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CURSO LIVRE
AUDIOVISUAL
Fotografia
MATERIAL DE ESTUDO
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Fotografia
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Fotografia
MATERIAL DE ESTUDO
CURSO LIVRE
AUDIOVISUAL
© 2024 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
Este material, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não 
reflete necessariamente a opinião do Instituto Federal de Goiás. As opiniões 
são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores. 
É permitida a reprodução total ou parcial desde que citada a fonte.
ESCULT 
ESCOLA SOLANO TRINDADE DE FORMAÇÃO E 
QUALIFICAÇÃO ARTÍSTICA TÉCNICA E CULTURAL
Programa Nacional de Formação e Qualificação 
para o Mundo do Trabalho em Cultura
Coordenação geral do projeto
Mônica Mitchell Morais Braga
Coordenação de EaD
Helen Betane Ferreira Pereira
Coordenação pedagógica
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Coordenação de Inclusão e Acessibilidade
Gláucia Mendes da Silva
Coordenação de Cursos
Murilo Gabriel Berardo Bueno
Editoria
Helen Betane Ferreira Pereira
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Revisão
Lorena Bernardes Barcelos
Projeto gráfico
Pedro Henrique Pereira de Carvalho
Diagramação e Capa
Isabela Maia Marinho
Lía Vallejo Torres
Rafael Oliveira de Souza
Equipe elaboradora
Renato Alves Brito
Fotógrafo, editor e colorizador de vídeo e 
docente efetivo nos cursos de Cinema e 
Audiovisual do Instituto Federal de Goiás. 
Doutorando em Arte e Cultura Visual pela 
Universidade Federal de Goiás, Mestre 
em Comunicação, Arte e Cultura pela 
Universidade do Minho, Especialista em 
Educação a Distância pelo SENAC-GO e 
Graduado em Fotografia e Imagem pelo 
Centro Universitário UniCambury.
Luzo Vinicius Pedroso
Fotógrafo, documentarista e doutor em 
Comunicação Social pela Universidade 
de Brasília (UnB). Mais de 10 anos 
de experiência em realização de 
fotorreportagens e projetos documentais em 
fotografia e vídeo. Atuação em coberturas 
fotográficas de eventos culturais e sociais e 
produção de ensaios fotográficos diversos, 
edição e tratamento de imagens. 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS 
Diretoria de Educação a Distância - Reitoria
Avenida C-198, Qd. 500, Jardim América 
Goiânia/GO | CEP 74270–040
(62) 3612-2278 
coordenacao.minc@ifg.edu.br
contato@escult.cultura.gov.br 
escult.cultura.gov.br
mailto:coordenacao.minc%40ifg.edu.br?subject=
mailto:contato%40escult.cultura.gov.br?subject=
http://www.escult.cultura.gov.br
Apresentação
Saudações, estudante! 
O curso livre de Fotografia tem o objetivo de promover o desenvolvi-
mento de uma sólida formação básica profissional para quem quer iniciar a 
prática fotográfica ou para quem já atua no mundo do trabalho em Cultura.
A fotografia desempenha um papel importante na cultura visual mun-
dial desde sua invenção no século XIX, com sua maneira peculiar de repre-
sentação imagética da realidade. Sua invenção possibilitou, dentre outros 
avanços, o surgimento do cinema e sua popularização nos meios de comu-
nicação e nas lembranças familiares, fazendo com que sua prática apenas 
ganhasse relevância com o passar do tempo.
O conteúdo programático do curso abarca um breve histórico dos pro-
cessos fotográficos e do impacto da fotografia na sociedade, as técnicas 
fundamentais para o controle de câmeras fotográficas, de composição, de 
iluminação e de desenvolvimento da linguagem fotográfica, bem como con-
ceitos fundamentais à compreensão da pós-produção (edição) de imagens 
e de aspectos da atuação profissional.
A compreensão dos diferentes processos da história da fotografia é im-
portante para a profissão porque cada passo permitiu novas possibilidades 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
 
APRESENTAÇÃO
5
criativas ao ofício fotográfico e ainda é necessário acompanhar os desenvolvimentos 
tecnológicos contemporâneos, que nunca cessam. 
As técnicas de controle de câmeras fotográficas possibilitarão que a sua prática 
da fotografia evolua constantemente. Abordaremos os elementos básicos para que 
você possa aprender a expressar sua imaginação fotográfica em pouco tempo atra-
vés de técnicas de composição, de interpretação da iluminação e de pós-produção 
(edição), independentemente das ferramentas e aplicações (softwares) à sua disposição.
Por fim, você terá a oportunidade de conhecer aspectos profissionais da prática 
fotográfica, como a construção de ensaios e a realização de coberturas fotográficas, 
que são alguns dos serviços essenciais e mais populares no mercado fotográfico.
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
Tópico 1Tópico 1
História da 
fotografia e 
linguagem visual
Tópico 1 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
Unidades Temáticas do Tópico
1.1 História dos processos fotográficos
1.2 Tipos de câmeras fotográficas
1.3 Sobre processos e 
câmeras fotográficas
objetivos:
AO FINAL DESTE TÓPICO, VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE:
1. Conhecer os principais processos fotográficos 
desde o século XIX até a fotografia digital
2. Conhecer os principais tipos de câmeras e suas 
características em termos de resultado fotográfico
3. Relacionar o tipo de equipamento e tecnologia utilizada 
ao tipo de prática e resultados que se pretende obter
Saudações, estudante! 
Neste tópico, apresentaremos de maneira suscinta a história dos processos 
fotográficos e compreenderemos como a tecnologia e os aparatos disponíveis 
influenciam na prática da fotografia. Você conhecerá os processos fotográficos 
desde o século XIX até a fotografia digital e também aprenderá sobre os tipos de 
câmeras fotográficas, suas principais características e situações de uso. 
Vamos começar?
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
7
1.1 História dos processos 
fotográficos
Para darmos o primeiro passo rumo à história dos processos fotográficos, que se 
inicia no século XIX, vamos primeiro recorrer ao significado da palavra fotografia. Em 
sua etimologia, o termo foto (fós, photon) quer dizer luz, e o termo grafia (grafis) re-
mete a escrever ou marcar. Assim, o termo fotografia poderia ser interpretado como 
escrita com luz (Dicionário Etimológico, 2024). 
A descoberta da fotografia não aconteceu em apenas um momento ou pelo bri-
lhantismo de apenas uma pessoa. O que os livros históricos nos mostram é que 
havia vários esforços em diferentes partes do mundo para desenvolver uma maneira 
de reproduzir mecanicamente as imagens que vemos, ou seja, uma maneira de fazer 
imagens que não dependesse de habilidades manuais específicas. O desafio maior 
para isso era a retenção da imagem. Já existiam instrumentos ópticos com diversos 
usos científicos, mas reter a imagem era ainda algo não atingido (Calaça, 2012).
Heliografia
O primeiro resultado documentado foi conseguido em 1826, por Nicéphore Niép-
ce, sob o nome de Heliografia. Hélio é uma referência ao Sol, então neste caso seria 
a escrita solar. 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
8
Figura 1 - Primeira fotografia fixada quimicamente. Fonte: Wikipedia. Acesso em: 30 jul. 2024.
Niépce trabalhou alguns anos, (até sua morte, em 1833) com Louis Daguerre, 
que, segundo algumas referências, é tido como o inventor da fotografia. Daguerre 
teve imenso sucesso no desenvolvimento do processo que chamou de Daguerreó-
tipo, apresentado oficialmente em 1839 e que logo teve sua patente comprada pelo 
governo da França.
Daguerreótipo
O daguerreótipo foi o primeiro processo fotográfico com estabilidade e logística 
suficiente para se espalhar de maneira comercial, como algo factível, e foi precisa-
mente isso que aconteceu nas duas décadas seguintes. Do ponto de vista químico:
O daguerreótipo era uma placa de cobre sensibilizada com iodeto de prata e exposta à 
luz na câmera escura. Posteriormente as imagens eram reveladas em vapor de mercúrio e 
inicialmente fixadas com uma solução de água salgada e depois com tiossulfato de sódio 
(conhecido como hipossulfito de sódio). Por ser uma placa de cobre, polida e banhada em 
prata, o daguerreótipo tinha como característica o reflexo, a imagemforma que provoque 
um efeito específico. Composição fotográfica, portanto, é o processo consciente de 
criação de uma imagem fotográfica.
Assim, compor uma imagem fotográfica implica em uma mudança de atitude: 
a saída da posição passiva do fotógrafo amador, ou sem muita prática que registra 
algo sem maiores reflexões, para a atitude ativa de um olhar que escolhe não apenas 
o que, mas como os elementos fotografados entrarão no quadro. Sobre a importância 
de uma boa composição, o fotógrafo francês Georges Brassaï (1899-1984) comentou:
Sempre achei que a estrutura formal de uma fotografia, a sua composição, eram tão im-
portantes como o próprio tema... É preciso eliminar tudo o que é supérfluo, é preciso diri-
gir o olho com uma vontade de ferro (Brassaï apud Gautrand, 2008, p. 75).
Aqui, dois pontos chamam a atenção. Em primeiro lugar, vemos que Brassaï 
considera a composição, que ele também chama de estrutura formal, tão importante 
quanto o próprio tema fotografado. Vocês já gostaram de uma foto cujo tema não 
tem nada de especial, mas que ainda assim é muito bonita? Uma cadeira posiciona-
da diante de uma parede, uma fachada iluminada com uma bela luz de fim de tarde, 
etc. É muito provável que haja, nessas imagens, um bom trabalho de composição, 
ou uma estrutura formal interessante que torna essas coisas triviais do cotidiano 
bonitas e singulares. Na verdade, esse é um dos grandes baratos da fotografia, não é 
mesmo? Tornar o comum algo bonito, às vezes até mesmo incrível!
Outro ponto importante da fala de Brassaï diz respeito não ao que inserimos 
nas nossas composições, mas ao que tiramos dela. Ele diz que é preciso “eliminar 
tudo o que é supérfluo”. Essa frase pode ser compreendida como um convite à sim-
plicidade. De fato, há uma tendência, em quem começa a fotografar, de criar com-
posições com muitos elementos que acabam tornando as imagens excessivas e até 
mesmo confusas. Veremos adiante algumas técnicas para ajudar nessa simplificação 
e tornar as composições mais atraentes. Vamos lá!?
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
52
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.2 Linhas e formas guia
Uma boa estratégia de composição é procurar preencher o retângulo fotográfi-
co a partir de linhas e formas geométricas básicas. Linhas na vertical, horizontal ou na 
diagonal, linhas curvas ou irregulares, formas como quadrados, círculos, triângulos etc. 
A essa altura você deve estar se perguntando: mas onde estão essas linhas e 
formas? Em tudo! Pode estar na fachada de uma casa, no formato de um prédio, em 
uma rua vista de cima, em um conjunto de pessoas em pé, etc. A ideia aqui é esti-
mular nosso olhar a decompor aquilo que vemos ao nosso redor em linhas e formas 
básicas para as inserir em nossos retângulos fotográficos. Veja esses exemplos:
 
Figura 27 - Edifício alto com janelas e um fundo do céu. Autoria: Tolga Ahmetler. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
Figura 28 - Linhas e formas nos retângulos fotográficos. Autoria: Katerna Ivanova. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
https://unsplash.com/
https://unsplash.com/
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
53
Figura 29 - Exercício de simplificação. Autoria: Joey Chacon. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
Perceberam o exercício de simplificação dos elementos fotografados em li-
nhas e formas básicas? 
A partir de hoje, experimente analisar as fotos que você gosta fazendo esse 
exercício de simplificação. Tente também fazer o contrário. Fotografe tentando en-
contrar as formas básicas dos elementos e ordená-los de diferentes maneiras no 
quadro: centralizados (como na figura 27, acima), deslocados do centro (como na 
figura 28, em que o círculo da roda da bicicleta está enquadrado na parte esquerda 
da foto), etc. Com o tempo, você irá perceber quais tipos de composição mais lhe 
agradam e, assim, poderá desenvolver sua própria linguagem fotográfica.
Outro ponto importante é ter a consciência de que, para ordenar as linhas de 
forma mais interessante, você provavelmente terá que se deslocar em torno do obje-
to, se aproximar ou se afastar, buscar um ângulo diferente, etc. Você já deve ter visto 
algum fotógrafo fazer isso. 
Quando estamos em um ambiente controlado, como em um estúdio, temos mais 
liberdade para dispor a cena e os elementos da forma que mais nos agrada (como é 
o caso da figura 29). Contudo, quando estamos na rua ou fazendo a cobertura de um 
evento, isso se torna mais difícil, mas não impossível. Às vezes basta nos deslocar-
mos alguns passos para ver as linhas de outra forma e encontrar uma composição 
muito mais interessante.
Linhas e formas guia
Segundo o autor e fotógrafo Michael Freeman (2013), as linhas horizontais conferem estabilidade à 
imagem enquanto as linhas verticais e sobretudo as diagonais (como as das figuras 27 e 29) e curvas 
transmitem uma sensação maior de dinamismo e movimento. Por suas características formais, figuras 
como triângulo, quadrados e retângulos tendem a conferir mais estabilidade, enquanto círculos, 
elipses e formas irregulares tendem a comunicar mais energia, estabelecendo um contraste natural 
com o equilíbrio do retângulo fotográfico. De todo modo, é importante manter a simplicidade tentando 
sempre deixar as linhas e formas guia que orientaram sua composição em evidência.
https://unsplash.com/
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
54
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.3 Contrastes de luz e cores
O contraste é um conceito muito importante para a fotografia. Basicamente, con-
traste quer dizer a diferença que existe entre dois aspectos. Na fotografia, normal-
mente usamos a palavra contraste para nos referirmos às diferenças entre as zonas 
claras (altas luzes) e as zonas escuras (baixas luzes) presentes em uma imagem. 
Veremos, agora, com mais detalhes a questão das zonas de luz (altas, baixas e mé-
dias luzes) de uma fotografia quando estudarmos o histograma no tópico 4, dedicado ao 
tratamento de imagem. Contudo, introduziremos aqui também outro tipo de contraste 
muito importante na composição fotográfica: o contraste de cores. Vamos lá!?
contraste de luz
Refere-se à taxa de diferença existente entre zonas claras e zonas escuras em 
uma imagem fotográfica. Quando dizemos que uma imagem é muito contrastada, 
queremos dizer que suas zonas escuras e claras são muito fortes, possuindo poucos 
elementos nas regiões médias, poucos tons de cinza. Ao contrário, uma imagem com 
pouco contraste é mais equilibrada com pouca diferença entre as zonas escuras e as 
zonas claras. Para ficar mais claro, veja esses dois exemplos práticos:
Figura 30 – Cadeira. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
55
Figura 31 - Fotografia com pouco contraste. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Percebeu a diferença? Enquanto no alto contraste temos brancos e pretos mui-
to intensos, no baixo contraste temos uma gradação muito maior entre esses dois 
polos. É claro que, aqui, trouxemos dois exemplos extremos para uma melhor com-
preensão. Normalmente as taxas de contraste variam na média dessas duas imagens. 
De qualquer forma, o importante é que você perceba como a variação de contraste 
transmite sensações diversas na composição. 
Enquanto o alto contraste tende a criar uma atmosfera mais grave e dramática, 
o baixo contraste gera uma imagem mais leve e suave. Segundo Lira (2008), grandes 
movimentos artísticos na história da arte, como o Barroco na pintura ou o cine-
ma expressionista, se valeram do alto contraste como uma estratégia para conferir 
maior carga dramática às suas composições. Vale a pena conhecer as pinturas de 
Caravaggio (1571-1610), Rembrandt (1606-1669) e Diego Velázquez (1599-1660), dentre 
outros, para inspirarem sua fotografia em alto contraste. 
Por outro lado, as fotografias mais suaves, em baixo contraste atendem a muitos 
propósitos da indústria do entretenimento, da publicidade e mesmo da fotografia 
amadora quetende a preferir esse tipo de estética. 
 
