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Filosofia Contemporânea

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Pedro Augusto

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Nos anos 1940 surgiu a Dialética do esclarecimento, obra de autoria de Horkheimer e Adorno. O capítulo ‘Indústria cultural, o esclarecimento como mistificação das massas’ apresentou uma crítica implacável ao fenômeno, então recente, da cultura de massas regulada por agências do capitalismo monopolista, organizadas em moldes industriais semelhantes aos dos ramos tradicionais da economia (indústria petrolífera, química, elétrica, siderúrgica etc.). Essa nova indústria era voltada para a consecução de dois objetivos bem delimitados a serem atingidos, quando possível, simultaneamente: a viabilidade econômica através da lucratividade de seus produtos e a adaptação de seus consumidores à ordem imposta pela superação do capitalismo liberal, em virtude da formação de conglomerados econômicos.
Conforme a passagem acima citada, é correto afirmar que a indústria cultural
a) é a cultura popular que passou a ser veiculada pelos meios de comunicação de massas.
b) é um setor da produção capitalista que visa ao lucro e também ao controle das massas.
c) é própria à livre concorrência mercantil, quando os indivíduos são livres para consumir.
d) é o ramo de eventos artístico-culturais patrocinados pelas corporações monopolistas.

Considerado o inventor da crítica moderna, Walter Benjamin teve uma vida atribulada, marcada por dificuldades pessoais e trágicas circunstâncias políticas. Colaborou e participou de movimentos importantes, entre eles, a União Livre dos Estudantes. Unindo-se a outros pensadores por amizade, deu início, em 1930, a um grupo de pesquisa que ficou conhecido mundialmente.
Com qual nome ficou conhecido o grupo a que pertenceu Walter Benjamin?
a) Escola de Viena.
b) Escola de Frankfurt.
c) Escola de Marburgo.
d) Escola Eleata.

A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923, sob o nome de Instituto para a Pesquisa Social.
Marque a alternativa que contempla os principais pensadores da Escola de Frankfurt.
a) Theodor Adorno, Platão, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.
b) Tomás de Aquino, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.
c) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Tobias Barreto.
d) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.

Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valência. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos.
Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduos:
a) são educados de modo a se tornarem autônomos.
b) aprendem a conviver uns com os outros.
c) encontram as condições de segurança e bem-estar.
d) se tornam mais vigorosos e valentes.
e) se fazem objeto do poder disciplinar.

Considere o seguinte excerto a respeito da desumanização dos imigrantes latinos: ‘Estou estarrecido pelo que vejo acontecer hoje nos EUA – filhos de imigrantes, sendo arrancados de seus pais e enviados a centros de detenção. Laura Ingraham, da rede de notícias Fox News disse que as crianças imigrantes presas estavam ‘praticamente numa colônia de férias’, a despeito do áudio em que se ouvem crianças chorando. Quase 60% dos republicanos aprovam a prática de separar crianças imigrantes de seus pais e não é difícil entender os motivos. Há alguns anos Donald Trump vem aproveitando todas as oportunidades de desumanizar os latinos que atravessam a fronteira, chamando-os de animais, assassinos e estupradores. Essa etapa é essencial, a de reduzir imigrantes a um status sub-humano. Aconteceu durante o Holocausto. Sempre que um grupo de pessoas sofre opressão e horrores, os grupos no poder, primeiramente as reduzem e desumanizam, de forma a aliviar a consciência dos poderosos enquanto dure a opressão.’
No texto acima, a referência ao processo de desumanização dos imigrantes latinos corresponde a uma ação política baseada em uma concepção de poder que é encontrada
a) no pensamento marxista e em sua percepção das disputas ideológicas e de poder entre estratos sociais distintos (classes sociais), marcadas que são pelas diferenças de posicionamento na estrutura da produção material e histórica, representados pelos imigrantes, de um lado, e os nativos americanos, do outro.
b) na obra filosófica de Michel Foucault, que discute as diferentes maneiras de exercício do poder, paralelas ao poder do estado, que se exercem de formas variadas e em vários níveis institucionais, entre as quais estão os meios formadores de discursos e narrativas voltadas a disciplinar e ressignificar percepções sociais.
c) na visão contratualista de Rousseau e na sua concepção de uma natureza humana boa, corrompida pela sociedade (os imigrantes que agem como animais e assassinos), bem como na supremacia do poder que se origina da vontade geral e do interesse coletivo sobre as vontades dos indivíduos que emigram.
d) na noção hobbesiana de poder, que defende o combate ao estado de natureza – representado pela situação dos imigrantes latinos – e a necessária instituição da sociabilidade política, com o exercício da força de um líder que tem que ser forte e respeitado para impor a ordem (o Presidente norte-americano Donald Trump).

Considere o trecho a seguir, que descreve uma definição sobre como se estabelecem as normas de ação a partir de uma determinada situação vivida no mundo: ‘O mundo vivido é considerado a partir do processo de entendimento no qual diferentes pessoas se entendem sobre algo no mundo objetivo dos fatos, no mundo social das normas de ação e mundo subjetivo das vivências. O mundo vivido garante aos sujeitos de uma comunidade de comunicação convicções a partir das quais se forma o contexto dos processos de entendimento.’
A passagem acima apresenta uma visão da moralidade, sobre a qual é correto afirmar que
a) se trata da ideia de moral do iluminismo, sobretudo da filosofia de Immanuel Kant, na qual o agir moral e o princípio da ética se fundamentam na razão dos sujeitos, que se universaliza após o entendimento.
b) representa uma ética nos moldes do pensamento aristotélico, em que o sujeito moral só pode ser compreendido como membro de uma comunidade de cidadãos, e a ética está intimamente ligada à política.
c) expressa a visão marxista de moralidade, visto que esta define que qualquer perspectiva de uma moral autêntica requer a superação da moral de classe e a instituição de uma justiça social baseada no diálogo.
d) define a conceituação de moral na perspectiva de Jürgen Habermas, para quem a ética é discursiva e origina-se das relações intersubjetivas, da construção de consenso entre os indivíduos e de uma ação comunicativa.

A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” provocou discussões sobre seus significados no plano sociopolítico. Analisando as várias versões inspiradas no HQ da DC Comics, Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso destrutivo e caótico, mas também criativo e artístico. Batman seria o superego, o juiz punitivo e ordenador da cidade, o arquétipo do guardião que afronta e interpõe limites a um território. O Coringa seria a face da comédia, Batman não se livra da face da tragédia. Neste sentido, o filme Coringa nos mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno sentido se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman são indissociáveis.
Considerando a análise acima, é correto dizer que está amparada teoricamente
a) na noção estético-moral de Nietzsche em O nascimento da tragédia, onde ordem e caos se equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como Dionísio (loucura) e Apolo (razão).
b) na teoria política marxista, que concebe as relações sociais mascaradas pela ideologia de classe, o que necessariamente provoca o conflito social: Coringa e Batman são representações da luta de classes.
c) na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de mímesis, ou seja, de imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman são representações do ser e do não ser.
d) na concepção moral agostiniana, na qual o bem e o mal, o pecado e a graça, a cidade dos homens e a cidade de Deus coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman são representações dessa contradição.

Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia.
A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a)
a) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo.
b) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores.
c) construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente educativo.
e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros.

Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”.
O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
a) marxista, no contexto do materialismo histórico.
b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
c) utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.

Em sentido geral e fundamental, Direito é a técnica da coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar possível a coexistência dos homens. Como técnica, o Direito se concretiza em um conjunto de regras (que, nesse caso, são leis ou normais); e tais regras têm por objeto o comportamento intersubjetivo, isto é, o comportamento recíproco dos homens entre si.
O sentido geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se à
a) aplicação de códigos legais.
b) regulação do convívio social.
c) legitimação de decisões políticas.
d) mediação de conflitos econômicos.
e) representação da autoridade constituída.

O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.
Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em
a) declínio cultural.
b) segregação racial.
c) redução da hierarquia.
d) totalitarismo dos governos.
e) modelagem dos indivíduos.

A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialé�ca do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crí�ca do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário.
Com base no texto e no conceito de “indústria cultural”, desenvolvido pelos filósofos Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa CORRETA:
a) A indústria cultural contribui para o conformismo dos espectadores, que tendem a se tornar passivos diante do mundo.
b) A grande diversidade e a disponibilidade dos produtos culturais e o constante es�mulo ao consumo intensificam a percepção sensorial e desenvolvem a imaginação cria�va e o pensamento, melhorando significativamente a capacidade cognitiva na apreciação das obras de arte.
c) Os filósofos Adorno e Horkheimer defendem a ideia de que a indústria cultural auxilia de forma positiva na formação cultural e ajuda no desenvolvimento da autonomia dos indivíduos.
d) A reprodução técnica das obras de arte tem como finalidade única promover o acesso universal e democrático aos bens culturais.
e) A elevação da capacidade tecnológica, responsável pelo fenômeno da indústria cultural, garante a produção de obras de arte cada vez mais complexas e de qualidade superior.

Na perspec�va de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em
Qual é o resultado do processo mencionado na perspectiva de Michel Foucault?
a) declínio cultural.
b) segregação racial.
c) redução da hierarquia.
d) totalitarismo dos governos.
e) modelagem dos indivíduos.

Associados a contextos históricos dis�ntos, os fragmentos convergem para uma par�cularidade do ser humano, caracterizada por uma condição naturalmente propensa à
Qual é a condição naturalmente propensa do ser humano, conforme os fragmentos apresentados?
a) a�vidade contempla�va.
b) produção econômica.
c) ar�culação cole�va.
d) criação ar�s�ca.
e) crença religiosa.

Assinale a alterna�va que corresponde ao critério de avaliação das teorias cien�ficas empregado por Popper.
Qual é o critério de avaliação das teorias científicas segundo Popper?
a) Falseabilidade
b) Organicidade
c) Confiabilidade
d) Diale�cidade
e) Diferenciabilidade

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)
Como é caracterizada a liberdade de escolha na civilização ocidental segundo a análise do texto?
a) legado social.
b) patrimônio polí�co.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.

A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
a) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã.
b) instrumentometafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia meta�sicasocrá�co-platônica.
c) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemá�co no âmbito das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido.
d) uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII.

A autora nos apresenta a visão da Escola de Frankfurt acerca do papel desempenhado pela ciência e pela tecnologia na moderna economia capitalista. Sobre este papel, considere as afirma�vas abaixo:
Estão corretas as afirma�vas:
I. A ciência e a técnica, além de serem forças produ�vas, funcionam como ideologias para legi�mar o sistema capitalista.
II. Nas mãos do poder econômico e polí�co, a tecnologia e a ciência são empregadas para impedir que as pessoas tomem consciência de suas condições de desigualdade.
III. A dimensão emancipadora e crí�ca da racionalidade moderna foi valorizada na economia capitalista, pois muitas das reivindicações dos trabalhadores foram atendidas a par�r do advento da tecnologia.
IV. Na economia capitalista, produz-se com eficácia o que dá lucro e não aquilo que os homens necessitam e gostariam de ter ou usar.
a) I e III
b) II e III
c) III e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV

Com base no que afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, o pai está reivindicando, em sua fala, o direito à
Qual direito o pai dos jovens está reivindicando em sua fala?
a) propriedade e à liberdade de usufruto de posses.
b) família e à liberdade de opinião e expressão.
c) presunção de inocência e à não discriminação.
d) liberdade de reunião e de associação pacífica.

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Questões resolvidas

Nos anos 1940 surgiu a Dialética do esclarecimento, obra de autoria de Horkheimer e Adorno. O capítulo ‘Indústria cultural, o esclarecimento como mistificação das massas’ apresentou uma crítica implacável ao fenômeno, então recente, da cultura de massas regulada por agências do capitalismo monopolista, organizadas em moldes industriais semelhantes aos dos ramos tradicionais da economia (indústria petrolífera, química, elétrica, siderúrgica etc.). Essa nova indústria era voltada para a consecução de dois objetivos bem delimitados a serem atingidos, quando possível, simultaneamente: a viabilidade econômica através da lucratividade de seus produtos e a adaptação de seus consumidores à ordem imposta pela superação do capitalismo liberal, em virtude da formação de conglomerados econômicos.
Conforme a passagem acima citada, é correto afirmar que a indústria cultural
a) é a cultura popular que passou a ser veiculada pelos meios de comunicação de massas.
b) é um setor da produção capitalista que visa ao lucro e também ao controle das massas.
c) é própria à livre concorrência mercantil, quando os indivíduos são livres para consumir.
d) é o ramo de eventos artístico-culturais patrocinados pelas corporações monopolistas.

Considerado o inventor da crítica moderna, Walter Benjamin teve uma vida atribulada, marcada por dificuldades pessoais e trágicas circunstâncias políticas. Colaborou e participou de movimentos importantes, entre eles, a União Livre dos Estudantes. Unindo-se a outros pensadores por amizade, deu início, em 1930, a um grupo de pesquisa que ficou conhecido mundialmente.
Com qual nome ficou conhecido o grupo a que pertenceu Walter Benjamin?
a) Escola de Viena.
b) Escola de Frankfurt.
c) Escola de Marburgo.
d) Escola Eleata.

A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923, sob o nome de Instituto para a Pesquisa Social.
Marque a alternativa que contempla os principais pensadores da Escola de Frankfurt.
a) Theodor Adorno, Platão, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.
b) Tomás de Aquino, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.
c) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Tobias Barreto.
d) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.

Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valência. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos.
Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduos:
a) são educados de modo a se tornarem autônomos.
b) aprendem a conviver uns com os outros.
c) encontram as condições de segurança e bem-estar.
d) se tornam mais vigorosos e valentes.
e) se fazem objeto do poder disciplinar.

Considere o seguinte excerto a respeito da desumanização dos imigrantes latinos: ‘Estou estarrecido pelo que vejo acontecer hoje nos EUA – filhos de imigrantes, sendo arrancados de seus pais e enviados a centros de detenção. Laura Ingraham, da rede de notícias Fox News disse que as crianças imigrantes presas estavam ‘praticamente numa colônia de férias’, a despeito do áudio em que se ouvem crianças chorando. Quase 60% dos republicanos aprovam a prática de separar crianças imigrantes de seus pais e não é difícil entender os motivos. Há alguns anos Donald Trump vem aproveitando todas as oportunidades de desumanizar os latinos que atravessam a fronteira, chamando-os de animais, assassinos e estupradores. Essa etapa é essencial, a de reduzir imigrantes a um status sub-humano. Aconteceu durante o Holocausto. Sempre que um grupo de pessoas sofre opressão e horrores, os grupos no poder, primeiramente as reduzem e desumanizam, de forma a aliviar a consciência dos poderosos enquanto dure a opressão.’
No texto acima, a referência ao processo de desumanização dos imigrantes latinos corresponde a uma ação política baseada em uma concepção de poder que é encontrada
a) no pensamento marxista e em sua percepção das disputas ideológicas e de poder entre estratos sociais distintos (classes sociais), marcadas que são pelas diferenças de posicionamento na estrutura da produção material e histórica, representados pelos imigrantes, de um lado, e os nativos americanos, do outro.
b) na obra filosófica de Michel Foucault, que discute as diferentes maneiras de exercício do poder, paralelas ao poder do estado, que se exercem de formas variadas e em vários níveis institucionais, entre as quais estão os meios formadores de discursos e narrativas voltadas a disciplinar e ressignificar percepções sociais.
c) na visão contratualista de Rousseau e na sua concepção de uma natureza humana boa, corrompida pela sociedade (os imigrantes que agem como animais e assassinos), bem como na supremacia do poder que se origina da vontade geral e do interesse coletivo sobre as vontades dos indivíduos que emigram.
d) na noção hobbesiana de poder, que defende o combate ao estado de natureza – representado pela situação dos imigrantes latinos – e a necessária instituição da sociabilidade política, com o exercício da força de um líder que tem que ser forte e respeitado para impor a ordem (o Presidente norte-americano Donald Trump).

Considere o trecho a seguir, que descreve uma definição sobre como se estabelecem as normas de ação a partir de uma determinada situação vivida no mundo: ‘O mundo vivido é considerado a partir do processo de entendimento no qual diferentes pessoas se entendem sobre algo no mundo objetivo dos fatos, no mundo social das normas de ação e mundo subjetivo das vivências. O mundo vivido garante aos sujeitos de uma comunidade de comunicação convicções a partir das quais se forma o contexto dos processos de entendimento.’
A passagem acima apresenta uma visão da moralidade, sobre a qual é correto afirmar que
a) se trata da ideia de moral do iluminismo, sobretudo da filosofia de Immanuel Kant, na qual o agir moral e o princípio da ética se fundamentam na razão dos sujeitos, que se universaliza após o entendimento.
b) representa uma ética nos moldes do pensamento aristotélico, em que o sujeito moral só pode ser compreendido como membro de uma comunidade de cidadãos, e a ética está intimamente ligada à política.
c) expressa a visão marxista de moralidade, visto que esta define que qualquer perspectiva de uma moral autêntica requer a superação da moral de classe e a instituição de uma justiça social baseada no diálogo.
d) define a conceituação de moral na perspectiva de Jürgen Habermas, para quem a ética é discursiva e origina-se das relações intersubjetivas, da construção de consenso entre os indivíduos e de uma ação comunicativa.

A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” provocou discussões sobre seus significados no plano sociopolítico. Analisando as várias versões inspiradas no HQ da DC Comics, Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso destrutivo e caótico, mas também criativo e artístico. Batman seria o superego, o juiz punitivo e ordenador da cidade, o arquétipo do guardião que afronta e interpõe limites a um território. O Coringa seria a face da comédia, Batman não se livra da face da tragédia. Neste sentido, o filme Coringa nos mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno sentido se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman são indissociáveis.
Considerando a análise acima, é correto dizer que está amparada teoricamente
a) na noção estético-moral de Nietzsche em O nascimento da tragédia, onde ordem e caos se equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como Dionísio (loucura) e Apolo (razão).
b) na teoria política marxista, que concebe as relações sociais mascaradas pela ideologia de classe, o que necessariamente provoca o conflito social: Coringa e Batman são representações da luta de classes.
c) na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de mímesis, ou seja, de imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman são representações do ser e do não ser.
d) na concepção moral agostiniana, na qual o bem e o mal, o pecado e a graça, a cidade dos homens e a cidade de Deus coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman são representações dessa contradição.

Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia.
A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a)
a) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo.
b) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores.
c) construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente educativo.
e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros.

Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”.
O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
a) marxista, no contexto do materialismo histórico.
b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
c) utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.

Em sentido geral e fundamental, Direito é a técnica da coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar possível a coexistência dos homens. Como técnica, o Direito se concretiza em um conjunto de regras (que, nesse caso, são leis ou normais); e tais regras têm por objeto o comportamento intersubjetivo, isto é, o comportamento recíproco dos homens entre si.
O sentido geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se à
a) aplicação de códigos legais.
b) regulação do convívio social.
c) legitimação de decisões políticas.
d) mediação de conflitos econômicos.
e) representação da autoridade constituída.

O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.
Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em
a) declínio cultural.
b) segregação racial.
c) redução da hierarquia.
d) totalitarismo dos governos.
e) modelagem dos indivíduos.

A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialé�ca do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crí�ca do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário.
Com base no texto e no conceito de “indústria cultural”, desenvolvido pelos filósofos Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa CORRETA:
a) A indústria cultural contribui para o conformismo dos espectadores, que tendem a se tornar passivos diante do mundo.
b) A grande diversidade e a disponibilidade dos produtos culturais e o constante es�mulo ao consumo intensificam a percepção sensorial e desenvolvem a imaginação cria�va e o pensamento, melhorando significativamente a capacidade cognitiva na apreciação das obras de arte.
c) Os filósofos Adorno e Horkheimer defendem a ideia de que a indústria cultural auxilia de forma positiva na formação cultural e ajuda no desenvolvimento da autonomia dos indivíduos.
d) A reprodução técnica das obras de arte tem como finalidade única promover o acesso universal e democrático aos bens culturais.
e) A elevação da capacidade tecnológica, responsável pelo fenômeno da indústria cultural, garante a produção de obras de arte cada vez mais complexas e de qualidade superior.

Na perspec�va de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em
Qual é o resultado do processo mencionado na perspectiva de Michel Foucault?
a) declínio cultural.
b) segregação racial.
c) redução da hierarquia.
d) totalitarismo dos governos.
e) modelagem dos indivíduos.

Associados a contextos históricos dis�ntos, os fragmentos convergem para uma par�cularidade do ser humano, caracterizada por uma condição naturalmente propensa à
Qual é a condição naturalmente propensa do ser humano, conforme os fragmentos apresentados?
a) a�vidade contempla�va.
b) produção econômica.
c) ar�culação cole�va.
d) criação ar�s�ca.
e) crença religiosa.

Assinale a alterna�va que corresponde ao critério de avaliação das teorias cien�ficas empregado por Popper.
Qual é o critério de avaliação das teorias científicas segundo Popper?
a) Falseabilidade
b) Organicidade
c) Confiabilidade
d) Diale�cidade
e) Diferenciabilidade

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)
Como é caracterizada a liberdade de escolha na civilização ocidental segundo a análise do texto?
a) legado social.
b) patrimônio polí�co.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.

A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
a) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã.
b) instrumentometafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia meta�sicasocrá�co-platônica.
c) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemá�co no âmbito das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido.
d) uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII.

A autora nos apresenta a visão da Escola de Frankfurt acerca do papel desempenhado pela ciência e pela tecnologia na moderna economia capitalista. Sobre este papel, considere as afirma�vas abaixo:
Estão corretas as afirma�vas:
I. A ciência e a técnica, além de serem forças produ�vas, funcionam como ideologias para legi�mar o sistema capitalista.
II. Nas mãos do poder econômico e polí�co, a tecnologia e a ciência são empregadas para impedir que as pessoas tomem consciência de suas condições de desigualdade.
III. A dimensão emancipadora e crí�ca da racionalidade moderna foi valorizada na economia capitalista, pois muitas das reivindicações dos trabalhadores foram atendidas a par�r do advento da tecnologia.
IV. Na economia capitalista, produz-se com eficácia o que dá lucro e não aquilo que os homens necessitam e gostariam de ter ou usar.
a) I e III
b) II e III
c) III e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV

Com base no que afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, o pai está reivindicando, em sua fala, o direito à
Qual direito o pai dos jovens está reivindicando em sua fala?
a) propriedade e à liberdade de usufruto de posses.
b) família e à liberdade de opinião e expressão.
c) presunção de inocência e à não discriminação.
d) liberdade de reunião e de associação pacífica.

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Filosofia Contemporânea
FIL0644 - (Uece)
“Nos anos 1940 surgiu a Dialé�ca do esclarecimento,
obra de autoria de Horkheimer e Adorno. O capítulo
‘Indústria cultural, o esclarecimento como mis�ficação
das massas’ apresentou uma crí�ca implacável ao
fenômeno, então recente, da cultura de massas regulada
por agências do capitalismo monopolista, organizadas em
moldes industriais semelhantes aos dos ramos
tradicionais da economia (indústria petrolífera, química,
elétrica, siderúrgica etc.). Essa nova indústria era voltada
para a consecução de dois obje�vos bem delimitados a
serem a�ngidos, quando possível, simultaneamente: a
viabilidade econômica através da lucra�vidade de seus
produtos e a adaptação de seus consumidores à ordem
imposta pela superação do capitalismo liberal, em
virtude da formação de conglomerados econômicos.”
DUARTE, R. Indústria cultural: uma introdução. São Paulo:
Editora FGV, 2010. - Adaptado.
 
Conforme a passagem acima citada, é correto afirmar
que a indústria cultural
a) é a cultura popular que passou a ser veiculada pelos
meios de comunicação de massas. 
b) é um setor da produção capitalista que visa ao lucro e
também ao controle das massas. 
c) é própria à livre concorrência mercan�l, quando os
indivíduos são livres para consumir. 
d) é o ramo de eventos ar�s�co-culturais patrocinados
pelas corporações monopolistas. 
FIL0427 - (Unimontes)
Considerado o inventor da crí�ca moderna, Walter
Benjamin teve uma vida atribulada, marcada por
dificuldades pessoais e trágicas circunstâncias polí�cas.
Colaborou e par�cipou de movimentos importantes,
entre eles, a União Livre dos Estudantes. Unindo-se a
outros pensadores por amizade, deu início, em 1930, a
um grupo de pesquisa que ficou conhecido
mundialmente. Com qual nome ficou conhecido o grupo
a que pertenceu Walter Benjamin? 
a) Escola de Viena. 
b) Escola de Frankfurt. 
c) Escola de Marburgo. 
d) Escola Eleata. 
FIL0426 - (Unimontes)
A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923, sob o nome
de Ins�tuto para a Pesquisa Social. Marque a alterna�va
que contempla os principais pensadores da Escola de
Frankfurt. 
a) Theodor Adorno, Platão, Herbert Marcuse e Walter
Benjamin. 
b) Tomás de Aquino, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse
e Walter Benjamin. 
c) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse
e Tobias Barreto. 
d) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse
e Walter Benjamin. 
FIL0439 - (Enem)
Uma norma só deve pretender validez quando todos os
que possam ser concernidos por ela cheguem (ou
possam chegar), enquanto par�cipantes de um discurso
prá�co, a um acordo quanto à validade dessa norma.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunica�vo. Rio
de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
 
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser
estabelecida pelo(a) 
a) liberdade humana, que consagra a vontade. 
b) razão comunica�va, que requer um consenso. 
c) conhecimento filosófico, que expressa a verdade. 
d) técnica cien�fica, que aumenta o poder do homem. 
e) poder polí�co, que se concentra no sistema
par�dário. 
FIL0457 - (Ufpr)
Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a
figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo
1@professorferretto @prof_ferretto
alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais
naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de
seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua
valen�a. [...] Na segunda metade do século XVIII, o
soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa
informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se
precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas;
lentamente uma coação calculada percorre cada parte do
corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o
perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no
automa�smo dos hábitos.
(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT,
Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 162.)
 
Levando em conta essa passagem e a obra em que está
inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault,
ins�tuições como escolas, quartéis, hospitais e prisões
são exemplos de espaços em que, a par�r do século XVIII,
os indivíduos: 
a) são educados de modo a se tornarem autônomos. 
b) aprendem a conviver uns com os outros. 
c) encontram as condições de segurança e bem-estar. 
d) se tornam mais vigorosos e valentes. 
e) se fazem objeto do poder disciplinar. 
FIL0458 - (Uece)
Considere o seguinte excerto a respeito da
desumanização dos imigrantes la�nos: 
 
“Estou estarrecido pelo que vejo acontecer hoje nos EUA
– filhos de imigrantes, sendo arrancados de seus pais e
enviados a centros de detenção. Laura Ingraham, da rede
de no�cias Fox News disse que as crianças imigrantes
presas estavam ‘pra�camente numa colônia de férias’, a
despeito do áudio em que se ouvem crianças chorando.
Quase 60% dos republicanos aprovam a prá�ca de
separar crianças imigrantes de seus pais e não é di�cil
entender os mo�vos. Há alguns anos Donald Trump vem
aproveitando todas as oportunidades de desumanizar os
la�nos que atravessam a fronteira, chamando-os de
animais, assassinos e estupradores. Essa etapa é
essencial, a de reduzir imigrantes a um status sub-
humano. Aconteceu durante o Holocausto. Sempre que
um grupo de pessoas sofre opressão e horrores, os
grupos no poder, primeiramente as reduzem e
desumanizam, de forma a aliviar a consciência dos
poderosos enquanto dure a opressão”. 
King, Shaun. Separar famílias de migrantes é uma
barbaridade. E os EUA fazem isso há séculos com não
brancos. Publicado em 21/06/2018. Disponível em:
h�ps://theintercept.com/2018/06/21/eua-familias-
migrantes-trump/. Adaptado. 
 
No texto acima, a referência ao processo de
desumanização dos imigrantes la�nos corresponde a
uma ação polí�ca baseada em uma concepção de poder
que é encontrada 
a) no pensamento marxista e em sua percepção das
disputas ideológicas e de poder entre estratos sociais
dis�ntos (classes sociais), marcadas que são pelas
diferenças de posicionamento na estrutura da
produção material e histórica, representados pelos
imigrantes, de um lado, e os na�vos americanos, do
outro. 
b) na obra filosófica de Michel Foucault, que discute as
diferentes maneiras de exercício do poder, paralelas
ao poder do estado, que se exercem de formas
variadas e em vários níveis ins�tucionais, entre as
quais estão os meios formadores de discursos e
narra�vas voltadas a disciplinar e ressignificar
percepções sociais. 
c) na visão contratualista de Rousseau e na sua
concepção de uma natureza humana boa, corrompida
pela sociedade (os imigrantes que agem como animais
e assassinos), bem como na supremacia do poder que
se origina da vontade geral e do interesse cole�vo
sobre as vontades dos indivíduos que emigram. 
d) na noção hobbesiana de poder, que defende o
combate ao estado de natureza – representado pela
situação dos imigrantes la�nos – e a necessária
ins�tuição da sociabilidade polí�ca, com o exercício da
força de um líder que tem que ser forte e respeitado
para impor a ordem (o Presidente norte-americano
Donald Trump). 
FIL0437 - (Uece)
Considere o trecho a seguir, que descreve uma definição
sobre como se estabelecem as normas de ação a par�r
de uma determinada situação vivida no mundo: 
 
“O mundo vivido é considerado a par�r do processo de
entendimento no qual diferentes pessoas se entendem
sobre algo no mundo obje�vo dos fatos, no mundo social
das normas de ação e mundo subje�vo das vivências. O
mundo vivido garante aos sujeitos de uma comunidade
de comunicação convicções a par�r das quais se forma o
contexto dos processos de entendimento”. 
OLIVEIRA, M. A. de. Reviravolta linguís�co-pragmá�ca na
filosofia contemporânea. São Paulo: Edições Loyola,
1996. Adaptado. 
 
A passagem acima apresenta uma visão da moralidade,
sobre a qual é correto afirmar que 
2@professorferretto @prof_ferretto
a) se trata da ideia de moral do iluminismo, sobretudo da
filosofia de Immanuel Kant, na qual o agir moral e o
princípio da e�cidade se fundamentam na razão dos
sujeitos, que se universalizaSempre que a relevância do discurso entra em jogo, a
questão torna-se polí�ca por definição, pois é o discurso
que faz do homem um ser polí�co. E tudo que os homens
fazem, sabem ou experimentam só tem sen�do na
medida em que pode ser discu�do. Haverá, talvez,
verdades que ficam além da linguagem e que podem ser
de grande relevância para o homem no singular, isto é,
para o homem que, seja o que for, não é um ser polí�co.
Mas homens no plural, isto é, os homens que vivem e se
movem e agem neste mundo, só podem experimentar o
significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis
entre si e consigo mesmos.
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004.
 
No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a
importância da linguagem no processo de 
a) entendimento da cultura. 
b) aumento da cria�vidade. 
c) percepção da individualidade. 
d) melhoria da técnica. 
e) construção da sociabilidade. 
FIL0538 - (Unesp)
A Ecologia Profunda é um conceito filosófico que
considera que todos os elementos vivos da natureza
devem ser respeitados, assim como deve ser garan�do o
equilíbrio da biosfera. O termo surgiu em 1972, com o
filósofo e ambientalista norueguês Arne Naess (1912-
2009). Ele dis�nguiu as correntes ambientais entre
movimentos rasos e movimentos profundos. Os
movimentos rasos limitam-se a tentar minimizar os
problemas ambientais e garan�r o enriquecimento das
sucessivas gerações humanas, enquanto a Ecologia
Profunda vai na raiz dos problemas ambientais e defende
os direitos de toda a comunidade bió�ca.
(José E. D. Alves. “Os oito princípios da ecologia
profunda”. www.ecodebate.com.br, 05.06.2017.
Adaptado.)
 
A par�r do texto, o aspecto filosófico de “Ecologia
Profunda” implica uma mudança de conduta, pois requer
a 
a) criação de um novo paradigma na relação entre ser
humano e natureza. 
b) mobilização social em torno de campanhas por
economia verde. 
c) revisão da dependência das tecnologias de
produção. 
d) transformação dos acordos mul�laterais entre
diferentes nações. 
e) manutenção dos impactos da crise ambiental. 
FIL0401 - (Unioeste)
“O que significa aqui o dizer-se que a existência precede a
essência? Significa que o homem primeiramente existe,
se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.
O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é
definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois
será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. (...) O
homem é, não apenas como ele se concebe, mas como
ele quer que seja, como ele se concebe depois da
existência, como ele se deseja após este impulso para a
existência; o homem não é mais que o que ele faz. (...)
Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de por
todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir
a total responsabilidade de sua existência. (...) Quando
dizemos que o homem se escolhe a si, queremos dizer
que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso
queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio,
ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de
nossos atos um sequer que, ao criar o homem que
desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem
do homem como julgamos que deve ser”.
Sartre.
 
Considerando a concepção existencialista de Sartre e o
texto acima, é incorreto afirmar que 
a) o homem é um projeto que se vive subje�vamente. 
b) o homem é um ser totalmente responsável por sua
existência. 
c) por haver uma natureza humana determinada, no
homem a essência precede a existência. 
d) o homem é o que se lança para o futuro e que é
consciente deste projetar-se no futuro. 
e) em suas escolhas, o homem é responsável por si
próprio e por todos os homens, porque, em seus atos,
cria uma imagem do homem como julgamos que deve
ser. 
FIL0481 - (Unioeste)
19@professorferretto @prof_ferretto
“Segundo o filósofo da ciência Thomas Kuhn, paradigma
é um conjunto sistemá�co de métodos, formas de
experimentações e teorias que cons�tuem um modelo
cien�fico, tornando-se condição reguladora da
observação. [...] A ciência normal, conforme Kuhn,
funciona subme�da por paradigmas estabelecidos
historicamente num campo contextual de problemas e
soluções concretas. [...] Os paradigmas são estabelecidos
nos momentos de revolução cien�fica [...] Portanto, para
Kuhn, a ciência se desenvolve por meio de rupturas, por
saltos e não de maneira gradual e progressiva”. 
(E. C. Santos)
 
Sobre a concepção de ciência de Kuhn, é incorreto
afirmar que
a) o desenvolvimento cien�fico não se dá de modo
linear, cumula�vo e progressivo. 
b) o desenvolvimento cien�fico possui momentos de
revolução, de ruptura, nos quais há mudança de
paradigma. 
c) a ciência normal é o período em que a pesquisa
cien�fica é dirigida por um paradigma. 
d) um exemplo de mudança de paradigma (revolução) na
Astronomia e a subs�tuição do sistema geocêntrico
aristotélico-ptolomaico pelo sistema heliocêntrico
copernicano-galilaico. 
e) a ciência não está subme�da, de forma alguma, às
condições históricas. 
FIL0461 - (Uece)
“Generalizando posteriormente a já amplíssima classe
dos disposi�vos foucaul�anos, chamarei literalmente de
disposi�vo qualquer coisa que tenha de algum modo a
capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar,
modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as
opiniões e os discursos dos seres viventes.”
AGAMBEN, G. O que é um disposi�vo? outra travessia,
Florianópolis, n. 5, p. 9-16, jan. 2005.
 
