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Aula 08 SIA - Civil II - 2013

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Curso de Direito Civil II 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos
Aula 08 – Transmissão das Obrigações    
1. Cessão de Crédito. Conceito. Reflexos jurídicos
2. Cessão de Débito (Assunção de Dívida). Conceito. Reflexos jurídicos
3. Cessão de Contrato. Conceito. Reflexos Jurídicos
Transmissão das Obrigações
À época do Direito Romano a relação obrigacional era em regra um vínculo pessoal e imobilizado e, portanto, intransmissível. No entanto, o desenvolvimento social e, em especial, comercial impôs a compreensão de que a natureza patrimonial das obrigações induz à transmissibilidade (necessidade de mobilidade dos vínculos obrigacionais), admitindo-se, então, alteração na composição dos elementos essenciais da obrigação sem que isso afete a sua individualidade ou existência.
Afirma Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 199) que “o ato determinante dessa transmissibilidade das obrigações denomina-se cessão, que vem a ser a transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, de modo que o adquirente, denominado cessionário, exerça posição jurídica idêntica à do antecessor, que figura como cedente”.
Então, a transmissão das obrigações é negócio jurídico abstrato pelo qual um crédito ou débito é transferido (modificação subjetiva) a um novo titular, sem, todavia, causar a extinção da relação obrigacional.
Cessão de Crédito
Conceito
É negócio jurídico “inter vivos” pelo qual o “creditor” transfere os seus direitos de crédito para terceira pessoa, que o substitui na relação jurídico-obrigacional. Esta, portanto, não se extingue, dando lugar a uma outra, como ocorre na novação. 
A cessão de crédito é um importante instrumento econômico que evita circulação desnecessária de moeda uma vez que créditos, evidentemente, possuem significativo valor de mercado. 
É forma de transmissão (gratuita ou onerosa) do polo ativo da relação obrigacional que não exige o consentimento do devedor embora exija a sua notificação para que gere os efeitos pretendidos.
A cessão de crédito não se confunde com:
I.               Compra e venda - a cessão tem por objeto apenas bem incorpóreo (crédito) e possui três personagens: cedente, cessionário e cedido. A compra e venda pode ter de bem corpóreo ou incorpóreo e possui apenas comprador e vendedor.
II.              Novação subjetiva - na novação subjetiva, além da substituição do credor, ocorre a extinção da obrigação anterior que é substituída por um novo crédito. A cessão não extingue a obrigação.
III.            Sub-rogação - o sub-rogado não pode exercer direitos e ações do credor além dos limites do seu desembolso, não tendo caráter especulativo (art. 350, CC). A cessão é sempre voluntária, enquanto a sub-rogação pode decorrer da lei. A cessão pode ser gratuita ou onerosa; a sub-rogação é sempre onerosa. Na cessão de conserva o vínculo obrigacional; na sub-rogação pressupõe-se o seu cumprimento por um terceiro (a sub-rogação é consequência do pagamento).
Espécies de cessão de crédito:
a) Voluntária ou convencional. É a forma mais comum de cessão e exige escritura pública apenas para ter validade contra terceiros (art. 288, CC).
b) Necessária ou legal. Decorre da lei e produz efeitos semelhantes ao da sub-rogação, como a cessão de acessórios (art. 287, CC); cessão ao depositante das ações que o depositário tiver contra terceiros (art. 636, CC), etc.
c) Judicial. Determinada pelo juiz, como adjudicação de acervo; supressão de declaração de cessão por parte de quem era obrigado a fazê-lo, etc.
d) Gratuita. Quando não há contraprestação por parte do cessionário.
e) Onerosa. Quando há contraprestação por parte do cessionário (quando há ?venda? do crédito).
f) Total. Transfere todo o crédito e seus acessórios.
g) Parcial. Transfere apenas parte do crédito. Não é disciplinada especificamente pela lei e, por isso, não se pode falar em preferência em favor do credor primitivo ou de alguns cessionários no caso de cessões parciais sucessivas (art. 291, CC).
