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CURSO NUTRIÇÃO 
 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
TEMA: DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA 
 
T ÍTULO: O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DA 
DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
Bárbara de Moraes Ferreira - RGM: 28370074 
Bruno Gordo Soares - RGM: 28853695 
Drucylla Fonseca Soares - RGM: 28708351 
Eduarda Aparecida Silva - RGM: 36558419 
Elizete Gonçalves Ribeiro - RGM 28953487 
Fellipy Brandão Feitosa - RGM: 28086058 
Lara Gama Pinheiro de Souza - RGM:37804979 
Rosana Marques de Paiva - RGM: 27866424 
Victória Amorim Dantas - RGM: 36967122 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2024
 
O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE 
CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Disciplina “Trabalho de 
Conclusão de Curso em Nutrição II” como 
requisito parcial para a Conclusão do 
Curso de Nutrição da Cruzeiro do Sul 
Educacional 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORA RESPONSÁVEL 
 
Prof. Fernanda Geny Calheiros Silva
 
O papel da alimentação no tratamento da Doença de Crohn e Retocolite 
Ulcerativa: uma revisão da literatura. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de 
Nutrição. Cruzeiro do Sul Educacional, 2024. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo investigou a relação entre nutrição e Doenças Inflamatórias Intestinais 
(DIIs), com foco na Doença de Crohn e na Retocolite Ulcerativa, para compreender o 
papel das intervenções nutricionais no manejo clínico dessas patologias. Utilizando 
uma revisão bibliográfica descritiva e qualitativa, a pesquisa analisou criticamente 
estudos publicados entre 2000 e 2024, selecionados nas bases BDTD, SciELO e 
CAPES. A análise destacou a importância da nutrição na modulação da microbiota 
intestinal e no controle dos processos inflamatórios, evidenciando a eficácia de 
intervenções dietéticas como abordagem complementar. No entanto, observou-se 
uma carência de estudos específicos sobre o tema, possivelmente pela prevalência 
da medicalização no tratamento das DIIs. Conclui-se que uma abordagem integrativa, 
incluindo a nutrição, pode aprimorar o manejo das DIIs, contribuindo para uma 
assistência mais personalizada e eficaz. 
 
Palavras-chave: Doença de Crohn; Retocolite Ulcerativa; Nutrição; Tratamento; 
Microbiota.
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
Tabela 1. Doença Inflamatória Intestinal .......................................................................... 13 
Tabela 2. Apresentação dos dados ................................................................................... 17 
Tabela 3. Apresentação dos dados ................................................................................... 21 
Tabela 4. Apresentação dos dados ................................................................................... 27 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1. Estratégias de Tratamento nas DII’s ............................................................ 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES 
 
 
 
 
DII Doença Inflamatória Intestinal 
DII’s Doenças Inflamatórias Intestinais 
mm/h Milímetro por hora 
RCU Retocolite Ulcerativa Inespecífica 
VHS Velocidade de hemossedimentação 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09 
1.1 Apresentação do tema ........................................................................................ 09 
1.2 Justificativa ......................................................................................................... 10 
1.3 Objetivos ............................................................................................................. 11 
1.3.1 Objetivos Gerais .............................................................................................. 11 
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 11 
2 METODOLOGIA ................................................................................................... 11 
3 RESULTADOS ...................................................................................................... 13 
3.1 Doença Inflamatória Intestinal ............................................................................. 13 
3.1.2 Interpretação dos resultados .......................................................................... 14 
3.1.3 Comparação com a literatura existente .......................................................... 15 
3.1.4 Discussão das descobertas ............................................................................ 15 
3.1.5 Limitações ....................................................................................................... 15 
3.2 Retocolite Ulcerativa .................................................................................................. 16 
3.2.1 Doença de Crohn .................................................................................................... 16 
3.3 Formas de manifestação das Doenças de Crohn e Retocolite .............................. 17 
3.3.1 Apresentação dos dados ...................................................................................... 17 
3.3.2 Interpretação dos resultados ................................................................................ 18 
3.3.3 Comparação com a literatura existente ............................................................... 19 
3.3.4 Discussão das descobertas .................................................................................. 19 
3.3.5 Limitações............................................................................................................... 19 
3.4 O papel da nutrição nas DII’s .................................................................................... 20 
3.5 Possibilidades e tratamento da doença na perspectiva da alimentação 
Saudável ............................................................................................................................ 21 
3.5.1 Apresentação dos dados ...................................................................................... 21 
3.5.2 Interpretação dos resultados ................................................................................ 23 
3.5.3 Comparação com a literatura existente ............................................................... 24 
3.5.4 Discussão das descobertas .................................................................................. 24 
3.5.5 Limitações............................................................................................................... 26 
4 Tratamentos realizados atualmente ...................................................................... 27 
4.1 Tabela3 – Apresentação dos dados ................................................................... 27 
 
4.2 Resultados .......................................................................................................... 28 
4.3 Limitações ........................................................................................................... 30 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 31 
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 33 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
Acredita-se que a doença inflamatória intestinal (DII) ocorre sob a incidência 
de distúrbios causadores de inflamação crônica do intestino. E, embora suas causas 
ainda estejam no campo da investigação, sabe-se que os distúrbios nutricionais, 
decorrem de transtornos alimentares e/ou deficiências nutricionais, existem ainda, 
indicativos de que a microbiota desencadeiauma reação imunológica inadequada e 
que são comuns em pacientes acometidos por DIIs, geralmente diagnosticados com 
Retocolite ulcerativa e doença de Crohn. Destarte, Amarant, Silva e Schieferdecker, 
destacam que: 
 
[...] Houve deficiência na ingestão alimentar tanto na doença de Crohn 
como na retocolite ulcerativa, em atividade e em remissão. Essas 
deficiências podem afetar negativamente o curso da doença e justificam 
a necessidade de intervenção nutricional com esses pacientes 
(AMARANT; SILVA; SCHIEFERDECKER, 2011). 
 
O desenvolvimento acelerado da humanidade em muitos aspectos, 
principalmente socioeconômico, contribuem para as desordens nutricionais, 
observadas desde a tenra idade, uma vez que a dieta sofre transmutação constante, 
seja por excesso alimentar ou mesmo déficit de vários nutrientes, causados inclusive 
pela rotina acelerada, seguido da falta de orientação do profissional capacitado para 
tal. De acordo com Rubio-Perez, 2016; Nagpal, 2019 (Apud, Martinez, 2020) 
 
Nos últimos anos, estudos identificaram a dieta como um 
elemento crucial na formação e na composição da microbiota 
intestinal, participando, consequentemente, do sistema 
imunológico como uma potente moduladora da saúde [...] 
(RUBIO-PEREZ, 2016; NAGPAL, 2019) Apud MARTINEZ, 
2020 p.33 
 