Considerando o excerto acima, analise as seguintes
proposições:
 
I. As prisões e os manicômios se enquadram nesse
conceito na medida em que se voltam para a correção e
normalização de condutas consideradas desviantes.
II. As escolas, as igrejas e as fábricas podem ser pensadas
como disposi�vos na medida em que se voltam para os
corpos e os comportamentos no sen�do do
disciplinamento.
III. Os computadores, os telefones celulares, as câmeras
de segurança se destacam como disposi�vos, pois
controlam tecnicamente os gestos e as condutas
humanas.
 
É correto o que se afirma em 
a) I, II e III. 
b) I e II apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I e III apenas. 
FIL0516 - (Enem)
A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma
ameaça, ou esta se associou àquela de forma
indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça
�sica. Concebida para a felicidade humana, a submissão
da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora
se estende à própria natureza do homem, conduziu ao
maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria
ação. O novo con�nente da práxis cole�va que
adentramos com a alta tecnologia ainda cons�tui, para a
teoria é�ca, uma terra de ninguém.
JONAS. H. O princípio da responsabilidade. Rio de
Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
 
As implicações é�cas da ar�culação apresentada no texto
impulsionam a necessidade de construção de um novo
padrão de comportamento, cujo obje�vo consiste em
garan�r o(a) 
a) pragma�smo da escolha individual. 
b) sobrevivência de gerações futuras. 
c) fortalecimento de polí�cas liberais. 
d) valorização de múl�plas etnias. 
e) promoção da inclusão social. 
FIL0573 - (Uece)
Em sua principal obra teórica e polí�ca, publicada em
1883, Joaquim Nabuco (1849-1910) tenta estabelecer a
proposta do que ele chama de abolicionismo, em
comparação com outros movimentos que lutaram antes
contra a escravidão, nos seguintes termos:
“Em 1850, queria-se suprimir a escravidão, acabando
com o tráfico; em 1871, libertando desde o berço, mas de
fato depois dos vinte e um anos de idade, os filhos de
escrava ainda por nascer. Hoje quer-se suprimi-la,
emancipando os escravos em massa e resgatando os
ingênuos da servidão da lei de 28 de setembro. É este
úl�mo movimento que se chama abolicionismo, e só este
resolve o verdadeiro problema dos escravos, que é a sua
própria liberdade. A opinião, em 1845, julgava legí�ma e
honesta a compra de africanos, transportados
traiçoeiramente da África, e introduzidos por
contrabando no Brasil. A opinião, em 1875, condenava as
transaçõesdos traficantes, mas julgava legí�ma e
honesta a matrícula depois de trinta anos de ca�veiro
20@professorferretto @prof_ferretto
ilegal das ví�mas do tráfico. O abolicionismo é a opinião
que deve subs�tuir, por sua vez, esta úl�ma, e para a
qual todas as transações de propriedade sobre entes
humanos são crimes que só diferem no grau de
crueldade”.
NABUCO, J. O abolicionismo. Brasília, DF: Editora do
Senado, 2003. - Adaptado.
 
Escrito depois das primeiras declarações sobre os direitos
naturais do homem, esse texto de Joaquim Nabuco
expressa a moderna concepção dos direitos humanos ao
afirmar que
a) a abolição da escravidão deve ser gradual, dado o
direito à propriedade. 
b) é aceitável a propriedade da escrava comprada, mas
não de seus filhos. 
c) a opinião de cada época torna legí�ma a forma de
propriedade existente. 
d) é inaceitável toda forma de propriedade de homens
por outros homens. 
FIL0514 - (Enem)
Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo
é amor fa�: nada desejar além daquilo que é, nem diante
de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não
se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos
dissimulá-lo, mas amá-lo.
NIETZSCHE apud FERRY L. Aprender a viver: filosofia para
os novos tempos. Rio da Janeiro: Obje�va, 2010
(adaptado).
 
Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma
crí�ca à tradição cristã que 
a) combate as prá�cas sociais de cunho afe�vo. 
b) impede o avanço cien�fico no contexto moderno. 
c) associa os cultos pagãos à sacralização da natureza. 
d) condena os modelos filosóficos da An�guidade
Clássica. 
e) consagra a realização humana ao campo
transcendental. 
FIL0513 - (Enem)
TEXTO I
Os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ. M.
A. (Org.). Obras poé�cas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1999 (fragmento).
 
TEXTO II
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o
sei a par�r de uma visão minha ou de uma experiência
do mundo sem a qual os símbolos da ciência não
poderiam dizer nada.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São
Paulo: Mar�ns Fontes, 1999 (adaptado).
 
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento
acerca da ideia de conhecimento, numa perspec�va que
ampara a 
a) anterioridade da razão no domínio cogni�vo. 
b) confirmação da existência de saberes inatos. 
c) valorização do corpo na apreensão da realidade. 
d) verificabilidade de proposições no campo da lógica. 
e) possibilidade de contemplação de verdades
atemporais. 
FIL0536 - (Unesp)
Muito antes de a farmacologia moderna desvendar
cien�ficamente a ação da cafeína sobre o sistema
nervoso central, especialmente seu efeito es�mulante, as
comunidades indígenas da Amazônia se beneficiavam das
propriedades desta substância no alívio da fadiga, por
meio do emprego do guaraná, sem necessariamente
compreender sua composição química ou outras
possibilidades terapêu�cas.
(Ediara R. G. Rios et al. “Senso comum, ciência e filosofia
– elo dos saberes necessários à promoção da
saúde”. Ciência & Saúde Cole�va, 2007. Adaptado.)
 
O excerto ressalta um aspecto importante para o estudo
do conhecimento, segundo o qual 
a) o senso comum pode engendrar o desenvolvimento
de uma teoria cien�fica. 
b) as proposições teóricas se sobrepõem às
demonstrações empíricas. 
c) o poder de convencimento é superior ao efeito dos
argumentos. 
d) os usos de cafeína por indígenas têm cunho
essencialmente religioso. 
e) o saber é relevante em uma comunidade quando
corroborado pela ciência. 
FIL0373 - (Upe)
Sobre a consciência crí�ca, considere o texto a seguir:
 
O homem é corda estendida entre o animal e o Super-
homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia,
perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso
tremer e parar. O que é de grande valor no homem é ele
21@professorferretto @prof_ferretto
ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no
homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só
amo aqueles que sabem viver como que se ex�nguindo,
porque são esses os que atravessam de um para outro
lado. 
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo,
1999, p. 27.
 
O filósofo Nietzsche elucida, sobre a consciência crí�ca e
a filosofia, que 
a) o valor da natureza ín�ma do homem está na pura
razão e não na vontade de viver. 
b) a dimensão existencial tem importância e conduz à
exaltação da vida e à superação do homem. 
c) a virtude do homem está na superação do exis�r para
alcançar a salvação. 
d) o homem deve renunciar à vida e buscar o sen�do do
super-homem na transcendência. 
e) a consciência crí�ca é a supressão da vontade de viver,
já que o homem é o Super-homem. 
FIL0621 - (Fer)
"Mas que quer ainda você com ideais mais nobres!
Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou 'os
escravos', ou 'a plebe', ou 'o rebanho', ou como quiser
chamá-lo se isto aconteceu graças aos judeus, muito
bem! Jamais um povo teve missão maior na história
universal. 'Os senhores' foram abolidos; a moral do
homem comum venceu. A 'redenção' do gênero humano
(do jugo dos 'senhores') está bem encaminhada; tudo se
judaíza, cris�aniza, plebeíza visivelmente (que importam
as palavras!)”.
Nietzsche, Friedrich. Para a genealogia da moral -
Prólogo. Primeira dissertação §9.
 
De acordo com a crí�ca de Nietsche apresentada no texto
acima, pode-se afirmar que: 
a) Para Nietzsche, a moral natural é aquela que “castra” o
homem e o obriga a negar valores vitais.
b) A moral defendida por Nietzsche é de fundamento
deontológico, baseada na ideia de “dever”.
c) Nietzsche prega uma vida mais pura e autên�ca,
ancorada por valores cristãos.
d) Nietzsche cri�ca a moral e a filosofia de sua época,
afirmando que elas se afastaram da vida, refugiando-
se num universo de abstração e deduções lógicas,
criando falsos dualismos, como o de corpo e alma,
mundo e Deus, mundo aparente e mundo verdadeiro.
e) Nietzsche cri�ca a “moral do senhor”, pois é um
defensor da liberdade individual e da igualdade social.
FIL0626 - (Fer)
Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal
das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal
modo que o processo democrá�co é compelido pelos (e
está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada
indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização.
Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo
democrá�co enquanto tal, entendido como uma
deliberação cole�va que conduz os cidadãos à procura do
entendimento sobre o bem comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e polí�ca.
“Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In: OLIVEIRA,
M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.).
Filosofia Polí�ca Contemporânea. Petrópolis: Vozes,
2003. p. 214-235.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria
do discurso, é correto afirmar que Habermas
a) Adota a posição dos demais pensadores da escola de
Frankfurt, ao reafirmar sua confiança na possibilidade
de que os ideais iluministas pudessem trazer liberdade
e autonomia às sociedades do século XX.
b) Afasta-se dos pensadores da escola de Frankfurt,
abandonando, ao mesmo tempo, a teoria crí�ca da
sociedade e a crí�ca da razão instrumental.
c) Defende a tese de que o conhecimento resulta de um
consenso estabelecido pelos indivíduos de um
determinado tempo e lugar, a par�r de suas crenças,
mediante uma racionalidade comunica�va e
argumenta�va.
d) Afirma que a linguagem tem caráter impera�vo, pois
apresenta verdades encontradas por uma razão que
obedece aos preceitos da lógica formal.
e) Exclui a racionalidade das decisões consensuais. Só
podendo haver validade nas normas definidas
consensualmente, quando os interlocutores se
instrumentalizam em prol de interesses par�culares.
FIL0465 - (Uema)
Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-
modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas
quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma
nova organização do poder que se desenvolveua par�r
do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se
concentra apenas no setor polí�co e nas suas formas de
repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da
vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em
micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em
vez de se deter apenas no macropoder concentrado no
Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais
diversas ins�tuições da vida social. Isto é, os poderes
exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo:
22@professorferretto @prof_ferretto
os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as
secretarias, os guardas, os fiscais etc.”
Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006.
(adaptado) 
 
Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de
Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo
social é interiorizar e fazer cumprir
a) o ideal de igualdade entre os homens. 
b) o total direito polí�co de acordo com as etnias. 
c) as normas estabelecidas pela disciplina social. 
d) a repressão exercida pelos menos instruídos. 
e) o ideal de liberdade individual. 
FIL0385 - (Ufsj)
Na perspec�va nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro
porque 
a) ao declarar que os homens são livres, as forças
coerci�vas, como o poder da Igreja, agem com o claro
intuito de cas�gá-los, julgá-los e declará-
los culpados. 
b) os homens, indignos como são, jamais alcançarão a
dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio. 
c) o cris�anismo, apesar de seus esforços
candentes, não conseguiu �rar a culpa
do ser humano. 
d) a fatalidade impressa no ser humano está na sua
historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o
Homem está condenado à culpa. 
FIL0518 - (Enem)
A sociedade como um sistema justo de cooperação social
consiste em uma das ideias familiares fundamentais, que
dá estrutura e organização à jus�ça como equidade. A
cooperação social guia-se por regras e procedimentos
publicamente reconhecidos e aceitos por aqueles que
cooperam como sendo apropriados para regular a sua
conduta. Diz-se que a é cooperação é justa porque seus
termos são tais que todos os par�cipantes podem
razoavelmente aceitar, desde que todos os demais
também o aceitem.”
FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria polí�ca
contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier.
2010.
 
No contexto do pensamento polí�co, a ideia apresentada
mostra-se consoante o(a) 
a) ideal republicano de governo. 
b) corrente tripar�te dos poderes. 
c) posicionamento crí�co do socialismo. 
d) legi�midade do absolu�smo monárquico. 
e) entendimento do contratualismo moderno. 
FIL0377 - (Unesp)
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem
qualquer mo�vo pessoal. E como poderia fazer algo que
fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma
necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego?
Se um homem desejasse ser todo amor como aquele
Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si,
isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para
sempre aceitar esse sacri�cio, esse viver para ele: de
modo que os homens do amor e do sacri�cio têm
interesse em que con�nuem exis�ndo os egoístas sem
amor e incapazes de sacri�cio, e a suprema moralidade,
para poder subsis�r, teria de requerer a existência da
imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.
(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano,
2005. Adaptado.)
A reflexão do filósofo sobre a condição humana
apresenta pressupostos 
a) psicológicos, baseados na crí�ca da inconsistência
subje�va da moral cristã. 
b) cartesianos, baseados na ideia inata da existência de
Deus na substância pensante. 
c) estoicistas, exaltadores da apa�a emocional como
ideal de uma vida sábia. 
d) é�cos, defensores de princípios universais para
orientar a conduta humana. 
e) meta�sicos, uma vez que é alicerçada no mundo
inteligível platônico. 
FIL0368 - (Unesp)
Convicção é a crença de estar na posse da verdade
absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades
absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos
para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções
se serve desses métodos perfeitos. Esses três
pressupostos demonstram que o homem das convicções
está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto
que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses
pressupostos infan�s, e deles jorraram as mais poderosas
fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos
aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção
houvessem dedicado apenas metade de sua força para
inves�gar por que caminho haviam chegado a ela: que
aspecto pacífico teria a história da humanidade!
(Nietzsche.Obras incompletas, 1991. Adaptado.)
23@professorferretto @prof_ferretto
 
Nesse excerto, Nietzsche 
a) defende o ina�smo meta�sico contra as teses
empiristas sobre o conhecimento. 
b) valoriza a posse da verdade absoluta como meio para
a realização da paz. 
c) defende a fé religiosa como alicerce para o
pensamento crí�co. 
d) iden�fica a maturidade intelectual com a capacidade
de conhecer a verdade absoluta. 
e) valoriza uma postura crí�ca de autorreflexão, em
oposição ao dogma�smo. 
FIL0371 - (Enem)
Jamais deixou de haver sangue, mar�rio e sacri�cio,
quando o homem sen�u a necessidade de criar em si
uma memória; os mais horrendos sacri�cios e penhores,
as mais repugnantes mu�lações (as castrações, por
exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem
naquele ins�nto que divisou na dor o mais poderoso
auxiliar da memória.
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das
Letras, 1999.
 
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição
humana e a elaboração de um mecanismo dis�n�vo
entre homens e animais, marcado pelo(a) 
a) racionalidade cien�fica. 
b) determinismo biológico. 
c) degradação da natureza. 
d) domínio da con�ngência. 
e) consciência da existência. 
FIL0456 - (Uel)
“Desde o final do século XIX, impõe-se cada vez com mais
força a outra tendência evolu�va que caracteriza o
capitalismo tardio: a cien�ficação da técnica. No
capitalismo sempre se registrou a pressão ins�tucional
para intensificar a produ�vidade do trabalho por meio da
introdução de novas técnicas. As inovações dependiam,
porém, de inventos esporádicos que, por seu lado,
podiam sem dúvida ser induzidos economicamente, mas
�nham ainda um caráter natural. Isso modificou-se, na
medida em que a evolução técnica é realimentada com o
progresso das ciências modernas. Com a inves�gação
industrial de grande es�lo, a ciência, a técnica e a
revalorização do capital confluem num mesmo sistema.
Entretanto, a inves�gação industrial associa-se a uma
inves�gação nascida dos encargos do Estado, que
fomenta em primeiro lugar o progresso cien�fico e
técnico no campo militar. Daí as informações refluem
para as esferas da produção civil de bens.” 
(HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como ideologia.
Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 72.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
capitalismo tardio, considere as afirma�vas a seguir.
 
I. A espontaneidade e naturalidade dos inventos
esporádicos bloquearam a produ�vidade no capitalismo.
II. No capitalismo tardio, há uma junção sistêmica entre a
técnica, a ciência e a revalorização do capital.
III. No interior do capitalismo tardio, a técnica e a ciência
são independentes e se desenvolvem em sen�dos
opostos.
IV. A produção civil de bens se apropria das informações
geradas pela inves�gação industrial no campo militar.
 
Estão corretas apenas as afirma�vas:
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, III e IV. 
FIL0469 - (Ufsm)
Há muitas razões para valorizar a ciência. A importância
de prever e explicar fenômenos naturais e facilitar nosso
controle de ambientes hos�s, facilitando nossa
adaptação, é uma delas. Em função do sucesso que a
ciência tem em explicar muitos fenômenos, a maioria das
pessoas não diretamente envolvidas com a�vidades
cien�ficas tende a pensar que uma teoria cien�fica é um
conjunto de leis verdadeiras e infalíveissobre o mundo
natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência
(como a subs�tuição de um modelo geocêntrico por um
modelo heliocêntrico de explicação do movimento
planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem
das teorias cien�ficas. A teoria da ciência do �sico e
filósofo austríaco Karl Popper se caracterizou por
sustentar que as leis cien�ficas possuem um caráter
 
I. hipoté�co e provisório.
II. assistemá�co e irracional.
III. matemá�co e formal.
IV. contraditório e tautológico.
 
É/São verdadeira(s) a(s) asser�va(s) 
24@professorferretto @prof_ferretto
a) I apenas. 
b) I e II apenas. 
c) III apenas. 
d) II e IV apenas. 
e) III e IV apenas. 
FIL0480 - (Unioeste)
“Kuhn sustenta que a ciência progride quando os
cien�stas são treinados numa tradição intelectual comum
e usam essa tradição para resolver os problemas que ela
suscita. Kuhn vê a história de uma ciência ‘madura’ como
sendo, essencialmente, uma sucessão de tradições, cada
uma das quais com sua própria teoria e seus próprios
métodos de pesquisa, cada um guiando uma comunidade
de cien�stas durante um certo período de tempo e sendo
finalmente abandonada. Kuhn começou por chamar às
ideias de uma tradição cien�fica um ‘paradigma’ [...] O
paradigma, como um todo, determina que problemas são
inves�gados, que dados são considerados per�nentes,
que técnicas de inves�gação são usadas e que �pos de
solução se admitem. [...] Revoluções, como as de
Copérnico, Newton, Darwin e Einstein não são
frequentes, diz Kuhn, e são deflagradas por crises. Uma
crise ocorre quando os cien�stas são incapazes de
resolver muitos problemas de longa data com que o
paradigma se defronta”.
Kneller
 
Considerando o texto acima e as ideias de Kuhn sobre a
a�vidade cien�fica, seguem as afirma�vas abaixo:
 
I. O paradigma determina o que uma comunidade
cien�fica pode inves�gar, quais os métodos e as soluções
possíveis.
II. A história da ciência mostra uma sucessão de rupturas
ou revoluções, ou seja, mudanças de paradigmas e não
um processo progressivo linear con�nuo do
conhecimento cien�fico.
III. Um paradigma entra em crise e pode ser subs�tuído
por outro quando ele não permite mais a solução de
problemas considerados importantes pela comunidade
cien�fica.
IV. A história da ciência não tem nenhuma importância
para a inves�gação da a�vidade cien�fica, pois a ciência
não é condicionada, de forma alguma, por seu contexto
histórico.
V. O progresso cien�fico ocorre dentro de uma tradição
enquanto o paradigma permi�r que os problemas
considerados importantes sejam resolvidos (ciência
normal).
 
Das afirma�vas feitas acima 
a) apenas IV está correta. 
b) apenas III e V estão corretas. 
c) apenas I, II e IV estão corretas. 
d) apenas I, II e V estão corretas. 
e) apenas I, II, III, V estão corretas. 
FIL0451 - (Uel)
A ação polí�ca pressupõe a possibilidade de decidir,
através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do
termo ‘polí�ca’, somente válida enquanto ideal aceito,
guarda uma estreita relação com a concepção de polí�ca
defendida por Habermas. Em par�cular, com o modelo
norma�vo de democracia que este desenvolveu no início
dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de
deliberação e tomada de decisões: a chamada polí�ca
delibera�va. 
(VELASCO ARROVO, J. C. Para ler Habermas. Madrid:
AIIanza, 2003, p. 93.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
democracia no pensamento de Habermas, considere as
afirma�vas a seguir. 
I. As normas se tornam legi�mas pelo fato de terem sido
subme�das ao crivo par�cipa�vo de todos os
concernidos. 
II. O princípio da regra da maioria está subordinado à
possibilidade prévia de que todos os concernidos tenham
�do a oportunidade de apresentar seus posicionamentos
de forma argumenta�va e sem coerção. 
III. A deliberação visa formalizar posições cristalizadas
pelos membros da sociedade polí�ca, limitando-se ao
endosso das opiniões prévias de cada um. 
IV. As prá�cas polí�cas democrá�cas restringem-se à
escolha, mediante sufrágio universal, dos líderes que
governam as cidades. 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas I, III e IV são corretas. 
FIL0419 - (Unesp)
Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se
em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados,
provocariam resistências. Por isso, precisa ser man�da a
ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma
realização individual. Por pseudoindividuação
entendemos o envolvimento da cultura de massas com
uma aparência de livre-escolha. A padronização musical
25@professorferretto @prof_ferretto
mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer,
escutando por eles. A pseudoindividuação, por sua vez,
os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que
eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-
digerido”. 
Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel
Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.
 
Em termos filosóficos, a pseudoindividuação é um
conceito 
a) iden�ficado com a autonomia do sujeito na relação
com a indústria cultural. 
b) que iden�fica o caráter aristocrá�co da cultura musical
na sociedade de massas. 
c) que expressa o controle disfarçado dos consumidores
no campo da cultura. 
d) aplicável somente a indivíduos governados por
regimes polí�cos totalitários. 
e) relacionado à autonomia esté�ca dos produtores
musicais na relação com o mercado. 
FIL0582 - (Uel)
Leia o texto a seguir. 
Em contraposição tanto aos regimes �rânicos como aos
autoritários, a imagem mais adequada de governo e
organização totalitários parece-me ser a estrutura da
cebola, em cujo centro, em uma espécie de espaço vazio,
localiza-se o líder; o que quer que ele faça – integre ele o
organismo polí�co como em uma hierarquia autoritária,
ou oprima seus súditos como um �rano – ele o faz de
dentro, e não de fora ou de cima.
ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. 8. ed. Trad.
de Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspec�va, 2016. p.
136.
 
 
Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, marcou
profundamente a filosofia polí�ca contemporânea com
suas reflexões sobre os fenômenos totalitários do século
XX.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
compreensão arend�ana do totalitarismo, assinale a
alterna�va correta. 
a) A ideologia totalitarista se dis�ngue da �rania e do
autoritarismo por se basear em ideias de caráter
democrá�co, como a de par�dos polí�cos. 
b) O totalitarismo possui uma estrutura em que cada
nível mantém a fachada de normalidade e
respeitabilidade, que disfarça seu caráter
an�democrá�co. 
c) A propaganda totalitária visa à violência do Estado
como na �rania, sem inves�r no controle das massas
via polí�cas públicas e ideologia. 
d) Os regimes totalitários, assim como as �ranias e o
autoritarismo, pautam-se na descrença da onipotência
do líder e de verdades factuais. 
e) As �ranias e os regimes totalitários u�lizam-se de
propaganda ideológica e de programas sociais que
garantem a respeitabilidade e igualdade de direitos e
deveres. 
FIL0392 - (Enem)
O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto
da evidência e do sen�do da ambiguidade. Quando se
limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco.
Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que
pretenderam construir uma filosofia absolutamente
posi�va, só conseguiram ser filósofos na medida em que,
simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar
no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o
movimento que leva incessantemente do saber à
ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso
neste movimento. 
MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa:
Guimarães, 1998 (adaptado). 
 
O texto apresenta um entendimento acerca dos
elementos cons�tu�vos da a�vidade do filósofo, que se
caracteriza por 
26@professorferretto @prof_ferretto
a) reunir os antagonismos das opiniõesao método
dialé�co. 
b) ajustar a clareza do conhecimento ao ina�smo das
ideias. 
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da
verdade. 
d) conciliar o rigor da inves�gação à inquietude do
ques�onamento. 
e) compa�bilizar as estruturas do pensamento aos
princípios fundamentais. 
FIL0400 - (Ufsj)
A angús�a, para Jean-Paul Sartre, é 
a) tudo o que a influência de Shopenhauer determina em
Sartre: a certeza da morte. O Homem pode ser livre
para fazer suas escolhas, mas não tem como se livrar
da decrepitude e do fim. 
b) a nadificação de nossos projetos e a certeza de que a
relação Homem X natureza humana é circunstancial,
obje�va, e pode ser superada pelo simples ato de se
fazer uma escolha. 
c) a cer�ficação de que toda a experiência humana é
idealmente sensorial, obje�vamente existencial e
determinante para a vida e para a morte do Homem
em si mesmo e em sua humanidade. 
d) consequência da responsabilidade que o Homem tem
sobre aquilo que ele é, sobre a sua liberdade, sobre as
escolhas que faz, tanto de si como do outro e da
humanidade, por extensão. 
FIL0391 - (Upe-ssa)
Sobre a Liberdade Humana, analise os textos a seguir:
É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado
a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio;
e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é
responsável por tudo quanto fizer.
(SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um Humanismo.
São Paulo: 1973, p. 15.)
 
Com base no pensamento filosófico de Sartre sobre a
liberdade, assinale a alterna�va CORRETA.
a) O homem não é, senão o seu projeto, escolha e
compromisso. 
b) O homem não está condenado à liberdade; ele tem
escolha. 
c) O homem é livre sem escolha e sem compromisso. 
d) O homem é seu projeto responsável sem escolha. 
e) O homem é responsável e livre sem escolha. 
FIL0407 - (Uenp)
O existencialismo é uma corrente filosófica que destaca a
liberdade individual, a responsabilidade e a
subje�vidade. Ele acredita que a existência precede a
essência, ou melhor, que não existe uma essência do
humano pré-concebida e eterna, o humano é construído
pelas escolhas individuais na história pessoal de cada um.
De acordo com o pensamento de Sartre, assinale a
alterna�va incorreta: 
a) A consciência humana é um nada que se projeta para
se tornar algo, de forma que lançando-se no mundo e
sofrendo com ele, se define. O homem será sempre o
que fizer de si mesmo. 
b) De acordo com Sartre, o homem é responsável por
suas escolhas e não deve agir com má fé de
consciência, que consis�ria na simulação de não ser
livre, imputando a responsabilidade da felicidade ou
infelicidade a causas externas. 
c) A existência pessoal de alguém é atestada pelo olhar
do outro, e isso confirma a diale�cidade da existência
humana, de “ser com o outro”. 
d) A relação com o outro, no pensamento sartreano, é
sempre pacífica, não gera crises ou angús�as. 
e) Os outros são todos aqueles que revelam voluntária
ou involuntariamente o homem a ele mesmo. 
FIL0413 - (Enem)
Subjaz na propaganda tanto polí�ca quanto comercial a
ideia de que as massas podem ser conquistadas,
dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer
propaganda tem um traço de coerção. Nesse sen�do, a
filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda
polí�ca, mas toda a moderna publicidade de massa
contém um elemento de coerção”.
AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah
Arendt. In: Cadernos de É�ca e Filosofia Polí�ca 10. São
Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).
 
À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa
para a democracia contemporânea? 
27@professorferretto @prof_ferretto
a) O fortalecimento da sociedade civil. 
b) A transparência polí�ca das ações do Estado. 
c) A dissociação entre os domínios retóricos e a polí�ca. 
d) O combate às prá�cas de distorção de informações. 
e) O declínio do debate polí�co na esfera pública. 
FIL0517 - (Enem)
 
Uma sociedade é uma associação mais ou menos
autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas
reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias
e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas.
Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está
planejada para promover o bem de seus membros, mas
quando é também efe�vamente regulada por uma
concepção pública de jus�ça. Isto é, trata-se de uma
sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros
aceitam, o mesmo princípio de jus�ça.
RAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns
Fontes, 1997 (adaptado).
 
A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual
aspecto do pensamento moderno? 
a) A relação entre liberdade e autonomia do
Liberalismo. 
b) A independência entre poder e moral do
Racionalismo. 
c) A convenção entre cidadãos e soberano de
Absolu�smo. 
d) A dialé�ca entre indivíduo e governo autocrata do
idealismo. 
e) A contraposição entre bondade e condição selvagem
do Naturalismo. 
FIL0374 - (Unesp)
Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa
individualidade; enquanto, na maior parte das vezes,
levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo
que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para
si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe
pode dar ou re�rar, é manifestamente mais essencial
para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos
olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na
mais absoluta solidão, consegue se diver�r
primorosamente com seus próprios pensamentos e
fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude
con�nuamente de sociedades, espetáculos, passeios e
festas, não consegue afugentar o tédio que o mar�riza.
(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida,
2015. Adaptado.)
 
Com base no texto, é correto afirmar que a é�ca de
Schopenhauer 
a) corrobora os padrões hegemônicos de
comportamento da sociedade de consumo atual. 
b) valoriza o aprimoramento forma�vo do espírito como
campo mais relevante da vida humana. 
c) valoriza preferencialmente a simplicidade e a
humildade, em vez do cul�vo de qualidades
intelectuais. 
d) prioriza a condição social e a riqueza material como as
determinações mais relevantes da vida humana. 
e) realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em
detrimento da atração pelos bens materiais. 
FIL0622 - (Fer)
A vontade de potência é um conceito-chave na obra de
Nietzsche. Indica-nos as relações de força que se
desenrolam em todo acontecer, assinalando seu método
histórico. Assim, Nietzsche pensa o tempo de acordo com
uma concepção própria, um tempo não linear, que se
desenvolve em ciclos que se repetem – é o pensamento
do eterno retorno, outro conceito-chave de sua obra.
 
Sobre o conceito do eterno retorno, desenvolvido por
Nietzsche, assinale a alterna�va correta:
a) É um conceito polí�co, indicando que os governantes
corruptos tendem a retornar ao poder
periodicamente.
b) É um conceito moral, devendo servir de critério para
os homens julgarem suas condutas e escolhas.
c) É um conceito meta�sico, que demonstra a teoria
nietzscheana da reencarnação das almas. 
d) É um conceito exclusivamente lógico, que deve se
aplicar aos termos do discurso que surgem do
inconsciente e retornam na forma de vontade.
e) É um conceito histórico, pois Nietzsche defendeu o
retorno de um grande império Alemão, o II Reich,
previsto por seu mestre Zaratustra.
FIL0578 - (Fuvest)
No texto do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty é
estabelecida uma conexão entre as relações sociais e a
racionalidade dos indivíduos:
A sociedade humana não é uma comunidade de espíritos
racionais, só se pode compreendê-la assim nos países
favorecidos, em que o equilíbrio vital e econômico foi
ob�do localmente e por certo tempo.
Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da percepção,
p.89.
 
28@professorferretto @prof_ferretto
Qual sentença, se tomada como verdadeira, reforça a
posição exprimida pelo filósofo no trecho? 
a) A racionalidade é uma potência espiritual que se
impõe sobre as circunstâncias históricas. 
b) O equilíbrio vital e econômico é uma força irracional
quese contrapõe aos espíritos racionais. 
c) Nos países favorecidos, as pessoas são naturalmente
mais racionais. 
d) A racionalidade das relações sociais depende da
estabilidade de circunstâncias históricas. 
e) Os espíritos racionais são responsáveis pelo equilíbrio
vital e econômico dos países favorecidos. 
FIL0590 - (Enem)
TEXTO I
Uma filosofia da percepção que queira reaprender a ver o
mundo res�tuirá à pintura e às artes em geral seu lugar
verdadeiro.
MERLEAU-PONTY, M. Conversas: 1948. São Paulo:
Mar�ns Fontes, 2004.
 
TEXTO II
Os grandes autores de cinema nos pareceram
confrontáveis não apenas com pintores, arquitetos,
músicos, mas também com pensadores. Eles pensam
com imagens, em vez de conceitos.
DELEUZE, G. Cinema 1: a imagem-movimento. São Paulo:
Brasiliense, 1983 (adaptado).
 
De que modo os textos sustentam a existência de um
saber ancorado na sensibilidade? 
a) Admi�ndo o belo como fenômeno transcendental. 
b) Reafirmando a vivência esté�ca como juízo de gosto. 
c) Considerando o olhar como experiência de
conhecimento. 
d) Apontando as formas de expressão como auxiliares da
razão. 
e) Estabelecendo a inteligência como implicação das
representações. 
FIL0564 - (Uece)
Leia atentamente os seguintes textos:
“O Conselho de Segurança discu�u nesta terça-feira o
tema Manutenção da Paz e da Segurança Internacionais:
Exclusão, Desigualdade e Conflitos. [...] O chefe das
Nações Unidas disse que os gastos militares se
aproximaram de US $2 trilhões por ano, tendo o maior
aumento como proporção do Produto Interno Bruto
anual desde 2009. Guterres destacou como uma fração
desse valor permi�ria o progresso em áreas como
consolidação da paz, prevenção de conflitos e
desenvolvimento humano, da igualdade e da inclusão”.
ONU. Gastos militares globais rondam US$ 2 trilhões por
ano. Publicado em 09/11/2021“
 
De um ponto de vista puramente econômico, o
militarismo é para o capital um meio privilegiado de
realizar a mais-valia; em outras palavras, é um campo de
acumulação. O militarismo possui uma demanda
concentrada e homogênea do Estado. O poder de
compra da grande massa de consumidores, concentrado
sob a forma de pedidos de material de guerra feitos pelo
Estado, não corre o risco das arbitrariedades, das
oscilações subje�vas do consumo individual; a indústria
de armamentos possui, sem dúvida, uma regularidade
quase automá�ca, de um crescimento con�nuo. É o
próprio capital que controla esse movimento automá�co
e rítmico da produção para o militarismo, graças ao
aparelho legisla�vo parlamentar e à imprensa que se
encarrega de criar a chamada opinião pública”.
LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital, capítulo
XXXII. Trad. bras. Moniz Bandeira. Rio de Janeiro: Zahar
Editora, 1970. – Adaptado.
 