Afirma-se que a fórmula adotada pelo art. 291, CC, pode conduzir a soluções absurdas que exigirão atuação “contra legem” em caso de cessões sucessivas. Ex.: imagine-se um credor da importância de R$ 20.000,00 que tenha feito várias cessões: ao cessionário A transferiu o crédito de R$ 9.000,00; para B cedeu R$ 10.000,00; e para C R$ 1.000,00 e para quem entregou o título comprovador do crédito. Pela regra do artigo, C teria preferência. No caso real, deveria o juiz partilhar o crédito na proporção de cada cessão.
Requisitos da cessão de crédito:
Por se tratar de negócio jurídico exige os elementos de validade do art. 104, CC.
·       Limitações à capacidade para ser cessionário: arts. 497 e 498, CC.
·       Para que a cessão seja realizada por mandatário, é preciso que tenha poderes específicos e expressos (art. 661, §1º., CC).
·       Os pais no exercício da administração dos bens dos filhos menores não podem efetuar cessão sem prévia autorização do juiz (art. 1.691, CC).
·       Se o crédito envolver direito real de garantia, sendo o cedente casado (exceto no regime de separação absoluta de bens), será necessária a outorga marital (art. 1.647, CC).
·       O falido e o inventariante só podem realizar a cessão após prévia autorização judicial.
Em regra todos os créditos podem ser cedidos. Por isso, o objeto da cessão é o objeto da prestação obrigacional.
·       A lei impõe algumas limitações, como por exemplo, os arts. 520 e 1.749, III, CC; art. 10, Lei n. 1.060/50; art. 114, Lei n. 8.213/91, etc.
·       Também não podem ser objeto de cessão as obrigações personalíssimas e das decorrentes de Direito de Família (como o direito a alimentos).
·       O crédito penhorado não pode ser objeto de cessão (art. 298, CC) porque indisponível. No entanto, nestes casos, se o devedor não tiver conhecimento de penhora e pagar ao cessionário, ficará desobrigado.
Características da cessão de crédito:
Trata-se de negócio jurídico que não exige forma especial, salvo se a natureza do título assim o exigir (como os títulos de crédito). Por isso, Pontes de Miranda admite a cessão de crédito feita em favor de terceiro, sem que se lance no instrumento de cessão, o nome do cessionário.
A cessão de crédito pode ser feita com reserva de pretensão ou ação. Nestes casos, é denominada cessão qualitativa ou restritiva.
A cessão pode ser total ou parcial e abrange todos os acessórios do crédito (art. 287, CC), salvo estipulação em contrário.
Podem ser cedidos créditos litigiosos, mas é proibida a cessão de crédito já penhorado.
Quando a cessão tem por objeto crédito hipotecário, o cessionário terá direito de averbá-la no registro do imóvel (art. 289, CC), embora a averbação não seja obrigatória.
A cessão não exige que o instrumento de formalização do crédito seja entregue ao cessionário, salvo nas hipóteses em que a própria obrigação é representada por título negociável ou transmissível (nestes casos o documento é constitutivo da obrigação).
A cessão pode ser vedada por cláusula expressa em contrato (“pacto de non cedendo”) (art. 286, CC), mas a vedação não pode ser oposta a cessionário de boa-fé se não constar do instrumento da obrigação.
O cedido não participa necessariamente da cessão. Precisa ser notificado para que tenha conhecimento de quem é o novo credor e a quem deve realizar validamente o pagamento (art. 290, CC).
·       Frise-se: a notificação (que pode ser judicial ou extrajudicial) não é elemento de validade, mas sim de eficácia em relação ao devedor.
·       A notificação pode ser expressa ou tácita.
o   A citação para ação de cobrança equivale à notificação.
·       Em regra, a notificação é encargo do cessionário, mas nada impede que seja feita pelo próprio cedente.
o   O fiador não precisa ser notificado porque para ele a relação obrigacional continua inalterada.
·       Dispensa-se a notificação quando o cedido se declarar ciente em instrumento público ou particularde cessão (notificação tácita) ou ainda quando sua transmissão obedecer à forma especial como é o caso dos títulos ao portador e das ações nominativas de Sociedades Anônimas.