Ademais, os componentes da dieta estão envolvidos intrinsecamente na 
disbiose da mucosa intestinal, que pode se tornar mais permeável aos patógenos e 
antígenos, levando a uma inflamação. Invariavelmente as 
10 
 
desordens nutricionais estão relacionadas com a gravidade e duração da doença, bem 
como a extensão e localização da inflamação, portanto considera-se urgente e 
indispensável a identificação das deficiências de micronutrientes para que os 
pacientes possam ser tratados com vistas a uma possível cura e ao menos tenham 
qualidade de vida adequada. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
Tanto as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII’s), quanto a Doença de Crohn 
e a Retocolite Ulcerativa, apresentam uma complexidade que desafia continuamente 
os profissionais de saúde, exigindo abordagens multidisciplinares e inovadoras para 
o seu manejo. A crescente incidência dessas patologias globalmente ressalta a 
necessidade urgente de estratégias terapêuticas mais eficazes e personalizadas, 
onde a nutrição desempenha um papel fundamental. 
Pesquisas têm demonstrado que modificações dietéticas podem influenciar 
significativamente a microbiota intestinal, que está intimamente ligada à patogênese 
das DII’s. Esta relação sugere que intervenções nutricionais podem não apenas ajudar 
a controlar os sintomas, mas também alterar o curso da doença. No entanto, apesar 
destes avanços, ainda há uma carência substancial de estudos que explorem em 
profundidade como diferentes estratégias nutricionais podem ser efetivamente 
aplicadas no contexto clínico dessas doenças. 
O presente estudo visa abordar esta lacuna, explorando como diferentes 
padrões alimentares podem influenciar a atividade e a progressão da Doença de 
Crohn e da Retocolite Ulcerativa. Através de uma revisão sistemática e análise crítica 
da literatura recente, este trabalho busca fornecer evidências concretas que possam 
fundamentar recomendações dietéticas específicas, contribuindo assim para uma 
abordagem mais efetiva e menos dependente de farmacoterapia intensiva. 
Além disso, ao compreender melhor a interação entre nutrição e DII, este 
estudo propõe ampliar o arsenal de tratamentos disponíveis, promovendo um manejo 
mais integrado e focado na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a justificativa 
deste trabalho reside não apenas em sua contribuição acadêmica, mas também no 
seu potencial impacto prático, orientando intervenções nutricionais que podem ser 
cruciais para o tratamento efetivo das DII’s. 
11 
 
1.3 OBJETIVOS 
1.3.1 Objetivos Gerais 
 
✓ Compreender o papel da alimentação no tratamento da doença de Crohn e 
Retocolite Ulcerativa. 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
✓ Verificar as causas da doença inflamatória intestinal com destaque na Doença 
de Crohn e Retocolite Ulcerativa; 
✓ Relacionar as características da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa; 
✓ Identificar alterações nutricionais relacionadas com a Doença de Crohn e 
Retocolite Ulcerativa; 
✓ Evidenciar a relação da alimentação no manejo da doença inflamatória 
intestinal, considerando a microbiota e sua influência na doença; 
 
2. METODOLOGIA 
 
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, utilizando a 
estratégia de revisão bibliográfica para investigar a inter-relação entre nutrição e as 
Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), com foco na Doença de Crohn e na Retocolite 
Ulcerativa. A escolha por uma revisão bibliográfica justifica-se pela necessidade de 
compilar e analisar criticamente o corpo de conhecimento existente sobre o tema, 
possibilitando a identificação de padrões, lacunas e avanços científicos relacionados 
ao papel da nutrição no tratamento das patologias. Esse método permite a coleta de 
informações já publicadas, oferecendo uma base sólida de evidências para a 
compreensão das relações entre a nutrição e o manejo clínico das DIIs. 
 A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, pois busca interpretar, classificar 
e compreender as evidências obtidas por meio de estudos acadêmicos e científicos. 
A revisão da literatura não tem como objetivo quantificar resultados, mas sim analisar 
criticamente os achados dos estudos selecionados, buscando identificar a 
contribuição das intervenções nutricionais na modulação da microbiota intestinal e no 
controle dos processos inflamatórios associados às DII’s. 
12 
 
A presente pesquisa foi conduzida empregando uma seleção cuidadosa de 
descritores e termos relacionados, como "Doença de Crohn", "Retocolite Ulcerativa", 
"nutrição", "tratamento" e "microbiota". Esses termos foram explorados tanto 
individualmente quanto em diversas combinações, a fim de garantir uma cobertura 
abrangente e detalhada do tema. Os métodos de busca avançada foram fundamentais 
para otimizar a recuperação de informações relevantes, permitindo o refinamento das 
pesquisas e a inclusão de estudos com maior relevância científica. 
A triagem dos artigos baseou-se em critérios rigorosos, priorizando aqueles 
que abordavam diretamente a nutrição como componente do tratamento das DII’s, e 
excluindo artigos que não tratavam diretamente da temática principal, como artigos de 
opinião, editoriais e resumos de conferências. Considerou-se, todavia, que a inclusão 
de estudos primários que envolvem intervenções ou observações em seres humanos, 
revisões sistemáticas e meta-análises fortalece a robustez da pesquisa. 
A seleção das fontes bibliográficas foi realizada utilizando as bases de dados 
mais relevantes e amplamente reconhecidas no campo de pesquisas científicas, tais 
como a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), a Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) e o Catálogo de Teses e Dissertações da 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de 
Obras sobre nutrição que ampliam tais discussões. Os repositórios oferecem uma 
vasta gama de pesquisas acadêmicas, desde teses e dissertações até artigos 
científicos, proporcionando uma abordagem abrangente e atualizada das discussões 
mais recentes sobre a interseção entre nutrição e as DII’s. 
No que tange à temporalidade dos estudos incluídos, a pesquisa abrangeu o 
período entre 2000 e os dias atuais, destarte, se o limite temporal fosse em um espaço 
de menor tempo, corria-se o risco de número reduzido de material a se pesquisar, 
dentro das bases de dados selecionadas para tal pesquisa. 
 Em suma, a presente revisão buscou fomentar a discussão, ao trazer à tona 
os achados mais relevantes e as implicações clínicas das intervenções nutricionais no 
tratamento das DII’s e em especial Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn.13 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
3.1 TABELA 1: DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL 
 
Estudo Objetivo Metodologia Principais 
Achados 
Limitações 
Estudo 1: 
Wehkamp 
et al. 
(2016) 
Explorar sobre 
os novos 
conceitos 
fisiopatológicos 
na DII; Os 
fundamentos 
da avaliação 
diagnóstica; 
Opções para a 
parte da 
farmacoterapia; 
os 
fundamentos 
do tratamento 
cirúrgico. 
Baseada em 
uma busca 
bibliográfica de 
artigos 
pertinentes 
encontrados no 
PubMed 
empregando os 
termos “doença 
de Crohn” e 
“colite 
ulcerativa”, e 
nas diretrizes 
alemãs e 
europeias atuais 
para essas duas 
condições e 
revisões 
Cochrane de 
ensaios 
controlados. 
Essas doenças 
são devidas a um 
distúrbio 
imunológico 
complexo com 
causas genéticas 
e ambientais. 
Uma barreira 
mucosa 
defeituosa contra 
a flora intestinal 
comensal 
desempenha um 
papel importante 
em sua 
patogênese. As 
principais 
características 
clínicas das DIIs 
são diarreia, dor 
abdominal e, no 
caso da colite 
ulcerativa, 
sangramento 
peranal. 
Não houve limitações 
nesse estudo. 
Estudo 2: 
Hosim et 
al. (2020) 
Determinar a 
associação das 
DIIs com perfil 
lipídico sérico. 
Estudo 
populacional 
nacional com 
9.706.026 
indivíduos. 
Estudo revelou 
que a incidência 
da Doença de 
Crohn aumentou 
significativamente 
de acordo com a 
diminuição do 
colesterol total na 
população geral, 
enquanto a 
incidência de RU 
não se 
correlacionou 
com colesterol 
total. 
Associação entre perfis 
lipídicos e gravidade da 
DII não pôde ser 
avaliado, pois o banco 
de dados do NHI não 
fornece informações 
sobre resultados 
laboratoriais séricos. 
Estudo 3: 
Gasparini, 
Rodrigo 
Galhardi 
(2018) 
Estimar as 
taxas de 
incidência e 
prevalência 
das DII no 
Estado de São 
Paulo, Brasil, 
entre os anos 
Estudo 
observacional 
analítico, do tipo 
descritivo e 
transversal com 
dados 
epidemiológicos 
de 22.638 
Estudo 
demonstrou 
aumento das 
taxas de 
incidência e 
prevalência de 
DII no Estado de 
São Paulo. 
Não houve limitações 
nesse estudo. 
14 
 