Figura 32 - A vocação de São Mateus. Caravaggio (1599 – 1600). 
Fonte: Wikipedia. Acesso em: 30 jul. 2024.
 
 
Figura 33 - Imagem do filme Nosferatu. F. W. Murnau (1922). 
Fonte: Wikipedia. Acesso em: 30 jul. 2024.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Calling_of_Saint_Matthew_by_Carvaggio.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/Nosferatu
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
56
contraste de cor
Outra excelente estratégia de composição da fotografia é a utilização de cores 
contrastantes. O contraste, aqui, se refere à divisão básica do círculo cromático entre 
cores quentes e frias. Observe:
Figura 34 - Círculo cromático. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
As cores quentes vão do rosa ao amarelo, passando pelo vermelho e laranja. 
As cores frias vão do roxo ao verde, passando pelos tons de azul. As cores quentes 
são associadas ao fogo, ao sol e transmitem mais energia e vibração, enquanto as 
cores frias remetem a elementos como a água, o vento e passam uma ideia de sua-
vidade, calma e leveza. 
O contraste de cores ocorre quando dois elementos de cores opostas no cír-
culo cromático estão presentes na fotografia. A natureza mostra diversos exemplos 
de como esse contraste é interessante. Um dos mais presentes e fotografados acon-
tece na aurora e, outro, no crepúsculo quando o azul e o amarelo ou o laranja se 
encontram. Veja: 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
57
Figura 35 - Torres de Paine, Chile. Autoria: Marek Piwnicki. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
Figura 36 - Sem título. Autoria: Charles Deluvio. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
Entendeu como funciona o contraste de cores e como ele pode ajudar na sua 
composição? Além do contraste entre cores diretamente opostas como o azul e o 
laranja, o vermelho e o verde ou o roxo e o amarelo, qualquer contraste entre uma 
cor quente e uma cor fria tende a funcionar muito bem. Isso acontece porque a dife-
rença, o contraste exerce um fascínio sobre nosso olhar. 
Experimente compor suas imagens com contrastes entre o vermelho e o azul, o 
amarelo e o verde, o vermelho e o roxo, bem como entre outras cores que sua imagi-
nação conseguir observar. Contudo, tenha em mente que o contraste de cores é ape-
nas uma das estratégias de composição existentes. Embora bastante eficiente e, por 
isso mesmo, uma ótima forma de treinar seu olhar, há outras estratégias que podem 
ser aplicadas e que também são agradáveis. Há composições monocromáticas que 
exploram as nuances de apenas uma gama de cor; bem como composições quentes 
ou frias que exploram apenas um dos lados do círculo cromático. 
Por fim, em relação ao contraste, procure se inspirar em fotógrafos que possuem 
trabalhos com cores marcantes em suas trajetórias. Dois ótimos nomes brasileiros 
são o fotógrafo paraense Luiz Braga e o carioca Walter Firmo, reconhecido como o 
“mestre da cor”.
https://unsplash.com/
https://unsplash.com/
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
58
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.4 Regra dos terços
A regra dos terços é uma das primeiras recomendações de composição que 
aprendemos em fotografia (Freeman, 2012; 2013). Para aplicá-la, é preciso dividir o 
retângulo fotográfico em duas linhas verticais e duas horizontais, criando 9 quadra-
dos e 4 pontos de intersecção entre as linhas, os chamados pontos dourados (golden 
points). Da seguinte forma:
Figura 37 - Esquema da regra dos terços. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024). 
Acione as linhas no seu dispositivo
Muitas câmeras e smartphones, hoje em dia, fornecem essas linhas traçadas no visor da câmera 
para auxiliar a composição. Verifique no menu do seu equipamento como acioná-las.
Traçadas essas linhas, a orientação da regra dos terços é posicionar o objeto principal 
da sua imagem em pelo menos um dos 4 pontos dourados. Veja os exemplos a seguir:
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
59
Figura 38 – Torre. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 39 – Corujinha buraqueira. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Embora seu nome seja “regra dos terços”, trata-se de uma orientação, uma dire-
triz que ajuda muito na composição, sobretudo de quem está começando a fotogra-
far e, muitas vezes, tem dificuldade em escapar dos enquadramentos centralizados 
ou em close, muito aproximados. 
Ao deslocar o ponto de interesse da cena para os lados, em algum ponto de ouro, 
sua composição deixa de focar exclusivamente nesse objeto e abre caminho para a cria-
ção de uma relação deste com o ambiente ou o fundo. De fato, criar composições explo-
rando a relação entre figura e fundo é uma das grandes vantagens da regra dos terços.
Por um lado, o maior espaço dedicado ao fundo permite que a imagem transmita 
uma história, uma sensação ou um sentido mais completo, uma vez que as pessoas, 
animais, construções ou objetos principais são inseridos em um contexto ou am-
biente mais amplo (como acontece na figura 38). 
Por outro, mesmo em fundos mais simples, como uma parede, uma fachada ou um 
bonito céu azul torna-se possível brincar, por exemplo, com o contraste de cores entre 
o primeiro e o segundo plano. Foi o que aconteceu na figura 39, em que a cor quente 
dos olhos amarelos da corujinha buraqueira contrastam com a frieza do fundo azul.
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.5 Tipos e fontes de luz
Como matéria-prima da fotografia (fotografia significa a grafia ou a escrita da luz, 
como vimos no tópico 1), a luz é um dos aspectos mais importantes para a composi-
ção. Entender as características das fontes de luz e os efeitos que podem ser obtidos 
a partir da análise de sua qualidade e direção são essenciais para a evolução do 
nosso olhar fotográfico. 
Luz natural e luz artificial
Uma primeira diferenciação que precisa ser feita em relação à luz se refere à 
sua origem: natural ou artificial. A luz natural é a luz do sol, seja ela direta, filtrada 
pelas nuvens em um dia nublado, ou mesmo a luz refletida pela lua que fica mais 
evidente nas noites de lua cheia, por exemplo. A luz artificial, como o nome indica, 
se refere às luzes geradas pelo ser humano, como as oriundas de lâmpadas, equipa-
mentos de flashes, velas, tochas etc. 
Figura 40 - Fontes de luz. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
61
Além das diferenças estéticas entre a luz natural e a luz artificial, um ponto 
importante diz respeito à capacidade de controle que temos quando trabalhamos 
com cada uma delas. Apesar da exuberância e dos efeitos muitas vezes únicos que 
conseguimos trabalhando com a luz natural, ela sempre carrega um nível de incerte-
za e de imponderabilidade, uma vez que não temos total controle sobre ela. 
Já a luz artificial permite muito mais previsibilidade, além de maior capacidade 
de manejo, definição de parâmetros, níveis, direção etc. Ou seja, enquanto a luz na-
tural exige que nos adaptemos a ela, a luz artificial se adequa com muito mais facili-
dade a nosso comando. Apesar de parecer uma informação trivial, não são raros os 
casos de fotógrafos, especialmente os iniciantes, que se frustram ao não se prepara-
rem para as eventualidades que podem ocorrer quando dependem exclusivamente 
da luz natural em seus trabalhos. 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
62
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.6 Qualidade da luz: luz dura e difusa
Outro conhecimento importante sobre o domínio da luz refere-se às diferen-
ças entre a luz dura e a luz difusa, bem como aos efeitos delas decorrentes. A luz 
dura ocorre quando a luz emitida pela fonte, seja natural ou artificial, incide direta-
mente no objeto fotografado (Kubota, 2013), como no esquema abaixo:
 
Figura 41 - Luz dura. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
A luz dura possui como característica estética a produção de sombrasmuito 
pronunciadas, com pouca transição tonal entre as áreas claras e escuras, criando, 
portanto, um alto contraste no objeto fotografado. Veja alguns exemplos:
Figura 42 - Show Ney Matogrosso. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
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Figura 43 - Apresentação da Orquestra Sinfônica da UFMT. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Observaram como a luz dura gera sombras bem fortes e marcadas, produzin-
do um alto contraste na relação luz e sombra? Como vimos anteriormente, o alto 
contraste produz uma carga dramática na imagem, o que torna essa estética ideal 
para usos em diversos espetáculos artísticos (como nos exemplos das fotos acima), 
determinados editoriais ou ensaios de moda etc. É claro que para se conseguir o alto 
contraste é necessário que, além da luz direta, a fotometria da câmera fotográfica 
seja ajustada para essa finalidade. 
A luz dura natural é obtida em dias de céu limpo e claro, em que a luz do sol 
atinge diretamente os objetos ou as pessoas fotografadas. Já a luz dura artificial 
pode ser obtida com o uso de flashes, lâmpadas diversas e outras fontes que pro-
jetam luz diretamente naquilo que iremos fotografar. É interessante perceber como 
o alto contraste da luz direta pode funcionar como uma estratégia de simplificação 
para sua fotografia, uma vez que as sombras duras podem esconder elementos in-
desejados, além de criar linhas e formas guias que podem orientar sua composição.
Já a luz difusa, também conhecida como luz suave, ocorre quando há entre a 
fonte de luz e o objeto fotografado algum elemento que modifique, filtre ou rebata 
essa luz, seja ela natural ou artificial. Veja o esquema abaixo:
 
Figura 44 - Luz Difusa. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
64
Ao contrário da luz dura, a luz suave produz sombras menos pronunciadas, 
com mais tonalidades de cinza entre as áreas claras e escuras. Isso acontece porque 
os difusores conseguem filtrar a luz que recebem e “espalhar” essa luz de forma mui-
to mais homogênea por toda a cena. Isso produz uma imagem mais equilibrada em 
termos de contraste, diluindo as sombras que deixam de ser evidentes e marcadas. 
Por essa característica de menor contraste, é uma luz que transmite uma atmosfera 
muito mais leve e amena, mais agradável à maioria dos usos comerciais, publicitá-
rios e amadores. Veja alguns exemplos:
A luz difusa pode ser conseguida em um dia nublado, quando as nuvens assu-
mem o papel de difusor natural, distribuindo a luz do sol e tornando-a mais amena e 
equilibrada. Pode ser obtida também com o uso de difusores industriais, feitos com 
tecidos especiais, que conseguem desempenhar o mesmo papel e podem ser usados 
tanto com a luz natural (como na foto 45 em que um difusor foi posicionado acima 
do modelo) quanto com luzes artificiais (como na foto 46 em que o um difusor foi 
acoplado na luz de estúdio posicionada na lateral da modelo). 
A influência da área da fonte de luz
Outro fator importante que interfere no nível de difusão é o tamanho da área da fonte de luz. Você já viu 
estúdios fotográficos com enormes modificadores de luz (também chamados de softbox) acoplados 
às lâmpadas e flashes? Eles são grandes justamente porque quanto maior seu tamanho, mais eles 
conseguem distribuir a luz, gerando uma taxa ainda mais baixa de contraste e, consequentemente, 
uma imagem iluminada de modo super suave. Outra estratégia interessante que serve para direcionar 
a luz, ou para suavizá-la, é a luz rebatida que ocorre quando usamos acessórios como o rebatedor de 
mão, a sombrinha rebatedora, ou quando lançamos a luz direta sobre uma parede para que ela volte 
sobre o objeto que estamos fotografando.
Figura 46 - Modelo fotografado com luz artificial e difusor 
Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 45 - Modelo fotografado com luz natural e difusor.
Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.7 Direção da luz e seus efeitos
A direção da luz principal, que incide nos objetos e pessoas fotografadas, é ou-
tro elemento importante para definir a qualidade da luz e seus efeitos estéticos. Vere-
mos agora um pouco sobre as três principais direções de luz utilizadas na fotografia. 
Figura 47 - Luz frontal. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
Na fotografia, diz-se que a luz é frontal quando a luz principal está iluminando 
o objeto ou pessoa em foco. É uma direção de luz pouco utilizada nos segmentos 
mais comerciais, como a publicidade, porque ao atingir os objetos e pessoas de 
frente, gera pouquíssimas sombras, o que tende a retirar a sensação de volume que 
é produzida pela relação claro/escuro. 
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
66
Para conseguir visualizar o efeito desse tipo de direção de luz, observe o rosto 
das pessoas que fazem lives usando anéis de luz (ring light), ou observe fotografias 
tiradas com o flash em cima da câmera, apontado diretamente para o assunto, isto 
é, para o que será fotografado, como acontece com diversos modelos de câmeras 
amadoras ou celulares que possuem flashes embutidos. 
Esse tipo de iluminação tende a deixar o rosto com aspecto ruim, especial-
mente se não houver uma preparação com maquiagem adequada. As fotografias com 
essa característica (luz frontal intensa) são marcadas pelo que é conhecido como 
“estética do flagrante”, consagrada pelo fotógrafo Wegee (1899-1968), no começo do 
século XX, reconhecido pelas suas imagens do crime e do submundo de Nova York. 
A luz frontal na fotografia de rua
Outro fotógrafo que explora muito essa direção de luz em suas imagens de rua é o norte 
americano Bruce Gilden, que há anos coleciona retratos de anônimos fotografados com o flash 
direcionado diretamente para seus rostos.
Luz lateral
Figura 48 - Luz lateral. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
É o tipo de direção de luz mais utilizado em todos os gêneros fotográficos. 
Ao retirar a fonte de luz da posição frontal, mesmo que minimamente, já é possível, 
com a luz lateralizada, estabelecer uma relação claro-escuro entre os dois lados do 
objeto ou modelo. É essa presença de luz e sombra, por menor que seja a taxa de 
contraste, o que restitui aos objetos e pessoas a sensação de volume que lhes carac-
teriza. Veja alguns exemplos:
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
67
 
Figura 49 – Modelos fotografados a partir de luzes laterais. Autoria: Luzo Reis. Acervo pessoal.
Contraluz (backlight)
Figura 50 - Contraluz (backlight). Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
68
A contraluz ocorre quando a luz principal da cena vem de trás do objeto foto-
grafado, fazendo com que ele apareça em silhueta. É muito comum vermos a ação da 
contraluz na aurora e no crepúsculo, quando o sol baixo está por trás da cena e dos 
objetos que estão no horizonte, como nesses exemplos:
 