·       A notificação também fixa o momento em que o devedor haverá de opor ao cessionário as exceções ou defesas que possuir em face do cedente (art. 294, CC).
·       Antes de receber a notificação se o devedor fizer o pagamento ao credor originário, estará desobrigado.
·       Havendo devedores solidários, bastará a notificação de apenas um deles.
A cessão admite termo e condição.
O cessionário pode exercer atos conservatórios do direito cedido, independente da notificação do cedido (art. 293, CC).
Nas cessões decorrentes da lei o credor originário não responde pela realidade da dívida, nem pela solvência do devedor.
Nas cessões gratuitas o cedente não se responsabiliza pela existência do crédito, exceto se houver agido de má-fé (art. 295, CC).
Nas cessões onerosas:
·       Em regra serão pro soluto, ou seja, em regra o cedente se responsabiliza pela existência do crédito (garantia de direito) no momento da cessão (arts. 295 e 296, CC). Nesta hipótese, o cedente não responde pela insolvência do devedor.
·       Nas cessões pro solvendo o cedente garante a existência do crédito no momento da cessão e a solvência do devedor (garantia de fato), limitada a sua responsabilidade àquilo que recebeu, com os respectivos juros (art. 297, CC).
o   Afirma-se que a responsabilidade pela solvência do devedor tem mais natureza indenizatória do que propriamente satisfativa.
Cessão de Débito ou Assunção de Dívida
É novidade trazida pelo Código Civil de 2002, embora na prática econômica há muito tempo seja utilizada e cuja existência era reconhecida pela doutrina e jurisprudência. Afirmam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 237-238) que ?o passivo de um devedor integra o seu patrimônio, como valor patrimonial disponível. Daí, em hipóteses extremas, de iminente situação de insolvência, pode o débito ser assumido por um novo devedor, evitando-se a declaração de quebra de pessoas jurídicas ou da insolvência de pessoas naturais, pois o reforço no crédito do devedor propicia uma situação de estabilidade das relações jurídicas e depósito de confiança no tráfico jurídico. Aliás, mesmo que a situação financeira do devedor seja estável, a transmissão singular de débitos é oportuna, pois ?facilita o acerto de contas sem deslocamento de numerário, dinamizando a circulação de bens e permitindo a continuidade das relações econômicas??.
Cessão de débito, define Silvio Rodrigues (2008, p. 104), é ?negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a outrem sua posição na relação jurídica. É um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais, de modo que este assuma sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com os seus acessórios?.
É negócio jurídico abstrato pelo qual um terceiro denominado assuntor (ou assumente) se obriga em face do credor a efetuar a prestação devida por outrem sem que isso produza alteração na relação obrigacional. São exemplos de cessão de débito: venda de estabelecimento comercial ou fusão de pessoas jurídicas; dissolução de sociedade quando um ou mais sócios assumem as dívidas da pessoa jurídica em seu próprio nome.
A cessão de débito não se confunde com:
I.               Assunção de cumprimento (promessa de liberação do devedor): esta ocorre quando o promitente se obriga perante o devedor a desonerá-lo de uma obrigação, efetuando a prestação em seu lugar, mas não o substituindo.
II.              Fiança: a fiança é obrigação subsidiária em que o fiador responde por dívida alheia. O assuntor responde por dívida própria.
III.            Estipulação em favor de terceiro: nestas o estipulante cria a favor de um terceiro beneficiário o direito a uma nova prestação, mediante a obrigação contraída pelo promitente. Trata-se de nova atribuição patrimonial. Na cessão, o benefício do cedente resulta diretamente da sua liberação ou exoneração. 
Espécies de cessão de débito:
Privativa ou liberatória: o cedente é completamente substituído. Apenas esta é prevista no Código Civil (arts. 299 a 303, CC).
Cumulativa: insere mais um devedor no polo passivo (ampliação do polo passivo da obrigação, reforçando o débito). Não é prevista pelo Código Civil, mas admitida em virtude do exercício da autonomia da vontade.