de 2012 e 
2015, e 
correlacionar 
os resultados 
com dados 
nacionais 
sobre estas 
doenças. 
pacientes que 
iniciaram seu 
tratamento para 
DII. 
Estudo 4: 
Cleynen 
et al. 
(2016) 
Identificar as 
associações 
entre genótipo-
fenótipo e 
Doenças 
inflamatórias 
intestinais. 
Estudo de 
coorte feito com 
dados do 
genótipo e 
fenótipo 
correspondentes 
de 29.838 
pacientes. 
Três Loci (NOD 
2, MHC e MST1 
3p21) foram 
associados a 
sub- fenótipos da 
DII, 
principalmente a 
localização da 
doença. 
As variantes genéticas 
testadas foram restritas 
àqueles presentes (e 
que passaram pelo 
controle de qualidade) 
na plataforma 
Immunochip, projetada 
para replicação e 
mapeamento fino de 
potenciais loci de 
doenças imunomediada
s. 
 
 
 
3.1.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
A DII é um distúrbio complexo que resulta da interação entre fatores 
ambientais e da resposta imune inadequada em indivíduos geneticamente 
suscetíveis, e da alteração da microbiota intestinal. Apesar das doenças apresentarem 
algumas características semelhantes, existem também aspectos clínicos e 
patológicos diferentes, portanto, a avaliação clínica a partir de exames de imagem, 
principalmente, são fundamentais para acompanhar a evolução da doença e ajustar o 
tratamento. 
Os resultados dos estudos apresentados demonstram que vários fatores 
influenciam na causa das DIIs, dentre eles estão: os ambientais, a genética, a 
alimentação e os imunológicos. Por exemplo, o estudo de Cleynen et al. (2016) 
demonstra que pacientes com a doença de Crohn tinham maior probabilidade de ser 
mais jovens no diagnostico, mulheres, fumantes e ter familiares afetados do que 
pacientes com Retocolite Ulcerativa. 
Além disso, segundo o estudo de Hosim et al. (2020), indica que níveis mais 
baixos de colesterol total foram associados a uma maior incidência de doença de 
Crohn, mas não da colite ulcerativa, enquanto, níveis séricos mais baixos de 
triglicérides foram associados a uma maior incidência de colite ulcerativa. 
15 
 
3.1.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE 
 
Comparando os resultados dos estudos apresentados com a literatura 
existente, é possível observar uma semelhança com os achados anteriores, como os 
de Cleynen et al. (2016), que demonstram a incidência de DC em pacientes de 19 a 
36 anos, de RCU em pacientes entre 22 a 24 anos e a de DII entre 20 a 40 anos se 
prevaleceram. Porém, os estudos recentes também ofereceram dados demonstrando 
tal incidência, sendo, DC em pacientes de 21 a 50 anos, de RCU entre 31 a 60 anos 
e de DII entre 21 a 60 anos (Gasparini, Rodrigo Galhardi, 2018). 
 
3.1.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS 
 
Embora ainda seja uma incógnita as causas da doença Inflamatória Intestinal, 
o que se tem ao certo é que é uma desordem caracterizada pela inflamação crônica 
do trato gastrointestinal, pois são condições que afetam o intestino e que podem 
causar complicações significativas se não tratadas adequadamente. As formas da 
doença envolvem os sintomas que são alternados de acordo com a experiência 
sociocultural de cada indivíduo bem como questões genéticas. Diante das 
investigações, considera-se importante o redimensionamento dos hábitos, 
principalmente os de alimentação. 
Por outro lado, a doença extensa foi mais comum naqueles diagnosticados 
em idade mais jovem tanto na doença de Crohn quanto na Retocolite ulcerativa 
enquanto o comportamento da doença foi relativamente pouco afetado pela idade no 
diagnóstico, como visto no estudo de Cleynen et al. (2016). 
 
3.1.5 LIMITAÇÕES 
As limitações dos estudos avaliados incluem, a associação entre perfis 
lipídicos e a gravidade da DII que não pôde ser avaliada, já que o banco de dados da 
NHI não forneceram informações sobre os resultados laboratoriais séricos no Estudo 
2. Já no Estudo 4, suas limitações envolveram restrições nas variantes genéticas 
testadas (que passaram pelo controle de qualidade). Demais estudos não houve 
limitações. 
 
 
16 
 
3.2 Retocolite Ulcerativa (RCU) 
 
A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória crônica que afeta a 
mucosa do cólon e do reto de forma contínua, levando à formação de erosões e 
úlceras. Seus principais sintomas incluem diarreia sanguinolenta, dor abdominal e 
urgência fecal. A RCU pode se manifestar em qualquer idade, mas possui dois picos 
de incidência, um na segunda e terceira décadas de vida e outro entre 50 e 80 anos, 
sendo considerada uma condição de etiologia complexa. Essa complexidade envolve 
fatores ambientais, predisposição genética e desregulação imunológica, que 
colaboram para a inflamação persistente da mucosa intestinal (Venitol; Santos; 
Ferraz, 2022). 
Se não tratada, a RCU pode evoluir para inflamação crônica intensa, afetando 
não só a mucosa, mas também a camada submucosa do intestino grosso. Estima-se 
que cerca de 15% dos pacientes possam desenvolver uma forma grave da doença, 
conhecida como doença fulminante, a qual frequentemente exige hospitalização. 
 Para o diagnóstico e avaliação de gravidade, especialistas realizam exames de 
tecidos por meio de técnicas específicas de coloração e microscopia. Esses 
procedimentos exigem treinamento especializado devido à complexidade de 
interpretação, que ainda pode variar entre patologistas (Cury; Moss, 2018). 
A gravidade da RCU moderada a grave é determinada com base nos critérios 
de avaliação e na pontuação da Mayo Clinic, que classifica como moderada a grave 
as pontuações entre 6 e 12, com um subescore endoscópico de 2 ou 3. Esses critérios 
ajudam a avaliar a necessidade de internação em casos graves, com parâmetros 
como mais de seis evacuações com sangue por dia e sinais de toxicidade, incluindo 
frequência cardíaca superior a 90 batimentos por minuto, temperatura acima de 37,8 
°C, hemoglobina abaixo de 10,5 g/dL e velocidade de hemossedimentação (VHS) 
maior que 30 mm/h (M'Koma, 2022). 
Além disso, a RCUpode evoluir para quadros graves, levando a complicações 
como câncer colorretal e necessidade de colectomia em casos em que o tratamento 
convencional não é eficaz (Venitol; Santos; Ferraz, 2022). 
 
