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Filosofia Contemporânea FIL0644 - (Uece) “Nos anos 1940 surgiu a Dialé�ca do esclarecimento, obra de autoria de Horkheimer e Adorno. O capítulo ‘Indústria cultural, o esclarecimento como mis�ficação das massas’ apresentou uma crí�ca implacável ao fenômeno, então recente, da cultura de massas regulada por agências do capitalismo monopolista, organizadas em moldes industriais semelhantes aos dos ramos tradicionais da economia (indústria petrolífera, química, elétrica, siderúrgica etc.). Essa nova indústria era voltada para a consecução de dois obje�vos bem delimitados a serem a�ngidos, quando possível, simultaneamente: a viabilidade econômica através da lucra�vidade de seus produtos e a adaptação de seus consumidores à ordem imposta pela superação do capitalismo liberal, em virtude da formação de conglomerados econômicos.” DUARTE, R. Indústria cultural: uma introdução. São Paulo: Editora FGV, 2010. - Adaptado. Conforme a passagem acima citada, é correto afirmar que a indústria cultural a) é a cultura popular que passou a ser veiculada pelos meios de comunicação de massas. b) é um setor da produção capitalista que visa ao lucro e também ao controle das massas. c) é própria à livre concorrência mercan�l, quando os indivíduos são livres para consumir. d) é o ramo de eventos ar�s�co-culturais patrocinados pelas corporações monopolistas. FIL0427 - (Unimontes) Considerado o inventor da crí�ca moderna, Walter Benjamin teve uma vida atribulada, marcada por dificuldades pessoais e trágicas circunstâncias polí�cas. Colaborou e par�cipou de movimentos importantes, entre eles, a União Livre dos Estudantes. Unindo-se a outros pensadores por amizade, deu início, em 1930, a um grupo de pesquisa que ficou conhecido mundialmente. Com qual nome ficou conhecido o grupo a que pertenceu Walter Benjamin? a) Escola de Viena. b) Escola de Frankfurt. c) Escola de Marburgo. d) Escola Eleata. FIL0426 - (Unimontes) A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923, sob o nome de Ins�tuto para a Pesquisa Social. Marque a alterna�va que contempla os principais pensadores da Escola de Frankfurt. a) Theodor Adorno, Platão, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. b) Tomás de Aquino, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. c) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Tobias Barreto. d) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. FIL0439 - (Enem) Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto par�cipantes de um discurso prá�co, a um acordo quanto à validade dessa norma. HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunica�vo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo(a) a) liberdade humana, que consagra a vontade. b) razão comunica�va, que requer um consenso. c) conhecimento filosófico, que expressa a verdade. d) técnica cien�fica, que aumenta o poder do homem. e) poder polí�co, que se concentra no sistema par�dário. FIL0457 - (Ufpr) Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo 1@professorferretto @prof_ferretto alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valen�a. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automa�smo dos hábitos. (FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 162.) Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, ins�tuições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a par�r do século XVIII, os indivíduos: a) são educados de modo a se tornarem autônomos. b) aprendem a conviver uns com os outros. c) encontram as condições de segurança e bem-estar. d) se tornam mais vigorosos e valentes. e) se fazem objeto do poder disciplinar. FIL0458 - (Uece) Considere o seguinte excerto a respeito da desumanização dos imigrantes la�nos: “Estou estarrecido pelo que vejo acontecer hoje nos EUA – filhos de imigrantes, sendo arrancados de seus pais e enviados a centros de detenção. Laura Ingraham, da rede de no�cias Fox News disse que as crianças imigrantes presas estavam ‘pra�camente numa colônia de férias’, a despeito do áudio em que se ouvem crianças chorando. Quase 60% dos republicanos aprovam a prá�ca de separar crianças imigrantes de seus pais e não é di�cil entender os mo�vos. Há alguns anos Donald Trump vem aproveitando todas as oportunidades de desumanizar os la�nos que atravessam a fronteira, chamando-os de animais, assassinos e estupradores. Essa etapa é essencial, a de reduzir imigrantes a um status sub- humano. Aconteceu durante o Holocausto. Sempre que um grupo de pessoas sofre opressão e horrores, os grupos no poder, primeiramente as reduzem e desumanizam, de forma a aliviar a consciência dos poderosos enquanto dure a opressão”. King, Shaun. Separar famílias de migrantes é uma barbaridade. E os EUA fazem isso há séculos com não brancos. Publicado em 21/06/2018. Disponível em: h�ps://theintercept.com/2018/06/21/eua-familias- migrantes-trump/. Adaptado. No texto acima, a referência ao processo de desumanização dos imigrantes la�nos corresponde a uma ação polí�ca baseada em uma concepção de poder que é encontrada a) no pensamento marxista e em sua percepção das disputas ideológicas e de poder entre estratos sociais dis�ntos (classes sociais), marcadas que são pelas diferenças de posicionamento na estrutura da produção material e histórica, representados pelos imigrantes, de um lado, e os na�vos americanos, do outro. b) na obra filosófica de Michel Foucault, que discute as diferentes maneiras de exercício do poder, paralelas ao poder do estado, que se exercem de formas variadas e em vários níveis ins�tucionais, entre as quais estão os meios formadores de discursos e narra�vas voltadas a disciplinar e ressignificar percepções sociais. c) na visão contratualista de Rousseau e na sua concepção de uma natureza humana boa, corrompida pela sociedade (os imigrantes que agem como animais e assassinos), bem como na supremacia do poder que se origina da vontade geral e do interesse cole�vo sobre as vontades dos indivíduos que emigram. d) na noção hobbesiana de poder, que defende o combate ao estado de natureza – representado pela situação dos imigrantes la�nos – e a necessária ins�tuição da sociabilidade polí�ca, com o exercício da força de um líder que tem que ser forte e respeitado para impor a ordem (o Presidente norte-americano Donald Trump). FIL0437 - (Uece) Considere o trecho a seguir, que descreve uma definição sobre como se estabelecem as normas de ação a par�r de uma determinada situação vivida no mundo: “O mundo vivido é considerado a par�r do processo de entendimento no qual diferentes pessoas se entendem sobre algo no mundo obje�vo dos fatos, no mundo social das normas de ação e mundo subje�vo das vivências. O mundo vivido garante aos sujeitos de uma comunidade de comunicação convicções a par�r das quais se forma o contexto dos processos de entendimento”. OLIVEIRA, M. A. de. Reviravolta linguís�co-pragmá�ca na filosofia contemporânea. São Paulo: Edições Loyola, 1996. Adaptado. A passagem acima apresenta uma visão da moralidade, sobre a qual é correto afirmar que 2@professorferretto @prof_ferretto a) se trata da ideia de moral do iluminismo, sobretudo da filosofia de Immanuel Kant, na qual o agir moral e o princípio da e�cidade se fundamentam na razão dos sujeitos, que se universalizaSempre que a relevância do discurso entra em jogo, a questão torna-se polí�ca por definição, pois é o discurso que faz do homem um ser polí�co. E tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sen�do na medida em que pode ser discu�do. Haverá, talvez, verdades que ficam além da linguagem e que podem ser de grande relevância para o homem no singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é um ser polí�co. Mas homens no plural, isto é, os homens que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem experimentar o significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a importância da linguagem no processo de a) entendimento da cultura. b) aumento da cria�vidade. c) percepção da individualidade. d) melhoria da técnica. e) construção da sociabilidade. FIL0538 - (Unesp) A Ecologia Profunda é um conceito filosófico que considera que todos os elementos vivos da natureza devem ser respeitados, assim como deve ser garan�do o equilíbrio da biosfera. O termo surgiu em 1972, com o filósofo e ambientalista norueguês Arne Naess (1912- 2009). Ele dis�nguiu as correntes ambientais entre movimentos rasos e movimentos profundos. Os movimentos rasos limitam-se a tentar minimizar os problemas ambientais e garan�r o enriquecimento das sucessivas gerações humanas, enquanto a Ecologia Profunda vai na raiz dos problemas ambientais e defende os direitos de toda a comunidade bió�ca. (José E. D. Alves. “Os oito princípios da ecologia profunda”. www.ecodebate.com.br, 05.06.2017. Adaptado.) A par�r do texto, o aspecto filosófico de “Ecologia Profunda” implica uma mudança de conduta, pois requer a a) criação de um novo paradigma na relação entre ser humano e natureza. b) mobilização social em torno de campanhas por economia verde. c) revisão da dependência das tecnologias de produção. d) transformação dos acordos mul�laterais entre diferentes nações. e) manutenção dos impactos da crise ambiental. FIL0401 - (Unioeste) “O que significa aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. (...) O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. (...) Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de por todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. (...) Quando dizemos que o homem se escolhe a si, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser”. Sartre. Considerando a concepção existencialista de Sartre e o texto acima, é incorreto afirmar que a) o homem é um projeto que se vive subje�vamente. b) o homem é um ser totalmente responsável por sua existência. c) por haver uma natureza humana determinada, no homem a essência precede a existência. d) o homem é o que se lança para o futuro e que é consciente deste projetar-se no futuro. e) em suas escolhas, o homem é responsável por si próprio e por todos os homens, porque, em seus atos, cria uma imagem do homem como julgamos que deve ser. FIL0481 - (Unioeste) 19@professorferretto @prof_ferretto “Segundo o filósofo da ciência Thomas Kuhn, paradigma é um conjunto sistemá�co de métodos, formas de experimentações e teorias que cons�tuem um modelo cien�fico, tornando-se condição reguladora da observação. [...] A ciência normal, conforme Kuhn, funciona subme�da por paradigmas estabelecidos historicamente num campo contextual de problemas e soluções concretas. [...] Os paradigmas são estabelecidos nos momentos de revolução cien�fica [...] Portanto, para Kuhn, a ciência se desenvolve por meio de rupturas, por saltos e não de maneira gradual e progressiva”. (E. C. Santos) Sobre a concepção de ciência de Kuhn, é incorreto afirmar que a) o desenvolvimento cien�fico não se dá de modo linear, cumula�vo e progressivo. b) o desenvolvimento cien�fico possui momentos de revolução, de ruptura, nos quais há mudança de paradigma. c) a ciência normal é o período em que a pesquisa cien�fica é dirigida por um paradigma. d) um exemplo de mudança de paradigma (revolução) na Astronomia e a subs�tuição do sistema geocêntrico aristotélico-ptolomaico pelo sistema heliocêntrico copernicano-galilaico. e) a ciência não está subme�da, de forma alguma, às condições históricas. FIL0461 - (Uece) “Generalizando posteriormente a já amplíssima classe dos disposi�vos foucaul�anos, chamarei literalmente de disposi�vo qualquer coisa que tenha de algum modo a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes.” AGAMBEN, G. O que é um disposi�vo? outra travessia, Florianópolis, n. 5, p. 9-16, jan. 2005. Considerando o excerto acima, analise as seguintes proposições: I. As prisões e os manicômios se enquadram nesse conceito na medida em que se voltam para a correção e normalização de condutas consideradas desviantes. II. As escolas, as igrejas e as fábricas podem ser pensadas como disposi�vos na medida em que se voltam para os corpos e os comportamentos no sen�do do disciplinamento. III. Os computadores, os telefones celulares, as câmeras de segurança se destacam como disposi�vos, pois controlam tecnicamente os gestos e as condutas humanas. É correto o que se afirma em a) I, II e III. b) I e II apenas. c) II e III apenas. d) I e III apenas. FIL0516 - (Enem) A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça �sica. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo con�nente da práxis cole�va que adentramos com a alta tecnologia ainda cons�tui, para a teoria é�ca, uma terra de ninguém. JONAS. H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado). As implicações é�cas da ar�culação apresentada no texto impulsionam a necessidade de construção de um novo padrão de comportamento, cujo obje�vo consiste em garan�r o(a) a) pragma�smo da escolha individual. b) sobrevivência de gerações futuras. c) fortalecimento de polí�cas liberais. d) valorização de múl�plas etnias. e) promoção da inclusão social. FIL0573 - (Uece) Em sua principal obra teórica e polí�ca, publicada em 1883, Joaquim Nabuco (1849-1910) tenta estabelecer a proposta do que ele chama de abolicionismo, em comparação com outros movimentos que lutaram antes contra a escravidão, nos seguintes termos: “Em 1850, queria-se suprimir a escravidão, acabando com o tráfico; em 1871, libertando desde o berço, mas de fato depois dos vinte e um anos de idade, os filhos de escrava ainda por nascer. Hoje quer-se suprimi-la, emancipando os escravos em massa e resgatando os ingênuos da servidão da lei de 28 de setembro. É este úl�mo movimento que se chama abolicionismo, e só este resolve o verdadeiro problema dos escravos, que é a sua própria liberdade. A opinião, em 1845, julgava legí�ma e honesta a compra de africanos, transportados traiçoeiramente da África, e introduzidos por contrabando no Brasil. A opinião, em 1875, condenava as transaçõesdos traficantes, mas julgava legí�ma e honesta a matrícula depois de trinta anos de ca�veiro 20@professorferretto @prof_ferretto ilegal das ví�mas do tráfico. O abolicionismo é a opinião que deve subs�tuir, por sua vez, esta úl�ma, e para a qual todas as transações de propriedade sobre entes humanos são crimes que só diferem no grau de crueldade”. NABUCO, J. O abolicionismo. Brasília, DF: Editora do Senado, 2003. - Adaptado. Escrito depois das primeiras declarações sobre os direitos naturais do homem, esse texto de Joaquim Nabuco expressa a moderna concepção dos direitos humanos ao afirmar que a) a abolição da escravidão deve ser gradual, dado o direito à propriedade. b) é aceitável a propriedade da escrava comprada, mas não de seus filhos. c) a opinião de cada época torna legí�ma a forma de propriedade existente. d) é inaceitável toda forma de propriedade de homens por outros homens. FIL0514 - (Enem) Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fa�: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo. NIETZSCHE apud FERRY L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio da Janeiro: Obje�va, 2010 (adaptado). Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crí�ca à tradição cristã que a) combate as prá�cas sociais de cunho afe�vo. b) impede o avanço cien�fico no contexto moderno. c) associa os cultos pagãos à sacralização da natureza. d) condena os modelos filosóficos da An�guidade Clássica. e) consagra a realização humana ao campo transcendental. FIL0513 - (Enem) TEXTO I Os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ. M. A. (Org.). Obras poé�cas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). TEXTO II Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a par�r de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1999 (adaptado). Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspec�va que ampara a a) anterioridade da razão no domínio cogni�vo. b) confirmação da existência de saberes inatos. c) valorização do corpo na apreensão da realidade. d) verificabilidade de proposições no campo da lógica. e) possibilidade de contemplação de verdades atemporais. FIL0536 - (Unesp) Muito antes de a farmacologia moderna desvendar cien�ficamente a ação da cafeína sobre o sistema nervoso central, especialmente seu efeito es�mulante, as comunidades indígenas da Amazônia se beneficiavam das propriedades desta substância no alívio da fadiga, por meio do emprego do guaraná, sem necessariamente compreender sua composição química ou outras possibilidades terapêu�cas. (Ediara R. G. Rios et al. “Senso comum, ciência e filosofia – elo dos saberes necessários à promoção da saúde”. Ciência & Saúde Cole�va, 2007. Adaptado.) O excerto ressalta um aspecto importante para o estudo do conhecimento, segundo o qual a) o senso comum pode engendrar o desenvolvimento de uma teoria cien�fica. b) as proposições teóricas se sobrepõem às demonstrações empíricas. c) o poder de convencimento é superior ao efeito dos argumentos. d) os usos de cafeína por indígenas têm cunho essencialmente religioso. e) o saber é relevante em uma comunidade quando corroborado pela ciência. FIL0373 - (Upe) Sobre a consciência crí�ca, considere o texto a seguir: O homem é corda estendida entre o animal e o Super- homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O que é de grande valor no homem é ele 21@professorferretto @prof_ferretto ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se ex�nguindo, porque são esses os que atravessam de um para outro lado. NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo, 1999, p. 27. O filósofo Nietzsche elucida, sobre a consciência crí�ca e a filosofia, que a) o valor da natureza ín�ma do homem está na pura razão e não na vontade de viver. b) a dimensão existencial tem importância e conduz à exaltação da vida e à superação do homem. c) a virtude do homem está na superação do exis�r para alcançar a salvação. d) o homem deve renunciar à vida e buscar o sen�do do super-homem na transcendência. e) a consciência crí�ca é a supressão da vontade de viver, já que o homem é o Super-homem. FIL0621 - (Fer) "Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou 'os escravos', ou 'a plebe', ou 'o rebanho', ou como quiser chamá-lo se isto aconteceu graças aos judeus, muito bem! Jamais um povo teve missão maior na história universal. 'Os senhores' foram abolidos; a moral do homem comum venceu. A 'redenção' do gênero humano (do jugo dos 'senhores') está bem encaminhada; tudo se judaíza, cris�aniza, plebeíza visivelmente (que importam as palavras!)”. Nietzsche, Friedrich. Para a genealogia da moral - Prólogo. Primeira dissertação §9. De acordo com a crí�ca de Nietsche apresentada no texto acima, pode-se afirmar que: a) Para Nietzsche, a moral natural é aquela que “castra” o homem e o obriga a negar valores vitais. b) A moral defendida por Nietzsche é de fundamento deontológico, baseada na ideia de “dever”. c) Nietzsche prega uma vida mais pura e autên�ca, ancorada por valores cristãos. d) Nietzsche cri�ca a moral e a filosofia de sua época, afirmando que elas se afastaram da vida, refugiando- se num universo de abstração e deduções lógicas, criando falsos dualismos, como o de corpo e alma, mundo e Deus, mundo aparente e mundo verdadeiro. e) Nietzsche cri�ca a “moral do senhor”, pois é um defensor da liberdade individual e da igualdade social. FIL0626 - (Fer) Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal modo que o processo democrá�co é compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização. Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo democrá�co enquanto tal, entendido como uma deliberação cole�va que conduz os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem comum. (Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e polí�ca. “Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In: OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.). Filosofia Polí�ca Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 214-235.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do discurso, é correto afirmar que Habermas a) Adota a posição dos demais pensadores da escola de Frankfurt, ao reafirmar sua confiança na possibilidade de que os ideais iluministas pudessem trazer liberdade e autonomia às sociedades do século XX. b) Afasta-se dos pensadores da escola de Frankfurt, abandonando, ao mesmo tempo, a teoria crí�ca da sociedade e a crí�ca da razão instrumental. c) Defende a tese de que o conhecimento resulta de um consenso estabelecido pelos indivíduos de um determinado tempo e lugar, a par�r de suas crenças, mediante uma racionalidade comunica�va e argumenta�va. d) Afirma que a linguagem tem caráter impera�vo, pois apresenta verdades encontradas por uma razão que obedece aos preceitos da lógica formal. e) Exclui a racionalidade das decisões consensuais. Só podendo haver validade nas normas definidas consensualmente, quando os interlocutores se instrumentalizam em prol de interesses par�culares. FIL0465 - (Uema) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós- modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveua par�r do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor polí�co e nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas ins�tuições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: 22@professorferretto @prof_ferretto os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.” Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado) Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir a) o ideal de igualdade entre os homens. b) o total direito polí�co de acordo com as etnias. c) as normas estabelecidas pela disciplina social. d) a repressão exercida pelos menos instruídos. e) o ideal de liberdade individual. FIL0385 - (Ufsj) Na perspec�va nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque a) ao declarar que os homens são livres, as forças coerci�vas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de cas�gá-los, julgá-los e declará- los culpados. b) os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio. c) o cris�anismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu �rar a culpa do ser humano. d) a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o Homem está condenado à culpa. FIL0518 - (Enem) A sociedade como um sistema justo de cooperação social consiste em uma das ideias familiares fundamentais, que dá estrutura e organização à jus�ça como equidade. A cooperação social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos e aceitos por aqueles que cooperam como sendo apropriados para regular a sua conduta. Diz-se que a é cooperação é justa porque seus termos são tais que todos os par�cipantes podem razoavelmente aceitar, desde que todos os demais também o aceitem.” FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria polí�ca contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier. 2010. No contexto do pensamento polí�co, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a) a) ideal republicano de governo. b) corrente tripar�te dos poderes. c) posicionamento crí�co do socialismo. d) legi�midade do absolu�smo monárquico. e) entendimento do contratualismo moderno. FIL0377 - (Unesp) Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer mo�vo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacri�cio, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacri�cio têm interesse em que con�nuem exis�ndo os egoístas sem amor e incapazes de sacri�cio, e a suprema moralidade, para poder subsis�r, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. (Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.) A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos a) psicológicos, baseados na crí�ca da inconsistência subje�va da moral cristã. b) cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. c) estoicistas, exaltadores da apa�a emocional como ideal de uma vida sábia. d) é�cos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. e) meta�sicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. FIL0368 - (Unesp) Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infan�s, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para inves�gar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade! (Nietzsche.Obras incompletas, 1991. Adaptado.) 23@professorferretto @prof_ferretto Nesse excerto, Nietzsche a) defende o ina�smo meta�sico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. b) valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. c) defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crí�co. d) iden�fica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. e) valoriza uma postura crí�ca de autorreflexão, em oposição ao dogma�smo. FIL0371 - (Enem) Jamais deixou de haver sangue, mar�rio e sacri�cio, quando o homem sen�u a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacri�cios e penhores, as mais repugnantes mu�lações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele ins�nto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória. NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo dis�n�vo entre homens e animais, marcado pelo(a) a) racionalidade cien�fica. b) determinismo biológico. c) degradação da natureza. d) domínio da con�ngência. e) consciência da existência. FIL0456 - (Uel) “Desde o final do século XIX, impõe-se cada vez com mais força a outra tendência evolu�va que caracteriza o capitalismo tardio: a cien�ficação da técnica. No capitalismo sempre se registrou a pressão ins�tucional para intensificar a produ�vidade do trabalho por meio da introdução de novas técnicas. As inovações dependiam, porém, de inventos esporádicos que, por seu lado, podiam sem dúvida ser induzidos economicamente, mas �nham ainda um caráter natural. Isso modificou-se, na medida em que a evolução técnica é realimentada com o progresso das ciências modernas. Com a inves�gação industrial de grande es�lo, a ciência, a técnica e a revalorização do capital confluem num mesmo sistema. Entretanto, a inves�gação industrial associa-se a uma inves�gação nascida dos encargos do Estado, que fomenta em primeiro lugar o progresso cien�fico e técnico no campo militar. Daí as informações refluem para as esferas da produção civil de bens.” (HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como ideologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 72.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o capitalismo tardio, considere as afirma�vas a seguir. I. A espontaneidade e naturalidade dos inventos esporádicos bloquearam a produ�vidade no capitalismo. II. No capitalismo tardio, há uma junção sistêmica entre a técnica, a ciência e a revalorização do capital. III. No interior do capitalismo tardio, a técnica e a ciência são independentes e se desenvolvem em sen�dos opostos. IV. A produção civil de bens se apropria das informações geradas pela inves�gação industrial no campo militar. Estão corretas apenas as afirma�vas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. FIL0469 - (Ufsm) Há muitas razões para valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e facilitar nosso controle de ambientes hos�s, facilitando nossa adaptação, é uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos, a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com a�vidades cien�ficas tende a pensar que uma teoria cien�fica é um conjunto de leis verdadeiras e infalíveissobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência (como a subs�tuição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico de explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem das teorias cien�ficas. A teoria da ciência do �sico e filósofo austríaco Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis cien�ficas possuem um caráter I. hipoté�co e provisório. II. assistemá�co e irracional. III. matemá�co e formal. IV. contraditório e tautológico. É/São verdadeira(s) a(s) asser�va(s) 24@professorferretto @prof_ferretto a) I apenas. b) I e II apenas. c) III apenas. d) II e IV apenas. e) III e IV apenas. FIL0480 - (Unioeste) “Kuhn sustenta que a ciência progride quando os cien�stas são treinados numa tradição intelectual comum e usam essa tradição para resolver os problemas que ela suscita. Kuhn vê a história de uma ciência ‘madura’ como sendo, essencialmente, uma sucessão de tradições, cada uma das quais com sua própria teoria e seus próprios métodos de pesquisa, cada um guiando uma comunidade de cien�stas durante um certo período de tempo e sendo finalmente abandonada. Kuhn começou por chamar às ideias de uma tradição cien�fica um ‘paradigma’ [...] O paradigma, como um todo, determina que problemas são inves�gados, que dados são considerados per�nentes, que técnicas de inves�gação são usadas e que �pos de solução se admitem. [...] Revoluções, como as de Copérnico, Newton, Darwin e Einstein não são frequentes, diz Kuhn, e são deflagradas por crises. Uma crise ocorre quando os cien�stas são incapazes de resolver muitos problemas de longa data com que o paradigma se defronta”. Kneller Considerando o texto acima e as ideias de Kuhn sobre a a�vidade cien�fica, seguem as afirma�vas abaixo: I. O paradigma determina o que uma comunidade cien�fica pode inves�gar, quais os métodos e as soluções possíveis. II. A história da ciência mostra uma sucessão de rupturas ou revoluções, ou seja, mudanças de paradigmas e não um processo progressivo linear con�nuo do conhecimento cien�fico. III. Um paradigma entra em crise e pode ser subs�tuído por outro quando ele não permite mais a solução de problemas considerados importantes pela comunidade cien�fica. IV. A história da ciência não tem nenhuma importância para a inves�gação da a�vidade cien�fica, pois a ciência não é condicionada, de forma alguma, por seu contexto histórico. V. O progresso cien�fico ocorre dentro de uma tradição enquanto o paradigma permi�r que os problemas considerados importantes sejam resolvidos (ciência normal). Das afirma�vas feitas acima a) apenas IV está correta. b) apenas III e V estão corretas. c) apenas I, II e IV estão corretas. d) apenas I, II e V estão corretas. e) apenas I, II, III, V estão corretas. FIL0451 - (Uel) A ação polí�ca pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘polí�ca’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de polí�ca defendida por Habermas. Em par�cular, com o modelo norma�vo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada polí�ca delibera�va. (VELASCO ARROVO, J. C. Para ler Habermas. Madrid: AIIanza, 2003, p. 93.