Figura 51 – Luzes principais em contraluz. Autoria: Luzo Reis. Acervo pessoal.
Também é frequente o uso da contraluz para criar um brilho nas bordas dos ele-
mentos fotografados, como nos cabelos de modelos em ensaios fotográficos (nesse 
caso alguns fotógrafos chamam essa contraluz de “luz de cabelo”). Nesses casos, a 
contraluz não é a luz principal da cena. Ela funciona como uma luz extra usada para 
realçar ou dar um efeito aos contornos dos objetos e pessoas fotografadas, conferin-
do brilho e destacando-as do fundo. Veja um exemplo:
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
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Figura 52 - Fotografia com luz lateral principal e efeito “luz de cabelo” na contraluz. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Recapitulando
Neste tópico vimos dois assuntos muito importantes no aprendizado prático 
da fotografia: as técnicas de composição e ailuminação fotográfica. Iniciamos fa-
lando sobre as diferenças entre composição e registro fotográfico e sobre algumas 
técnicas que ajudam no desenvolvimento do nosso olhar fotográfico, como o uso 
de linhas e formas guias, os contrastes de luz e cores e a regra dos terços. Também 
aprendemos sobre as características da luz e seus efeitos práticos na imagem. 
Todo esse conteúdo se soma ao aprendizado do funcionamento básico dos 
dispositivos fotográficos visto no tópico 2, adicionando novos elementos ao desen-
volvimento de seu olhar fotográfico. No próximo tópico fecharemos nosso curso fa-
lando sobre dois serviços bastante comuns no mercado da fotografia: as coberturas 
e ensaios fotográficos. Também aprenderemos mais sobre o processo de finalização 
nas etapas de edição e tratamento das imagens. 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
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Referências
ADAMS, Ansel. A câmera. São Paulo: Senac, 2002.
FREEMAN, Michael. O olhar do fotógrafo. Porto Alegre: Bookman, 2012.
FREEMAN, Michael. A arte da fotografia digital. Porto Alegre: Bookman, 2013.
GAUTRAND, Jean-Claude. Brassaï: Paris. Londres: Taschen, 2008.
KUBOTA, Kevin. Diários de iluminação. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
LIRA, Bertrand de Souza. Luz e sombra: uma interpretação de suas significa-
ções imaginárias nas imagens do cinema expressionista alemão e do cinema 
noir americano. 2008. 326 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional; 
Cultura e Representações) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
Natal, 2008.
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FOTOGRAFIA
Tópico 4 
A aplicação 
da linguagem 
fotográfica 
como repertório 
expressivo e 
representativo
objetivos:
1. Distinguir as características das coberturas e ensaios fotográficos
2. Entender a importância do processo de seleção e escolha de imagens
3. Conhecer o histograma e sua função na 
produção e no tratamento de imagens
4. Aplicar algumas das principais ferramentas de tratamento de imagens
Saudações, estudante!
Após aprender sobre a composição fotográfica e conhecer suas principais técni-
cas, veremos agora aspectos básicos relacionados aos serviços de coberturas e 
ensaios fotográficos e a fase de pós-produção de imagens. Você compreenderá 
como se preparar melhor para a realização de coberturas e ensaios fotográfi-
cos. Além disso, você conhecerá as duas etapas da pós-produção da fotografia: o 
processo de seleção e escolha das imagens finais e as principais ferramentas de 
tratamento de imagens.
Unidades Temáticas do Tópico
4.1 Coberturas e ensaios fotográficos
4.2 Edição e pós-produção fotográfica
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FOTOGRAFIA
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TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO 
E REPRESENTATIVO
4.1 Coberturas e ensaios fotográficos
Coberturas e ensaios fotográficos são duas grandes categorias de serviço que 
todos os fotógrafos eventualmente acabam realizando em suas trajetórias. Embora 
alguns se especializem em segmentos de um ou de outro, ou até mesmo em outras 
práticas fotográficas, como é o caso da fotografia de rua, da fotorreportagem ou da 
fotografia documental, é importante conhecer as especificidades de cada um, espe-
cialmente quando se está começando. Nossa ideia aqui é apontar as características 
gerais e as diferenças entre eles, a fim de fornecer algumas dicas práticas de como 
se preparar melhor para cada situação. Sempre lembrando, no entanto, que nada 
substitui a prática. É ela que fará sua fotografia ficar melhor, definindo qual será sua 
área de atuação nesse meio tão diverso e fascinante da fotografia.
A cobertura fotográfica ocorre quando os fotógrafos são contratados para pro-
duzir imagens sobre algum evento específico. Os eventos podem ser culturais (shows, 
peças de teatro, festivais, espetáculos variados etc.), sociais (aniversários, casamentos, 
batizados, formaturas, celebrações diversas etc.), corporativos (posses, solenidades e 
comemorações variadas), esportivos (jogos e competições), entre outros. 
Uma primeira dica importante quando se trabalha com cobertura de eventos é 
procurar entender antecipadamente tudo o que for possível sobre o próprio evento: 
Quem são as pessoas ou os momentos-chave que devem ser fotografados? Onde 
esse evento ocorrerá? Como será a luz? Quais espaços do local do evento a que você 
terá acesso? Quais os protocolos do evento? Qual o tempo que você terá, ou precisa-
rá ter, para realizar uma cobertura adequada? 
Essas são algumas perguntas importantes para refletir antes do evento. Em 
geral, uma boa conversa com seu contratante já fornecerá a maioria das respostas. 
Conversas com fotógrafos mais experientes e uma pesquisa pela história e por ima-
gens de eventos passados também ajudam a fazer uma cobertura com qualidade. 
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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De acordo com a situação, em contratos maiores, por exemplo, e se for possí-
vel, vale a pena uma visita antecipada ao local. Se isso não for possível, chegar antes 
do horário previsto é fundamental para conseguir informações, entender a dinâmica 
do evento, percorrer o espaço e mapear bons pontos para fotografar, além de per-
mitir, em alguns casos, a produção de imagens de bastidores que sempre ajudam a 
contar a história do evento de forma mais interessante.
A preparação prévia ajuda, ainda, na definição do tipo de equipamento a ser 
utilizado. Esse é um aspecto, aliás, muito importante no trabalho com fotografia. 
Uma das piores situações que pode acontecer ao fotógrafo é, durante um evento, 
perceber que não trouxe uma lente, um flash, uma bateria extra, cartão de memória 
ou qualquer outro acessório importante. 
Por isso, outra dica valiosa é sempre fazer um checklist de tudo aquilo que 
você considerou importante após reunir as informações sobre o evento. Antes de 
sair de casa, confira se todos os itens listados estão dentro de sua bolsa ou mochila 
de fotografia. 
Além do equipamento fotográfico, é importante cuidar de você antes de uma 
cobertura. Procure descansar e se alimentar bem, cobrir um evento é desgastante e 
exige atenção, foco e postura adequada. 
Figura 53 - Indígenas Karajás. Cobertura da 12ª edição dos Jogos Indígenas. Autoria: Luzo Reis (2013). Fonte: Acervo pessoal.
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REPRESENTATIVO
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Use lentes fixas!
Embora não seja uma regra, há uma tendência em muitos fotógrafos iniciantes de carregarem 
muito equipamento quando saem para fazer coberturas ou mesmo ensaios fotográficos. Isso é 
natural, pois é um momento de experimentação e mesmo de insegurança sobre sua fotografia. 
Contudo, à medida que ganhamos experiência e confiança, vamos reduzindo o peso das nossas 
mochilas levando apenas o essencial. Claro que determinados tipos de situações sempre vão 
exigir alguns equipamentos pesados, como algumas coberturas esportivas (pense nas enormes 
lentes teleobjetivas dos fotógrafos em jogos de futebol). Além da nossa capacidade de carregar 
peso e ficar em pé por muito tempo, que vai se reduzindo com o avançar da idade (isso é muito 
sério!), há nesse processo de amadurecimento uma evolução do nosso olhar e da nossa linguagem 
fotográfica que pode nos fazer deixar de lado uma lente teleobjetiva pesada para fotografar com 
apenas uma lente 50mm ou 35mm, por exemplo. Eu mesmo percebi essa mudança na minha 
trajetória. Se por um lado se perde por não captar ou não se estar perto em todos os momentos, 
se ganha, e muito, em qualidade de cada imagem, já que forçamos nosso olhar a procurar novos 
ângulos e composições mais interessantes. Mas, novamente, isso não é uma regra! Apenas tente 
experimentar, em algum evento que for possível, levar o mínimo de equipamento. Comece com 
eventos menos importantes, de preferência de seus amigos ou familiares. Certamente será uma 
experiência enriquecedora.
Já os ensaios fotográficos possuem uma finalidade e uma dinâmica diversa.Os ensaios visam produzir imagens de pessoas ou grupo de pessoas para finalida-
des específicas de interesse pessoal, publicitário, editorial, corporativo etc. Temos 
ensaios pessoais (que alguns mercados chamam de books, porque normalmente 
geram como produto um álbum fotográfico) em que as pessoas procuram o serviço 
de fotografia para produzir imagens pessoais com produção profissional, boa ilumi-
nação, maquiagem e roupas especiais. Entram nesse rol desde os ensaios que mar-
cam momentos importantes da vida, como formatura, gestação, os pré-casamentos 
(ou pré-wedding), ensaios familiares e, até mesmo, ensaios sensuais, ou quaisquer 
outros que sejam realizados por razões pessoais. 
Há também os ensaios produzidos para o universo comercial da publicidade 
e dos editoriais, para usos nas mais variadas mídias: artigos de revistas, postagens 
na internet, anúncios externos, como outdoors, busdoors, catálogos etc. Mais recen-
temente, vemos crescer a demanda de perfis profissionais nas redes sociais e na 
internet e, com isso, o fortalecimento do mercado dos ensaios corporativos, produ-
zidos com a finalidade de gerar boas imagens para as pessoas utilizarem em perfis 
de busca de emprego, em sites e outras plataformas que atendam a alguma neces-
sidade empresarial/corporativa ou de apresentação pessoal com foco no mercado 
de trabalho, como na figura 54 abaixo. Seja qual for o tipo do ensaio, uma diferença 
importante com relação às coberturas fotográficas é que no ensaio há um controle e 
um planejamento muito maiores por parte do fotógrafo.
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Figura 54 - Psicóloga em ensaio corporativo. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Em primeiro lugar, devemos ter em mente que, ao contrário das coberturas 
fotográficas, em que nosso papel é contar a história do evento através das fotos, no 
ensaio somos nós, em parceria com nosso contratante e a equipe que for mobiliza-
da (maquiadores, figurinistas, cabeleireiros, assistentes, entre outros profissionais, a 
depender do tamanho da produção) que criaremos a atmosfera, o clima e a mensa-
gem a ser transmitida por meio das imagens que serão feitas. Nesse sentido, é muito 
importante um bom alinhamento entre o fotógrafo e o contratante. Procure entender 
exatamente o que seu cliente deseja com as imagens, onde e como elas serão usa-
das. Peça a ele que mostre imagens de que goste, que faça sugestões e, assim, tente 
criar um quadro de referências com imagens que agradem a ambas as partes. 
A partir desse quadro, você terá condições de definir aspectos como a locação, 
onde será feito o ensaio (em estúdio, no local de trabalho do cliente, em ambiente 
externo?) e o esquema de iluminação, roupas, maquiagem, objetos de cena etc. No 
momento do ensaio, procure deixar os modelos confortáveis. 
Ensaios podem ser muito cansativos e até estressantes e isso se reflete muito 
nas imagens. Providencie água, lanches e procure dar pausas para descanso e reto-
ques na maquiagem e nos cabelos. Colocar música que agrade ao cliente também 
pode ser uma estratégia interessante. Lembre-se de que seu trabalho como fotógrafo, 
é produzir imagens que atendam ou superem as expectativas de seus clientes. Sendo 
assim, é relevante dizer que, embora imprimir sua marca ou estilo nas imagens seja 
sempre importante, também o é procurar ouvir e dialogar com seus clientes para 
chegarem a um bom termo, sobretudo quando se está iniciando na fotografia.
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TÓPICO 4 
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4.2 Edição e pós-produção 
fotográfica
Vimos até aqui informações sobre os dois momentos iniciais de um serviço fo-
tográfico: a preparação e a execução. Contudo, nosso trabalho ainda não terminou. 
Chegando em casa ou no escritório, é hora de descarregar as imagens, selecioná-las, 
tratá-las para envio aos clientes, para postagem em nosso portfólio ou qualquer 
outro uso que se queira. 
A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre esse processo.
Edição
A edição nada mais é do que o processo de escolha das imagens que serão 
tratadas e entregues. Pode até parecer um detalhe menor no fluxo de trabalho, mas 
é uma etapa fundamental em que seu trabalho ganhará a coesão necessária para 
ser utilizado. É na etapa da edição que muitos profissionais se perdem por terem 
dificuldade em escolher as melhores imagens ou em excluir algumas, caso precise 
trabalhar com um número limitado de fotografias. 
Imagine que após a cobertura de um show, em que você produziu 400 ima-
gens, a assessoria de imprensa peça apenas 5 fotos. Parece difícil, não é? Tenha cal-
ma! Com o tempo, você ficará naturalmente mais criterioso e vai reconhecer o que 
os clientes mais gostam e querem receber, tornando essa etapa muito mais rápida.
De modo geral, o primeiro filtro para a seleção das imagens é nosso próprio 
gosto. Nenhum fotógrafo vai passar ao cliente as fotos que, por algum motivo, não 
passem pelo seu critério pessoal do que seja uma boa foto. Apesar de alguns clientes 
serem insistentes em pedidos como “mande todas as fotos, até as ruins, por favor!”, 
você não entregará fotos desfocadas, com uma exposição incorreta, com um enqua-
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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dramento errado porque alguém esbarrou em você bem na hora do clique, etc., a 
não ser, é claro, que esses casos não sejam erros, mas façam parte da sua linguagem 
fotográfica e foram produzidos conscientemente. 
Um segundo filtro importante ocorre quando você já conhece as preferências 
do cliente ou já sabe o uso que ele pretende fazer das imagens. Nestes casos, é pos-
sível que sejam incluídas até mesmo aquelas imagens de que não gostamos tanto, 
mas sabemos que são importantes para o contratante. Isso acontece muito no foto-
jornalismo, em que o repórter fotográfico precisa atender a linha editorial do veículo 
em que trabalha, o que acaba orientando sua produção, bem como seu processo de 
edição. Na verdade, o processo aqui é de uma edição compartilhada, em que o fotó-
grafo realiza um primeiro filtro que será editado novamente pelo seu superior. 
o fluxo de trabalho no fotojornalismo
Em 2020 publiquei um artigo em que descrevi o fluxo de trabalho e o processo de produção 
e edição do fotojornalista Pedro Ladeira, do jornal Folha de São Paulo, durante um dia de 
cobertura política na cidade de Brasília-DF. Caso tenham interesse em saber mais sobre esse 
universo e o processo de edição de um fotojornalista em campo, recomendo a leitura. O artigo 
está disponível em:
Link: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/100523
Especialmente nas coberturas fotográficas, outra dica interessante é realizar a 
seleção pensando no conjunto final, como uma história contada através das suas 
imagens. Assim, respeite o arco completo do evento, incluindo imagens do início, de-
senvolvimento e momentos finais. Inclua, também, fotografias de detalhes e flagran-
tes que fujam das convenções das fotos sorridentes e posadas. Apesar de nossos 
clientes, em geral, postarem e utilizarem mais aquelas fotos em que todos estão sor-
rindo e bem alinhados, faz parte de toda boa história os preparativos de bastidores, 
as expressões de preocupação, dentre outros momentos com expressões e reações 
não tão “perfeitas”. Em muitos casos são essas imagens as que mais emocionam e 
que ficam na memória das pessoas envolvidas.
Por fim, é importante dizer que existem no mercado ferramentas que auxiliam 
bastante no processo de edição. Adobe Lightroom, Luminar neo, Apple fotos e Gimp 
são alguns deles. É importante utilizar um software de edição, que ajude a organizar 
seus arquivos e a realizar um ranking com as imagens selecionadas, permitindo que 
você faça uma primeira seleção mais grosseira e vá refinando sua edição até chegar 
ao conjunto final de imagens.Link: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/100523
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A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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Alguns desses softwares trazem, ainda, ferramentas de tratamento, desde as 
mais básicas que veremos a seguir até outras mais sofisticadas, como ajuste fino de 
cores, remoção de elementos da imagem, etc. Todos esses recursos facilitam bastan-
te o fluxo de trabalho do fotógrafo, pela possibilidade de seguir-se todas as etapas 
da edição, até o fechamento do arquivo com uma única ferramenta.
Tratamento de imagens
Figura 55 - Funções básicas de tratamento de imagens digitais Adobe Lightroom. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
Tratar uma imagem é realizar ajustes em um software de edição para melhorar 
o aspecto da sua fotografia refinando a exposição, a taxa de contraste, a saturação 
ou vibração, entre outros (como aparece no painel de tratamento básico da figura 
apresentada). Antes de comentar sobre alguns desses ajustes, devemos observar a 
relação que existe entre o formato de arquivo utilizado na captura e a margem de 
manobra que ele permite na etapa de tratamento. 
Como visto no tópico 2, arquivos compactos como o JPG são menores e têm 
muito menos informações do que os arquivos crus, brutos (chamados de RAW). Isso 
significa que, na etapa de tratamento, um arquivo RAW permitirá uma margem de ma-
nipulação maior, uma vez que ele possui mais informações sobre todas as áreas da 
imagem: altas, médias e baixas luzes (regiões de sombra, escuros, realces e brancos). 
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Essa é a grande vantagem de fotografar usando o formato RAW. Se, por um 
lado, é um formato pesado, que vai exigir maior capacidade de armazenamento (mais 
cartões de memória e discos rígidos para backup) e processamento (computadores 
melhores), por outro, ele confere uma grande margem de manobra no tratamento 
das imagens, o que é interessante, pois é possível, até mesmo, recuperar uma foto 
que não foi bem exposta e acabou ficando muito escura (quase subexposta) ou mui-
to clara (quase superexposta). 
Atenção! Fotografar em RAW não significa que devemos fazer a foto de qual-
quer jeito, sem preocupação com a fotometria e a exposição. Mesmo em arquivos 
RAW, há á casos em que a exposição é tão equivocada que, em determinadas áreas 
nos polos pretos e brancos, simplesmente não foi registrada nenhuma informação, 
gerando a superexposição e a subexposição. 
Contudo, existe uma ferramenta muito interessante, que auxilia tanto nas câ-
meras fotográficas digitais (inclusive nas câmeras de vários celulares, hoje em dia) 
quanto nos softwares de tratamento de imagem. Trata-se do histograma, um gráfico 
que quantifica a luminosidade da cena e favorece a captura e o tratamento de uma 
fotografia. Vamos conhecê-lo?
Figura 56 - Histograma. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
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REPRESENTATIVO
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A figura apresentada mostra um exemplo de histograma, com a divisão em 5 
tonalidades de luz no eixo horizontal (pretos, sombras, médios, realces e brancos) 
e o eixo vertical indicando a quantidade de pixels da imagem em cada uma dessas 
regiões. Pelo desenho deste histograma é possível afirmar que se trata de uma ima-
gem bem equilibrada, com a maior parte dos seus pixels, ou seja, da informação da 
imagem, nas regiões intermediárias (sombras, médios e realces) e uma menor parte 
nos extremos (regiões dos tons pretos e brancos). 
Veja, a seguir, o exemplo de uma fotografia com equilíbrio parecido acompa-
nhada de seu histograma:
 