3.2.1 Doença de Crohn (DC) 
 
A Doença de Crohn (DC) é uma condição inflamatória crônica que pode afetar 
17 
 
qualquer segmento do trato gastrointestinal, embora seja mais frequentemente 
observada no íleo terminal e na região perianal. Ao contrário da Retocolite Ulcerativa 
(RCU), a inflamação na DC ocorre de forma descontínua e atinge todas as camadas 
da parede intestinal, resultando em complicações como fístulas e estenoses. Fatores 
genéticos, ambientais e imunológicos desempenham um papel significativo na sua 
patogênese. Os principais sintomas incluem dor abdominal, diarreia crônica e perda 
de peso, impactando consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, que 
frequentemente enfrentam ciclos de remissão e exacerbação (Venitol; Santos; Ferraz, 
2022). 
A incidência da DC tem aumentado globalmente, especialmente em países 
em desenvolvimento, com uma prevalência estimada em cerca de quatro casos para 
cada 100.000 nascidos vivos nos Estados Unidos e no Canadá. O diagnóstico envolve 
uma combinação de sistemas de classificação e achados histopatológicos que 
demonstram características de inflamação focal e transmural. Exames como a 
tomografia computadorizada abdominal e a colonografia por ressonância magnética 
são frequentemente utilizados para avaliação inicial. As métricas endoscópicas, como 
o Índice de Atividade de Doença de Crohn (DC), são consideradas o padrão-ouro para 
medir a gravidade da doença e monitorar a eficácia do tratamento, que visa controlar 
os sintomas e prevenir complicações (Cury; Moss, 2018; M'Koma, 2022). 
 
 
3.3 FORMAS DE MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE 
ULCERATIVA 
 
3.3.1 TABELA 2: APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
Estudo Objetivo Metodologia Principais Achados Limitações 
Estudo 1: 
Smith et 
al. (2020) 
Investigar o 
impacto de 
dietas ricas em 
fibras na 
microbiota 
intestinal de 
pacientes com 
Doença de 
Crohn 
Estudo 
longitudinal com 
100 pacientes, 
acompanhados 
por 12 meses 
Dietas ricas em 
fibras promoveram a 
diversidade da 
microbiota intestinal, 
resultando em menor 
inflamação e 
aumento nos 
períodos de 
remissão 
Amostra limitada 
geograficamente; 
acompanhamento de 
curto prazo 
Estudo 2: 
Lee et al. 
(2021) 
Avaliar a eficácia 
de uma dieta 
pobre em 
FODMAPs para 
Ensaio clínico 
randomizado com 
80 pacientes 
Redução significativa 
de sintomas como 
diarreia e dor 
abdominal em 65% 
A dieta foi difícil de 
manter para alguns 
participantes, o que 
18 
 
reduzir sintomas 
de Retocolite 
Ulcerativa 
dos pacientes após 8 
semanas 
pode afetar a 
aderência 
Estudo 3: 
Pérez et 
al. (2022) 
Analisar o papel 
dos ácidos 
graxos ômega-3 
no controle 
inflamatório em 
pacientes com 
Doença de 
Crohn 
Estudo de coorte 
com 150 
pacientes 
Suplementação com 
ômega-3 resultou em 
uma redução 
significativa nos 
marcadores 
inflamatórios 
Não foi possível 
controlar outros 
fatores dietéticos que 
poderiam interferir 
nos resultados 
Estudo 4: 
Zhang et 
al. (2023) 
Explorar a 
influência de 
probióticos no 
tratamento da 
Retocolite 
Ulcerativa 
Meta-análise de 
12 ensaios 
clínicos 
O uso de probióticos 
reduziu a frequência 
de recidivas e 
melhorou a saúde 
geral da microbiota 
Heterogeneidade 
entre os estudos 
analisados; falta de 
padronização nas 
dosagens de 
probióticos 
Estudo 5: 
González 
et al. 
(2023) 
Avaliar o efeito 
de uma dieta 
mediterrânea em 
pacientes com 
Doença de 
Crohn e 
Retocolite 
Ulcerativa 
Ensaio 
controlado com 
90 pacientes 
Melhora na 
qualidade de vida 
dos pacientes e 
redução de sintomas 
inflamatórios 
Estudo realizado em 
um único centro, o 
que pode limitar a 
generalização dos 
resultados 
 
 
3.3.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
Os dados apresentados permitem uma compreensão detalhada do impacto 
de diferentes intervenções nutricionais na Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, 
alinhando-se com os objetivos de verificar as causas e características das doenças, 
além de identificar alterações nutricionais associadas. Por exemplo, o estudo de Smith 
et al. (2020) reforça a importância de uma dieta rica em fibras para promover uma 
microbiota intestinal mais saudável e menor inflamação. Essa evidência apoia a 
hipótese de que a alimentação pode contribuir de forma significativa no manejo das 
doenças inflamatórias intestinais. 
Além disso, a eficácia da dieta pobre em FODMAPs (Lee et al., 2021) e a 
suplementação com ômega-3 (Pérez et al., 2022) revelam opções promissoras para 
reduzir sintomas e marcadores inflamatórios, fornecendo respostas concretas às 
perguntas relacionadas ao papel das estratégias nutricionais no controle das doenças. 
 
 
 
 
19 
 
3.3.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE 
 
Comparando os resultados dos estudos com a literatura existente, é possível 
observar uma consistência com achados anteriores, como os de Colleen et al. (2015), 
que destacam a importância de hábitos alimentares saudáveis no controle das 
doenças inflamatórias intestinais. No entanto, os estudos recentes também oferecem 
contribuições únicas, como a maior ênfase na modulação da microbiota intestinal por 
meio de probióticos (Zhang et al., 2023), algo que ainda estava em estágio incipiente 
nas publicações mais antigas. 
Os estudos também destacam novos enfoques, como o impacto específico de 
dietas mediterrâneas (González et al., 2023), ampliando o conhecimento sobre como 
diferentes padrões alimentares podem atuar no controle da Doença de Crohn e 
Retocolite Ulcerativa, oferecendo alternativas menos farmacológicas. 
 
3.3.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS 
 
As descobertas reforçam a necessidade de intervenções nutricionais 
personalizadas como parte de um tratamento multidisciplinar para Doença de Crohn 
e Retocolite Ulcerativa. O uso de dietas ricas em fibras e pobres em FODMAPs, bem 
como a suplementação com ômega-3 e probióticos, não só ajuda a controlar os 
sintomas, mas também pode influenciar positivamente a progressão das doenças. 
Por outro lado, a dificuldade de manutenção de certas dietas, como visto no 
estudo de Lee et al. (2021), indica a necessidade de explorar alternativas mais viáveis 
para os pacientes. A interação entre dieta e microbiota, embora promissora, ainda 
exige mais pesquisas padronizadas, especialmente quanto às dosagens e tipos de 
alimentos ou suplementos utilizados. 
 
3.3.5 Limitações 
 
As limitações dos estudos avaliados incluem amostras restritas, a falta de 
padronização em algumas intervenções, e o curto período de acompanhamento, o 
que pode comprometer a validade e a generalização dos achados. Muitos estudos 
ainda carecem de controle rigoroso sobre outros fatores dietéticos e ambientais que 
podem influenciar os resultados. Para futuras pesquisas, é essencial ampliar as 
20 
 
amostras, aumentar a duração dos estudos e padronizar as intervenções para garantir 
maior consistência nos achados. 
 