Por expromissão (assunção externa): ocorre quando a cessão decorre de negócio realizado entre o terceiro e o credor sem a participação ou anuência do devedor. É a forma mais comum, embora não tenha sido prevista pelo legislador do Código de 2002.
Por delegação (assunção interna): ocorre quando a cessão decorre de negócio realizado entre o terceiro (delegado) e o devedor (delegante) com a concordância do credor (delegatário). Afirma-se que apenas esta foi prevista pelo Código Civil brasileiro pela redação dada ao art. 299, CC.
Requisitos da cessão de débito:
a.                       Por se tratar de negócio jurídico exige os elementos de validade do art. 104, CC.
·       Podem ser objeto de cessão dívidas presentes e futuras.
·       Não podem ser objeto de cessão as obrigações personalíssimas.
b.     Anuência expressa do credor, uma vez que a transmissão ao novo devedor dependente da idoneidade patrimonial deste (art. 299, CC).
·       Não se admite (em regra) anuência tácita, mas o art. 303, CC, admite-a no caso de adquirente de imóvel hipotecado.
·       O silêncio do credor deve ser considerado como recusa.
·       O consentimento pode ser prévio, simultâneo ou posterior, mas é elemento de validade e deve ser expresso.
o   Não há forma específica para o consentimento que, inclusive, pode ser verbal (lembrar a limitação do art. 229, CC).
o   Há decisões que reconhecem a validade do consentimento tácito como o caso do credor que recebe o pagamento de quem assumiu a dívida.
c.     Solvência do novo devedor ao tempo da assunção da dívida.
·       Pergunta-se: seria lícita a cláusula contratual exoneratória da responsabilidade do devedor primitivo quando o novo devedor for insolvente ao tempo da assunção? Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias entendem que sim (2008, p. 243), em virtude do risco assumido pelo credor.
Características da cessão de débito:
O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo (art. 302, CC). Pode apenas opor as exceções pessoais que lhe dizem respeito diretamente.
A cessão extingue as garantias especiais (cauções reais e fidejussórias) originariamente dadas pelo devedor primitivo, salvo consentimento expresso do cedente ou dos garantidores (art. 300, CC).
Sendo a cessão anulada, restaura-se o débito com todas as suas garantias (art. 301, CC), salvo as prestadas por terceiros (exceto se tinham conhecimento do vício).
A lei não admite a exoneração do devedor se o terceiro (assuntor) era insolvente e o credor ignorava esta condição.
O adquirente de imóvel hipotecado pode assumir o débito garantido pelo imóvel. Admite-se, neste caso, o silêncio do credor como aceitação se, notificado, não impugnar em trinta dias (art. 303, CC).
Cessão de Contrato ou Posição Contratual
O contrato é considerado bem jurídico e, como tal, integra o patrimônio de uma pessoa. Portanto, possui valor jurídico material e autônomo e, por isso, a posição de parte em um contrato tem valor de mercado.
Cessão de contrato é a transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que uma pessoa é titular. Contratos bilaterais têm relações de crédito e débito para ambas as partes, podendo qualquer delas ceder não apenas seu crédito ou seu débito separadamente, mas toda a sua posição na relação jurídica. Como exemplo de cessão de contrato, temos o substabelecimento no contrato de mandato? (Inácio de Carvalho Neto, 2009, p. 145), além de ter grandeaplicabilidade em contratos de locação de imóvel, de fornecimento, de empreitada e de financiamento.
Embora seja evidente sua importância para as relações obrigacionais contemporâneas, o legislador do Código Civil de 2002 não a previu, tratando-se, desta forma, de negócio jurídico atípico que decorre da autonomia privada[8].
Características e efeitos da cessão de posição contratual:
Pode decorrer da vontade das partes ou de determinação legal.
·       Sendo voluntária exigirá o consentimento do cedido que pode ser prévio, concomitante ou posterior.
·       Afirmam Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias (2008, p. 249) que “daí decorre que dois são os contratos aqui realizados: o primeiro, envolvendo o cedente e o cedido, cujo objeto é o complexo de direitos e obrigações; o segundo é o contrato entre cedente e cessionário mediante o qual se opera a cessão, que consistir, v.g., em uma compara e venda ou doação”.
