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Aula 04 SIA - Civil II - 2013

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Universidade Estácio de Sá – Campus Resende 
Disciplina: Direito Civil II – (Obrigações)
Prof. Ciro Ferreira dos Santos
Aula 04 – 1. Obrigação de dar coisa incerta. Conceito. Concentração. Reflexos jurídicos
Obrigação genérica delimitada ou de existência restrita. 
2. A desmaterialização das obrigações de dar 
3. Obrigação de fazer. Conceito. Reflexos jurídicos
4. Obrigação de não fazer. Conceito. Reflexos jurídicos
OBRIGAÇÃO DE DAR A COISA INCERTA
A coisa é Incerta por apresentar gênero e quantidade, sendo sua espécie definida no momento da concentração - determinação;
A escolha da espécie da obrigação ocorrerá no momento anterior ao cumprimento da obrigação e caberá ao devedor, se o acordo não determinar diferente. Tal escolha não poderá ser nem a melhor, nem a pior. (art. 244 do CC)
A posição do devedor é mais confortável quanto ao cumprimento, pois há um conjunto de possibilidades. Porém, sua responsabilidade é maior, quanto à escolha, pois, no caso, não poderá ser alegado o perecimento (perda): a coisa nunca perece (art. 246).
O devedor para desonerar-se da obrigação deverá colocar a coisa à disposição do credor – somente desta forma se desonera.
No restante, incorpora-se o que colocado para obrigação de dar coisa certa.
A desmaterialização das obrigações de dar 
O advento do Código de Defesa de Consumidor e o comércio eletrônico. Trata-se este tópico de assunto mais que atual, envolvendo todas as repercussões do advento do fornecimento de produtos no mercado, face às relações massificadas e globalizadas envolvendo as relações entre consumidores e fornecedores de produtos em tempo real e virtual. Sugerimos que os docentes trabalhem com o excelente texto dos profs. Christiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, na obra Direito das Obrigações, referida como bibliografia básica, às fls. 179 a 181 no item 2.1.4. (Seria interessante fornecer cópia deste pequeno trecho do livro para os alunos).
OBRIGAÇÕES DE FAZER
Trata-se de obrigação que maiores transtornos trazem ao credor, pois se configura numa atividade deste, ou seja, prestação de uma atividade física ou material.
É uma obrigação positiva.
Está embutida no artigo 247 a indenização no caso de recusa de cumprimento da obrigação. Neste caso, será sempre uma obrigação infungível, pois na recusa de obrigação fungível, poderá ser cumprida por terceiro e o valor pago ser ressarcido pelo devedor primeiro. A infungibilidade pode ser da natureza do objeto ( quadro artístico ) ou advinda do contrato em que o credor não admite outra pessoa para cumprimento da obrigação ( defesa em Tribunal de Júri. )
Conclui-se que, deve ser verificada, em cada caso concreto, a figura do devedor e sua possível substituição.
Existe uma relação interna nas obrigação de dar e de fazer pois numa poderá também estar a outra. Ex. Compra e Venda ( entregar a coisa e responder pela evicção; obra por empreitada ).
A Tradição é imprescindível na obrigação de Dar, o que não ocorre com a de Fazer. Já na primeira, preponderante será a pessoa do devedor. Por último, a obrigação de Dar autoriza a utilização direta da força coativa, o que não ocorre com a obrigação de fazer.
Obrigações de fazer (Fungíveis e Infungíveis)
Será fungível quando a pessoa do devedor é facilmente substituída; 
Será infungível quando a importância da obrigação está em seu cumprimento por aquele determinado devedor, ou seja intuitu personae; qualidades pessoais do devedor. Art. 249 do CC.
No caso do Parágrafo Único, há um procedimento de “justiça de mão própria”; pode o credor contratar terceiro para o cumprimento da obrigação, buscando após a devida indenização, devendo guardar a documentação comprobatória (notificação, testemunhas, fotografias, etc ).
Fundada no pacta sunt servanda, as obrigações de fazer nascem para serem cumpridas. 
Podem ser descumpridas: prestação impossível por culpa do devedor ou sem culpa do devedor, ou porque o devedor se recusa a cumprí-la.
Diferentemente da obrigação de dar, a de fazer possui um impeditivo no exercício da força coativa para obrigar o devedor, ou seja, não é possível obrigar a alguém que faça algo pelo enfrentamento de sua liberdade individual.