3.4 O papel da nutrição nas DIIs 
 
A nutrição desempenha um papel crucial no manejo das Doenças Inflamatórias 
Intestinais (DIIs), como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, pois essas 
condições afetam diretamente a capacidade do corpo de absorver nutrientes. 
Conforme Benetti (2021), 
 
Nutrição é o estudo dos alimentos e dos mecanismos pelos 
quais o organismo ingere, assimila e utiliza os nutrientes que fornecem a 
energia necessária para o ser humano se manter vivo. A nutrição 
compreende três fases: a alimentação, o metabolismo e a excreção. A 
alimentação desempenha um papel crucial no tratamento das doenças, 
indiferente da sua natureza ou o estágio em que se encontra (BENETTI; 
2021, p 109). 
 
A dieta pode influenciar de maneira expressiva a microbiota intestinal, que 
desempenha um papel crucial na modulação do sistemaimunológico e nos processos 
inflamatórios. Estudos recentes, como o de Vilar et al. (2024), mostram que a dieta 
mediterrânea, rica em frutas, vegetais, azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3, 
promove uma microbiota mais saudável e reduz marcadores inflamatórios. Esse 
padrão alimentar está associado a uma maior produção de ácidos graxos de cadeia 
curta, como o butirato, que ajuda a fortalecer a barreira intestinal e reduzir a 
inflamação (VILAR et al., 2024). 
Dietas ricas em fibras fermentáveis e compostos vegetais contribuem para um 
ambiente intestinal equilibrado, crucial para a gestão das DIIs. Esses alimentos são 
metabolizados pela microbiota, produzindo substâncias que fortalecem a barreira 
intestinal e reduzem a inflamação. Esse processo ajuda a estabilizar o sistema 
imunológico e a minimizar reações inflamatórias frequentes, promovendo um intestino 
saudável e protegido contra desbalanços (ARMET et al., 2022). 
Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos pró-inflamatórios, como 
carnes processadas e açúcares refinados, pode agravar os sintomas das DIIs. 
Estudos recentes indicam que dietas com alta ingestão de proteínas animais podem 
alterar negativamente a microbiota intestinal, aumentando o risco de inflamação e 
complicações. A substituição de proteínas animais por vegetais e o consumo de 
21 
 
alimentos ricos em fibras são associados a uma microbiota mais equilibrada, 
contribuindo para a redução de processos inflamatórios intestinais (BOLTE et al., 
2021). 
Portanto, a adoção de uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios e a 
redução de alimentos pró-inflamatórios são estratégias importantes para o manejo 
das DII’s. A reeducação alimentar, junto ao acompanhamento nutricional e médico, 
pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e controlar a progressão da doença 
(ARMET et al., 2022). 
 
3.5 POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS NA 
PERSPECTIVA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
 
3.5.1 TABELA 3: APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
 
ESTUDO OBJETIVO METODOLOGIA PRINCIPAIS 
RESULTADOS 
LIMITAÇÕES 
 Estudo 1. 
 AVANCE, 
Aline 
Damasceno de, 
2022 
 
Compreender 
as interações 
entre a terapia 
dietética e a 
microbiota 
Intestinal na 
doença 
inflamatória 
intestinal. 
 
Revisão 
sistemática e 
meta-análise. 
 
A dieta pode ser 
uma terapia 
primária ou 
adjuvante se 
considerada 
como significativa 
no processo tanto 
da prevenção 
quanto no 
tratamento das 
DII’s, embora 
com resultados a 
longo prazo, com 
efeitos 
surpreendentes e 
duradouros. 
*Poucos 
estudos com 
discussões a 
respeito da 
dietoterapia em 
detrimento dos 
estudos sobre 
tratamentos 
convencionais; 
*Avaliar fatores 
que podem 
permitir 
intervenções 
mais acertivas 
em nutrição na 
assistência de 
pessoas com 
DII. 
 
Estudo 2. 
DICHI, I.; Burini, 
R. C. 2000 
 
Avaliar fatores 
que podem 
permitir 
intervenções 
mais acertivas 
em nutrição na 
assistência de 
pessoas com 
DII. 
*Revisão 
sistemática quanto 
ao potencial de 
tióis como 
biomarcador de 
atividade da DII; 
*Estudo de coorte 
histórica, 
envolvendo 
indivíduos adultos 
e idosos que 
realizaram 
acompanhamento 
clínico em 
Aconselhamento 
em nutriçao na 
doença 
inflamatória 
intestinal: de 
novos 
marcadores à 
assistência 
objetivando 
intervenções 
nutricionais 
Discussão 
mais 
aprofundada e 
política sobre 
outros fatores 
dietéticos e 
ambientais que 
podem 
influenciar os 
resultados. 
22 
 
ambulatório; 
 
Estudo 3. 
SILVA,Alice 
Freitas da; 
SCHIEFERDE
CKER,Maria 
Eliana 
Madalozzo; 
AMARANTE 
Heda Maria 
Barska dos 
Santos, 2.011 
Verificar a 
adequação da 
ingestão 
alimentar 
de pacientes 
com doença de 
Crohn e 
retocolite 
ulcerativa 
inespecífica. 
 
*Avaliação da 
ingestão alimentar 
de 55 pacientes, 
28 com doença de 
Crohn 
e 27 com retocolite 
ulcerativa 
atendidos em 
ambulatório de 
gastroenterologia 
*Questionário de 
Frequência 
Alimentar 
 
 Houve 
deficiência na 
ingestão 
alimentar tanto na 
doença de Crohn 
como na 
retocolite 
ulcerativa, em 
atividade e em 
remissão. Essas 
deficiências 
podem 
afetar 
negativamente o 
curso da doença 
e justificam a 
necessidade de 
intervenção 
nutricional com 
esses pacientes. 
 
De acordo com 
a ingestão 
alimentar 
identificou-se 
deficiência na 
ingestão 
de energia, 
fibras, ferro, 
potássio, sódio, 
magnésio, 
cálcio, 
menadiona, 
riboflavina, 
niacina, folato, 
ácido 
pantotênico, 
tocoferol e 
colecalciferol 
na doença de 
Crohn e 
na retocolite 
ulcerativa em 
atividade ou 
em remissão. A 
ingestão de 
legumes, 
frutas, 
laticínios e 
feijão foi baixa, 
e a de doces e 
gorduras foi 
maior que as 
recomendaçõe
s. 
RODRIGUES, 
Juliana de 
Oliveira; 
LUIZA, Débora 
Maria Moreno, 
2020 
 
Verificar por 
meio da 
revisão da 
literatura os 
benefícios da 
terapia 
nutricional nas 
Doenças 
Inflamatórias 
Intestinais 
*Prevenir e 
tratar de 
desnutrição e 
complicações 
infecciosas 
através 
de 
intervenções 
nutricionais; 
 
Revisão da 
literatura 
*A nutrição 
adequada 
contribui para o 
melhor 
prognóstico dos 
pacientes. O 
cuidado 
nutricional é 
importante nas 
DII tanto na 
prevenção como 
no tratamento 
da desnutrição, 
das deficiências 
específicas de 
nutrientes. 
 