Conforme Rosa Luxemburgo, teórica marxista, os gastos
militares correspondem a uma necessidade econômica
da acumulação de capital. Essa necessidade é sa�sfeita
pelo Estado, que compra esses armamentos produzidos, 
a) devido à pressão da opinião pública e dos órgãos
internacionais por desenvolvimento econômico e
inclusão social. 
b) porque o capital pode contar com o apoio dos órgãos
estatais, como o parlamento, e privados, como a
imprensa. 
c) com os impostos recolhidos das próprias empresas
capitalistas, preocupadas em criar empregos e
aumentar salários. 
d) mas esses gastos públicos são sempre oscilantes, dada
a flutuação da opinião pública e das maiorias
parlamentares. 
FIL0442 - (Ueg)
“Uma moral racional se posiciona cri�camente em
relação a todas as orientações da ação, sejam elas
naturais, autoevidentes, ins�tucionalizadas ou ancoradas
em mo�vos através de padrões de socialização. No
momento em que uma alterna�va de ação e seu pano de
fundo norma�vo são expostos ao olhar crí�co dessa
moral, entra em cena a problema�zação. A moral da
razão é especializada em questões de jus�ça e aborda em
princípio tudo à luz forte e restrita da universalidade.”
(HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre
fac�cidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno
29@professorferretto @prof_ferretto
Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p.
149.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral
em Habermas, é correto afirmar:
a) A formação racional de normas de ação ocorre
independentemente da efe�vação de discursos e da
autonomia pública. 
b) O discurso moral se estende a todas as normas de
ações passíveis de serem jus�ficadas sob o ponto de
vista da razão. 
c) A validade universal das normas pauta-se no conteúdo
dos valores, costumes e tradições pra�cados no
interior das comunidades locais. 
d) A posi�vação da lei con�da nos códigos, mesmo sem o
consen�mento da par�cipação popular, garante a
solução moral de conflitos de ação. 
e) Os parâmetros de jus�ça para a avaliação crí�ca de
normas pautam-se no princípio do direito divino. 
FIL0432 - (Uel)
Leia o texto de Adorno a seguir.
 
Se as duas esferas da música se movem na unidade da
sua contradição recíproca, a linha de demarcação que as
separa é variável. A produção musical avançada se
independen�zou do consumo. O resto da música séria é
subme�do à lei do consumo, pelo preço de seu
conteúdo. Ouve-se tal música séria como se consome
uma mercadoria adquirida no mercado. Carecem
totalmente de significado real as dis�nções entre a
audição da música “clássica” oficial e da música ligeira.
(ADORNO, T. W. O fe�chismo na música e a regressão da
audição. In: BENJAMIN, W. et all. Textos escolhidos. 2. ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
pensamento de Adorno, é correto afirmar: 
a) A música séria e a música ligeira são essencialmente
crí�cas à sociedade de consumo e à indústria
cultural. 
b) Ao se tornarem autônomas e independentes do
consumo, a música séria e a música ligeira passam a
realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de
troca. 
c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria
autorreflexividade ao transformar a música ligeira e a
séria em mercadorias. 
d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram
transformadas em mercadoria com o avanço da
produção industrial. 
e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e
nada possuem em comum. 
FIL0444 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Habermas dis�ngue entre racionalidade instrumental e
racionalidade comunica�va. A racionalidade
comunica�va ocorre quando os seres humanos recorrem
à linguagem com o intuito de alcançar o entendimento
não coagido sobre algo, por exemplo, decidir sobre a
maneira correta de agir (ação moral). A racionalidade
instrumental, por sua vez, ocorre quando os seres
humanos u�lizam as coisas do mundo, ou até mesmo
outras pessoas, como meio para se alcançar um fim
(raciocínio meio e fim).
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria
da ação comunica�va de Habermas, é correto afirmar: 
30@professorferretto @prof_ferretto
a) Contar uma men�ra para outra pessoa buscando obter
algo que desejamos e que sabemos que não
receberíamos se disséssemos a verdade é um exemplo
de racionalidade comunica�va. 
b) Realizar um debate entre os alunos de turma da
faculdade buscando decidir democra�camente a
melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de
formatura é um exemplo de
racionalidade instrumental. 
c) Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir na
casa de um amigo, mas, na verdade, vai para uma festa
com amigos, é um exemplo de racionalidade
comunica�va. 
d) Alguém que decide economizar dinheiro durante
vários anos a fim de fazer uma viagem para os Estados
Unidos da América é um exemplo de racionalidade
instrumental. 
e) Um grupo de amigos que se reúne para decidir
democra�camente o que irão fazer com o dinheiro
que ganharam em um bolão da Mega Sena é um
exemplo de racionalidade instrumental. 
FIL0475 - (Uel)
A ciência é uma das poucas a�vidades humanas – talvez a
única –em que os erros são cri�cados sistema�camente
(e com frequência corrigidos). Por isso podemos dizer
que, no campo
da ciência, aprendemosmuitas vezescom os nossos
erros; por isso podemos falar em clareza e sensatez sobre
o progresso cien�fico. Na maior parte
dos outros campos de a�vidade do homem ocorrem
mudanças, mas raramente há progresso –a não
ser dentro de uma perspec�va muito estreita dos nossos
obje�vos neste mundo. Quase todos os ganhos são
neutralizados por alguma perda – e quase
nunca sabemos como avaliar as mudanças. 
(POPPER, K. R. Conjecturase refutações. 2
ed. Brasília: Editora da UNB. 1982. p. 242.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
concepção de progresso da ciência em Karl R. Popper, é
correto afirmar.
a) É necessário que todas as consequências de uma
teoria cien�fica sejam verificadas a fim de se a�ngir a
verdade em si. 
b) A descoberta da lei do progresso da ciência permite
impulsionar progressiva e linearmente a ciência na
direção da verdade. 
c) Os cien�stas estruturam as informações disponíveis
em um dado momento histórico, incorporando
saberes anteriores, tendo como base o método
paratá�co. 
d) O progresso da ciência ocorre quando são suprimidas
defini�vamente as ideias meta�sicas, pois
historicamente é nula a sua contribuição para as
descobertas cien�ficas. 
e) A eliminação dos erros das teorias anteriores e a
subs�tuição destas por outras mais verossímeis e,
portanto, mais próximas da verdade permitem o
progresso da ciência. 
FIL0467 - (Ufsj)
O Círculo de Viena foi um importante marco para a
filosofia e, exemplarmente, propôs que, 
a) antes de ser classificado de percepção externa ou
subje�vidade, todo e qualquer dado deve ser
sistema�camente analisado. 
b) em qualquer evento, existe algo de subje�vo e isso é
disfarçado pelas extraordinárias extensões no mundo
meta�sico. 
c) para ser aceita como verdadeira, uma teoria cien�fica
deveria passar pelo crivo da verificação empírica. 
d) no limite do que o sujeito pode perceber e do que é
exatamente o objeto há um abismo de possibilidades
e é nisso que consiste a importância da meta�sica. 
FIL0477 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Denomino problema da demarcação o problema de
estabelecer um critério que nos habilite a dis�nguir entre
as ciências empíricas, de uma parte, e a matemá�ca e a
lógica, bem como os sistemas “meta�sicos” de outra.
Esse problema foi abordado por Hume, que tentou
resolvê-lo. Com Kant, tornou-se o problema central da
teoria do conhecimento.
(POPPER, K. R. A Lógica da Pesquisa Cien�fica. Tradução
de Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São
Paulo: Cultrix, 1972. p. 35.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper,
assinale a alterna�va correta. 
31@professorferretto @prof_ferretto
a) Os enunciados meta�sicos devem ser eliminados do
discurso cien�fico por serem des�tuídos de conteúdo
cogni�vo. 
b) O problema da demarcação encontra solução na lógica
indu�va. 
c) O problema da demarcação, assim como o problema
da indução, não tem uma solução racional. 
d) A meta�sica deve ser eliminada por não cons�tuir um
problema cien�ficamente relevante. 
e) Os enunciados meta�sicos não fazem parte do
discurso cien�fico por não serem passíveis de
falseamento. 
FIL0441 - (Uel)
Elaborada nos anos de 1980, em um contexto de
preocupações com o meio ambiente e o risco nuclear, a
�ca do Discurso buscou reorientar as teorias
deontológicas que a antecederam. Um exemplo está
con�do no texto a seguir. 
 
De maior gravidade são as consequências que um
conceito restrito de moral comporta para as questões da
é�ca do meio ambiente. O modelo antropocêntrico
parece trazer uma espécie de cegueira às teorias do �po
kan�ano, no que diz respeito às questões da
responsabilidade moral do homem pelo seu meio
ambiente.
(HABERMAS, Jürgen. Comentários à É�ca do Discurso.
Trad. de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Ins�tuto Piaget,
1999, p.212.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a �ca do
Discurso, é correto afirmar que a é�ca
a) abrange as ações isoladas das pessoas visando
adequar-se às mudanças climá�cas e às catástrofes
naturais. 
b) corresponde à maneira como o homem deseja
construir e realizar plenamente a sua existência no
planeta. 
c) compreende a a�tude conservacionista que o sistema
econômico adota em relação ao ambiente. 
d) implica a instrumentalização dos recursos tecnológicos
em bene�cio da redução da poluição. 
e) refere-se à a�tude de retorno do homem à vida
natural, observando as leis da natureza e sua
regularidade. 
FIL0370 - (Ueg)
Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e
polêmico pensador contemporâneo, par�cularmente por
sua famosa frase “Deus está morto”. Em que sen�do
podemos interpretar a proclamação dessa morte? 
a) O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o
deus-natureza, no qual o homem encontrará uma
jus�fica�va e um consolo para sua existência sem
sen�do. 
b) Não fomos nós que matamos Deus, ele nos
abandonou na medida em que não aceitamos o fato
de que essa vida só poderá ser jus�ficada no além,
uma vez que o devir não tem finalidade. 
c) O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela
à condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão
poderá ainda nos salvar, desde que nos abandonemos
à experiência de fé. 
d) A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão,
mas remete à falta de fundamento no conhecimento,
na é�ca, na polí�ca e na religião, cabendo ao homem
inventar novos valores. 
e) A morte de Deus serve de alerta ao homem de que
nada é infinito e eterno, e que o homem e sua
existência são momentos fugazes que devem ser
vividos intensamente. 
FIL0395 - (Ufsj)
Leia atentamente os fragmentos abaixo.
 
I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a fé
e a san�dade não podem ser a�ngidas pelo estudo e pela
razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o
que, uma vez aceita, não vejo por que razão alguém
deveria jus�ficar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma intenção
própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem
ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal
de felicidade ou um ideal de moralidade; é absurdo
desviar seu ser para um fim qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima indubitável
que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente
boa, a menos que haja na natureza humana algum
mo�vo que a produza, dis�nto do senso de sua
moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma men�ra, porque
dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo
plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que
certos valores existem antes de mim (...).”
 
Os quatro fragmentos de texto acima são,
respec�vamente, atribuídos aos seguintes pensadores 
32@professorferretto @prof_ferretto
a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume. 
b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre. 
c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes. 
d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche. 
FIL0574 - (Uece)
“Não há como usar meias-palavras: o Marco Temporal é
tese etnocidária, talvez até mesmo genocida. Ela refuta
que grupos indígenas tenham direito de posse e usufruto
permanente, exclusivo, inalienável, indisponível e
imprescri�vel das Terras Indígenas que eles não
ocupassem efe�vamente em 05 de outubro de 1988,
data de vigência da Cons�tuição Federal. [...] O genocídio
e o etnocídio fazem parte da história do Brasil, e o Marco
Temporal confirma essa regra. Aparentemente, já não há
derramamento de sangue, mas, como dizemos indígenas:
‘Antes nos matavam com epidemias, depois com armas
de fogo, hoje os brancos estão nos matando com
canetas.’”
SOUSA, J. O. C.; GUARDIOLA, C. L. T. Marco Temporal e
paisagens indígenas destruídas. Jornal da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul,05-8- 2021. Disponível em:
h�ps://www.ufrgs.br/jornal/marco-temporal-e-
paisagens- indigenas-destruidas/. Acessado em
18/10/2021. 
 
Conforme os autores desse ar�go citado, a proposta do
Marco Temporal 
a) reafirma a tese jusnaturalista da inviolabilidade do
direito de propriedade e de seu usufruto pelos povos
indígenas. 
b) reconhece que a colonização estabeleceu disposi�vos
de controle e genocídio dos povos indígenas. 
c) mantém a histórica violênciacontra as nações
indígenas e nega-lhes os direitos humanos à história e
à cultura. 
d) manifesta uma alterna�va não violenta de re�rada dos
povos indígenas de suas terras, sem derramar
sangue. 
FIL0421 - (Enem)
TEXTO I
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então.
MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os
tempos da úl�ma semana.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
TEXTO II
O fe�chismo na música e a regressão da audição
Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a
seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje
num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia
perguntar: para quem a música de entretenimento serve
ainda como entretenimento? Ao invés de entreter,
parece que tal música contribui ainda mais para o
emudecimento dos homens, para a morte da linguagem
como expressão, para a incapacidade de comunicação.
ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural,
1999.
 
A aproximação entre a letra da canção e a crí�ca de
Adorno indica o(a) 
a) lado efêmero e restri�vo da indústria cultural. 
b) baixa renovação da indústria de entretenimento. 
c) influência da música americana na cultura brasileira. 
d) fusão entre elementos da indústria cultural e da
cultura popular. 
e) declínio da forma musical em prol de outros meios de
entretenimento. 
FIL0380 - (Ufsj)
“A Filosofia a golpes de martelo” é o sub�tulo que
Nietzsche dá à sua obra Crepúsculo dos ídolos. Tais
golpes são dirigidos, em par�cular, ao(s) 
a) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles são os
instrumentos eficientes para a compreensão e o
norteamento da humanidade. 
b) existencialismo, ao an�cristo, ao realismo ante a
sexualidade, ao materialismo, à abordagem
psicológica de ar�stas e pensadores, bem como ao
an�germanismo. 
c) compositores do século XIX, como, por exemplo,
Wolfgang Amadeus Mozart, compositor de uma ópera
de nome “Crepúsculo dos deuses”, parodiada no
�tulo. 
d) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas
doutrinas filosóficas dos vários pensadores que o
antecederam e seus compatriotas e/ou
contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer. 
FIL0404 - (Uenp)
A Fenomenologia trata dos fenômenos percep�veis
analisando a realidade do ponto de vista individual. Tudo
que se apresenta à consciência é intencional. O obje�vo
33@professorferretto @prof_ferretto
do método fenomenológico é alcançar a intuição das
essências, ele busca interpretar o mundo através da
consciência de um determinado sujeito, segundo as suas
experiências. 
 
Nesse contexto, marque a alterna�va incorreta.
a) A percepção é o conhecimento sensorial de um sujeito
corporal dotado de significação. 
b) A percepção é uma relação do sujeito com o mundo
exterior, com suas formas e estruturas complexas
dotadas de sen�do. 
c) O mundo percebido é sempre quan�ta�vo, de modo
que a percepção é sempre uma reação fisiológica a
es�mulos externos. 
d) A percepção da realidade envolve nossa
personalidade, nossa história pessoal, nossa
afe�vidade, nossos desejos e paixões. 
e) A percepção envolve nossa vida social, e portanto,
nossa história social, a cultura e os es�mulos
recebidos da vivência no mundo. 
FIL0381 - (Ufsj)
Assinale a alterna�va que expressa o pensamento de
Nietzsche sobre a origem do bem. 
a) “Faça isto e mais isto, não faça aquilo e mais aquilo – e
então serás feliz, contrário...” Dessas ações procedem
o bem em si. 
b) “Todo o bem procede do ins�nto e é, por conseguinte,
leve, necessário, espontâneo”. 
c) “O vício e o luxo são a causa do perecimento de povos
e raças”. Libertar-se de tais desequilíbrios, eis aí a
fórmula do bem original. 
d) “O cornarismo resume toda a origem do bem e é
prerroga�va cultural da raça humana”. 
FIL0443 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal
das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal
modo que o processo democrá�co é compelido pelos (e
está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada
indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização.
Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo
democrá�co enquanto tal, entendido como uma
deliberação cole�va que conduz os cidadãos à procura do
entendimento sobre o bem comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e polí�ca.
“Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In: OLIVEIRA,
M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S.
(Orgs.). Filosofia Polí�ca Contemporânea. Petrópolis:
Vozes, 2003. p. 214-235.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia
polí�ca na teoria do discurso, é correto afirmar que
Habermas 
a) privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento
de uma democracia par�cipa�va. 
b) concede maior relevância à autonomia pública,
opondo-se à autonomia privada. 
c) ignora tanto a autonomia privada quanto a pública,
subs�tuindo-as pela u�lidade das normas morais. 
d) enfa�za a compreensão individualista e instrumental
do papel do cidadão na lógica privada do mercado. 
e) concilia, na mesma base, direitos humanos e
soberania popular, reconhecendo-os como dis�ntos,
porém complementares. 
FIL0476 - (Uel)
Considerando a solução apresentada por Karl Popper ao
problema da indução nos métodos de inves�gação
cien�fica, é correto afirmar que, para ele, o método
cien�fico 
a) é indu�vo e racional. 
b) é dedu�vo e irracional. 
c) é indu�vo e irracional. 
d) não segue os padrões de racionalidade impostos pela
lógica. 
e) é dedu�vo e racional. 
FIL0569 - (Uece)
Neste ano, comemoramos o centenário de nascimento
do Patrono da Educação Brasileira, o Professor Paulo
Freire (1921-1997). Atente para a seguinte passagem de
sua autoria:
“[...] a educação é uma forma de intervenção no mundo
[...], que além do conhecimento dos conteúdos bem ou
mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço
de reprodução da ideologia dominante quanto seu
desmascaramento. [...] não poderia ser a educação só
uma ou só outra dessas coisas. [...] É um erro decretá-la
como tarefa apenas reprodutora da ideologia dominante
como erro tomá-la como uma força de desocultação da
realidade, a atuar livremente, sem obstáculos e duras
dificuldades”.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes
necessários à prá�ca educa�va. São Paulo: Paz e Terra,
1996, p. 98-99. – Adaptado.
 
No texto acima, o fato de a educação ser concebida como
uma prá�ca que une em si reprodução e
34@professorferretto @prof_ferretto
desmascaramento da ideologia dominante,
filosoficamente, manifesta uma 
a) incoerência, que desobedece ao princípio lógico de
não contradição. 
b) posição dialé�ca, que concebe os processos sociais
como contraditórios. 
c) concepção mecanicista, em que forças exteriores se
opõem e se chocam. 
d) ideação moral subje�va, que atua no sen�do contrário
à realidade dada. 
FIL0539 - (Unesp)
Texto 1
Com que frequência você u�liza os seguintes meios como
fonte de informação?
 
Texto 2
O WhatsApp, aplica�vo de mensagens por celular
extremamente disseminado no Brasil, é visto como uma
das redes mais propícias para a difusão de no�cias falsas.
Como é um aplica�vo de mensagens privadas e não tem
caráter público, é di�cil rastrear as fake news espalhadas
ali e avaliar seu alcance, o que preocupa pesquisadores.
(Juliana Gragnani. “Pesquisa inédita iden�fica grupos de
família como principal vetor de no�cias falsas no
WhatsApp”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.)
 
A leitura dos textos permite considerações filosóficas
sobre a 
a) compreensão da aceitação da indústria cultural no
co�diano. 
b) recusa do uso de disposi�vos tecnológicos na
imprensa. 
c) construção da autonomia humana por meio das redes
sociais. 
d) importância do es�mulo ao exercício da a�vidade
reflexiva.e) consequência da vigilância e da punição nos meios de
comunicação. 
FIL0565 - (Uece)
“Segundo Benjamin, a proletarização e a formação de
massas na Alemanha de seu tempo são dois aspectos do
mesmo processo. O que o fascismo faz é uma tenta�va
de disciplinamento dessas massas proletarizadas,
evitando com isso que haja qualquer perturbação ao
regime de propriedade posto. Trata-se de permi�r que
tais massas se expressem enquanto massas, desde que a
ordem social não seja posta em xeque e que quaisquer
reivindicações que toquem na estrutura social sejam
con�das.”
VIEIRA, R. Modernidade e barbárie: as análises de Walter
Benjamin sobre o fascismo alemão.
h�ps://api-assets-produc�on.s3.us-east-
1.amazonaws.com/MManteriores/MM2017/anais2017.pdf.
Acessado em 17-10-2021
– Adaptado.
 
Conforme o trecho acima apresentado, para Walter
Benjamin, o fascismo 
a) se origina necessariamente das massas, quando elas
se proletarizam. 
b) tenta evitar a oposição das massas proletarizadas à
ordem burguesa. 
c) possibilita a que as massas se expressem como o que
são: proletárias. 
d) é a prova de que não existem mais classes sociais, mas
apenas massas. 
FIL0412 - (Ufpa)
“O mundo tal como o compreende Arendt (...) designa o
cenário onde comparecem gerações humanas
completamente dis�ntas. [Neste] Cada geração tomaria
emprestado dos objetos do trabalho sua durabilidade, a
fim de transmi�r às vindouras suas mais preciosas e
memoráveis experiências”.
FRANCISCO, M.P.S. “Preservar e renovar o mundo”, in
Revista Educação, Nº 4. São Paulo: Editora Seguimento, p.
33-34.
 
35@professorferretto @prof_ferretto
Para que a transmissão desses objetos fabricados e
dessas experiências culturais vivenciadas entre as
gerações das sociedades em geral, e da brasileira em
par�cular, chegue a bom termo é necessário:
 
I. Um juízo comum sobre o que, em suas experiências, é
digno de ser salvo do esquecimento.
II. Que as gerações vindouras reconheçam as
experiências que lhe são transmi�das como preciosas
também para si.
III. Que os artefatos humanos, que podem perdurar para
além das gerações, tenham um valor exclusivo para as
gerações precedentes.
IV. Que as funções da tradição saibam relacionar as
experiências que julgam valiosas para si, cuja inte-
ligibilidade só possa ser reconhecida verdadeiramente
pela geração que as vivenciou.
 
As afirma�vas corretas são 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) III e IV. 
FIL0429 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Francis Bacon, em sua obra Nova Atlân�da, imagina uma
utopia tecnocrá�ca na qual o sofrimento humano
poderia ser removido pelo desenvolvimento e pelo
aperfeiçoamento do conhecimento cien�fico, o qual
permi�ria uma crescente dominação da natureza e um
suposto afastamento do mito. Na obra Dialé�ca do
Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem que o
projeto iluminista de afastamento do mito foi conver�do,
ele próprio, em mito, caindo no dogma�smo e em numa
forma de mitologia. O progresso técnico-cien�fico
consiste, para Adorno e Horkeheimer, no avanço
crescente da racionalidade instrumental, a qual é incapaz
de frear inicia�vas que afrontam a moral, como foram,
por exemplo, os campos de concentração nazistas.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
desenvolvimento técnico-cien�fico, é correto afirmar: 
a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade
instrumental aliviaria as causas do sofrimento
humano, apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir
novamente ao mito. 
b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso
cien�fico não consegue superar o mito, mas se torna
um �po de concepção mí�ca incapaz de discriminar o
que é certo do que é errado moralmente. 
c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente
avanço da racionalidade instrumental consis�a num
incremento da capacidade humana de avaliar
moralmente. 
d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de
domínio do homem sobre a natureza conduziria os
seres humanos a uma forma de dogma�smo. 
e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o
progresso técnico e cien�fico como a solução para os
sofrimentos humanos e para as incertezas morais
humanas. 
FIL0624 - (Fer)
“Desde sempre, o Iluminismo, no sen�do mais
abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu
o obje�vo de livrar os homens do medo e de fazer deles
senhores. Mas, completamente iluminada, a Terra
resplandece sob o signo do infortúnio triunfal. O
programa do Iluminismo era o de livrar o mundo do
fei�ço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e anular a
ilusão, por meio do saber.” 
(HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. Conceito de iluminismo.
In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. São Paulo:
Saraiva, 2006, p. 166).
 
Sobre o Iluminismo, conforme a concepção apresentada
pelos filósofos Adorno e Horkheimer, assinale a
alterna�va correta.
36@professorferretto @prof_ferretto
a) O Iluminismo cumpriu a promessa de livrar os homens
do medo e do fei�ço, mas não foi capaz de dissolver o
pensamento mitológico.
b) O Iluminismo não cumpriu suas promessas
emancipatórias, pois não foi completamente
implementado; de modo que sua obra permanece
inacabada.
c) O Iluminismo cumpriu suas promessas, por meio do
avanço do domínio sobre a natureza, promovido pelo
avanço tecno-cien�fico. Hoje o homem se encontra
livre do mundo ilusório de base mitológica.
d) O Iluminismo não cumpriu suas promessas, pois não
se u�lizou da razão instrumental. O triunfo do
Iluminismo, de acordo com Adorno e Horkheimer, só
será a�ngido com o advento do socialismo cien�fico.
e) O Iluminismo não cumpriu suas promessas, uma vez
que o domínio sobre a natureza gerou um domínio
sobre os indivíduos. A razão instrumental se torna um
mito e dissolve a autonomia dos homens.
FIL0449 - (Uel)
Sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar
que, no modelo da democracia delibera�va, a noção de
cidadania enfa�za
a) os direitos e as liberdades meta�sicas. 
b) as liberdades individuais e a heteronomia. 
c) os direitos obje�vos e o cerceamento da sociedade
civil. 
d) os direitos subje�vos e as liberdades cidadãs. 
e) os direitos naturais originários e a submissão à
autoridade. 
FIL0526 - (Ufpr)
Segundo Hannah Arendt, "para os gregos, forçar alguém
mediante violência, ordenar ao invés de persuadir, eram
modos pré-polí�cos de lidar com as pessoas, �picos da
vida fora da polis, caracterís�cos do lar e da vida em
família, na qual o chefe da casa imperava com poderes
incontestes e despó�cos”.
(ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Celso Lafer.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997, p. 36.)
 
Considerando a passagem acima e a obra de que foi
extraída, segundo H. Arendt, para os gregos an�gos: 
a) a família era considerada um �po inferior de
associação polí�ca. 
b) não havia igualdade polí�ca, posto que havia
dominação no âmbito familiar. 
c) as mulheres, apesar de dominadas no âmbito familiar,
eram livres para par�cipar da esfera pública. 
d) a comunidade polí�ca (a polis) deveria persuadir o
chefe de família a abdicar de seus poderes
despó�cos. 
e) a comunidade domés�ca (a família) e a comunidade
polí�ca (a polis) eram entendidas como formas de
associação fundamentalmente dis�ntas. 
FIL0468 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Esta é uma concepção de ciência que considera a
abordagem crí�ca sua caracterís�ca mais importante.
Para avaliar uma teoria o cien�sta deve indagar se pode
ser cri�cada - se se expõe a crí�cas de todos os �pos e,
em caso afirma�vo, se resiste a essas crí�cas.
POPPER, Karl. Conjecturas e refutações. Trad. Sérgio Bath.
Brasília: UnB, 1982. p. 284.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia
de Popper, assinale a alterna�va correta. 
a) A concepção de ciência da qual fala Popper é aquela
que possui o princípio de verificabilidade, com
proposições rigorosas que procuram corrigir as teorias
cien�ficas. 
b) A ciência busca alcançar o conhecimento de �po
essencial, pois ele garante a verdade de uma teoria
cien�fica, permi�ndo o desenvolvimento em direção à
verdade obje�va visada pela ciência.c) Uma teoria cien�fica é verdadeira se suas proposições
são empiricamente falsificáveis via testes, permi�ndo
que sejam autocorrigidas e desenvolvidas na direção
de uma verdade obje�va. 
d) Os testes empíricos nas ciências humanas, tais como
psicologia e sociologia, visam confirmar seu valor de
cien�ficidade, pois suas teorias são falsificáveis.
e) A concepção de ciência que Popper sustenta é a
passivista ou receptacular, na qual as teorias cien�ficas
são elaboradas por meio dos sen�dos e o erro surge
ao interferirmos nos dados ob�dos da experiência. 
FIL0417 - (Uece)
Rodrigo Duarte, um destacado intérprete da Escola de
Frankfurt no Brasil, afirma que, na indústria cultural,
“encontram-se embu�dos atos de violência, oriundos do
comprome�mento tanto econômico quanto ideológico
37@professorferretto @prof_ferretto
da indústria cultural com o status quo: ela precisa, por
um lado, lucrar, jus�ficando sua posição de próspero
ramo de negócios; por outro, ela tem de ajudar a garan�r
a adesão das massas diante da situação precária em que
elas se encontram no capitalismo tardio”.
DUARTE, Rodrigo.Indústria Cultural: uma introdução. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2010, p. 49.
 
Com base no texto acima, é correto afirmar que 
a) a indústria cultural é descrita como a violência contra
os trabalhadores da cultura, que têm suas obras
exploradas pelos donos das grandes produtoras e
distribuidoras dos bens culturais, sem receber o
devido pagamento por isso. 
b) a indústria cultural é a promoção de um discurso
ideologicamente engajado em prol do capitalismo
tardio, onde as massas são induzidas à passividade
frente à exploração do seu trabalho. 
c) a violência promovida pela indústria cultural é a da
exploração do trabalhador da cultura e, ao mesmo
tempo, a da imposição, às massas, da ideologia da
passividade frente à exploração capitalista. 
d) o comprome�mento econômico e ideológico da
indústria cultural se deve ao caráter espiritual das
obras ar�s�cas, sem qualquer vinculação com a base
econômica capitalista em que os autores se
situavam. 
FIL0630 - (Fer)
“Só reconhecerei um sistema como empírico ou cien�fico
se ele for passível de comprovação pela experiência.
Essas considerações sugerem que deve ser tomada como
critério de demarcação […] a falseabilidade de um
sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema
cien�fico seja susce�vel de ser dado como válido, de uma
vez por todas, em sen�do posi�vo; exigirei, porém, que
sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo
por meio de recurso a provas empíricas, em sen�do
nega�vo: deve ser possível refutar, pela experiência, um
sistema cien�fico empírico.”
(Karl Popper. A lógica da pesquisa cien�fica, 2001.)
 
Sobre o critério da falseabilidade e a filosofia da ciência
de Karl Popper, assinale o item correto.
a) Para Karl Popper, o valor de uma teoria não se mede
pela sua verdade, mas pela possibilidade de ser
falsificada.
b) Segundo Karl Popper, é a posse de uma teoria
irrefutável que confere validade à ciência.
c) O critério de demarcação cien�fica, para Karl Popper, é
a verificabilidade de um sistema.
d) Segundo Popper, uma proposição do �po “choverá ou
não choverá aqui amanhã” é um enunciado cien�fico,
pois não pode ser refutada pela experiência.
e) Karl Popper criou a teoria dos paradigmas, para
explicar o desenvolvimento do pensamento cien�fico.
FIL0433 - (Unicentro)
Qual dos argumentos abaixo não caracteriza a crí�ca feita
pela Escola de Frankfurt à razão ocidental?
a) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questão da
autodestruição da razão, examinando o acasalar de
razão e barbárie na história, comprometendo-se,
assim, a pensar como é que a razão humana pôde
entrar em um conflito tão radical consigo própria. 
b) Para os filósofos da Escola de Frankfurt,
principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma
implicação paradoxal da razão ocidental e do mito: o
próprio mito já é razão e a razão volta a ser mitologia
da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia
na imitação dos fenômenos naturais, a ciência
moderna subs�tui a mimese pelo princípio de
iden�dade. 
c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a
racionalidade moderna deve contrapor ao
irracionalismo inerente a sua própria cons�tuição, uma
visão instrumental da razão, na tenta�va de adequar
meios e fins. Para esses filósofos, a razão deve
observar e norma�zar, calcular, classificar e dominar a
natureza, controlando as incoerências, injus�ças e os
acasos da vida. 
d) A racionalidade ocidental configura-se, na crí�ca feita
pela Escola de Frankfurt, como razão de dominação e
controle da natureza exterior e interior. Ao separar
sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura,
des�tui o indivíduo de seu aspecto empírico e singular,
transformando-o em um autômato. 
e) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna
adota a mesma a�tude com relação aos objetos que o
ditador em relação aos homens: conhece-os para
melhor os dominar. A crí�ca desses filósofos se dirigiu
a um �po de saber que quer ser sinônimo de poder, e
que tem a técnica como sua essência. 
FIL0450 - (Ufpa)
38@professorferretto @prof_ferretto
Na contemporaneidade, uma das mais marcantes
concepções acerca das possibilidades da ação moral
vincula-se à ideia de uma razão comunica�va. Sobre essa
ideia, julgue as afirmações abaixo:
 
I. A razão comunica�va permanece presa aos
condicionantes da razão prá�ca moderna, isto é, aos
agentes considerados individual ou cole�vamente.
II. O que propicia a razão comunica�va é a mediação
linguís�ca, por meio da qual as relações entre os sujeitos
ocorrem e o modo de vida contemporâneo se estrutura.
III. A razão comunica�va somente pode ser entendida
como uma capacidade subje�va, capaz de dizer aos
agentes o que devem realizar.
 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): 
a) apenas a I 
b) apenas a II 
c) I e II 
d) II e III 
e) I e III 
FIL0369 - (Unioeste)
Considere os seguintes excertos:
 
“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o
fora através do poder demoníaco que falava pela boca de
Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sen�do,
apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca,
não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio
de recen�ssimo nascimento, chamado Sócrates”.
Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e
Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996.
 