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a democracia no pensamento de Habermas, considere as afirma�vas a seguir. I. As normas se tornam legi�mas pelo fato de terem sido subme�das ao crivo par�cipa�vo de todos os concernidos. II. O princípio da regra da maioria está subordinado à possibilidade prévia de que todos os concernidos tenham �do a oportunidade de apresentar seus posicionamentos de forma argumenta�va e sem coerção. III. A deliberação visa formalizar posições cristalizadas pelos membros da sociedade polí�ca, limitando-se ao endosso das opiniões prévias de cada um. IV. As prá�cas polí�cas democrá�cas restringem-se à escolha, mediante sufrágio universal, dos líderes que governam as cidades. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas I, III e IV são corretas. FIL0419 - (Unesp) Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, provocariam resistências. Por isso, precisa ser man�da a ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma realização individual. Por pseudoindividuação entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padronização musical 25@professorferretto @prof_ferretto mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudoindividuação, por sua vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré- digerido”. Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado. Em termos filosóficos, a pseudoindividuação é um conceito a) iden�ficado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural. b) que iden�fica o caráter aristocrá�co da cultura musical na sociedade de massas. c) que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura. d) aplicável somente a indivíduos governados por regimes polí�cos totalitários. e) relacionado à autonomia esté�ca dos produtores musicais na relação com o mercado. FIL0582 - (Uel) Leia o texto a seguir. Em contraposição tanto aos regimes �rânicos como aos autoritários, a imagem mais adequada de governo e organização totalitários parece-me ser a estrutura da cebola, em cujo centro, em uma espécie de espaço vazio, localiza-se o líder; o que quer que ele faça – integre ele o organismo polí�co como em uma hierarquia autoritária, ou oprima seus súditos como um �rano – ele o faz de dentro, e não de fora ou de cima. ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. 8. ed. Trad. de Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspec�va, 2016. p. 136. Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, marcou profundamente a filosofia polí�ca contemporânea com suas reflexões sobre os fenômenos totalitários do século XX. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a compreensão arend�ana do totalitarismo, assinale a alterna�va correta. a) A ideologia totalitarista se dis�ngue da �rania e do autoritarismo por se basear em ideias de caráter democrá�co, como a de par�dos polí�cos. b) O totalitarismo possui uma estrutura em que cada nível mantém a fachada de normalidade e respeitabilidade, que disfarça seu caráter an�democrá�co. c) A propaganda totalitária visa à violência do Estado como na �rania, sem inves�r no controle das massas via polí�cas públicas e ideologia. d) Os regimes totalitários, assim como as �ranias e o autoritarismo, pautam-se na descrença da onipotência do líder e de verdades factuais. e) As �ranias e os regimes totalitários u�lizam-se de propaganda ideológica e de programas sociais que garantem a respeitabilidade e igualdade de direitos e deveres. FIL0392 - (Enem) O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sen�do da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente posi�va, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos cons�tu�vos da a�vidade do filósofo, que se caracteriza por 26@professorferretto @prof_ferretto a) reunir os antagonismos das opiniõesao método dialé�co. b) ajustar a clareza do conhecimento ao ina�smo das ideias. c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. d) conciliar o rigor da inves�gação à inquietude do ques�onamento. e) compa�bilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. FIL0400 - (Ufsj) A angús�a, para Jean-Paul Sartre, é a) tudo o que a influência de Shopenhauer determina em Sartre: a certeza da morte. O Homem pode ser livre para fazer suas escolhas, mas não tem como se livrar da decrepitude e do fim. b) a nadificação de nossos projetos e a certeza de que a relação Homem X natureza humana é circunstancial, obje�va, e pode ser superada pelo simples ato de se fazer uma escolha. c) a cer�ficação de que toda a experiência humana é idealmente sensorial, obje�vamente existencial e determinante para a vida e para a morte do Homem em si mesmo e em sua humanidade. d) consequência da responsabilidade que o Homem tem sobre aquilo que ele é, sobre a sua liberdade, sobre as escolhas que faz, tanto de si como do outro e da humanidade, por extensão. FIL0391 - (Upe-ssa) Sobre a Liberdade Humana, analise os textos a seguir: É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um Humanismo. São Paulo: 1973, p. 15.) Com base no pensamento filosófico de Sartre sobre a liberdade, assinale a alterna�va CORRETA. a) O homem não é, senão o seu projeto, escolha e compromisso. b) O homem não está condenado à liberdade; ele tem escolha. c) O homem é livre sem escolha e sem compromisso. d) O homem é seu projeto responsável sem escolha. e) O homem é responsável e livre sem escolha. FIL0407 - (Uenp) O existencialismo é uma corrente filosófica que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subje�vidade. Ele acredita que a existência precede a essência, ou melhor, que não existe uma essência do humano pré-concebida e eterna, o humano é construído pelas escolhas individuais na história pessoal de cada um. De acordo com o pensamento de Sartre, assinale a alterna�va incorreta: a) A consciência humana é um nada que se projeta para se tornar algo, de forma que lançando-se no mundo e sofrendo com ele, se define. O homem será sempre o que fizer de si mesmo. b) De acordo com Sartre, o homem é responsável por suas escolhas e não deve agir com má fé de consciência, que consis�ria na simulação de não ser livre, imputando a responsabilidade da felicidade ou infelicidade a causas externas. c) A existência pessoal de alguém é atestada pelo olhar do outro, e isso confirma a diale�cidade da existência humana, de “ser com o outro”. d) A relação com o outro, no pensamento sartreano, é sempre pacífica, não gera crises ou angús�as. e) Os outros são todos aqueles que revelam voluntária ou involuntariamente o homem a ele mesmo. FIL0413 - (Enem) Subjaz na propaganda tanto polí�ca quanto comercial a ideia de que as massas podem ser conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda tem um traço de coerção. Nesse sen�do, a filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda polí�ca, mas toda a moderna publicidade de massa contém um elemento de coerção”. AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos de É�ca e Filosofia Polí�ca 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado). À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea? 27@professorferretto @prof_ferretto a) O fortalecimento da sociedade civil. b) A transparência polí�ca das ações do Estado. c) A dissociação entre os domínios retóricos e a polí�ca. d) O combate às prá�cas de distorção de informações. e) O declínio do debate polí�co na esfera pública. FIL0517 - (Enem) Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efe�vamente regulada por uma concepção pública de jus�ça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de jus�ça. RAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1997 (adaptado). A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno? a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo. b) A independência entre poder e moral do Racionalismo. c) A convenção entre cidadãos e soberano de Absolu�smo. d) A dialé�ca entre indivíduo e governo autocrata do idealismo. e) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo. FIL0374 - (Unesp) Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe pode dar ou re�rar, é manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se diver�r primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude con�nuamente de sociedades, espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o mar�riza. (Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.) Com base no texto, é correto afirmar que a é�ca de Schopenhauer a) corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da sociedade de consumo atual. b) valoriza o aprimoramento forma�vo do espírito como campo mais relevante da vida humana. c) valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, em vez do cul�vo de qualidades intelectuais. d) prioriza a condição social e a riqueza material como as determinações mais relevantes da vida humana. e) realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em detrimento da atração pelos bens materiais. FIL0622 - (Fer) A vontade de potência é um conceito-chave na obra de Nietzsche. Indica-nos as relações de força que se desenrolam em todo acontecer, assinalando seu método histórico. Assim, Nietzsche pensa o tempo de acordo com uma concepção própria, um tempo não linear, que se desenvolve em ciclos que se repetem – é o pensamento do eterno retorno, outro conceito-chave de sua obra. Sobre o conceito do eterno retorno, desenvolvido por Nietzsche, assinale a alterna�va correta: a) É um conceito polí�co, indicando que os governantes corruptos tendem a retornar ao poder periodicamente. b) É um conceito moral, devendo servir de critério para os homens julgarem suas condutas e escolhas. c) É um conceito meta�sico, que demonstra a teoria nietzscheana da reencarnação das almas. d) É um conceito exclusivamente lógico, que deve se aplicar aos termos do discurso que surgem do inconsciente e retornam na forma de vontade. e) É um conceito histórico, pois Nietzsche defendeu o retorno de um grande império Alemão, o II Reich, previsto por seu mestre Zaratustra. FIL0578 - (Fuvest) No texto do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty é estabelecida uma conexão entre as relações sociais e a racionalidade dos indivíduos: A sociedade humana não é uma comunidade de espíritos racionais, só se pode compreendê-la assim nos países favorecidos, em que o equilíbrio vital e econômico foi ob�do localmente e por certo tempo. Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da percepção, p.89. 28@professorferretto @prof_ferretto Qual sentença, se tomada como verdadeira, reforça a posição exprimida pelo filósofo no trecho? a) A racionalidade é uma potência espiritual que se impõe sobre as circunstâncias históricas. b) O equilíbrio vital e econômico é uma força irracional quese contrapõe aos espíritos racionais. c) Nos países favorecidos, as pessoas são naturalmente mais racionais. d) A racionalidade das relações sociais depende da estabilidade de circunstâncias históricas. e) Os espíritos racionais são responsáveis pelo equilíbrio vital e econômico dos países favorecidos. FIL0590 - (Enem) TEXTO I Uma filosofia da percepção que queira reaprender a ver o mundo res�tuirá à pintura e às artes em geral seu lugar verdadeiro. MERLEAU-PONTY, M. Conversas: 1948. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2004. TEXTO II Os grandes autores de cinema nos pareceram confrontáveis não apenas com pintores, arquitetos, músicos, mas também com pensadores. Eles pensam com imagens, em vez de conceitos. DELEUZE, G. Cinema 1: a imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1983 (adaptado). De que modo os textos sustentam a existência de um saber ancorado na sensibilidade? a) Admi�ndo o belo como fenômeno transcendental. b) Reafirmando a vivência esté�ca como juízo de gosto. c) Considerando o olhar como experiência de conhecimento. d) Apontando as formas de expressão como auxiliares da razão. e) Estabelecendo a inteligência como implicação das representações. FIL0564 - (Uece) Leia atentamente os seguintes textos: “O Conselho de Segurança discu�u nesta terça-feira o tema Manutenção da Paz e da Segurança Internacionais: Exclusão, Desigualdade e Conflitos. [...] O chefe das Nações Unidas disse que os gastos militares se aproximaram de US $2 trilhões por ano, tendo o maior aumento como proporção do Produto Interno Bruto anual desde 2009. Guterres destacou como uma fração desse valor permi�ria o progresso em áreas como consolidação da paz, prevenção de conflitos e desenvolvimento humano, da igualdade e da inclusão”. ONU. Gastos militares globais rondam US$ 2 trilhões por ano. Publicado em 09/11/2021“ De um ponto de vista puramente econômico, o militarismo é para o capital um meio privilegiado de realizar a mais-valia; em outras palavras, é um campo de acumulação. O militarismo possui uma demanda concentrada e homogênea do Estado. O poder de compra da grande massa de consumidores, concentrado sob a forma de pedidos de material de guerra feitos pelo Estado, não corre o risco das arbitrariedades, das oscilações subje�vas do consumo individual; a indústria de armamentos possui, sem dúvida, uma regularidade quase automá�ca, de um crescimento con�nuo. É o próprio capital que controla esse movimento automá�co e rítmico da produção para o militarismo, graças ao aparelho legisla�vo parlamentar e à imprensa que se encarrega de criar a chamada opinião pública”. LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital, capítulo XXXII. Trad. bras. Moniz Bandeira. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1970. – Adaptado. Conforme Rosa Luxemburgo, teórica marxista, os gastos militares correspondem a uma necessidade econômica da acumulação de capital. Essa necessidade é sa�sfeita pelo Estado, que compra esses armamentos produzidos, a) devido à pressão da opinião pública e dos órgãos internacionais por desenvolvimento econômico e inclusão social. b) porque o capital pode contar com o apoio dos órgãos estatais, como o parlamento, e privados, como a imprensa. c) com os impostos recolhidos das próprias empresas capitalistas, preocupadas em criar empregos e aumentar salários. d) mas esses gastos públicos são sempre oscilantes, dada a flutuação da opinião pública e das maiorias parlamentares. FIL0442 - (Ueg) “Uma moral racional se posiciona cri�camente em relação a todas as orientações da ação, sejam elas naturais, autoevidentes, ins�tucionalizadas ou ancoradas em mo�vos através de padrões de socialização. No momento em que uma alterna�va de ação e seu pano de fundo norma�vo são expostos ao olhar crí�co dessa moral, entra em cena a problema�zação. A moral da razão é especializada em questões de jus�ça e aborda em princípio tudo à luz forte e restrita da universalidade.” (HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre fac�cidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno 29@professorferretto @prof_ferretto Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 149.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral em Habermas, é correto afirmar: a) A formação racional de normas de ação ocorre independentemente da efe�vação de discursos e da autonomia pública. b) O discurso moral se estende a todas as normas de ações passíveis de serem jus�ficadas sob o ponto de vista da razão. c) A validade universal das normas pauta-se no conteúdo dos valores, costumes e tradições pra�cados no interior das comunidades locais. d) A posi�vação da lei con�da nos códigos, mesmo sem o consen�mento da par�cipação popular, garante a solução moral de conflitos de ação. e) Os parâmetros de jus�ça para a avaliação crí�ca de normas pautam-se no princípio do direito divino. FIL0432 - (Uel) Leia o texto de Adorno a seguir. Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição recíproca, a linha de demarcação que as separa é variável. A produção musical avançada se independen�zou do consumo. O resto da música séria é subme�do à lei do consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se tal música séria como se consome uma mercadoria adquirida no mercado. Carecem totalmente de significado real as dis�nções entre a audição da música “clássica” oficial e da música ligeira. (ADORNO, T. W. O fe�chismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN, W. et all. Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno, é correto afirmar: a) A música séria e a música ligeira são essencialmente crí�cas à sociedade de consumo e à indústria cultural. b) Ao se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a música ligeira passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de troca. c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao transformar a música ligeira e a séria em mercadorias. d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria com o avanço da produção industrial. e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em comum. FIL0444 - (Uel) Leia o texto a seguir. Habermas dis�ngue entre racionalidade instrumental e racionalidade comunica�va. A racionalidade comunica�va ocorre quando os seres humanos recorrem à linguagem com o intuito de alcançar o entendimento não coagido sobre algo, por exemplo, decidir sobre a maneira correta de agir (ação moral). A racionalidade instrumental, por sua vez, ocorre quando os seres humanos u�lizam as coisas do mundo, ou até mesmo outras pessoas, como meio para se alcançar um fim (raciocínio meio e fim). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria da ação comunica�va de Habermas, é correto afirmar: 30@professorferretto @prof_ferretto a) Contar uma men�ra para outra pessoa buscando obter algo que desejamos e que sabemos que não receberíamos se disséssemos a verdade é um exemplo de racionalidade comunica�va. b) Realizar um debate entre os alunos de turma da faculdade buscando decidir democra�camente a melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de formatura é um exemplo de racionalidade instrumental. c) Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir na casa de um amigo, mas, na verdade, vai para uma festa com amigos, é um exemplo de racionalidade comunica�va. d) Alguém que decide economizar dinheiro durante vários anos a fim de fazer uma viagem para os Estados Unidos da América é um exemplo de racionalidade instrumental. e) Um grupo de amigos que se reúne para decidir democra�camente o que irão fazer com o dinheiro que ganharam em um bolão da Mega Sena é um exemplo de racionalidade instrumental. FIL0475 - (Uel) A ciência é uma das poucas a�vidades humanas – talvez a única –em que os erros são cri�cados sistema�camente (e com frequência corrigidos). Por isso podemos dizer que, no campo da ciência, aprendemosmuitas vezescom os nossos erros; por isso podemos falar em clareza e sensatez sobre o progresso cien�fico. Na maior parte dos outros campos de a�vidade do homem ocorrem mudanças, mas raramente há progresso –a não ser dentro de uma perspec�va muito estreita dos nossos obje�vos neste mundo. Quase todos os ganhos são neutralizados por alguma perda – e quase nunca sabemos como avaliar as mudanças. (POPPER, K. R. Conjecturase refutações. 2 ed. Brasília: Editora da UNB. 1982. p. 242.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de progresso da ciência em Karl R. Popper, é correto afirmar. a) É necessário que todas as consequências de uma teoria cien�fica sejam verificadas a fim de se a�ngir a verdade em si. b) A descoberta da lei do progresso da ciência permite impulsionar progressiva e linearmente a ciência na direção da verdade. c) Os cien�stas estruturam as informações disponíveis em um dado momento histórico, incorporando saberes anteriores, tendo como base o método paratá�co. d) O progresso da ciência ocorre quando são suprimidas defini�vamente as ideias meta�sicas, pois historicamente é nula a sua contribuição para as descobertas cien�ficas. e) A eliminação dos erros das teorias anteriores e a subs�tuição destas por outras mais verossímeis e, portanto, mais próximas da verdade permitem o progresso da ciência. FIL0467 - (Ufsj) O Círculo de Viena foi um importante marco para a filosofia e, exemplarmente, propôs que, a) antes de ser classificado de percepção externa ou subje�vidade, todo e qualquer dado deve ser sistema�camente analisado. b) em qualquer evento, existe algo de subje�vo e isso é disfarçado pelas extraordinárias extensões no mundo meta�sico. c) para ser aceita como verdadeira, uma teoria cien�fica deveria passar pelo crivo da verificação empírica. d) no limite do que o sujeito pode perceber e do que é exatamente o objeto há um abismo de possibilidades e é nisso que consiste a importância da meta�sica. FIL0477 - (Uel) Leia o texto a seguir. Denomino problema da demarcação o problema de estabelecer um critério que nos habilite a dis�nguir entre as ciências empíricas, de uma parte, e a matemá�ca e a lógica, bem como os sistemas “meta�sicos” de outra. Esse problema foi abordado por Hume, que tentou resolvê-lo. Com Kant, tornou-se o problema central da teoria do conhecimento. (POPPER, K. R. A Lógica da Pesquisa Cien�fica. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 35.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper, assinale a alterna�va correta. 31@professorferretto @prof_ferretto a) Os enunciados meta�sicos devem ser eliminados do discurso cien�fico por serem des�tuídos de conteúdo cogni�vo. b) O problema da demarcação encontra solução na lógica indu�va. c) O problema da demarcação, assim como o problema da indução, não tem uma solução racional. d) A meta�sica deve ser eliminada por não cons�tuir um problema cien�ficamente relevante. e) Os enunciados meta�sicos não fazem parte do discurso cien�fico por não serem passíveis de falseamento. FIL0441 - (Uel) Elaborada nos anos de 1980, em um contexto de preocupações com o meio ambiente e o risco nuclear, a É�ca do Discurso buscou reorientar as teorias deontológicas que a antecederam. Um exemplo está con�do no texto a seguir. De maior gravidade são as consequências que um conceito restrito de moral comporta para as questões da é�ca do meio ambiente. O modelo antropocêntrico parece trazer uma espécie de cegueira às teorias do �po kan�ano, no que diz respeito às questões da responsabilidade moral do homem pelo seu meio ambiente. (HABERMAS, Jürgen. Comentários à É�ca do Discurso. Trad. de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Ins�tuto Piaget, 1999, p.212.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a É�ca do Discurso, é correto afirmar que a é�ca a) abrange as ações isoladas das pessoas visando adequar-se às mudanças climá�cas e às catástrofes naturais. b) corresponde à maneira como o homem deseja construir e realizar plenamente a sua existência no planeta. c) compreende a a�tude conservacionista que o sistema econômico adota em relação ao ambiente. d) implica a instrumentalização dos recursos tecnológicos em bene�cio da redução da poluição. e) refere-se à a�tude de retorno do homem à vida natural, observando as leis da natureza e sua regularidade. FIL0370 - (Ueg) Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e polêmico pensador contemporâneo, par�cularmente por sua famosa frase “Deus está morto”. Em que sen�do podemos interpretar a proclamação dessa morte? a) O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-natureza, no qual o homem encontrará uma jus�fica�va e um consolo para sua existência sem sen�do. b) Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só poderá ser jus�ficada no além, uma vez que o devir não tem finalidade. c) O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá ainda nos salvar, desde que nos abandonemos à experiência de fé. d) A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, mas remete à falta de fundamento no conhecimento, na é�ca, na polí�ca e na religião, cabendo ao homem inventar novos valores. e) A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é infinito e eterno, e que o homem e sua existência são momentos fugazes que devem ser vividos intensamente. FIL0395 - (Ufsj) Leia atentamente os fragmentos abaixo. I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a fé e a san�dade não podem ser a�ngidas pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que razão alguém deveria jus�ficar a sua fé...”. II. “O homem não é a consequência duma intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”. III. “(...) podemos estabelecer como máxima indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que haja na natureza humana algum mo�vo que a produza, dis�nto do senso de sua moralidade”. IV. “A má-fé é evidentemente uma men�ra, porque dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (...).” Os quatro fragmentos de texto acima são, respec�vamente, atribuídos aos seguintes pensadores 32@professorferretto @prof_ferretto a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume. b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre. c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes. d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche. FIL0574 - (Uece) “Não há como usar meias-palavras: o Marco Temporal é tese etnocidária, talvez até mesmo genocida. Ela refuta que grupos indígenas tenham direito de posse e usufruto permanente, exclusivo, inalienável, indisponível e imprescri�vel das Terras Indígenas que eles não ocupassem efe�vamente em 05 de outubro de 1988, data de vigência da Cons�tuição Federal. [...] O genocídio e o etnocídio fazem parte da história do Brasil, e o Marco Temporal confirma essa regra. Aparentemente, já não há derramamento de sangue, mas, como dizemos indígenas: ‘Antes nos matavam com epidemias, depois com armas de fogo, hoje os brancos estão nos matando com canetas.’” SOUSA, J. O. C.; GUARDIOLA, C. L. T. Marco Temporal e paisagens indígenas destruídas. Jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,05-8- 2021. Disponível em: h�ps://www.ufrgs.br/jornal/marco-temporal-e- paisagens- indigenas-destruidas/. Acessado em 18/10/2021. Conforme os autores desse ar�go citado, a proposta do Marco Temporal a) reafirma a tese jusnaturalista da inviolabilidade do direito de propriedade e de seu usufruto pelos povos indígenas. b) reconhece que a colonização estabeleceu disposi�vos de controle e genocídio dos povos indígenas. c) mantém a histórica violênciacontra as nações indígenas e nega-lhes os direitos humanos à história e à cultura. d) manifesta uma alterna�va não violenta de re�rada dos povos indígenas de suas terras, sem derramar sangue. FIL0421 - (Enem) TEXTO I A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana O melhor disco brasileiro de música americana O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos Não importa contradição O que importa é televisão Dizem que não há nada que você não se acostume Cala a boca e aumenta o volume então. MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento). TEXTO II O fe�chismo na música e a regressão da audição Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. A aproximação entre a letra da canção e a crí�ca de Adorno indica o(a) a) lado efêmero e restri�vo da indústria cultural. b) baixa renovação da indústria de entretenimento. c) influência da música americana na cultura brasileira. d) fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular. e) declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento. FIL0380 - (Ufsj) “A Filosofia a golpes de martelo” é o sub�tulo que Nietzsche dá à sua obra Crepúsculo dos ídolos. Tais golpes são dirigidos, em par�cular, ao(s) a) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles são os instrumentos eficientes para a compreensão e o norteamento da humanidade. b) existencialismo, ao an�cristo, ao realismo ante a sexualidade, ao materialismo, à abordagem psicológica de ar�stas e pensadores, bem como ao an�germanismo. c) compositores do século XIX, como, por exemplo, Wolfgang Amadeus Mozart, compositor de uma ópera de nome “Crepúsculo dos deuses”, parodiada no �tulo. d) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas doutrinas filosóficas dos vários pensadores que o antecederam e seus compatriotas e/ou contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer. FIL0404 - (Uenp) A Fenomenologia trata dos fenômenos percep�veis analisando a realidade do ponto de vista individual. Tudo que se apresenta à consciência é intencional. O obje�vo 33@professorferretto @prof_ferretto do método fenomenológico é alcançar a intuição das essências, ele busca interpretar o mundo através da consciência de um determinado sujeito, segundo as suas experiências. Nesse contexto, marque a alterna�va incorreta. a) A percepção é o conhecimento sensorial de um sujeito corporal dotado de significação. b) A percepção é uma relação do sujeito com o mundo exterior, com suas formas e estruturas complexas dotadas de sen�do. c) O mundo percebido é sempre quan�ta�vo, de modo que a percepção é sempre uma reação fisiológica a es�mulos externos. d) A percepção da realidade envolve nossa personalidade, nossa história pessoal, nossa afe�vidade, nossos desejos e paixões. e) A percepção envolve nossa vida social, e portanto, nossa história social, a cultura e os es�mulos recebidos da vivência no mundo. FIL0381 - (Ufsj) Assinale a alterna�va que expressa o pensamento de Nietzsche sobre a origem do bem. a) “Faça isto e mais isto, não faça aquilo e mais aquilo – e então serás feliz, contrário...” Dessas ações procedem o bem em si. b) “Todo o bem procede do ins�nto e é, por conseguinte, leve, necessário, espontâneo”. c) “O vício e o luxo são a causa do perecimento de povos e raças”. Libertar-se de tais desequilíbrios, eis aí a fórmula do bem original. d) “O cornarismo resume toda a origem do bem e é prerroga�va cultural da raça humana”. FIL0443 - (Uel) Leia o texto a seguir. Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal modo que o processo democrá�co é compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização. Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo democrá�co enquanto tal, entendido como uma deliberação cole�va que conduz os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem comum. (Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e polí�ca. “Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In: OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.). Filosofia Polí�ca Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 214-235.