*A incerteza 
inerente de 
eficácia para 
todas as 
terapias de DII; 
Mudanças 
profundas na 
dieta habitual e 
a necessidade 
de se manter a 
disciplina; 
 
 
 
 
23 
 
3.5.2. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
Os dados apresentados na presente revisão bibliográfica auxiliam na 
compreensão das DII’s no que tanje o envolvimento do trato gastrointestinal e ingestão 
alimentar. Importantes discussões sobre a associação relativamente comum à 
deficiência nutricional e o desenvolvimento de doenças. 
Comumente, foi possível compreender como a incidência e prevalência das 
DII’s aligeiramente se expande em todas as nações, resultado provável do uso 
abusivo de alimentos processados e ultraprocessados, reflexo do progresso e 
industrialização, questões emocionais como ansiedade e outros transtornos 
alimentares ou não, tabagismo, substituição ou total remissão de alimentos 
importantes na dieta e mudança no comportamento e estilo de vida da população. 
Conforme pesquisa realizada com seres humanos: acompanhamento e 
questionário aplicado pelas pesquisadoras, SILVA; SCHIEFERDECKER; AMARANTE, 
2011, “As deficiências nutricionais múltiplas e retardo no crescimento em crianças, 
são as manifestações de desnutrição mais frequentes na DC e muitas vezes 
relacionadas à atividade da doença”. 
A vista disso, quando se adequa a nutrição dos pacientes, o resultado sempre 
é satisfatório, esse cuidado se torna importante na mesma proporção - tanto no 
prognóstico da doença, na prevenção de doenças, no crescimento e desenvolvimento, 
no caso pacientes infantojuvenil, na reversão da desnutrição, quanto na melhora das 
deficiências específicas de nutrientes nas DII’s, e em casos não muito raros, o óbito. 
Ainda, pôde-se perceber na pesquisa das autoras RODRIGUES e LUIZA, 
2020, que os benefícios da terapia nutricional na recuperação dos pacientes com 
DII’s, previnem outras complicações relacionadas à deficiência de nutrientes, haja 
vista, no caso da Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI), que é uma doença 
inflamatória, que atinge o reto com estensão até o cólon, ou seja, a barreira de defesa 
se estende por toda a parede da mucosa de forma continua destruindo a estrutura da 
mesma, e impedindo a absorção de nutrientes formando abscessos. 
Neste caso, a intervenção nutricional se torna imprescindível no pronto 
restabelecimento da saúde do doente, do mesmo modo o estado nutricional, a 
recuperação do peso e das necessidades calóricas que consequentemente 
responderá positivamente na recuperação do trato gastrointestinal, em especial nas 
suas funções. 
24 
 
Nos estudos de AVANCE, 2022, ficou evidente que a terapia nutricional a 
partir de procedimento terapêutico paraa manutenção e recuperação do estado 
nutricional do paciente, a Nutrição Enteral e Parenteral, mostraram-se muito eficazes, 
previnindo e tratando da desnutrição e complicações infecciosas. Essas formas de 
alimentação também são muito recomendadas em preparação de procedimentos 
cirúrgicos e clínicos. Resultando em elevação da qualidade de vida do doente, e 
redução dos casos de óbito. 
 
 
3.5.3 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA EXISTENTE 
 
Comparando os resultados daquilo que se propôs estudar, observou-se a 
prevalência de discussões que consideram importante os hábitos nutritivos na 
prevenção e no controle das doenças inflamatórias intestinais. Ainda que em 
muitas sociedades a cultura da medicalização seja a mais aceita, considerando a 
alimentação como coadjuvante no processo, outras já buscam unir as duas opções 
como intrínsecas. Entretanto, alguns estudos mais recentes, vêm progredindo nas 
discussões, principalmente na modulação da microbiota intestinal por meio de 
probióticos, discussões estas que pouco se via até um tempo atrás. 
A discussão de modo geral no material estudado se pauta em perceber a 
necessidade da mudança de hábitos alimentares, mudança de mentalidade da cultura 
de medicalização para tratamento e em alguns casos a prevenção. 
Resultados laboratoriais e de pesquisas in loco sob questionário pré definido, 
demonstram quão pobre é alimentação das pessoas na atualidade, no que se diz 
respeito a alimentação saudável, as pessoas tem buscado, na grande maioria, saciar 
a fome, mas sem a análise crítica do que se come e o que isso poderá acarretar no 
futuro. 
 
 
3.5.4 DISCUSSÃO DAS DESCOBERTAS 
 
Não se pode negar que a Terapia Nutricional nos pacientes com DII é 
relevante e eficaz, no entanto, muitos resultados sobre a prática de propostas 
terapêuticas, além do costumeiro, não são recomendadas na prática clínica em sua 
25 
 
maioria, embora seja uma realidade percebida no cotidiano, que há maior incidência 
das complicações das DII’s em detrimento dos déficits nutricionais, desnutrição, 
patologias no trato gatrointestinais e/ou restrições alimentares, comprometendo o 
estado nutricional dos pacientes. Diante do que foi relatado e, ainda considerando os 
benefícios da terapia nutricional e sua influência no controle das DII’s, as pequisas 
mostraram que doenças inflamatórias intestinais podem ter benefícios tanto para 
evitar inflamações como estabilizar quadro clínico, reduzindo as reincidências. 
Ao considerar que a DC pode afetar qualquer segmento do trato digestório, a 
iniciar na boca com prosseguimento no intestino delgado (íleo terminal) e segmento 
proximal do intestino grosso até o ânus, a inflamação na DC pode, contudo, atingir 
todas as camadas internas. Destarte, o tratamento nutricional visa fornecer subsídio 
adequado de nutrientes, que influenciarão na mitigação dos sintomas, o que pode 
reduzir o desempenho da doença, delimitar as indicações cirúrgicas, e reduzir as 
complicações pós operatórias, embora segundo RODRIGUES e LUIZA, 2020, não 
esteja claro se a manipulação dietética combinada com o tratamento medicamentoso 
pode influenciar nos sintomas ou induzir a remissão da doença. 
Ainda, há necessidade de se considerar as intolerâncias e alergias 
alimentares que devem ser tratadas individualmente e que muitas vezes não o são, 
acabam por causar diversas deficiências nutricionais, observadas nas pesquisas com 
seres humanos acometidos por alguma DII, tais como: ferro, cianocobalamina (B12), 
folato (B9), carnes, frutos do mar entre outros também o cálcio e zinco. Importante 
ressaltar que a deficiência de folato (encontrado nos alimentos: feijões, vegetais verde 
escuros, frutas cítricas - principalmente a laranja, ovos, fígado, farinha de trigo - na 
forma sintética do folato que é o ácido fólico; pode causar anemia e o risco maior para 
câncer de cólon e reto. No entanto, para a maioria dos alimentos do grupo, algumas 
pessoas apresentam algum tipo de alergia ou intolerância e acabam não repondo o 
nutriente com outro tipo de alimento, apenas abandonando o consumo destes, logo a 
deficiência nutricional. 
Outra análise urgente a se fazer, por exemplo é a respeito da vitamina D 
(absorvida principalmente na exposição ao sol), responsável por regular o 
funcionamento do sistema imune e a proliferação e diferenciação tecidual, além de, 
junto com o cálcio, o importante papel no metabolismo ósseo, e da vitamina K, 
presente na formação e reabsorção óssea e no metabolismo. No entanto, a realidade 
26 
 