Como negócio jurídico bilateral deve preencher os requisitos de validade do art. 104, CC, restringindo-se, no entanto, a contratos bilaterais.
·       Contratos unilaterais; contratos que já foram cumpridos; contratos em que há expressa vedação à cessão e contratos com obrigações personalíssimas não podem ser cedidos.
A cessão pode ocorrer com ou sem a liberação do cedente.
A transferência da posição contratual acarreta para o cedente a perda dos créditos, direitos potestativos e das expectativas integrados na posição contratual cedida.
A transferência acarreta a exoneração de deveres e obrigações contidos na posição cedida.
O cedente no caso de cessão onerosa responde pela existência do contrato no momento da transmissão.
No caso de cessão gratuita o cedente só responde se tiver procedido de má-fé.
Não pode o contratante cedido invocar contra o cessionário meios de defesa que não se fundem na relação contratual cedida.
O cessionário não pode opor ao cedido exceções pessoais.
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta semana dando ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: adimplemento das obrigações.
Caso Concreto 
Na leitura da escritura pública de cessão de créditos anexa observe os dados abaixo:
Na primeira folha, substituir as partes ocultadas (no corpo da escritura) com a seguinte redação: 
[...] SAIBAM, quantos a presente virem que aos vinte e dois dias do mês de junho de dois mil e nove (22/06/2009) em Cartório, neste Distrito de Uberaba, Comarca de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, perante mim, compareceram com outorgante(s): Princesa Fiona, brasileira, solteira, maior e capaz, princesa, portadora do RG nº 0.002-01 e inscrita no CPF/MF nº 000.000.001-01) residente e domiciliada na Rua do Castelo,  nº 01, Far Far Way; neste ato representada por sua bastante procuradora Fada Madrinha, portadora do RG nº 0.003-02 e inscrita no CPF/MF nº 000.000.002-02, advogada (OAB-FFW 010), residente e domiciliada com endereço profissional à Rua Encantamento, nº 01, Floresta Encantada; conforme poderes que lhe foram conferidos através do Instrumento Público de Procuração lavrado neste Cartório, no livro 265P, às folhas 01 do livro nº 01, em data de 1º./01/2007. E, de outro lado como Outorgado Shrek do Pântano, brasileiro, solteiro, maior e capaz, ogro, portador do RG nº 0.003-01 e inscrito no CPF/MF nº 000.000.003-03 residente e domiciliado na Rua do Pântano, n. 01, Pântano Encantado. Os presentes reconhecidos como os próprios [...] *voltar a ler o documento original considerando os dados aqui constantes.
Analise a escritura pública de cessão de direitos e assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) – ao final corrija as frases assinaladas como falsas:
(    ) É cessão de crédito que tem: Princesa Fiona como outorgante cedente (devidamente representada); Shrek como outorgado cessionário e o Estado do Paraná como cedido.
(    ) Trata-se de negócio jurídico unilateral e oneroso pelo qual Princesa Fiona transferiu à Shrek os direitos sobre R$ 10.701,60 (dez mil, setecentos e um reais e sessenta centavos) do qual aquela era credora em decorrência da condenação do Estado do Paraná em ação declaratória que tramitou junto à 3ª Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas de Curitiba-PR.
(     ) Trata-se de forma de transmissão das obrigações que exige o consentimento expresso do Estado do Paraná.
(    ) Trata-se de cessão de débito nos termos do art. 299, CC, que obedeceu à forma prevista em lei para a sua validade.
(    ) Trata-se de cessão de crédito consensual e pro solvendo.
(    ) Pela cessão analisada o cessionário Shrek se sub-rogou integralmente nos direitos do credor primitivo.
(    ) Princesa Fiona, no caso de insolvência do Estado do Paraná, responderá ao cessionário pela quantia de R$ 66.370,09 (sessenta e seis mil, trezentos e setenta reais e nove centavos).
(    ) A transmissão da obrigação em análise não abrangeu os acessórios do crédito.