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia polí�ca na teoria do discurso, é correto afirmar que Habermas a) privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento de uma democracia par�cipa�va. b) concede maior relevância à autonomia pública, opondo-se à autonomia privada. c) ignora tanto a autonomia privada quanto a pública, subs�tuindo-as pela u�lidade das normas morais. d) enfa�za a compreensão individualista e instrumental do papel do cidadão na lógica privada do mercado. e) concilia, na mesma base, direitos humanos e soberania popular, reconhecendo-os como dis�ntos, porém complementares. FIL0476 - (Uel) Considerando a solução apresentada por Karl Popper ao problema da indução nos métodos de inves�gação cien�fica, é correto afirmar que, para ele, o método cien�fico a) é indu�vo e racional. b) é dedu�vo e irracional. c) é indu�vo e irracional. d) não segue os padrões de racionalidade impostos pela lógica. e) é dedu�vo e racional. FIL0569 - (Uece) Neste ano, comemoramos o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, o Professor Paulo Freire (1921-1997). Atente para a seguinte passagem de sua autoria: “[...] a educação é uma forma de intervenção no mundo [...], que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto seu desmascaramento. [...] não poderia ser a educação só uma ou só outra dessas coisas. [...] É um erro decretá-la como tarefa apenas reprodutora da ideologia dominante como erro tomá-la como uma força de desocultação da realidade, a atuar livremente, sem obstáculos e duras dificuldades”. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prá�ca educa�va. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 98-99. – Adaptado. No texto acima, o fato de a educação ser concebida como uma prá�ca que une em si reprodução e 34@professorferretto @prof_ferretto desmascaramento da ideologia dominante, filosoficamente, manifesta uma a) incoerência, que desobedece ao princípio lógico de não contradição. b) posição dialé�ca, que concebe os processos sociais como contraditórios. c) concepção mecanicista, em que forças exteriores se opõem e se chocam. d) ideação moral subje�va, que atua no sen�do contrário à realidade dada. FIL0539 - (Unesp) Texto 1 Com que frequência você u�liza os seguintes meios como fonte de informação? Texto 2 O WhatsApp, aplica�vo de mensagens por celular extremamente disseminado no Brasil, é visto como uma das redes mais propícias para a difusão de no�cias falsas. Como é um aplica�vo de mensagens privadas e não tem caráter público, é di�cil rastrear as fake news espalhadas ali e avaliar seu alcance, o que preocupa pesquisadores. (Juliana Gragnani. “Pesquisa inédita iden�fica grupos de família como principal vetor de no�cias falsas no WhatsApp”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.) A leitura dos textos permite considerações filosóficas sobre a a) compreensão da aceitação da indústria cultural no co�diano. b) recusa do uso de disposi�vos tecnológicos na imprensa. c) construção da autonomia humana por meio das redes sociais. d) importância do es�mulo ao exercício da a�vidade reflexiva.e) consequência da vigilância e da punição nos meios de comunicação. FIL0565 - (Uece) “Segundo Benjamin, a proletarização e a formação de massas na Alemanha de seu tempo são dois aspectos do mesmo processo. O que o fascismo faz é uma tenta�va de disciplinamento dessas massas proletarizadas, evitando com isso que haja qualquer perturbação ao regime de propriedade posto. Trata-se de permi�r que tais massas se expressem enquanto massas, desde que a ordem social não seja posta em xeque e que quaisquer reivindicações que toquem na estrutura social sejam con�das.” VIEIRA, R. Modernidade e barbárie: as análises de Walter Benjamin sobre o fascismo alemão. h�ps://api-assets-produc�on.s3.us-east- 1.amazonaws.com/MManteriores/MM2017/anais2017.pdf. Acessado em 17-10-2021 – Adaptado. Conforme o trecho acima apresentado, para Walter Benjamin, o fascismo a) se origina necessariamente das massas, quando elas se proletarizam. b) tenta evitar a oposição das massas proletarizadas à ordem burguesa. c) possibilita a que as massas se expressem como o que são: proletárias. d) é a prova de que não existem mais classes sociais, mas apenas massas. FIL0412 - (Ufpa) “O mundo tal como o compreende Arendt (...) designa o cenário onde comparecem gerações humanas completamente dis�ntas. [Neste] Cada geração tomaria emprestado dos objetos do trabalho sua durabilidade, a fim de transmi�r às vindouras suas mais preciosas e memoráveis experiências”. FRANCISCO, M.P.S. “Preservar e renovar o mundo”, in Revista Educação, Nº 4. São Paulo: Editora Seguimento, p. 33-34. 35@professorferretto @prof_ferretto Para que a transmissão desses objetos fabricados e dessas experiências culturais vivenciadas entre as gerações das sociedades em geral, e da brasileira em par�cular, chegue a bom termo é necessário: I. Um juízo comum sobre o que, em suas experiências, é digno de ser salvo do esquecimento. II. Que as gerações vindouras reconheçam as experiências que lhe são transmi�das como preciosas também para si. III. Que os artefatos humanos, que podem perdurar para além das gerações, tenham um valor exclusivo para as gerações precedentes. IV. Que as funções da tradição saibam relacionar as experiências que julgam valiosas para si, cuja inte- ligibilidade só possa ser reconhecida verdadeiramente pela geração que as vivenciou. As afirma�vas corretas são a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) III e IV. FIL0429 - (Uel) Leia o texto a seguir. Francis Bacon, em sua obra Nova Atlân�da, imagina uma utopia tecnocrá�ca na qual o sofrimento humano poderia ser removido pelo desenvolvimento e pelo aperfeiçoamento do conhecimento cien�fico, o qual permi�ria uma crescente dominação da natureza e um suposto afastamento do mito. Na obra Dialé�ca do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem que o projeto iluminista de afastamento do mito foi conver�do, ele próprio, em mito, caindo no dogma�smo e em numa forma de mitologia. O progresso técnico-cien�fico consiste, para Adorno e Horkeheimer, no avanço crescente da racionalidade instrumental, a qual é incapaz de frear inicia�vas que afrontam a moral, como foram, por exemplo, os campos de concentração nazistas. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento técnico-cien�fico, é correto afirmar: a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade instrumental aliviaria as causas do sofrimento humano, apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir novamente ao mito. b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso cien�fico não consegue superar o mito, mas se torna um �po de concepção mí�ca incapaz de discriminar o que é certo do que é errado moralmente. c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente avanço da racionalidade instrumental consis�a num incremento da capacidade humana de avaliar moralmente. d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de domínio do homem sobre a natureza conduziria os seres humanos a uma forma de dogma�smo. e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o progresso técnico e cien�fico como a solução para os sofrimentos humanos e para as incertezas morais humanas. FIL0624 - (Fer) “Desde sempre, o Iluminismo, no sen�do mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o obje�vo de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas, completamente iluminada, a Terra resplandece sob o signo do infortúnio triunfal. O programa do Iluminismo era o de livrar o mundo do fei�ço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e anular a ilusão, por meio do saber.” (HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. Conceito de iluminismo. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 166). Sobre o Iluminismo, conforme a concepção apresentada pelos filósofos Adorno e Horkheimer, assinale a alterna�va correta. 36@professorferretto @prof_ferretto a) O Iluminismo cumpriu a promessa de livrar os homens do medo e do fei�ço, mas não foi capaz de dissolver o pensamento mitológico. b) O Iluminismo não cumpriu suas promessas emancipatórias, pois não foi completamente implementado; de modo que sua obra permanece inacabada. c) O Iluminismo cumpriu suas promessas, por meio do avanço do domínio sobre a natureza, promovido pelo avanço tecno-cien�fico. Hoje o homem se encontra livre do mundo ilusório de base mitológica. d) O Iluminismo não cumpriu suas promessas, pois não se u�lizou da razão instrumental. O triunfo do Iluminismo, de acordo com Adorno e Horkheimer, só será a�ngido com o advento do socialismo cien�fico. e) O Iluminismo não cumpriu suas promessas, uma vez que o domínio sobre a natureza gerou um domínio sobre os indivíduos. A razão instrumental se torna um mito e dissolve a autonomia dos homens. FIL0449 - (Uel) Sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar que, no modelo da democracia delibera�va, a noção de cidadania enfa�za a) os direitos e as liberdades meta�sicas. b) as liberdades individuais e a heteronomia. c) os direitos obje�vos e o cerceamento da sociedade civil. d) os direitos subje�vos e as liberdades cidadãs. e) os direitos naturais originários e a submissão à autoridade. FIL0526 - (Ufpr) Segundo Hannah Arendt, "para os gregos, forçar alguém mediante violência, ordenar ao invés de persuadir, eram modos pré-polí�cos de lidar com as pessoas, �picos da vida fora da polis, caracterís�cos do lar e da vida em família, na qual o chefe da casa imperava com poderes incontestes e despó�cos”. (ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Celso Lafer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997, p. 36.) Considerando a passagem acima e a obra de que foi extraída, segundo H. Arendt, para os gregos an�gos: a) a família era considerada um �po inferior de associação polí�ca. b) não havia igualdade polí�ca, posto que havia dominação no âmbito familiar. c) as mulheres, apesar de dominadas no âmbito familiar, eram livres para par�cipar da esfera pública. d) a comunidade polí�ca (a polis) deveria persuadir o chefe de família a abdicar de seus poderes despó�cos. e) a comunidade domés�ca (a família) e a comunidade polí�ca (a polis) eram entendidas como formas de associação fundamentalmente dis�ntas. FIL0468 - (Uel) Leia o texto a seguir. Esta é uma concepção de ciência que considera a abordagem crí�ca sua caracterís�ca mais importante. Para avaliar uma teoria o cien�sta deve indagar se pode ser cri�cada - se se expõe a crí�cas de todos os �pos e, em caso afirma�vo, se resiste a essas crí�cas. POPPER, Karl. Conjecturas e refutações. Trad. Sérgio Bath. Brasília: UnB, 1982. p. 284. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Popper, assinale a alterna�va correta. a) A concepção de ciência da qual fala Popper é aquela que possui o princípio de verificabilidade, com proposições rigorosas que procuram corrigir as teorias cien�ficas. b) A ciência busca alcançar o conhecimento de �po essencial, pois ele garante a verdade de uma teoria cien�fica, permi�ndo o desenvolvimento em direção à verdade obje�va visada pela ciência.c) Uma teoria cien�fica é verdadeira se suas proposições são empiricamente falsificáveis via testes, permi�ndo que sejam autocorrigidas e desenvolvidas na direção de uma verdade obje�va. d) Os testes empíricos nas ciências humanas, tais como psicologia e sociologia, visam confirmar seu valor de cien�ficidade, pois suas teorias são falsificáveis. e) A concepção de ciência que Popper sustenta é a passivista ou receptacular, na qual as teorias cien�ficas são elaboradas por meio dos sen�dos e o erro surge ao interferirmos nos dados ob�dos da experiência. FIL0417 - (Uece) Rodrigo Duarte, um destacado intérprete da Escola de Frankfurt no Brasil, afirma que, na indústria cultural, “encontram-se embu�dos atos de violência, oriundos do comprome�mento tanto econômico quanto ideológico 37@professorferretto @prof_ferretto da indústria cultural com o status quo: ela precisa, por um lado, lucrar, jus�ficando sua posição de próspero ramo de negócios; por outro, ela tem de ajudar a garan�r a adesão das massas diante da situação precária em que elas se encontram no capitalismo tardio”. DUARTE, Rodrigo.Indústria Cultural: uma introdução. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010, p. 49. Com base no texto acima, é correto afirmar que a) a indústria cultural é descrita como a violência contra os trabalhadores da cultura, que têm suas obras exploradas pelos donos das grandes produtoras e distribuidoras dos bens culturais, sem receber o devido pagamento por isso. b) a indústria cultural é a promoção de um discurso ideologicamente engajado em prol do capitalismo tardio, onde as massas são induzidas à passividade frente à exploração do seu trabalho. c) a violência promovida pela indústria cultural é a da exploração do trabalhador da cultura e, ao mesmo tempo, a da imposição, às massas, da ideologia da passividade frente à exploração capitalista. d) o comprome�mento econômico e ideológico da indústria cultural se deve ao caráter espiritual das obras ar�s�cas, sem qualquer vinculação com a base econômica capitalista em que os autores se situavam. FIL0630 - (Fer) “Só reconhecerei um sistema como empírico ou cien�fico se ele for passível de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomada como critério de demarcação […] a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema cien�fico seja susce�vel de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sen�do posi�vo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sen�do nega�vo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema cien�fico empírico.” (Karl Popper. A lógica da pesquisa cien�fica, 2001.) Sobre o critério da falseabilidade e a filosofia da ciência de Karl Popper, assinale o item correto. a) Para Karl Popper, o valor de uma teoria não se mede pela sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsificada. b) Segundo Karl Popper, é a posse de uma teoria irrefutável que confere validade à ciência. c) O critério de demarcação cien�fica, para Karl Popper, é a verificabilidade de um sistema. d) Segundo Popper, uma proposição do �po “choverá ou não choverá aqui amanhã” é um enunciado cien�fico, pois não pode ser refutada pela experiência. e) Karl Popper criou a teoria dos paradigmas, para explicar o desenvolvimento do pensamento cien�fico. FIL0433 - (Unicentro) Qual dos argumentos abaixo não caracteriza a crí�ca feita pela Escola de Frankfurt à razão ocidental? a) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questão da autodestruição da razão, examinando o acasalar de razão e barbárie na história, comprometendo-se, assim, a pensar como é que a razão humana pôde entrar em um conflito tão radical consigo própria. b) Para os filósofos da Escola de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma implicação paradoxal da razão ocidental e do mito: o próprio mito já é razão e a razão volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia na imitação dos fenômenos naturais, a ciência moderna subs�tui a mimese pelo princípio de iden�dade. c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua própria cons�tuição, uma visão instrumental da razão, na tenta�va de adequar meios e fins. Para esses filósofos, a razão deve observar e norma�zar, calcular, classificar e dominar a natureza, controlando as incoerências, injus�ças e os acasos da vida. d) A racionalidade ocidental configura-se, na crí�ca feita pela Escola de Frankfurt, como razão de dominação e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura, des�tui o indivíduo de seu aspecto empírico e singular, transformando-o em um autômato. e) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna adota a mesma a�tude com relação aos objetos que o ditador em relação aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crí�ca desses filósofos se dirigiu a um �po de saber que quer ser sinônimo de poder, e que tem a técnica como sua essência. FIL0450 - (Ufpa) 38@professorferretto @prof_ferretto Na contemporaneidade, uma das mais marcantes concepções acerca das possibilidades da ação moral vincula-se à ideia de uma razão comunica�va. Sobre essa ideia, julgue as afirmações abaixo: I. A razão comunica�va permanece presa aos condicionantes da razão prá�ca moderna, isto é, aos agentes considerados individual ou cole�vamente. II. O que propicia a razão comunica�va é a mediação linguís�ca, por meio da qual as relações entre os sujeitos ocorrem e o modo de vida contemporâneo se estrutura. III. A razão comunica�va somente pode ser entendida como uma capacidade subje�va, capaz de dizer aos agentes o que devem realizar. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) apenas a I b) apenas a II c) I e II d) II e III e) I e III FIL0369 - (Unioeste) Considere os seguintes excertos: “Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sen�do, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recen�ssimo nascimento, chamado Sócrates”. Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. “O Nascimento da tragédia tem dois obje�vos principais: a crí�ca da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões ar�s�cas dionisíaca e apolínea, como alterna�va à racionalidade”. Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994. Os trechos acima aludem diretamente à crí�ca nietzschiana referente à a�tude esté�ca que a) subordina a beleza à racionalidade. b) cultua os an�gos em detrimento do contemporâneo. c) privilegia o cômico ao trágico. d) concebe o gosto como processo social. e) glorifica o gênio em detrimento da composição calculada. FIL0509 - (Enem) A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega antes de lhe impor condições, antes de saber e indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou um “documento” de iden�dade. Mas ela também supõe que se dirija a ele, de maneira singular, chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio: “Como você se chama?” A hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao outro, em lhe conceder, até mesmo perguntar seu nome, evitando que essa pergunta se torne uma “condição”, um inquérito policial, um fichamento ou um simples controle das fronteiras. Uma arte e uma poé�ca, mas também toda uma polí�ca dependem disso, toda uma é�ca se decide aí. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004 (adaptado). Associado ao contexto migratório contemporâneo, o conceito de hospitalidade proposto pelo autor impõe a necessidade de a) anulaçãoapós o entendimento. b) representa uma e�cidade nos moldes do pensamento aristotélico, em que o sujeito moral só pode ser compreendido como membro de uma comunidade de cidadãos, e a é�ca está in�mamente ligada à polí�ca. c) expressa a visão marxista de moralidade, visto que esta define que qualquer perspec�va de uma moral autên�ca requer a superação da moral de classe e a ins�tuição de uma jus�ça social baseada no diálogo. d) define a conceituação de moral na perspec�va de Jürgen Habermas, para quem a é�ca é discursiva e origina-se das relações intersubje�vas, da construção de consenso entre os indivíduos e de uma ação comunica�va. FIL0365 - (Uece) A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” provocou discussões sobre seus significados no plano sociopolí�co. Analisando as várias versões inspiradas no HQ da DC Comics, Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso destru�vo e caó�co, mas também cria�vo e ar�s�co. Batman seria o superego, o juiz puni�vo e ordenador da cidade, o arqué�po do guardião que afronta e interpõe limites a um território. O Coringa seria a face da comédia, Batman não se livra da face da tragédia. Neste sen�do, o filme Coringa nos mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno sen�do se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman são indissociáveis. Ver: MORAES, Fabrício. ‘Coringa’: A raiva de Caliban por se ver no espelho. In Revista Amálgama. Disponível em: h�ps://www.revistaamalgama.com.br/10/2019/resenha- coringa/. 2019. Considerando a análise acima, é correto dizer que está amparada teoricamente a) na noção esté�co-moral de Nietzsche em O nascimento da tragédia, onde ordem e caos se equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como Dionísio (loucura) e Apolo (razão). b) na teoria polí�ca marxista, que concebe as relações sociais mascaradas pela ideologia de classe, o que necessariamente provoca o conflito social: Coringa e Batman são representações da luta de classes. c) na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de mímesis, ou seja, de imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman são representações do ser e do não ser. d) na concepção moral agos�niana, na qual o bem e o mal, o pecado e a graça, a cidade dos homens e a cidade de Deus coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman são representações dessa contradição. FIL0438 - (Enem) Na sociedade democrá�ca, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A par�r dessa perspec�va, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de par�da: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a) a) alvo obje�vo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo. b) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores. c) construção da a�vidade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente educa�vo. e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros. FIL0512 - (Enem) Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo 3@professorferretto @prof_ferretto compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”. KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004. O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica a) marxista, no contexto do materialismo histórico. b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos. c) u�litarista, no sen�do da racionalidade das ações. d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações. e) existencialista, na questão do reconhecimento de si. FIL0511 - (Enem) Em sen�do geral e fundamental, Direito é a técnica da coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar possível a coexistência dos homens. Como técnica, o Direito se concre�za em um conjunto de regras (que, nesse caso, são leis ou normais); e tais regras têm por objeto o comportamento intersubje�vo, isto é, o comportamento recíproco dos homens entre si. ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2007. O sen�do geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se à a) aplicação de códigos legais. b) regulação do convívio social. c) legi�mação de decisões polí�cas. d) mediação de conflitos econômicos. e) representação da autoridade cons�tuída. FIL0464 - (Enem) O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais ú�l, e inversamente. Forma-se então uma polí�ca das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987. Na perspec�va de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em a) declínio cultural. b) segregação racial. c) redução da hierarquia. d) totalitarismo dos governos. e) modelagem dos indivíduos. FIL0623 - (Fer) A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialé�ca do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crí�ca do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário. Com base no texto e no conceito de “indústria cultural”, desenvolvido pelos filósofos Adorno e Horkheimer, assinale a alterna�va CORRETA: a) A indústria cultural contribui para o conformismo dos espectadores, que tendem a se tornar passivos diante do mundo. b) A grande diversidade e a disponibilidade dos produtos culturais e o constante es�mulo ao consumo intensificam a percepção sensorial e desenvolvem a imaginação cria�va e o pensamento, melhorando significa�vamente a capacidade cogni�va na apreciação das obras de arte. c) Os filósofos Adorno e Horkheimer defendem a ideia de que a indústria cultural auxilia de forma posi�va na formação cultural e ajuda no desenvolvimento da autonomia dos indivíduos. d) A reprodução técnica das obras de arte tem como finalidade única promover o acesso universal e democrá�co aos bens culturais. e) A elevação da capacidade tecnológica, responsável pelo fenômeno da indústria cultural, garante a produção de obras de arte cada vez mais complexas e de qualidade superior. FIL0410 - (Enem) TEXTO I Aquele que não é capaz de pertencer a uma comunidade ou que dela não tem necessidade, porque se basta a si mesmo, não é em nada parte da cidade, embora seja quer um animal, quer um deus. ARISTÓTELES.A polí�ca. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2002. 4@professorferretto @prof_ferretto TEXTO II Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de um eremita em meio à natureza selvagem, é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outrosda diferença. b) cristalização da biografia. c) incorporação da alteridade. d) supressão da comunicação. e) verificação da proveniência. FIL0510 - (Enem) Por maioria, nós não entendemos uma quan�dade rela�va maior, mas a determinação de um estado ou de um padrão em relação ao qual tanto as quan�dades maiores quanto as menores serão ditas minoritárias. Maioria supõe um estado de dominação. É nesse sen�do que as mulheres, as crianças e também os animais são minoritários. DELEUZE, G.; GUATTARI. F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2012 (adaptado). No texto, a caracterização de uma minoria decorre da existência de 39@professorferretto @prof_ferretto a) ameaças de ex�nção social. b) polí�cas de incen�vos estatais. c) relações de natureza arbitrária. d) valorações de conexões simétricas. e) hierarquizações de origem biológica. FIL0389 - (Upe-ssa) Sobre a dimensão do homem na perspec�va existencialista, considere o texto a seguir: O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. (SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 12). O enfoque existencialista ques�ona o modo de ser do homem. Entende esse modo de ser como o modo de ser- no-mundo. Na perspec�va existencialista, sobre o homem, assinale a alterna�va CORRETA. a) É um projeto de ser. b) É um seguidor das escolhas dos outros. c) Na sua própria essencialidade e no trajeto de sua liberdade, não tem escolha. d) Tem uma natureza concebida por Deus em sua essência. e) É irresponsável por si próprio ao conceber seus atos. FIL0474 - (Unicentro) Consideremos o campo da epistemologia contemporânea; sob esse aspecto, podemos afirmar que a posição de Thomas Kuhn (1922-1996), em relação à ciência, se contrapôs à concepção cien�fica de Karl Popper (1902-1994)? Assinale a alterna�va correta. a) Sim, Kuhn se contrapôs à teoria de Popper ao negar que o desenvolvimento da ciência se dê mediante o ideal de refutação. Ao contrário, Kuhn afirma que a ciência progride pela tradição intelectual representada pelo paradigma que é a visão de mundo expressa numa teoria. b) Não, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de Popper ao desenvolver sua concepção de paradigma cien�fico. Para ambos, o que garante a verdade de um discurso cien�fico é sua condição de jus�ficação, ou seja, quando uma teoria é jus�ficada ela é corroborada. c) Não, Kuhn argumentou que uma teoria, como paradigma, deve ser desenvolvida em vez de cri�cada, mo�vo pelo qual ele não poderia opor-se ao pensamento de Popper. Sua tenta�va será outra: tentar harmonizar aqueles pontos de vista que divergem do seu. d) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo, classificando-se como anarquista epistemológico. Dessa forma, opôs-se não apenas à concepção metodológica de Popper como também de outros contemporâneos seus, como Lakatos, por exemplo. Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia que as teorias não são nem verdadeiras, nem falsas, mas úteis. e) Sim, diferentemente de Popper, para quem a �sica newtoniana era considerada a imagem verdadeira do mundo, tendo como pressupostos o mecanicismo e o determinismo, Kuhn estabelece como paradigma de sua concepção de ciência o irracionalismo de Heisenberg e seu princípio da incerteza. FIL0470 - (Unioeste) “Acredito que a função do cien�sta e do filósofo é solucionar problemas cien�ficos ou filosóficos e não falar sobre o que ele e outros filósofos estão fazendo ou deveriam fazer (...) Quando disse que a indagação sobre o caráter dos problemas filosóficos é mais apropriada do que a pergunta ‘Que é a filosofia?’ quis insinuar uma das razões da fu�lidade da atual controvérsia a respeito da natureza da filosofia: a crença ingênua de que existe de fato uma en�dade que podemos chamar de ‘filosofia’ ou de ‘a�vidade filosófica’, com uma ‘natureza’, essência ou caráter determinado (...) Na verdade não é possível dis�nguir disciplinas em função da matéria de que tratam (...) Estudamos problemas, não matérias: problemas que podem ultrapassar as fronteiras de qualquer matéria ou disciplina”. Karl Popper. 40@professorferretto @prof_ferretto Assinale a alterna�va que não corresponde à concepção de filosofia de Karl Popper. a) Os problemas filosóficos podem ultrapassar as fronteiras da filosofia e implicar soluções interdisciplinares. b) A filosofia e as demais disciplinas têm problemas em comum. c) Não existe algo como uma en�dade filosófica ou a�vidade com natureza determinada que possa ser mencionada como resposta a pergunta “Que é a filosofia?”. d) Ao filosofo não cabe indicar o que deve ser feito, mas ocupar-se da resolução de problemas. e) Antes de solucionar problemas é imprescindível que se determine a essência da filosofia, sua natureza. FIL0388 - (Unioeste) O filósofo alemão Mar�n Heidegger publicou, em 1927, sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou notoriedade e ocupa posição central nos debates de várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações da obra, está a elevação da tonalidade afe�va ao centro da possibilidade de compreensão do mundo. Compreendemos algo sempre situado em algum contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpreta�va (algo aparece sempre comoalgo, x aparece como sala de aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é atravessada por tonalidade afe�va. Nunca se está apenas puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio, ansiedade, cansaço, alegria, expecta�va... A tonalidade mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o ‘o que aparece’: os entes não são essências determinadas, eles dependem do modo de aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade afe�va. Essa ontologia diverge frontalmente da meta�sica da substância, ligada a certa leitura do aristotelismo. Segundo essa meta�sica, o conhecimento verdadeiro e ‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou essência, o que se faz e se expressa na definição, que diz o que é x. Com base nas indicações precedentes, assinale a alterna�va CORRETA. a) Ao se adotar a perspec�va substancialista, fundada em certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e tempo sobre a tonalidade afe�va complementam perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual, segundo Aristóteles, deveser compreensiva, interpreta�va e caracterizada pela tonalidade afe�va análoga. b) Compreensão é sempre interpreta�va, e, além disso, atravessada e unificada por uma tonalidade afe�va. Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de par�da para a comparação com Aristóteles e, com base nela, Heidegger afirma que as definições são todas poé�cas. c) Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em ignorar os sen�mentos e optar somente pela racionalidade. Com isso, a definição se tornaria impossível, pois toda definição depende de uma sensação. Noutras palavras, a tonalidade afe�va ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a par�r de Ser e tempo. d) A tonalidade afe�va, proposta por Heidegger em Ser e tempo, implica a primazia do sen�r sobre o pensar. Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o racionalismo aristotélico. e) Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento meta�sico. Em outras palavras, devemos saber e dizer “o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afe�va, em que apareceu. Tal conhecimento abstra�voé, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à “experiência” em que a unidade de seu aparecimento ar�cula compreensão, interpretação e tonalidade afe�va. FIL0446 - (Uel) No final do século XX, com a disseminação da Internet, o acesso à informação passa a ser instantâneo. Com isso, novas perspec�vas se abrem para o debate polí�co, sobretudo para a atuação dos cidadãos na esfera pública. Tendo presente a concepção de esfera pública nos escritos recentes de Habermas, analise as afirma�vas a seguir: I. A esfera pública cons�tui um espaço no qual os problemas da sociedade são recebidos, discu�dos e problema�zados, e o sistema polí�co recepciona e sistema�za de forma especializada aqueles que considera mais importantes. 41@professorferretto @prof_ferretto II. Pelo fato de estar vinculada à sociedade civil, a esfera pública exime-se de efetuar mediações envolvendo o sistema polí�co e o mundo da vida. III. Por funcionar como uma estrutura norma�va, a esfera pública efe�va-se como um sistema ins�tucionalizado que estabelece papéis e competências para a par�cipação na sociedade. IV. A esfera pública consiste numa rede que permite que certos temas, ideias e posicionamentos sejam deba�dos, tendo como referência o agir voltado para o entendimento. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e III são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. FIL0378 - (Enem) Sen�mos que toda sa�sfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005 O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à a) a consagração de relacionamentos afe�vos. b) administração da independência interior. c) fugacidade do conhecimento empírico. d) liberdade de expressão religiosa. e) busca de prazeres efêmeros. FIL0478 - (Uel) Karl Popper, em “A lógica da inves�gação cien�fica”, se opõe aos métodos indu�vos das ciências empíricas. Em relação a esse tema, diz Popper: “Ora, de um ponto de vista lógico, estálonge de ser óbvio que estejamos jus�ficados aoinferir enunciados universais a par�r dos singulares,por mais elevado que seja o número destes úl�mos”. Fonte: POPPER, K. R. A lógica da inves�gação cien�fica.Tradução de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.3. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper, assinale a alterna�va correta: a) Para Popper, qualquer conclusão ob�da por inferência indu�va é verdadeira. b) De acordo com Popper, o princípio da indução não tem base lógica porque a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão. c) Uma inferência indu�va é aquela que, a par�r de enunciados universais, infere enunciados singulares. d) A observação de mil cisnes brancos jus�fica, segundo Popper, a conclusão de que todos os cisnes são brancos. e) Para Popper, a solução para o problema do princípio da indução seria passar a considerá-lo não como verdadeiro, mas apenas como provável. FIL0448 - (Uel) A proposta é�ca de Habermas não comporta conteúdos. Ela é formal. Ela apresenta um procedimento, fundamentado na racionalidade comunica�va, de resolução de pretensões norma�vas de validade. (DUTRA, D. J. V. Razão e consenso em Habermas. A teoria discursiva da verdade, da moral, do direito e da biotecnologia. Florianópolis: Editora da UFSC. 2005, p.158.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a obra de Habermas, é correto afirmar que, na É�ca do Discurso, a) o processo de jus�ficação das normas morais e o procedimento de deliberação das pretensões de validade de correção norma�va são falíveis. b) o formalismo da é�ca habermasiana é idên�co ao formalismo presente nas é�cas de Kant e Bentham, pois desconsidera o que resulta concretamente das normas morais. c) o modelo monológico da é�ca kan�ana é reformulado na perspec�va de uma comunidade discursiva na qual os par�cipantes analisam as pretensões de validade tendo como critério a força do melhor argumento. d) o puro respeito à lei é considerado por Habermas como o critério fundamental para conferir moralidade à ação, restando excluídos do debate da é�ca discursiva os desejos e as necessidades manifestados pelos indivíduos. e) o princípio “U” possibilita que sejam acatadas normas que não estejam sintonizadas com uma vontade universal, coadunando, dessa forma, par�cularismo e universalismo é�co. FIL0473 - (Unioeste) 42@professorferretto @prof_ferretto “Um cien�sta, seja teórico seja experimental, propõe enunciados, ou sistemas de enunciados, e testa-os passo a passo. No campo das ciências empíricas, mais par�cularmente, constrói hipóteses ou sistemas de teorias e testa-as com a experiência por meio da observação e do experimento. Sugiro que é tarefa da lógica da inves�gação cien�fica ou lógica do conhecimento apresentar uma análise desse procedimento; isto é, analisar o método das ciências empíricas […]. A etapa inicial, o ato de conceber ou inventar uma teoria, não me parece exigir uma análise nem ser susce�vel dela. A questão de saber como acontece que uma nova ideia ocorre a um homem – seja essa ideia um tema musical, seja um conflito dramá�co, seja uma teoria cien�fica – pode ser de grande interesse para a psicologia empírica; mas ela é irrelevante para a análise lógica do conhecimento cien�fico.” (Popper) Considerando o texto acima, é incorreto afirmar, sobre a filosofia da ciência de Karl Popper, que a) o que importa para decidir se uma a�vidade é ou não cien�fica é o que o cien�sta faz com suas teorias e não como ele as cria. b) faz parte da a�vidade cien�fica testar seus enunciados, e é sobre o modo de fazer esse teste que incide a análise lógica popperiana. c) o teste dos enunciados de uma teoria cien�fica deve ser realizado por meio da experiência, ou seja, por meio da observação e da experimentação. d) o modo pelo qual um cien�sta concebe uma teoria é de interesse da psicologia empírica e não da filosofia da ciência. e) não se pode aplicar uma análise lógica em nenhuma das etapas da a�vidade cien�fica, pois o método das ciências empíricas não se diferencia da a�vidade ar�s�ca. FIL0447 - (Uel) Leia o seguinte texto de Habermas: A democracia se adapta a essa formação moderna do Estado territorial, nacional e social, equipado com uma administração efe�va. Isto porque um ente cole�vo tem necessidade de se integrar, polí�ca e culturalmente, além de ser suficientemente autônomo do ponto de vista espacial, social econômico e militar.[...] Em decorrência da imigração e da segmentação cultural, as tendências subsumidas no termo “globalização” ameaçam a composição, mais ou menos homogênea, da população em seu âmago, ou seja, o fundamento pré-polí�co da integração dos cidadãos. No entanto, convém salientar outro fato mais marcante ainda: o Estado, cada vez mais emaranhado nas interdependências da economia e da sociedade mundial, perde, não somente em termos de autonomia e de competência para a ação, mas também em termos de substância democrá�ca. (HABERMAS, J. Era das Transições. Tradução e Introdução de Flavio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003, p. 106.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre democracia em Habermas, considere as afirma�vas a seguir: I. A ampliação da economia além das fronteiras dos Estados nacionais revela a integração democrá�ca dos países e, consequentemente, o fortalecimento da cidadania mundial. II. A democracia se amplia à medida que a economia e a imigração se deslocam alémdas fronteiras dos Estados nacionais, produzindo um intercâmbio social e cultural do ponto de vista global. III. A democracia circunscrita ao âmbito nacional goza de autonomia em segmentos significa�vos como a economia, a polí�ca e a cultura, porém, quando o Estado entra na fase da constelação pós-nacional, sofre uma redução no exercício democrá�co. IV. Do ponto de vista democrá�co, os Estados nacionais sofrem restrição em seu fundamento de integração social em decorrência do aumento da imigração, da segmentação cultural e, sobretudo, da ampliação da economia no plano global. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. b) Somente as afirma�vas II e III são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas I, II e IV são corretas. FIL0403 - (Unimontes) A fenomenologia surgiu no final do século XIX, com Franz Brentano, cujas principais ideias foram desenvolvidas por Edmund Husserl (1859-1958). No que se refere à fenomenologia, marque a alterna�va incorreta. a) Na fenomenologia, o postulado básico é a noção de intencionalidade. b) A fenomenologia pretende superar a dicotomia razão- experiência. c) Para a fenomenologia, toda consciência é intencional. d) Na fenomenologia, o conceito de fenômeno refere-se ao que se esconde. 43@professorferretto @prof_ferretto FIL0625 - (Fer) Referindo-se a Walter Benjamin, a filósofa Jeanne Marie Gagnebin afirma que “seu primeiro texto traduzido no Brasil foi A Obra de Arte na Era de sua Reprodu�bilidade Técnica. O ensaio introduz hipóteses essenciais para uma teoria da arte contemporânea, marcada, segundo Benjamin, pela ‘reprodu�bilidade técnica’, central na fotografia e no cinema, que abole progressivamente ‘aura’ de unicidade e de auten�cidade da obra de arte”. Gagnebin, J. M. Walter Benjamin na era da reprodu�bilidade técnica. In: Folha de São Paulo, em 07/10/2012. Disponível em: h�ps://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2012/10/ 1164782walter-benjamin-na-era-da-reprodu�bilidade- tecnica.shtml. Sobre o pensamento de Walter Benjamin e os conceitos de reprodu�bilidade técnica e aura da obra de arte, julgue os itens. I. A aura representa a absoluta singularidade da obra ar�s�ca, sua condição de exemplar único que se mostra aqui e agora e não pode ser repe�da. É sua auten�cidade. II. No que se refere ao processo de criação ar�s�ca, há uma mudança substancial com o desenvolvimento das modernas técnicas de produção; a novidade é a popularização das obras de arte do passado e seu oferecimento às massas sedentas por cultura. III. Segundo Walter Benjamin, as técnicas de produção ar�s�ca não conseguem produzir obras de mesmo nível ar�s�co daquelas obras elaboradas antes do século XX, visto que essas técnicas se perderam ao longo do tempo. IV. A reprodu�bilidade técnica da obra de arte permite, segundo Benjamin, uma este�zação social. Esse recurso foi amplamente u�lizado pelo fascismo, ao organizar o proletariado como massa, mas sem colocar em questão sua condição de classe. A relação social é apresentada sob aparência de unidade, com símbolos, cores e gritos estandardizados. Assinale a alterna�va que contém as asser�vas verdadeiras. a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. e) Todas estão corretas. FIL0445 - (Uel) Leia o texto a seguir. Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas apresenta uma reformulação do conceito weberiano de racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua teoria da sociedade. Neste sen�do, postula a dis�nção irredu�vel entre trabalho ou agir instrumental e interação ou agir comunica�vo, bem como a per�nência da conexão dialé�ca entre essas categorias, das quais deriva a diferenciação entre o quadro ins�tucional de uma sociedade e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não explicita efe�vamente a conexão entre interação e trabalho, mas sob o �tulo nada específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comunica�va à instrumental”. (Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”.Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar: a) O crescimento das forças produ�vas e a eficiência administra�va conduzem à organização das relações sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer formas de dominação. b) A liberação do potencial emancipatório do desenvolvimento da técnica e da ciência depende da prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que entravam a reprodução material da vida e suas respec�vas formas intera�vas. c) O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produ�vas, permite estabelecer uma nova forma de legi�mação que, por sua vez, nega as estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação comunica�va. d) Com base na irredu�bilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunica�vo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica. e) A racionalização na dimensão da interação social subme�da à racionalização na dimensão do trabalho na práxis social determina o caráter emancipatório do desenvolvimento das forças produ�vas e do bem-estar da vida humana. FIL0519 - (Pucpr) Hans Jonas, na obra O Princípio Responsabilidade, afirma que “sob o signo da tecnologia, a é�ca tem a ver com ações de um alcance causal que carece de precedentes (...); tudo isso coloca a responsabilidade no centro da é�ca)” (JONAS, 1995, p.16-17). A esse respeito, podemos 44@professorferretto @prof_ferretto considerar que Jonas compreende o “princípio responsabilidade” como um princípio a) hipoté�co, que é válido exclusivamente para pensarmos as ações humanas. b) rela�vista, porque considera cada indivíduo responsável apenas pela sua própria conduta. c) que não é voltado exclusivamente para a é�ca humana, mas que baliza a conduta humana sobre a natureza em geral. d) é�co, voltado exclusivamente para a conduta humana presente. e) responsável apenas pelas gerações atuais, desinteressado pela vida futura da humanidade e da natureza. FIL0375 - (Ueg) Para Nietzsche, uma educação superior da humanidade exigiria uma transvaloração de todos os valores que têm como frente de combate a transvaloração platônico- cristã. Em relação à transvaloração proposta por Nietzsche, nota-se que a) visa re�rar o homem da alienação na qual se encontra, mostrando que tudo já está decidido e escolhido para nós. b) sustenta uma visão meta�sica que valoriza e postula uma possível realidade para além do mundo sensível. c) implica uma valorização dos valores presentes eliminando a ideia de um mundo meta�sico de verdades eternas. d) visa aprofundar a cisão platônico-cristã entre esse mundo (o empírico) e o outro mundo (o mundo- verdade). e) opera uma inversão de valores, na medida em que considera os valores vigentes como sintoma de decadência. FIL0567 - (Uece) Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu um massacre de pales�nos e libaneses em dois campos de refugiados situados a Oeste de Beirute (capital do Líbano), chamados Sabra e Cha�la. Na época, o Líbano estava sob ocupação israelense. Em 22 de setembro do mesmo ano, o filósofo judeu brasileiro Maurício Tragtenberg (1929-1998) publicou um ar�go de opinião em que afirma: “Deu-se o massacre dos pales�nos dos campos de Sabra e Cha�la por obra dos assassinos chefiados por Cel. Haddad, com conivência e par�cipação [do Exército de Israel], isso após a morte do traficante de haxixe [Bashir] Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor] imposto pelas tropas de ocupação. Por tudo isso, ser fiel à tradição judaica é condenar mais este genocídio pra�cado contra o povo pales�no. É necessário acabar de vez com o etnocentrismo que toma a forma de judeu-centrismo, ondeo massacre de judeus brancos por brancos europeus tem um statusdiferente do massacre dos armênios pelos turcos, dos negros africanos pelos traficantes de escravos, dos chineses na Indonésia. Assim, Auschwitz é elevado a potência meta�sica. Sou um dos úl�mos a minimizar as atrocidades come�das em Auschwitz, porém, as lágrimas de outros povos não contam?” TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein, H. Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982. Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é implícito à concepção de M. Tragtenberg que a) há uma universalidade nos direitos humanos, independentemente de etnia e cultura. b) o massacre de brancos europeus tem um status diferente de outros massacres. c) a tradição judaica tem uma concepção etnocêntrica sobre os direitos humanos. d) o genocídio de judeus pelos nazistas em Auschwitz tem um significado meta�sico. FIL0453 - (Uel) De acordo com a é�ca do discurso, os argumentos apresentados a fim de validar as normas [...] têm força de convencer os par�cipantes de um discurso a reconhecerem uma pretensão de validade, tanto para a pretensão de verdade quanto para a pretensão de re�dão. [...] Ele [Habermas] defende a tese de que as normas é�cas são passíveis de fundamentação num sen�do análogo ao da verdade. (BORGES, M. de L.; DALL’AGNOL, D.; DUTRA, D. V. É�ca. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.) Assim, é correto afirmar que a é�ca do discurso defende uma abordagem cogni�vista da é�ca (HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunica�vo. Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.) Sobre o cogni�vismo da é�ca do discurso, é correto afirmar: 45@professorferretto @prof_ferretto a) A é�ca do discurso procura dar con�nuidade à abordagem cogni�vista já presente em Kant. b) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso assume a impossibilidade de validação das normas morais. c) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso se apoia no conhecimento da u�lidade das ações tal como pretendia Jeremy Bentham. d) A abordagem cogni�vista da é�ca do discurso procura dar con�nuidade às teses aristotélicas sobre a retórica. e) A é�ca do discurso, ao abordar a é�ca de um ponto de vista cogni�vista, segue as teorias emo�vistas e decisionistas. FIL0436 - (Uel) Leia o texto a seguir. O ser humano, no decorrer da sua existência na face da terra e graças à sua capacidade racional, tem desenvolvido formas de explicação do que há no intuito de estabelecer um nexo de sen�do entre os fenômenos e as experiências por ele vivenciados. Essas vivências, à medida que são passíveis de expressão através das construções simbólicas con�das na linguagem, apresentam um caráter eminentemente social. (HANSEN, Gilvan. Modernidade, Utopia e Trabalho. Londrina: Edições Cefil, 1999. p.13.) Com base na obra Molhe Espiral, no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, assinale a alterna�va correta. a) A linguagem, em razão de sua dimensão material, inviabiliza a (re)produção simbólica da sociedade. b) As construções simbólicas se valem do apreço instrumental e do valor mercan�l. c) A importância do simbólico na sociedade decorre de sua adequação aos parâmetros funcionais e técnicos. d) A dimensão simbólica da sociedade é inerente à forma como o homem assegura sen�do à realidade. e) A forma de expressão dos elementos simbólicos na arena social deve atender a uma u�lidade prá�ca. FIL0459 - (Ufpr) O filósofo Gérard Lebrun, em seu livro in�tulado O que é o poder, discorre sobre diferentes abordagens do conceito de poder. Na apresentação da obra, tece considerações sobre o binômio poder/dominação, tendo como referência a obra de Michel Foucault. Escreve Lebrun: Quando a questão é compreender como foi e con�nua sendo possível a resignação, quase ilimitada, dos homens perante os excessos do poder, não basta invocar as disciplinas e as mil fórmulas de adestramento que, como mostra Foucault, são achados rela�vamente recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso talvez se devam a um sen�mento atávico dos deserdados, de serem por natureza excluídos do poder, estranhos a este – talvez derivem da convicção de que opor-se a ele seria loucura comparável a opor-se aos fenômenos atmosféricos. Ainda que o poder não seja uma coisa, ele se torna uma, pois é assim que a maioria dos homens o representa. É preciso situar a tese de Foucault dentro de seus devidos limites: o homem condicionado, adestrado pelos poderes, é o privilegiado, o europeu. Não é o colonizado, não é o proletário do Terceiro Mundo (assim como não era o proletário europeu do século XIX). Estes, o poder não pensa sequer em domes�car: domina-os – e muito de cima. Com base na reflexão desenvolvida por Lebrun, é correto afirmar que: 46@professorferretto @prof_ferretto a) o conceito de poder tem a possibilidade de ser interpretado a par�r de noções como “disciplina” ou “adestramento”, construídas no próprio sujeito, considerando ao mesmo tempo a natureza estrutural e as condicionantes macrossociais do poder que orientam os indivíduos à ação social. b) as diferentes enunciações do conceito de poder presentes na obra de Foucault devem levar em consideração a situação dos trabalhadores novecen�stas em países de Terceiro Mundo; do contrário o poder só pode ser entendido como narra�va dos opressores. c) o poder é um fenômeno que prescinde das ins�tuições polí�cas e sociais para que se manifeste e, conforme Lebrun, toda forma de poder é uma manifestação da domes�cação e do adestramento do indivíduo para a ação cole�va, tendo como princípio a vigilância e a punição. d) a explicação oferecida por Foucault possui limitações e não corresponde à realidade das relações de poder existentes no mundo moderno e contemporâneo, sobretudo quando se destaca a análise do proletariado do Terceiro Mundo. e) as relações de poder serão compreendidas em profundidade se assumirmos como parâmetro de nossas análises os processos de colonização no século XIX e a opressão ao proletário do Terceiro Mundo. FIL0376 - (Enem) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inú�l; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar re�rou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro,1977. O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que a) reforça a liberdade do cidadão. b) desvela os valores do co�diano. c) exorta as relações de produção. d) destaca a decadência da cultura. e) amplifica o sen�mento de ansiedade. FIL0452 - (Uel) O debate nascido nos anos 80 sobre a crise da modernidade tem como pano de fundo a consciência do esgotamento da razão, no que se refere a sua incapacidade de encontrar perspec�vas para o prome�do progresso humano. O pensamento de Habermas situa-se no contexto dessa crí�ca. A racionalidade ocidental, desde Descartes, pretendeu a autonomia da razão, baseada no sujeito que solitariamente representa o mundo. [...] A racionalidade prevalente na modernidade é a instrumental[...]. (HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia. Sociedade e Educação. Ano I, n.I. Marília: UNESP, 1997. p. 122-1 23.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria Crí�ca de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento de Jürgen Habermas, é correto afirmar que a racionalidade Instrumental cons�tui I. um conhecimento que se processa a par�r das condições especificas da obje�vidade empírica do fato em si. II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca do uso racional dos instrumentos técnicospara o controle da natureza. III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o homem livre para compreender a si mesmo a par�r do domínio do conhecimento cien�fico. IV. um saber orientado para a dominação e o controle técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. FIL0629 - (Fer) A filosofia de método fenomenológico foi criada na Alemanha pelo matemá�co e filósofo Edmund Husserl. A fenomenologia como teoria do conhecimento contesta tanto o empirismo quanto o idealismo. Para a fenomenologia, o empirismo conduz ao ce�cismo, e o idealismo reduz o conhecimento a uma a�vidade puramente psicológica. Com relação à fenomenologia e seus conceitos, assinale o item correto. 47@professorferretto @prof_ferretto a) A fenomenologia considera que as “coisas em si” são acessíveis para a consciência, contrariamente ao método transcendental de Kant. b) Para a fenomenologia, só podemos alcançar a verdade reproduzindo, pelas experiências realizadas em laboratório, os fenômenos que observamos na natureza. c) A fenomenologia pretende superar a dis�nção clássica entre um mundo real, sensível, e um mundo ideal, inteligível. d) Conforme o princípio da intencionalidade, presente no campo da fenomenologia, a consciência não exerce nenhuma a�vidade na produção de conhecimentos cien�ficos. e) A intencionalidade, conceito caro à corrente fenomenológica, implica a separação completa entre a consciência e o objeto. FIL0366 - (Uece) “Não existe contraposição maior à exegese e jus�ficação puramente esté�ca do mundo [...] do que a doutrina cristã, a qual é e quer ser somente moral, e com seus padrões absolutos, já com sua veracidade de Deus, por exemplo, desterra a arte, toda arte, ao reino da men�ra – isto é, nega-a, reprova-a, condena-a.” NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. – “Tenta�va de autocrí�ca”. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 19. Nessa passagem, Nietzsche a) apoia a valorização moral da obra de arte, negando que seja possível obras de arte divergentes da moral cristã. b) defende uma arte verdadeira, contra a arte cristã, que adere à men�ra, pois não passa de uma moral. c) concebe que os padrões absolutos do cris�anismo são supraesté�cos, suprassensíveis, e por isso valorizam a arte. d) cri�ca a concepção moral da existência em defesa do caráter sensível, esté�co do mundo, tal como se configura na arte. FIL0580 - (Uel) Leia o texto a seguir. Teremos ganho muito a favor da ciência esté�ca se chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza imediata da introvisão [Anschauung] de que o con�nuo desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas reconciliações. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 27. A compreensão do processo de criação a par�r da analogia com a procriação, da valorização da intuição e da crí�ca ao conceito renovou profundamente a esté�ca filosófica. A respeito da teoria nietzscheana da criação, manifesta na sua interpretação do apolíneo e do dionisíaco, assinale a alterna�va correta. a) O dionisíaco, elogiado por Nietzsche como símbolo de um acordo superior entre o humano e a natureza, tem como marca caracterís�ca a dissolução do humano. b) O apolíneo representa o âmbito da dissolução das formas, da embriaguez; enquanto o dionisíaco diz respeito ao âmbito figura�vo do sonho. c) O procedimento dialé�co socrá�co, discu�do por Nietzsche, mantém a tensão caracterís�ca da tragédia, sendo a lógica uma criação resultante do equilíbrio entre a forma e o informe. d) A cultura da ópera representa o renascimento da tragédia, pois recons�tui os vínculos entre arte, religião e sociedade a par�r da oposição entre o apolíneo e o dionisíaco. e) A relação entre o apolíneo e o dionisíaco permite pensar a criação a par�r de elementos negligenciados pela filosofia, como o corpo, as pulsões e o feminino. FIL0572 - (Uece) Leia com atenção os dois textos abaixo. “Os números da fome no Brasil aumentaram durante a pandemia. Atualmente, 27 milhões de brasileiros estão vivendo abaixo da linha da pobreza – quatro milhões a mais que antes de março de 2020. Além disso, 1,2 milhão estão na fila para conseguir receber o Bolsa Família, que termina no final deste ano. ” G1. GLOBONEWS. Fome: 27 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza. Disponível em: h�ps://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews- edicao-das-16. Acessado em 16/10/2021. “O Direito, no sen�do de efe�vação da liberdade, ultrapassa o sen�do estrito do jurídico e designa a forma eficiente do justo, que habita todo domínio da vida humana; há, assim, um direito de propriedade, um direito de consciência, um direito de família, um direito do Estado e um direito do espírito do mundo. A primeira forma de liberdade se refere às coisas: meu. Ela precisa das coisas. O homem, nesse aspecto, é sensível, perpassado por desejos, arbítrios, tensões. Para subsis�r, 48@professorferretto @prof_ferretto ele tem necessidade de possuir coisas singulares, tornar- se proprietário delas. É exatamente nas coisas, na propriedade da coisa, que o querer livre encontra sua primeira forma de realização. ” SOARES, M. C. O direito de ter para ser livre. In: Conjectura: filosofia e educação, Caxias do Sul, v. 16, n. 1, jan./abr. 2011, p. 46-68 – Adaptado. Com base nos textos acima apresentados, assinale a proposição verdadeira. a) O desemprego, a fome, a miséria material são a negação de uma forma primária e pouco importante de um sen�do mais amplo da liberdade. b) A sa�sfação das carências fundamentais, que na sociedade moderna se realizam pela propriedade, é uma base necessária da vida livre. c) A liberdade, em seu sen�do moderno, se realiza completamente na propriedade e na sa�sfação das carências �sico-biológicas do homem. d) Embora não seja a única forma de realização da liberdade, o direito de propriedade é o mais importante em um sistema é�co. FIL0581 - (Uel) Leia o texto a seguir. Houve sempre, entre os homens, um esforço pouco nobre para desacreditar as Sereias, acusando-as simplesmente de men�rosas quando cantavam, enganadoras quando suspiravam, fic�cias quando eram tocadas; [...] Ulisses as venceu, mas de que maneira? Ulisses, a teimosia e a prudência de Ulisses, a per�dia que lhe permi�u gozar do espetáculo das Sereias sem correr risco e sem aceitar as consequências, aquele gozo covarde, medíocre, tranquilo e comedido, [...] aquela covardia feliz e segura [...]