das pessoas, na sua grande maioria, é não se expor ao sol, quando na atualidade a 
maioria das atividades laborais não permitem tal atividade. 
Vale ressaltar que a pouca ingestão de frutas e vegetais por pacientes com 
DII (alguns pacientes continuam com sua restrição depois que a atividade da doença 
é controlada), foi observada quase que unânime nos estudos, dado preocupante, pois 
acarreta em menor ingestão de fibras e ainda menor ingestão de micronutrientes e 
substâncias antioxidantes, embora segue orientações durante a doença ativa, para 
redução da motilidade intestinal e da fermentação bacteriana que poderiam reduzir os 
sintomas de cólicas abdominais. 
Outro hábito alimentar muito comum, nos dias de hoje é a pouca ingestão de 
vegetais, frutas e leite e a prevalência de ingestão de proteína animal, cereais, 
carboidratos simples e gorduras entre pacientes com RCUI, entretanto há uma forte 
relação no desenvolvimento de câncer de cólon, segundo os pesquisadores. 
Por fim, a alimentação característica da dieta moderna: ingestão de alimentos 
processados, ultraprocessados e/ou altamente refinados, mostram-se um dos 
maiores vilões da nutrição, pois se torna prejudicial à saúde, mesmo daqueles não 
doentes, principalmente pela adição de sulfito, fator de risco relacionado ao consumo 
presente nas carnes processadas, além das crenças alimentares dos pacientes que 
influenciam na ingestão de nutrientes importantes. 
 
3.5.5 LIMITAÇÕES 
 
Nos artigos avaliados percebeu-se que não há padronização dos métodos de 
avaliação de desempenho e não há estudos com o grupos especifícos que permitam, 
por exemplo, um comparativo entre estes. 
Também se observou que muitos estudos, retratam discussões muito 
próximas umas das outras e vários desses utilizam os mesmos autores, o que 
demonstra uma fragilidade no campo das pesquisas refletindo negativamente no 
avanço da aceitabilidade eaplicabilidade da Terapia Nutricional. 
Houve deficiência nas discussões a respeito da dietoterapia em detrimento 
dos estudos sobre tratamentos com medicamentos. Ainda que, nas pesquisas 
encontradas, mesmo pautadas em metodologias distintas para avaliação da ingestão 
alimentar, admite-se que as deficiências dos nutrientes se ocorrem ano analisarem os 
resultados finais dos pacientes com DII. 
27 
 
Outras limitações percebidas nos estudos avaliados, incluem amostras 
restritas, bem como a falta de padronização em algumas intervenções, além do pouco 
tempo de acompanhamento, o que compromete a veraciade e a generalização dos 
resultados. 
Percebeu-se também que há necessidade de avaliar fatores que podem 
permitir intervenções mais acertivas em nutrição na assistência de pessoas com DII, 
haja vista, que muitos estudos necessitam de discussão mais aprofundada e política 
sobre outros fatores dietéticos e ambientais que podem influenciar os resultados. 
Considera-se importante que para futuras pesquisas, sejam feitos 
acompanhamentos com grupos específicos em regiões diferentes do país, 
ampliando as amostras, num tempo de observação maior do que proposto nos 
achados e que possa ser realizado estudos de terapias dietéticas que foram bem-
sucedidas, para que possa ser ampliada a discussão e consequentemente 
contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. 
 
4. TRATAMENTOS REALIZADOS ATUALMENTE 
 
4.1 Tabela 4: Apresentaçãodos Dados 
 
 
Fonte: Elaborada pelo autor 
ESTUDOS OBJETIVOS METODOLOGIA PRINCIPAIS ACHADOS LIMITAÇÕES
Estudo 1 
FRÓES, Renata de 
S. B. (2012)
Mostrar que as DIIs não 
tem cura e que o objetivo 
dos tratamentos atuais 
sejam eles cirúrgico ou 
medicamentoso, são 
apenas para controlar os 
sintomas ou trazer uma 
certa qualidade de vida 
aos pacientes
Revisão de 
Artigos
Os medicamentos utilizados, 
agem no bloqueio ou ativação 
das células, visando apenas a 
interrupção das inflamações 
ou a remissão das doenças, 
sendo assim, há uma 
progressão de drogas com 
efeitos colaterais cada vez 
maiores.
Resposta 
ineficiente de 
medicamentos e 
progressão de 
drogas cada vez 
mais potentes.
Estudo 2 
VIEIRA, Andréa 
(2017)
Informar os atuais
tratamentos para as
Doenças de Crohn e
Retocolite 
Material 
informativo: 
Cartilha
O tratamento para as 
doenças de Crohn e 
Retocolite, permitem apenas 
retardar a progressão da 
doença. As indicações são: 
Cirúrgica ou medicamentosa 
(a base de esteróides e 
imunossuperessores), o que 
vai definir a abordagem 
terapêutica é o local onde as 
inflamações estão 
manifestadas.
Não houveram
limitações nessa
cartilha.
Estudo 3 
ARAÚJO JÚNIOR, 
Tiago da Silva et al. 
(2024)
Apresentar abordagens
inovadoras em relação à
terapia tradicional e o
tratamento biológico
Revisão de 
Artigos
Promessas positivas no 
tratamento das DIIs com os 
agentes biológicos, que 
atráves da resposta imune, 
prevê eficácia na indução e 
manutenção da remissão das 
doenças.
Apesar do 
progresso com a 
terapia biológica, 
existem desafios 
a serem 
superados como 
a personalização 
do tratamento e a 
gestão dos 
efetos colaterais
28 
 
4.2 Resultados 
 
Doença Inflamatória Intestinal (DII), representada pelas doenças crônicas de 
Crohn e Retocolite Ulcerativa (RCU), não tem cura, mas, há várias medicações para 
o tratamento. O que distingue as duas patologias, é o local onde as inflamações se 
manifestam, na Retocolite Ulcerativa se limita ao intestino grosso, cólon e reto, os 
tecidos afetados se mantêm na porção superficial da parede do intestino, a evacuação 
sanguinolenta é um sintoma frequente, assim como a diarreia. Já na doença de Crohn, 
todo o trato gastrointestinal pode ser afetado, da boca ao ânus, todas as camadas 
teciduais ficam inflamadas e as lesões são maiores, a presença de sangue nas fezes, 
é menos comum e a diarreia surge frequentemente pós refeições. Sabe-se que as 
atuais opções terapêuticas com base em evidências científicas indicadas para essas 
afecções, são apenas para controlar a inflamação, mantendo sem atividade por meses 
ou anos a doença, ao que chamamos de remissão ou na tentativa de minimizar os 
sintomas com a intenção de melhorar a qualidade de vida dos portadores (FRÓES, 
2012). 
Segundo VIEIRA (2017), professora instrutora de Gastroenterologia da 
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, atualmente as doenças 
de Crohn e a Retocolite são tratadas com medicamentos tradicionais como os 
derivados salicílicos (Sulfasalazina ou Mezalazina), que possuem ação semelhante 
aos anti-inflamatórios não asteroidais e servem para diminuir a inflamação, os 
corticosteroides (Prednisona, Hidrocortizona e Budesonida), que agem como potentes 
anti-inflamatórios na indução da remissão (mas que não podem ser usados por longos 
períodos), os imunossupressores ( Azatioprina ou Metrotexate), que agem no 
sistema imunológico e são utilizados na fase de manutenção da doença. Outra opção 
medicamentosa é o Antibiótico, usado nos casos em que o paciente se encontra 
internado, nas complicações mais graves da doença como as fístulas e no pós-
cirúrgico e pôr fim a Terapia biológica, que se trata de um fármaco desenvolvido 
através de uma engenharia genética com o intuito de bloquear o tráfego de células 
inflamatórias que fazem instalar a doença. Porém, essa terapia depende da 
disponibilidade da Assistência Farmacêutica do SUS. 
Quando o paciente evolui para complicações graves, ou as medicações 
tradicionais não respondem ao esperado, a opção é cirúrgica. 
Dos pacientes diagnosticados com as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), 
29 
 