“O Nascimento da tragédia tem dois obje�vos principais:
a crí�ca da racionalidade conceitual instaurada na
filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte
trágica, expressão das pulsões ar�s�cas dionisíaca e
apolínea, como alterna�va à racionalidade”.
Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche”
In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo.
Companhia das Letras, 1994.
 
Os trechos acima aludem diretamente à crí�ca
nietzschiana referente à a�tude esté�ca que 
a) subordina a beleza à racionalidade. 
b) cultua os an�gos em detrimento do contemporâneo. 
c) privilegia o cômico ao trágico. 
d) concebe o gosto como processo social. 
e) glorifica o gênio em detrimento da composição
calculada. 
FIL0509 - (Enem)
A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que
chega antes de lhe impor condições, antes de saber e
indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou
um “documento” de iden�dade. Mas ela também supõe
que se dirija a ele, de maneira singular, chamando-o
portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio: “Como
você se chama?” A hospitalidade consiste em fazer tudo
para se dirigir ao outro, em lhe conceder, até mesmo
perguntar seu nome, evitando que essa pergunta se
torne uma “condição”, um inquérito policial, um
fichamento ou um simples controle das fronteiras. Uma
arte e uma poé�ca, mas também toda uma polí�ca
dependem disso, toda uma é�ca se decide aí.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação
Liberdade, 2004 (adaptado).
 
Associado ao contexto migratório contemporâneo, o
conceito de hospitalidade proposto pelo autor impõe a
necessidade de 
a) anulaçãoapós o entendimento. 
b) representa uma e�cidade nos moldes do pensamento
aristotélico, em que o sujeito moral só pode ser
compreendido como membro de uma comunidade de
cidadãos, e a é�ca está in�mamente ligada à polí�ca. 
c) expressa a visão marxista de moralidade, visto que
esta define que qualquer perspec�va de uma moral
autên�ca requer a superação da moral de classe e a
ins�tuição de uma jus�ça social baseada no diálogo. 
d) define a conceituação de moral na perspec�va de
Jürgen Habermas, para quem a é�ca é discursiva e
origina-se das relações intersubje�vas, da construção
de consenso entre os indivíduos e de uma ação
comunica�va. 
FIL0365 - (Uece)
A refilmagem, deste ano, do clássico personagem
“Coringa” provocou discussões sobre seus significados no
plano sociopolí�co. Analisando as várias versões
inspiradas no HQ da DC Comics, Fabrício Moraes
descreve o Coringa como o id, o impulso destru�vo e
caó�co, mas também cria�vo e ar�s�co. Batman seria o
superego, o juiz puni�vo e ordenador da cidade, o
arqué�po do guardião que afronta e interpõe limites a
um território. O Coringa seria a face da comédia, Batman
não se livra da face da tragédia. Neste sen�do, o filme
Coringa nos mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno
sen�do se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e
Batman são indissociáveis. 
Ver: MORAES, Fabrício. ‘Coringa’: A raiva de Caliban por
se ver no espelho. In Revista Amálgama. Disponível em:
h�ps://www.revistaamalgama.com.br/10/2019/resenha-
coringa/. 2019. 
 
Considerando a análise acima, é correto dizer que está
amparada teoricamente 
a) na noção esté�co-moral de Nietzsche em O
nascimento da tragédia, onde ordem e caos se
equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e
Batman são indissociáveis como Dionísio (loucura) e
Apolo (razão). 
b) na teoria polí�ca marxista, que concebe as relações
sociais mascaradas pela ideologia de classe, o que
necessariamente provoca o conflito social: Coringa e
Batman são representações da luta de classes. 
c) na definição de arte dos filósofos gregos como
Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de mímesis,
ou seja, de imitação ou representação da realidade:
Coringa e Batman são representações do ser e do não
ser. 
d) na concepção moral agos�niana, na qual o bem e o
mal, o pecado e a graça, a cidade dos homens e a
cidade de Deus coabitam no interior de cada
indivíduo: Coringa e Batman são representações dessa
contradição. 
FIL0438 - (Enem)
Na sociedade democrá�ca, as opiniões de cada um não
são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos
como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de
ser capazes de exercer a razão em nossas
argumentações, como também devemos desenvolver a
capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A
par�r dessa perspec�va, a verdade buscada é sempre
um resultado, não ponto de par�da: e essa busca inclui a
conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a
controvérsia.
 
A ideia de democracia presente no texto, baseada na
concepção de Habermas acerca do discurso, defende que
a verdade é um(a) 
a) alvo obje�vo alcançável por cada pessoa, como agente
racional autônomo. 
b) critério acima dos homens, de acordo com o qual
podemos julgar quais opiniões são as melhores. 
c) construção da a�vidade racional de comunicação
entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. 
d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente
educa�vo. 
e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos
espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer
os outros. 
FIL0512 - (Enem)
Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes
repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch
adoece depois de um pequeno acidente e logo
3@professorferretto @prof_ferretto
compreende que se encaminha para o fim de modo
impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração,
ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar
com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia
compreendê-la”.
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio
de Janeiro: Tinta Negra, 2004.
 
O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi
diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse
aspecto foi um tema central na tradição filosófica 
a) marxista, no contexto do materialismo histórico. 
b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos. 
c) u�litarista, no sen�do da racionalidade das ações. 
d) pós-modernista, na discussão da fluidez das
relações. 
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si. 
FIL0511 - (Enem)
Em sen�do geral e fundamental, Direito é a técnica da
coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar
possível a coexistência dos homens. Como técnica, o
Direito se concre�za em um conjunto de regras (que,
nesse caso, são leis ou normais); e tais regras têm por
objeto o comportamento intersubje�vo, isto é, o
comportamento recíproco dos homens entre si.
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo:
Mar�ns Fontes, 2007.
 
O sen�do geral e fundamental do Direito, conforme foi
destacado, refere-se à 
a) aplicação de códigos legais. 
b) regulação do convívio social. 
c) legi�mação de decisões polí�cas. 
d) mediação de conflitos econômicos. 
e) representação da autoridade cons�tuída. 
FIL0464 - (Enem)
O momento histórico das disciplinas é o momento em
que nasce uma arte do corpo humano, que visa não
unicamente o aumento das suas habilidades, nem
tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de
uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto
mais obediente quanto é mais ú�l, e inversamente.
Forma-se então uma polí�ca das coerções, que são um
trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de
seus elementos, de seus gestos, de seus
comportamentos.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas
prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.
 
Na perspec�va de Michel Foucault, o processo
mencionado resulta em 
a) declínio cultural. 
b) segregação racial. 
c) redução da hierarquia. 
d) totalitarismo dos governos. 
e) modelagem dos indivíduos. 
FIL0623 - (Fer)
A expressão indústria cultural foi empregada pela
primeira vez no livro Dialé�ca do Esclarecimento, escrito
por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência
marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se
com essa expressão uma cultura produzida em série,
para o mercado de consumo em massa, na qual a
realização cultural deixa de ser um instrumento de crí�ca
do conhecimento para transformar-se em uma
mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo,
monetário.
 
Com base no texto e no conceito de “indústria cultural”,
desenvolvido pelos filósofos Adorno e Horkheimer,
assinale a alterna�va CORRETA:
a) A indústria cultural contribui para o conformismo dos
espectadores, que tendem a se tornar passivos diante
do mundo.
b) A grande diversidade e a disponibilidade dos produtos
culturais e o constante es�mulo ao consumo
intensificam a percepção sensorial e desenvolvem a
imaginação cria�va e o pensamento, melhorando
significa�vamente a capacidade cogni�va na
apreciação das obras de arte.
c) Os filósofos Adorno e Horkheimer defendem a ideia de
que a indústria cultural auxilia de forma posi�va na
formação cultural e ajuda no desenvolvimento da
autonomia dos indivíduos.
d) A reprodução técnica das obras de arte tem como
finalidade única promover o acesso universal e
democrá�co aos bens culturais.
e) A elevação da capacidade tecnológica, responsável
pelo fenômeno da indústria cultural, garante a
produção de obras de arte cada vez mais complexas e
de qualidade superior.
FIL0410 - (Enem)
TEXTO I
Aquele que não é capaz de pertencer a uma comunidade
ou que dela não tem necessidade, porque se basta a si
mesmo, não é em nada parte da cidade, embora seja
quer um animal, quer um deus.
ARISTÓTELES.A polí�ca. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2002.
4@professorferretto @prof_ferretto
 
TEXTO II
Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de um
eremita em meio à natureza selvagem, é possível sem um
mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a
presença de outrosda diferença. 
b) cristalização da biografia. 
c) incorporação da alteridade. 
d) supressão da comunicação. 
e) verificação da proveniência. 
FIL0510 - (Enem)
Por maioria, nós não entendemos uma quan�dade
rela�va maior, mas a determinação de um estado ou de
um padrão em relação ao qual tanto as quan�dades
maiores quanto as menores serão ditas minoritárias.
Maioria supõe um estado de dominação. É nesse sen�do
que as mulheres, as crianças e também os animais são
minoritários.
DELEUZE, G.; GUATTARI. F. Mil platôs. São Paulo: Editora
34, 2012 (adaptado).
 
No texto, a caracterização de uma minoria decorre da
existência de 
39@professorferretto @prof_ferretto
a) ameaças de ex�nção social. 
b) polí�cas de incen�vos estatais. 
c) relações de natureza arbitrária. 
d) valorações de conexões simétricas. 
e) hierarquizações de origem biológica. 
FIL0389 - (Upe-ssa)
Sobre a dimensão do homem na perspec�va
existencialista, considere o texto a seguir:
 
 
O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é
definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois
será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim,
não há natureza humana, visto que não há Deus para a
conceber.
(SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo.
São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 12).
 
O enfoque existencialista ques�ona o modo de ser do
homem. Entende esse modo de ser como o modo de ser-
no-mundo. Na perspec�va existencialista, sobre o
homem, assinale a alterna�va CORRETA. 
a) É um projeto de ser. 
b) É um seguidor das escolhas dos outros. 
c) Na sua própria essencialidade e no trajeto de sua
liberdade, não tem escolha. 
d) Tem uma natureza concebida por Deus em sua
essência. 
e) É irresponsável por si próprio ao conceber seus atos. 
FIL0474 - (Unicentro)
Consideremos o campo da epistemologia
contemporânea; sob esse aspecto, podemos afirmar que
a posição de Thomas Kuhn (1922-1996), em relação à
ciência, se contrapôs à concepção cien�fica de Karl
Popper (1902-1994)? Assinale a alterna�va correta.
a) Sim, Kuhn se contrapôs à teoria de Popper ao negar
que o desenvolvimento da ciência se dê mediante o
ideal de refutação. Ao contrário, Kuhn afirma que a
ciência progride pela tradição intelectual representada
pelo paradigma que é a visão de mundo expressa
numa teoria. 
b) Não, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de
Popper ao desenvolver sua concepção de paradigma
cien�fico. Para ambos, o que garante a verdade de um
discurso cien�fico é sua condição de jus�ficação, ou
seja, quando uma teoria é jus�ficada ela é
corroborada. 
c) Não, Kuhn argumentou que uma teoria,
como paradigma, deve ser desenvolvida em vez de
cri�cada, mo�vo pelo qual ele não poderia opor-se ao
pensamento de Popper. Sua tenta�va será outra:
tentar harmonizar aqueles pontos de vista que
divergem do seu. 
d) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo,
classificando-se como anarquista epistemológico.
Dessa forma, opôs-se não apenas à concepção
metodológica de Popper como também de outros
contemporâneos seus, como Lakatos, por exemplo.
Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia que as
teorias não são nem verdadeiras, nem falsas, mas
úteis. 
e) Sim, diferentemente de Popper, para quem a �sica
newtoniana era considerada a imagem verdadeira do
mundo, tendo como pressupostos o mecanicismo e o
determinismo, Kuhn estabelece como paradigma de
sua concepção de ciência o irracionalismo de
Heisenberg e seu princípio da incerteza. 
FIL0470 - (Unioeste)
“Acredito que a função do cien�sta e do filósofo é
solucionar problemas cien�ficos ou filosóficos e não falar
sobre o que ele e outros filósofos estão fazendo ou
deveriam fazer (...) Quando disse que a indagação sobre
o caráter dos problemas filosóficos é mais apropriada do
que a pergunta ‘Que é a filosofia?’ quis insinuar uma das
razões da fu�lidade da atual controvérsia a respeito da
natureza da filosofia: a crença ingênua de que existe de
fato uma en�dade que podemos chamar de ‘filosofia’ ou
de ‘a�vidade filosófica’, com uma ‘natureza’, essência ou
caráter determinado (...) Na verdade não é possível
dis�nguir disciplinas em função da matéria de que tratam
(...) Estudamos problemas, não matérias: problemas que
podem ultrapassar as fronteiras de qualquer matéria ou
disciplina”.
Karl Popper.
 
40@professorferretto @prof_ferretto
Assinale a alterna�va que não corresponde à concepção
de filosofia de Karl Popper.
a) Os problemas filosóficos podem ultrapassar as
fronteiras da filosofia e implicar soluções
interdisciplinares. 
b) A filosofia e as demais disciplinas têm problemas em
comum. 
c) Não existe algo como uma en�dade filosófica ou
a�vidade com natureza determinada que possa ser
mencionada como resposta a pergunta “Que é a
filosofia?”. 
d) Ao filosofo não cabe indicar o que deve ser feito, mas
ocupar-se da resolução de problemas. 
e) Antes de solucionar problemas é imprescindível que se
determine a essência da filosofia, sua natureza. 
FIL0388 - (Unioeste)
O filósofo alemão Mar�n Heidegger publicou, em 1927,
sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou
notoriedade e ocupa posição central nos debates de
várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações
da obra, está a elevação da tonalidade afe�va ao centro
da possibilidade de compreensão do mundo.
Compreendemos algo sempre situado em algum
contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou
como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente
por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em
si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpreta�va
(algo aparece sempre comoalgo, x aparece como sala de
aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é
atravessada por tonalidade afe�va. Nunca se está apenas
puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum
modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio,
ansiedade, cansaço, alegria, expecta�va... A tonalidade
mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria
um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o
‘o que aparece’: os entes não são essências
determinadas, eles dependem do modo de
aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade
afe�va.
Essa ontologia diverge frontalmente da meta�sica da
substância, ligada a certa leitura do aristotelismo.
Segundo essa meta�sica, o conhecimento verdadeiro e
‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou
essência, o que se faz e se expressa na definição, que
diz o que é x.
 
Com base nas indicações precedentes, assinale a
alterna�va CORRETA. 
a) Ao se adotar a perspec�va substancialista, fundada em
certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e
tempo sobre a tonalidade afe�va complementam
perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual,
segundo Aristóteles, deveser compreensiva,
interpreta�va e caracterizada pela tonalidade afe�va
análoga.
b) Compreensão é sempre interpreta�va, e, além disso,
atravessada e unificada por uma tonalidade afe�va.
Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de par�da
para a comparação com Aristóteles e, com base nela,
Heidegger afirma que as definições são todas
poé�cas. 
c) Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em
ignorar os sen�mentos e optar somente pela
racionalidade. Com isso, a definição se tornaria
impossível, pois toda definição depende de uma
sensação. Noutras palavras, a tonalidade afe�va
ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a
par�r de Ser e tempo. 
d) A tonalidade afe�va, proposta por Heidegger em Ser e
tempo, implica a primazia do sen�r sobre o pensar.
Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o
racionalismo aristotélico. 
e) Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma
substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a
sua definição – assim ocorre o conhecimento
meta�sico. Em outras palavras, devemos saber e dizer
“o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para
assim iniciar um discurso de conhecimento. Em
Heidegger, por outro lado, a definição alcança
somente o ente abstraído do contexto de
compreensão e tonalidade afe�va, em que apareceu.
Tal conhecimento abstra�voé, para Heidegger, por
isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é
um procedimento tardio em relação à “experiência”
em que a unidade de seu aparecimento ar�cula
compreensão, interpretação e tonalidade afe�va. 
FIL0446 - (Uel)
No final do século XX, com a disseminação da Internet, o
acesso à informação passa a ser instantâneo. Com isso,
novas perspec�vas se abrem para o debate polí�co,
sobretudo para a atuação dos cidadãos na esfera pública.
 
Tendo presente a concepção de esfera pública nos
escritos recentes de Habermas, analise as afirma�vas a
seguir:
 
I. A esfera pública cons�tui um espaço no qual os
problemas da sociedade são recebidos, discu�dos e
problema�zados, e o sistema polí�co recepciona e
sistema�za de forma especializada aqueles que considera
mais importantes.
41@professorferretto @prof_ferretto
II. Pelo fato de estar vinculada à sociedade civil, a esfera
pública exime-se de efetuar mediações envolvendo o
sistema polí�co e o mundo da vida.
III. Por funcionar como uma estrutura norma�va, a esfera
pública efe�va-se como um sistema ins�tucionalizado
que estabelece papéis e competências para a
par�cipação na sociedade.
IV. A esfera pública consiste numa rede que permite que
certos temas, ideias e posicionamentos sejam deba�dos,
tendo como referência o agir voltado para o
entendimento.
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e III são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
FIL0378 - (Enem)
Sen�mos que toda sa�sfação de nossos desejos advinda
do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o
mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A
resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna
herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as
preocupações.
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida.
São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005
 
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma
tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade
se mostra indissociavelmente ligada à 
a) a consagração de relacionamentos afe�vos. 
b) administração da independência interior. 
c) fugacidade do conhecimento empírico. 
d) liberdade de expressão religiosa. 
e) busca de prazeres efêmeros. 
FIL0478 - (Uel)
Karl Popper, em “A lógica da inves�gação cien�fica”, se
opõe aos métodos indu�vos das ciências empíricas. Em
relação a esse tema, diz Popper: “Ora, de um ponto de
vista lógico, estálonge de ser óbvio que estejamos
jus�ficados aoinferir enunciados universais a par�r dos
singulares,por mais elevado que seja o número destes
úl�mos”.
Fonte: POPPER, K. R. A lógica da inves�gação
cien�fica.Tradução de Pablo Rubén Mariconda. São
Paulo: Abril Cultural, 1980, p.3.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper,
assinale a alterna�va correta: 
a) Para Popper, qualquer conclusão ob�da por inferência
indu�va é verdadeira. 
b) De acordo com Popper, o princípio da indução não
tem base lógica porque a verdade das premissas não
garante a verdade da conclusão. 
c) Uma inferência indu�va é aquela que, a par�r de
enunciados universais, infere enunciados singulares. 
d) A observação de mil cisnes brancos jus�fica, segundo
Popper, a conclusão de que todos os cisnes são
brancos. 
e) Para Popper, a solução para o problema do princípio
da indução seria passar a considerá-lo não como
verdadeiro, mas apenas como provável. 
FIL0448 - (Uel)
A proposta é�ca de Habermas não comporta conteúdos.
Ela é formal. Ela apresenta um procedimento,
fundamentado na racionalidade comunica�va, de
resolução de pretensões norma�vas de validade.
(DUTRA, D. J. V. Razão e consenso em Habermas. A
teoria discursiva da verdade, da moral, do direito e
da biotecnologia. Florianópolis: Editora da UFSC.
2005, p.158.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a obra de
Habermas, é correto afirmar que, na É�ca do Discurso,
a) o processo de jus�ficação das normas morais e o
procedimento de deliberação das pretensões de
validade de correção norma�va são falíveis. 
b) o formalismo da é�ca habermasiana é idên�co ao
formalismo presente nas é�cas de Kant e Bentham,
pois desconsidera o que resulta concretamente das
normas morais. 
c) o modelo monológico da é�ca kan�ana é reformulado
na perspec�va de uma comunidade discursiva na qual
os par�cipantes analisam as pretensões de validade
tendo como critério a força do melhor argumento. 
d) o puro respeito à lei é considerado por Habermas
como o critério fundamental para conferir moralidade
à ação, restando excluídos do debate da é�ca
discursiva os desejos e as necessidades manifestados
pelos indivíduos. 
e) o princípio “U” possibilita que sejam acatadas normas
que não estejam sintonizadas com uma vontade
universal, coadunando, dessa forma, par�cularismo e
universalismo é�co. 
FIL0473 - (Unioeste)
42@professorferretto @prof_ferretto
“Um cien�sta, seja teórico seja experimental, propõe
enunciados, ou sistemas de enunciados, e testa-os passo
a passo. No campo das ciências empíricas, mais
par�cularmente, constrói hipóteses ou sistemas de
teorias e testa-as com a experiência por meio da
observação e do experimento. Sugiro que é tarefa da
lógica da inves�gação cien�fica ou lógica do
conhecimento apresentar uma análise desse
procedimento; isto é, analisar o método das ciências
empíricas […]. A etapa inicial, o ato de conceber ou
inventar uma teoria, não me parece exigir uma análise
nem ser susce�vel dela. A questão de saber como
acontece que uma nova ideia ocorre a um homem – seja
essa ideia um tema musical, seja um conflito dramá�co,
seja uma teoria cien�fica – pode ser de grande interesse
para a psicologia empírica; mas ela é irrelevante para a
análise lógica do conhecimento cien�fico.” (Popper)
 
Considerando o texto acima, é incorreto afirmar, sobre a
filosofia da ciência de Karl Popper, que 
a) o que importa para decidir se uma a�vidade é ou não
cien�fica é o que o cien�sta faz com suas teorias e não
como ele as cria. 
b) faz parte da a�vidade cien�fica testar seus
enunciados, e é sobre o modo de fazer esse teste que
incide a análise lógica popperiana. 
c) o teste dos enunciados de uma teoria cien�fica deve
ser realizado por meio da experiência, ou seja, por
meio da observação e da experimentação. 
d) o modo pelo qual um cien�sta concebe uma teoria é
de interesse da psicologia empírica e não da filosofia
da ciência. 
e) não se pode aplicar uma análise lógica em nenhuma
das etapas da a�vidade cien�fica, pois o método das
ciências empíricas não se diferencia da a�vidade
ar�s�ca. 
FIL0447 - (Uel)
Leia o seguinte texto de Habermas:
 
A democracia se adapta a essa formação moderna do
Estado territorial, nacional e social, equipado com uma
administração efe�va. Isto porque um ente cole�vo tem
necessidade de se integrar, polí�ca e culturalmente, além
de ser suficientemente autônomo do ponto de vista
espacial, social econômico e militar.[...] Em decorrência
da imigração e da segmentação cultural, as tendências
subsumidas no termo “globalização” ameaçam a
composição, mais ou menos homogênea, da população
em seu âmago, ou seja, o fundamento pré-polí�co da
integração dos cidadãos. No entanto, convém salientar
outro fato mais marcante ainda: o Estado, cada vez mais
emaranhado nas interdependências da economia e da
sociedade mundial, perde, não somente em termos de
autonomia e de competência para a ação, mas também
em termos de substância democrá�ca.
(HABERMAS, J. Era das Transições. Tradução e Introdução
de Flavio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 2003, p. 106.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
democracia em Habermas, considere as afirma�vas a
seguir:
 
I. A ampliação da economia além das fronteiras dos
Estados nacionais revela a integração democrá�ca dos
países e, consequentemente, o fortalecimento da
cidadania mundial.
II. A democracia se amplia à medida que a economia e a
imigração se deslocam alémdas fronteiras dos Estados
nacionais, produzindo um intercâmbio social e cultural do
ponto de vista global.
III. A democracia circunscrita ao âmbito nacional goza de
autonomia em segmentos significa�vos como a
economia, a polí�ca e a cultura, porém, quando o Estado
entra na fase da constelação pós-nacional, sofre uma
redução no exercício democrá�co.
IV. Do ponto de vista democrá�co, os Estados nacionais
sofrem restrição em seu fundamento de integração social
em decorrência do aumento da imigração, da
segmentação cultural e, sobretudo, da ampliação da
economia no plano global.
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
b) Somente as afirma�vas II e III são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas I, II e IV são corretas. 
FIL0403 - (Unimontes)
A fenomenologia surgiu no final do século XIX, com Franz
Brentano, cujas principais ideias foram desenvolvidas por
Edmund Husserl (1859-1958). No que se refere à
fenomenologia, marque a alterna�va incorreta. 
a) Na fenomenologia, o postulado básico é a noção de
intencionalidade. 
b) A fenomenologia pretende superar a dicotomia razão-
experiência. 
c) Para a fenomenologia, toda consciência é
intencional. 
d) Na fenomenologia, o conceito de fenômeno refere-se
ao que se esconde. 
43@professorferretto @prof_ferretto
FIL0625 - (Fer)
Referindo-se a Walter Benjamin, a filósofa Jeanne Marie
Gagnebin afirma que “seu primeiro texto traduzido no
Brasil foi A Obra de Arte na Era de sua Reprodu�bilidade
Técnica. O ensaio introduz hipóteses essenciais para uma
teoria da arte contemporânea, marcada, segundo
Benjamin, pela ‘reprodu�bilidade técnica’, central na
fotografia e no cinema, que abole progressivamente
‘aura’ de unicidade e de auten�cidade da obra de arte”.
Gagnebin, J. M. Walter Benjamin na era da
reprodu�bilidade técnica. In: Folha de São Paulo, em
07/10/2012.
Disponível em:
h�ps://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2012/10/
1164782walter-benjamin-na-era-da-reprodu�bilidade-
tecnica.shtml.
 
Sobre o pensamento de Walter Benjamin e os conceitos
de reprodu�bilidade técnica e aura da obra de arte,
julgue os itens.
 
I. A aura representa a absoluta singularidade da obra
ar�s�ca, sua condição de exemplar único que se mostra
aqui e agora e não pode ser repe�da. É sua
auten�cidade.
II. No que se refere ao processo de criação ar�s�ca, há
uma mudança substancial com o desenvolvimento das
modernas técnicas de produção; a novidade é a
popularização das obras de arte do passado e seu
oferecimento às massas sedentas por cultura.
III. Segundo Walter Benjamin, as técnicas de produção
ar�s�ca não conseguem produzir obras de mesmo nível
ar�s�co daquelas obras elaboradas antes do século XX,
visto que essas técnicas se perderam ao longo do tempo.
IV. A reprodu�bilidade técnica da obra de arte permite,
segundo Benjamin, uma este�zação social. Esse recurso
foi amplamente u�lizado pelo fascismo, ao organizar o
proletariado como massa, mas sem colocar em questão
sua condição de classe. A relação social é apresentada
sob aparência de unidade, com símbolos, cores e gritos
estandardizados.
 
Assinale a alterna�va que contém as asser�vas
verdadeiras.
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) Todas estão corretas.
FIL0445 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas
apresenta uma reformulação do conceito weberiano de
racionalização pela qual lança as bases conceptuais de
sua teoria da sociedade. Neste sen�do, postula a
dis�nção irredu�vel entre trabalho ou agir instrumental e
interação ou agir comunica�vo, bem como a per�nência
da conexão dialé�ca entre essas categorias, das quais
deriva a diferenciação entre o quadro ins�tucional de
uma sociedade e os subsistemas do agir racional com
respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais
pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã
revela que “Marx não explicita efe�vamente a conexão
entre interação e trabalho, mas sob o �tulo nada
específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a
ação comunica�va à instrumental”.
(Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como
“ideologia”.Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
pensamento de Habermas, é correto afirmar: 
a) O crescimento das forças produ�vas e a eficiência
administra�va conduzem à organização das relações
sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer
formas de dominação. 
b) A liberação do potencial emancipatório do
desenvolvimento da técnica e da ciência depende da
prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que
entravam a reprodução material da vida e suas
respec�vas formas intera�vas. 
c) O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto
forças produ�vas, permite estabelecer uma nova
forma de legi�mação que, por sua vez, nega as
estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação
comunica�va. 
d) Com base na irredu�bilidade entre trabalho e
interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto
ao agir comunica�vo, contra as restrições impostas
pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra
as restrições materiais pela escassez econômica. 
e) A racionalização na dimensão da interação social
subme�da à racionalização na dimensão do trabalho
na práxis social determina o caráter emancipatório do
desenvolvimento das forças produ�vas e do bem-estar
da vida humana. 
FIL0519 - (Pucpr)
Hans Jonas, na obra O Princípio Responsabilidade, afirma
que “sob o signo da tecnologia, a é�ca tem a ver com
ações de um alcance causal que carece de precedentes
(...); tudo isso coloca a responsabilidade no centro da
é�ca)” (JONAS, 1995, p.16-17). A esse respeito, podemos
44@professorferretto @prof_ferretto
considerar que Jonas compreende o “princípio
responsabilidade” como um princípio 
a) hipoté�co, que é válido exclusivamente para
pensarmos as ações humanas. 
b) rela�vista, porque considera cada indivíduo
responsável apenas pela sua própria conduta. 
c) que não é voltado exclusivamente para a é�ca
humana, mas que baliza a conduta humana sobre a
natureza em geral. 
d) é�co, voltado exclusivamente para a conduta humana
presente. 
e) responsável apenas pelas gerações atuais,
desinteressado pela vida futura da humanidade e da
natureza. 
FIL0375 - (Ueg)
Para Nietzsche, uma educação superior da humanidade
exigiria uma transvaloração de todos os valores que têm
como frente de combate a transvaloração platônico-
cristã. Em relação à transvaloração proposta por
Nietzsche, nota-se que 
a) visa re�rar o homem da alienação na qual se encontra,
mostrando que tudo já está decidido e escolhido para
nós. 
b) sustenta uma visão meta�sica que valoriza e postula
uma possível realidade para além do mundo
sensível. 
c) implica uma valorização dos valores presentes
eliminando a ideia de um mundo meta�sico de
verdades eternas. 
d) visa aprofundar a cisão platônico-cristã entre esse
mundo (o empírico) e o outro mundo (o mundo-
verdade). 
e) opera uma inversão de valores, na medida em que
considera os valores vigentes como sintoma de
decadência. 
FIL0567 - (Uece)
Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu um
massacre de pales�nos e libaneses em dois campos de
refugiados situados a Oeste de Beirute (capital do
Líbano), chamados Sabra e Cha�la. Na época, o Líbano
estava sob ocupação israelense. Em 22 de setembro do
mesmo ano, o filósofo judeu brasileiro Maurício
Tragtenberg (1929-1998) publicou um ar�go de opinião
em que afirma: 
 
“Deu-se o massacre dos pales�nos dos campos de Sabra
e Cha�la por obra dos assassinos chefiados por Cel.
Haddad, com conivência e par�cipação [do Exército de
Israel], isso após a morte do traficante de haxixe [Bashir]
Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor] imposto pelas tropas
de ocupação. Por tudo isso, ser fiel à tradição judaica é
condenar mais este genocídio pra�cado contra o povo
pales�no. É necessário acabar de vez com o
etnocentrismo que toma a forma de judeu-centrismo,
ondeo massacre de judeus brancos por brancos
europeus tem um statusdiferente do massacre dos
armênios pelos turcos, dos negros africanos pelos
traficantes de escravos, dos chineses na Indonésia. Assim,
Auschwitz é elevado a potência meta�sica. Sou um dos
úl�mos a minimizar as atrocidades come�das em
Auschwitz, porém, as lágrimas de outros povos não
contam?”
TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein,
H. Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982.
 
Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é
implícito à concepção de M. Tragtenberg que 
a) há uma universalidade nos direitos humanos,
independentemente de etnia e cultura. 
b) o massacre de brancos europeus tem um status
diferente de outros massacres. 
c) a tradição judaica tem uma concepção etnocêntrica
sobre os direitos humanos. 
d) o genocídio de judeus pelos nazistas em Auschwitz
tem um significado meta�sico. 
FIL0453 - (Uel)
De acordo com a é�ca do discurso, os argumentos
apresentados a fim de validar as normas
[...] têm força de convencer os par�cipantes de um
discurso a reconhecerem uma pretensão de validade,
tanto para a pretensão de verdade quanto para a
pretensão de re�dão. [...] Ele [Habermas] defende a tese
de que as normas é�cas são passíveis de fundamentação
num sen�do análogo ao da verdade.
(BORGES, M. de L.; DALL’AGNOL, D.; DUTRA, D. V. É�ca.
Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.)
 
Assim, é correto afirmar que a é�ca do discurso defende
uma abordagem cogni�vista da é�ca 
(HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunica�vo.
Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.)
 
Sobre o cogni�vismo da é�ca do discurso, é correto
afirmar: 
45@professorferretto @prof_ferretto
a) A é�ca do discurso procura dar con�nuidade à
abordagem cogni�vista já presente em Kant. 
b) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso assume
a impossibilidade de validação das normas morais. 
c) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso se apoia
no conhecimento da u�lidade das ações tal como
pretendia Jeremy Bentham. 
d) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso procura
dar con�nuidade às teses aristotélicas sobre a
retórica. 
e) A é�ca do discurso, ao abordar a é�ca de um ponto de
vista cogni�vista, segue as teorias emo�vistas e
decisionistas. 
FIL0436 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
 
O ser humano, no decorrer da sua existência na face da
terra e graças à sua capacidade racional, tem
desenvolvido formas de explicação do que há no intuito
de estabelecer um nexo de sen�do entre os fenômenos e
as experiências por ele vivenciados. Essas vivências, à
medida que são passíveis de expressão através das
construções simbólicas con�das na linguagem,
apresentam um caráter eminentemente social.
(HANSEN, Gilvan. Modernidade, Utopia e Trabalho.
Londrina: Edições Cefil, 1999. p.13.)
 