Figura 57 - Museu da República, Brasília. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal
Perceba como, nessa imagem, a maior quantidade de pixels está na região do 
lado direito do gráfico (realces e brancos), que está na luz mais forte presente na 
cúpula do Museu da República, enquanto as regiões mais escuras (pretos e sombras) 
possuem menor presença na imagem e estão localizadas na parte inferior onde está 
o espelho d’água e o prédio ao fundo do museu. Você pode estar se perguntando: 
“Como um gráfico que mede a luminosidade da foto pode ajudar na hora de fazê-la 
e, também, durante o seu tratamento?”
Dentre as várias informações que o desenho do histograma nos fornece, uma 
fundamental é a visualização rápida de problemas envolvendo a exposição da ima-
gem. O desenho do gráfico permite perceber se a fotografia está superexposta (ex-
tremamente clara, ou estourada) ou subexposta (super escura), pois quando uma 
dessas situações acontecem, o desenho do histograma “cola” ou “gruda” na extremi-
dade da esquerda (indicando a subexposição) ou na direita (indicando a superexpo-
sição). Veja exemplos desses dois casos:
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Figura 58 - Museu da República, Brasília, em superexposição. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 59 - Museu da República, Brasília, em subexposição
Quando o histograma “cola” em um dos lados do gráfico quer dizer que a 
informação ali foi perdida, ou seja, os pretos ou os brancos se tornaram absolutos, 
sem nuances. Caso isso tenha acontecido na captura da imagem, simplesmente não 
é possível recuperar essa informação no tratamento, nem mesmo se for um arquivo 
RAW. Por isso, é sempre bom conferir na própria câmera e ver como ficou o histogra-
ma de uma foto que você fez. Em geral, o histograma da imagem pode ser habilitado 
no modo de visualização das máquinas fotográficas. 
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REPRESENTATIVO
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Às vezes, apenas olhando a imagem no visor pode parecer que ela está corre-
ta, mas vale a pena conferir no histograma para verificar se o gráfico está colando em 
algum dos lados da imagem. Em caso positivo, você poderá refazer a imagem com a 
exposição correta e trazer um arquivo em melhores condições para a etapa de trata-
mento. A título de comparação, veja nos detalhes, a seguir, a diferença de informação 
entre uma imagem equilibrada e uma estourada:
Figura 60 - Comparativo de informações entre imagem equilibrada e superexposta. 
Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Viu como há muito mais informações e nuances na imagem com exposição 
equilibrada, da esquerda? Enquanto essa imagem apresenta uma variedade de tons 
de cinza e de amarelo, na imagem da direita o branco absoluto é preponderante. As-
sim, procure capturar suas fotos com uma exposição equilibrada. Desse modo, você 
terá muito mais margem para fazer os ajustes básicos no tratamento, inclusive dei-
xá-la superexposta ou subexposta, se essa for sua vontade. Mas... há exceções! E m 
alguns casos específicos, você precisa saber que o desenho do histograma vai colar 
nas laterais e isso não será um problema. Como exemplo, temos os casos em que se 
fotografa uma cena em que aparecem emissores de luz, como o sol ou uma chama de 
vela. Nesses casos, o brilho desses elementos é tão intenso que o ponto em que eles 
aparecem na imagem vai estar em superexposição, necessariamente. Outro exemplo 
é quando se deseja produzir silhuetas na contraluz. Nessa situação as sombras da imagem 
estarão todas pretas, ou seja, subexpostas. Veja exemplos desses dois casos:
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A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
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Figura 61 - Pontos de superexposição. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
 
Figura 62 - Pontos de subexposição. Autoria: Luzo Reis. Fonte: Acervo pessoal.
Observe que, apesar do histograma estar colado nos dois casos, indicando a 
superexposição (figura 61) e a subexposição (figura 62), não costumamos classificar 
essas imagens dessa forma. Isso porque esses “erros” de exposiçãoocorrem em 
situações pontuais ou convencionais em que o aspecto geral da fotografia não está 
prejudicado, tendo sido produzido de modo consciente. 
Agora que aprendemos mais sobre o histograma e sua importância, vamos ver 
rapidamente o que significa cada um dos principais ajustes manuais do tratamento 
básico de imagens. 
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TÓPICO 4 
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Ajuste de Exposição
Você já sabe que arquivos RAW possuem mais informações que arquivos com-
pactos, como o JPG, e que fazer uma boa exposição permite uma margem maior de 
manipulação no tratamento de imagem. Essas duas condições são muito importan-
tes para todos os parâmetros do tratamento básico da fotografia, iniciando pelo 
ajuste da exposição, que permite ao fotógrafo trabalhar no aspecto geral da lumi-
nância da fotografia. Ao rolar a régua para frente, aumenta-se a exposição; e para 
trás, diminui-se. Ao fazer isso, observe como o desenho do histograma se move como 
um todo, deslizando por todas as regiões (pretos, sombras, médios, realces e bran-
cos) em direção aos extremos. 
Na prática, é muito difícil estar diante da necessidade de se fazer grandes 
ajustes de exposição. Há duas possibilidades: tal ajuste simplesmente não é utili-
zado, ou é feito com muito cuidado, como uma espécie de ajuste fino à exposição 
original da captura da imagem.
Ajuste de contraste 
A régua de ajuste de contraste serve para incrementar ou retirar a taxa de con-
traste de uma fotografia. Ao movimentarmos este ajuste para a direita, aumentamos 
o contraste, fazendo com que o desenho do histograma se abra em direção às extre-
midades, tornando as partes claras mais claras e as escuras mais escuras. 
Ao contrário, quando movimentamos a régua para a esquerda diminuímos o 
contraste, fazendo o desenho do histograma convergir para o centro. Embora seja 
uma forma prática e rápida de regular a taxa de contraste, ele tende a ser pouco 
utilizado por aqueles que preferem trabalhar as regiões do histograma de forma 
mais independente, regulando separadamente as áreas de pretos, sombras, brancos 
e realces.
Ajuste de realces, brancos, sombras e pretos 
Atualmente, muitos softwares de tratamento de fotografias, mesmo os mais 
básicos, fornecem a opção de ajuste das regiões do histograma de forma separada: 
pretos, sombras, realces e brancos (a região média costuma não aparecer, pois resul-
ta dos ajustes das demais). 
CURSO LIVRE 
FOTOGRAFIA
TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
86
Ao trabalhar cada um desses ajustes, o fotógrafo regula a taxa de contraste, 
de forma localizada e precisa. Ao contrário do ajuste geral do contraste, em que o 
desenho do histograma se move de modo uniforme, no ajuste de realces é possível 
fazer adequações finas em cada uma das regiões da fotografia. Ao manipular cada 
uma das 4 regiões de luminância, ocorrem reflexos nas demais, contudo são bem 
mais sutis que no ajuste geral do contraste. 
claridade
O ajuste de claridade realiza um aumento do contraste nas regiões médias 
da fotografia. Na prática, ele gera uma sensação de aumento da definição geral e do 
brilho da imagem. Esse ajuste fica particularmente interessante quando é aplicado 
para ressaltar a textura dos objetos. 
Ao contrário, quando é retirada a claridade (rolando a régua de ajuste para a 
esquerda), diminui-se o contraste e o brilho dos tons médios, o que gera um efeito 
de suavização geral nas texturas da imagem. Essa retirada pode ser interessante para 
suavizar expressões e marcas na pele, conferindo a ela um aspecto mais uniforme, 
por isso é um ajuste bastante utilizado em fotos de ensaios. Atenção! Vá com calma 
tanto ao aumentar quanto ao retirar a claridade da fotografia! Exageros, em ambos 
os casos, normalmente resultam em um aspecto pouco natural.
Saturação e vibração
Saturação é o nome dado ao nível de intensidade das cores em uma fotogra-
fia. Ao aumentar o nível de saturação, realçam-se as cores da imagem; ao diminuir, 
retira-se a intensidade, até tornar todas as cores cinzas, resultando em uma imagem 
preto e branco. 
Simples, não é? Mas há um detalhe importante: os principais softwares de 
tratamento trazem, além do controle de saturação, o controle de vibração que tem 
finalidades semelhantes. A diferença entre um e outro é que o ajuste de vibração 
funciona de forma mais eficiente, pois promove uma diferenciação em regiões onde 
o excesso de saturação torna a imagem menos natural, como a pele humana. 
Experimente aplicar os dois ajustes no tratamento de alguma imagem e ob-
serve a diferença! 
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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Fechamento de arquivos
Realizados os ajustes de tratamento, é o momento de exportar o arquivo fina-
lizado. Normalmente, esse fechamento é feito em um arquivo compacto como o JPG 
ou o PNG, pois são os mais universais para os mais variados usos. 
Como explicado no tópico 2, a definição da resolução do arquivo deve cor-
responder ao uso que se dará a essa imagem. Caso seja um uso em meios digitais 
e internet, costuma-se fechar o arquivo com menor resolução, enquanto para a im-
pressão são necessários arquivos mais robustos, com maior resolução. 
Quanto às matrizes em RAW, normalmente, elas são arquivadas, pois oferece-
rão, no futuro, novas possibilidades de tratamento e de exportação em formatos e 
resoluções variadas.
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TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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Considerações Finais
Chegamos ao final do nosso curso! Nesses quatro tópicos realizamos um ciclo 
de aprendizagem que vai desde a história da fotografia até conhecimentos práticos 
sobre o uso de dispositivos, técnicas de composição e iluminação, informações im-
portantes sobre serviços comuns no mercado da fotografia, como coberturas e en-
saios, até a etapa de edição e tratamento de imagens. Sabemos que um curso de 60h 
pode parecer pouco para todo esse arco de conteúdos. 
Contudo, a proposta foi fornecer uma base para que você possa partir em 
busca do aprofundamento. Esperamos que o material possa estimulá-lo a entrar no 
maravilhoso mundo da fotografia ou revisar tópicos de interesse, no caso dos alunos 
que já são fotógrafos. 
Acreditamos que, mesmo as pessoas que não pensam em atuar profissional-
mente podem aproveitar o conteúdo deste curso para evoluir na sua prática fotográ-
fica amadora. 
Por fim, desejamos bons estudos e boas fotos!
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 4 
A APLICAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO REPERTÓRIO EXPRESSIVO E 
REPRESENTATIVO
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Referências
FREEMAN, Michael. O olhar do fotógrafo. Porto Alegre: Bookman, 2012.
FREEMAN, Michael. A arte da fotografia digital. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Escult
Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural
escult.cultura.gov.bré única e positiva e 
eram guardadas em estojos de madeira com uma proteção de vidro (Calaça, 2012, p. 4-5).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nic%C3%A9phore_Ni%C3%A9pce
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
9
Figura 2 - Pedro II, Imperador do Brasil. Joaquim Insley Pacheco (1883). Fonte: Biblioteca Nacional. Acesso em: 30 jul. 2024.
A indústria do daguerreótipo cresceu bastante nos anos seguintes e era comum a 
comercialização de daguerreótipos de famosos monumentos mundiais no Egito, Gré-
cia, Espanha, etc. A imagem dessas placas apresentava detalhes ricos e isso ajudou 
em seu processo de se espalhar pelo mundo. Nos Estados Unidos, onde ele dominou 
por algumas décadas, havia muitos estúdios dedicados ao retrato (Vallencourt, 2016). 
Uma característica técnica importante para os processos do século XIX era o 
tempo de exposição que, se comparados a hoje, eram demasiadamente elevados. 
Imagine ter que ficar imóvel por vários minutos enquanto seu retrato é realizado 
pela câmera! 
Vale ressaltar que um daguerreótipo era uma obra única e não podia ser repro-
duzida em série. Mesmo com sua riqueza de detalhes, a ambição pela reprodutibili-
dade técnica impulsionou outras criações de processos fotográficos.
https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/508
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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colódio úmido
Em 1851, o processo de colódio úmido revolucionou tecnicamente a fotografia ao 
introduzir a possibilidade de criação de negativos de vidro que podiam facilmente 
ser reproduzidos em papel fotográfico. O maior problema era que a imagem necessi-
tava ser revelada imediatamente após sua exposição, o que fazia com que fotógrafos 
precisassem estar sempre com seu laboratório à disposição.
Foi com esse processo que Roger Fenton fez a primeira cobertura fotográfica de 
um conflito armado, mais especificamente a Guerra da Criméia entre 1853 e 1856. 
Ao todo foram mais de 300 fotografias do conflito, embora elas tenham sido tiradas 
em momentos em que os conflitos propriamente ditos não estavam acontecendo. A 
maioria das fotos eram retratos e algumas encenações dos campos de batalha (Na-
tional Geographic, 2011).
Figura 3 - Guerra da Crimeia, Gen Brown e seus soldados. Fotografia de Roger Fenton (1885). Fonte: Wikipedia. 
Acesso em: 30 jul. 2024.
Para realizar essa cobertura fotográfica, foi necessário utilizar um laboratório 
que era transportado em uma carroça.
Nos 30 anos seguintes à sua invenção, o colódio úmido reinou como principal 
processo fotográfico, já que era menos dispendioso e trabalhoso que o daguerreóti-
po, exigia menor tempo de exposição e podia facilmente ser reproduzido.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Fenton
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
11
placa de gelatina e sais de prata (película fotográfica)
A principal diferença do processo com gelatina e sais de prata é que esta emul-
são fotossensível podia ser aplicada previamente a um papel, no primeiro momento, 
e posteriormente em uma superfície transparente, fazendo com que houvesse mais 
material pronto para ser fotografado e, ao mesmo tempo, permitindo que a imagem 
fosse revelada muito tempo depois de exposta à luz.
As placas de gelatina eram cerca de 60 vezes mais sensíveis do que as placas de colódio. A 
maior velocidade libertou a câmera do tripé, e uma grande variedade de câmeras peque-
nas e portáteis ficou disponível a um custo relativamente baixo, permitindo que fotógrafos 
tirassem instantâneos (Vallencourt, 2016, p. 47).
Em 1888, a empresa de George Eastman lançou a câmera Kodak, sob o slogan 
“Você aperta o botão, nós fazemos o resto”. A câmera podia fazer até 100 fotografias 
antes de ser enviada de volta à fábrica, para revelação e ampliação das fotos. Foi a 
primeira vez que os profissionais da fotografia se sentiram ameaçados pois, a partir 
desse ponto, supostamente, qualquer pessoa poderia ser fotógrafo (Freund, 1995).
Esse processo permitiu, dentre outros avanços, o surgimento do cinematógrafo, 
e foi constantemente aperfeiçoado durante o século XX, em que foi o padrão da in-
dústria fotográfica e cinematográfica.
Fotografia digital
A fotografia digital foi apresentada pela primeira vez durante a década de 1970, 
curiosamente pela empresa Kodak, líder em película fotográfica, mas que optou por 
não dar seguimento à fotografia digital. Quando esta começou a se popularizar, no 
início dos anos 2000, a Kodak teve sérios problemas financeiros e chegou a pedir fa-
lência. Hoje a empresa ainda existe e tem uma atuação diferente no mercado, longe 
de ter a relevância que já teve.
Praticamente todas as grandes empresas de câmeras já existentes no século XX 
entraram para o mercado da fotografia digital. É importante dizer que mesmo sen-
do possível mudar o sensor digital drasticamente, muitos desenvolvimentos digitais 
tentaram aproveitar a herança cultural já estabelecida pela fotografia no século XX. 
A utilização de lentes compatíveis, os formatos das câmeras e dos sensores digitais 
são as principais características.
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
12
Não por acaso, o principal sensor padrão do mercado digital é chamado de Full 
Frame e tem o mesmo tamanho da película de 35mm, a mais popular em termos de 
volume de produção.
Entre as vantagens do processo digital estão o custo, a possibilidade de prever a 
imagem final antes de se fazer a exposição e a facilidade de retoque digital através 
de softwares.
Figura 4 - Câmera digital de Pequeno Formato com tela de lcd para previsão da imagem. 
Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
outras considerações
Como vimos, a fotografia não foi uma invenção que aconteceu em apenas um 
lugar e um momento específico. Os processos aqui descritos são os mais marcantes 
encontrados na maioria dos livros históricos. Há outros processos como a Cianotipia, 
os filmes de revelação instantânea na segunda metade do século XX; e o processo 
que Hércules Florence desenvolveu de maneira independente no Brasil, durante o 
século XIX, o qual só foi mostrado para o mundo a partir da década de 1970. Sua his-
tória pode ser lida no livro Hercule Florence: A Descoberta Isolada da Fotografia no 
Brasil (Kossoy, 2007). 
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
13
1.2 Tipos de câmeras fotográficas
Os tipos de câmeras fotográficas interferem diretamente na capacidade de re-
presentação óptica da imagem (representação de detalhes), no formato da fotografia 
e no tipo de processo a ser utilizado.
É comum pensarmos na fotografia como algo retangular, mas se prestarmos atenção 
aos detalhes, podemos ver que são retângulos de diferentes proporções ou até mesmo 
um quadrado. Para pessoas que se aventuram em fazer suas próprias câmeras (sim, é 
possível!), o formato pode variar ainda mais, como por exemplo uma fotografia redonda.
Para nos orientarmos quanto às câmeras fotográficas, há três grandes forma-
tos a serem distinguidos: Grande Formato, Médio Formato e Pequeno Formato. Cada 
um desses formatos possui variações, porém compartilham características que nos 
permitem, por exemplo, decidir que tipo de câmera é melhor para cada situação, a 
depender dos resultados que são esperados.
Grande Formato
A fotografia começou grande, ou melhor dizendo, com câmeras que estão na ca-
tegoria de Grande Formato. Por questões de anatomia, essas câmeras são mais lentas, 
mais pesadas e quase que exclusivamente utilizadas sobre um tripé. Elas demandam 
negativos ou papéis fotográficos maiores e produzem imagens com menor profundi-
dade de campo. Esse termo será estudado no próximo tópico. Por sua mobilidade re-
duzida, as câmeras de grande formato são mais comumente utilizadas para retratos, 
fotos de arquitetura e de paisagem, embora seu uso não seja limitado a isso.
O maior benefício das câmeras de Grande Formato é aqualidade de imagem 
fotográfica que, por partir de uma matriz fotográfica já grande, pode ser ampliada 
em grandes tamanhos (com metros de largura e altura) e em alta qualidade. Existem 
câmeras em Grande Formato digitais e, também, analógicas, de fabricação contem-
porânea, com o formato mais comum de 10x12 cm. 
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
14
Um fotógrafo importante na história da fotografia, cuja carreira foi quase toda 
construída utilizando câmeras de Grande Formato, foi Ansel Adams. Sua contribui-
ção, em especial para a fotografia em preto e branco (monocromática), foi essencial 
no desenvolvimento de imagens com muitos tons de representação. Sua trilogia de 
livros introdutórios à fotografia química do século XX, A Câmera, O Negativo e A Cópia 
é, ainda hoje uma referência para iniciantes.
Figura 5 - Câmera de Grande Formato vista por trás, mostrando a imagem invertida no espelho polido. 
Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
 