retratadas pela RCU e a doença de Crohn, cerca de 40% apresentam a doença de 
forma moderada ou grave, 50% precisam ser internadas ou necessitam de internação 
ao longo da vida. 
 Segundo FRÓES (2012), no tratamento da RCU, uma boa parte dos pacientes 
tratados com aminosalicilatos respondem bem a esse tipo de medicamento, quando 
o tratamento com essa classe de drogas não atinge o esperado, a indicação é partir 
para a corticoterapia, onde o ativo mais usado é a Prednisona. Os corticóides, são 
excelentes pontes para induzir a remissão das doenças de Crohn e retocolite, porém, 
apresentam diversos efeitos colaterais, como edema, aumento de peso, insônia, 
psicose, acne, osteoporose, glaucoma, estrias, hipertensão, entre outros. 
Na ausência de resposta aos corticoides ou quando há uma cortico-
dependência, a indicação passa a ser de imunossupressores, sendo a Azatioprina o 
mais utilizado. Como o tempo mínimo para avaliação de eficácia é de 3 a 6 meses, 
geralmente esse medicamento é administrado junto com um ciclo de corticoide, os 
efeitos colaterais mais comuns são: febre, náusea, dor abdominal, esteato-hepatite, 
entre outros e acometem cerca de 15% dos pacientes que fazem uso. Em caso de 
não tolerância e como segunda opção a essa classe de medicamentos, é sugerido o 
Metrotexate que também acompanha efeitos colaterais, principalmente alterações da 
função hepática. Para pacientes tratados com Metrotexato é recomendado 
mensalmente um hemograma e hepatograma e mediante resultados apresentados, o 
medicamento pode ser suspenso e haver necessidade de solicitação de uma biópsia 
hepática. 
Persistindo a atividade da doença ou seu agravamento com os derivados de 
salicílicos ou os imunossupressores, o paciente deverá ser internado e inicia-se o 
tratamento com antibióticos, nesse momento, não havendo resposta ao tratamento 
clínico, uma equipe multidisciplinar avalia a opção cirúrgica (colectomia). 
A figura 1, demonstra que abordagem terapêutica pode ser iniciada tanto de 
baixo para cima, como de cima para baixo, o que determinará é a gravidade do quadro 
do paciente. 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura 1- Estratégias de Tratamento nas DIIs 
 
Fonte: FRÓES, Renata de S. B. (2012) 
 
Em comparações mais recentes, grandes avanços foram feitos em termos de 
terapia farmacológica em relação à manutenção da remissão da Retocolite Ulcerativa 
e doença de Crohn. Trata-se da terapia biológica (Infliximabe), que são anticorpos 
dirigidos contra os fatores específicos do processo inflamatório. 
Esses agentes biológicos possuem resposta imunológica e têm ajudado muito na 
diminuição de cirurgias, esta classe terapêutica é mais eficaz e direcionada, mas, 
ainda assim, os desafios persistem, devido efeitos adversos dos medicamentos, dos 
custos dessas terapias e da variabilidade de resposta ao tratamento e em resposta as 
falhas medicamentosas ou ao avanço das patologias, a cirurgia também desempenha 
um papel importante. (ARAÚJO JÚNIOR et al.,2024). 
As perspectivas futuras em avanços nos tratamentos, principalmente com os 
ativos biológicos são positivas, no entanto é necessária continuidade nas pesquisas, 
a personalização dos agentes visando a remissão prolongada da doença e qualidade 
de vida, é o desejo de pacientes e médicos. 
 
4.3 Limitações 
 
De acordo com os estudos aqui apresentados, os tratamentos para as DIIs, 
representadas pelas doenças de Crohn e Retocolite, visão apenas induzir a remissão 
da doença e/ou a tentativa de aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Quanto a 
abordagem terapêutica, essa varia de acordo com a gravidade e resposta aos 
medicamentos. Nota-se que nas últimas décadas,houve um certo avanço nas 
terapias, o tratamento biológico, por exemplo, tem apresentado resultados positivos, 
31 
 
mas, estudos adicionais ainda são necessários, principalmente em relação aos efeitos 
colaterais, tratamento individualizado e custo. 
 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Este trabalho proporcionou uma análise abrangente sobre a inter-relação 
entre alimentação e as Doenças Inflamatórias Intestinais, com ênfase na Doença de 
Crohn e Retocolite Ulcerativa. Ao longo da pesquisa, foram abordados os objetivos e 
justificativas que sustentam a relevância deste tema, evidenciando a necessidade 
urgente de estratégias terapêuticas eficazes e personalizadas. 
A revisão da literatura confirmou que intervenções nutricionais podem 
desempenhar um papel fundamental no manejo dessas doenças, não apenas na 
melhoria dos sintomas, mas também na potencial alteração do curso clínico. As 
evidências coletadas indicam que padrões alimentares específicos podem influenciar 
positivamente a microbiota intestinal, um fator crítico na patogênese das DIIs. 
A análise destacou a carência de estudos aprofundados que explorem a 
aplicação prática de diferentes estratégias nutricionais no contexto clínico. Essa 
lacuna evidencia a necessidade de um enfoque mais robusto na nutrição como parte 
integrante do tratamento das DIIs, o que pode levar a uma abordagem mais eficaz e 
menos dependente da farmacoterapia. 
Os achados sugerem que, ao adotar uma abordagem nutricional mais 
consciente e informada, profissionais de saúde podem melhorar a qualidade de vida 
dos pacientes. A integração de intervenções nutricionais no tratamento pode não 
apenas minimizar complicações, mas também promover uma melhor aceitação das 
terapias propostas pelos pacientes. 
É evidente que mais estudos são necessários para aprofundar o 
conhecimento sobre como diferentes dietas impactam a evolução das Doenças 
Inflamatórias Intestinais. Futuros pesquisadores devem considerar a realização de 
ensaios clínicos que investiguem a eficácia de intervenções dietéticas específicas e 
sua relação com a microbiota intestinal, contribuindo assim para o desenvolvimento 
de diretrizes alimentares robustas. 
Como em toda pesquisa, existem limitações que devem ser reconhecidas. A 
análise se baseou em uma revisão da literatura, e as informações disponíveis podem 
32 
 
variar em qualidade e aplicabilidade. Portanto, é crucial que futuras investigações 
continuem a explorar essa área de forma a fornecer dados mais abrangentes e 
aplicáveis na prática clínica. 
Em suma, este estudo não apenas contribuiu para a discussão acadêmica 
sobre a alimentação e as Doenças Inflamatórias Intestinais, mas também ressaltou a 
importância de um enfoque multidisciplinar que envolva a nutrição como parte 
essencial do tratamento. O papel da alimentação na saúde intestinal é uma área 
promissora para investigações futuras e para o desenvolvimento de estratégias 
terapêuticas mais eficazes e integradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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