Com base na obra Molhe Espiral, no texto e nos
conhecimentos sobre o pensamento de Habermas,
assinale a alterna�va correta.
a) A linguagem, em razão de sua dimensão material,
inviabiliza a (re)produção simbólica da sociedade. 
b) As construções simbólicas se valem do apreço
instrumental e do valor mercan�l. 
c) A importância do simbólico na sociedade decorre de
sua adequação aos parâmetros funcionais e técnicos. 
d) A dimensão simbólica da sociedade é inerente à forma
como o homem assegura sen�do à realidade. 
e) A forma de expressão dos elementos simbólicos na
arena social deve atender a uma u�lidade prá�ca. 
FIL0459 - (Ufpr)
O filósofo Gérard Lebrun, em seu livro in�tulado O que é
o poder, discorre sobre diferentes abordagens do
conceito de poder. Na apresentação da obra, tece
considerações sobre o binômio poder/dominação, tendo
como referência a obra de Michel Foucault. Escreve
Lebrun:
 
Quando a questão é compreender como foi e con�nua
sendo possível a resignação, quase ilimitada, dos homens
perante os excessos do poder, não basta invocar
as disciplinas e as mil fórmulas de adestramento que,
como mostra Foucault, são achados rela�vamente
recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso
talvez se devam a um sen�mento atávico dos
deserdados, de serem por natureza excluídos do poder,
estranhos a este – talvez derivem da convicção de que
opor-se a ele seria loucura comparável a opor-se aos
fenômenos atmosféricos. Ainda que o poder não seja
uma coisa, ele se torna uma, pois é assim que a maioria
dos homens o representa. É preciso situar a tese de
Foucault dentro de seus devidos limites: o homem
condicionado, adestrado pelos poderes, é o privilegiado,
o europeu. Não é o colonizado, não é o proletário do
Terceiro Mundo (assim como não era o proletário
europeu do século XIX). Estes, o poder não pensa sequer
em domes�car: domina-os – e muito de cima.
 
Com base na reflexão desenvolvida por Lebrun, é correto
afirmar que: 
46@professorferretto @prof_ferretto
a) o conceito de poder tem a possibilidade de ser
interpretado a par�r de noções como “disciplina” ou
“adestramento”, construídas no próprio sujeito,
considerando ao mesmo tempo a natureza estrutural e
as condicionantes macrossociais do poder que
orientam os indivíduos à ação social. 
b) as diferentes enunciações do conceito de poder
presentes na obra de Foucault devem levar em
consideração a situação dos trabalhadores
novecen�stas em países de Terceiro Mundo; do
contrário o poder só pode ser entendido como
narra�va dos opressores. 
c) o poder é um fenômeno que prescinde das ins�tuições
polí�cas e sociais para que se manifeste e, conforme
Lebrun, toda forma de poder é uma manifestação da
domes�cação e do adestramento do indivíduo para a
ação cole�va, tendo como princípio a vigilância e a
punição. 
d) a explicação oferecida por Foucault possui limitações e
não corresponde à realidade das relações de poder
existentes no mundo moderno e contemporâneo,
sobretudo quando se destaca a análise do
proletariado do Terceiro Mundo. 
e) as relações de poder serão compreendidas em
profundidade se assumirmos como parâmetro de
nossas análises os processos de colonização no século
XIX e a opressão ao proletário do Terceiro Mundo. 
FIL0376 - (Enem)
Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os
melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma
doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo
é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inú�l; o nosso
vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos
os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse
fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó.
Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram
para nós, e o mar re�rou-se. Todos os solos se querem
abrir, mas os abismos não nos querem tragar!
NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro:
Ediouro,1977.
 
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz
um entendimento da doutrina niilista, uma vez que 
a) reforça a liberdade do cidadão. 
b) desvela os valores do co�diano. 
c) exorta as relações de produção. 
d) destaca a decadência da cultura. 
e) amplifica o sen�mento de ansiedade. 
FIL0452 - (Uel)
O debate nascido nos anos 80 sobre a crise da
modernidade tem como pano de fundo a consciência do
esgotamento da razão, no que se refere a sua
incapacidade de encontrar perspec�vas para o prome�do
progresso humano. O pensamento de Habermas situa-se
no contexto dessa crí�ca. A racionalidade ocidental,
desde Descartes, pretendeu a autonomia da razão,
baseada no sujeito que solitariamente representa o
mundo. [...] A racionalidade prevalente na modernidade
é a instrumental[...]. 
(HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia.
Sociedade e Educação. Ano I, n.I. Marília: UNESP, 1997. p.
122-1 23.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria
Crí�ca de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento
de Jürgen Habermas, é correto afirmar que a
racionalidade Instrumental cons�tui 
 
I. um conhecimento que se processa a par�r das
condições especificas da obje�vidade empírica do fato
em si. 
II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca
do uso racional dos instrumentos técnicospara o
controle da natureza. 
III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o
homem livre para compreender a si mesmo a par�r do
domínio do conhecimento cien�fico. 
IV. um saber orientado para a dominação e o controle
técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. 
Assinale a alterna�va correta.
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
FIL0629 - (Fer)
A filosofia de método fenomenológico foi criada na
Alemanha pelo matemá�co e filósofo Edmund Husserl. A
fenomenologia como teoria do conhecimento contesta
tanto o empirismo quanto o idealismo. Para a
fenomenologia, o empirismo conduz ao ce�cismo, e o
idealismo reduz o conhecimento a uma a�vidade
puramente psicológica.
 
Com relação à fenomenologia e seus conceitos, assinale o
item correto.
47@professorferretto @prof_ferretto
a) A fenomenologia considera que as “coisas em si” são
acessíveis para a consciência, contrariamente ao
método transcendental de Kant.
b) Para a fenomenologia, só podemos alcançar a verdade
reproduzindo, pelas experiências realizadas em
laboratório, os fenômenos que observamos na
natureza.
c) A fenomenologia pretende superar a dis�nção clássica
entre um mundo real, sensível, e um mundo ideal,
inteligível.
d) Conforme o princípio da intencionalidade, presente no
campo da fenomenologia, a consciência não exerce
nenhuma a�vidade na produção de conhecimentos
cien�ficos.
e) A intencionalidade, conceito caro à corrente
fenomenológica, implica a separação completa entre a
consciência e o objeto. 
FIL0366 - (Uece)
“Não existe contraposição maior à exegese e jus�ficação
puramente esté�ca do mundo [...] do que a doutrina
cristã, a qual é e quer ser somente moral, e com seus
padrões absolutos, já com sua veracidade de Deus, por
exemplo, desterra a arte, toda arte, ao reino da men�ra –
isto é, nega-a, reprova-a, condena-a.”
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia, ou helenismo e
pessimismo. – “Tenta�va de autocrí�ca”. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992, p. 19.
 
Nessa passagem, Nietzsche 
a) apoia a valorização moral da obra de arte, negando
que seja possível obras de arte divergentes da moral
cristã. 
b) defende uma arte verdadeira, contra a arte cristã, que
adere à men�ra, pois não passa de uma moral. 
c) concebe que os padrões absolutos do cris�anismo são
supraesté�cos, suprassensíveis, e por isso valorizam a
arte. 
d) cri�ca a concepção moral da existência em defesa do
caráter sensível, esté�co do mundo, tal como se
configura na arte. 
FIL0580 - (Uel)
Leia o texto a seguir. 
Teremos ganho muito a favor da ciência esté�ca se
chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza
imediata da introvisão [Anschauung] de que o con�nuo
desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade
do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a
procriação depende da dualidade dos sexos, em que a
luta é incessante e onde intervêm periódicas
reconciliações.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia,
ou Helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São
Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 27.
 
A compreensão do processo de criação a par�r da
analogia com a procriação, da valorização da intuição e
da crí�ca ao conceito renovou profundamente a esté�ca
filosófica.
A respeito da teoria nietzscheana da criação, manifesta
na sua interpretação do apolíneo e do dionisíaco, assinale
a alterna�va correta. 
a) O dionisíaco, elogiado por Nietzsche como símbolo de
um acordo superior entre o humano e a natureza, tem
como marca caracterís�ca a dissolução do humano. 
b) O apolíneo representa o âmbito da dissolução das
formas, da embriaguez; enquanto o dionisíaco diz
respeito ao âmbito figura�vo do sonho. 
c) O procedimento dialé�co socrá�co, discu�do por
Nietzsche, mantém a tensão caracterís�ca da tragédia,
sendo a lógica uma criação resultante do equilíbrio
entre a forma e o informe. 
d) A cultura da ópera representa o renascimento da
tragédia, pois recons�tui os vínculos entre arte,
religião e sociedade a par�r da oposição entre o
apolíneo e o dionisíaco. 
e) A relação entre o apolíneo e o dionisíaco permite
pensar a criação a par�r de elementos negligenciados
pela filosofia, como o corpo, as pulsões e o feminino. 
FIL0572 - (Uece)
Leia com atenção os dois textos abaixo.
“Os números da fome no Brasil aumentaram durante a
pandemia. Atualmente, 27 milhões de brasileiros estão
vivendo abaixo da linha da pobreza – quatro milhões a
mais que antes de março de 2020. Além disso, 1,2 milhão
estão na fila para conseguir receber o Bolsa Família, que
termina no final deste ano. ”
G1. GLOBONEWS. Fome: 27 milhões de brasileiros estão
abaixo da linha da pobreza. Disponível em:
h�ps://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews-
edicao-das-16. Acessado em 16/10/2021.
 
“O Direito, no sen�do de efe�vação da liberdade,
ultrapassa o sen�do estrito do jurídico e designa a forma
eficiente do justo, que habita todo domínio da vida
humana; há, assim, um direito de propriedade, um
direito de consciência, um direito de família, um direito
do Estado e um direito do espírito do mundo. A primeira
forma de liberdade se refere às coisas: meu. Ela precisa
das coisas. O homem, nesse aspecto, é sensível,
perpassado por desejos, arbítrios, tensões. Para subsis�r,
48@professorferretto @prof_ferretto
ele tem necessidade de possuir coisas singulares, tornar-
se proprietário delas. É exatamente nas coisas, na
propriedade da coisa, que o querer livre encontra sua
primeira forma de realização. ”
SOARES, M. C. O direito de ter para ser livre.
In: Conjectura: filosofia e educação, Caxias do Sul, v. 16,
n. 1, jan./abr. 2011, p. 46-68 – Adaptado.
 
Com base nos textos acima apresentados, assinale a
proposição verdadeira. 
a) O desemprego, a fome, a miséria material são a
negação de uma forma primária e pouco importante
de um sen�do mais amplo da liberdade. 
b) A sa�sfação das carências fundamentais, que na
sociedade moderna se realizam pela propriedade, é
uma base necessária da vida livre. 
c) A liberdade, em seu sen�do moderno, se realiza
completamente na propriedade e na sa�sfação das
carências �sico-biológicas do homem. 
d) Embora não seja a única forma de realização da
liberdade, o direito de propriedade é o mais
importante em um sistema é�co. 
FIL0581 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
Houve sempre, entre os homens, um esforço pouco
nobre para desacreditar as Sereias, acusando-as
simplesmente de men�rosas quando cantavam,
enganadoras quando suspiravam, fic�cias quando eram
tocadas; [...] Ulisses as venceu, mas de que maneira?
Ulisses, a teimosia e a prudência de Ulisses, a per�dia
que lhe permi�u gozar do espetáculo das Sereias sem
correr risco e sem aceitar as consequências, aquele gozo
covarde, medíocre, tranquilo e comedido, [...] aquela
covardia feliz e segura [...]. Vencidas as Sereias, pelo
poder da técnica, que pretenderá jogar sem perigo com
as potências irreais (inspiradas), Ulisses não saiu porém
ileso.
BLANCHOT, Maurice. O livro por vir. Trad. Leyla Perrone-
Moisés. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005. p. 05-06.
 
Com base no texto de Blanchot e na obra A Dialé�ca do
Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer, que
apresentam interpretações do encontro entre Ulisses e as
Sereias, e tendo por referência os conhecimentos sobre
os conceitos de esclarecimento, razão instrumental e a
relação humano-natureza, considere as afirma�vas a
seguir.
 
I. O controle dos efeitos encantatórios do canto das
Sereias resulta de uma ação instrumental sobre a
natureza. 
II. A astúcia é o recurso u�lizado por Ulisses para sair
vencedor das aventuras, por meio do qual ele se perde
para se conservar. 
III. O episódio das Sereias mostra a separação originária
entre o mito, marcado pela irracionalidade, e o trabalho
racional. 
IV. Ulisses e as Sereias são evocados como símbolos das
relações simétricas de poder entre homens e mulheres.Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
FIL0627 - (Fer)
“‘Se Deus não exis�sse, tudo seria permi�do’. Eis o ponto
de par�da do existencialismo. De fato, tudo é permi�do
se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está
desamparado porque não encontra nele próprio nem
fora dele nada a que se agarrar. (...) Com efeito, se a
existência precede a essência, nada poderá jamais ser
explicado por referência a uma natureza humana dada ou
defini�va; ou seja, não existe determinismo, o homem é
livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não
existe, não encontramos, já prontos, valores ou ordens
que possam legi�mar a nossa conduta. Assim, não
teremos nem atrás de nós, nem na nossa frente, no reino
luminoso dos valores, nenhuma jus�fica�va e nenhuma
desculpa. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso
expressar dizendo que o homem está condenado a ser
livre.”
(SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo.
Tradução de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova
Cultural, 1987, p. 9)
 
Tomando por base o texto apresentado e o
existencialismo sartreano, assinale V ou F:
 
(__) Conforme Sartre, liberdade é condição ontológica do
ser humano, mas o homem não escolhe a liberdade, “é
lançado nela”.
(__) O existencialismo é uma filosofia teológica que
procura a razão de ser no mundo a par�r da moral
estabelecida.
(__) O homem possui uma natureza preestabelecida,
razão pela qual o existencialismo é uma meta�sica de
concepção essencialista.
(__) A é�ca sartreana é individualista, pois considera que
o homem, para ser livre, deve agir sempre no sen�do de
alcançar obje�vos que atendam estritamente a seus
interesses.
49@professorferretto @prof_ferretto
 
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, F, V, F.
b) V, F, F, F.
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) F, V, V, V.
FIL0424 - (Unesp)
Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se,
em virtude da transformação esté�ca, representar, no
des�no exemplar dos indivíduos, a predominante
ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade
social mis�ficada e petrificada e abrindo os horizontes da
libertação. Esta tese implica que a literatura não é
revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora
ou para a “revolução”. O potencial polí�co da arte baseia-
se apenas na sua própria dimensão esté�ca. A sua
relação com a práxis (ação polí�ca) é inexoravelmente
indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente polí�ca
for a obra de arte, mais reduzidos são seus obje�vos de
transcendência e mudança. Nesse sen�do, pode haver
mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e
Rimbaud que nas peças didá�cas de Brecht.
(Herbert Marcuse. A dimensão esté�ca, s/d.)
 
Segundo o filósofo, a dimensão esté�ca da obra de arte
caracteriza-se por 
a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter
conservador da ordem burguesa. 
b) comprometer-se com as necessidades de
entretenimento dos consumidores culturais. 
c) estabelecer uma relação de independência frente à
conjuntura polí�ca imediata. 
d) subordinar-se aos impera�vos polí�cos e materiais de
transformação da sociedade. 
e) contemplar as aspirações polí�cas das populações
economicamente excluídas. 
FIL0537 - (Unesp)
As certezas do homem comum, as verdades comuns da
experiência co�diana, os filósofos vivem-nas, por certo, e
não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto
filósofos, não as assumem. Nesse sen�do em que as
desqualificam, pode-se dizer que as recusam.
Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas
em nome da racionalidade que postulam para a filosofia.
Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer
“metodologicamente” a visão comum do Mundo,
recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico.
Não podendo furtar-se, enquanto homens, à experiência
do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo
não é, para eles, o universo reconhecido de seus
discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades
co�dianas, o bom senso, o senso comum, instauram de
fato o dualismo do prá�co e do teórico, da vida e da
razão filosófica. Instauram, consciente e
propositadamente, o divórcio entre o homem comum
que são e o filósofo que querem ser.
(Oswaldo Porchat Pereira. Rumo ao ce�cismo, 2007.
Adaptado.)
 
O “divórcio” entre o homem comum e o filósofo, segundo
o autor, ocorre em função da 
a) negação do homem comum em entender a
realidade. 
b) restrição do saber comum no fazer filosófico. 
c) diferença de mundos que buscam compreender. 
d) falta de correspondência factual do saber comum. 
e) proposição de respostas necessariamente
divergentes. 
FIL0379 - (Ufsj)
Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fundamental
entender a crí�ca que ele faz à meta�sica. Nesse sen�do,
é CORRETO afirmar que essa crí�ca 
a) tem o sen�do, na tradição filosófica, de
contentamento, plenitude. 
b) é a inauguração de uma nova forma de pensar sem
meta�sica através do método genealógico. 
c) é o discernimento proposto por Nietzsche para levar à
supressão da tendência que o homem tem à
individualidade radical. 
d) pressupõe que nenhum homem, de posse de sua
razão, tem como conceber uma meta�sica qualquer,
que não tenha recebido a chancela da observação. 
FIL0466 - (Uenp)
Na história da filosofia, ao longo de mais de dois
milênios, “verdade” é palavra-chave para as reflexões
meta�sicas ou gnosiológicas. Sobre o conceito de
verdade, julgue as afirma�vas abaixo. 
 
I. O idealismo tende à verdade imanente, ao fechamento
num sistema, ao conhecimento não intencional. 
II. O pragma�smo, par�ndo da verdade de que o
conhecimento deva servir à vida e favorecer as
finalidades prá�cas, inverte a relação, e faz com que a
verdade deva ser reduzida a promover a prá�ca da vida. 
III. A verdade na contemporaneidade é, de acordo com
filósofos como Foucault, produzida como acontecimento
num espaço e num tempo específicos. 
50@professorferretto @prof_ferretto
 
Assinale a alterna�va que apresenta apenas a(s)
afirma�va(s) verdadeira(s). 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) Todas. 
e) Nenhuma. 
FIL0423 - (Uel)
Observe a figura e leia o texto a seguir.
 
 
A crise da razão se manifesta na crise do indivíduo, por
meio da qual se desenvolveu. A ilusão acalentada pela
filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão – a
ilusão da sua eternidade – está se dissipando. O indivíduo
outrora concebia a razão como um instrumento do eu,
exclusivamente. Hoje, ele experimenta o reverso dessa
autodeificação.
(HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. São Paulo: Centauro,
2000, p.131.)
 
Com base na figura e nos conhecimentos sobre a crise da
razão e do indivíduo na contemporaneidade, em
Horkheimer, considere as afirma�vas a seguir.
 
I. A crise do indivíduo implica na sua fragmentação:
embora ele ainda se represente, a imagem que possui de
si é incompleta, parcial.
II. A crise do indivíduo resulta de uma incompreensão:
ignorar que ele é uma par�cularidade ordenada
(microcosmo) inserida numa totalidade ordenada
(macrocosmo).
III. O indivíduo, que é unitário, apreende a si mesmo e ao
mundo plenamente, faltando-lhe, porém, os meios
adequados para comunicar tal conhecimento.
IV. O desenvolvimento das ciências humanas levou a uma
recusa da ideia universal de homem: nega-se à razão o
poder de fundamentar absolutamente o conhecimento
sobre o indivíduo.
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
FIL0383 - (Ufsj)
O que mo�vou a crí�ca de Nietzsche à cultura ocidental a
par�r de Sócrates foi 
a) a a�tude niilista de Sócrates de recusar a vida e optar
por ingerir a letal dose de cicuta. 
b) a busca e aferiçãoda verdade por meio de um método
que Sócrates denominou de maiêu�ca. 
c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da
filosofia anterior, pré-socrá�ca. 
d) a total falta de vinculação da filosofia socrá�ca aos
preceitos básicos de uma lógica possível, o que o
tornava obscuro. 
FIL0396 - (Ufu)
Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito 
a) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio
meta�sico regulador. 
b) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da
totalidade no seio do que é. 
c) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo
poder nadificador que o cons�tui. 
d) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se
pode realizar, não se pode afirmar, porque está cheio,
completo. 
FIL0390 - (Ufu)
Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea,
do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889-
1980).
 
"O essencial é a con�ngência. O que quero dizer é que,
por definição, a existência não é a necessidade. Exis�r é
51@professorferretto @prof_ferretto
simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam
que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los.
Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que
tentaram superar essa con�ngência inventando um ser
necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser
necessário pode explicar a existência: a con�ngência não
é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o
absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita."
SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por:
MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de
Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
 
Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma
referência ao existencialismo sartriano que se apresenta
como 
a) recusa da noção de que tudo é con�ngente. 
b) fundamentado no conceito de angús�a, que deriva da
consciência de que tudo é con�ngente. 
c) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admi�r a
existência de um ser necessário para aplacar o
sen�mento de angús�a. 
d) crí�ca à meta�sica essencialista. 
FIL0416 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
O programa do esclarecimento era o desencantamento
do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e subs�tuir a
imaginação pelo saber. [..] O mito converte-se em
esclarecimento, e a natureza em mera obje�vidade. O
preço que os homens pagam pelo aumento de poder é a
alienação daquilo sobre o que exercem o poder. [...]
Quanto mais a maquinaria do pensamento subjuga o que
existe, tanto mais cegamente ela se contenta com essa
reprodução. Desse modo, o esclarecimento regride à
mitologia da qual jamais soube escapar.
ADORNO & HORKHEIMER. Dialé�ca do
esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido
Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
p.17; 21; 34.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crí�ca à
racionalidade instrumental e a relação entre mito e
esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a
alterna�va correta.
a) O mito revela uma cons�tuição irracional, na medida
em que lhe é impossível apresentar uma explicação
convincente sobre o seu modo próprio de ser. 
b) A regressão do esclarecimento à mitologia revela um
processo estratégico da razão, com o obje�vo de
ampliar e intensificar seus poderes explica�vos. 
c) A explicação da natureza, instaurada pela
racionalidade instrumental, pressupõe uma
compreensão holís�ca, em que as partes são
incorporadas, na sua especificidade, ao todo. 
d) O esclarecimento implica a libertação humana da
submissão à natureza, atestada pelo poder racional de
diagnos�car, prever e corrigir as limitações naturais. 
e) O esclarecimento se caracteriza por uma explicação
baseada no cálculo, do que resulta uma compreensão
da natureza como algo a ser conhecido e dominado.
FIL0398 - (Ufsj)
Na obra “O existencialismo é um humanismo”, Jean-Paul
Sartre intenta 
a) desenvolver a ideia de que o existencialismo é
definido pela livre escolha e valores inventados pelo
sujeito a par�r dos quais ele exerce a sua natureza
humana essencial. 
b) mostrar o significado é�co do existencialismo. 
c) cri�car toda a discriminação imposta pelo cris�anismo,
através do discurso, à condição de ser inexorável,
caracterís�ca natural dos homens. 
d) delinear os aspectos da sensação e da imaginação
humanas que só se fortalecem a par�r do exercício da
liberdade. 
FIL0643 - (Uece)
Nietzsche diz que “o mundo só se jus�fica como
fenômeno esté�co”, sensível, e apresenta isso em uma
teoria da tragédia (par�cularmente, a grega) como
encontro e rivalidade entre duas potências sensíveis da
natureza, os impulsos dionisíaco e apolíneo. Então, é
correto dizer que, para Nietzsche,
52@professorferretto @prof_ferretto
a) o mundo é sensível, fenomênico, e a arte é uma
aparência sensível que confirma uma realidade
igualmente sensível, fenomênica.
b) os impulsos dionisíaco e apolíneo são forças
espirituais que se manifestam na arte, que é a
aparência sensível do suprassensível.
c) a tragédia, a arte, é a percepção sensível dos corpos
animados e inanimados, como se encontram, nas
ciências, a biologia e a �sica.
d) ao mostrar o des�no dos heróis, a tragédia mostra que
eles, ao se submeterem às forças da natureza, pecam,
têm culpa e pagam por ela.
FIL0645 - (Uece)
Atente para o que o filósofo Walter Benjamin diz a
respeito de captação e reprodução de imagens:
 
“A reprodução das massas ocorre juntamente com a
reprodução em massa dos objetos visuais. Nos grandes
desfiles fes�vos, nos comícios gigantescos, nos eventos
de massa espor�vos e na guerra, que hoje são captados
pela câmera, a massa se vê em face de si mesma. Esse
processo está estreitamente relacionado com o
desenvolvimento das técnicas de captação e reprodução
das imagens (como a fotografia, o filme etc.)”.
BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua
reprodu�bilidade técnica. Trad. bras. Francisco de
Ambrosis Pinheiro Machado. Porto Alegre: Zouk, 2012. –
Adaptado.
 
Considerando o que Walter Benjamin explica acerca da
existência e do uso disseminado de meios de captação e
reprodução de imagens, assinale a afirmação verdadeira.
a) Por causa dos meios de captação e reprodução de
imagens, há maior divulgação dos eventos de massa,
como os desfiles fes�vos, os comícios gigantescos, os
eventos espor�vos etc. 
b) A massificação se relaciona a reprodução de imagens
que condiciona uma nova forma de sensibilidade
afeita ao que é igual e repe��vo, não ao único. 
c) Através desses aparelhos de captação e registro de
imagens, há fotografias, filmes, vídeos etc. mostrando
as massas olhando para si mesmas. 
d) O desenvolvimento dos meios de captação e
reprodução de imagens é impulsionado pelos grandes
eventos de massa, devido à propaganda comercial que
aumenta seu consumo. 
FIL0648 - (Uece)
Atente para o seguinte enunciado do líder indígena,
ambientalista, filósofo e escritor brasileiro Ailton Krenak:
 
“Temos que encher a barriga da cidade, a cidade precisa
[das hidrelétricas] de Belo Monte, de Itacaraí. A cidade
precisa de energia eólica, a cidade precisa de energia
metabólica, a cidade precisa de comida. A cidade é um
monstro insaciável do qual os humanos enchem a pança.
Na sua borda, no seu entorno, no seu perímetro, na sua
periferia estão os lugares onde o trabalho é imenso, onde
se localiza a produção de energia, de suprimentos, de
roupas, de comida, de equipamentos e acessórios para
essa cidade encher a pança. [...] O horizonte da vida em
cidade é o colapso.”
KRENAK, A. Saiam desse pesadelo de concreto! In:
MOULIN, G. et al. Habitar o antropoceno. Belo Horizonte:
BDMG Cultural / Cosmópolis, 2022. – Adaptado.
 
Considerando o problema para o qual Ailton Krenak quer
chamar atenção no enunciado acima, assinale a
proposição verdadeira.
a) Se a atual forma de vida social con�nuar, os bens
naturais se esgotarão. 
b) A vida conjunta dos homens em comunidade destrói a
natureza. 
c) Precisa-se renunciar a toda relação de dependência no
que diz respeito à natureza. 
d) É inevitável o colapso das cidadesmodernas por
causas naturais. 
FIL0658 - (Uece)
Durante os séculos XVII e XVIII, na Europa, se cons�tuiu
um �po de poder e controle social que o filósofo francês
Michel Foucault (1926-1984) chama de “poder
disciplinar”. Ele assim o descreve.
 
“Esses métodos que permitem o controle minucioso das
operações do corpo, que realizam a sujeição constante de
suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-
u�lidade, são o que podemos chamar as ‘disciplinas’.
Muitos processos disciplinares exis�am há muito tempo
[...]. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos
séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. [...] A
disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados,
corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as forças do corpo
(em termos econômicos de u�lidade) e diminui essas
mesmas forças (em termos polí�cos de obediência).”
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência
nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 126-127.
 
Segundo essa passagem, é correto afirmar que as
disciplinas
53@professorferretto @prof_ferretto
a) são disposi�vos de dominação voltados só à
submissão e ao enfraquecimento. 
b) não dominam, mas fazem os indivíduos mais fortes,
capazes e úteis. 
c) potencializam sujeitos para o trabalho e os assujeitam
poli�camente. 
d) formam sujeitos livres de necessidades econômicas e
coerção polí�ca. 
FIL0663 - (Uece)
O legislador, estratego e poeta Sólon (século VI a.C.) foi o
primeiro grande reformador democrá�co de Atenas. No
fragmento a seguir, pode-se observar a cisão que Sólon
estabelece entre a pólis e a monarquia. Leia-o com
atenção.
 
[...] por homens potentes a cidade perece, e do monarca
o povo, por ignorância, na escravidão cai. Mui alçado,
não é fácil depois trazê-lo ao chão [...]
(SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael.
Elegia grega arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema,
2021).
 
Com base no texto, analise as asser�vas a seguir e
marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
 
(__) A pólis se sustenta na ignorância do povo.
(__) O poder de um só produz a ignorância.
(__) A ignorância causa a escravidão do povo.
(__) A pólis não pode apoiar-se na ignorância.
 
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) F, F, V, V. 
b) V, F, F, V. 
c) V, F, F, F. 
d) F, V, V, V. 
FIL0669 - (Uece)
“A pandemia em si é a expressão da guerra contra a
natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a
esfera humana porque estamos invadindo a natureza,
mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas...
Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está
com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso,
sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de
fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão
inconsequente que é construído sobre essa disposição de
sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim,
desde o tráfico de escravos no Atlân�co até a crise
climá�ca contra a natureza”.
KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi.
Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma
conversa em tempos de pandemia. –1ª ed. São Paulo:
Boitempo, 2020, p. 9.
 
Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi
Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência
climá�ca, ligando esses fenômenos à economia nos
seguintes termos:
a) Embora não subme�do à economia, o homem sofre as
consequências da dominação econômica sobre a
natureza. 
b) São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre
os homens, pois só a primeira é movida pela busca do
lucro. 
c) Não é correto falar em dominação da economia sobre
a natureza, pois a dominação econômica é sobre
homens. 
d) A economia voltada para o lucro submete a si tanto os
homens, explorando-os, quanto a natureza,
danificando-a. 
FIL0670 - (Uece)
“As diferenças biológicas que existem entre os membros
de diversos grupos étnicos não afetam de maneira
nenhuma a organização polí�ca ou social, a vida moral ou
as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a
é�ca da fraternidade universal; elas estão dizendo que o
homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se
este ins�nto não encontra em que se sa�sfazer,
indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O
homem é por natureza um ser social, que só chega ao
pleno desenvolvimento de sua personalidade se
relacionando com os seus semelhantes”.
MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de
dominação. Princípios: Revista Teórica, Polí�ca e de
Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3.
 
Com base no texto anterior, podemos concluir que, para
o filósofo brasileiro Clóvis Moura,
a) as desigualdades sociais, polí�cas e econômicas são
produtos das diferenças biológicas. 
b) a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais
entre os grupos humanos. 
c) a diversidade étnica é natural à humanidade, que
tende naturalmente à cooperação. 
d) a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a
indivíduos biologicamente iguais. 
FIL0671 - (Uece)
54@professorferretto @prof_ferretto
“A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs
globalmente às sociedades. Se os sistemas polí�cos dos
Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda
metade do século XX, para controlar suas Forças
Armadas, para pô-las sob o domínio da polí�ca civil (e
democrá�ca), o aumento exponencial das forças policiais
tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de
risco para a ordem democrá�ca.”
NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de
2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p.
226-227 (Texto adaptado).
 
Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é
correto afirmar que
a) a con�nuidade da guerra às drogas é valor essencial
para sustentar as democracias modernas, em todo o
mundo. 
b) o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas
produz uma instabilidade que ameaça a própria
democracia. 
c) as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de
procedimentos para limitar seu poder e consolidar a
democracia. 
d) o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o
sistema democrá�co vigente e com as liberdades
individuais. 
FIL0672 - (Uece)
“É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na
própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’,
abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de
emprés�mo da ideologia do liberalismo econômico,
certamente não é um mercado capitalista, pois
precisamente o papel do Estado no capitalismo é
‘ins�tucionalizar’ as regras do jogo”.
OLIVEIRA, Francisco de. Crí�ca da razão dualista. São
Paulo: Boitempo, 2003, p. 37.
 
O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto
anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o
Estado
a) é uma ins�tuição burocrá�ca, acima dos interesses
econômicos de classe. 
b) tem uma função econômica no mercado, em favor da
acumulação de capital. 
c) antecede o mercado, de modo que cria sozinho as
relações econômicas. 
d) é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas
a função norma�va. 
FIL0682 - (Ufpr)
Pintar um rosto como “objeto” não é despojá-lo do que
“traz pensado”. “Acho que o pintor o interpreta”, diz
Cézanne, “o pintor não é imbecil”. Mas esta interpretação
não deve ser pensada separadamente da visão. “[Ao]
pintar todos os pequenos azuis e todos os pequenos
marrons, [ele faz] olhar como ele olha ... Ao diabo se
duvidarem como, casando um verde ma�zado com um
vermelho, entristece-se uma boca ou faz-se sorrir uma
face.”
(MERLEAU-PONTY, Maurice. A dúvida de Cézanne. São
Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 118. Coleção Os
Pensadores.)
 
De acordo com essa passagem e com o ensaio de que foi
re�rada, é correto afirmar que cabe ao pintor:
a) reproduzir os objetos tais como realmente são. 
b) refle�r na pintura seu estado psicológico. 
c) usar arbitrariamente as cores com as quais compõe os
objetos. 
d) representar os objetos segundo regras estabelecidas
de composição.
e) reproduzir os objetos tal como os vê.
FIL0684 - (Ufpr)
[As] experiências comuns resultantes do lugar social que
ocupam impedem que a população negra acesse certos
espaços. […] Quandofalamos de direito à existência
digna, à voz, estamos falando de locus [lugar] social, de
como este lugar imposto dificulta a possibilidade de
transcendência. Absolutamente não tem a ver com uma
visão essencialista de que somente o negro pode falar de
racismo, por exemplo.
(RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte:
Editora Letramento, 2017. p. 64.)
 
De acordo com a passagem acima e com a obra de que
foi re�rada, locus social é o lugar:
a) escolhido voluntariamente por um determinado grupo
social como seu lugar de fala. 
b) que define quem tem o direito de falar sobre
determinados assuntos. 
c) que determina a essência de cada grupo social. 
d) em que se abrem ou se restringem oportunidades a
determinados grupos sociais.
e) que assegura a todo grupo social uma existência
digna.
FIL0689 - (Ufu)
A ação, única a�vidade que se exerce diretamente entre
os seres humanos sem a mediação das coisas,
corresponde ao fato de que seres humanos, e não o Ser
55@professorferretto @prof_ferretto
Humano, vivem na terra e habitam o mundo, [...] somos
todos os mesmos, isto é, humanos, mas de tal maneira
que ninguém nunca é igual a ninguém que já tenha
exis�do, existe ou venha a exis�r [...].
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2007. p. 15.
 
