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* DISCIPLINA: ENFERMAGEM AO ADULTO E IDOSO III 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM * PROFª. MARIA DO SOCORRO BANDEIRA DE JESUS Assistência de enfermagem na hanseníase * ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Causada pelo M. leprae, um parasita intracelular obrigatório que tem afinidade pelas células cutâneas e pelos nervos periféricos. Alta infectividade e baixa patogenicidade. O homem é a única fonte de infecção. A transmissão se dá pelas VAS. Período de incubação varia entre 2 a 7 anos. * ASPECTOS CLÍNICOS Manchas com alteração de sensibilidade. Placas, infiltração, nódulos, madarose. Dor e espessamento de nervos periféricos. Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por tais nervos. Perda de força nos músculos inervados por tais nervos. * DEFINIÇÃO DE CASO DE HANSENÍASE LESÃO DE PELE COM ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE. ACOMETIMENTO DE NERVO(S) COM ESPESSAMENTO NEURAL. BACILOSCOPIA. HISTOPATOLOGIA. MITSUDA* Anti PGL 1* * CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO CLÍNICA * CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO Nº DE LESÕES PAUCIBACILAR: até cinco lesões cutâneas. - forma indeterminada, forma tuberculoide e dimorfas. MULTIBACILAR: mais de cinco lesões cutâneas. - forma dimorfa e forma virchowiana. * TRONCOS NERVOSOS ACOMETIDOS * FORMA CLÍNICA INDETERMINADA * FORMA CLÍNICA TUBERCULÓIDE * FORMA CLÍNICA DIMORFA * FORMA CLÍNICA VIRCHOWIANA * FORMA CLÍNICA VIRCHOWIANA LAGOFTALMIA PARALISIA DO VII PAR FACIAL * Hanseníase Virchowiana amiotrofia dos interósseos com garra cubital. * DIAGNÓSTICO Anamnese. Exame dermato-neurológico. Avaliação sensitivo-motora. Baciloscopia. Histopatologia. Exames Imunológico (Anti PGL 1 – ML-flow). * DIAGNÓSTICO O diagnóstico da hanseníase é baseado em alguns sinais: presença de anestesia em lesões cutâneas, sugestivas da doença espessamento de nervos periféricos, demonstração do M. leprae no esfregaço de linfa ou cortes histológicos de tecidos. * TRATAMENTO – OMS/MS Paucibacilar: DDS 100 mg/dia; RMP 600 mg/ mensais – 6 doses em até 9 meses Multibacilar: CFZ 300 mg/mensais; RMP 600 mg mensais DDS 100 mg/dia; CFZ 50 mg/dia 12 doses em até 18 meses Doses para crianças: DDS 1 a 2 mg/kg/dia; RMP 10 mg/kg/mensal; CFZ 1 mg/kg/dia ou 2 mg/kg/dias alternados (observar o tipo de tratamento) * ESQUEMA PADRÃO * EFEITOS COLATERAIS RIFAMPICINA: cutâneos,GI, hepáticos,anemia hemolítica, síndrome like gripal. DAPSONA: icterícia,anemia hemolítica, metahemoglobinemia CLOFAZIMINA: cutâneos, dor abdominal, obstipação. * ESTADOS REACIONAIS REAÇÃO TIPO I OU REAÇÃO REVERSA Novas lesões dermatológicas, edema das pré-existentes, dor e espessamento neural. Poucas manifestações gerais. REAÇÃO TIPO II OU ENH Nódulos eritematosos subcutâneos, febre, artralgia, anorexia,mal estar geral,anemia,dor e espessamento neural. * REAÇÃO TIPO I - RR * REAÇÃO TIPO II ERITEMA NODOSO HANSÊNNICO * TRATAMENTO NAS REAÇÕES Reação tipo I ou Reação Reversa (RR) Pacientes apresentam algum grau de imunidade celular específica para o bacilo de hansen. Reações comprometem os nervos periféricos Prednisona 1-2 mg/kg com redução a cada 15 dias. Evolução muito lenta. Reação tipo II ou ENH: Indivíduos com essa imunidade celular deprimida ou ausente Além dos nervos as lesões podem ulcerar, lesões ósteo-articulo- muscular talidomida (400 a 100 mg/dia) - proibida para mulheres em idade fértil. * NEURITE AGUDA: CARACTERIZA-SE POR DOR E ESPESSAMENTO SÚBITO DE NERVOS PERIFÉRICOS (nervos mistos – função sensitiva e motora: facial, radial, mediano, ulnar, tibial, fibular) SILENCIOSA: NÃO HÁ UM QUADRO AGUDO, SENDO PERCEBIDA PELO MONITORAMENTO DA FUNÇÃO NEURAL QUE VAI DEMONSTRAR PERDAS. * CONDUTA FRENTE ÀS NEURITES MANTER O PACIENTE EM VIGILÂNCIA (Se possível internado). CORTICOTERAPIA, CARBAMAZEPINA, NEUROCIRURGIA. IMOBILIZAÇÃO DO MEMBRO AFETADO POR 15 DIAS. APÓS PASSADO O PERÍODO AGUDO, INICIAR