. Vencidas as Sereias, pelo poder da técnica, que pretenderá jogar sem perigo com as potências irreais (inspiradas), Ulisses não saiu porém ileso. BLANCHOT, Maurice. O livro por vir. Trad. Leyla Perrone- Moisés. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005. p. 05-06. Com base no texto de Blanchot e na obra A Dialé�ca do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer, que apresentam interpretações do encontro entre Ulisses e as Sereias, e tendo por referência os conhecimentos sobre os conceitos de esclarecimento, razão instrumental e a relação humano-natureza, considere as afirma�vas a seguir. I. O controle dos efeitos encantatórios do canto das Sereias resulta de uma ação instrumental sobre a natureza. II. A astúcia é o recurso u�lizado por Ulisses para sair vencedor das aventuras, por meio do qual ele se perde para se conservar. III. O episódio das Sereias mostra a separação originária entre o mito, marcado pela irracionalidade, e o trabalho racional. IV. Ulisses e as Sereias são evocados como símbolos das relações simétricas de poder entre homens e mulheres.Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. FIL0627 - (Fer) “‘Se Deus não exis�sse, tudo seria permi�do’. Eis o ponto de par�da do existencialismo. De fato, tudo é permi�do se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. (...) Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada ou defini�va; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legi�mar a nossa conduta. Assim, não teremos nem atrás de nós, nem na nossa frente, no reino luminoso dos valores, nenhuma jus�fica�va e nenhuma desculpa. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre.” (SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Tradução de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9) Tomando por base o texto apresentado e o existencialismo sartreano, assinale V ou F: (__) Conforme Sartre, liberdade é condição ontológica do ser humano, mas o homem não escolhe a liberdade, “é lançado nela”. (__) O existencialismo é uma filosofia teológica que procura a razão de ser no mundo a par�r da moral estabelecida. (__) O homem possui uma natureza preestabelecida, razão pela qual o existencialismo é uma meta�sica de concepção essencialista. (__) A é�ca sartreana é individualista, pois considera que o homem, para ser livre, deve agir sempre no sen�do de alcançar obje�vos que atendam estritamente a seus interesses. 49@professorferretto @prof_ferretto A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, F, V, F. b) V, F, F, F. c) F, V, F, V. d) V, V, V, F. e) F, V, V, V. FIL0424 - (Unesp) Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da transformação esté�ca, representar, no des�no exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social mis�ficada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial polí�co da arte baseia- se apenas na sua própria dimensão esté�ca. A sua relação com a práxis (ação polí�ca) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente polí�ca for a obra de arte, mais reduzidos são seus obje�vos de transcendência e mudança. Nesse sen�do, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas peças didá�cas de Brecht. (Herbert Marcuse. A dimensão esté�ca, s/d.) Segundo o filósofo, a dimensão esté�ca da obra de arte caracteriza-se por a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da ordem burguesa. b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos consumidores culturais. c) estabelecer uma relação de independência frente à conjuntura polí�ca imediata. d) subordinar-se aos impera�vos polí�cos e materiais de transformação da sociedade. e) contemplar as aspirações polí�cas das populações economicamente excluídas. FIL0537 - (Unesp) As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência co�diana, os filósofos vivem-nas, por certo, e não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sen�do em que as desqualificam, pode-se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas em nome da racionalidade que postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a visão comum do Mundo, recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se, enquanto homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de seus discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades co�dianas, o bom senso, o senso comum, instauram de fato o dualismo do prá�co e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram, consciente e propositadamente, o divórcio entre o homem comum que são e o filósofo que querem ser. (Oswaldo Porchat Pereira. Rumo ao ce�cismo, 2007. Adaptado.) O “divórcio” entre o homem comum e o filósofo, segundo o autor, ocorre em função da a) negação do homem comum em entender a realidade. b) restrição do saber comum no fazer filosófico. c) diferença de mundos que buscam compreender. d) falta de correspondência factual do saber comum. e) proposição de respostas necessariamente divergentes. FIL0379 - (Ufsj) Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fundamental entender a crí�ca que ele faz à meta�sica. Nesse sen�do, é CORRETO afirmar que essa crí�ca a) tem o sen�do, na tradição filosófica, de contentamento, plenitude. b) é a inauguração de uma nova forma de pensar sem meta�sica através do método genealógico. c) é o discernimento proposto por Nietzsche para levar à supressão da tendência que o homem tem à individualidade radical. d) pressupõe que nenhum homem, de posse de sua razão, tem como conceber uma meta�sica qualquer, que não tenha recebido a chancela da observação. FIL0466 - (Uenp) Na história da filosofia, ao longo de mais de dois milênios, “verdade” é palavra-chave para as reflexões meta�sicas ou gnosiológicas. Sobre o conceito de verdade, julgue as afirma�vas abaixo. I. O idealismo tende à verdade imanente, ao fechamento num sistema, ao conhecimento não intencional. II. O pragma�smo, par�ndo da verdade de que o conhecimento deva servir à vida e favorecer as finalidades prá�cas, inverte a relação, e faz com que a verdade deva ser reduzida a promover a prá�ca da vida. III. A verdade na contemporaneidade é, de acordo com filósofos como Foucault, produzida como acontecimento num espaço e num tempo específicos. 50@professorferretto @prof_ferretto Assinale a alterna�va que apresenta apenas a(s) afirma�va(s) verdadeira(s). a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) Todas. e) Nenhuma. FIL0423 - (Uel) Observe a figura e leia o texto a seguir. A crise da razão se manifesta na crise do indivíduo, por meio da qual se desenvolveu. A ilusão acalentada pela filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão – a ilusão da sua eternidade – está se dissipando. O indivíduo outrora concebia a razão como um instrumento do eu, exclusivamente. Hoje, ele experimenta o reverso dessa autodeificação. (HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. São Paulo: Centauro, 2000, p.131.) Com base na figura e nos conhecimentos sobre a crise da razão e do indivíduo na contemporaneidade, em Horkheimer, considere as afirma�vas a seguir. I. A crise do indivíduo implica na sua fragmentação: embora ele ainda se represente, a imagem que possui de si é incompleta, parcial. II. A crise do indivíduo resulta de uma incompreensão: ignorar que ele é uma par�cularidade ordenada (microcosmo) inserida numa totalidade ordenada (macrocosmo). III. O indivíduo, que é unitário, apreende a si mesmo e ao mundo plenamente, faltando-lhe, porém, os meios adequados para comunicar tal conhecimento. IV. O desenvolvimento das ciências humanas levou a uma recusa da ideia universal de homem: nega-se à razão o poder de fundamentar absolutamente o conhecimento sobre o indivíduo. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. FIL0383 - (Ufsj) O que mo�vou a crí�ca de Nietzsche à cultura ocidental a par�r de Sócrates foi a) a a�tude niilista de Sócrates de recusar a vida e optar por ingerir a letal dose de cicuta. b) a busca e aferiçãoda verdade por meio de um método que Sócrates denominou de maiêu�ca. c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrá�ca. d) a total falta de vinculação da filosofia socrá�ca aos preceitos básicos de uma lógica possível, o que o tornava obscuro. FIL0396 - (Ufu) Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito a) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio meta�sico regulador. b) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da totalidade no seio do que é. c) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o cons�tui. d) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se pode realizar, não se pode afirmar, porque está cheio, completo. FIL0390 - (Ufu) Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889- 1980). "O essencial é a con�ngência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Exis�r é 51@professorferretto @prof_ferretto simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa con�ngência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser necessário pode explicar a existência: a con�ngência não é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita." SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo sartriano que se apresenta como a) recusa da noção de que tudo é con�ngente. b) fundamentado no conceito de angús�a, que deriva da consciência de que tudo é con�ngente. c) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admi�r a existência de um ser necessário para aplacar o sen�mento de angús�a. d) crí�ca à meta�sica essencialista. FIL0416 - (Uel) Leia o texto a seguir. O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e subs�tuir a imaginação pelo saber. [..] O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera obje�vidade. O preço que os homens pagam pelo aumento de poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. [...] Quanto mais a maquinaria do pensamento subjuga o que existe, tanto mais cegamente ela se contenta com essa reprodução. Desse modo, o esclarecimento regride à mitologia da qual jamais soube escapar. ADORNO & HORKHEIMER. Dialé�ca do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.17; 21; 34. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crí�ca à racionalidade instrumental e a relação entre mito e esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a alterna�va correta. a) O mito revela uma cons�tuição irracional, na medida em que lhe é impossível apresentar uma explicação convincente sobre o seu modo próprio de ser. b) A regressão do esclarecimento à mitologia revela um processo estratégico da razão, com o obje�vo de ampliar e intensificar seus poderes explica�vos. c) A explicação da natureza, instaurada pela racionalidade instrumental, pressupõe uma compreensão holís�ca, em que as partes são incorporadas, na sua especificidade, ao todo. d) O esclarecimento implica a libertação humana da submissão à natureza, atestada pelo poder racional de diagnos�car, prever e corrigir as limitações naturais. e) O esclarecimento se caracteriza por uma explicação baseada no cálculo, do que resulta uma compreensão da natureza como algo a ser conhecido e dominado. FIL0398 - (Ufsj) Na obra “O existencialismo é um humanismo”, Jean-Paul Sartre intenta a) desenvolver a ideia de que o existencialismo é definido pela livre escolha e valores inventados pelo sujeito a par�r dos quais ele exerce a sua natureza humana essencial. b) mostrar o significado é�co do existencialismo. c) cri�car toda a discriminação imposta pelo cris�anismo, através do discurso, à condição de ser inexorável, caracterís�ca natural dos homens. d) delinear os aspectos da sensação e da imaginação humanas que só se fortalecem a par�r do exercício da liberdade. FIL0643 - (Uece) Nietzsche diz que “o mundo só se jus�fica como fenômeno esté�co”, sensível, e apresenta isso em uma teoria da tragédia (par�cularmente, a grega) como encontro e rivalidade entre duas potências sensíveis da natureza, os impulsos dionisíaco e apolíneo. Então, é correto dizer que, para Nietzsche, 52@professorferretto @prof_ferretto a) o mundo é sensível, fenomênico, e a arte é uma aparência sensível que confirma uma realidade igualmente sensível, fenomênica. b) os impulsos dionisíaco e apolíneo são forças espirituais que se manifestam na arte, que é a aparência sensível do suprassensível. c) a tragédia, a arte, é a percepção sensível dos corpos animados e inanimados, como se encontram, nas ciências, a biologia e a �sica. d) ao mostrar o des�no dos heróis, a tragédia mostra que eles, ao se submeterem às forças da natureza, pecam, têm culpa e pagam por ela. FIL0645 - (Uece) Atente para o que o filósofo Walter Benjamin diz a respeito de captação e reprodução de imagens: “A reprodução das massas ocorre juntamente com a reprodução em massa dos objetos visuais. Nos grandes desfiles fes�vos, nos comícios gigantescos, nos eventos de massa espor�vos e na guerra, que hoje são captados pela câmera, a massa se vê em face de si mesma. Esse processo está estreitamente relacionado com o desenvolvimento das técnicas de captação e reprodução das imagens (como a fotografia, o filme etc.)”. BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodu�bilidade técnica. Trad. bras. Francisco de Ambrosis Pinheiro Machado. Porto Alegre: Zouk, 2012. – Adaptado. Considerando o que Walter Benjamin explica acerca da existência e do uso disseminado de meios de captação e reprodução de imagens, assinale a afirmação verdadeira. a) Por causa dos meios de captação e reprodução de imagens, há maior divulgação dos eventos de massa, como os desfiles fes�vos, os comícios gigantescos, os eventos espor�vos etc. b) A massificação se relaciona a reprodução de imagens que condiciona uma nova forma de sensibilidade afeita ao que é igual e repe��vo, não ao único. c) Através desses aparelhos de captação e registro de imagens, há fotografias, filmes, vídeos etc. mostrando as massas olhando para si mesmas. d) O desenvolvimento dos meios de captação e reprodução de imagens é impulsionado pelos grandes eventos de massa, devido à propaganda comercial que aumenta seu consumo. FIL0648 - (Uece) Atente para o seguinte enunciado do líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor brasileiro Ailton Krenak: “Temos que encher a barriga da cidade, a cidade precisa [das hidrelétricas] de Belo Monte, de Itacaraí. A cidade precisa de energia eólica, a cidade precisa de energia metabólica, a cidade precisa de comida. A cidade é um monstro insaciável do qual os humanos enchem a pança. Na sua borda, no seu entorno, no seu perímetro, na sua periferia estão os lugares onde o trabalho é imenso, onde se localiza a produção de energia, de suprimentos, de roupas, de comida, de equipamentos e acessórios para essa cidade encher a pança. [...] O horizonte da vida em cidade é o colapso.” KRENAK, A. Saiam desse pesadelo de concreto! In: MOULIN, G. et al. Habitar o antropoceno. Belo Horizonte: BDMG Cultural / Cosmópolis, 2022. – Adaptado. Considerando o problema para o qual Ailton Krenak quer chamar atenção no enunciado acima, assinale a proposição verdadeira. a) Se a atual forma de vida social con�nuar, os bens naturais se esgotarão. b) A vida conjunta dos homens em comunidade destrói a natureza. c) Precisa-se renunciar a toda relação de dependência no que diz respeito à natureza. d) É inevitável o colapso das cidadesmodernas por causas naturais. FIL0658 - (Uece) Durante os séculos XVII e XVIII, na Europa, se cons�tuiu um �po de poder e controle social que o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) chama de “poder disciplinar”. Ele assim o descreve. “Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade- u�lidade, são o que podemos chamar as ‘disciplinas’. Muitos processos disciplinares exis�am há muito tempo [...]. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. [...] A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de u�lidade) e diminui essas mesmas forças (em termos polí�cos de obediência).” FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 126-127. Segundo essa passagem, é correto afirmar que as disciplinas 53@professorferretto @prof_ferretto a) são disposi�vos de dominação voltados só à submissão e ao enfraquecimento. b) não dominam, mas fazem os indivíduos mais fortes, capazes e úteis. c) potencializam sujeitos para o trabalho e os assujeitam poli�camente. d) formam sujeitos livres de necessidades econômicas e coerção polí�ca. FIL0663 - (Uece) O legislador, estratego e poeta Sólon (século VI a.C.) foi o primeiro grande reformador democrá�co de Atenas. No fragmento a seguir, pode-se observar a cisão que Sólon estabelece entre a pólis e a monarquia. Leia-o com atenção. [...] por homens potentes a cidade perece, e do monarca o povo, por ignorância, na escravidão cai. Mui alçado, não é fácil depois trazê-lo ao chão [...] (SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Elegia grega arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema, 2021). Com base no texto, analise as asser�vas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. (__) A pólis se sustenta na ignorância do povo. (__) O poder de um só produz a ignorância. (__) A ignorância causa a escravidão do povo. (__) A pólis não pode apoiar-se na ignorância. A sequência correta, de cima para baixo, é a) F, F, V, V. b) V, F, F, V. c) V, F, F, F. d) F, V, V, V. FIL0669 - (Uece) “A pandemia em si é a expressão da guerra contra a natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a esfera humana porque estamos invadindo a natureza, mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas... Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso, sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão inconsequente que é construído sobre essa disposição de sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim, desde o tráfico de escravos no Atlân�co até a crise climá�ca contra a natureza”. KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi. Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma conversa em tempos de pandemia. –1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2020, p. 9. Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência climá�ca, ligando esses fenômenos à economia nos seguintes termos: a) Embora não subme�do à economia, o homem sofre as consequências da dominação econômica sobre a natureza. b) São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre os homens, pois só a primeira é movida pela busca do lucro. c) Não é correto falar em dominação da economia sobre a natureza, pois a dominação econômica é sobre homens. d) A economia voltada para o lucro submete a si tanto os homens, explorando-os, quanto a natureza, danificando-a. FIL0670 - (Uece) “As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização polí�ca ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a é�ca da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este ins�nto não encontra em que se sa�sfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”. MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Polí�ca e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3. Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura, a) as desigualdades sociais, polí�cas e econômicas são produtos das diferenças biológicas. b) a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais entre os grupos humanos. c) a diversidade étnica é natural à humanidade, que tende naturalmente à cooperação. d) a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a indivíduos biologicamente iguais. FIL0671 - (Uece) 54@professorferretto @prof_ferretto “A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs globalmente às sociedades. Se os sistemas polí�cos dos Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda metade do século XX, para controlar suas Forças Armadas, para pô-las sob o domínio da polí�ca civil (e democrá�ca), o aumento exponencial das forças policiais tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de risco para a ordem democrá�ca.” NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p. 226-227 (Texto adaptado). Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é correto afirmar que a) a con�nuidade da guerra às drogas é valor essencial para sustentar as democracias modernas, em todo o mundo. b) o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas produz uma instabilidade que ameaça a própria democracia. c) as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de procedimentos para limitar seu poder e consolidar a democracia. d) o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o sistema democrá�co vigente e com as liberdades individuais. FIL0672 - (Uece) “É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de emprés�mo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘ins�tucionalizar’ as regras do jogo”. OLIVEIRA, Francisco de. Crí�ca da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37. O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado a) é uma ins�tuição burocrá�ca, acima dos interesses econômicos de classe. b) tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital. c) antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas. d) é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função norma�va. FIL0682 - (Ufpr) Pintar um rosto como “objeto” não é despojá-lo do que “traz pensado”. “Acho que o pintor o interpreta”, diz Cézanne, “o pintor não é imbecil”. Mas esta interpretação não deve ser pensada separadamente da visão. “[Ao] pintar todos os pequenos azuis e todos os pequenos marrons, [ele faz] olhar como ele olha ... Ao diabo se duvidarem como, casando um verde ma�zado com um vermelho, entristece-se uma boca ou faz-se sorrir uma face.” (MERLEAU-PONTY, Maurice. A dúvida de Cézanne. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 118. Coleção Os Pensadores.) De acordo com essa passagem e com o ensaio de que foi re�rada, é correto afirmar que cabe ao pintor: a) reproduzir os objetos tais como realmente são. b) refle�r na pintura seu estado psicológico. c) usar arbitrariamente as cores com as quais compõe os objetos. d) representar os objetos segundo regras estabelecidas de composição. e) reproduzir os objetos tal como os vê. FIL0684 - (Ufpr) [As] experiências comuns resultantes do lugar social que ocupam impedem que a população negra acesse certos espaços. […] Quandofalamos de direito à existência digna, à voz, estamos falando de locus [lugar] social, de como este lugar imposto dificulta a possibilidade de transcendência. Absolutamente não tem a ver com uma visão essencialista de que somente o negro pode falar de racismo, por exemplo. (RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Editora Letramento, 2017. p. 64.) De acordo com a passagem acima e com a obra de que foi re�rada, locus social é o lugar: a) escolhido voluntariamente por um determinado grupo social como seu lugar de fala. b) que define quem tem o direito de falar sobre determinados assuntos. c) que determina a essência de cada grupo social. d) em que se abrem ou se restringem oportunidades a determinados grupos sociais. e) que assegura a todo grupo social uma existência digna. FIL0689 - (Ufu) A ação, única a�vidade que se exerce diretamente entre os seres humanos sem a mediação das coisas, corresponde ao fato de que seres humanos, e não o Ser 55@professorferretto @prof_ferretto Humano, vivem na terra e habitam o mundo, [...] somos todos os mesmos, isto é, humanos, mas de tal maneira que ninguém nunca é igual a ninguém que já tenha exis�do, existe ou venha a exis�r [...]. ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. p. 15. Nesse trecho, a filósofa está descrevendo a condição humana que corresponde à ação, a qual ela chama de a) vida. b) pluralidade. c) mundanidade. d) singularidade. FIL0692 - (Ufu) Especismo é a opinião que humanos �picamente têm. É uma a�tude de preconceito ou de pré-julgamento contra seres que não são membros de sua espécie, e há uma tendência a ignorá-los ou a não se interessar por eles. Obviamente o termo foi cunhado para fazer um paralelo com sexismo e racismo. Em todos os casos, existe sempre um grupo especial que se autoin�tula possuidor de um status especial e discrimina quem não é desse grupo. Diz também que temos direito de explorar e de usar quem é de fora porque eles não têm o status moral ou os valores morais que nós temos. Isso é comum com o racismo e com o sexismo. SINGER, Peter. entrevista concedida à Ana Carolina da Costa e Fonseca, no site Fronteiras do Pensamento. Disponível em: . Acesso em: 13 set. 2022. (Adaptado) Assinale a alterna�va cuja afirmação NÃO está de acordo com a noção de especismo, tal como definida pelo filósofo Peter Singer: a) Especismo é a tendência dos seres humanos em ignorar os outros animais. b) Especismo é uma a�tude que tem algo em comum com o racismo e com a discriminação sexual. c) Especismo é uma sensação de superioridade moral da espécie humana em relação a outros animais. d) Especismo é a consideração de que todas as espécies de animais são iguais. FIL0694 - (Enem PPL) Uma criança com deficiência mental deve ser man�da em casa ou mandada a uma ins�tuição? Um parente mais velho que costuma causar problemas deve ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das crianças? MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013. Os ques�onamentos apresentados no texto possuem uma relevância filosófica à medida que problema�zam conflitos que estão nos domínios da a) polí�ca e da esfera pública. b) teologia e dos valores religiosos. c) lógica e da validade dos raciocínios. d) é�ca e dos padrões de comportamento. e) epistemologia e dos limites do conhecimento. FIL0696 - (Enem PPL) Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da epistemologia cien�fica, caracterizada pela a) implementação de uma viragem linguís�ca com base no formalismo. b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base no rela�vismo. c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base no an�academicismo. d) definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cé�co. e) compreensão da realidade com base em uma perspec�va não antropocêntrica. FIL0697 - (Enem PPL) A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise. 56@professorferretto @prof_ferretto DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo: a) Crise do sujeito. b) Rela�vismo é�co. c) Virada linguís�ca. d) Teoria da referência. e) Crí�ca à tecnociência. FIL0698 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0701 - (Enem PPL) Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato existencial, que faz do homem um ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o futuro. ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado). De acordo com a corrente de pensamento do século XX da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é o(a) a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades. b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras. c) lógica, suas inferências e estudos de validade. d) imaginação, seus objetos e contribuições. e) conhecimento, sua natureza e condições. FIL0702 - (Enem PPL) Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista. Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres, revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, a�rou quanto ele tão bem — no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar, que o homenzinho o procurava. ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro:J. Olympio, 1967. Os procedimentos de construção conferem originalidade ao es�lo do autor e produzem, no fragmento, efeito de sen�do apoiado na a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida. b) tensão progressiva ante a chegada do estranho. c) nota irônica do perfil intelectual do personagem. d) curiosidade natural despertada pelo anonimato. e) erudição su�l da alusão ao pensamento grego. FIL0707 - (Unesp) O homem que não tem a menor noção da filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais da sua época e do seu país, e das convicções que cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consen�mento deliberado de sua razão. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se finito, definido, óbvio. Ao contrário, quando começamos a filosofar, imediatamente nos damos conta de que mesmo as coisas mais vulgares levantam problemas para os quais só podemos dar respostas muito incompletas. A filosofia livra-nos da �rania do hábito. (Bertrand Russell. Os problemas da filosofia, 1972. Adaptado.) 