Nesse trecho, a filósofa está descrevendo a condição
humana que corresponde à ação, a qual ela chama de
a) vida.
b) pluralidade.
c) mundanidade.
d) singularidade.
FIL0692 - (Ufu)
Especismo é a opinião que humanos �picamente têm. É
uma a�tude de preconceito ou de pré-julgamento contra
seres que não são membros de sua espécie, e há uma
tendência a ignorá-los ou a não se interessar por eles.
Obviamente o termo foi cunhado para fazer um paralelo
com sexismo e racismo. Em todos os casos, existe sempre
um grupo especial que se autoin�tula possuidor de um
status especial e discrimina quem não é desse grupo. Diz
também que temos direito de explorar e de usar quem é
de fora porque eles não têm o status moral ou os valores
morais que nós temos. Isso é comum com o racismo e
com o sexismo.
SINGER, Peter. entrevista concedida à Ana Carolina da
Costa e Fonseca, no site Fronteiras do Pensamento.
Disponível em:
. Acesso em: 13 set.
2022. (Adaptado)
 
Assinale a alterna�va cuja afirmação NÃO está de acordo
com a noção de especismo, tal como definida pelo
filósofo Peter Singer:
a) Especismo é a tendência dos seres humanos em
ignorar os outros animais. 
b) Especismo é uma a�tude que tem algo em comum
com o racismo e com a discriminação sexual. 
c) Especismo é uma sensação de superioridade moral da
espécie humana em relação a outros animais. 
d) Especismo é a consideração de que todas as espécies
de animais são iguais.
FIL0694 - (Enem PPL)
Uma criança com deficiência mental deve ser man�da
em casa ou mandada a uma ins�tuição? Um parente
mais velho que costuma causar problemas deve ser
cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um
casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das
crianças?
MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp,
2013.
 
Os ques�onamentos apresentados no texto possuem
uma relevância filosófica à medida que problema�zam
conflitos que estão nos domínios da
a) polí�ca e da esfera pública.
b) teologia e dos valores religiosos.
c) lógica e da validade dos raciocínios.
d) é�ca e dos padrões de comportamento.
e) epistemologia e dos limites do conhecimento.
FIL0696 - (Enem PPL)
Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se com
a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os
pensamentos de contrabando que viajam na mala de
outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de
carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um
modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de
transitarmos para lógicas de outros seres, de nos
descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da
vida nem o topo da evolução.
COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009
(adaptado).
 
No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da
epistemologia cien�fica, caracterizada pela
a) implementação de uma viragem linguís�ca com base
no formalismo.
b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base
no rela�vismo.
c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base
no an�academicismo.
d) definição de uma metodologia transversal com base
em um panorama cé�co.
e) compreensão da realidade com base em uma
perspec�va não antropocêntrica.
FIL0697 - (Enem PPL)
A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um
conceito completamente novo para o filósofo que não
cochila em pé. A velha questão do próprio homem
con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas
em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao
que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e
confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que
a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles
resiste à análise.
56@professorferretto @prof_ferretto
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação
Liberdade, 2004.
 
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental
do pensamento filosófico contemporâneo:
a) Crise do sujeito. 
b) Rela�vismo é�co. 
c) Virada linguís�ca. 
d) Teoria da referência.
e) Crí�ca à tecnociência.
FIL0698 - (Enem PPL)
Tu é um termo que não figura muito bem nos
desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca
e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos
revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao
feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um
código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca
dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um
aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o
eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo.
CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar
a si mesmo.
Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado).
 
Um dos principais problemas morais da
contemporaneidade, conforme mencionado no texto,
reside na dificuldade em
a) construir o diálogo cole�vo. 
b) demarcar a presença do ego. 
c) viabilizar a afe�vidade pessoal. 
d) reconhecer a alteridade singular.
e) ultrapassar a experiência intersubje�va.
FIL0701 - (Enem PPL)
Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito
segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina
par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de
pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar
sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso
também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato
existencial, que faz do homem um ente que pergunta,
duvida, teme e age para dominar o futuro.
ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São
Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado).
 
De acordo com a corrente de pensamento do século XX
da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é
o(a)
a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades.
b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras.
c) lógica, suas inferências e estudos de validade.
d) imaginação, seus objetos e contribuições.
e) conhecimento, sua natureza e condições.
FIL0702 - (Enem PPL)
Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na
cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e
morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto
saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria
e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava
afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres
humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre;
salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista.
Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal,
exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres,
revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no
mundo, ninguém, jamais, a�rou quanto ele tão bem —
no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava
nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente
especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os
gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como
uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o
vieram chamar, que o homenzinho o procurava.
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro:J. Olympio,
1967.
 
Os procedimentos de construção conferem originalidade
ao es�lo do autor e produzem, no fragmento, efeito de
sen�do apoiado na
a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida. 
b) tensão progressiva ante a chegada do estranho. 
c) nota irônica do perfil intelectual do personagem. 
d) curiosidade natural despertada pelo anonimato.
e) erudição su�l da alusão ao pensamento grego.
FIL0707 - (Unesp)
O homem que não tem a menor noção da filosofia
caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados
do senso comum, das crenças habituais da sua época e
do seu país, e das convicções que cresceram na sua
mente sem a cooperação ou o consen�mento deliberado
de sua razão. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se
finito, definido, óbvio. Ao contrário, quando começamos
a filosofar, imediatamente nos damos conta de que
mesmo as coisas mais vulgares levantam problemas para
os quais só podemos dar respostas muito incompletas. A
filosofia livra-nos da �rania do hábito.
(Bertrand Russell. Os problemas da filosofia, 1972.
Adaptado.)
57@professorferretto @prof_ferretto
 
De acordo com o filósofo Bertrand Russell nesse excerto,
o enfrentamento da “�rania do hábito” pela filosofia
contribui para
a) o descarte dos fundamentos da cosmogonia. 
b) o estabelecimento do ce�cismo absoluto. 
c) a rejeição dos saberes tradicionais. 
d) a expansão das bases do conhecimento.
e) a reprodução do discurso cien�fico.
FIL0708 - (Unesp)
A necessária redução do tempo é melhor alcançada se os
consumidores não puderem prestar atenção ou
concentrar o desejo por muito tempo em qualquer
objeto; isto é, se forem impacientes, impetuosos,
indóceis e, acima de tudo, facilmente ins�gáveis e
também se facilmente perderem o interesse. […] A
relação tradicional entre necessidades e sua sa�sfação é
rever�da: a promessa e a esperança de sa�sfação
precedem a necessidade que se promete sa�sfazer e
serão sempre mais intensas e atraentes que as
necessidades efe�vas.
(Zygmunt Bauman. Globalização, 2021.)
 
A argumentação apresentada no excerto sobre o tempo
do consumo expressa ações caracterís�cas
a) dos Estados e das empresas transnacionais,
organizações interessadas em acordos supranacionais
pró-economia. 
b) da publicidade e do marke�ng, estratégias
corpora�vas que influenciam a nossa organização
social. 
c) das ins�tuições financeiras e das ONGs, agentes
corpora�vos pautados pela socialização de capitais. 
d) da didá�ca e da neurociência, elementos empregados
pelas empresas para criação de novos produtos.
e) da ciência e da tecnologia, campos de estudo
dedicados à erradicação das diferenças
socioeconômicas.
FIL0709 - (Unesp)
Leia o trecho da canção “O resto do mundo”, de Gabriel
O Pensador.
 
Eu tô com fome tenho que me alimentar
Eu posso não ter nome, mas o estômago tá lá
Por isso eu tenho que ser cara de pau
Ou eu peço dinheiro ou fico aqui passando mal
Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a
necessidade é maior do que a moral.
(Gabriel O Pensador, 2000.)
 
No trecho, a fome tem como consequência é�ca a
a) anulação da subje�vidade.
b) desobediência ao código civil. 
c) afirmação dos princípios morais. 
d) proibição do convívio em sociedade.
e) superação da invisibilidade social.
FIL0711 - (Unesp)
Texto 1
 
Texto 2
A concepção de real e virtual pensados como um
con�nuo se vê reforçada pela percepção de que um
registro afeta o outro. Tal ideia é sustentada por autores
que concebem a internet como uma ferramenta para
veicular as subje�vidades de nossa época, mas não só.
[…] Segundo Viganò, “o advento da internet contribui
potencialmente para fazer da assim dita realidade virtual
um elemento cons�tu�vo da realidade social.
(Flávia Hasky e Isabel Fortes. “Desconstruindo
polarizações acerca da internet: entrelaçamentos entre
os universos on-line e off-line”.Psicologia em Pesquisa,
2022.)
 
O contraste entre esses textos permite retomar, na
atualidade, uma clássica questão filosófica, “o que é
real?”, pois a
58@professorferretto @prof_ferretto
a) análise das relações virtuais ocorre dissociada das
relações presenciais. 
b) ação individual segue inalterada ao longo do tempo. 
c) invenção de novas tecnologias reformula o conceito de
realidade. 
d) disponibilidade de conexão à internet amplia o
conhecimento humano.
e) criação de mídias digitais es�mula a imaginação.
FIL0712 - (Unesp)
O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter
experiências dis�ntas e outras perspec�vas. A teoria do
ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar
uma visão universal de mulher e de negritude, e outras
iden�dades, assim como faz com que homens brancos,
que se pensam universais, se racializem, entendam o que
significa ser branco como metáfora do poder.
(Djamila Ribeiro. O que é: lugar de fala?, 2017.
Adaptado.)
 
O excerto aborda um conceito que propõe uma nova
perspec�va de análise filosófica, sobretudo em relação
a) ao estabelecimento de uma é�ca pluralista. 
b) à recusa de ins�tuições polí�cas. 
c) ao reconhecimento de um eurocentrismo epistêmico.
 
d) à negação de hierarquias sociais.
e) à reconstrução de discursos representa�vos.
FIL0713 - (Unesp)
A ciência avançou tanto que as pessoas acham que não
precisam mais morrer. Con�nuamos usando todos os
ar��cios da tecnologia, da ciência, para endossar a
fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo
vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e
todo mundo vai morrer mais tarde. Isso é uma
falsificação da vida. A ciência e a tecnologia acham que a
humanidade não só pode incidir impunemente sobre o
planeta como será a úl�ma espécie sobrevivente e a
única a decolar daqui quando tudo for pelo ralo.
(Ailton Krenak. A vida não é ú�l, 2020. Adaptado.)
 
A situação cri�cada pelo filósofo e líder indígena Ailton
Krenak é fruto de uma visão de mundo decorrente do
pensamento moderno, qual seja,
a) o mecanicismo cartesiano. 
b) o idealismo hegeliano. 
c) o transcendentalismo kan�ano. 
d) o jusnaturalismo lockiano.
e) o existencialismo sartriano.
FIL0714 - (Unesp)
Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson,
professor de estudos afro-americanos na Universidade da
Califórnia.
 
— O que é o afropessimismo?
— É uma lente de interpretação ou uma forma de teoria
crí�ca. A maioria dos estudos raciais faz uma intervenção
que eu chamo de reformista, que é dizer: como as
pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas
melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas.
Mas, como um filósofo, um teórico crí�co, não é nisso
que emprego minha energia. Minha energia está baseada
no trabalho do psiquiatra mar�nicano Frantz Fanon
(1925-1961) e diz que, não importa aonde você vá, a
negritude gera uma ansiedade para todos. Essa
ansiedade é performada e negociada, e vai ser diferente
em Nova Iorque e em Havana. Nós sugerimos que a
escravidão é uma dinâmica racial que não terminou. Não
importa o que digam no discurso consciente, no
inconsciente o corpo negro não é considerado um ser
humano, mas um recurso para as pessoas.
(Ana Luiza Albuquerque. “Negros não são vistos como
humanos, mas objetos, diz autor de ‘Afropessimismo’”.
www.folha.uol.com.br, 20.06.2021. Adaptado.)
 
Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado
por Wilderson, expressa a
a) relevância dos estudos cogni�vos. 
b) dificuldade de ascensão econômica. 
c) retomada da tradição clássica. 
d) expansão das relações globais.
e) realização de renovação social.
FIL0716 - (Enem)
A economia das ilegalidades se reestruturou com o
desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade
dos bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão
que corresponde a uma oposição de classes, pois, de um
lado, a ilegalidade mais acessível às classes populares
será a dos bens – transferência violenta das
propriedades; de outro, à burguesia, então, se reservará
a ilegalidade dos direitos: a possibilidade de desviar seus
próprios regulamentos e suas próprias leis; e essa grande
redistribuição das ilegalidades se traduzirá até por uma
59@professorferrettoseres humanos.
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense,
1995.
 
Associados a contextos históricos dis�ntos, os
fragmentos convergem para uma par�cularidade do ser
humano, caracterizada por uma condição naturalmente
propensa à 
a) a�vidade contempla�va. 
b) produção econômica. 
c) ar�culação cole�va. 
d) criação ar�s�ca. 
e) crença religiosa. 
FIL0471 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
[...] não exigirei que um sistema cien�fico seja susce�vel
de ser dado como válido, de uma vez por todas, em
sen�do posi�vo; exigirei, porém, que sua forma lógica
seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso
a provas empíricas em sen�do nega�vo [...].
(POPPER, K. A lógica da pesquisa cien�fica. Trad. L.
Hegenberg e O. S. da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p.
42.)
 
Assinale a alterna�va que corresponde ao critério de
avaliação das teorias cien�ficas empregado por Popper. 
a) Falseabilidade 
b) Organicidade 
c) Confiabilidade 
d) Diale�cidade 
e) Diferenciabilidade 
FIL0409 - (Enem)
Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória
da democracia de pioneiros e empresários, que
tampouco desenvolvera uma fineza de sen�do para os
desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se
diver�r, do mesmo modo que, desde a neutralização
histórica da religião, são livres para entrar em qualquer
uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da
ideologia, que reflete sempre a coerção econômica,
revela-se em todos os setores como a liberdade de
escolher o que é sempre a mesma coisa.
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro:
Zahar, 1985.
 
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo
com a análise do texto, é um(a) 
a) legado social. 
b) patrimônio polí�co. 
c) produto da moralidade. 
d) conquista da humanidade. 
e) ilusão da contemporaneidade. 
FIL0387 - (Ufsj)
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como 
a) argumento construído com a clara intenção de
fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores
e da moral cristã. 
b) instrumentometafórico de destruição de todos
os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas
as convenções e valores transcendentais
fundamentados na moral e na religião cristã, bem
como na filosofia meta�sicasocrá�co-platônica. 
c) uma normalização para todo e qualquer embate moral
e sistemá�co no âmbito das relações do Homem com
o mundo no qual ele está inserido. 
d) uma afirmação da derrogação do universo racional e
religioso no qual estava mergulhada a natureza
humana do século XVIII. 
FIL0425 - (Ufpa)
“Originalmente concebida e acionada para emancipar os
homens, a moderna ciência está hoje a serviço do capital,
contribuindo para a manutenção das relações de classe.
A ciência e a técnica nas mãos dos poderosos [...]
controlam a vida dos homens, subjuga-os ao interesse do
capital. A produção de bens segue uma lógica técnica, e
não à lógica das necessidades reais dos homens.”
FREITAG, B. A teoria Crí�ca ontem e hoje, São Paulo:
Brasiliense, 1986, p.94.
 
A autora nos apresenta a visão da Escola de Frankfurt
acerca do papel desempenhado pela ciência e pela
tecnologia na moderna economia capitalista. Sobre este
papel, considere as afirma�vas abaixo:
 
I. A ciência e a técnica, além de serem forças produ�vas,
funcionam como ideologias para legi�mar o sistema
capitalista.
II. Nas mãos do poder econômico e polí�co, a tecnologia
e a ciência são empregadas para impedir que as pessoas
tomem consciência de suas condições de desigualdade.
5@professorferretto @prof_ferretto
III. A dimensão emancipadora e crí�ca da racionalidade
moderna foi valorizada na economia capitalista, pois
muitas das reivindicações dos trabalhadores foram
atendidas a par�r do advento da tecnologia.
IV. Na economia capitalista, produz-se com eficácia o que
dá lucro e não aquilo que os homens necessitam e
gostariam de ter ou usar.
 
Estão corretas as afirma�vas: 
a) I e III 
b) II e III 
c) III e IV 
d) I, II e IV 
e) II, III e IV 
FIL0571 - (Uece)
Em janeiro de 2022, dois jovens negros foram presos
acusados de roubo de um carro, acusação que depois se
demonstrou injusta. Em uma reportagem do G1, o pai
dos jovens, que conseguiu ajuda de vizinhos para provar
a inocência dos filhos, faz a seguinte reflexão:
“Em momento algum deram chances de defesa para os
meninos. Eu acho que todo homem tem o direito de
defesa, mas o sistema não dá o direito, principalmente da
gente que é negro”.
Disponível em: h�ps://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/no�cia/2022/04/02/pai-inves�ga-assalto-por-
conta-propria-e-irmaos-sao-soltos-apos-um-mes-
presos.ghtml. Acessado em 03/04/2022.
 
Com base no que afirma a Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948, o pai está reivindicando, em
sua fala, o direito à 
a) propriedade e à liberdade de usufruto de posses. 
b) família e à liberdade de opinião e expressão. 
c) presunção de inocência e à não discriminação. 
d) liberdade de reunião e de associação pacífica. 
FIL0372 - (Ufu)
Nietzsche escreveu: 
 
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “�tânico”
e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma
necessidade tal como o apolíneo! 
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e
pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007, p. 38. 
 
Assinale a alterna�va que descreve corretamente o
dionisíaco e o apolíneo. 
a) O dionisíaco é a personificação da razão grega; o
apolínio equivale ao poder mís�co do uno
primordial. 
b) O dionisíaco é o homem teórico que personifica a
sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas
forças demoníacas. 
c) O dionisíaco é o ins�nto, a embriaguez e a força vital; o
apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força
figura�va. 
d) O dionisíaco representa a força figura�va atuante na
arte; o apolíneo representa a música primordial não
obje�vada. 
FIL0455 - (Uel)
“[...] Somente ordenamentos polí�cos podem ter
legi�midade e perdê-la; somente eles têm necessidade
de legi�mação. [...] dado que o Estado toma a si a tarefa
de impedir a desintegração social por meio de decisões
obrigatórias, liga-se ao exercício do poder estatal a
intenção de conservar a sociedade em sua iden�dade
norma�vamente determinada em cada oportunidade
concreta. De resto, é esse o critério para mensurar a
legi�midade do poder estatal, o qual – se pretende durar
– deve ser reconhecido como legí�mo.” 
(HABERMAS, Jürgen. Para a reconstrução do
Materialismo Histórico. 2. ed. Trad. Carlos Nelson
Cou�nho. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 219-221.)
 
Com base no texto, é correto afirmar que a legi�midade
do Estado em Habermas:
a) É uma necessidade que se impõe por meio da vontade
do soberano, pois este é o único capaz de dispor de
garan�as sociais para todos. 
b) Reside na preservação da iden�dade da sociedade
como forma de assegurar a integração social. 
c) É uma exigência que, uma vez conquistada, adquire
perenidade sem se exaurir ao longo da história. 
d) É a�ngida pelo uso do poder econômico ou da força
bélica, elementos esses que podem se perder
facilmente. 
e) Conta de forma imprescindível com os parâmetros da
vontade divina no estabelecimento de valores
comumente vivenciados. 
FIL0394 - (Enem)
Ser ou não ser – eis a questão.
Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o
obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando �vermos escapado ao tumulto vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão
6@professorferretto @prof_ferretto
Que dá à desventura uma vida tão longa.
SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007.
 
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do
existencialismo ao enfa�zar a tensão entre 
a) consciência de si e angús�a humana. 
b) inevitabilidade do des�no e incerteza moral. 
c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. 
d) racionalidade argumenta�va e loucura iminente. 
e) dependência paterna e impossibilidade de ação.
FIL0472 - (Unicentro)
“(...) a ciência tem mais que um simples@prof_ferretto
especialização dos circuitos judiciários; para as
ilegalidades de bens – para o roubo – os tribunais
ordinários e os cas�gos; para as ilegalidades de direitos –
fraudes, evasões fiscais, operações comerciais irregulares
– jurisdições especiais com transações, acomodações,
multas atenuadas, etc.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão.
Petrópolis: Vozes, 1987.
O texto apresenta uma relação de cálculo polí�co-
econômico que caracteriza o poder puni�vo por meio da
a) gestão das ilicitudes pelo sistema judicial.
b) aplicação das sanções pelo modelo equânime.
c) supressão dos crimes pela penalização severa.
d) regulamentação dos privilégios pela jus�ça social.
e) repar�ção de vantagens pela hierarquização cultural.
FIL0718 - (Enem)
TEXTO I
Gerineldo dorme porque já está conformado com o seu
mundo. Porque já sabe tudo o que lhe pode acontecer
após haver subme�do todos os objetos que o rodeiam a
um minucioso inventário de possibilidades. Seu
apartamento, mais que um apartamento, é uma teoria de
sorte e de azar. Melhor que ninguém, Gerineldo conhece
o coeficiente da dilatação de suas janelas e mantém
marcado no termômetro, com uma linha vermelha, o
ponto em que se quebrarão os vidros, despedaçados em
es�lhaços de morte. Sabe que os arquitetos e os
engenheiros já previram tudo, menos o que nunca já
aconteceu.
MÁRQUEZ, G. G. O. O pessimista. In: Textos do Caribe. Rio
de Janeiro: Record. 1981.
TEXTO II
A situação é o sujeito inteiro (ele não é nada a não ser a
sua situação) e é também a coisa inteira (nunca há mais
nada senão as coisas). E o sujeito a elucidar as coisas pela
sua própria superação, se assim quisermos; ou são as
coisas a reenviar ao sujeito a imagem dele. É a total
fac�cidade, a con�ngência absoluta do mundo, do meu
nascimento, do meu lugar, do meu passado, dos meus
redores – e é a minha liberdade sem limites que faz com
que haja para mim uma fac�cidade.
SARTRE, J.-P. O ser e o nada: ensaio de ontologia
fenomenológica, Petrópolis: vozes. 1997 (adaptado).
A postura determinista adotada pelo personagem
Gerineldo contrasta com a ideia existencialista con�da no
pensamento filosófico de Sartre porque
a) evidencia a manifestação do inconsciente.
b) nega a possibilidade de transcendência.
c) contraria o conhecimento difuso.
d) sustenta a fugacidade da vida.
e) refuta a evolução biológica.
FIL0719 - (Enem)
Eu poderia concluir que a raiva é um pensamento, que
estar com raiva é pensar que alguém é detestável, e que
esse pensamento, como todos os outros – assim como
Descartes o mostrou –, não poderia residir em nenhum
fragmento de matéria. A raiva seria, portanto, espírito.
Porém, quando me volto para minha própria experiência
da raiva, devo confessar que ela não estava fora do meu
corpo, mas inexplicavelmente nele.
MERLEAU-PONTY, M. Quinta conversa: o homem visto de
fora.na parte São Paulo: Mar�ns Fontes. 1948
(adaptado).
No que se refere ao problema do corpo, a filosofia
cartesiana apresenta-se como contraponto ao
entendimento expresso no texto por
a) apresentar uma visão dualista.
b) confirmar uma tese naturalista.
c) demonstrar uma premissa realista.
d) sustentar um argumento idealista.
e) defender uma posição intencionalista.
FIL0720 - (Enem)
A diversão é o prolongamento do trabalho sob o
capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer
escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr
de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo
tempo, a mecanização a�ngiu um tal poderio sobre a
pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela
determina tão profundamente a fabricação das
mercadorias des�nadas à diversão que essa pessoa não
pode mais perceber outra coisa senão as cópias que
reproduzem o próprio processo de trabalho.
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do
esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar 1997.
No texto, o tempo livre é concebido como
a) consumo de produtos culturais e elaborados no
mesmo sistema produ�vo do capitalismo.
b) forma de realizar as diversas potencialidades da
natureza humana.
c) alterna�va para equilibrar tensões psicológicas do dia
a dia.
d) promoção da sa�sfação de necessidades ar�ficiais.
e) mecanismo de organização do ócio e do prazer.
60@professorferretto @prof_ferretto
FIL0722 - (Enem)
Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve
estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na
atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a
possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão
pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com
o preço destas reservas que a grandeza do perdão se
manifesta.
RICOEUR, P. O perdão pode curar. Disponível em:
www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out 2019.
A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra
fundamento na(s)
a) rejeição par�cular amparada pelo desejo de poder.
b) decisão subje�va determinada pela vontade divina.
c) liberdade mi�gada pela predes�nação do espírito.
d) escolhas humanas definidas pelo conhecimento
empírico.
e) relações interpessoais medidas pela autonomia dos
indivíduos.
FIL0723 - (Enem)
TEXTO I
Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem
mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do
cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada.
São Paulo: á�ca, 2014.
TEXTO II
A experiência de ver os filhos com fome na década de
1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por
uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu
trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que
�nha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o
auxílio que �nha, mas agora eu não fui contemplada. Às
vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus
filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer,
mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da
minha bebê.”
CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de
1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021.
Disponível em:
www.bbc.com. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado).
Considerando a realidade brasileira, os textos se
aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a)
a) recorrência da miséria.
b) planejamento da saúde.
c) superação da escassez.
d) constância da economia.
e) roman�zação da carência.
FIL0700 - (Enem PPL)
Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre
animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa
dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram
de séculos de violência de seres humanos brancos sobre
seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante
quanto outras disputas morais e sociais.
SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes,
2013.
 
O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante
corrente da é�ca contemporânea que se designa:
a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. 
b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. 
c) An�especismo – definição igualitária das espécies. 
d) Existencialismo – valorização crescente da
subje�vidade.
e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das
alteridades.
FIL0721 - (Enem)
 
A charge ilustra um anseio presente na sociedade
contemporânea, que se caracteriza pela
a) situação de revolta individual.
b) sa�sfação de desejos pessoais.
c) par�cipação em ações decisórias.
d) permanência em passividade social.
e) convivência em interesses par�dários.
FIL0732 - (Enem PPL)
Ao longo da história, os movimentos sociais são
produtores de novos valores e obje�vos, criando novas
normas para organizar a vida social. Os movimentos
sociais exercem o contrapoder construindo-se mediante
um processo de comunicação autônoma, livre do
controle dos que detêm o poder ins�tucional.
CASTELLS, M. Redes da indignação e esperança. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2013 (adaptado).
 
61@professorferretto @prof_ferretto
O contrapoder indicado no texto se expressa na
a) adoção de é�cas horizontais.
b) rejeição de dissidências morais.
c) negação de estratégias cole�vas.
d) promoção de descrenças axiológicas.
e) incorporação de convenções estatais.
FIL0733 - (Enem PPL)
A velha potência de morte em que se simbolizava o
poder soberanoé agora, cuidadosamente, recoberta pela
administração dos corpos. Aparecimento, também, nos
terrenos das prá�cas polí�cas e observações econômicas,
dos problemas de natalidade, longevidade, saúde
pública, habitação e migração.
FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de
saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 (adaptado).
 
O texto aponta para a emergência, a par�r de meados do
século XIX, de um novo �po de gestão da sociedade
ocidental, centrado na
a) ordenação calculista das vidas.
b) exposição ostensiva das punições.
c) distribuição igualitária das riquezas.
d) supressão estratégica das fronteiras.
e) espacialização controlada das classes.
FIL0735 - (Enem PPL)
O testemunho nunca é um relato exato do que
aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito
está sempre procedendo a uma reelaboração pela qual
memórias �das como nega�vas podem, consciente ou
inconscientemente, ser esquecidas. Em certos
momentos, simplesmente para seguir em frente, é
preciso esquecer.
VASCONCELOS, C. B. As análises da memória: balanço e
possibilidades. Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun. 2009
(adaptado).
 
O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de
memória ao iden�ficá-la como
a) cons�tuída de intuições do narrador.
b) dissociada do contexto de surgimento.
c) marcada pela sele�vidade das lembranças.
d) caracterizada pela uniformidade dos relatos.
e) resultado do compar�lhamento das vivências.
FIL0736 - (Enem PPL)
São Nicolau, bispo de Mira, viveu no século IV e ficou
conhecido como santo protetor das crianças. Na Idade
Média, no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau, em
Flandres, na Lorena e nos Países Baixos, um menino com
uma barba branca e fantasiado de bispo passeava
carregando presentes para as crianças. O nome holandês
do santo, Sinter Klass, foi importado para a América pelos
imigrantes, transformando-se em Santa Claus. Papai Noel
é o que restou de São Nicolau, ou melhor, o que restava
antes da transformação operada pela publicidade, que o
representou de calças vermelhas, e não mais com a
roupa longa “de bispo”.
FRUGONI, C. Invenções da Idade Média. Rio de Janeiro:
Zahar, 2007 (adaptado).
 
De acordo com o texto, na produção e circulação da
tradição cultural e religiosa descrita, são mobilizados
elementos de natureza
a) literária e é�ca. 
b) histórica e midiá�ca.
c) botânica e universal.
d) cien�fica e astrológica.
e) etnográfica e astronômica.
FIL0737 - (Enem PPL)
Pane no sistema
Alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não �nha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de ar�culação
Até achava que aqui ba�a um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que �nha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
 
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor.
PITTY. In: Admirável chip novo. Salvador: Deckdisk, 2003
(fragmento).
 
Inspirada no livro Admirável mundo novo, de Aldous
Huxley, a letra da canção cri�ca um modelo de sociedade
distópica caracterizada pela:
62@professorferretto @prof_ferretto
a) Dependência tecnológica e ausência de autonomia
individual.
b) Hipossuficiência econômica e influência do aparato
estatal.
c) Corrupção polí�ca e manipulação de campanhas
eleitorais.
d) Degradação ecológica e deterioração do meio
ambiente.
e) Mo�vação consumista e aquisição de bens supérfluos.
FIL0739 - (Enem PPL)
Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito
segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina
par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de
pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar
sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso
também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato
existencial, que faz do homem um ente que pergunta,
duvida, teme e age para dominar o futuro.
ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São
Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado).
 
De acordo com a corrente de pensamento do século XX
da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é
o(a)
a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades.
b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras.
c) lógica, suas inferências e estudos de validade.
d) imaginação, seus objetos e contribuições.
e) conhecimento, sua natureza e condições.
FIL0740 - (Enem PPL)
TEXTO I
A sociedade cul�va a violência, inculcando-a nos
indivíduos como virtude do homem forte, do homem
corajoso, do homem honrado, que se arrisca a morrer
para defender os “valores” que dão sen�do à sua vida.
MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma
trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007. 
 
TEXTO II
A ideia de a humanidade tomar seu des�no nas
próprias mãos somente faz sen�do se atribuirmos
consciência e propósito à espécie; as espécies são apenas
correntes na flutuação aleatória dos genes.
GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e
outros animais. São Paulo: Record, 2002.
 
Os textos ar�culam argumentos em torno de dois
modelos explica�vos da condição humana. Esses dois
modelos caracterizam-se, respec�vamente, por valorizar
como determinantes dessa condição elementos
a) esté�cos e é�cos.
b) mís�cos e cien�ficos.
c) culturais e biológicos.
d) emocionais e racionais.
e) voluntaristas e possibilistas.
FIL0725 - (Enem PPL)
Estudiosos do Ins�tuto de Antropologia Evolucionária
de Leipzig, na Alemanha, colocaram um chimpanzé em
um quarto com a visão de suculentos pedaços de comida
trancados dentro de um armário. A um segundo
chimpanzé era dada, então, a oportunidade de liberar a
comida, porém, sem usufruir dela. Em aproximadamente
80% das vezes, eles tomaram a decisão mais caridosa e
liberaram o alimento para o outro chimpanzé.
Estudos mostram caridade no mundo animal. Disponível
em:
h�p://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 17 out. 2021.
 
Considerando nossa relação com outros, o experimento
envolvendo os chimpanzés ilustra qual �po de
comportamento moral humano?
a) Hedonista, anseia o prazer pessoal.
b) Altruísta, promove o bem-estar imparcial.
c) Retribu�vo, busca um retorno equivalente.
d) Deontológico, cumpre uma obrigação formal.
e) Meritocrá�co, valoriza o merecimento individual.
FIL0726 - (Enem PPL)
Pode chamar de fake news, no�cias falsas de internet,
fraude informa�va, informações falsas, ou até
de misinforma�on, se prefere inglês, que você estará
designando corretamente a mesma doença
informacional que se disseminou como uma pandemia
pela vida pública mundo afora nos úl�mos anos, e cujos
principais sintomas nas pessoas infectadas consistem na
perda da capacidade de dis�nguir a verdade, de lidar
adequadamente com fatos e dados e de tomar decisões
bem-informadas. Sabe-se que o portador do vírus se
torna alérgico a fatos e evita a todo custo a dissonância
cogni�va, isto é, entrar em contato com informações que
não sa�sfaçam os seus desejos e com relatos que se
choquem com as suas crenças.
DOURADO, T.; GOMES, W. O que são, afinal, fake news,
enquanto fenômeno de comunicação polí�ca? In: Anais
do VIII Compolí�ca, Brasília, 2019.
Disponível em: h�p://compoli�ca.org. Acesso em: 7 out.
2021.
 