Figura 6 - Câmera de Grande Formato vista pela frente. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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Médio Formato
As câmeras de Médio Formato são as intermediárias e possuem um pouco das 
características dos outros formatos, mas sem seus extremos. Elas conseguem produ-
zir imagens com altíssima resolução e riqueza de detalhes e também aliam portabi-
lidade e facilidade de uso. 
Por serem intermediárias, elas não terão a mesma qualidade do Grande Formato 
e nem a mesma portabilidade do Pequeno Formato. São bastante utilizadas para 
paisagem e fotografia de estúdio (retratos, ensaios, publicidade, produtos, etc.), ou 
seja, gêneros que não necessitam de grande agilidade ou mobilidade, como esportes 
e natureza selvagem, por exemplo.
Como as câmeras de Grande Formato são, provavelmente, as menos utilizadas 
em termos de quantidade absoluta no mercado, as câmeras de Médio Formato são, 
na prática, as encarregadas de produzirem os trabalhos mais caros do mercado foto-
gráfico, como as grandes campanhas de moda, retratos de celebridades, publicidade 
das maiores empresas e etc. 
Em resumo, sempre que se pede uma qualidade maior que a normal, a ten-
dência é recorrer às câmeras de Médio Formato. É importante dizer que isso é uma 
tendência generalizada, ou seja, há trabalhos de grande porte realizados em outros 
formatos de câmeras, mas tendem a ser minoria. Imagine assim: se o orçamento de 
sua sessão fotográfica custará, ao todo, mais de um milhão de reais para a empresa 
que te paga, talvez ela te exija trabalhar em Médio Formato para garantir a qualidade 
do esforço.
Curiosidade
A câmera que foi para a Lua
Uma curiosidade interessante é que a câmera de Médio Formato esteve, de 
fato, na primeira viagem à lua em 1969, mais especificamente um modelo da 
“Hasselblad 500 EL”, modificado especialmente para aquela viagem.
O Médio Formato também possui uma grande variedade de proporção de enqua-
dramento como 6x6 cm (quadrado), 6x7 cm, 6x4,5 cm e 6x17 cm (panorâmico).
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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Figura 7 - Câmera de Médio Formato do tipo lentes gêmeas (twins lens), que produz imagens quadradas (6x6 cm) .
Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
 
FIgura 8 - Câmera Médio Formato modular de alta performance. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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Figura 9 - Câmera de Médio Formato típica da primeira metade do século XX. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
pequeno Formato
Com a menor qualidade de imagem final dentre os formatos, as câmeras peque-
nas são parte da revolução do uso fotográfico. Isso porque os quesitos portabilidade, 
velocidade e praticidade, aliados à boa qualidade de imagem (mesmo sendo menor 
em relação aos demais formatos), fizeram com que as câmeras estivessem mais pre-
sentes no dia a dia das pessoas comuns e fossem utilizadas em diferentes situações 
de trabalho que necessitavam de fotografia, como o fotojornalismo, por exemplo, 
possibilitando assim a captura de acontecimentos de toda sorte, incluindo viagens 
pelo mundo.
A primeira câmera de Pequeno Formato foi lançada na década de 1920, pela em-
presa Leica, com o objetivo de aproveitar os restos de negativos de 35mm do cinema. 
Isso acontecia porque o cinema, que é uma invenção 100% derivada da fotografia, 
necessitava de 16 quadros (fotogramas) para cada segundo de filmagem. Ainda na 
década de 1920, esse padrão cinematográfico foi fixado em 24 quadros por segundo. 
Com isso, pequenas quantidades de quinze ou trinta fotogramas eram, na prática, 
inúteis para filmagens.
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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As câmeras de Pequeno Formato permitiram a presença de fotógrafos nas mais 
diversas situações. Isso, aliado à possibilidade de veiculação de fotografias em jor-
nais e revistas, que também se popularizou mais ou menos na mesma época em 
termos de viabilidade econômica, fez com que o século XX fosse documentado de 
uma maneira diferente em relação aos séculos anteriores, com grande presença da 
imagem fotográfica impressa e nas telas do cinema e da televisão.
Ainda hoje, as câmeras de Pequeno Formato são as mais populares, mas suas 
variações são tão grandes que algumas câmeras de Pequeno Formato já são consi-
deradas como “grandes” por pessoas que estão descobrindo agora as possibilida-
des. Isso porque, é claro, grande parte das pessoas possui uma câmera de Pequeno 
Formato em seus celulares.
Dentre as subdivisões mais importantes do Pequeno Formato, é bom que você 
conheça pelo menos os formatos Full Frame, APSC e Micro 4/3.
• Full Frame: indica o sensor digital que é exatamente do tamanho do sensor 
de 35mm. 
• APSC: é um formato comparado ao que se chamava de super 16mm, mas a ver-
dade é que existem pequenas variações no tamanho do sensor digital APSC 
de diferentes marcas de câmeras. É importante destacar que esse é o segundo 
sensor mais poderoso dentre os pequenos formatos, perdendo apenas para 
o Full Frame.
• Micro 4/3: é o terceiro formato de sensor digital mais poderoso das câmeras 
de Pequeno Formato. Seria comparável ao filme de 8mm, embora o formato 
digital tenha mais qualidade.
Existem também outros formatos e a verdade é que, com a constante evolução tec-
nológica, as câmeras de Pequeno Formato tendem a ficar cada vez melhores, menores e 
mais poderosas. Por isso precisamos nos adaptar e acompanhar as novidades.
Ao aprofundar no estudo da fotografia, você perceberá que situações diferentes 
pedem determinadas características que podem potencializar as imagens que se 
busca. Isso não quer dizer, por exemplo, que você não possa utilizar uma câmera de 
Médio Formato para esportes ou uma câmera Micro 4/3 para paisagem. A escolha de-
pende muito de qual o objetivo final da fotografia (se é para internet, para revista ou 
para ser colocado na parede), e se a câmera te permitirá chegar onde você precisa. 
Como fotojornalistas que cobrem conflitos fariam para utilizar câmeras de Grande 
Formato? Isso literalmente poderia lhes custar a vida. Além de oferecerem diferentes 
opções criativas, os formatos nos oferecem possibilidades de atuação.
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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Figura 10 - Versão da década de 1990, de uma câmera de Pequeno Formato lançada na década de 1920. 
Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
 