FISIOTERAPIA MOTORA. * EFEITOS COLATERAIS RIFAMPICINA Cutâneo: Rubor de face e pescoço, prurido e “Rash” cutâneo generalizado Gastrointestinais: Diminuição do apetite e náuseas,vômitos, diarréia e dor abdominal,leve (se ingerir medicação em jejum) Hepáticos: Mal estar, perda do apetite, náuseas, icterícia (leve ou transitória, ou grave) * EFEITOS COLATERAIS RIFAMPICINA Hematopoiéticos: Púrpuras ou sangramentos anormais (epistaxes, hemorragias gengivais e uterinas) Anemia hemolítica: Tremores, febre, náuseas, cefaleia e às vezes, choque Síndrome pseudogripal: febre, calafrios, astenia, mialgia, cefaleia e dores ósseas. Pode também apresentar eosinofilia, nefrite intersticial, necrose tubular aguda, trombocitopenia, anemia hemolítica e choque. * EFEITOS COLATERAIS CLOFAZIMINA Cutâneo: ressecamento da pele, que pode evoluir para ictiose, alteração na coloração da pele, da urina, do suor e de secreção respiratória Gastrointestinais: diminuição da peristalse e dor abdominal * EFEITOS COLATERAIS DAPSONA Cutâneos: Síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa ou eritrodermia Hepáticos: Icterícias, náuseas e vômitos Anemia hemolítica: Tremores, febre, náuseas, cefaleia, às vezes choque podendo também ocorrer icterícia leve * EFEITOS COLATERAIS DAPSONA Síndrome da Dapsona: Reação de hipersensibilidade (quadro cutâneo e hepático associado à poliadenopatias e alterações hematológicas no primeiro mês de tratamento com a DDS) Metahemoglobinemia: Cianose, dispnéia, taquicardia, cefaléia, fadiga, desmaio, náuseas, anorexia e vômitos * CONDUTA NO CASO DE EFEITOS COLATERAIS Náuseas e vômitos incontroláveis: Suspender o tratamento Encaminhar paciente para internamento hospitalar Submeter o paciente a exames complementares para realizar diagnóstico diferencial com outras causas Investigar se esses efeitos ocorrem após a ingestão da dose supervisionada de RFM * CONDUTA - EFEITOS COLATERAIS ICTERÍCIA solicitar provas de função hepática suspender o tratamento no caso de alteração de função hepática com valores superiores a 2 vezes os valores normais fazer avaliação da história pregressa de paciente: alcoolismo, hepatite e outras doenças hepáticas solicitar exames complementares necessários para realizar diagnóstico diferencial investigar se a ocorrência deste efeito está relacionada com a dose supervisionada de RFM * CONDUTA - EFEITOS COLATERAIS Cutâneo provocado pela Clofazimina Aplicação diária de óleo mineral ou creme de uréia, após o banho Evitar a exposição solar Síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa ou eritrodermia provocadas pela DDS Interrompa definitivamente a DDS * CONDUTA - EFEITOS COLATERAIS Anemia hemolítica Suspender o tratamento Encaminhar ao hematologista Meta-hemoglobinemia leve Suspender a DDS e observar Meta-hemoglobinemia grave Encaminhar o paciente para internação hospitalar em unidade de referência * CONDUTA - EFEITOS COLATERAIS Síndrome pseudogripal Suspender a RFM imediatamente Avaliar a gravidade do quadro e a necessidade de internação hospitalar Administrar anti-histamínico, anti-térmico e quando necessário corticóide (hidrocortisona 500mg/250ml SF 0.9% - 30 gts por min/ EV e em seguida VO com redução progressiva) * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Consulta de enfermagem – exame físico completo, exame laboratoriais Notificação Acompanhar/supervisionar tratamento /cuidados Vigilância epidemiológica – BCG, examinar contatos Medidas educativas –usuário/família/comunidade Precauções de segurança ao usuário – cuidados com nariz, olhos, áreas insensíveis/traumas, calçados, exercícios, hidratação, massagens * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Curativos Encaminhar a assistência psicológica e social (usuário/família) -assistir, encaminhar imobilização de regiões anatômicas afetadas (neurites) - encaminhar a fisioterapia quando possível Orientar para adaptação de instrumentos de uso e de trabalho * * *
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