o tratamento com antibióticos, nesse momento, não havendo resposta ao tratamento clínico, uma equipe multidisciplinar avalia a opção cirúrgica (colectomia). A figura 1, demonstra que abordagem terapêutica pode ser iniciada tanto de baixo para cima, como de cima para baixo, o que determinará é a gravidade do quadro do paciente. 30 Figura 1- Estratégias de Tratamento nas DIIs Fonte: FRÓES, Renata de S. B. (2012) Em comparações mais recentes, grandes avanços foram feitos em termos de terapia farmacológica em relação à manutenção da remissão da Retocolite Ulcerativa e doença de Crohn. Trata-se da terapia biológica (Infliximabe), que são anticorpos dirigidos contra os fatores específicos do processo inflamatório. Esses agentes biológicos possuem resposta imunológica e têm ajudado muito na diminuição de cirurgias, esta classe terapêutica é mais eficaz e direcionada, mas, ainda assim, os desafios persistem, devido efeitos adversos dos medicamentos, dos custos dessas terapias e da variabilidade de resposta ao tratamento e em resposta as falhas medicamentosas ou ao avanço das patologias, a cirurgia também desempenha um papel importante. (ARAÚJO JÚNIOR et al.,2024). As perspectivas futuras em avanços nos tratamentos, principalmente com os ativos biológicos são positivas, no entanto é necessária continuidade nas pesquisas, a personalização dos agentes visando a remissão prolongada da doença e qualidade de vida, é o desejo de pacientes e médicos. 4.3 Limitações De acordo com os estudos aqui apresentados, os tratamentos para as DIIs, representadas pelas doenças de Crohn e Retocolite, visão apenas induzir a remissão da doença e/ou a tentativa de aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Quanto a abordagem terapêutica, essa varia de acordo com a gravidade e resposta aos medicamentos. Nota-se que nas últimas décadas,houve um certo avanço nas terapias, o tratamento biológico, por exemplo, tem apresentado resultados positivos, 31 mas, estudos adicionais ainda são necessários, principalmente em relação aos efeitos colaterais, tratamento individualizado e custo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho proporcionou uma análise abrangente sobre a inter-relação entre alimentação e as Doenças Inflamatórias Intestinais, com ênfase na Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Ao longo da pesquisa, foram abordados os objetivos e justificativas que sustentam a relevância deste tema, evidenciando a necessidade urgente de estratégias terapêuticas eficazes e personalizadas. A revisão da literatura confirmou que intervenções nutricionais podem desempenhar um papel fundamental no manejo dessas doenças, não apenas na melhoria dos sintomas, mas também na potencial alteração do curso clínico. As evidências coletadas indicam que padrões alimentares específicos podem influenciar positivamente a microbiota intestinal, um fator crítico na patogênese das DIIs. A análise destacou a carência de estudos aprofundados que explorem a aplicação prática de diferentes estratégias nutricionais no contexto clínico. Essa lacuna evidencia a necessidade de um enfoque mais robusto na nutrição como parte integrante do tratamento das DIIs, o que pode levar a uma abordagem mais eficaz e menos dependente da farmacoterapia. Os achados sugerem que, ao adotar uma abordagem nutricional mais consciente e informada, profissionais de saúde podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A integração de intervenções nutricionais no tratamento pode não apenas minimizar complicações, mas também promover uma melhor aceitação das terapias propostas pelos pacientes. É evidente que mais estudos são necessários para aprofundar o conhecimento sobre como diferentes dietas impactam a evolução das Doenças Inflamatórias Intestinais. Futuros pesquisadores devem considerar a realização de ensaios clínicos que investiguem a eficácia de intervenções dietéticas específicas e sua relação com a microbiota intestinal, contribuindo assim para o desenvolvimento de diretrizes alimentares robustas. Como em toda pesquisa, existem limitações que devem ser reconhecidas. A análise se baseou em uma revisão da literatura, e as informações disponíveis podem 32 variar em qualidade e aplicabilidade. Portanto, é crucial que futuras investigações continuem a explorar essa área de forma a fornecer dados mais abrangentes e aplicáveis na prática clínica. Em suma, este estudo não apenas contribuiu para a discussão acadêmica sobre a alimentação e as Doenças Inflamatórias Intestinais, mas também ressaltou a importância de um enfoque multidisciplinar que envolva a nutrição como parte essencial do tratamento. O papel da alimentação na saúde intestinal é uma área promissora para investigações futuras e para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes e integradas. 33 6 REFERÊNCIAS ABOLTE, Laura et al. Padrões alimentares de longo prazo estão associados a características pró-inflamatórias e anti-inflamatórias do microbioma intestinal. Gut, [S.L.], v. 70, n. 7, p. 1287-1298, 2 abr. 2021. BMJ. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1136/gutjnl-2020-322670. AMARANT, Heda Maria Barska dos Santos; SILVA, Alice Freitas da; SCHIEFERDECKER, Maria Eliana Madalozzo. Ingestão alimentar em pacientes com doença inflamatória intestinal. Disponível em: https://www.scielo.br/jabcd/a/5FzCqSfwcsZCKSYmjDQyLYH. Acesso em: 21 maio 2024. 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