Figura 11 - Câmera de Pequeno Formato. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
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TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
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1.3 Sobre processos e 
câmeras fotográficas
A história da fotografia não acabou. Ao nos aproximarmos dos 200 anos de sua 
existência, vemos que em todos osmomentos houve desenvolvimentos tecnológicos 
e também sociais que modificaram um pouco as características do exercício profis-
sional ou amador da fotografia, mas mantendo um mesmo objetivo: ajudar a pensar 
a existência humana através da imagem fotográfica.
Pelos vieses artístico, jornalístico, documental e doméstico, as imagens foto-
gráficas são parte da história mundial desde o século XIX. Fotografar é fazer parte 
desta construção. Por um lado, temos que nos preocupar com o momento de tirar as 
fotografias, mas, por outro, existe o ofício de preservar as imagens que consiste em 
entender como elas podem sobreviver de acordo com as tecnologias disponíveis em 
cada momento.
A revolução digital facilitou a produção das imagens fotográficas, mas ainda não 
facilitou sua preservação, tendo em vista que a preservação digital é mais cara e 
também sujeita a mudanças tecnológicas, que ocorrem muito mais rapidamente do 
que nos últimos séculos. Como pessoas que exercem o ofício fotográfico, é parte de 
nosso dever contribuir também com a permanência e a preservação das fotografias.
Recapitulando
No Tópico 1 vimos uma breve história dos processos fotográficos e dos tipos de 
câmeras que temos à disposição. É interessante notar como a prática da fotografia é 
o resultado da tecnologia disponível e da criatividade em lidar com limitações dessa 
mesma tecnologia e suas possibilidades de criação, ora mais ligadas à comunicação, 
objetividade científica e documentação, ora mais ligadas à expressão artística.
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FOTOGRAFIA
TÓPICO 1 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E LINGUAGEM VISUAL
21
É importante compreender as mudanças na evolução das tecnologias fotográfi-
cas e conhecer trabalhos e mentalidades que antecederam nosso tempo, posto que 
somos seres históricos e muitos trabalhos fotográficos que serão importantes no 
futuro, tanto em termos de sociedade quanto para uma história familiar, dependem 
de decisões fotográficas, por assim dizer, que fazemos no presente.
No próximo tópico trataremos dos aspectos de controle técnico das câmeras 
fotográficas que resultam em aspectos estéticos na fotografia. Esses conhecimentos 
básicos permitirão que você comece a criar fotografias à sua maneira, com decisões 
criativas que são materializadas a partir do controle técnico.
Referências
ADAMS, Ansel. A câmera. São Paulo: Senac, 2006.
ADAMS, Ansel. O negativo. São Paulo: Senac, 2004.
ADAMS, Ansel. A cópia. São Paulo: Senac, 2002.
CALAÇA, Mariana C. Processos fotográficos: a (re)descoberta da fotografia. In: VI Simpósio 
Nacional de História Cultural Escritas da História: Ver - Sentir - Narrar, 2012, Teresina. Anais 
do VI Simpósio Nacional de História Cultural Escritas da História: Ver - Sentir - Narrar. Uber-
lândia, 2012.
FOTOGRAFIA. In: DICIONÁRIO etimológico: etimologia e origem das palavras. [S. l.] Disponível 
em: https://www.dicionarioetimologico.com.br/etimologia/. Acesso em: 26 set. 2024.
FREUND, Gisele. Fotografia e sociedade. Lisboa: Editorial Vega, 2. ed., 1995.
KOSSOY, Boris. Hercule Florence: A descoberta isolada da fotografia no Brasil. São Paulo: 
EDUSP, 2007.
NATIONAL GEOGRAPHIC. Novo guia da fotografia. Editora National Geopraphic, 2011.
VALLENCOURT, Margaret. The history of photography. New York: Britannica Educational Pu-
blishing, 2016. E-book.
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Tópico 2 
O uso de 
dispositivos 
fotográficos: 
da câmera aos 
smartphones
objetivos:
1. Saber o princípio de funcionamento de todas as câmeras fotográficas
2. Compreender a exposição fotográfica
3. Compreender o controle do triângulo da exposição
4. Compreender a representação de movimento com o obturador
5. Compreender o controle da sensibilidade e 
do ruído nas imagens fotográficas
6. Conceituar a profundidade de campo e conhecer os tipos de lentes
7. Conhecer os principais arquivos fotográficos 
digitais e suas características
Unidades Temáticas do Tópico
2.1 Funcionamento das 
câmeras fotográficas
2.2 Triângulo da exposição e fotometria 
(subexposição e superexposição)
2.3 Lentes (objetivas) e 
profundidade de campo
2.4 Arquivos digitais: Raw vs Jpeg
Saudações, estudante!
Neste tópico iremos falar sobre os fundamentos da técnica fotográfica, popu-
larmente chamados de fotografia básica. Você aprenderá como as câmeras fun-
cionam e como podemos controlá-las para gerar a fotografia à nossa maneira, 
a influência das lentes e os tipos mais comuns de arquivos digitais fotográficos.
Aqui começa a sua jornada para a compreensão técnica da fotografia, vamos lá?
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TÓPICO 2 
O USO DE DISPOSITIVOS FOTOGRÁFICOS: DA CÂMERA AOS SMARTPHONES
2.1 Funcionamento das 
câmeras fotográficas
Existe um pequeno segredo em relação às câmeras fotográficas que faz com que 
seja possível aprender a controlar todas elas. Isso mesmo, quando acabarmos o Tó-
pico 2 deste curso, você não só saberá como controlar apenas uma câmera específica 
mas também todas as câmeras fotográficas, pelo menos em suas funções básicas. O 
segredo é que todas as câmeras funcionam da mesma maneira!
Embora as câmeras possam funcionar para diferentes processos fotográficos, 
como vimos no primeiro tópico deste curso, e possuir inúmeras tecnologias, ele-
trônicas ou digitais, o princípio de funcionamento de todas as câmeras é o mesmo. 
Desde as câmeras gigantes do século XIX, passando pelas do século XX, até o smar-
tphone, o princípio de funcionamento nunca mudou. Quando você entender esse 
princípio, poderá utilizar qualquer câmera, mesmo que não tenha lido o manual de 
instruções, porque as funções básicas sempre serão as mesmas. Então, vamos lá, 
que eu vou te contar tudo!
Imagine-se em um quarto completamente escuro. Esse quarto tem 4 paredes 
retas que formam um quadrado e está tão escuro que você não consegue ver nem 
mesmo a palma de sua mão. Se você fizer um pequeno buraco em uma das paredes, 
conseguirá deixar um pouco de luz entrar. Os raios de luz que entrarem por esse bu-
raco formarão uma imagem na parede oposta ao buraco, como se fosse uma proje-
ção de cinema, mas há uma diferença: a imagem na parede é espelhada e de cabeça 
para baixo, como mostra a figura a seguir.
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TÓPICO 2 
O USO DE DISPOSITIVOS FOTOGRÁFICOS: DA CÂMERA AOS SMARTPHONES
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Figura 12 - Câmera escura. Fonte: Wikipedia. Acesso em: 30 jul. 2024.
O mecanismo de funcionamento do quarto escuro foi descoberto muitos séculos 
antes da invenção da fotografia, mas continua a ser a base de todas as câmeras. No 
caso das câmeras tradicionais (incluindo os celulares), o buraco é representado pela 
lente. A luz passa pela lente e sensibiliza aquilo que irá reter a imagem para gerar 
uma fotografia, que pode ser um processo químico ou digital, como vimos no tópico 1. 
Para que se tenha o controle da quantidade de luz que irá formar a fotografia, utiliza-
mos a abertura da lente (que seria o tamanho do buraco na parede), o obturador (espécie 
de cortina que fica em frente o material sensível) e o nível de sensibilidade do sensor 
(químico ou digital). Pode parecer complicado, mas não precisa se preocupar que vou te 
explicar como tudo isso funciona e ainda indicarei atividades formativas para te ajudar.
Nesse momento, é preciso que você entenda, apenas, que todas as câmeras, 
independentemente de seu tamanho, funcionam da mesma maneira. Elas são basi-
camente uma pequena câmara escura que contém um aparato (película fotográfica 
ou sensor digital) para fixar uma imagem feita de luz quando você aperta o botão. É 
só isso! A câmara, que estava escura, se ilumina por um instante e cria uma imagem 
que chamamos de fotografia.
E o que acontece dentro da câmera quando você aperta o botão? Para entender 
melhor esse momento crucial da atividade fotográfica, você precisa conhecer as três 
partes da câmera que podemos controlar manualmente: a abertura da lente, o obtu-
rador e a sensibilidade (ISO).
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mera_escura
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26
• A abertura da lente é também chamada de abertura de diafragma ou abertura 
da íris. Normalmente, utilizamos apenas o termo abertura ou diafragma. Ex.: 
“Que abertura você está utilizando?” ou “Qual o diafragma para essa foto?”
• O obturador é responsável por controlar o tempo de exposição, ou seja, a 
duração de tempo em que a fotografia será feita, que normalmente é apenas 
uma fração de segundo. É precisamente o obturador que se movimenta quan-
do apertamos o botão de disparo da câmera.
• A sensibilidade do sensor digital ou da superfície química que fixará a foto-
grafia é chamada de ISO. Na verdade a sigla ISO tem seu próprio significado 
que pode ser consultado no glossário mas, acredite, as pessoas falam apenas 
ISO para se referir à sensibilidade. O uso mais comum numa frase seria: “Qual 
ISO você está utilizando?” ou “Cuidado com o ISO alto!”.
No momento em que é acionado o botão de disparo da câmera para realizar a 
fotografia, a lente se posiciona na abertura de diafragma que está selecionada, o ob-
turador abre para deixar a luz entrar e fecha na duração de tempo determinada, para 
impedir que mais luz entre; o sensor digital, que está no nível de ISO previamente 
escolhido, retém a imagem para formar a fotografia. Ainda bem que há pessoas que 
se dedicam a fazer com que essa engenharia de câmeras funcione perfeitamente 
para nós!
Acredite, eu já vi uma câmera que era um caminhão, uma que era uma caixa de 
fósforos, uma que era uma lata de achocolatado e outra que era uma melancia (para 
citar as mais exóticas). E todas funcionavam da mesma forma.
Então, quando você se deparar com qualquer câmera, as três coisas básicas que 
precisa saber são: o ISO, o Diafragma e o Obturador. As demais funcionalidades da 
sua câmera podem até facilitar a sua vida, mas saber manusear esses três elementos 
é o que fará com que você possa fotografar com qualquer câmera já inventada, pelo 
menos até este momento histórico (o futuro nunca se sabe).
A seguir, vamos aprender como controlar essas três partes da câmera para criar 
imagens fotográficas. E, sim, uma vez que você tenha aprendido esse controle, pode-
rá utilizar tal conhecimento em todas as câmeras. 
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2.2 Triângulo da exposição 
e fotometria
Para facilitar a compreensão, primeiro vamos falar sobre o que cada um dos ter-
mos deste subtópico significa. 
• Exposição: é o momento em que você aperta o botão da câmera e deixa a luz 
entrar para fazer a fotografia. Chama-se exposição porque o material sensível 
à luz é exposto para gerar a fotografia no momento em que o botão é acionado.
• Triângulo: no caso da fotografia, o triângulo se refere ao controle das três par-
tes da câmera, das quais falamos anteriormente (ISO, Diafragma e Obturador). 
• Fotometria: é o termo utilizado para designar o ato de medirmos a intensi-
dade da luz. Quando fazemos a fotometria de uma cena que pretendemos 
fotografar, sabemos como manipular o triângulo (ISO, Diafragma e Obturador) 
para ter uma exposição correta.
O primeiro objetivo de quem fotografa é fazer uma exposição adequada da cena 
fotografada. Uma exposição adequada basicamente significa que você vê o que você 
fotografou da maneira como você imaginou que veria. Quando a exposição não está 
correta, provavelmente ela está mais escura ou mais clara do que deveria estar. Em 
fotografia nós temos dois termos técnicos para essas situações:
Subexposição = quando está mais escura do que deveria.
Superexposição = quando está mais clara do que deveria.
Compreender a exposição é importante porque quando a fotografia fica muito 
escura, elementos que apareceriam normalmente ficarão com a cor preta (mesmo 
que sejam de outra cor), e quando a fotografia fica muito clara, alguns elementos 
podem ficar com a cor branca (mesmo que sejam de outra cor). Você, provavelmente, 
já deve ter tirado uma foto em que um céu azul ficou branco, isso acontece por causa 
da superexposição que também é popularmente conhecida como “estourar”.
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Saiba Mais
Alcance Dinâmico
Para se aprofundar na questão de qual exposição é melhor para cada 
situação, é preciso estudar algo chamado de Alcance Dinâmico, mas isso não é 
necessário nesse momento. De fato, provavelmente iria te atrapalhar, uma vez 
que este tópico já contém muitas informações técnicas a serem trabalhadas 
e assimiladas. Quando você terminar esse curso e estiver com apetite para se 
aprofundar em questões técnicas, sugiro estudar o que é o Alcance Dinâmico 
em fotografia, os tipos de fotômetros que existem e como utilizá-los.
Figura 13 - Fotografia subexposta com perda de detalhes nas áreas escuras. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
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Figura 14 - Fotografia superexposta com perda de detalhes nas áreas claras. Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
Figura 15 - Fotografia com exposição balanceada para preservar detalhes nas áreas claras e nas áreas escuras. 
Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
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Nesse momento você pode estar se perguntando: “Se no meu celular eu posso 
apenas apertar um botão e ver a fotografia corretamente na maioria das vezes, por 
que eu teria que me importar com outras três coisas antes de fotografar?”
Vejamos! Quando você apenas aperta o botão no seu celular ou em qualquer 
câmera que esteja no modo automático, a câmera escolhe para você os elementos 
do triângulo. Muitas vezes isso é o bastante, mas quando você precisa buscar deter-
minadas características em fotos, a câmera não irá saber o que você quer, ou seja: 
não saberá se você quer a foto mais clara, mais escura, com maior ou menor profun-
didade de campo ou com diferentes representações de movimento.
Talvez você já tenha passado por alguma situação em que a câmera não tirou 
a foto como você queria, provavelmente porque as condições de luz eram mais de-
safiadoras. Ou, talvez, você tenha visto uma foto que gostou muito e pensou “como 
será que a pessoa conseguiu esse ou aquele efeito na fotografia?”.
Controlar o triângulo da exposição possibilita muitas opções criativas para a 
construção da sua fotografia. Quando você aprender o que cada parte da câmera faz 
e como controlar cada efeito, você saberá o que fazer sempre que buscar um efeito 
diferenciado nas fotos. E mais, quando estiver em um nível mais avançado, você con-
seguirá criar as condições de iluminação para que a foto fique como você imaginou. 
Interessante, não? Ou seja, com a câmera no automático, ela decide a foto para você, 
mas se souber fotografar no modo manual, você dirá para a câmera o que fazer. 
Para te ajudar na sua jornada de aprendizagem da técnica fotográfica, vou expli-
car o que cada uma das partes do triângulo controla na fotografia e depois te direi 
como controlar cada uma delas. 
Tudo pronto? Então, vamos lá!
Saiba Mais
Balanço de Branco
O controle do balanço de branco influencia na representação das cores na 
imagem fotográfica. Embora seja algo importante, teríamos que estender muito 
este material para abordá-lo. Aqui, indico um vídeo para que você compreenda 
o suficiente para não necessitar utilizá-lo no automático nunca mais e ter as 
cores bem representadas na imagem.
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=uLeoPVWk50U
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controle do iSo
O controle do ISO permite determinar o nível de sensibilidade à luz. Se você 
se encontra numa situação com muita luz disponível, como por exemplo uma praia 
ensolarada às 10 horas da manhã, você provavelmente precisará que o nívelde sen-
sibilidade à luz seja mais baixo, justamente porque há muita luz disponível. Mas se 
você precisa fotografar algo como um espetáculo de teatro à noite, provavelmente 
precisará de um nível de sensibilidade mais alto porque há menos luz disponível. 
O controle de ISO (sensibilidade) interfere diretamente na fotografia final porque 
também controla a presença de ruídos. As duas imagens da figura 18 demonstram a 
diferença entre a mesma imagem com mais ou menos ruídos. Não é necessário ex-
plicar aqui como o ruído aparece do ponto de vista eletrônico, mas vou te explicar a 
ideia por trás do seu controle.
 
Figura 16 - Valor de ISO mais alto. Autoria: Renato Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal. 
 