A questão é de tamanha importância que o CPC a trata no seu artigo 461, reproduzindo a idéia do art. 84 do CDC.
Nas Obrigações de Fazer estão inseridas as chamadas astreintes, multa cominatória diária. Deve ser suficiente para constranger o devedor para que faça. Pode ser contratual ou judicial, mas sempre caberá ao juiz torna-la razoável. Deverá haver um limite temporal, pois não pode tornar-se uma obrigação perpétua. Decorrido o prazo, resolve-se em perdas e danos. Esta situação de multa cominatória só se justifica pela infungibilidade da obrigação. (art. 287 e 644, § único do CPC , 632 e 634 do CPC)
Se não houver culpa do devedor, resolve-se; se houver culpa do devedor responde com perdas e danos, utilizando-se sempre o artigo 461 do CPC para a execução.
Poderá o credor requere ao Juízo que a obrigação seja devidamente cumprida, no caso de descumprimento parcial, na forma do art. 636 do CPC.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
São Obrigações negativas; uma abstenção que se obriga o devedor; que poderia realiza-la se não estivesse obrigado. Atenção com as obrigações ilícitas (resistência à liberdade do indivíduo ).
Ex: Locador e Locatário; alienante de estabelecimento comercial; 
Na forma do artigo 250 do CC, a obrigação se extingue, quando impossível, sem culpa do devedor. Porém se houver culpa do devedor, deverá ser o credor indenizado.
E ainda, poderá o devedor assumir o desfazimento do ato em que se abstiver, acrescido das perdas e danos. (art. 251 do CC). Poderá o descumprimento resolver-se em perdas e danos ( Ex. Construção de um prédio – indenização). 
É possível a tutela específica do 461 do CPC , bem como a multa cominatória.
Caso Concreto 1
(CESPE – ABIN Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – adaptada) A obrigação de dar coisa incerta apresenta um estado de indeterminação transitório. Certo ou errado? Justifique sua resposta. 
Gabarito: Certo.  As obrigações de dar coisa incerta têm objeto inicialmente determinável (indicado por gênero e quantidade), devendo ser este determinado até o momento de seu cumprimento – art. 244, CC.
Caso Concreto 2
Pedro compromete-se com a confecção Radial, em razão de um contrato de publicidade, a só aparecer em público utilizando as roupas pela empresa fornecidas. O contrato foi firmado pelo período de um ano e com remuneração mensal fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Com relação à cláusula proibitiva contida no contrato, identifique:
a. Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato.
b. Imagine que no primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não encaminhou as roupas a Pedro que, necessitando ir à farmácia, aparece em público com roupa não pertencente à empresa contratante. Pedro foi fotografado por importante revista de moda. Pode, nesse caso, a empresa contratante resolver o contrato alegando inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? Justifique sua resposta.
Gabarito: ‘accipiens’  é a Confecção Radial e ‘solvens’ Pedro; Objeto Imediato é a obrigação de não fazer e Objeto Mediato: não aparecer em público utilizando roupas de outras marcas. Imagine que no primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não encaminhou as roupas a Pedro que, necessitando ir à farmácia, aparece em público com roupa não pertencente à empresa contratante. Pedro foi fotografado por importante revista de moda. Pode, nesse caso, a empresa contratante resolver o contrato alegando inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? Justifique sua resposta. A Empresa não pode resolver o contrato alegando inadimplemento pois foi quem lhe deu causa (art. 248, CC). Pedro poderá resolver a obrigação sem o dever de indenizar. 
Questão Objetiva
(OAB/PR - 2003) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Obrigação é a relação jurídica na qual um determinado sujeito se obrigaa realizar uma prestação em favor de outro, e o conteúdo desta prestação não é necessariamente patrimonial, pois existem obrigações cuja prestação não é de caráter patrimonial. 
b) Nas obrigações de dar a coisa certa, se esta se perder por culpa do devedor, este responderá pelo equivalente, mais perdas e danos. 
c) A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
d) A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor à prestação de um serviço ou à realização de um ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em beneficio do credor ou de terceira pessoa. Trata-se de uma obrigação positiva.
Gabarito: A – o conteúdo da relação obrigacional é necessariamente patrimonial.
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