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Tireoide e 
Paratireoide
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................... 3
2. Aspectos anatômicos da tireoide ..................................................................... 3
3. Aspectos anatômicos das paratireoides ........................................................... 9
4. Vascularização e inervação da tireoide e da paratireoide ................................ 10
Irrigação arterial e da tireoide e paratireoide............................................................ 11
Drenagem venosa da tireoide e da paratireoide ....................................................... 15
Drenagem linfática da tireoide e da paratireoide ..................................................... 17
Inervação da tireoide e da paratireoide..................................................................... 19
5. Fisiologia da tireoide..................................................................................... 20
6. Fisiologia da paratireoide .............................................................................. 22
7. Correlações clínicas ..................................................................................... 23
Hipertireoidismo ......................................................................................................... 23
Hipotireoidismo .......................................................................................................... 24
Hiperparatireoidismo ................................................................................................. 25
Hipoparatireoidismo ................................................................................................... 26
Cistos e tireoide ectópica .......................................................................................... 26
Bócio ........................................................................................................................... 26
Tireoidectomia ............................................................................................................ 26
Traqueostomia ............................................................................................................ 27
Remoção acidental das paratireoides ...................................................................... 28
8. Exames de imagem ....................................................................................... 28
Ultrassonografia ......................................................................................................... 29
Cintilografia ................................................................................................................. 30
Referências ..................................................................................................................... 33
Tireoide e Paratireoide   3
1. INTRODUÇÃO
O pescoço é a área do corpo humano que funciona como uma ponte entre o crâ-
nio e o tórax, sendo composta por fáscias, vasos, nervos, estruturas ósseas e cartila-
ginosas, músculos e vísceras, sendo essas últimas o foco do nosso estudo.
As vísceras da região cervical humana se dispõem em 3 camadas que, da porção 
posterior à anterior, são:
• Camada alimentar: composta pela faringe e pelo esôfago.
• Camada respiratória: composta pela laringe e pela traqueia.
• Camada endócrina: composta pelas glândulas tireoide e paratireoide.
As glândulas presentes na camada endócrina das vísceras cervicais são grandes 
representantes do nosso sistema endócrino, sendo a tireoide a maior glândula endó-
crina do corpo humano. Tal estrutura é a responsável pela produção dos seguintes 
hormônios: T3 (Triiodotironina) e T4 (Tetraiodotironina ou Tiroxina), ambos encar-
regados de regular a taxa metabólica basal, e a Calcitonina, um dos responsáveis 
pela regulação do metabolismo do cálcio. Uma característica da tireoide que revela a 
importância dessa glândula no organismo é o fato de ela poder influenciar todas as 
áreas do corpo, exceto o baço, os testículos, o útero e ela própria.
As glândulas paratireoides, por sua vez, sintetizam e liberam o Paratormônio 
(PTH), que, além de controlar o metabolismo do cálcio por ação antitética (ou seja, 
com efeito inverso ao da calcitonina), também regula o metabolismo do fósforo no 
corpo. Diferentemente da tireoide, as paratireoides possuem uma ação mais reduzi-
da, atuando no esqueleto, nos rins e no intestino (embora neste último seja de forma 
indireta). 
2. ASPECTOS ANATÔMICOS DA 
TIREOIDE
Situada na região cervical, a tireoide “abraça” a traqueia (localizada em posição 
posterior) e, por isso, em um corte transversal, a glândula possui o mesmo formato 
da letra “U” ou de uma ferradura. Desse modo, pode-se dizer que a tireoide está locaA 
tireoide tem uma relação com a laringe em sua porção superior, sendo que em sua 
porção posterior, ela também tem uma relação com o esôfago e com o nervo laríngeo 
recorrente, o qual é um importante nervo que passa entre ela.
Tireoide e Paratireoide   4
 Se liga! O nervo laríngeo recorrente é um ramo do nervo vago e 
fica presente na região cervical. Ele inerva a maior parte dos músculos da larin-
ge responsáveis pela fonação, possuindo, assim, um importante papel na fala. 
Dessa maneira, qualquer procedimento cirúrgico na região cervical torna-se 
necessário identificar o nervo laríngeo e preservá-lo para não causar rouquidão, 
a exemplo da primeira etapa da tireoidectomia que tem função de notar e iden-
tificar esse nervo.
Figura 1: Vista cirúrgica de um lobo da tireoide rebatido para mostrar a associação 
com o nervo laríngeo recorrente. 
Fonte: Casa nayafana/Shutterstock.com
A tireoide possui relação íntima com os músculos platisma, esternocleidomastoi-
deo, esternotireoideo, esterno-hióideo e omo-hióideo, no nível das vértebras CV a T1. 
Tais músculos, juntamente com as fáscias cervicais superficial e profunda, conferem 
proteção aos grandes vasos e às vísceras do pescoço.