Figura 17 - Valor de ISO mais baixo. Autoria: Renato Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal.
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Figura 18 - Detalhe ampliado. Forte presença de ruídos nas sombras da caneca branca no lado esquerdo. Autoria: Renato 
Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal.
A palavra ruído é, normalmente, relacionada ao som. Se você estiver escutando 
uma música profissionalmente gravada em uma caixa de som normal, provavelmente 
estará tudo certo. Se você aumentar o volume ao máximo, provavelmente escutará 
alguns sons que não ouvia antes e alguns desses sons não pertencem à música, ou 
seja, pode ser um chiado das caixas, ao que também chamamos de ruído.
O ruído na fotografia, portanto, não é algo que você tenha fotografado, mas ele 
pode aparecer na imagem devido, principalmente, à alta sensibilidade do sensor 
(ISO alto). Ou seja, são elementos que, em princípio, não deveriam aparecer na fo-
tografia porque só estão ali por uma questão técnica do processo fotográfico, um 
“ruído de comunicação”, digamos assim. Alguns fotógrafos gostam desse efeito, no 
entanto, e se utilizam do ruído como elemento artístico.
controle do obturador
O obturador controla o tempo de exposição do suporte fotográfico à luz. Por 
controlar o tempo, o obturador é responsável pela representação do movimento 
na fotografia. Funciona assim: se você quiser fotografar uma acrobacia de circo, no 
momento em que a pessoa voa de um trapézio para outro, e deseja que essa pessoa 
apareça parada no ar como se estivesse voando, precisará de uma velocidade muito 
alta de obturador (bem mais rápida do que um segundo). Mas se você quiser que ob-
jetos se movam e criem formas na fotografia, enquanto a exposição está sendo feita, 
precisará de uma velocidade de obturador mais lenta.
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É importante dizer que, por se tratar do controle do tempo, quanto mais tempo 
demorar a exposição, mais luz atingirá o sensor e vice-versa. A figura 19 apresenta uma 
fotografia com 15 segundos de exposição com a técnica conhecida como Light Painting. 
Com o obturador aberto foi possível fazer um desenho utilizando a luz do celular.
Figura 19 - Técnica Light Painting. Autoria: Renato Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal.
Figura 20 - Velocidade alta do obturador paralisa um fragmento de segundo. Fonte: Unsplash. Acesso: 30 jul. 2024.
controle de abertura do diafragma (ou íris)
A abertura de diafragma controla a profundidade de campo. Nós vamos falar mais 
sobre profundidade de campo quando falarmos sobre lentes. Por hora, lembre-se das 
fotografias com fundo desfocado. Controlar a abertura do diafragma é uma das manei-
ras de controlar se o fundo estará focado ou desfocado. Se toda minha imagem está em 
foco, dizemos que temos uma grande profundidade de campo, mas se apenas uma parte 
da imagem está em foco, dizemos que a imagem tem pouca profundidade de campo.
https://unsplash.com
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A abertura, nesse caso, é literalmente a abertura da lente, que tem o funciona-
mento muito parecido com o olho humano. Se ele está mais aberto, deixará entrar 
mais luz e se está mais fechado, deixará entrar menos luz.
Figura 21 - Pouca profundidade de campo é notada com a caneca ao fundo desfocada. 
Autoria: Renato Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal. 
 