57@professorferretto @prof_ferretto De acordo com o filósofo Bertrand Russell nesse excerto, o enfrentamento da “�rania do hábito” pela filosofia contribui para a) o descarte dos fundamentos da cosmogonia. b) o estabelecimento do ce�cismo absoluto. c) a rejeição dos saberes tradicionais. d) a expansão das bases do conhecimento. e) a reprodução do discurso cien�fico. FIL0708 - (Unesp) A necessária redução do tempo é melhor alcançada se os consumidores não puderem prestar atenção ou concentrar o desejo por muito tempo em qualquer objeto; isto é, se forem impacientes, impetuosos, indóceis e, acima de tudo, facilmente ins�gáveis e também se facilmente perderem o interesse. […] A relação tradicional entre necessidades e sua sa�sfação é rever�da: a promessa e a esperança de sa�sfação precedem a necessidade que se promete sa�sfazer e serão sempre mais intensas e atraentes que as necessidades efe�vas. (Zygmunt Bauman. Globalização, 2021.) A argumentação apresentada no excerto sobre o tempo do consumo expressa ações caracterís�cas a) dos Estados e das empresas transnacionais, organizações interessadas em acordos supranacionais pró-economia. b) da publicidade e do marke�ng, estratégias corpora�vas que influenciam a nossa organização social. c) das ins�tuições financeiras e das ONGs, agentes corpora�vos pautados pela socialização de capitais. d) da didá�ca e da neurociência, elementos empregados pelas empresas para criação de novos produtos. e) da ciência e da tecnologia, campos de estudo dedicados à erradicação das diferenças socioeconômicas. FIL0709 - (Unesp) Leia o trecho da canção “O resto do mundo”, de Gabriel O Pensador. Eu tô com fome tenho que me alimentar Eu posso não ter nome, mas o estômago tá lá Por isso eu tenho que ser cara de pau Ou eu peço dinheiro ou fico aqui passando mal Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a necessidade é maior do que a moral. (Gabriel O Pensador, 2000.) No trecho, a fome tem como consequência é�ca a a) anulação da subje�vidade. b) desobediência ao código civil. c) afirmação dos princípios morais. d) proibição do convívio em sociedade. e) superação da invisibilidade social. FIL0711 - (Unesp) Texto 1 Texto 2 A concepção de real e virtual pensados como um con�nuo se vê reforçada pela percepção de que um registro afeta o outro. Tal ideia é sustentada por autores que concebem a internet como uma ferramenta para veicular as subje�vidades de nossa época, mas não só. […] Segundo Viganò, “o advento da internet contribui potencialmente para fazer da assim dita realidade virtual um elemento cons�tu�vo da realidade social. (Flávia Hasky e Isabel Fortes. “Desconstruindo polarizações acerca da internet: entrelaçamentos entre os universos on-line e off-line”.Psicologia em Pesquisa, 2022.) O contraste entre esses textos permite retomar, na atualidade, uma clássica questão filosófica, “o que é real?”, pois a 58@professorferretto @prof_ferretto a) análise das relações virtuais ocorre dissociada das relações presenciais. b) ação individual segue inalterada ao longo do tempo. c) invenção de novas tecnologias reformula o conceito de realidade. d) disponibilidade de conexão à internet amplia o conhecimento humano. e) criação de mídias digitais es�mula a imaginação. FIL0712 - (Unesp) O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências dis�ntas e outras perspec�vas. A teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar uma visão universal de mulher e de negritude, e outras iden�dades, assim como faz com que homens brancos, que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como metáfora do poder. (Djamila Ribeiro. O que é: lugar de fala?, 2017. Adaptado.) O excerto aborda um conceito que propõe uma nova perspec�va de análise filosófica, sobretudo em relação a) ao estabelecimento de uma é�ca pluralista. b) à recusa de ins�tuições polí�cas. c) ao reconhecimento de um eurocentrismo epistêmico. d) à negação de hierarquias sociais. e) à reconstrução de discursos representa�vos. FIL0713 - (Unesp) A ciência avançou tanto que as pessoas acham que não precisam mais morrer. Con�nuamos usando todos os ar��cios da tecnologia, da ciência, para endossar a fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e todo mundo vai morrer mais tarde. Isso é uma falsificação da vida. A ciência e a tecnologia acham que a humanidade não só pode incidir impunemente sobre o planeta como será a úl�ma espécie sobrevivente e a única a decolar daqui quando tudo for pelo ralo. (Ailton Krenak. A vida não é ú�l, 2020. Adaptado.) A situação cri�cada pelo filósofo e líder indígena Ailton Krenak é fruto de uma visão de mundo decorrente do pensamento moderno, qual seja, a) o mecanicismo cartesiano. b) o idealismo hegeliano. c) o transcendentalismo kan�ano. d) o jusnaturalismo lockiano. e) o existencialismo sartriano. FIL0714 - (Unesp) Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson, professor de estudos afro-americanos na Universidade da Califórnia. — O que é o afropessimismo? — É uma lente de interpretação ou uma forma de teoria crí�ca. A maioria dos estudos raciais faz uma intervenção que eu chamo de reformista, que é dizer: como as pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas. Mas, como um filósofo, um teórico crí�co, não é nisso que emprego minha energia. Minha energia está baseada no trabalho do psiquiatra mar�nicano Frantz Fanon (1925-1961) e diz que, não importa aonde você vá, a negritude gera uma ansiedade para todos. Essa ansiedade é performada e negociada, e vai ser diferente em Nova Iorque e em Havana. Nós sugerimos que a escravidão é uma dinâmica racial que não terminou. Não importa o que digam no discurso consciente, no inconsciente o corpo negro não é considerado um ser humano, mas um recurso para as pessoas. (Ana Luiza Albuquerque. “Negros não são vistos como humanos, mas objetos, diz autor de ‘Afropessimismo’”. www.folha.uol.com.br, 20.06.2021. Adaptado.) Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado por Wilderson, expressa a a) relevância dos estudos cogni�vos. b) dificuldade de ascensão econômica. c) retomada da tradição clássica. d) expansão das relações globais. e) realização de renovação social. FIL0716 - (Enem) A economia das ilegalidades se reestruturou com o desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade dos bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão que corresponde a uma oposição de classes, pois, de um lado, a ilegalidade mais acessível às classes populares será a dos bens – transferência violenta das propriedades; de outro, à burguesia, então, se reservará a ilegalidade dos direitos: a possibilidade de desviar seus próprios regulamentos e suas próprias leis; e essa grande redistribuição das ilegalidades se traduzirá até por uma 59@professorferrettoseres humanos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1995. Associados a contextos históricos dis�ntos, os fragmentos convergem para uma par�cularidade do ser humano, caracterizada por uma condição naturalmente propensa à a) a�vidade contempla�va. b) produção econômica. c) ar�culação cole�va. d) criação ar�s�ca. e) crença religiosa. FIL0471 - (Uel) Leia o texto a seguir. [...] não exigirei que um sistema cien�fico seja susce�vel de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sen�do posi�vo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas em sen�do nega�vo [...]. (POPPER, K. A lógica da pesquisa cien�fica. Trad. L. Hegenberg e O. S. da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 42.) Assinale a alterna�va que corresponde ao critério de avaliação das teorias cien�ficas empregado por Popper. a) Falseabilidade b) Organicidade c) Confiabilidade d) Diale�cidade e) Diferenciabilidade FIL0409 - (Enem) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sen�do para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se diver�r, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio polí�co. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade. FIL0387 - (Ufsj) A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como a) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã. b) instrumentometafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia meta�sicasocrá�co-platônica. c) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemá�co no âmbito das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido. d) uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII. FIL0425 - (Ufpa) “Originalmente concebida e acionada para emancipar os homens, a moderna ciência está hoje a serviço do capital, contribuindo para a manutenção das relações de classe. A ciência e a técnica nas mãos dos poderosos [...] controlam a vida dos homens, subjuga-os ao interesse do capital. A produção de bens segue uma lógica técnica, e não à lógica das necessidades reais dos homens.” FREITAG, B. A teoria Crí�ca ontem e hoje, São Paulo: Brasiliense, 1986, p.94. A autora nos apresenta a visão da Escola de Frankfurt acerca do papel desempenhado pela ciência e pela tecnologia na moderna economia capitalista. Sobre este papel, considere as afirma�vas abaixo: I. A ciência e a técnica, além de serem forças produ�vas, funcionam como ideologias para legi�mar o sistema capitalista. II. Nas mãos do poder econômico e polí�co, a tecnologia e a ciência são empregadas para impedir que as pessoas tomem consciência de suas condições de desigualdade. 5@professorferretto @prof_ferretto III. A dimensão emancipadora e crí�ca da racionalidade moderna foi valorizada na economia capitalista, pois muitas das reivindicações dos trabalhadores foram atendidas a par�r do advento da tecnologia. IV. Na economia capitalista, produz-se com eficácia o que dá lucro e não aquilo que os homens necessitam e gostariam de ter ou usar. Estão corretas as afirma�vas: a) I e III b) II e III c) III e IV d) I, II e IV e) II, III e IV FIL0571 - (Uece) Em janeiro de 2022, dois jovens negros foram presos acusados de roubo de um carro, acusação que depois se demonstrou injusta. Em uma reportagem do G1, o pai dos jovens, que conseguiu ajuda de vizinhos para provar a inocência dos filhos, faz a seguinte reflexão: “Em momento algum deram chances de defesa para os meninos. Eu acho que todo homem tem o direito de defesa, mas o sistema não dá o direito, principalmente da gente que é negro”. Disponível em: h�ps://g1.globo.com/sp/sao- paulo/no�cia/2022/04/02/pai-inves�ga-assalto-por- conta-propria-e-irmaos-sao-soltos-apos-um-mes- presos.ghtml. Acessado em 03/04/2022. Com base no que afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, o pai está reivindicando, em sua fala, o direito à a) propriedade e à liberdade de usufruto de posses. b) família e à liberdade de opinião e expressão. c) presunção de inocência e à não discriminação. d) liberdade de reunião e de associação pacífica. FIL0372 - (Ufu) Nietzsche escreveu: E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “�tânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38. Assinale a alterna�va que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. a) O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder mís�co do uno primordial. b) O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas. c) O dionisíaco é o ins�nto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figura�va. d) O dionisíaco representa a força figura�va atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não obje�vada. FIL0455 - (Uel) “[...] Somente ordenamentos polí�cos podem ter legi�midade e perdê-la; somente eles têm necessidade de legi�mação. [...] dado que o Estado toma a si a tarefa de impedir a desintegração social por meio de decisões obrigatórias, liga-se ao exercício do poder estatal a intenção de conservar a sociedade em sua iden�dade norma�vamente determinada em cada oportunidade concreta. De resto, é esse o critério para mensurar a legi�midade do poder estatal, o qual – se pretende durar – deve ser reconhecido como legí�mo.” (HABERMAS, Jürgen. Para a reconstrução do Materialismo Histórico. 2. ed. Trad. Carlos Nelson Cou�nho. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 219-221.) Com base no texto, é correto afirmar que a legi�midade do Estado em Habermas: a) É uma necessidade que se impõe por meio da vontade do soberano, pois este é o único capaz de dispor de garan�as sociais para todos. b) Reside na preservação da iden�dade da sociedade como forma de assegurar a integração social. c) É uma exigência que, uma vez conquistada, adquire perenidade sem se exaurir ao longo da história. d) É a�ngida pelo uso do poder econômico ou da força bélica, elementos esses que podem se perder facilmente. e) Conta de forma imprescindível com os parâmetros da vontade divina no estabelecimento de valores comumente vivenciados. FIL0394 - (Enem) Ser ou não ser – eis a questão. Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando �vermos escapado ao tumulto vital Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão 6@professorferretto @prof_ferretto Que dá à desventura uma vida tão longa. SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007. Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfa�zar a tensão entre a) consciência de si e angús�a humana. b) inevitabilidade do des�no e incerteza moral. c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. d) racionalidade argumenta�va e loucura iminente. e) dependência paterna e impossibilidade de ação. FIL0472 - (Unicentro) “(...) a ciência tem mais que um simples@prof_ferretto especialização dos circuitos judiciários; para as ilegalidades de bens – para o roubo – os tribunais ordinários e os cas�gos; para as ilegalidades de direitos – fraudes, evasões fiscais, operações comerciais irregulares – jurisdições especiais com transações, acomodações, multas atenuadas, etc. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. O texto apresenta uma relação de cálculo polí�co- econômico que caracteriza o poder puni�vo por meio da a) gestão das ilicitudes pelo sistema judicial. b) aplicação das sanções pelo modelo equânime. c) supressão dos crimes pela penalização severa. d) regulamentação dos privilégios pela jus�ça social. e) repar�ção de vantagens pela hierarquização cultural. FIL0718 - (Enem) TEXTO I Gerineldo dorme porque já está conformado com o seu mundo. Porque já sabe tudo o que lhe pode acontecer após haver subme�do todos os objetos que o rodeiam a um minucioso inventário de possibilidades. Seu apartamento, mais que um apartamento, é uma teoria de sorte e de azar. Melhor que ninguém, Gerineldo conhece o coeficiente da dilatação de suas janelas e mantém marcado no termômetro, com uma linha vermelha, o ponto em que se quebrarão os vidros, despedaçados em es�lhaços de morte. Sabe que os arquitetos e os engenheiros já previram tudo, menos o que nunca já aconteceu. MÁRQUEZ, G. G. O. O pessimista. In: Textos do Caribe. Rio de Janeiro: Record. 1981. TEXTO II A situação é o sujeito inteiro (ele não é nada a não ser a sua situação) e é também a coisa inteira (nunca há mais nada senão as coisas). E o sujeito a elucidar as coisas pela sua própria superação, se assim quisermos; ou são as coisas a reenviar ao sujeito a imagem dele. É a total fac�cidade, a con�ngência absoluta do mundo, do meu nascimento, do meu lugar, do meu passado, dos meus redores – e é a minha liberdade sem limites que faz com que haja para mim uma fac�cidade. SARTRE, J.-P. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica, Petrópolis: vozes. 1997 (adaptado). A postura determinista adotada pelo personagem Gerineldo contrasta com a ideia existencialista con�da no pensamento filosófico de Sartre porque a) evidencia a manifestação do inconsciente. b) nega a possibilidade de transcendência. c) contraria o conhecimento difuso. d) sustenta a fugacidade da vida. e) refuta a evolução biológica. FIL0719 - (Enem) Eu poderia concluir que a raiva é um pensamento, que estar com raiva é pensar que alguém é detestável, e que esse pensamento, como todos os outros – assim como Descartes o mostrou –, não poderia residir em nenhum fragmento de matéria. A raiva seria, portanto, espírito. Porém, quando me volto para minha própria experiência da raiva, devo confessar que ela não estava fora do meu corpo, mas inexplicavelmente nele. MERLEAU-PONTY, M. Quinta conversa: o homem visto de fora.na parte São Paulo: Mar�ns Fontes. 1948 (adaptado). No que se refere ao problema do corpo, a filosofia cartesiana apresenta-se como contraponto ao entendimento expresso no texto por a) apresentar uma visão dualista. b) confirmar uma tese naturalista. c) demonstrar uma premissa realista. d) sustentar um argumento idealista. e) defender uma posição intencionalista. FIL0720 - (Enem) A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização a�ngiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias des�nadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar 1997. No texto, o tempo livre é concebido como a) consumo de produtos culturais e elaborados no mesmo sistema produ�vo do capitalismo. b) forma de realizar as diversas potencialidades da natureza humana. c) alterna�va para equilibrar tensões psicológicas do dia a dia. d) promoção da sa�sfação de necessidades ar�ficiais. e) mecanismo de organização do ócio e do prazer. 60@professorferretto @prof_ferretto FIL0722 - (Enem) Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta. RICOEUR, P. O perdão pode curar. Disponível em: www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out 2019. A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s) a) rejeição par�cular amparada pelo desejo de poder. b) decisão subje�va determinada pela vontade divina. c) liberdade mi�gada pela predes�nação do espírito. d) escolhas humanas definidas pelo conhecimento empírico. e) relações interpessoais medidas pela autonomia dos indivíduos. FIL0723 - (Enem) TEXTO I Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: á�ca, 2014. TEXTO II A experiência de ver os filhos com fome na década de 1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que �nha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o auxílio que �nha, mas agora eu não fui contemplada. Às vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer, mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da minha bebê.” CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de 1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado). Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a) a) recorrência da miséria. b) planejamento da saúde. c) superação da escassez. d) constância da economia. e) roman�zação da carência. FIL0700 - (Enem PPL) Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram de séculos de violência de seres humanos brancos sobre seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante quanto outras disputas morais e sociais. SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2013. O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante corrente da é�ca contemporânea que se designa: a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. c) An�especismo – definição igualitária das espécies. d) Existencialismo – valorização crescente da subje�vidade. e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das alteridades. FIL0721 - (Enem) A charge ilustra um anseio presente na sociedade contemporânea, que se caracteriza pela a) situação de revolta individual. b) sa�sfação de desejos pessoais. c) par�cipação em ações decisórias. d) permanência em passividade social. e) convivência em interesses par�dários. FIL0732 - (Enem PPL) Ao longo da história, os movimentos sociais são produtores de novos valores e obje�vos, criando novas normas para organizar a vida social. Os movimentos sociais exercem o contrapoder construindo-se mediante um processo de comunicação autônoma, livre do controle dos que detêm o poder ins�tucional. CASTELLS, M. Redes da indignação e esperança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2013 (adaptado). 61@professorferretto @prof_ferretto O contrapoder indicado no texto se expressa na a) adoção de é�cas horizontais. b) rejeição de dissidências morais. c) negação de estratégias cole�vas. d) promoção de descrenças axiológicas. e) incorporação de convenções estatais. FIL0733 - (Enem PPL) A velha potência de morte em que se simbolizava o poder soberanoé agora, cuidadosamente, recoberta pela administração dos corpos. Aparecimento, também, nos terrenos das prá�cas polí�cas e observações econômicas, dos problemas de natalidade, longevidade, saúde pública, habitação e migração. FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 (adaptado). O texto aponta para a emergência, a par�r de meados do século XIX, de um novo �po de gestão da sociedade ocidental, centrado na a) ordenação calculista das vidas. b) exposição ostensiva das punições. c) distribuição igualitária das riquezas. d) supressão estratégica das fronteiras. e) espacialização controlada das classes. FIL0735 - (Enem PPL) O testemunho nunca é um relato exato do que aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito está sempre procedendo a uma reelaboração pela qual memórias �das como nega�vas podem, consciente ou inconscientemente, ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir em frente, é preciso esquecer. VASCONCELOS, C. B. As análises da memória: balanço e possibilidades. Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun. 2009 (adaptado). O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de memória ao iden�ficá-la como a) cons�tuída de intuições do narrador. b) dissociada do contexto de surgimento. c) marcada pela sele�vidade das lembranças. d) caracterizada pela uniformidade dos relatos. e) resultado do compar�lhamento das vivências. FIL0736 - (Enem PPL) São Nicolau, bispo de Mira, viveu no século IV e ficou conhecido como santo protetor das crianças. Na Idade Média, no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau, em Flandres, na Lorena e nos Países Baixos, um menino com uma barba branca e fantasiado de bispo passeava carregando presentes para as crianças. O nome holandês do santo, Sinter Klass, foi importado para a América pelos imigrantes, transformando-se em Santa Claus. Papai Noel é o que restou de São Nicolau, ou melhor, o que restava antes da transformação operada pela publicidade, que o representou de calças vermelhas, e não mais com a roupa longa “de bispo”. FRUGONI, C. Invenções da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, 2007 (adaptado). De acordo com o texto, na produção e circulação da tradição cultural e religiosa descrita, são mobilizados elementos de natureza a) literária e é�ca. b) histórica e midiá�ca. c) botânica e universal. d) cien�fica e astrológica. e) etnográfica e astronômica. FIL0737 - (Enem PPL) Pane no sistema Alguém me desconfigurou Aonde estão meus olhos de robô? Eu não sabia, eu não �nha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluido em lugar de ar�culação Até achava que aqui ba�a um coração Nada é orgânico, é tudo programado E eu achando que �nha me libertado Mas lá vêm eles novamente Eu sei o que vão fazer Reinstalar o sistema Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Tenha, more, gaste, viva Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Não, senhor, sim, senhor Não, senhor, sim, senhor. PITTY. In: Admirável chip novo. Salvador: Deckdisk, 2003 (fragmento). Inspirada no livro Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, a letra da canção cri�ca um modelo de sociedade distópica caracterizada pela: 62@professorferretto @prof_ferretto a) Dependência tecnológica e ausência de autonomia individual. b) Hipossuficiência econômica e influência do aparato estatal. c) Corrupção polí�ca e manipulação de campanhas eleitorais. d) Degradação ecológica e deterioração do meio ambiente. e) Mo�vação consumista e aquisição de bens supérfluos. FIL0739 - (Enem PPL) Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato existencial, que faz do homem um ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o futuro. ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado). De acordo com a corrente de pensamento do século XX da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é o(a) a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades. b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras. c) lógica, suas inferências e estudos de validade. d) imaginação, seus objetos e contribuições. e) conhecimento, sua natureza e condições. FIL0740 - (Enem PPL) TEXTO I A sociedade cul�va a violência, inculcando-a nos indivíduos como virtude do homem forte, do homem corajoso, do homem honrado, que se arrisca a morrer para defender os “valores” que dão sen�do à sua vida. MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007. TEXTO II A ideia de a humanidade tomar seu des�no nas próprias mãos somente faz sen�do se atribuirmos consciência e propósito à espécie; as espécies são apenas correntes na flutuação aleatória dos genes. GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. São Paulo: Record, 2002. Os textos ar�culam argumentos em torno de dois modelos explica�vos da condição humana. Esses dois modelos caracterizam-se, respec�vamente, por valorizar como determinantes dessa condição elementos a) esté�cos e é�cos. b) mís�cos e cien�ficos. c) culturais e biológicos. d) emocionais e racionais. e) voluntaristas e possibilistas. FIL0725 - (Enem PPL) Estudiosos do Ins�tuto de Antropologia Evolucionária de Leipzig, na Alemanha, colocaram um chimpanzé em um quarto com a visão de suculentos pedaços de comida trancados dentro de um armário. A um segundo chimpanzé era dada, então, a oportunidade de liberar a comida, porém, sem usufruir dela. Em aproximadamente 80% das vezes, eles tomaram a decisão mais caridosa e liberaram o alimento para o outro chimpanzé. Estudos mostram caridade no mundo animal. Disponível em: h�p://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 17 out. 2021. Considerando nossa relação com outros, o experimento envolvendo os chimpanzés ilustra qual �po de comportamento moral humano? a) Hedonista, anseia o prazer pessoal. b) Altruísta, promove o bem-estar imparcial. c) Retribu�vo, busca um retorno equivalente. d) Deontológico, cumpre uma obrigação formal. e) Meritocrá�co, valoriza o merecimento individual. FIL0726 - (Enem PPL) Pode chamar de fake news, no�cias falsas de internet, fraude informa�va, informações falsas, ou até de misinforma�on, se prefere inglês, que você estará designando corretamente a mesma doença informacional que se disseminou como uma pandemia pela vida pública mundo afora nos úl�mos anos, e cujos principais sintomas nas pessoas infectadas consistem na perda da capacidade de dis�nguir a verdade, de lidar adequadamente com fatos e dados e de tomar decisões bem-informadas. Sabe-se que o portador do vírus se torna alérgico a fatos e evita a todo custo a dissonância cogni�va, isto é, entrar em contato com informações que não sa�sfaçam os seus desejos e com relatos que se choquem com as suas crenças. DOURADO, T.; GOMES, W. O que são, afinal, fake news, enquanto fenômeno de comunicação polí�ca? In: Anais do VIII Compolí�ca, Brasília, 2019. Disponível em: h�p://compoli�ca.org. Acesso em: 7 out. 2021. 63@professorferretto @prof_ferretto Qual é a consequência do fenômeno apresentado no texto para a vida democrá�ca? a) Prá�ca de censura. b) Distorção da realidade. c) Manifestação de cidadania. d) Regulamentação das condutas. e) Fortalecimento das ins�tuições. FIL0727 - (Enem PPL) TEXTO I O disposi�vo panóp�co organiza unidades espaciais que permitem ver sem parar e reconhecer imediatamente. Em suma, o princípio da masmorra é inver�do; ou antes, de suas três funções — trancar, privar de luz e esconder — só se conserva a primeira e suprimem-se as outras duas. A visibilidade é uma armadilha. Fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descon�nua em sua ação; que a perfeição do poder tenda a tornar inú�l a atualidade de seu exercício; queesse aparelho arquitetural seja uma máquina de criar e sustentar uma relação de poder independente daquele que o exerce. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987 (adaptado). TEXTO II O obje�vo do modelo de vigilância descrito nos textos I e II aponta para o(a) a) intercâmbio de opinião diversa. b) desenvolvimento de sujeito crí�co. c) sen�mento de observação constante. d) movimento de revolta individual. e) criação de liberdade efe�va. FIL0730 - (Enem PPL) Os valores polí�cos são valores efe�vamente superiores, que regem o quadro básico da vida social e definem precisamente os termos fundamentais da cooperação polí�ca e social. Na teoria da jus�ça como equidade, alguns desses valores polí�cos são expressos pelos princípios de jus�ça para a estrutura básica: a liberdade polí�ca e civil igual para todos, a justa igualdade das oportunidades, a reciprocidade econômica, as bases sociais do respeito mútuo entre os cidadãos. RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). Conforme descrito no texto, a teoria da jus�ça como equidade é mais adequada ao regime polí�co? a) fascista. b) totalitário. c) despó�co. d) autocrá�co. e) democrátrico. FIL0786 - (Enem PPL) A jus�ça é a primeira virtude das ins�tuições sociais, como a verdade o é dos sistemas de pensamento. Cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na jus�ça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar. Por essa razão, a jus�ça nega que a perda de liberdade de alguns se jus�fique por um bem maior par�lhado por todos. HAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). O filósofo afirma que a ideia de jus�ça atua como um importante fundamento da organização social e aponta como seu elemento de ação e funcionamento o a) povo. b) Estado. c) governo. d) indivíduo. e) magistrado. FIL0784 - (Enem PPL) 64@professorferretto @prof_ferretto Mediante o Código de Posturas de 1932, o poder público enumera e prevê, para os habitantes de Fortaleza, uma série de proibições condicionadas pela hora: após as 22 horas era vetada a emissão de sons em volume acentuado. O uso de buzinas, sirenes, vitrolas, motores ou qualquer objeto que produzisse barulho seria punido com multa. No início dos anos 1940 o úl�mo bonde par�a da Praça do Ferreira às 23 horas. SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult, 2001 (adaptado). Como Fortaleza, muitas capitais brasileiras experimentaram, na primeira metade do século XX, um novo �po de vida urbana, marcado por condutas que evidenciam uma a) experiência temporal regida pelo tempo orgânico e pessoal. b) experiência que flexibilizava a obediência ao tempo do relógio. c) relação de códigos que es�mulavam o trânsito de pessoas na cidade. d) norma�zação do tempo com vistas à disciplina dos corpos na cidade. e) cultura urbana capaz de conviver com diferentes experiências temporais. FIL0785 - (Enem PPL) Falava-se, antes, de autonomia da produção para significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). O �po de relação entre produção e consumo discu�do no texto pressupõe o(a) a) aumento do poder aquisi�vo. b) es�mulo à livre concorrência. c) criação de novas necessidades. d) formação de grandes estoques. e) implantação de linhas de montagem. FIL0776 - (Enem PPL) DAHMER, A. Disponível em: h�p://malvados.wordpress.com. Acesso em: 11 dez. 2012. Analisar o processo atual de circulação e de armazenamento de determinados bens culturais diante da transformação decorrente do impacto de novas tecnologias indica que hoje a) as músicas e os textos têm privilegiado um formato digital, tornando inadmissível sua acumulação. b) a rede mundial de computadores acaba com o chamado direito autoral, que é inaplicável em relações virtuais. c) a segurança e a inclusão digital são problemas, expondo a impossibilidade de realizar um comércio feito on-line. d) as mídias digitais e a internet permi�ram maior fluxo desses produtos, pois seu acúmulo independe de grandes bases materiais. e) a pirataria é o recurso u�lizado pelos consumidores, visto que são impedidos de adquirir legalmente algo desprovido de suporte �sico. FIL0777 - (Enem PPL) Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve, apenas com a bagagem de mão, pasta, computador portá�l e telefone celular. O novo atributo da vola�lidade fez de todo compromisso, especialmente do compromisso estável, algo ao mesmo tempo redundante e pouco inteligente: seu estabelecimento paralisaria o movimento e fugiria da desejada compe��vidade, 65@professorferretto @prof_ferretto reduzindo a priori as opções que poderiam levar ao aumento da produ�vidade. BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. No texto, faz-se referência a um processo de transformação do mundo produ�vo cuja consequência é o(a) a) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas. b) fragilização das relações hierárquicas de trabalho. c) decréscimo do número de funcionários das empresas. d) incen�vo ao inves�mento de longos planos de carreiras. e) desvalorização dos postos de gerenciamento corpora�vo. FIL0779 - (Enem PPL) Quando refle�mos sobre a questão da jus�ça, algumas associações são feitas quase intui�vamente, tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, distribuição equita�va, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade. CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de jus�ça a par�r da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado). A relação entre jus�ça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em: a) A complexidade da sociedade limita o exercício da jus�ça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural. b) A diversidade cultural e de valores torna a jus�ça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador. c) O papel da jus�ça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidade cultural e de valores. d) O pressuposto da jus�ça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor torne-se absoluto em todas as sociedades. e) e) O aspecto fundamental da jus�ça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada. FIL0780 - (Enem PPL) A a�vidade atualmente chamada de ciência tem se mostrado fator importante no desenvolvimento da civilização liberal: serviu para eliminar crenças e prá�cas supers�ciosas, para afastar temores brotados da ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação de costumes herdados e de normas tradicionais de conduta. NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e obje�vo. São Paulo: Cultrix, 1975 (adaptado). Quais caracterís�cas permitem conceber a ciência com os aspectos crí�cos mencionados? a) Apresentar explicações em uma linguagem determinada e isenta de erros. b) Possuir proposições que são reconhecidas como inques�onáveis e necessárias. c) Ser fundamentada em um corpo de conhecimento autoevidente e verdadeiro. d) Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios explica�vos e fatos observados. e) Cons�tuir-se como saber organizado ao permi�r classificações deduzidas da realidade. FIL0782 - (Enem PPL) A �rinha compara dois veículos de comunicação, atribuindodestaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados. b) intera�vidade dos programas de entretenimento abertos. c) confiança do telespectador nas no�cias veiculadas. d) credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do internauta na busca de informações. FIL0771 - (Enem PPL) O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse impera�vo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado pelas incontáveis pressões de histórias de família, educação, moral, religião, dos meios de comunicação e da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um ins�nto, e sim uma ins�tuição. BERGER, P. Perspec�vas sociológicas: uma visão humanís�ca. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado). 66@professorferretto @prof_ferretto O casamento, conforme é tratado no texto, possui como caracterís�ca o(a) a) consolidação da igualdade sexual. b) ordenamento das relações sociais. c) conservação dos direitos naturais. d) superação das tradições culturais. e) ques�onamento dos valores cristãos. FIL0772 - (Enem PPL) Enquanto persis�rem as grandes diferenças sociais e os níveis de exclusão que conhecemos hoje no Brasil, as polí�cas sociais compensatórias serão indispensáveis. SACHS, I. Inclusão social pelo trabalho decente. Revista de Estudos Avançados, n. 51, ago. 2004. As ações referidas são legi�madas por uma concepção de polí�ca pública a) focada no vínculo clientelista. b) pautada na liberdade de inicia�va. c) baseada em relações de parentesco. d) orientada por organizações religiosas. e) centrada na regulação de oportunidades. FIL0775 - (Enem PPL) Em um governo que deriva sua legi�midade de eleições livres e regulares, a a�vação de uma corrente comunica�va entre a sociedade polí�ca e a civil é essencial e cons�tu�va, não apenas inevitável. As múl�plas fontes de informação e as variadas formas de comunicação e influência que os cidadãos a�vam através da mídia, movimentos sociais e par�dos polí�cos dão o tom da representação em uma sociedade democrá�ca. URBINATI, N. O que torna a representação democrá�ca? Lua Nova, n. 67, 2006. Esse papel exercido pelos meios de comunicação favorece uma transformação democrá�ca em função do(a) a) limitação dos gastos públicos. b) interesse de grupos corpora�vos. c) dissolução de conflitos ideológicos. d) fortalecimento da par�cipação popular. e) autonomia dos órgãos governamentais. FIL0765 - (Enem PPL) O justo e o bem são complementares no sen�do de que uma concepção polí�ca deve apoiar-se em diferentes ideias do bem. Na teoria da jus�ça como equidade, essa condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da concepção polí�ca de jus�ça e nela desempenhar um certo papel. RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). Segundo Rawls, a concepção de jus�ça legisla sobre ideias do bem, de forma que a) as ações individuais são definidas como efeitos determinados por fatores naturais ou constrangimentos sociais. b) o estudo da origem e da história dos valores morais concluem a inexistência de noções absolutas de bem e mal. c) o próprio estatuto do homem como centro do mundo é abalado, marcando o rela�vismo da época contemporânea. d) as intenções e bens par�culares que cada indivíduo almeja alcançar são regulados na sociedade por princípios equilibrados. e) o homem é compreendido como determinado e livre ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um conjunto de condições obje�vas. FIL0766 - (Enem PPL) Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora. NOGUEIRA, M. As possibilidades da polí�ca: ideias para a reforma democrá�ca do Estado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda metade do século XX. De acordo com a análise, uma caracterís�ca desse processo reside na(s) a) uniformização técnica dos espaços de produção. b) construção municipalista do regime representa�vo. c) organização estadual das agremiações par�dárias. d) limitações polí�cas no estabelecimento de reformas sociais. e) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas. FIL0767 - (Enem PPL) 67@professorferretto @prof_ferretto Queremos saber o que vão fazer Com as novas invenções Queremos no�cia mais séria Sobre a descoberta da an�matéria E suas implicações Na emancipação do homem Das grandes populações Homens pobres das cidades Das estepes, dos sertões. GILBERTO GIL. Queremos saber. O viramundo. São Paulo: Universal Music, 1976 (fragmento). A letra da canção relaciona dois aspectos da contemporaneidade com reflexos na sociedade brasileira: a) A elevação da escolaridade e o aumento do desemprego. b) O inves�mento em pesquisa e a ascensão do autoritarismo. c) O crescimento demográfico e a redução da produção de alimentos. d) O avanço da tecnologia e a permanência das desigualdades sociais. e) A acumulação de conhecimento e o isolamento das comunidades tradicionais. FIL0768 - (Enem PPL) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências é�cas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele. MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as prá�cas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas. FIL0769 - (Enem PPL) Apesar da grande distância geográfica em relação ao território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop japonesa) brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a par�r de uma circulação intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music (música pop japonesa). O consumo em escala mundial dos produtos da cultura pop – enfa�camente midiá�ca – produzida no Japão cons�tui um momento histórico em que se aponta a ambivalência sobre o que significa a produção midiá�ca e cultural quando percebida no próprio país e como a percepção de tal produção se transforma radicalmente nos olhares de consumidores estrangeiros. GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e midiá�co: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC, n. 2, jul.-dez. 2014 (adaptado). Considerando a relação entre meios de comunicação e formação de iden�dades tal como é abordada no texto, a noção que explica este fenômeno na atualidade é a de a) tribalismo das culturas juvenis. b) alienação das novas gerações. c) hierarquização das matrizes culturais. d) passividade das relações de consumo. e) deterioração das referências nacionais. FIL0770 - (Enem PPL) O representante das associações de moradores (integrante de um conselho de saúde) fez várias ponderações: “As prestações de contas, de modo geral, �veram uma transparência razoável. Eu acho isso bom porque, no passado, não sabia quanto se gastava, e hoje, a gente já tem conhecimento. Acompanho permanentemente o desenvolvimento do que entra e do que é gasto”. CORREIA, M. V. C. Que controle social?: os conselhos de saúde como instrumento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000 (adaptado). A forma de atuação polí�ca indicada caracteriza uma prá�ca associada ao(à) a) poder disciplinar. b) gestão par�cipa�va. c) processo burocrá�co. d) autoridade carismá�ca. e) deliberação autocrá�ca. FIL0755 - (Enem PPL) Alinguagem é uma grande força de socialização, provavelmente a maior que existe. Com isso não queremos dizer apenas o fato mais ou menos óbvio de que a interação social dotada de significado é pra�camente impossível sem a linguagem, mas que o mero fato de haver uma fala comum serve como um 68@professorferretto @prof_ferretto símbolo peculiarmente poderoso da solidariedade social entre aqueles que falam aquela língua. SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspec�va, 1980. O texto destaca o entendimento segundo o qual a linguagem, como elemento do processo de socialização, cons�tui-se a par�r de uma a) necessidade de ligação com o transcendente. b) relação de interdependência com a cultura. c) estruturação da racionalidade cien�fica. d) imposição de caráter econômico. e) herança de natureza biológica. FIL0757 - (Enem PPL) As crianças devem saudar as pessoas dis�ntas, os professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que elas não se negarão a corresponder. Não devem empurrar ninguém nem cortar o passo dos transeuntes. Não escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca a�rar pedras. Não a�rar cascas de frutas no chão, o que pode ser mo�vo de desastres gravíssimos. Nunca fitar de propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de algum defeito �sico do próximo. A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914. O discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no início do século XX, visava a promoção de a) formas litúrgicas de interação. b) valores abstratos de cidadania. c) normas sociomorais de civilidade. d) concepções arcaicas de disciplina. e) conceitos importados de pedagogia. FIL0758 - (Enem PPL) O feminismo teve uma relação direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele ques�onou a clássica dis�nção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é polí�co”. Ele abriu, portanto, para a contestação polí�ca, arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divisão domés�ca do trabalho etc. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado). O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformação das relações humanas, na medida em que sua atuação a) subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade. b) abala a relação da classe dominante com o Estado. c) constrói a segregação dos segmentos populares. d) limita os mecanismos de inclusão das minorias. e) redefine a dinâmica das ins�tuições sociais. FIL0759 - (Enem PPL) O conhecimento é sempre aproximado, falível e, por isso mesmo, susce�vel de con�nuas correções. Uma jus�ficação pode parecer boa, num certo momento, até aparecer um conhecimento melhor. O que define a ciência não será então a ilusória obtenção de verdades defini�vas. Ela será antes definível pela prevalência da u�lização, por parte dos seus pra�cantes, de instrumentalidades que o campo cien�fico forjou e tornou disponíveis. Ou seja, cada progressão no conhecimento que mostre o caráter errôneo ou insuficiente de conhecimentos anteriores não remete estes úl�mos para as trevas exteriores da não ciência, mas apenas para o estágio de conhecimentos cien�ficos historicamente ultrapassados. ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das ciências sociais. Sociologia: problemas e prá�cas, n. 55, 2007 (adaptado). O texto desmis�fica uma visão do senso comum segundo a qual a ciência consiste no(a) a) conjunto de teorias imutáveis. b) consenso de áreas diferentes. c) coexistência de teses antagônicas. d) avanço das pesquisas interdisciplinares. e) preeminência dos saberes empíricos. FIL0760 - (Enem PPL) O espírito humano controla as máquinas cada vez mais potentes que criou. Mas a lógica dessas máquinas ar�ficiais controla cada vez mais o espírito dos cien�stas, sociólogos, polí�cos e, de modo mais abrangente, todos aqueles que, obedecendo à soberania do cálculo, ignoram tudo o que não é quan�ficável, ou seja, os sen�mentos, sofrimentos, alegrias dos seres humanos. Essa lógica é assim aplicada ao conhecimento e à conduta das sociedades, e se espalha em todos os setores da vida. MORIN, E. O método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2012 (adaptado). No contexto atual, essa crí�ca proposta por Edgar Morin se aplica à 69@professorferretto @prof_ferretto a) intensificação das relações interpessoais. b) descentralização do poder econômico. c) fragmentação do mercado consumidor. d) valorização do paradigma tecnológico. e) simplificação das a�vidades laborais. FIL0761 - (Enem PPL) Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da epistemologia cien�fica, caracterizada pela a) implementação de uma viragem linguís�ca com base no formalismo. b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base no rela�vismo. c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base no an�academicismo. d) definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cé�co. e) compreensão da realidade com base em uma perspec�va não antropocêntrica. FIL0762 - (Enem PPL) A esté�ca rela�vamente estável do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de uma esté�ca pós-moderna que celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a moda e a mercadificação de formas culturais. HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009. No contexto descrito, as transformações esté�cas impactam a produção de bens por meio da a) promoção de empregos fabris, integrada às linhas de montagem. b) ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo consumo. c) redução do tempo de vida dos produtos, acompanhada da crescente inovação. d) diminuição da importância da organização logís�ca, u�lizada pelos fornecedores. e) expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores custos de armazenamento. FIL0763 - (Enem PPL) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de es�los, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação interligados, mais as iden�dades se tornam desvinculadas — desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes iden�dades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma escolha. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. Do ponto de vista conceitual, a transformação iden�tária descrita resulta na cons�tuição de um sujeito a) altruísta. b) dependente. c) nacionalista. d) mul�facetado. e) territorializado. FIL0764 - (Enem PPL) A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio a�vo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incu�r uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compar�lho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele. WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969. No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibilidades de progresso material e moral quando 70@professorferretto @prof_ferretto a) prioriza o rigor conceitual. b) valoriza os seus dogmas. c) avalia a sua aplicabilidade. d) busca a inovação tecnológica. e) instaura uma perspec�va cien�fica. FIL0746 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentosmodernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0748 - (Enem PPL) Por força da industrialização da cultura, desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. A crí�ca ao �po de criação mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a a) burocra�zação do processo de difusão. b) valorização da representação abstrata. c) padronização das técnicas de composição. d) sofis�cação dos equipamentos disponíveis. e) ampliação dos campos de experimentação. FIL0753 - (Enem PPL) A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo: a) Crise do sujeito. b) Rela�vismo é�co. c) Virada linguís�ca. d) Teoria da referência. e) Crí�ca à tecnociência. FIL0743 - (Enem PPL) Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram de séculos de violência de seres humanos brancos sobre seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante quanto outras disputas morais e sociais. SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2013. O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante corrente da é�ca contemporânea que se designa: a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. c) An�especismo – definição igualitária das espécies. d) Existencialismo – valorização crescente da subje�vidade. e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das alteridades. FIL0745 - (Enem PPL) TEXTO I Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros, graças à postagem e ao compar�lhamento de imagens. Uma comissão parlamentar britânica constatou que meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de cirurgia plás�ca no país, de cerca de 20% desde 2008. ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018. 71@professorferretto @prof_ferretto TEXTO II Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. Os textos apontam a centralidade da circulação imagé�ca na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a a) fragilização de vínculos afe�vos. b) fe�chização da experiência vivida. c) monopolização do mercado esté�co. d) diferenciação dos modelos corporais. e) personalização das dimensões ín�mas. 72@professorferretto @prof_ferrettovalor de sobrevivência biológica. Ela não é apenas um instrumento ú�l. Embora não possa a�ngir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a procura pela verdade ainda são os mo�vos mais fortes da descoberta cien�fica. Não sabemos, podemosapenas conjecturar. E nossas conjecturas são guiadas pela fé não cien�fica, meta�sica (embora explicável biologicamente), nas leis ou regularidades que podemos desvendar – descobrir” (POPPER, Karl. A Lógicada pesquisa cien�fica, in CHAUÍ (org.), Primeira Filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1987 – p. 213-214). De acordo com o enunciado, e com seus conhecimentos sobre o tema, qual das alterna�vas abaixo caracteriza a ciência contemporânea para Karl Popper (1902-1994)? a) Para Popper, o que garante a verdade do discurso cien�fico é sua condição de refutabilidade: quando uma teoria resiste à refutação, ela é corroborada. Assim, não é a explicação e a jus�ficação de sua teoria que deve preocupar o cien�sta, mas sim o levantamento de possíveis teorias que a refutem. b) Popper abandonou o empirismo para dedicar-se ao chamado anarquismo epistemológico. Defende o pluralismo metodológico e cri�ca as posições posi�vistas e as metodologias norma�vas adotadas pela ciência contemporânea. c) Popper nega que o desenvolvimento da ciência tenha sido levado a efeito pelo ideal de refutação. Segundo o autor, a ciência progride pela tradição intelectual representada pelo conceito de paradigma. d) De acordo com Popper, o homem está convencido de sua capacidade de conhecer o mundo pela ciência. A concepção de ciência do autor tem como pressuposto o mecanicismo e o determinismo. e) Popper elaborou o primeiro exemplo de teoria cien�fica encontrado na ciência moderna: a teoria da gravitação universal, fazendo da fisiologia uma ciência posi�va, tendo por modelo o método experimental da �sica e daquímica. FIL0570 - (Uece) “A despeito de todas as conquistas provenientes da elaboração da ideia de direitos humanos, o crime de estupro é associado ao sexo, e não à violência, e seus índices sequer são diminuídos nas sociedades contemporâneas de controle e promoção de segurança. O estupro é crime come�do preponderantemente contra as mulheres também por se tratar de um corpo compreendido como algo para um outro que é �do como mais forte, com mais poderes e, portanto, mais direitos. [...] Estupra-se significa�vamente mais as mulheres porque são elas que têm, segundo a tradição, o corpo frágil para reagir. [...] Trata-se de um crime autorizado pela tradição, sobre o qual o poder de qualquer regime jurídico/penal não tem qualquer valor. Neste aspecto da vida em sociedades, a despeito de quais sejam as avaliações possíveis – se ‘atrasadas’ ou ‘avançadas’, ‘mais civilizadas’ ou ‘mais primi�vas’ –, as mulheres seguem tendo um des�no traçado pelo modo falocêntrico de interpretar a natureza e de dar seguimento a tradições.” LOPES, A. D. Sobre esse gênero que não nos pertence e os poderes a nos pertencer. In: Kalagatos – Revista de Filosofia, Vol. 15, nº 2, 2018, p. 34-55 – Adaptado. Considerando a citação acima, assinale a afirmação verdadeira. 7@professorferretto @prof_ferretto a) Com os debates atualmente desenvolvidos sobre os direitos humanos, mais par�cularmente no que se refere à segurança, o número de estupros de mulheres diminuiu. b) A cultura do estupro é própria das sociedades atrasadas, primi�vas e que não alcançaram grau suficiente de civilização, sustentando-se em uma tradição falocêntrica. c) A tradição patriarcal e falocêntrica compreende a mulher como sexo frágil e legi�ma a proteção de seu corpo pelo homem, visto como mais forte, defendendo-a contra estupros. d) A �pificação legal do estupro como crime não basta para diminuí-lo, pois ele não se ampara na falta de leis e punições, mas na tradição que afirma o poder do homem sobre a mulher. FIL0386 - (Ueg) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super-homens” está no fato de Nietzsche defender que o super-homem a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força �sica e da violência na consecução de seus obje�vos. b) expressaria os princípios morais do protestan�smo, em contraposição ao materialismo presente no herói dos quadrinhos. c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, �picas do cris�anismo. d) representaria os valores polí�cos e morais alemães, e não o individualismo pequeno burguês norte- americano. FIL0430 - (Ufpa) “Adorno e Horkheimer (os primeiros, na década de 1940, a u�lizar a expressão “indústria cultural” tal como hoje a entendemos) acreditam que esta indústria desempenha as mesmas funções de um estado fascista (...) na medida em que o individuo é levado a não meditar sobre si mesmo e sobre a totalidade do meio social circundante, transformando-se em mero joguete e em simples produto alimentador do sistema que o envolve.” (COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São Paulo, Editora Brasiliense, 1987, p. 33. Texto adaptado) Adorno e Horkheimer consideram que a indústria cultural e o Estado fascista têm funções similares, pois em ambos ocorre a) um processo de democra�zação da cultura ao colocá- la ao alcance das massas o que possibilita sua conscien�zação. b) o desenvolvimento da capacidade do sujeito de julgar o valor das obras ar�s�cas e bens culturais, assim como de conviver em harmonia com seus semelhantes. c) o aprimoramento do gosto esté�co por meio da indústria do entretenimento, em detrimento da capacidade de reflexão. d) um processo de alienação do homem, que leva o indivíduo a perder ou a não formar uma imagem de si e da sociedade em que vive. e) o aprimoramento da formação cultural do individuo e a melhoria do seu convívio social pela inculcação de valores, de a�tudes conformistas e pela eliminação do debate, na medida em que este produz divergências no âmbito da sociedade. FIL0402 - (Ufu) Leia o excerto abaixo e assinale a alterna�va que relaciona corretamente duas das principais máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber: i. “a existência precede a essência” ii. “estamos condenados a ser livres” Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e defini�va; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já prontos, valores ou ordens que possam legi�mar a nossa conduta. [...] Estamos condenados a ser livres. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987. 8@professorferretto @prof_ferretto a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade, então jamais o homem pode ser, em sua existência, condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma contradição. b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da natureza humana que, concebida por Deus, precede necessariamente a sua existência. c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à qual o homem, como existência já lançada no mundo, está condenado, e pela qual projeta o seu ser ou a sua essência. d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo, porque a existência do homem depende da essência de sua natureza humana, que a precede e que é a liberdade. FIL0384 - (Unimontes) O pensamento de Nietzsche (1844 - 1900) orienta-se no sen�do de recuperar as forças inconscientes, vitais, ins�n�vas, subjugadas pela razão durante séculos. Paratanto, cri�ca Sócrates por ter encaminhado, pela primeira vez, a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões. Nietzsche faz uma crí�ca à tradição moral desenvolvida pelo ocidente. Marque a alterna�va que indica as obras que melhor representam a crí�ca nietzscheana. a) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. b) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, República. c) Leviatã, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. d) Micro�sica do poder, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. FIL0515 - (Enem) Panayio�s Zavos “quebrou” o úl�mo tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.” CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado). A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioé�ca que, entre outras questões, dedica-se a a) refle�r sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores é�cos do homem. b) legi�mar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta. c) rela�vizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal. d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal. e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos. FIL0435 - (Enem) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a par�r de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legi�midade democrá�ca exige que o processo de tomada de decisões polí�cas ocorra a par�r de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter delibera�vo corresponde a um processo cole�vo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia delibera�va. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado). O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a) a) par�cipação direta periódica do cidadão. b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado. c) interlocução entre os poderes governamentais. d) eleição de lideranças polí�cas com mandatos temporários. e) controle do poder polí�co por cidadãos mais esclarecidos. FIL0460 - (Ufpr) Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirma também que a “menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia” e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do entendimento, mas de resolução e coragem para fazer uso dele sem a direção de outra pessoa”. (KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. 9@professorferretto @prof_ferretto (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curi�ba: SEED-PR, 2009, p. 407.) Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo do poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se mul�plicam [...]”, referindo-se a um corpo (homem) que se torna ao mesmo tempo analisável e manipulável. (FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.). Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos, considere as afirma�vas abaixo: 1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e corresponderia à afirmação da religião como ponto de par�da para o homem tomar suas principais decisões. 2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são responsáveis por se deixarem dirigir por outros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedade torna o homem manipulável. 3. Tanto Kant quanto Foucault se ques�onam pelo nível de autonomia do homem, ambos, porém, a par�r de abordagens diferentes e chegando a conclusões diferentes. 