63@professorferretto @prof_ferretto
Qual é a consequência do fenômeno apresentado no
texto para a vida democrá�ca?
a) Prá�ca de censura.
b) Distorção da realidade.
c) Manifestação de cidadania.
d) Regulamentação das condutas.
e) Fortalecimento das ins�tuições.
FIL0727 - (Enem PPL)
TEXTO I
O disposi�vo panóp�co organiza unidades espaciais
que permitem ver sem parar e reconhecer
imediatamente.
Em suma, o princípio da masmorra é inver�do; ou
antes, de suas três funções — trancar, privar de luz e
esconder — só se conserva a primeira e suprimem-se as
outras duas. A visibilidade é uma armadilha. Fazer com
que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo
se é descon�nua em sua ação; que a perfeição do poder
tenda a tornar inú�l a atualidade de seu exercício; queesse aparelho arquitetural seja uma máquina de criar e
sustentar uma relação de poder independente daquele
que o exerce.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão.
Petrópolis: Vozes, 1987 (adaptado).
 
TEXTO II
 
O obje�vo do modelo de vigilância descrito nos textos I e
II aponta para o(a)
a) intercâmbio de opinião diversa.
b) desenvolvimento de sujeito crí�co.
c) sen�mento de observação constante.
d) movimento de revolta individual.
e) criação de liberdade efe�va.
FIL0730 - (Enem PPL)
Os valores polí�cos são valores efe�vamente
superiores, que regem o quadro básico da vida social e
definem precisamente os termos fundamentais da
cooperação polí�ca e social. Na teoria da jus�ça como
equidade, alguns desses valores polí�cos são expressos
pelos princípios de jus�ça para a estrutura básica: a
liberdade polí�ca e civil igual para todos, a justa
igualdade das oportunidades, a reciprocidade econômica,
as bases sociais do respeito mútuo entre os cidadãos.
RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns
Fontes, 2000 (adaptado).
 
Conforme descrito no texto, a teoria da jus�ça como
equidade é mais adequada ao regime polí�co?
a) fascista.
b) totalitário.
c) despó�co.
d) autocrá�co.
e) democrátrico.
FIL0786 - (Enem PPL)
A jus�ça é a primeira virtude das ins�tuições sociais,
como a verdade o é dos sistemas de pensamento. Cada
pessoa possui uma inviolabilidade fundada na jus�ça que
nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo
pode ignorar. Por essa razão, a jus�ça nega que a perda
de liberdade de alguns se jus�fique por um bem maior
par�lhado por todos.
HAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns
Fontes, 2000 (adaptado).
 
O filósofo afirma que a ideia de jus�ça atua como um
importante fundamento da organização social e aponta
como seu elemento de ação e funcionamento o
a) povo.
b) Estado.
c) governo.
d) indivíduo.
e) magistrado.
FIL0784 - (Enem PPL)
64@professorferretto @prof_ferretto
Mediante o Código de Posturas de 1932, o poder
público enumera e prevê, para os habitantes de
Fortaleza, uma série de proibições condicionadas pela
hora: após as 22 horas era vetada a emissão de sons em
volume acentuado. O uso de buzinas, sirenes, vitrolas,
motores ou qualquer objeto que produzisse barulho seria
punido com multa. No início dos anos 1940 o úl�mo
bonde par�a da Praça do Ferreira às 23 horas.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade.
Fortaleza: Museu do Ceará; Secult, 2001 (adaptado).
 
Como Fortaleza, muitas capitais brasileiras
experimentaram, na primeira metade do século XX, um
novo �po de vida urbana, marcado por condutas que
evidenciam uma
a) experiência temporal regida pelo tempo orgânico e
pessoal. 
b) experiência que flexibilizava a obediência ao tempo do
relógio.
c) relação de códigos que es�mulavam o trânsito de
pessoas na cidade.
d) norma�zação do tempo com vistas à disciplina dos
corpos na cidade.
e) cultura urbana capaz de conviver com diferentes
experiências temporais.
FIL0785 - (Enem PPL)
Falava-se, antes, de autonomia da produção para
significar que uma empresa, ao assegurar uma produção,
buscava também manipular a opinião pela via da
publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria
a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas
produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os
produtos. Um dado essencial do entendimento do
consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede
a produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento
único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record,
2000 (adaptado).
 
O �po de relação entre produção e consumo discu�do no
texto pressupõe o(a)
a) aumento do poder aquisi�vo.
b) es�mulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
d) formação de grandes estoques.
e) implantação de linhas de montagem.
FIL0776 - (Enem PPL)
DAHMER, A. Disponível em:
h�p://malvados.wordpress.com. Acesso em: 11 dez.
2012.
 
Analisar o processo atual de circulação e de
armazenamento de determinados bens culturais diante
da transformação decorrente do impacto de novas
tecnologias indica que hoje
a) as músicas e os textos têm privilegiado um formato
digital, tornando inadmissível sua acumulação.
b) a rede mundial de computadores acaba com o
chamado direito autoral, que é inaplicável em relações
virtuais.
c) a segurança e a inclusão digital são problemas,
expondo a impossibilidade de realizar um comércio
feito on-line.
d) as mídias digitais e a internet permi�ram maior fluxo
desses produtos, pois seu acúmulo independe de
grandes bases materiais.
e) a pirataria é o recurso u�lizado pelos consumidores,
visto que são impedidos de adquirir legalmente algo
desprovido de suporte �sico.
FIL0777 - (Enem PPL)
Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso
e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve,
apenas com a bagagem de mão, pasta, computador
portá�l e telefone celular. O novo atributo da vola�lidade
fez de todo compromisso, especialmente do
compromisso estável, algo ao mesmo tempo redundante
e pouco inteligente: seu estabelecimento paralisaria o
movimento e fugiria da desejada compe��vidade,
65@professorferretto @prof_ferretto
reduzindo a priori as opções que poderiam levar ao
aumento da produ�vidade.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar,
2001.
 
No texto, faz-se referência a um processo de
transformação do mundo produ�vo cuja consequência é
o(a)
a) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas.
b) fragilização das relações hierárquicas de trabalho.
c) decréscimo do número de funcionários das empresas.
d) incen�vo ao inves�mento de longos planos de
carreiras.
e) desvalorização dos postos de gerenciamento
corpora�vo.
FIL0779 - (Enem PPL)
Quando refle�mos sobre a questão da jus�ça,
algumas associações são feitas quase intui�vamente, tais
como a de equilíbrio entre as partes, princípio de
igualdade, distribuição equita�va, mas logo as
dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade,
sendo bastante diversificada, apresenta uma
heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas
que coexistem em um mundo interligado como em
relação aos modos de vida e aos valores que surgem no
interior de uma mesma sociedade.
CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a
noção de jus�ça a par�r da filosofia de Lyotard.
Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado).
 
A relação entre jus�ça e pluralidade, apresentada pela
autora, está indicada em:
a) A complexidade da sociedade limita o exercício da
jus�ça e a impede de atuar a favor da diversidade
cultural.
b) A diversidade cultural e de valores torna a jus�ça mais
complexa e distante de um parâmetro geral
orientador.
c) O papel da jus�ça refere-se à manutenção de
princípios fixos e incondicionais em função da
diversidade cultural e de valores.
d) O pressuposto da jus�ça é fomentar o critério de
igualdade a fim de que esse valor torne-se absoluto
em todas as sociedades.
e) e) O aspecto fundamental da jus�ça é o exercício de
dominação e controle, evitando a desintegração de
uma sociedade diversificada.
FIL0780 - (Enem PPL)
A a�vidade atualmente chamada de ciência tem se
mostrado fator importante no desenvolvimento da
civilização liberal: serviu para eliminar crenças e prá�cas
supers�ciosas, para afastar temores brotados da
ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação
de costumes herdados e de normas tradicionais de
conduta.
NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e obje�vo. São Paulo:
Cultrix, 1975 (adaptado).
 
Quais caracterís�cas permitem conceber a ciência com os
aspectos crí�cos mencionados?
a) Apresentar explicações em uma linguagem
determinada e isenta de erros.
b) Possuir proposições que são reconhecidas como
inques�onáveis e necessárias.
c) Ser fundamentada em um corpo de conhecimento
autoevidente e verdadeiro.
d) Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios
explica�vos e fatos observados.
e) Cons�tuir-se como saber organizado ao permi�r
classificações deduzidas da realidade.
FIL0782 - (Enem PPL)
A �rinha compara dois veículos de comunicação,
atribuindodestaque à
 
a) resistência do campo virtual à adulteração de dados.
b) intera�vidade dos programas de entretenimento
abertos.
c) confiança do telespectador nas no�cias veiculadas.
d) credibilidade das fontes na esfera computacional.
e) autonomia do internauta na busca de informações.
FIL0771 - (Enem PPL)
O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse
impera�vo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado
pelas incontáveis pressões de histórias de família,
educação, moral, religião, dos meios de comunicação e
da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é
um ins�nto, e sim uma ins�tuição.
BERGER, P. Perspec�vas sociológicas: uma visão
humanís�ca. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado).
66@professorferretto @prof_ferretto
 
O casamento, conforme é tratado no texto, possui como
caracterís�ca o(a) 
a) consolidação da igualdade sexual.
b) ordenamento das relações sociais.
c) conservação dos direitos naturais.
d) superação das tradições culturais.
e) ques�onamento dos valores cristãos.
FIL0772 - (Enem PPL)
Enquanto persis�rem as grandes diferenças sociais e
os níveis de exclusão que conhecemos hoje no Brasil, as
polí�cas sociais compensatórias serão indispensáveis.
SACHS, I. Inclusão social pelo trabalho decente. Revista
de Estudos Avançados, n. 51, ago. 2004.
 
As ações referidas são legi�madas por uma concepção de
polí�ca pública 
a) focada no vínculo clientelista.
b) pautada na liberdade de inicia�va.
c) baseada em relações de parentesco.
d) orientada por organizações religiosas.
e) centrada na regulação de oportunidades.
FIL0775 - (Enem PPL)
Em um governo que deriva sua legi�midade de
eleições livres e regulares, a a�vação de uma corrente
comunica�va entre a sociedade polí�ca e a civil é
essencial e cons�tu�va, não apenas inevitável. As
múl�plas fontes de informação e as variadas formas de
comunicação e influência que os cidadãos a�vam através
da mídia, movimentos sociais e par�dos polí�cos dão o
tom da representação em uma sociedade democrá�ca.
URBINATI, N. O que torna a representação democrá�ca?
Lua Nova, n. 67, 2006.
Esse papel exercido pelos meios de comunicação
favorece uma transformação democrá�ca em função
do(a) 
a) limitação dos gastos públicos.
b) interesse de grupos corpora�vos.
c) dissolução de conflitos ideológicos.
d) fortalecimento da par�cipação popular.
e) autonomia dos órgãos governamentais.
FIL0765 - (Enem PPL)
O justo e o bem são complementares no sen�do de
que uma concepção polí�ca deve apoiar-se em diferentes
ideias do bem. Na teoria da jus�ça como equidade, essa
condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua
forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do
bem devem respeitar os limites da concepção polí�ca de
jus�ça e nela desempenhar um certo papel.
RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns
Fontes, 2000 (adaptado).
 
Segundo Rawls, a concepção de jus�ça legisla sobre
ideias do bem, de forma que 
a) as ações individuais são definidas como efeitos
determinados por fatores naturais ou
constrangimentos sociais.
b) o estudo da origem e da história dos valores morais
concluem a inexistência de noções absolutas de bem e
mal.
c) o próprio estatuto do homem como centro do mundo
é abalado, marcando o rela�vismo da época
contemporânea.
d) as intenções e bens par�culares que cada indivíduo
almeja alcançar são regulados na sociedade por
princípios equilibrados.
e) o homem é compreendido como determinado e livre
ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um
conjunto de condições obje�vas.
FIL0766 - (Enem PPL)
Temos vivido, como nação, atormentados pelos males
modernos e pelos males do passado, pelo velho e pelo
novo, sem termos podido conhecer uma história de
rupturas revolucionárias. Não que não tenhamos nos
modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não
eliminamos relações, estruturas e procedimentos
contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização
tem sido conservadora.
NOGUEIRA, M. As possibilidades da polí�ca: ideias para a
reforma democrá�ca do Estado. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1998.
 
O texto apresenta uma análise recorrente sobre o
processo de modernização do Brasil na segunda metade
do século XX. De acordo com a análise, uma caracterís�ca
desse processo reside na(s) 
a) uniformização técnica dos espaços de produção.
b) construção municipalista do regime representa�vo.
c) organização estadual das agremiações par�dárias.
d) limitações polí�cas no estabelecimento de reformas
sociais.
e) restrições financeiras no encaminhamento das
demandas ruralistas.
FIL0767 - (Enem PPL)
67@professorferretto @prof_ferretto
Queremos saber o que vão fazer 
Com as novas invenções 
Queremos no�cia mais séria 
Sobre a descoberta da an�matéria 
E suas implicações
Na emancipação do homem 
Das grandes populações 
Homens pobres das cidades 
Das estepes, dos sertões.
GILBERTO GIL. Queremos saber. O viramundo. São Paulo:
Universal Music, 1976 (fragmento).
 
A letra da canção relaciona dois aspectos da
contemporaneidade com reflexos na sociedade
brasileira: 
a) A elevação da escolaridade e o aumento do
desemprego. 
b) O inves�mento em pesquisa e a ascensão do
autoritarismo.
c) O crescimento demográfico e a redução da produção
de alimentos.
d) O avanço da tecnologia e a permanência das
desigualdades sociais.
e) A acumulação de conhecimento e o isolamento das
comunidades tradicionais.
FIL0768 - (Enem PPL)
De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre
nossa condição social atual, quer dizer, temos a
tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a
determinados objetos, cuja presença se tornou para nós
indispensável. Todas as nossas referências é�cas ou
morais não têm nada de sério diante do toxicômano,
porque fundamentalmente somos viciados como ele.
MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro
milênio. Porto Alegre: CMC, 2003.
 
No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício
individual e as prá�cas de consumo sustentada no
argumento da
a) exposição da vida privada.
b) reinvenção dos valores tradicionais.
c) dependência das novas tecnologias.
d) recorrência de transtornos mentais.
e) banalização de substâncias psicotrópicas.
FIL0769 - (Enem PPL)
Apesar da grande distância geográfica em relação ao
território japonês, os otakus (jovens aficionados em
cultura pop japonesa) brasileiros vinculam-se
socialmente hoje em eventos e a par�r de uma circulação
intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music
(música pop japonesa). O consumo em escala mundial
dos produtos da cultura pop – enfa�camente midiá�ca –
produzida no Japão cons�tui um momento histórico em
que se aponta a ambivalência sobre o que significa a
produção midiá�ca e cultural quando percebida no
próprio país e como a percepção de tal produção se
transforma radicalmente nos olhares de consumidores
estrangeiros.
GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e
midiá�co: imagens dos otakus, do Japão ao mundo.
Intercom – RBCC, n. 2, jul.-dez. 2014 (adaptado).
 
Considerando a relação entre meios de comunicação e
formação de iden�dades tal como é abordada no texto, a
noção que explica este fenômeno na atualidade é a de
a) tribalismo das culturas juvenis.
b) alienação das novas gerações.
c) hierarquização das matrizes culturais.
d) passividade das relações de consumo.
e) deterioração das referências nacionais.
FIL0770 - (Enem PPL)
O representante das associações de moradores
(integrante de um conselho de saúde) fez várias
ponderações: “As prestações de contas, de modo geral,
�veram uma transparência razoável. Eu acho isso bom
porque, no passado, não sabia quanto se gastava, e hoje,
a gente já tem conhecimento. Acompanho
permanentemente o desenvolvimento do que entra e do
que é gasto”.
CORREIA, M. V. C. Que controle social?: os conselhos de
saúde como instrumento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000
(adaptado).
 
A forma de atuação polí�ca indicada caracteriza uma
prá�ca associada ao(à)
a) poder disciplinar.
b) gestão par�cipa�va.
c) processo burocrá�co.
d) autoridade carismá�ca.
e) deliberação autocrá�ca.
FIL0755 - (Enem PPL)
Alinguagem é uma grande força de socialização,
provavelmente a maior que existe. Com isso não
queremos dizer apenas o fato mais ou menos óbvio de
que a interação social dotada de significado é
pra�camente impossível sem a linguagem, mas que o
mero fato de haver uma fala comum serve como um
68@professorferretto @prof_ferretto
símbolo peculiarmente poderoso da solidariedade social
entre aqueles que falam aquela língua.
SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspec�va, 1980.
 
O texto destaca o entendimento segundo o qual a
linguagem, como elemento do processo de socialização,
cons�tui-se a par�r de uma
a) necessidade de ligação com o transcendente.
b) relação de interdependência com a cultura.
c) estruturação da racionalidade cien�fica.
d) imposição de caráter econômico.
e) herança de natureza biológica.
FIL0757 - (Enem PPL)
As crianças devem saudar as pessoas dis�ntas, os
professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que
elas não se negarão a corresponder. Não devem
empurrar ninguém nem cortar o passo dos transeuntes.
Não escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca
a�rar pedras. Não a�rar cascas de frutas no chão, o que
pode ser mo�vo de desastres gravíssimos. Nunca fitar de
propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de
algum defeito �sico do próximo.
A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914.
 
O discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no
início do século XX, visava a promoção de
a) formas litúrgicas de interação.
b) valores abstratos de cidadania.
c) normas sociomorais de civilidade.
d) concepções arcaicas de disciplina.
e) conceitos importados de pedagogia.
FIL0758 - (Enem PPL)
O feminismo teve uma relação direta com o
descentramento conceitual do sujeito cartesiano e
sociológico. Ele ques�onou a clássica dis�nção entre o
“dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. O slogan
do feminismo era: “o pessoal é polí�co”. Ele abriu,
portanto, para a contestação polí�ca, arenas
inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divisão
domés�ca do trabalho etc.
HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio
de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado).
 
O movimento descrito no texto contribui para o processo
de transformação das relações humanas, na medida em
que sua atuação
a) subverte os direitos de determinadas parcelas da
sociedade.
b) abala a relação da classe dominante com o Estado.
c) constrói a segregação dos segmentos populares.
d) limita os mecanismos de inclusão das minorias.
e) redefine a dinâmica das ins�tuições sociais.
FIL0759 - (Enem PPL)
O conhecimento é sempre aproximado, falível e, por
isso mesmo, susce�vel de con�nuas correções. Uma
jus�ficação pode parecer boa, num certo momento, até
aparecer um conhecimento melhor. O que define a
ciência não será então a ilusória obtenção de verdades
defini�vas. Ela será antes definível pela prevalência da
u�lização, por parte dos seus pra�cantes, de
instrumentalidades que o campo cien�fico forjou e
tornou disponíveis. Ou seja, cada progressão no
conhecimento que mostre o caráter errôneo ou
insuficiente de conhecimentos anteriores não remete
estes úl�mos para as trevas exteriores da não ciência,
mas apenas para o estágio de conhecimentos cien�ficos
historicamente ultrapassados.
ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia
das ciências sociais. Sociologia: problemas e prá�cas, n.
55, 2007 (adaptado).
 
O texto desmis�fica uma visão do senso comum segundo
a qual a ciência consiste no(a)
a) conjunto de teorias imutáveis.
b) consenso de áreas diferentes.
c) coexistência de teses antagônicas.
d) avanço das pesquisas interdisciplinares.
e) preeminência dos saberes empíricos.
FIL0760 - (Enem PPL)
O espírito humano controla as máquinas cada vez
mais potentes que criou. Mas a lógica dessas máquinas
ar�ficiais controla cada vez mais o espírito dos cien�stas,
sociólogos, polí�cos e, de modo mais abrangente, todos
aqueles que, obedecendo à soberania do cálculo,
ignoram tudo o que não é quan�ficável, ou seja, os
sen�mentos, sofrimentos, alegrias dos seres humanos.
Essa lógica é assim aplicada ao conhecimento e à conduta
das sociedades, e se espalha em todos os setores da vida.
MORIN, E. O método 5: a humanidade da humanidade.
Porto Alegre: Sulina, 2012 (adaptado).
 
No contexto atual, essa crí�ca proposta por Edgar Morin
se aplica à
69@professorferretto @prof_ferretto
a) intensificação das relações interpessoais.
b) descentralização do poder econômico.
c) fragmentação do mercado consumidor.
d) valorização do paradigma tecnológico.
e) simplificação das a�vidades laborais.
FIL0761 - (Enem PPL)
Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se
com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando
os pensamentos de contrabando que viajam na mala de
outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de
carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um
modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de
transitarmos para lógicas de outros seres, de nos
descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da
vida nem o topo da evolução.
COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009
(adaptado).
 
No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da
epistemologia cien�fica, caracterizada pela
a) implementação de uma viragem linguís�ca com base
no formalismo.
b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base
no rela�vismo.
c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base
no an�academicismo.
d) definição de uma metodologia transversal com base
em um panorama cé�co.
e) compreensão da realidade com base em uma
perspec�va não antropocêntrica.
FIL0762 - (Enem PPL)
A esté�ca rela�vamente estável do modernismo
fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e
qualidades fugidias de uma esté�ca pós-moderna que
celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a moda
e a mercadificação de formas culturais.
HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre
as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009.
 
No contexto descrito, as transformações esté�cas
impactam a produção de bens por meio da
a) promoção de empregos fabris, integrada às linhas de
montagem.
b) ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo
consumo.
c) redução do tempo de vida dos produtos,
acompanhada da crescente inovação.
d) diminuição da importância da organização logís�ca,
u�lizada pelos fornecedores.
e) expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores
custos de armazenamento.
FIL0763 - (Enem PPL)
Quanto mais a vida social se torna mediada pelo
mercado global de es�los, lugares e imagens, pelas
viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos
sistemas de comunicação interligados, mais as
iden�dades se tornam desvinculadas — desalojadas —
de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e
parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por
uma gama de diferentes iden�dades (cada qual nos
fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes
partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma
escolha.
HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio
de Janeiro: DP&A, 2006.
 
Do ponto de vista conceitual, a transformação iden�tária
descrita resulta na cons�tuição de um sujeito
a) altruísta.
b) dependente.
c) nacionalista.
d) mul�facetado.
e) territorializado.
FIL0764 - (Enem PPL)
A importância do conhecimento está em seu uso, em
nosso domínio a�vo sobre ele, quero dizer, reside na
sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento,
separado da sabedoria, como capaz de incu�r uma
dignidade peculiar a seu possuidor. Não compar�lho
dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo
depende de quem possui o conhecimento e do uso que
faz dele.
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros
ensaios. São Paulo: Edusp, 1969.
 
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz
possibilidades de progresso material e moral quando
70@professorferretto @prof_ferretto
a) prioriza o rigor conceitual.
b) valoriza os seus dogmas.
c) avalia a sua aplicabilidade.
d) busca a inovação tecnológica.
e) instaura uma perspec�va cien�fica.
FIL0746 - (Enem PPL)
Tu é um termo que não figura muito bem nos
desenvolvimentosmodernos e contemporâneos da é�ca
e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos
revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao
feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um
código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca
dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um
aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista,
o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo.
CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar
a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado).
 
Um dos principais problemas morais da
contemporaneidade, conforme mencionado no texto,
reside na dificuldade em
a) construir o diálogo cole�vo.
b) demarcar a presença do ego.
c) viabilizar a afe�vidade pessoal.
d) reconhecer a alteridade singular.
e) ultrapassar a experiência intersubje�va. 
FIL0748 - (Enem PPL)
Por força da industrialização da cultura, desde o
começo do filme já se sabe como ele termina, quem é
recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado
é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de
adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz
quando ele tem lugar como previsto.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2009.
 
A crí�ca ao �po de criação mencionada no texto teve
como alvo, no campo da arte, a
a) burocra�zação do processo de difusão.
b) valorização da representação abstrata.
c) padronização das técnicas de composição.
d) sofis�cação dos equipamentos disponíveis.
e) ampliação dos campos de experimentação.
FIL0753 - (Enem PPL)
A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um
conceito completamente novo para o filósofo que não
cochila em pé. A velha questão do próprio homem
con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas
em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao
que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e
confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que
a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles
resiste à análise.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação
Liberdade, 2004.
 
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental
do pensamento filosófico contemporâneo:
a) Crise do sujeito.
b) Rela�vismo é�co.
c) Virada linguís�ca.
d) Teoria da referência.
e) Crí�ca à tecnociência.
FIL0743 - (Enem PPL)
Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre
animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa
dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram
de séculos de violência de seres humanos brancos sobre
seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante
quanto outras disputas morais e sociais.
SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes,
2013.
 
O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante
corrente da é�ca contemporânea que se designa:
a) Ecoé�ca – visão superior da natureza.
b) Bioé�ca – implicação biológica das ações.
c) An�especismo – definição igualitária das espécies.
d) Existencialismo – valorização crescente da
subje�vidade.
e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das
alteridades.
FIL0745 - (Enem PPL)
TEXTO I
Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros,
graças à postagem e ao compar�lhamento de imagens.
Uma comissão parlamentar britânica constatou que
meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com
peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo
um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de
cirurgia plás�ca no país, de cerca de 20% desde 2008.
ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9
dez. 2018.
71@professorferretto @prof_ferretto
 
TEXTO II
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as
condições modernas de produção se anuncia como uma
imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era
diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro:
Contraponto, 2017.
 
Os textos apontam a centralidade da circulação imagé�ca
na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a
a) fragilização de vínculos afe�vos.
b) fe�chização da experiência vivida.
c) monopolização do mercado esté�co.
d) diferenciação dos modelos corporais.
e) personalização das dimensões ín�mas.
72@professorferretto @prof_ferrettovalor de
sobrevivência biológica. Ela não é apenas um
instrumento ú�l. Embora não possa a�ngir a verdade
nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a
procura pela verdade ainda são os mo�vos mais fortes da
descoberta cien�fica. Não sabemos, podemosapenas
conjecturar. E nossas conjecturas são guiadas pela fé não
cien�fica, meta�sica (embora explicável biologicamente),
nas leis ou regularidades que podemos desvendar –
descobrir”
(POPPER, Karl. A Lógicada pesquisa cien�fica, in CHAUÍ
(org.), Primeira Filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1987 – p.
213-214).
 
De acordo com o enunciado, e com seus conhecimentos
sobre o tema, qual das alterna�vas abaixo caracteriza a
ciência contemporânea para Karl Popper (1902-1994)?
a) Para Popper, o que garante a verdade do discurso
cien�fico é sua condição de refutabilidade: quando
uma teoria resiste à refutação, ela é corroborada.
Assim, não é a explicação e a jus�ficação de sua teoria
que deve preocupar o cien�sta, mas sim o
levantamento de possíveis teorias que a refutem. 
b) Popper abandonou o empirismo para dedicar-se ao
chamado anarquismo epistemológico. Defende o
pluralismo metodológico e cri�ca as posições
posi�vistas e as metodologias norma�vas adotadas
pela ciência contemporânea. 
c) Popper nega que o desenvolvimento da ciência tenha
sido levado a efeito pelo ideal de refutação. Segundo o
autor, a ciência progride pela tradição intelectual
representada pelo conceito de paradigma. 
d) De acordo com Popper, o homem está convencido de
sua capacidade de conhecer o mundo pela ciência. A
concepção de ciência do autor tem como pressuposto
o mecanicismo e o determinismo. 
e) Popper elaborou o primeiro exemplo de teoria
cien�fica encontrado na ciência moderna: a teoria da
gravitação universal, fazendo da fisiologia uma ciência
posi�va, tendo por modelo o método experimental da
�sica e daquímica. 
FIL0570 - (Uece)
“A despeito de todas as conquistas provenientes da
elaboração da ideia de direitos humanos, o crime de
estupro é associado ao sexo, e não à violência, e seus
índices sequer são diminuídos nas sociedades
contemporâneas de controle e promoção de segurança.
O estupro é crime come�do preponderantemente contra
as mulheres também por se tratar de um corpo
compreendido como algo para um outro que é �do como
mais forte, com mais poderes e, portanto, mais direitos.
[...] Estupra-se significa�vamente mais as mulheres
porque são elas que têm, segundo a tradição, o corpo
frágil para reagir. [...] Trata-se de um crime autorizado
pela tradição, sobre o qual o poder de qualquer regime
jurídico/penal não tem qualquer valor. Neste aspecto da
vida em sociedades, a despeito de quais sejam as
avaliações possíveis – se ‘atrasadas’ ou ‘avançadas’, ‘mais
civilizadas’ ou ‘mais primi�vas’ –, as mulheres seguem
tendo um des�no traçado pelo modo falocêntrico de
interpretar a natureza e de dar seguimento a tradições.”
LOPES, A. D. Sobre esse gênero que não nos pertence e
os poderes a nos pertencer. In: Kalagatos – Revista de
Filosofia, Vol. 15, nº 2, 2018, p. 34-55 – Adaptado.
 
Considerando a citação acima, assinale a afirmação
verdadeira. 
7@professorferretto @prof_ferretto
a) Com os debates atualmente desenvolvidos sobre os
direitos humanos, mais par�cularmente no que se
refere à segurança, o número de estupros de mulheres
diminuiu. 
b) A cultura do estupro é própria das sociedades
atrasadas, primi�vas e que não alcançaram grau
suficiente de civilização, sustentando-se em uma
tradição falocêntrica. 
c) A tradição patriarcal e falocêntrica compreende a
mulher como sexo frágil e legi�ma a proteção de seu
corpo pelo homem, visto como mais forte,
defendendo-a contra estupros. 
d) A �pificação legal do estupro como crime não basta
para diminuí-lo, pois ele não se ampara na falta de leis
e punições, mas na tradição que afirma o poder do
homem sobre a mulher. 
FIL0386 - (Ueg)
No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche
vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao
que para ele era a crise cultural da época. Na década de
1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um
dos mais conhecidos personagens das histórias em
quadrinhos. A diferença entre os dois “super-homens”
está no fato de Nietzsche defender que o super-homem 
a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas,
repudiando o uso da força �sica e da violência na
consecução de seus obje�vos. 
b) expressaria os princípios morais do protestan�smo,
em contraposição ao materialismo presente no herói
dos quadrinhos. 
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando
as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, �picas
do cris�anismo. 
d) representaria os valores polí�cos e morais alemães, e
não o individualismo pequeno burguês norte-
americano. 
FIL0430 - (Ufpa)
“Adorno e Horkheimer (os primeiros, na década de 1940,
a u�lizar a expressão “indústria cultural” tal como hoje a
entendemos) acreditam que esta indústria desempenha
as mesmas funções de um estado fascista (...) na medida
em que o individuo é levado a não meditar sobre si
mesmo e sobre a totalidade do meio social circundante,
transformando-se em mero joguete e em simples
produto alimentador do sistema que o envolve.”
(COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São Paulo,
Editora Brasiliense, 1987, p. 33. Texto adaptado)
 
Adorno e Horkheimer consideram que a indústria cultural
e o Estado fascista têm funções similares, pois em ambos
ocorre 
a) um processo de democra�zação da cultura ao colocá-
la ao alcance das massas o que possibilita sua
conscien�zação. 
b) o desenvolvimento da capacidade do sujeito de julgar
o valor das obras ar�s�cas e bens culturais, assim
como de conviver em harmonia com seus
semelhantes. 
c) o aprimoramento do gosto esté�co por meio da
indústria do entretenimento, em detrimento da
capacidade de reflexão. 
d) um processo de alienação do homem, que leva o
indivíduo a perder ou a não formar uma imagem de si
e da sociedade em que vive. 
e) o aprimoramento da formação cultural do individuo e
a melhoria do seu convívio social pela inculcação de
valores, de a�tudes conformistas e pela eliminação do
debate, na medida em que este produz divergências
no âmbito da sociedade. 
FIL0402 - (Ufu)
Leia o excerto abaixo e assinale a alterna�va que
relaciona corretamente duas das principais máximas do
existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber:
 
i. “a existência precede a essência”
ii. “estamos condenados a ser livres”
 
Com efeito, se a existência precede a essência, nada
poderá jamais ser explicado por referência a uma
natureza humana dada e defini�va; ou seja, não existe
determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade.
Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já
prontos, valores ou ordens que possam legi�mar a nossa
conduta. [...] Estamos condenados a ser livres. Estamos
sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que
o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque
não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma
vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o
que faz.
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo.
3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987. 
8@professorferretto @prof_ferretto
a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade,
então jamais o homem pode ser, em sua existência,
condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma
contradição. 
b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da
natureza humana que, concebida por Deus, precede
necessariamente a sua existência. 
c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à
qual o homem, como existência já lançada no mundo,
está condenado, e pela qual projeta o seu ser ou a sua
essência. 
d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo,
porque a existência do homem depende da essência
de sua natureza humana, que a precede e que é a
liberdade. 
FIL0384 - (Unimontes)
O pensamento de Nietzsche (1844 - 1900) orienta-se no
sen�do de recuperar as forças inconscientes, vitais,
ins�n�vas, subjugadas pela razão durante séculos. Paratanto, cri�ca Sócrates por ter encaminhado, pela primeira
vez, a reflexão moral em direção ao controle racional das
paixões. Nietzsche faz uma crí�ca à tradição moral
desenvolvida pelo ocidente. Marque a alterna�va que
indica as obras que melhor representam a crí�ca
nietzscheana. 
a) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral,
Crepúsculo dos ídolos. 
b) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral,
República. 
c) Leviatã, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. 
d) Micro�sica do poder, Genealogia da moral, Crepúsculo
dos ídolos. 
FIL0515 - (Enem)
Panayio�s Zavos “quebrou” o úl�mo tabu da clonagem
humana – transferiu embriões para o útero de mulheres,
que os gerariam. Esse procedimento é crime em
inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um
laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos.
“Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada
irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá
criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos
esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um
ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos
pressão para entregar um bebê clonado ao mundo.
Sofremos pressão para entregar um bebê clonado
saudável ao mundo.”
CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk.
Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
 
A clonagem humana é um importante assunto de
reflexão no campo da bioé�ca que, entre outras
questões, dedica-se a 
a) refle�r sobre as relações entre o conhecimento da
vida e os valores é�cos do homem. 
b) legi�mar o predomínio da espécie humana sobre as
demais espécies animais no planeta. 
c) rela�vizar, no caso da clonagem humana, o uso dos
valores de certo e errado, de bem e mal. 
d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os
processos de reprodução humana e animal. 
e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas
sobre células-tronco para uso em seres humanos. 
FIL0435 - (Enem)
O conceito de democracia, no pensamento de Habermas,
é construído a par�r de uma dimensão procedimental,
calcada no discurso e na deliberação. A legi�midade
democrá�ca exige que o processo de tomada de decisões
polí�cas ocorra a par�r de uma ampla discussão pública,
para somente então decidir. Assim, o caráter delibera�vo
corresponde a um processo cole�vo de ponderação e
análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia
delibera�va. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006
(adaptado).
 