A tireoide é formada principalmente por dois lobos: o lobo direito e o lobo esquer-
do, que estão situados anterolateralmente à laringe e à traqueia. A região central da 
glândula, mais estreita, é chamada de istmo e une os dois lobos, sendo geralmente 
localizado em região anterior ao segundo e terceiro anéis traqueais. 
Tireoide e Paratireoide   5
 Se liga! Centralmente, na região do istmo, a tireoide “abraça” apenas 
a traqueia e, lateralmente, nas porções dos lobos, ela abraça tanto a traqueia 
quanto a laringe.
Figura 2: Vista anterior da glândula tireoide. 
Fonte: Vecton/Shutterstock.com
Em alguns casos (cerca de 50% dos indivíduos) há um lobo extra na nossa glân-
dula: o lobo piramidal. Seu tamanho é variável e projeta-se superiormente a partir do 
istmo da tireoide, normalmente inclinado mais à esquerda do plano mediano. Há ain-
da casos de indivíduos cujo istmo é completamente ausente ou incompleto. Outra 
característica que também pode estar presente é a existência de uma faixa de tecido 
conjuntivo do ápice do lobo piramidal até o osso hióide. Esse lobo, a faixa de tecido 
conjuntivo ou ainda, caso existam, concentrações de tecido tireoideo acessório (se 
desenvolvem a partir de remanescentes embrionários do epitélio e do tecido conjun-
tivo do ducto tireoglosso).
Tireoide e Paratireoide   6
 Saiba mais! Partes do ducto tireoglosso podem persistir e formar 
tecido tireoideo acessório. Esse tecido é normalmente encontrado no múscu-
lo tireo-hióideo e, apesar de ser funcional, seu tamanho não é suficiente para 
produzir a quantidade esperada de hormônios tireóideanos caso a tireoide seja 
removida.
Figura 3: Tecido tireóideo acessório. 
Fonte: Autoria Própria
Tireoide e Paratireoide   7
 Hora da revisão! A glândula tireoide é originada de uma proe-
minência mediana do assoalho da faringe, próximo à base da língua. O local de 
origem para a formação dessa saliência é o forame cego da língua e o trajeto 
de migração da glândula até a sua localização final na faseadulta é marcado 
pelo ducto tireoglosso. Este último costuma desaparecer no início do desenvol-
vimento, contudo, remanescentes podem persistir como cistos ou como cone-
xões com o forame cego (em uma fístula, por exemplo). 
Figura 4: Persistência do ducto tireoglosso. 
Fonte: Autoria Própria. 
Tireoide e Paratireoide   8
A tireoide é circundada por uma cápsula fibrosa fina que envia septos profundos 
ao interior da glândula, fixada à cartilagem cricóidea e aos anéis traqueais superiores 
por tecido conjuntivo denso. Externamente a essa cápsula, há uma bainha formada 
pela parte visceral da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical, formando uma cobertu-
ra mais geral dessa região.
Além da relação com as vias aéreas, com o tubo digestório, com músculos e com o 
nervo laríngeo recorrente, a tireoide também possui uma íntima relação com os vasos 
cervicais mais calibrosos: as artérias carótidas e as veias jugulares. Assim, uma lesão 
nessa víscera pode levar a um comprometimento desses grandes vasos da região cer-
vical, além de uma eventual obstrução das vias aéreas.
 Hora da revisão! Histologia da tireoide 
Histologicamente, a glândula tireoide é revestida por uma delgada cápsula de te-
cido conjuntivo denso não modelado, a qual é oriunda da fáscia cervical profunda. 
Alguns septos emitidos por essa cápsula acabam dividindo a tireoide em lóbulos 
ao mesmo tempo em que promovem a sustentação e a condução de vasos e ner-
vos ao parênquima (porção funcional) da glândula. 
As unidades funcionais da tireoide são os folículos tireoidianos, estruturas seme-
lhantes a cistos ou “bolhas”, nas quais, em seu lúmen, é armazenado os produtos 
de secreção da glândula (os hormônios tireoidianos). Tais folículos são formados 
por um epitélio cúbico simples que envolve um lúmen preenchido por coloide 
(uma massa gelatinosa que contêm tireoglobulina, uma glicoproteína precursora 
dos hormônios tireoidianos). Na tireoide, encontramos principalmente 2 tipos ce-
lulares: as células foliculares (ou principais) e as células parafoliculares (também 
chamadas de células claras ou células C). As células foliculares, aquelas que com-
põem os folículos tireoidianos, são as responsáveis pela síntese de T3 e T4, en-
quanto, as células parafoliculares, encontradas isoladas ou em pequenos grupos 
associados aos folículos, produzem a calcitonina. 