4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o autoconhecimento e a autonomia de pensamento. Assinale a alterna�va correta. a) Somente a afirma�va 2 é verdadeira. b) Somente as afirma�vas 1 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirma�vas 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirma�vas 1, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirma�vas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. FIL0418 - (Uece) “A crescente proletarização dos homens de hoje e a crescente formação das massas são dois lados de um mesmo acontecimento. O fascismo procura organizar as massas proletarizadas recém-surgidas sem tocar nas relações de propriedade, por cuja abolição elas pressionam. Ele vê sua salvação em deixar as massas alcançarem a sua expressão (de modo algum seu direito). As massas possuem um direito à mudança das relações de propriedade; o fascismo busca dar-lhe uma expressão conservando essas relações. O fascismo resulta, consequentemente, em uma este�zação da vida polí�ca.” BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodu�bilidade técnica. Porto Alegre: Zouk, 2012, p. 117. Considerando o que diz Benjamin sobre os efeitos sociais da reprodu�bilidade técnica dos objetos de fruição esté�ca, é correto afirmar que a) o fascismo elimina a luta de classes, pois unifica a todos sob uma mesma bandeira e com a mesma camisa, unindo a nação no amor pela pátria e seus símbolos, tornando a polí�ca mais bela. b) a luta de classes é um elemento cons�tu�vo do fascismo, que cria a propriedade privada e, portanto, estabelece antagonismos sociais insuperáveis pela polí�ca. c) a obra de arte tecnicamente reproduzida apresenta uma necessária superação do fascismo, pois a contemplação esté�ca popularizada conduz as massas para um estado de gozo apolí�co. d) o fascismo organiza o proletariado como massa, mas não põe em questão sua condição de classe, tornando a relação social mera aparência de unidade, sob símbolos, cores e gritos estandardizados — este�zação. FIL0479 - (Uel) “As experiências e erros do cien�sta consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, cri�cando-a experimentalmente, ajudado por seus colegas cien�stas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a hipótese não suportar essas crí�cas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada”. (POPPER, Karl. Conhecimento obje�vo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Ita�aia, 1975. p. 226.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método cien�fico, é correto afirmar: 10@professorferretto @prof_ferretto a) O método cien�fico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio de experimentos cruciais. b) A crí�ca no meio cien�fico significa o fracasso do cien�sta que formulou hipóteses incorretas. c) O conflito de hipóteses cien�ficas deve ser resolvido por quem as formulou, sem ajuda de outros cien�stas. d) O método crí�co consiste em impedir que as hipóteses cien�ficas tenham brechas. e) A a�tude crí�ca é um empecilho para o progresso cien�fico. FIL0411 - (Ueg) As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas este agente não é autornem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor. ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.; WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 24. A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais refinadas pensadoras contemporâneas, refle�ndo sobre eventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto, o papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela reflete sobre a importância da ação e do discurso como fomentadores do que chama de “negócios humanos”. Nesse sen�do, Arendt defende o seguinte ponto de vista: a) a condição humana atual não está condicionada por ações anteriores, já que cada um é autor de sua existência. b) a necessidade do ser humano de ser autor e produtor de ações históricas lhe �ra a responsabilidade sobre elas. c) o agente de uma nova ação sempre age sob a influência de teias preexistentes de ações anteriores. d) o produtor de novos discursos sempre precisa levar em conta discursos anteriores para criar o seu. FIL0454 - (Uel) “De acordo com a é�ca do Discurso, uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto par�cipantes de um Discurso prá�co, a um acordo quanto à validez dessa norma”. Fonte: Habermas, J. Consciência moral e agir comunica�vo.Tradução de Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a É�ca do Discurso de Habermas, assinale a alterna�va correta: a) O princípio possibilitador do consenso deve assegurar que somente sejam aceitas como válidas as normas que exprimem um desejo par�cular. b) Nas argumentações morais basta que um indivíduo reflita se poderia dar seu assen�mento a uma norma. c) Os problemas que devem ser resolvidos em argumentações morais podem ser superados apenas monologicamente. d) O princípio que norteia a é�ca do discurso de Habermas expressa-se, literalmente, nos mesmos termos do impera�vo categórico kan�ano. e) Uma norma só poderá ser considerada correta se todos os envolvidos es�verem de acordo em dar-lhe o seu consen�mento. FIL0406 - (Unioeste) Só pelo fato de que tenho consciência dos mo�vos que solicitam minha ação, esses mo�vos já são objetos transcendentes para minha consciência, estão fora; em vão buscaria agarrar-me a eles, escapo disto por minha existência mesma. Estou condenado a exis�r para sempre além de minha essência, além dos móveis e dos mo�vos de meu ato: estou condenado a ser livre. Isto significa que não se poderia encontrar para a minha liberdade outros limites senão ela mesma, ou, se se prefere, não somos livres de cessar de ser livres. (...) O sen�do profundo do determinismo é o de estabelecer em nós uma con�nuidade sem falha da existência em si. (...) Mas em vez de ver transcendências postas e man�das no seu ser por minha própria transcendência, supor-se-á que as encontro surgindo no mundo: elas vêm de Deus, da natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (...) Essas tenta�vas abortadas para sufocar a liberdade – elas desmoronam quando surge, de repente, a angús�a diante da liberdade – mostram bastante que a liberdade coincide no fundo com o nada que está no coração do homem”. Sartre. Com base no texto, seguem as seguintes afirma�vas: I. No homem, a existência precede a essência. II. Em sua essência, o homem é um ser determinado quer seja, ou por Deus, ou pela natureza, ou pela sociedade. III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos pelos valores religiosos, esté�cos, polí�cos e sociais. IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é possível “cessar de ser livre”. V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta por valores obje�vos e pré-determinados. 11@professorferretto @prof_ferretto Assinale a alterna�va correta. a) Apenas II está correta. b) Apenas I e IV estão corretas. c) Apenas II e IV estão corretas. d) Apenas III e V estão corretas. e) Todas as afirma�vas estão corretas. FIL0589 - (Enem) O leproso é visto dentro de uma prá�ca de rejeição, ao exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não têm muita importância diferenciar; os pes�lentos são considerados num policiamento tá�co me�culoso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se mul�plica, se ar�cula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e a sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repar�da. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho polí�co FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia no(a): a) Formação de sociedade disciplinar. b) Flexibilização do regramento social. c) Banimento da autoridade repressora. d) Condenação da degradação humana. e) Hierarquização da burocracia estatal. FIL0408 - (Enem) A maioria das necessidades comuns de descansar, distrair-se, comportar-se, amar e odiar o que os outros amam e odeiam pertence a essa categoria de falsas necessidades. Tais necessidades têm um conteúdo e uma função determinada por forças externas, sobre as quais o indivíduo não tem controle algum. MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da chamada Escola de Frankfurt, tais forças externas são resultantes de a) aspirações de cunho espiritual. b) propósitos solidários de classes. c) exposição ciberné�ca crescente. d) interesses de ordem socioeconômica. e) hegemonia do discurso médico-cien�fico. FIL0382 - (Ufsj) Nietzsche iden�ficou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respec�vamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas. b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana. c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana. d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade. FIL0414 - (Enem) Parece-me bastante significa�vo que a questão muito discu�da sobre se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferramentas. E a razão disto é que todas as ferramentas da manufatura permanecem a serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico delas. ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de É�ca e Filosofia Polí�ca 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento). Com base no texto, as principais consequências da subs�tuição da ferramenta manual pela máquina são a) o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador. b) a reformulação dos modos de produção e o engajamento polí�co do trabalhador. c) o aperfeiçoamento da produção manufatureira cria�va e a rejeição do trabalho repe��vo. d) a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador. e) o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina. FIL0440 - (Uel) Leia o texto a seguir. A u�lização da Internet ampliou e fragmentou, simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto impacta no modo como o diálogo é construído entre os indivíduos numa sociedade democrá�ca. (Adaptado de: HABERMAS, J. O caos da esfera pública. Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, Caderno Mais!, p.4-5.) 12@professorferretto @prof_ferretto A par�r dos conhecimentos sobre a ação comunica�va em Habermas, considere as afirma�vas a seguir. I. A manipulação das opiniões impede o consenso ao usar os interlocutores como meios e desconsiderar o ser humano como fim em si mesmo. II. A validade do que é decidido consensualmente assenta-se na negociação em que os interlocutores se instrumentalizamreciprocamente em prol de interesses par�culares. III. Como regra do discurso que busca o entendimento, devem-se excluir os interlocutores que, de algum modo, são afetados pela norma em questão. IV. O projeto emancipatório dos indivíduos é construído a par�r do diálogo e da argumentação que prima pelo entendimento mútuo. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. FIL0422 - (Uel) Leia o texto a seguir. O modo de comportamento percep�vo, através do qual se prepara o esquecer e o rápido recordar da música de massas, é a desconcentração. Se os produtos normalizados e irremediavelmente semelhantes entre si, exceto certas par�cularidades surpreendentes, não permitem uma audição concentrada, sem se tornarem insuportáveis para os ouvintes, estes, por sua vez, já não são absolutamente capazes de uma audição concentrada. Não conseguem manter a tensão de uma concentração atenta, e por isso se entregam resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, e com o qual fazem amizade somente porque já o ouvem sem atenção excessiva. (ADORNO, T. W. O fe�chismo na música e a regressão da audição. In: Adorno et all. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os Pensadores.) As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte apelo à cultura de massa. A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural e da relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alterna�va correta. a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta relaciona-se ao fato de que a música tornou-se um produto de consumo, encobrindo seu poder crí�co. b) A música representa um domínio par�cular, quase autônomo, das produções sociais, pois se baseia no livre jogo da imaginação, o que impossibilita estabelecer um vínculo entre arte e sociedade. c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de manifestar cri�camente conteúdos racionais expressos no modo �pico do comportamento percep�vo inato às massas. d) A tensão resultante da concentração requerida para a apreciação da música é uma exigência extramusical, pois nossa sensibilidade é naturalmente mais próxima da desconcentração. e) Audição concentrada significa a capacidade de apreender e de repe�r os elementos que cons�tuem a música, sendo a facilidade da repe�ção o que concede poder crí�co à música. FIL0462 - (Enem) Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se cons�tui através das prá�cas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de prá�cas de liberação, de liberdade, como na An�guidade – a par�r, obviamente, de um certo número de regras, de es�los, que podemos encontrar no meio cultural. FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: é�ca, sexualidade, polí�ca. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. O texto aponta que a subje�vação se efe�va numa dimensão a) legal, pautada em preceitos jurídicos. b) racional, baseada em pressupostos lógicos. c) con�ngencial, processada em interações sociais. d) transcendental, efe�vada em princípios religiosos. e) essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas. FIL0428 - (Uel) Leia os textos a seguir. 13@professorferretto @prof_ferretto Os homens sempre �veram de escolher entre submeter- se à natureza ou submeter a natureza ao eu. (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialé�ca do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985. p.43.) Com base no texto, é correto afirmar que a análise de Adorno e Horkheimer estabeleceu a ideia de que o homem I. interage com a natureza de maneira pacífica, assimilando a de forma idílica. II. age com astúcia diante dos fenômenos naturais, ao forjar uma relação de instrumentalidade com a natureza. III. esclarecido e com pleno domínio da natureza promove a sua autoconsciência. IV. apreende a natureza visando controlá-la, o que resulta na submissão dela. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas II e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas I, III e IV são corretas. FIL0533 - (Unesp) (Unesp) Texto 1 A ideia do panóp�co coloca no centro alguém, um olho, um olhar, um princípio de vigilância que poderá de certo modo fazer sua soberania agir sobre todos os indivíduos [situados] no interior dessa máquina de poder. Nessa medida, podemos dizer que o panóp�co é o mais an�go sonho do mais an�go soberano: que nenhum dos meus súditos escape e que nenhum dos gestos de nenhum dos meus súditos me seja desconhecido. (Michel Foucault. Segurança, território, população, 2008. Adaptado.) Texto 2 Em 2013 as revelações de Edward Snowden, ex- funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deixaram a noção de transparência democrá�ca sob suspeita. Snowden revelou que a inteligência estadunidense realizava vigilância em massa de seus aliados e adversários polí�cos. A espionagem ocorreu logrando acesso legal ou forçado aos servidores de boa parte das maiores empresas de internet. (Davi Lago. “O panóp�co digital: por que devemos suspeitar da palavra ‘transparência’?”. h�ps://estadodaarte.estadao.com.br, 29.08.2019. Adaptado.) O fenômeno retratado nos excertos implica, diretamente, a) o reconhecimento da liberdade individual. b) o aperfeiçoamento da interação social. c) a diversificação do conhecimento popular. d) a ampliação de autoridade estatal. e) a valorização da responsabilidade cole�va. FIL0393 - (Upe) Sobre o pensamento filosófico, leia o texto a seguir: O homem apresenta-se como uma escolha a fazer. Muito bem. Antes do mais, ele é a sua existência no momento presente e está fora do determinismo natural; o homem não se define previamente a si próprio, mas em função do seu presente individual. Não há uma natureza humana que se lhe anteponha, mas é-lhe dada uma existência específica num dado momento. SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 1973, p. 31. Com base no pensamento filosófico de Sartre, considera- se que 14@professorferretto @prof_ferretto a) a essência da natureza humana precede a existência. b) a natureza humana é um subs�tuto da condição humana. c) no homem em sua inteireza, a existência precede a essência. d) o existencialismo dá primazia ao determinismo natural em função do seu presente individual. e) o homem está fechado em si, sem ter escolha. FIL0397 - (Unioeste) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos exis�r, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”. Sartre. Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que �ver projetado ser, estando “condenado a ser livre”. b) totalmente posto sob o domínio do queele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens. c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”. d) o homem é um “projeto que se vive subje�vamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência. e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sen�do a sua existência. FIL0628 - (Fer) “[...] A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de u�lidade) e diminui essas mesmas forças (em termos polí�cos de obediência). Em uma palavra: ela dissocia o poder do corpo; faz dele por um lado uma ‘ap�dão’, uma ‘capacidade’ que ela procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia resultar disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita.” (FOUCAULT, M. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. P. Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 127.) De acordo com o pensamento de Michel Foucault sobre a disciplina, assinale a alterna�va CORRETA. a) Segundo Foucault, a disciplina aumenta a capacidade de desobedecer dos indivíduos, agora mais aptos a se tornarem revolucionários. b) Foucault apresenta uma contradição na fabricação de corpos “dóceis”, pois a inap�dão ao trabalho se contrapõe à autonomia que os homens adquirem com a disciplina. c) A dissociação entre “poder” e “corpo”, levantada por Foucault, é uma caracterís�ca do pensamento abstrato do pós-estruturalismo. O poder só pode ser exercido de modo transcendente, por meio do abandono de qualquer coerção �sica. d) De acordo com o filósofo, a disciplina sobre os corpos torna os indivíduos úteis a desempenhar determinadas funções, mas re�ra o poder desses indivíduos de contestarem a relação de dominação a que estão sujeitos. e) A disciplina é aplicada exclusivamente pelo Estado, poder central. Desse modo, Foucault entende que ins�tuições como a escola e a igreja são locais de contestação ao controle estatal e desenvolvimento crí�co dos indivíduos. FIL0420 - (Enem) A crí�ca é uma questão de distância certa. O olhar hoje mais essencial, o olho mercan�l que penetra no coração das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca- as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fachadas a uma observação crí�ca completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e repen�na proximidade, também a propaganda autên�ca transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme. 15@professorferretto @prof_ferretto BENJAMIN, W. Rua de mão única:infância berlinense – 1900. Belo Horizonte: Autên�ca, 2013 (adaptado). O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o procedimento de análise crí�ca em virtude do(a) a) caráter ilusório das imagens. b) evolução constante da tecnologia. c) aspecto efêmero dos acontecimentos. d) conteúdo obje�vo das informações. e) natureza emancipadora das opiniões. FIL0431 - (Unicentro) Todas as alterna�vas abaixo definem corretamente a relação crí�ca que se estabelece na contemporaneidade entre Arte, Indústria cultural e Cultura de massas, exceto. a) Com o advento da modernidade, as artes foram subme�das às regras do mercado capitalista e da ideologia da Indústria Cultural, baseadas na prá�ca do consumo de produtos culturais produzidos em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo que existe no capitalismo. b) Não podemos afirmar que a contemporaneidade transformou as obras de arte em mercadorias, pois proporcionaram sua democra�zação irrestrita: todos podem ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, cri�cá-las, graças ao capitalismo. c) Apesar de subme�da às leis do mercado capitalista e de sua ideologia, a arte contemporânea não se democra�zou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa. d) A Indústria cultural define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração. O que nas obras de arte significa trabalho da sensibilidade, da reflexão e da crí�ca é vulgarizado e banalizado; em lugar de difundir e divulgar as artes, despertando interesse por ela, ocorre massificação da expressão ar�s�ca e intelectual. e) Sob o controle econômico e ideológico da Indústria Cultural, a arte se transformou em um evento para tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido, fruído e superado por novas obras. FIL0399 - (Ufsj) Sobre a interferência de Jean-Paul Sartre na filosofia do século XX, é CORRETO afirmar que ele a) reconhece a importância de Diderot, Voltaire e Kant e repercute a interferência posi�va destes na noção de que cada homem é um exemplo par�cular no universo. b) faz a inversão da noção essencialista ao apregoar que o Homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e só após isso se define. Assim, não há natureza humana, pois não há Deus para concebê-la. c) inaugura uma nova ordem polí�co-social, segundo a qual o Homem nada mais é do que um projeto que se lança numa natureza essencialmente humana. d) diz que ser ateu é mais coerente apesar de reconhecer no Homem uma virtu que o filia, defini�vamente, a uma consciência a priori infinita. FIL0520 - (Pucpr) A preocupação sobre o futuro da natureza e a ação da civilização tecnológica apresenta-se como traços cons�tu�vos do pensamento de Hans Jonas. Neste sen�do, o princípio responsabilidade pretende superar as é�cas tradicionais, as quais o autor chama de “é�cas da similitude”. A respeito da reflexão é�ca de Hans Jonas, assinale a alterna�va INCORRETA. a) A responsabilidade não tem nenhuma implicância e relevância com relação às futuras gerações, associando- se, assim, com a é�ca de Kant. b) A responsabilidade adquire uma nova dimensão pela técnica que as é�cas tradicionais (por exemplo, a é�ca aristotélica) não comportam, uma vez que estas não apontam para as consequências futuras. c) As é�cas tradicionais primam pelo antropocentrismo, tornando-se, assim, um problema, pois não buscam um fim imanente também na natureza. d) A responsabilidade pelas futuras gerações e pelo todo orgânico são elementos fundamentais na proposta é�ca de Hans Jonas. e) A responsabilidade não pode ser uma relação recíproca, uma vez que tal relação se move incidindo numa é�ca futurista. FIL0434 - (Uel) Leia o texto a seguir: “A ideia de progresso manifesta-se inicialmente, à época do Renascimento, como consciência de ruptura. [...] No século XVIII tal ideia associa-se à consciência do caráter progressivo da civilização, e é assim que a encontramos em Voltaire. Tal como para Bacon, no início do século XVII, o progresso também é uma espécie de objeto de fé para os iluministas. [...] A certeza do progresso permite encarar o futuro com o�mismo”. 16@professorferretto @prof_ferretto (Adaptado de: FALCON, F. J. C. Iluminismo. 2. ed. São Paulo: Á�ca, 1989, p. 61-62.) Na primeira metade do século XX, a ideia de progresso também se transformou em objeto de análise do grupo de pesquisadores do Ins�tuto de Pesquisa Social vinculado à Universidade de Frankfurt. Tendo como referência a obra de Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: a) Por serem herdeiros do pensamento hegeliano, os autores entendem que a superação do modelo de racionalidade inerente aos conflitos do século XX dependedo justo equilíbrio entre uso público e uso privado da razão. b) A despeito da Segunda Guerra, a finalidade do iluminismo de libertar os homens do medo, da magia e do mito e torná-los senhores autônomos e livres mediante o uso da ciência e da técnica, foi a�ngido. c) Os autores propõem como alterna�va às catástrofes da primeira metade do século XX um novo entendimento da noção de progresso tendo como referência o conceito de racionalidade comunica�va. d) Como demonstra a análise feita pelos autores no texto “O autor como produtor”, o ideal de progresso consolidado ao longo da modernidade foi rompido com as guerras do século XX. e) Em obras como a Dialé�ca do esclarecimento, os autores ques�onam a compreensão da noção de progresso consolidada ao longo da trajetória da razão por ela estar vinculada a um modelo de racionalidade de cunho instrumental. FIL0405 - (Ifsp) Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean- Paul Sartre afirma que o ser humano está condenado a ser livre, a fazer escolhas e, portanto, a construir seu próprio des�no. O pressuposto básico que sustenta essa argumentação de Sartre é o seguinte: a) A suposição de que o homem possui uma natureza humana, o que significa que cada homem é um exemplo par�cular de um conceito universal. b) A compreensão de que a vida humana é finita e de que o homem é, sobretudo, um ente que está no mundo para a morte. c) A ideia de que a existência precede a essência e, por isso, o ser humano não está predeterminado a nada. d) A convicção de que o homem está desamparado e é impotente para mudar o seu des�no individual. e) A ideia de que toda pessoa tem um potencial a realizar, desde quando nasce, mas é livre para transformar ou não essa possibilidade em realidade. FIL0367 - (Enem) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver – é o dever –, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”. NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Obje�va, 2010 (adaptado). O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da a) qualidade de nossa existência pessoal e cole�va. b) conveniência do cuidado da saúde �sica e espiritual. c) legi�midade da doutrina pagã da transmigração da alma. d) veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo. e) validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história. FIL0463 - (Uece) Observe a seguinte no�cia: “O total de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam as pessoas às prisões, com 28% da população carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam a 37%. [...] Quanto à escolaridade, 75% da população prisional brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos tem graduação”. Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em: h�p://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/no�cia/2017- 12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para- 726712-pessoas As informações apresentadas na no�cia acima podem ser pensadas filosoficamente tomando-se por base I. Foucault e sua teoria dos disposi�vos disciplinares do poder. II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da classe dominante. III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe. IV. Aristóteles e seu conceito de jus�ça distribu�va. 17@professorferretto @prof_ferretto Estão corretas somente as complementações con�das em a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I e IV. FIL0415 - (Uece) O trecho abaixo apresentado se refere à influência da indústria cultural e seus produtos, em relação à ordem social e polí�ca contemporânea, sob a ó�ca dos pensadores da Escola de Frankfurt: “O desenvolvimento da indústria cultural ocasionou a incorporação dos indivíduos numa totalidade social racionalizada e reificada; frustrou sua imaginação e tornou-os vulneráveis à manipulação por ditadores e demagogos. A propaganda fascista necessitou apenas a�var e reproduzir a mentalidade existente das massas; ela simplesmente tomou as pessoas pelo que eram – os filhos da indústria cultural – e empregou as técnicas dessa indústria para mobilizá-las por trás dos obje�vos agressivos e reacionários do fascismo”. THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna:teoria social crí�ca na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, RJ: Vozes. Adaptado. Considerando o trecho acima e o conceito de indústria cultural, atente para o que se diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. (__) Os produtos da indústria cultural são, geralmente, construções simbólicas impregnadas de estereó�pos que suprimem a reflexão crí�ca sobre a ordem social, podendo abrir espaço para uma visão autoritária. (__) Aqueles indivíduos que foram capturados pela retórica autoritária do fascismo são os que já haviam sucumbido à influência da indústria cultural e à sua capacidade de manipulação das massas. (__) Os produtos da indústria cultural desafiam as normas sociais e possuem um caráter an�rrealista que se torna fonte de fascínio por parte das massas que aderem ao seu falso caráter revolucionário. (__) Exemplificada na indústria de entretenimento, a indústria cultural padronizou e mercan�lizou as formas culturais, o que resultou em uma arte banal e repe��va, incapaz de provocar um olhar crí�co. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) F, F, V, F. b) V, V, F, V. c) V, F, F, V. d) F, V, V, F. FIL0521 - (Enem) Para Rawls, a estrutura básica mais justa de uma sociedade é aquela que alguém escolheria se não soubesse qual viria a ser seu papel par�cular no sistema de cooperação daquela sociedade. LOVETT, F. Uma teoria da jus�ça, de John Rawls. Porto Alegre: Penso, 2013. A teoria da jus�ça proposta pelo autor, conforme exposto no texto, pressupõe assumir uma posição hipoté�ca chamada de a) reino de Deus. b) mundo da utopia. c) véu da ignorância. d) estado de natureza. e) cálculo da felicidade. FIL0566 - (Uece) “Pois uma estátua não é apenas um documento histórico. Ela é sobretudo um disposi�vo de celebração. Como celebração, ela naturaliza dinâmicas sociais, ela diz: ‘assim foi e assim deveria ter sido’. Um bandeirante com um trabuco na mão e olhar para frente é a celebração do ‘desbravamento’ de ‘nossas matas’. [...] Quando a ditadura militar criou o mais vil aparato de crimes contra a humanidade, disposi�vo de tortura de Estado e assassinato financiado com dinheiro do empresariado paulista, não por acaso seu nome foi: Operação Bandeirante. Sim, a história é implacável. Como disse no início, o passado é o que não cessa de retornar.” SAFATLE, Vladimir. Do direito inalienável de derrubar estátuas. In: El país, em 26-07-2021. Disponível em: h�ps://brasil.elpais.com/opiniao/2021-07-26/do-direito- inalienavel-de derrubar-estatuas.html. Nas passagens acima citadas de seu ar�go de opinião, o filósofo Vladimir Safatle faz uso, por duas vezes, do conceito de disposi�vo. Sobre este conceito, formulado por Michel Foucault (1926-1984), é correto afirmar que 18@professorferretto @prof_ferretto a) expressa uma forma de poder que se opõe aos sujeitos e às formas de cons�tuição de subje�vidade. b) são prá�cas, as mais diversas, que atuam na cons�tuição, no controle e na dominação dos sujeitos. c) é sempre um instrumento de exercício de violência �sica do poder contra os dominados. d) mostra como o poder atua somente simbolicamente, conduzindo a uma dominação consen�da. FIL0588 - (Enem)