(  ) A escritura de cessão de créditos em análise é irrevogável e irretratável pela qual o cessionário pagou o valor de R$ 10.701,60 (dez mil, setecentos e um reais e sessenta centavos).
(    ) A cessão de direitos em análise só terá eficácia com relação ao Estado do Paraná após a sua notificação que poderá ser judicial ou extrajudicial.
Gabarito: 
(V) É cessão de crédito que tem: Princesa Fiona como outorgante cedente (devidamente representada); Shrek como outorgado cessionário e o Estado do Paraná como cedido.
(F) Trata-se de negócio jurídico unilateral e oneroso pelo qual Princesa Fiona transferiu à Shrek os direitos sobre R$ 10.701,60 (dez mil, setecentos e um reais e sessenta centavos) do qual aquela era credora em decorrência da condenação do Estado do Paraná em ação declaratória que tramitou junto à 3ª Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas de Curitiba-PR.
(F) Trata-se de forma de transmissão das obrigações que exige o consentimento expresso do Estado do Paraná.
(F) Trata-se de cessão de débito nos termos do art. 299, CC, que obedeceu à forma prevista em lei para a sua validade.
(F) Trata-se de cessão de crédito consensual e pro solvendo.
(F) Pela cessão analisada o cessionário Shrek se sub-rogou integralmente nos direitos do credor primitivo.
(F) Princesa Fiona, no caso de insolvência do Estado do Paraná, responderá ao cessionário pela quantia de R$ 66.370,09 (sessenta e seis mil, trezentos e setenta reais e nove centavos).
(F) A transmissão da obrigação em análise não abrangeu os acessórios do crédito.
(F) A escritura de cessão de créditos em análise é irrevogável e irretratável pela qual o cessionário pagou o valor de R$ 10.701,60 (dez mil, setecentos e um reais e sessenta centavos).
(V) A cessão de direitos em análise só terá eficácia com relação ao Estado do Paraná após a sua notificação que poderá ser judicial ou extrajudicial.
Questão Objetiva 1
(TJ/SC - 2003) Assinale, entre as afirmações a seguir, qual a correta, considerando-se as disposições do Código Civil/2002: 
a) A validade da assunção de uma dívida, por terceiro, independe da anuência expressa do credor. 
b) A assunção da dívida não exonera o devedor primitivo, ficando a sua obrigação intacta até que o assuntor cumpra a obrigação. 
c) As garantias especiais, originariamente dadas pelo devedor primitivo ao credor extinguem-se a partir da assunção por terceiro da dívida garantida, não subsistindo mesmo que o devedor primitivo concorde expressamente com ela. 
d) O novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que cabiam ao devedor primitivo, exceções essas que se transferem ao assuntor como efeito da própria assunção da dívida. 
e) Em se tratando de imóvel hipotecado aquele que o adquirir pode tomar a seu cargo o pagamento do débito garantido, validando-se a transferência do débito se o credor, notificado, não impugnar essa transferência no prazo de 30 (trinta) dias.
Gabarito: Letra “E” conforme art. 303, CC. A letraA está errada conforme art. 299, CC. A letra B está errada conforme art. 299, CC. A letra C está errada conforme art. 300, CC. A letra D está errada conforme art. 302, CC.
Questão Objetiva 2
(FCC – PGE-RR – 2006) Na transmissão das obrigações vigora a seguinte regra:
a) o cedente sempre responderá pela existência do crédito e pela solvência do devedor, nas cessões a título oneroso.
b) qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando- se o seu silêncio como aceitação.
c) a cessão de crédito, salvo disposição em contrário, não abrange os seus acessórios, porque deve ser interpretada restritivamente.
d) o devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como aquelas que vier a ter contra o cedente, mesmo depois de ter conhecimento da cessão.
e) é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava
Gabarito: Letra “E” conforme art. 299, CC. A letra A está errada conforme arts. 295 e 296, CC. A letra B está errada conforme art. 299, parágrafo único, CC. A letra C está errada conforme art. 287, CC. A letra D está errada conforme art. 294, CC. 
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