Figura 22 - Com maior profundidade de campo, a caneca ao fundo fica nítida. 
Autoria: Renato Naves Prado (2024). Fonte: Acervo pessoal.
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controle do Triângulo da Exposição
No triângulo da exposição, há três maneiras de clarear ou escurecer a imagem por-
que tanto o ISO, quanto o Obturador e o Diafragma podem fazer isso, mas cada um deles 
causa um efeito diferente na fotografia. O ISO controla o ruído, o Obturador o movimen-
to e o Diafragma a profundidade de campo. O fato de serem um triângulo implica que 
toda vez que você mexer em uma das três partes, irá interferir nas outras duas.
Pense assim: o ISO determina a quantidade de luz que você precisa para realizar 
a fotografia, o Obturador controla o tempo em que o sensor ficará exposto à luz e o 
Diafragma controla a quantidade de luz que passa pela lente.
Figura 23 - Triângulo da exposição. Fonte: Instaarts.com. Acesso em: 30 jul. 2024.
Você deve ter notado que na imagem do triângulo da exposição há números, 
certo? Daqui a pouco falaremos disso. Antes, mencionarei mais uma pergunta per-
tinente que você poderia fazer: “Professor, mas como eu vou saber a quantidade 
de luz que preciso para fotografar?” Para isso existe um instrumento que se chama 
fotômetro. Basicamente, ele é utilizado para determinar uma exposição a partir da 
leitura de luz de uma cena. Todas as câmeras que podem ser utilizadas no automáti-
co têm um fotômetro interno que, ao ser acionado, determina a exposição. 
https://instaarts.com/fotografia/o-que-e-diafragma-obturador-e-iso-na-fotografia/
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A questão é que o fotômetro é uma ferramenta como um termômetro. Quan-
do você usa um termômetro numa pessoa, por exemplo, ele mostra a temperatura 
corporal daquela pessoa, mas não diz o que é uma febre, ou qual a causa da febre 
ou, muito menos, que tipo de remédio deve ser utilizado. Ao aprender a utilizar um 
fotômetro você também poderá dizer à câmera o que fazer, ao invés de deixá-la no 
automático, porque nem sempre a câmera “saberá” o que você quer.
Saiba Mais
Quer saber mais sobre fotômetros?
No material a seguir você poderá conhecer tipos de fotômetros e as maneiras 
de se medir a luz com essa ferramenta.
SAIBA MAIS
O fotômetro faz a leitura da luz do ambiente e mostra, em números de ISO, Obtu-
rador e Diafragma, a configuração que você precisa utilizar para realizar sua fotogra-
fia e uma exposição balanceada (nem muito clara e nem muito escura). Mas se você 
souber usar o triângulo da exposição, terá muitas opções criativas para realizar sua 
fotografia ao controlar o nível de ruído, a representação de movimento e a profun-
didade de campo. “Professor, mas que números são esses que você mencionou? Eu 
achei que na fotografia não tinha matemática.” A verdade é que tem sim, mas é uma 
matemática simples. 
É importante que você saiba que ISO, Obturador e Diafragma são representados 
em números de suas tabelas. Se você pensar bem, faz muito sentido, afinal de con-
tas, como seria possível determinar o tempo de exposição de uma fotografia se não 
houvesse um número para te dizer esse tempo? Pois bem, o mesmo acontece com 
ISO e Diafragma. As tabelas são como na imagem 23 (triângulo da exposição). Agora 
eu vou separar visualmente o que representa cada número nas tabelas para facilitar 
a compreensão.
• Na tabela ISO, o número mais baixo representa a menor sensibilidade à luz. O 
número mais alto representa maior sensibilidade à luz: ISO 100 é considerado 
baixo, ISO 3200 é considerado alto.
https://youtu.be/NgnYavYbcBU
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• Na tabela de obturador, o número 1 representa 1 segundo de exposição. Todos 
os demais números representam frações de segundo, ou seja, são mais rápi-
dos do que um segundo.
Ex.: O número 1/250 da tabela de obturador indica que o obturador irá abrir e 
fechar a uma velocidade 250 vezes mais rápida do que um segundo. A maioria das 
fotos são realizadas em frações de segundo, mas há exceções.
• Na tabela de diafragma, o menor número representa a maior abertura. Pense no 
diafragma como o seu olho. Quando há pouca luz disponível, ele precisa se abrir para 
deixar mais luz entrar e você enxergar. Quando há muita luz disponível, ele se fecha, 
pois o excesso de luz causa desconforto e impede a visão. Também é importante sa-
ber que o menor número representa menor profundidade de campo e vice-versa. 
Ex.: O número f2.8 representa uma abertura maior do que f8 e, portanto, f2.8 tem 
menor profundidade de campo que f8.
Eu sei que, à primeira vista, isso pode ser bastante complicado. Por esse motivo, 
indicarei um aplicativo que permite fazer exercícios com ISO, Obturador e Diafragma 
eletronicamente, e simular diversos efeitos do controle do triângulo da exposição. 
Trata-se do CameraSim.
Para que você possa aprofundar um pouco mais, também disponibilizarei atividades 
para serem realizadas com a sua câmera, mesmo que seja um celular. Se seu aparelho não 
permite que você controle a câmera manualmente, há vários aplicativos que conseguem 
dar essa liberdade, basta procurar um que seja adequado à sua plataforma de celular. 
Segue uma pequena lista de perguntas para você observar na sua prática fotográfica. 
Ou seja, toda vez que você fizer uma fotografia ou estiver analisando uma fotografia, po-
derá responder a essas perguntas para entender o que está acontecendo tecnicamente:
• Há presença de ruídos na foto?
• Como está a representação de movimento na foto?
• Há muita ou pouca profundidade de campo foto?
• A foto está subexposta, superexposta ou está como eu gostaria que estivesse?
Fazer essas perguntas é importante porque o primeiro passo para uma boa foto-
grafia é reconhecer tais características. Uma vez que você queira mudar alguma das 
características acima, você utilizará os controles do triângulo da exposição.
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2.3 Lentes Objetivas e 
Profundidade de Campo
Compreender a função que as lentes desempenham na fotografia é crucial por 
vários motivos. Elas interferem na representação imagética em termos de profundi-
dade de campo e de ângulo de visão; podem gerar distorções na imagem; podem ser 
mais claras ou escuras; e podem durar para sempre. A verdade é que as lentes não 
têm data de validade, ou seja, se você cuidar bem delas, podem durar por tempo 
indeterminado. Há lentes do século XIX que ainda estão em uso.
Primeiramente, vamos entender como uma lente ganha seu nome, ou pelo me-
nos a parte que não depende da marca da lente. O mais comum é que a lente tenha 
seu nome expresso através de sua distância focal em milímetros (mm) e sua maior 
capacidade de abertura do diafragma. Exemplo de nome de lente: 50mm f 1.8.
Figura 24 - Lente de 50mm e abertura f 1.8. Fonte: Unsplash. Acesso em: 30 jul. 2024.
https://unsplash.com/
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A distância em milímetros indica a distância entre imagem em foco e o sensor 
digital que a lente consegue gerar. No exemplo, quando você foca a imagem dentro 
da lente, a imagem estará a 50mm do sensor. Isso interfere diretamente no seu cam-
po de visão e na profundidade de campo.
O número 1.8 indica a maior abertura de diafragma possível na lente, ou seja, o 
ponto em que a lente deixa entrar mais luz, neste caso, a abertura f1.8. Quando uma 
lente tem a abertura maior do que f2.8, nós a chamamos popularmente de lente cla-
ra, porque permite a entrada de muita luz. Elas também costumam ser mais caras, já 
que exigem maior trabalho óptico para sua fabricação. 
Para compreender melhor como as características acima influenciam na fotogra-
fia, precisamos falar sobre as categorias de lentes que utilizamos.
As lentes são divididas em três grandes grupos, segundo suas características 
básicas: grandes angulares, normais e teleobjetivas. Cada uma dessas três categorias 
faz um tipo de representação fotográfica diferente. Mas também há outro fato a se 
considerar antes de prosseguirmos.
Você se lembra que falamos de câmeras de Grande, Médio e Pequeno Formato? 
Pois bem, se você estiver com a memória boa (se não estiver, consulte o Tópico 1), vai 
se lembrar que existem diferentes tamanhos de sensores digitais e de películas foto-
gráficas (filmes). Mesmo com toda essa diversidade, os nomes das lentes não mudam 
porque é uma questão física. O resultado disso é que uma lente de 50mm terá uma 
determinada característica nas câmeras de Médio Formato e uma característica dife-
rente em câmeras de Pequeno Formato, mas como nós, fotógrafos, sempre queremos 
facilitar nossas vidas, há um padrão definido para nos ajudar.
Todas as fabricantes de lentes utilizam um padrão para informar sobre as carac-
terísticas das lentes. Há muitas décadas esse padrão é o sensor digital chamado de 
full frame, que é exatamente o tamanho do filme de 35mm. Então tudo que eu disser 
daqui pra frente sobre lentes será relativo ao sensor full frame. 
Como já mencionei antes, existem três grandes grupos de lentes. Elas são dividi-
das por suas características ópticas e estarão aqui representadas por suas distâncias 
focais no padrão full frame.
• Grandes angulares: recebem este nome porque têm maior ângulo de visão.
⭘ Distâncias focais das lentes grandes angulares: 35mm ou menos.
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⭘ Comportamento em profundidade de campo: quanto menor a distância fo-
cal, mais profundidade de campo tem a lente.
⭘ Efeitos na imagem: quando o ângulo de visão é muito grande, como em len-
tes de 8mm, por exemplo, há distorções das linhas de perspectiva. As lentes 
do estilo fish eye (olho de peixe) representam bem esse efeito.
• Teleobjetivas: são as lentes com maior distância focal e menor campo de vi-
são. Servem para isolar objetos distantes.
⭘ Distâncias focais das lentes teleobjetivas: acima de 60mm.
⭘ Comportamento em profundidade de campo: quanto maior a distância focal, 
menor a profundidade de campo.
⭘ Efeitos na imagem: as teleobjetivas são bastante utilizadas para esportes, 
fotografia de pássaros na natureza e observação espacial.
• Normais: são lentes mais versáteis, equilibradas entre os outros dois tipos. 
Não apresentam grande distorção e podem ter grande ou pequena profundi-
dade de campo.
⭘ Distâncias focais das lentes normais: entre 40mm e 60mm.
⭘ Comportamento em profundidade de campo: lentes versáteis que permitem 
amplo controle via diafragma e posicionamento.
Figura 25 - Indicação de imagem para ser refeita. Fonte: Fotografia-dg. Acesso em: 30 jul. 2024.
Neste momento, é interessante mencionar as lentes do tipo zoom. Muitas vezes 
o zoom é confundido com as lentes teleobjetivas porque, ao utilizar o zoom, pode-
mos aproximar o enquadramento desejado. Na verdade, o termo zoom indica que 
uma lente tem mais de uma distância focal, ou melhor dizendo, que sua distância 
pode variar. Por exemplo:
• Lente fixa: 50mm f 1.8 (possui apenas a distância focal de 50mm)
• Lente Zoom: 17-40mm f 4 (possui todas as distâncias focais entre 17mm e 40 mm)
https://www.fotografia-dg.com/o-que-e-distancia-focal/
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Figura 26 -Exemplo de lente Zoom de 17-40mm. Fonte: Wikipedia. Acesso em: 30 jul. 2024.
Se tivermos uma lente com distância focal de 50-200mm significa que, quando 
você a utilizar na distância entre 50 e 60mm, ela se comportará comouma lente do 
tipo normal. Quando você a utilizar acima dos 60mm, será uma lente do tipo teleo-
bjetiva. Você notará que quanto maior for a distância focal, mais as características 
mencionadas se intensificam.
Existem, no entanto, lentes zoom que não são teleobjetivas. Um exemplo de 
lente zoom muito comum é a 10-24mm f2.8 que, apesar de ser zoom, está completa-
mente dentro do espectro de lentes do tipo grande angular.
Se você está começando na fotografia, é interessante experimentar os diferen-
tes tipos de lentes para entender, na prática, as características das lentes e as suas 
próprias preferências. Entretanto, para que você compreenda melhor a questão da 
profundidade de campo, eu ainda preciso compartilhar mais algumas informações.
profundidade de campo
Nós acabamos de ver que cada tipo de lente, assim como a abertura de dia-
fragma, interfere na profundidade de campo. Além desses dois fatores, há ainda um 
terceiro que influencia na profundidade: a distância que você está do ponto de foco 
no enquadramento. Vamos ver, agora, como esses três fatores funcionam juntos, ex-
plicando um de cada vez.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Objetiva_grande-angular#/media/Ficheiro:Canon_17-40_f4_L_lens.jpg
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A abertura do diafragma funciona a partir de sua tabela:
f – 1 – 1.4 – 2 – 2.8 – 4 – 5.6 – 8 – 11 – 16 – 22 – 32 (...)
De acordo com a tabela, o número 1 representa a menor profundidade de campo 
e o número 32 a maior profundidade. A mudança na profundidade é gradativa em 
cada ponto da tabela, ou seja, aumenta a cada ponto utilizado.
A profundidade de campo sofrerá variação, a depender do grupo de lentes que 
utilizamos. Isso significa que o f8 numa lente grande angular te dará mais profundi-
dade de campo que o mesmo f8 em uma lente teleobjetiva. É uma questão de com-
portamento óptico das lentes, a que precisamos nos adaptar.
O terceiro fator, que é a distância para o objeto fotografado, tem influência em 
todas as lentes. Imagine que está utilizando uma lente de 50mm com diafragma em 
f4. Agora, imagine que está fotografando um objeto que esteja a 2 metros de distân-
cia de você. Nesse caso, você obterá certa profundidade de campo. Se, no entanto, 
essa distância do foco inicial se alterar, mesmo que não se altere a lente e nem o 
diafragma, haverá alteração na profundidade de campo.
Se seguirmos com o mesmo exemplo, uma lente de 50mm em f4, e o objeto de foco 
inicial estiver a apenas 1 metro da câmera (mais próximo), a profundidade de campo 
será menor. Se o objeto de foco inicial estiver a 10 metros da câmera (mais distante), ha-
verá maior profundidade de campo. E isso sem variar a lente ou a abertura de diafragma.
Ou seja, os três fatores que influenciam a profundidade de campo são a abertura 
do diafragma, o tipo de lente e a distância entre a câmera e o ponto inicial de foco 
no enquadramento. Como foco inicial, indico o objeto no qual você focou a sua lente, 
pois é a partir dele que se inicia a profundidade de campo.
Se quiser alterar a profundidade de campo, você pode, portanto, mudar o dia-
fragma, mudar a lente (distância focal) ou se mexer e mudar a sua distância do que 
está fotografando.
O primeiro contato com essas informações pode ser um pouco confuso, por isso, 
minha sugestão é que você realize as atividades formativas antes de iniciar as ava-
liativas, ok? 
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2.4 Arquivos RAW vs Jpeg
Compreender os tipos de arquivos digitais que as câmeras geram quando fo-
tografamos é essencial para que saibamos o que pode ser feito com cada arquivo. 
Alguns arquivos são melhores para serem editados, outros são mais apropriados 
para impressão e outros para serem visualizados na internet. É importante que você 
saiba que esse conhecimento específico é um pouco extenso e pode mudar sempre 
que inventarem uma nova tecnologia. Isso significa que você precisará acompanhar 
as mudanças que possam surgir no futuro.
A intenção neste subtópico é mostrar a base desse conhecimento, para que você nun-
ca fique “perdido” quando falamos de arquivos digitais relativos à fotografia. Vamos lá?
Se você tem o costume de visualizar arquivos em computadores, já deve ter 
percebido que ao final do nome de cada arquivo digital aparece, normalmente, uma 
sigla que determina que tipo de arquivo é aquele. Por exemplo, um dos arquivos de 
leitura mais popular é o formato PDF, que normalmente aparece assim: nomedoar-
quivo.pdf. Um dos formatos mais populares de imagens e certamente o mais popular 
em fotografias digitais é o Jpeg (ou JPG). Quando você os visualiza no computador 
(digo computador, pois os celulares às vezes omitem essa informação), eles apare-
cem assim: nomedafoto.jpeg ou nomedafoto.jpg. 
Esse formato é o mais popular porque normalmente ele indica um arquivo que 
está finalizado, pronto para uso, ou seja, que não necessita sofrer edição ou altera-
ção. Por supostamente não necessitar mais ser alterado, os dispositivos digitais fa-
zem uma ação chamada compressão do arquivo. Ao fazer isso os arquivos ficam me-
nos pesados em termos digitais, pois trazem menos informações. Assim o Jpeg é um 
formato interessante para ser utilizado em sites, redes sociais e compartilhamentos, 
pois é um arquivo mais leve, fácil de ser transferido, visualizado, impresso e etc.
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O USO DE DISPOSITIVOS FOTOGRÁFICOS: DA CÂMERA AOS SMARTPHONES
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As câmeras profissionais, semiprofissionais e alguns celulares permitem que você 
fotografe em outro arquivo digital que chamamos de RAW. A palavra Raw em inglês 
significa cru. Os arquivos RAW são um formato que contém muito mais informações di-
gitais do que os Jpeg e por isso são arquivos de imagem mais pesados, de difícil envio, 
que apenas alguns softwares específicos conseguem ler. Aí vem a sua pergunta, sem-
pre pertinente “e por que precisamos desses arquivos mais pesados e complicados”?
Os arquivos RAW foram desenvolvidos para que você tenha mais opções para editar 
fotos nos programas específicos para isso. Devido à quantidade de informações que eles 
carregam, você tem maiores condições de, por exemplo, recuperar uma parte da foto 
que estava subexposta ou superexposta. Eles também carregam outras informações, 
que chamamos de metadados, e que podem incluir: informações de ISO, Obturador e 
Diafragma utilizados, localização de gps ao tirar a foto, distância focal da lente utilizada, 
capacidade de alteração do balanço de branco e preset das fotos, dentre outras.
Algo que complica um pouco o universo dos arquivos RAW é que cada marca de 
câmera pode ter seu próprio RAW, que seria uma espécie de receita para suas cores e 
outros aspectos de funcionamento de seus sensores digitais. Existe, no entanto, um 
formato de arquivo RAW que é de domínio público e é utilizado por algumas empre-
sas em suas câmeras, como a Leica e a Sigma. Abaixo seguem alguns exemplos de 
arquivos RAW de marcas famosas:
Genérico (Leica, Sigma e outras) = .dng
Canon = .cr2
Fujifilm = .raf
Sony = .arw
Nikon = .nef
Em termos de preservação de longo prazo, os arquivos .DNG estão em vantagem, 
porque todos os outros arquivos RAW podem ser convertidos para DNG e, por se tra-
tar de um arquivo que pode ser utilizado sem a necessidade de se pagar por patente, 
praticamente todos os softwares disponíveis para edição de arquivos RAW podem 
editá-los. Em resumo, os arquivos RAW são mais complexos, mais pesados e de uso 
mais restrito que os Jpeg. O que justifica o uso de arquivos RAW são as possibilidades 
de edição que, de fato, são muito maiores. Eles são como os negativos eram para o 
processo químico: uma espécie de matriz fotográfica que ajuda a proteger a autoria 
da imagem e dá muitas opções para a criação de cópias.
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Existem mais detalhese mais formatos de arquivos digitais fotográficos, embora 
esses dois sejam a base dos arquivos mais populares. O principal motivo pelo qual 
você, após este curso, se beneficiará por conhecer um pouco mais sobre arquivos 
digitais e suas possibilidades é que, para quem escolhe o caminho do ofício fotográ-
fico, seja para uma profissão ou apenas para fins pessoais, é preciso começar desde 
já a tratar seu acervo fotográfico com o carinho que ele merece.
Veja bem, a maior parte das fotografias ganha importância com o tempo porque 
elas representam, cada dia mais, um momento distante no passado e podem tanto 
ser relembradas por quem viveu aquele tempo quanto imaginadas por quem não o 
viveu. Para que você tenha décadas de acervo fotográfico, é necessário começar o 
trabalho de preservação agora, e isso significa compreender aspectos técnicos da 
preservação de arquivos digitais em geral e de arquivos fotográficos digitais em par-
ticular. Nas palavras de Susan Sontag (2004, p. 41), “fotografar é atribuir importância”, 
e se é importante, você vai querer cuidar com carinho.
No dia a dia do ofício fotográfico esse conhecimento é importante porque você 
precisará entregar as fotografias para alguma finalidade: publicação em sites ou re-
des digitais ou impressão de cópias, fotolivros, álbuns, outdoors, etc. A maioria dos 
trabalhos fotográficos começa sendo realizados em RAW e depois são finalizados em 
variações de Jpeg.
Existe uma característica dos arquivos de imagens digitais que se chama Densi-
dade por Pixel e é encontrada nos programas de edição pela sigla DPI. Isso significa 
que, mesmo se tratando de arquivos Jpeg, eles podem ter diferentes DPI. Quanto 
mais DPI tem um arquivo, mais informações ele carrega. 
O problema de carregar informações desnecessárias é que, por exemplo, quando 
você vai visualizar uma imagem na internet, se o arquivo for muito grande, este de-
morará a ser aberto, principalmente se sua conexão de internet não for rápida. Isso, 
para qualquer empresa ou pessoa que tenha um site e para as grandes corporações 
que comandam as redes sociais, é terrível porque toda vez que a imagem não car-
rega é uma brecha para que as pessoas fiquem insatisfeitas e saiam do site ou rede.
A Tabela 1, a seguir, refere-se a arquivos Jpeg (ou JPG), e apresenta uma orienta-
ção inicial da quantidade de DPI para cada tipo de utilização do arquivo. 
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Arquivos Jpeg
Uso final Quantidade de DPI
Internet (sites e redes sociais) 72 dpi
Impressão em livros, álbuns, jornais e etc. 150 dpi
Impressão de altíssima resolução (fine art) 240 ou 300 dpi
Tabela 1 - Padrões de DPI para finalização de arquivos Jpeg. Fonte: Elaboração própria (2024).
Há muito mais para aprender sobre o conteúdo deste tópico e, provavelmente, 
sobre todos os tópicos deste curso; mas, acredite, tudo o que você precisa para co-
meçar a trabalhar com fotografia é o que foi até aqui apresentado. O restante, você 
aprenderá quando for necessário, ou seja, quando os questionamentos surgirem, 
naturalmente, e precisarem de soluções. 
Recapitulando
Neste tópico abordamos os fundamentos técnicos mais básicos do controle de 
câmeras fotográficas que influenciam em aspectos importantes na fotografia que 
podemos produzir. 
Caso você tenha julgado o conteúdo muito técnico e de difícil compreensão, não 
se apavore. Embora seja importante dominar essas técnicas, isso acontecerá natural-
mente através da repetição em sua prática, uma vez que surgirão dúvidas, as quais 
serão sanadas a partir de consulta aos materiais de apoio e de experimentação com 
o equipamento.
Nos próximos tópicos serão abordados aspectos mais lúdicos e profissionalizan-
tes da prática fotográfica, como composição, iluminação e construção de ensaios. É 
importante lembrar que a divisão do conteúdo em tópicos se dá por questões didá-
ticas e que, quando partimos para o campo prático, utilizamos todos esses conheci-
mentos ao mesmo tempo. 
Prepare-se, porque os próximos conteúdos são bem interessantes!
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Referências
ADAMS, Ansel. A câmera. São Paulo: Senac, 2006.
ADAMS, Ansel. O negativo. São Paulo: Senac, 2004.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
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FOTOGRAFIA
Técnicas de 
Composição e 
Iluminação
Tópico 3 
Unidades Temáticas do Tópico
3.1 O que é composição fotográfica
3.2 Linhas e formas guia
3.3 Contrastes de luz e cores
3.4 Regra dos terços
3.5 Tipos/fontes de luz
3.6 Qualidade da luz: luz dura e difusa
3.7 Direção da luz e seus efeitos
objetivos:
1. Definir o que é composição fotográfica
2. Reconhecer elementos da composição fotográfica
3. Aplicar técnicas de composição fotográfica
4. Compreender a qualidade da luz e seus efeitos na fotografia
Saudações, estudante!
Após aprender sobre a história da fotografia, linguagem visual e sobre o funcio-
namento e uso de dispositivos fotográficos, conheceremos agora as principais 
técnicas de composição e iluminação. Neste tópico, avançaremos um pouco mais 
na compreensão do que é a composição fotográfica. Afinal, o que significa exata-
mente essa expressão tão importante para a fotografia? Veremos ainda algumas 
das principais técnicas de composição, além de aprofundarmos na compreensão 
que a luz desempenha nessa questão.
Vamos lá!?
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
3.1 O que é composição fotográfica
No nosso cotidiano é comum ouvirmos as pessoas associarem o ato de foto-
grafar com o de registrar. Por exemplo, quando uma pessoa pede para alguém foto-
grafá-la e diz: “Amigo, você pode fazer um registro nosso, por favor!?” ou “Luma fez 
um registro do pôr do sol ontem”. Apesar de a expressão registro não estar errada, 
uma vez que quando fotografamos estamos, de fato, realizando um registro daquilo 
que estamos vendo, trata-se de um termo impreciso, especialmente quando nos re-
ferimos à fotografia profissional. 
Enquanto o fotógrafo amador muitas vezes apenas direciona a câmera para 
aquilo que deseja fotografar e aperta o obturador sem muita reflexão, o fotógrafo 
profissional tende a pensar nas inúmeras variáveis que influenciarão na confecção 
da foto. Antes de apertar o botão ele se questiona: A textura e as cores do plano de 
fundo dialogam com o meu primeiro plano? Existem na cena linhas ou formas que 
ajudam a construir uma harmonia no quadro fotográfico? A luz que tenho à dispo-
sição está boa ou ficará melhor se eu reposicionar meu modelo? Que ajustes de 
diafragma, velocidade de obturação, e outros, posso fazer no meu equipamento para 
conseguir um efeito específico?
Obturador
É um mecanismo presente no corpo da câmera que funciona como uma espécie de cortina que 
abre e fecha no momento que se faz o clique no botão de “disparo” para que o material sensível 
a luz (fotossensível) seja exposto, formando assim a imagem (Adams, 2002).
Perguntar-se e encontrar as respostas para todas essas variáveis é algo que 
se torna natural à medida que os fotógrafos vão adquirindo experiência e desen-
volvendo sua linguagem na fotografia. É um processo de aprendizado que requer 
estudo e, sobretudo, muita prática. Nesse caminho, há uma série de conhecimen-
tos e ferramentas que precisam ser considerados. Iremos ver alguns deles adiante. 
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TÓPICO 3 
TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO E ILUMINAÇÃO
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Por enquanto, o importante é entender que a composição fotográfica é um conceito 
fundamental para diferenciar a fotografia amadora da fotografia profissional. À me-
dida que estudamos fotografia, deixamos de ser amadores, passamos a entender 
que compor uma foto é criar um quadro (ou um retângulo) fotográfico a partir de 
elementos encontrados ao nosso redor: linhas, formas, texturas e cores de objetos, 
construções, ruas, paredes, pessoas, etc., iluminados de alguma

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