O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas
pode favorecer processos de inclusão social. De acordo
com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a) 
a) par�cipação direta periódica do cidadão. 
b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado. 
c) interlocução entre os poderes governamentais. 
d) eleição de lideranças polí�cas com mandatos
temporários. 
e) controle do poder polí�co por cidadãos mais
esclarecidos. 
FIL0460 - (Ufpr)
Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é
esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a
saída do homem da menoridade”. Afirma também que a
“menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio
entendimento sem direção alheia” e que “o homem é o
culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta
na falta, não do entendimento, mas de resolução e
coragem para fazer uso dele sem a direção de outra
pessoa”. 
(KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In:
MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E.
9@professorferretto @prof_ferretto
(Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curi�ba: SEED-PR,
2009, p. 407.) 
 
Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época
clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo do
poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande
atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se
manipula, se modela, se treina, que obedece, responde,
se torna hábil ou cujas forças se mul�plicam [...]”,
referindo-se a um corpo (homem) que se torna ao
mesmo tempo analisável e manipulável. 
(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT,
Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed.
Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.). 
 
Com base nos dois textos e no pensamento desses
filósofos, considere as afirma�vas abaixo: 
 
1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade
intelectual e corresponderia à afirmação da religião como
ponto de par�da para o homem tomar suas principais
decisões. 
2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os
indivíduos são responsáveis por se deixarem dirigir por
outros, Foucault trata de mostrar os modos como a
sociedade torna o homem manipulável. 
3. Tanto Kant quanto Foucault se ques�onam pelo nível
de autonomia do homem, ambos, porém, a par�r de
abordagens diferentes e chegando a conclusões
diferentes. 
4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica
favorece o autoconhecimento e a autonomia de
pensamento. 
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente a afirma�va 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirma�vas 1 e 4 são verdadeiras. 
c) Somente as afirma�vas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirma�vas 1, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirma�vas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
FIL0418 - (Uece)
“A crescente proletarização dos homens de hoje e a
crescente formação das massas são dois lados de um
mesmo acontecimento. O fascismo procura organizar as
massas proletarizadas recém-surgidas sem tocar nas
relações de propriedade, por cuja abolição elas
pressionam. Ele vê sua salvação em deixar as massas
alcançarem a sua expressão (de modo algum seu direito).
As massas possuem um direito à mudança das relações
de propriedade; o fascismo busca dar-lhe
uma expressão conservando essas relações. O fascismo
resulta, consequentemente, em uma este�zação da vida
polí�ca.”
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua
reprodu�bilidade técnica. Porto Alegre: Zouk, 2012, p.
117.
 
Considerando o que diz Benjamin sobre os efeitos sociais
da reprodu�bilidade técnica dos objetos de fruição
esté�ca, é correto afirmar que 
a) o fascismo elimina a luta de classes, pois unifica a
todos sob uma mesma bandeira e com a mesma
camisa, unindo a nação no amor pela pátria e seus
símbolos, tornando a polí�ca mais bela. 
b) a luta de classes é um elemento cons�tu�vo do
fascismo, que cria a propriedade privada e, portanto,
estabelece antagonismos sociais insuperáveis pela
polí�ca. 
c) a obra de arte tecnicamente reproduzida apresenta
uma necessária superação do fascismo, pois a
contemplação esté�ca popularizada conduz as massas
para um estado de gozo apolí�co. 
d) o fascismo organiza o proletariado como massa, mas
não põe em questão sua condição de classe, tornando
a relação social mera aparência de unidade, sob
símbolos, cores e gritos estandardizados —
este�zação. 
FIL0479 - (Uel)
“As experiências e erros do cien�sta consistem de
hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por
escrito. Pode então tentar encontrar brechas em
qualquer uma dessas hipóteses, cri�cando-a
experimentalmente, ajudado por seus colegas cien�stas,
que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha
nela. Se a hipótese não suportar essas crí�cas e esses
testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes,
será eliminada”. 
(POPPER, Karl. Conhecimento obje�vo. Trad. de Milton
Amado. São Paulo: Edusp & Ita�aia, 1975. p. 226.)
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e
método cien�fico, é correto afirmar:
10@professorferretto @prof_ferretto
a) O método cien�fico implica a possibilidade constante
de refutações teóricas por meio de experimentos
cruciais. 
b) A crí�ca no meio cien�fico significa o fracasso do
cien�sta que formulou hipóteses incorretas. 
c) O conflito de hipóteses cien�ficas deve ser resolvido
por quem as formulou, sem ajuda de outros
cien�stas. 
d) O método crí�co consiste em impedir que as
hipóteses cien�ficas tenham brechas. 
e) A a�tude crí�ca é um empecilho para o progresso
cien�fico. 
FIL0411 - (Ueg)
As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um
agente, mas este agente não é autornem produtor.
Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da
palavra, mas ninguém é seu autor. 
ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.;
WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao
filosofar. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 24. 
 
A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais
refinadas pensadoras contemporâneas, refle�ndo sobre
eventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto, o
papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela
reflete sobre a importância da ação e do discurso como
fomentadores do que chama de “negócios humanos”.
Nesse sen�do, Arendt defende o seguinte ponto de vista:
a) a condição humana atual não está condicionada por
ações anteriores, já que cada um é autor de sua
existência. 
b) a necessidade do ser humano de ser autor e produtor
de ações históricas lhe �ra a responsabilidade sobre
elas. 
c) o agente de uma nova ação sempre age sob a
influência de teias preexistentes de ações anteriores. 
d) o produtor de novos discursos sempre precisa levar
em conta discursos anteriores para criar o seu. 
FIL0454 - (Uel)
“De acordo com a é�ca do Discurso, uma norma só deve
pretender validez quando todos os que possam ser
concernidos por ela cheguem (ou possam chegar),
enquanto par�cipantes de um Discurso prá�co, a um
acordo quanto à validez dessa norma”.
 
Fonte: Habermas, J. Consciência moral e agir
comunica�vo.Tradução de Guido A. de Almeida. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86.
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a �ca do
Discurso de Habermas, assinale a alterna�va correta: 
a) O princípio possibilitador do consenso deve assegurar
que somente sejam aceitas como válidas as normas
que exprimem um desejo par�cular. 
b) Nas argumentações morais basta que um indivíduo
reflita se poderia dar seu assen�mento a uma
norma. 
c) Os problemas que devem ser resolvidos em
argumentações morais podem ser superados apenas
monologicamente. 
d) O princípio que norteia a é�ca do discurso de
Habermas expressa-se, literalmente, nos mesmos
termos do impera�vo categórico kan�ano. 
e) Uma norma só poderá ser considerada correta se
todos os envolvidos es�verem de acordo em dar-lhe o
seu consen�mento. 
FIL0406 - (Unioeste)
Só pelo fato de que tenho consciência dos mo�vos que
solicitam minha ação, esses mo�vos já são objetos
transcendentes para minha consciência, estão fora; em
vão buscaria agarrar-me a eles, escapo disto por minha
existência mesma. Estou condenado a exis�r para sempre
além de minha essência, além dos móveis e dos mo�vos
de meu ato: estou condenado a ser livre. Isto significa
que não se poderia encontrar para a minha liberdade
outros limites senão ela mesma, ou, se se prefere, não
somos livres de cessar de ser livres. (...) O sen�do
profundo do determinismo é o de estabelecer em nós
uma con�nuidade sem falha da existência em si. (...) Mas
em vez de ver transcendências postas e man�das no seu
ser por minha própria transcendência, supor-se-á que as
encontro surgindo no mundo: elas vêm de Deus, da
natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (...) Essas
tenta�vas abortadas para sufocar a liberdade – elas
desmoronam quando surge, de repente, a angús�a
diante da liberdade – mostram bastante que a liberdade
coincide no fundo com o nada que está no coração do
homem”.
Sartre.
 
Com base no texto, seguem as seguintes afirma�vas:
I. No homem, a existência precede a essência.
II. Em sua essência, o homem é um ser determinado quer
seja, ou por Deus, ou pela natureza, ou pela sociedade.
III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos pelos
valores religiosos, esté�cos, polí�cos e sociais.
IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é
possível “cessar de ser livre”.
V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta por
valores obje�vos e pré-determinados.
 
11@professorferretto @prof_ferretto
Assinale a alterna�va correta. 
a) Apenas II está correta. 
b) Apenas I e IV estão corretas. 
c) Apenas II e IV estão corretas. 
d) Apenas III e V estão corretas. 
e) Todas as afirma�vas estão corretas. 
FIL0589 - (Enem)
O leproso é visto dentro de uma prá�ca de rejeição, ao
exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa
massa que não têm muita importância diferenciar; os
pes�lentos são considerados num policiamento tá�co
me�culoso onde as diferenciações individuais são os
efeitos limitantes de um poder que se mul�plica, se
ar�cula e se subdivide. O grande fechamento por um
lado; o bom treinamento por outro. A lepra e a sua
divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra,
analisada e repar�da. O exílio do leproso e a prisão da
peste não trazem consigo o mesmo sonho polí�co
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão.
Petrópolis: Vozes, 1987.
 
Os modelos autoritários descritos no texto apontam para
um sistema de controle que se baseia no(a): 
a) Formação de sociedade disciplinar. 
b) Flexibilização do regramento social. 
c) Banimento da autoridade repressora. 
d) Condenação da degradação humana. 
e) Hierarquização da burocracia estatal. 
FIL0408 - (Enem)
A maioria das necessidades comuns de descansar,
distrair-se, comportar-se, amar e odiar o que os outros
amam e odeiam pertence a essa categoria de falsas
necessidades. Tais necessidades têm um conteúdo e uma
função determinada por forças externas, sobre as quais o
indivíduo não tem controle algum.
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o
homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
 
Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da chamada
Escola de Frankfurt, tais forças externas são resultantes
de 
a) aspirações de cunho espiritual. 
b) propósitos solidários de classes. 
c) exposição ciberné�ca crescente. 
d) interesses de ordem socioeconômica. 
e) hegemonia do discurso médico-cien�fico. 
FIL0382 - (Ufsj)
Nietzsche iden�ficou os deuses gregos Apolo e Dionísio,
respec�vamente, como 
a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo
segmento moral, no qual se inserem as paixões
humanas. 
b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência
humana. 
c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de
intervenção e subversão de toda moral humana. 
d) razão e desordem: dimensões complementares da
realidade. 
FIL0414 - (Enem)
Parece-me bastante significa�vo que a questão muito
discu�da sobre se o homem deve ser “ajustado” à
máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza
do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos
meros instrumentos e ferramentas. E a razão disto é que
todas as ferramentas da manufatura permanecem a
serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente
exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo natural
do seu corpo ao movimento mecânico delas.
ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de É�ca
e Filosofia Polí�ca 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento).
 
Com base no texto, as principais consequências da
subs�tuição da ferramenta manual pela máquina são 
a) o adestramento do corpo e a perda da autonomia do
trabalhador. 
b) a reformulação dos modos de produção e o
engajamento polí�co do trabalhador. 
c) o aperfeiçoamento da produção manufatureira cria�va
e a rejeição do trabalho repe��vo. 
d) a flexibilização do controle ideológico e a manutenção
da liberdade do trabalhador. 
e) o abandono da produção manufatureira e o
aperfeiçoamento da máquina. 
FIL0440 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
A u�lização da Internet ampliou e fragmentou,
simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto impacta
no modo como o diálogo é construído entre os indivíduos
numa sociedade democrá�ca.
(Adaptado de: HABERMAS, J. O caos da esfera
pública. Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, Caderno
Mais!, p.4-5.)
 
12@professorferretto @prof_ferretto
A par�r dos conhecimentos sobre a ação comunica�va
em Habermas, considere as afirma�vas a seguir.
 
I. A manipulação das opiniões impede o consenso ao usar
os interlocutores como meios e desconsiderar o ser
humano como fim em si mesmo.
II. A validade do que é decidido consensualmente
assenta-se na negociação em que os interlocutores se
instrumentalizamreciprocamente em prol de interesses
par�culares.
III. Como regra do discurso que busca o entendimento,
devem-se excluir os interlocutores que, de algum modo,
são afetados pela norma em questão.
IV. O projeto emancipatório dos indivíduos é construído a
par�r do diálogo e da argumentação que prima pelo
entendimento mútuo.
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
FIL0422 - (Uel)
Leia o texto a seguir.
 
O modo de comportamento percep�vo, através do qual
se prepara o esquecer e o rápido recordar da música de
massas, é a desconcentração. Se os produtos
normalizados e irremediavelmente semelhantes entre si,
exceto certas par�cularidades surpreendentes, não
permitem uma audição concentrada, sem se tornarem
insuportáveis para os ouvintes, estes, por sua vez, já não
são absolutamente capazes de uma audição concentrada.
Não conseguem manter a tensão de uma concentração
atenta, e por isso se entregam resignadamente àquilo
que acontece e flui acima deles, e com o qual fazem
amizade somente porque já o ouvem sem atenção
excessiva.
(ADORNO, T. W. O fe�chismo na música e a regressão da
audição. In: Adorno et all. Textos escolhidos. São Paulo:
Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os Pensadores.)
 
As redes sociais têm divulgado músicas de fácil
memorização e com forte apelo à cultura de massa.
A respeito do tema da regressão da audição na Indústria
Cultural e da relação entre arte e sociedade em Adorno,
assinale a alterna�va correta. 
a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de
uma concentração atenta relaciona-se ao fato de que
a música tornou-se um produto de consumo,
encobrindo seu poder crí�co. 
b) A música representa um domínio par�cular, quase
autônomo, das produções sociais, pois se baseia no
livre jogo da imaginação, o que impossibilita
estabelecer um vínculo entre arte e sociedade. 
c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de
manifestar cri�camente conteúdos racionais expressos
no modo �pico do comportamento percep�vo inato às
massas. 
d) A tensão resultante da concentração requerida para a
apreciação da música é uma exigência extramusical,
pois nossa sensibilidade é naturalmente mais próxima
da desconcentração. 
e) Audição concentrada significa a capacidade de
apreender e de repe�r os elementos que cons�tuem a
música, sendo a facilidade da repe�ção o que concede
poder crí�co à música. 
FIL0462 - (Enem)
Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma
forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em
todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se
cons�tui através das prá�cas de sujeição ou, de maneira
mais autônoma, através de prá�cas de liberação, de
liberdade, como na An�guidade – a par�r, obviamente,
de um certo número de regras, de es�los, que podemos
encontrar no meio cultural.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: é�ca, sexualidade,
polí�ca. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
 
O texto aponta que a subje�vação se efe�va numa
dimensão 
a) legal, pautada em preceitos jurídicos. 
b) racional, baseada em pressupostos lógicos. 
c) con�ngencial, processada em interações sociais. 
d) transcendental, efe�vada em princípios religiosos. 
e) essencial, fundamentada em parâmetros
substancialistas. 
FIL0428 - (Uel)
Leia os textos a seguir.
13@professorferretto @prof_ferretto
 
Os homens sempre �veram de escolher entre submeter-
se à natureza ou submeter a natureza ao eu.
(ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialé�ca do
Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido
Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1985. p.43.)
 
Com base no texto, é correto afirmar que a análise de
Adorno e Horkheimer estabeleceu a ideia de que o
homem
 
I. interage com a natureza de maneira pacífica,
assimilando a de forma idílica.
II. age com astúcia diante dos fenômenos naturais, ao
forjar uma relação de instrumentalidade com a natureza.
III. esclarecido e com pleno domínio da natureza
promove a sua autoconsciência.
IV. apreende a natureza visando controlá-la, o que resulta
na submissão dela.
 
Assinale a alterna�va correta.
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas I, III e IV são corretas. 
FIL0533 - (Unesp)
(Unesp) Texto 1
A ideia do panóp�co coloca no centro alguém, um olho,
um olhar, um princípio de vigilância que poderá de certo
modo fazer sua soberania agir sobre todos os indivíduos
[situados] no interior dessa máquina de poder. Nessa
medida, podemos dizer que o panóp�co é o mais an�go
sonho do mais an�go soberano: que nenhum dos meus
súditos escape e que nenhum dos gestos de nenhum dos
meus súditos me seja desconhecido.
(Michel Foucault. Segurança, território, população, 2008.
Adaptado.)
 
Texto 2
Em 2013 as revelações de Edward Snowden, ex-
funcionário da Agência de Segurança Nacional dos
Estados Unidos, deixaram a noção de transparência
democrá�ca sob suspeita. Snowden revelou que a
inteligência estadunidense realizava vigilância em massa
de seus aliados e adversários polí�cos. A espionagem
ocorreu logrando acesso legal ou forçado aos servidores
de boa parte das maiores empresas de internet.
(Davi Lago. “O panóp�co digital: por que devemos
suspeitar da palavra ‘transparência’?”.
h�ps://estadodaarte.estadao.com.br, 29.08.2019.
Adaptado.)
 
O fenômeno retratado nos excertos implica,
diretamente, 
a) o reconhecimento da liberdade individual. 
b) o aperfeiçoamento da interação social. 
c) a diversificação do conhecimento popular. 
d) a ampliação de autoridade estatal. 
e) a valorização da responsabilidade cole�va. 
FIL0393 - (Upe)
Sobre o pensamento filosófico, leia o texto a seguir:
O homem apresenta-se como uma escolha a fazer. Muito
bem. Antes do mais, ele é a sua existência no momento
presente e está fora do determinismo natural; o homem
não se define previamente a si próprio, mas em função
do seu presente individual. Não há uma natureza humana
que se lhe anteponha, mas é-lhe dada uma existência
específica num dado momento. 
SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo.
1973, p. 31.
 
Com base no pensamento filosófico de Sartre, considera-
se que 
14@professorferretto @prof_ferretto
a) a essência da natureza humana precede a existência. 
b) a natureza humana é um subs�tuto da condição
humana. 
c) no homem em sua inteireza, a existência precede a
essência. 
d) o existencialismo dá primazia ao determinismo natural
em função do seu presente individual. 
e) o homem está fechado em si, sem ter escolha. 
FIL0397 - (Unioeste)
“Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo,
queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si
próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao
escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens.
Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao
criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo
tempo uma imagem do homem como julgamos que deve
ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o
valor do que escolhemos, porque nunca podemos
escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e
nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos.
Se a existência, por outro lado, precede a essência e se
quisermos exis�r, ao mesmo tempo em que construímos
a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para
a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito
maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda
a humanidade”.
Sartre.
 
Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é
INCORRETO afirmar que 
a) o valor máximo da existência humana é a liberdade,
porque o homem é, antes de mais nada, o que �ver
projetado ser, estando “condenado a ser livre”. 
b) totalmente posto sob o domínio do queele é, ao
homem é atribuída a total responsabilidade pela sua
existência e, sendo responsável por si, é também
responsável por todos os homens. 
c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois
o homem se define pelos seus atos e atos, por
excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além
do conjunto de seus atos”. 
d) o homem é um “projeto que se vive subje�vamente”,
pois há uma natureza humana previamente dada e
predefinida, e, portanto, no homem, a essência
precede a existência. 
e) por não haver valores preestabelecidos, o homem
deve inventá-los através de escolhas livres, e, como
escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é
sempre o bem, é o homem que, através de suas
escolhas livres, atribui sen�do a sua existência. 
FIL0628 - (Fer)
“[...] A disciplina fabrica assim corpos submissos e
exercitados, corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as
forças do corpo (em termos econômicos de u�lidade) e
diminui essas mesmas forças (em termos polí�cos de
obediência). Em uma palavra: ela dissocia o poder do
corpo; faz dele por um lado uma ‘ap�dão’, uma
‘capacidade’ que ela procura aumentar; e inverte por
outro lado a energia, a potência que poderia resultar
disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita.” 
(FOUCAULT, M. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, M. Vigiar
e Punir. Trad. Ligia M. P. Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes,
1987, p. 127.)
 
De acordo com o pensamento de Michel Foucault sobre a
disciplina, assinale a alterna�va CORRETA.
a) Segundo Foucault, a disciplina aumenta a capacidade
de desobedecer dos indivíduos, agora mais aptos a se
tornarem revolucionários.
b) Foucault apresenta uma contradição na fabricação de
corpos “dóceis”, pois a inap�dão ao trabalho se
contrapõe à autonomia que os homens adquirem com
a disciplina.
c) A dissociação entre “poder” e “corpo”, levantada por
Foucault, é uma caracterís�ca do pensamento abstrato
do pós-estruturalismo. O poder só pode ser exercido
de modo transcendente, por meio do abandono de
qualquer coerção �sica.
d) De acordo com o filósofo, a disciplina sobre os corpos
torna os indivíduos úteis a desempenhar
determinadas funções, mas re�ra o poder desses
indivíduos de contestarem a relação de dominação a
que estão sujeitos.
e) A disciplina é aplicada exclusivamente pelo Estado,
poder central. Desse modo, Foucault entende que
ins�tuições como a escola e a igreja são locais de
contestação ao controle estatal e desenvolvimento
crí�co dos indivíduos.
FIL0420 - (Enem)
A crí�ca é uma questão de distância certa. O olhar hoje
mais essencial, o olho mercan�l que penetra no coração
das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço
livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca-
as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da
tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em
direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não
oferece móveis e fachadas a uma observação crí�ca
completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e
repen�na proximidade, também a propaganda autên�ca
transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo
que corresponde ao de um bom filme.
15@professorferretto @prof_ferretto
BENJAMIN, W. Rua de mão única:infância berlinense –
1900. Belo Horizonte: Autên�ca, 2013 (adaptado).
 
O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter
Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o
procedimento de análise crí�ca em virtude do(a) 
a) caráter ilusório das imagens. 
b) evolução constante da tecnologia. 
c) aspecto efêmero dos acontecimentos. 
d) conteúdo obje�vo das informações. 
e) natureza emancipadora das opiniões. 
FIL0431 - (Unicentro)
Todas as alterna�vas abaixo definem corretamente a
relação crí�ca que se estabelece na contemporaneidade
entre Arte, Indústria cultural e Cultura de massas, exceto.
a) Com o advento da modernidade, as artes foram
subme�das às regras do mercado capitalista e da
ideologia da Indústria Cultural, baseadas na prá�ca do
consumo de produtos culturais produzidos em série.
As obras de arte são mercadorias, como tudo que
existe no capitalismo. 
b) Não podemos afirmar que a contemporaneidade
transformou as obras de arte em mercadorias, pois
proporcionaram sua democra�zação irrestrita: todos
podem ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las
em suas vidas, cri�cá-las, graças ao capitalismo. 
c) Apesar de subme�da às leis do mercado capitalista e
de sua ideologia, a arte contemporânea não se
democra�zou, massificou-se para consumo rápido no
mercado da moda e nos meios de comunicação de
massa. 
d) A Indústria cultural define a cultura como lazer e
entretenimento, diversão e distração. O que nas obras
de arte significa trabalho da sensibilidade, da reflexão
e da crí�ca é vulgarizado e banalizado; em lugar de
difundir e divulgar as artes, despertando interesse por
ela, ocorre massificação da expressão ar�s�ca e
intelectual. 
e) Sob o controle econômico e ideológico da Indústria
Cultural, a arte se transformou em um evento para
tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador
das obras. É algo para ser consumido e não para ser
conhecido, fruído e superado por novas obras. 
FIL0399 - (Ufsj)
Sobre a interferência de Jean-Paul Sartre na filosofia do
século XX, é CORRETO afirmar que ele 
a) reconhece a importância de Diderot, Voltaire e Kant e
repercute a interferência posi�va destes na noção de
que cada homem é um exemplo par�cular no
universo. 
b) faz a inversão da noção essencialista ao apregoar que
o Homem primeiramente existe, se descobre, surge no
mundo e só após isso se define. Assim, não há
natureza humana, pois não há Deus para concebê-la. 
c) inaugura uma nova ordem polí�co-social, segundo a
qual o Homem nada mais é do que um projeto que se
lança numa natureza essencialmente humana. 
d) diz que ser ateu é mais coerente apesar de reconhecer
no Homem uma virtu que o filia, defini�vamente, a
uma consciência a priori infinita. 
FIL0520 - (Pucpr)
A preocupação sobre o futuro da natureza e a ação da
civilização tecnológica apresenta-se como traços
cons�tu�vos do pensamento de Hans Jonas. Neste
sen�do, o princípio responsabilidade pretende superar as
é�cas tradicionais, as quais o autor chama de “é�cas da
similitude”. A respeito da reflexão é�ca de Hans Jonas,
assinale a alterna�va INCORRETA.
a) A responsabilidade não tem nenhuma implicância e
relevância com relação às futuras gerações,
associando- se, assim, com a é�ca de Kant. 
b) A responsabilidade adquire uma nova dimensão pela
técnica que as é�cas tradicionais (por exemplo, a é�ca
aristotélica) não comportam, uma vez que estas não
apontam para as consequências futuras. 
c) As é�cas tradicionais primam pelo antropocentrismo,
tornando-se, assim, um problema, pois não buscam
um fim imanente também na natureza. 
d) A responsabilidade pelas futuras gerações e pelo todo
orgânico são elementos fundamentais na proposta
é�ca de Hans Jonas. 
e) A responsabilidade não pode ser uma relação
recíproca, uma vez que tal relação se move incidindo
numa é�ca futurista. 
FIL0434 - (Uel)
Leia o texto a seguir:
 
“A ideia de progresso manifesta-se inicialmente, à época
do Renascimento, como consciência de ruptura. [...] No
século XVIII tal ideia associa-se à consciência do caráter
progressivo da civilização, e é assim que a encontramos
em Voltaire. Tal como para Bacon, no início do século
XVII, o progresso também é uma espécie de objeto de fé
para os iluministas. [...] A certeza do progresso permite
encarar o futuro com o�mismo”.
16@professorferretto @prof_ferretto
(Adaptado de: FALCON, F. J. C. Iluminismo. 2. ed. São
Paulo: Á�ca, 1989, p. 61-62.)
 
Na primeira metade do século XX, a ideia de progresso
também se transformou em objeto de análise do grupo
de pesquisadores do Ins�tuto de Pesquisa Social
vinculado à Universidade de Frankfurt.
Tendo como referência a obra de Adorno e Horkheimer, é
correto afirmar: 
a) Por serem herdeiros do pensamento hegeliano, os
autores entendem que a superação do modelo de
racionalidade inerente aos conflitos do século XX
dependedo justo equilíbrio entre uso público e uso
privado da razão. 
b) A despeito da Segunda Guerra, a finalidade do
iluminismo de libertar os homens do medo, da magia
e do mito e torná-los senhores autônomos e livres
mediante o uso da ciência e da técnica, foi a�ngido. 
c) Os autores propõem como alterna�va às catástrofes
da primeira metade do século XX um novo
entendimento da noção de progresso tendo como
referência o conceito de racionalidade comunica�va. 
d) Como demonstra a análise feita pelos autores no texto
“O autor como produtor”, o ideal de progresso
consolidado ao longo da modernidade foi rompido
com as guerras do século XX. 
e) Em obras como a Dialé�ca do esclarecimento, os
autores ques�onam a compreensão da noção de
progresso consolidada ao longo da trajetória da razão
por ela estar vinculada a um modelo de racionalidade
de cunho instrumental.
FIL0405 - (Ifsp)
Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean-
Paul Sartre afirma que o ser humano está condenado a
ser livre, a fazer escolhas e, portanto, a construir seu
próprio des�no. O pressuposto básico que sustenta essa
argumentação de Sartre é o seguinte: 
a) A suposição de que o homem possui uma natureza
humana, o que significa que cada homem é um
exemplo par�cular de um conceito universal. 
b) A compreensão de que a vida humana é finita e de
que o homem é, sobretudo, um ente que está no
mundo para a morte. 
c) A ideia de que a existência precede a essência e, por
isso, o ser humano não está predeterminado a nada. 
d) A convicção de que o homem está desamparado e é
impotente para mudar o seu des�no individual. 
e) A ideia de que toda pessoa tem um potencial a
realizar, desde quando nasce, mas é livre para
transformar ou não essa possibilidade em realidade. 
FIL0367 - (Enem)
Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a
ter de desejar reviver – é o dever –, pois, em todo caso,
você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se
submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que
saiba para o que dirige sua preferência, e não recue
diante de nenhum meio! É a eternidade que está em
jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para
os novos tempos. Rio de Janeiro: Obje�va, 2010
(adaptado).
 
O trecho contém uma formulação da doutrina
nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios
radicais de avaliação da 
a) qualidade de nossa existência pessoal e cole�va. 
b) conveniência do cuidado da saúde �sica e espiritual. 
c) legi�midade da doutrina pagã da transmigração da
alma. 
d) veracidade do postulado cosmológico da perenidade
do mundo. 
e) validade de padrões habituais de ação humana ao
longo da história. 
FIL0463 - (Uece)
Observe a seguinte no�cia: “O total de pessoas
encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de
2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um
crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40%
são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem
condenação judicial. Mais da metade dessa população é
de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os
crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais
levam as pessoas às prisões, com 28% da população
carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam a 37%.
[...] Quanto à escolaridade, 75% da população prisional
brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1%
dos presos tem graduação”.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em:
h�p://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/no�cia/2017-
12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para-
726712-pessoas
 
As informações apresentadas na no�cia acima podem ser
pensadas filosoficamente tomando-se por base
 
I. Foucault e sua teoria dos disposi�vos disciplinares do
poder.
II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da
classe dominante.
III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe.
IV. Aristóteles e seu conceito de jus�ça distribu�va.
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Estão corretas somente as complementações con�das
em 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I e IV. 
FIL0415 - (Uece)
O trecho abaixo apresentado se refere à influência da
indústria cultural e seus produtos, em relação à ordem
social e polí�ca contemporânea, sob a ó�ca dos
pensadores da Escola de Frankfurt:
 
“O desenvolvimento da indústria cultural ocasionou a
incorporação dos indivíduos numa totalidade social
racionalizada e reificada; frustrou sua imaginação e
tornou-os vulneráveis à manipulação por ditadores e
demagogos. A propaganda fascista necessitou apenas
a�var e reproduzir a mentalidade existente das massas;
ela simplesmente tomou as pessoas pelo que eram – os
filhos da indústria cultural – e empregou as técnicas
dessa indústria para mobilizá-las por trás dos obje�vos
agressivos e reacionários do fascismo”.
THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna:teoria
social crí�ca na era dos meios de comunicação de massa.
Petrópolis, RJ: Vozes. Adaptado.
 
Considerando o trecho acima e o conceito de indústria
cultural, atente para o que se diz a seguir e assinale
com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
(__) Os produtos da indústria cultural são, geralmente,
construções simbólicas impregnadas de estereó�pos que
suprimem a reflexão crí�ca sobre a ordem social,
podendo abrir espaço para uma visão autoritária.
(__) Aqueles indivíduos que foram capturados pela
retórica autoritária do fascismo são os que já haviam
sucumbido à influência da indústria cultural e à sua
capacidade de manipulação das massas.
(__) Os produtos da indústria cultural desafiam as
normas sociais e possuem um caráter an�rrealista que se
torna fonte de fascínio por parte das massas que aderem
ao seu falso caráter revolucionário.
(__) Exemplificada na indústria de entretenimento, a
indústria cultural padronizou e mercan�lizou as formas
culturais, o que resultou em uma arte banal e repe��va,
incapaz de provocar um olhar crí�co.
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
a) F, F, V, F. 
b) V, V, F, V. 
c) V, F, F, V. 
d) F, V, V, F. 
FIL0521 - (Enem)
Para Rawls, a estrutura básica mais justa de uma
sociedade é aquela que alguém escolheria se não
soubesse qual viria a ser seu papel par�cular no sistema
de cooperação daquela sociedade.
LOVETT, F. Uma teoria da jus�ça, de John Rawls. Porto
Alegre: Penso, 2013.
 
A teoria da jus�ça proposta pelo autor, conforme exposto
no texto, pressupõe assumir uma posição hipoté�ca
chamada de 
a) reino de Deus. 
b) mundo da utopia. 
c) véu da ignorância. 
d) estado de natureza. 
e) cálculo da felicidade. 
FIL0566 - (Uece)
“Pois uma estátua não é apenas um documento histórico.
Ela é sobretudo um disposi�vo de celebração. Como
celebração, ela naturaliza dinâmicas sociais, ela diz:
‘assim foi e assim deveria ter sido’. Um bandeirante com
um trabuco na mão e olhar para frente é a celebração do
‘desbravamento’ de ‘nossas matas’. [...] Quando a
ditadura militar criou o mais vil aparato de crimes contra
a humanidade, disposi�vo de tortura de Estado e
assassinato financiado com dinheiro do empresariado
paulista, não por acaso seu nome foi: Operação
Bandeirante. Sim, a história é implacável. Como disse no
início, o passado é o que não cessa de retornar.”
SAFATLE, Vladimir. Do direito inalienável de derrubar
estátuas. In: El país, em 26-07-2021. Disponível em:
h�ps://brasil.elpais.com/opiniao/2021-07-26/do-direito-
inalienavel-de derrubar-estatuas.html.
 
Nas passagens acima citadas de seu ar�go de opinião, o
filósofo Vladimir Safatle faz uso, por duas vezes, do
conceito de disposi�vo. Sobre este conceito, formulado
por Michel Foucault (1926-1984), é correto afirmar que 
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a) expressa uma forma de poder que se opõe aos
sujeitos e às formas de cons�tuição de subje�vidade. 
b) são prá�cas, as mais diversas, que atuam na
cons�tuição, no controle e na dominação dos
sujeitos. 
c) é sempre um instrumento de exercício de violência
�sica do poder contra os dominados. 
d) mostra como o poder atua somente simbolicamente,
conduzindo a uma dominação consen�da. 
FIL0588 - (Enem)

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