No corte histológico, é possível observar os folículos tireoidianos (FT) e folículos 
em corte transversal (FCT), que variam quanto ao formato e ao acúmulo de coloide 
em seu lúmen. As células foliculares em torno da região central do folículo formam 
um epitélio cuboide simples, isto é, uma única camada de células de formato cúbi-
co ao colunar baixo altamente associadas entre si. Por ser uma glândula, a tireoide 
é vastamente vascularizada, sendo possível encontrar vasos sanguíneos (VS) e nu-
merosos capilares na extensão do tecido conjuntivo (TC) que reveste suas unida-
des funcionais. Por fim, em uma observação mais atenta, na superficial apical (ou 
luminal) do epitélio folicular há pequenas regiões não coradas (vacúolos), nos indi-
cando a ocorrência da reabsorção do coloide para o interior das células foliculares, 
fenômeno indispensável para a clivagem do precursor dos hormônios tireoidianos 
e, consequentemente, para a liberação de T3 e T4. 
Tireoide e Paratireoide   9
3. ASPECTOS ANATÔMICOS DAS 
PARATIREOIDES
As paratireoides são 4 diminutas glândulas ovais e achatadas situadas na face 
posterior da tireoide, estando intimamente associadas a esse órgão. Dessa forma, 
patologias que afetam a tireoide podem facilmente acometer também as paratireoi-
des, e vice-versa. Elas dividem-se em: glândulas paratireoides superiores direita e 
esquerda e glândulas paratireoides inferiores direita e esquerda.
Figura 5: Glândulas paratireoides tópicas. 
Fonte: Designua/Shutterstock.com
As paratireoides superiores costumam ter um posicionamento mais constante: 
aproximadamente 1 cm acima do local de entrada das artérias tireóideas inferiores 
na tireoide e ao nível da margem inferior da cartilagem cricoide. Já as inferiores têm 
sua posição habitual próxima aos polos inferiores da tireoide, aproximadamente 1 
cm abaixo daquele ponto de entrada arterial (mas também podem ocupar outros sí-
tios). Cerca de 1 a 5% das pessoas têm uma glândula paratireoide inferior localizada 
profundamente no mediastino superior.
 Se liga! Apesar de a maioria das pessoas possuir 4 paratireoides, 
é possível que um indivíduo apresente um número de glândulas maior do que 
esse, assim como também existem pessoas que possuem apenas 2 glândulas 
paratireoides.
Tireoide e Paratireoide   10
 Hora da revisão! Histologia das glândulas paratireoides 
Assim como ocorre na tireoide, extensões da cápsula de tecido conjuntivo den-
so não modelado penetram o seu parênquima (porção funcional), formando 
septos que o sustentam e permitindo a entrada da vasos sanguíneos, linfáticos 
e nervos na glândula. 
Diferentemente da tireoide (que organiza suas células de modo folicular), as 
paratireoides possuem seu parênquima organizado de forma cordonal, isto é, 
semelhante a um cordão. O tecido conjuntivo na paratireoide costuma ter uma 
abundante presença de células adiposas, podendo chegar a ocupar cerca de 
60% do estroma (tecido de sustentação) da glândula em idosos. 
Nas paratireoides, encontramos 2 tipos celulares: as células principais e as 
células oxífilas. As células principais são as responsáveis pela síntese do pa-
ratormônio, logo, representam as células funcionais da glândula. As células 
oxífilas, por sua vez, ainda não têm sua função bem definida, mas acredita-se 
que elas correspondam a uma fase inativa das células principais. 
No corte histológico, é válido notar a presença dos vasos sanguíneos (VS) 
associados às trabéculas (septos) de tecido conjuntivo que penetram no pa-
rênquima da glândula, o qual assume conformação similar a de cordões ou 
folhetos de células separados entre si por esses septos do tecido conjuntivo. 
As células principais (CP) são as que se apresentam em maior número na glân-
dula, sendo caracterizadas por um núcleo esférico basófilo circundado por um 
delgado citoplasma. Em menor número, as células oxífilas (CO) caracterizam-se 
por serem notoriamente maiores que as células principais, contudo, possuem 
núcleos levemente menores e de coloração mais intensa, além de um citoplas-
ma mais amplo e demarcadamente eosinófilos, o que nos permite aferir com 
certa precisão o limite entre essas células. Por fim, devemos notar a presença 
de adipócitos (a) nesse recorte da glândula.
4. VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO 
DA TIREOIDE E DA PARATIREOIDE
Tendo em vista que a tireoide é o maior órgão endócrino do organismo, além do 
fato de os hormônios produzidos por ela terem grande participação no metabolismo 
do corpo, entende-se que essa glândula necessita de uma extensa vascularização. A 
tireoide depende de grande aporte sanguíneo para levar oxigênio e nutrientes às su-
as células e, mais especialmente, necessitará de uma vasta drenagem venosa para 
liberar suas secreções (hormônios) para a corrente sanguínea.
Tireoide e Paratireoide   11
Assim, por terem uma conexão muito íntima as glândulas tireoides e paratireoides 
possuem sistema de irrigação, drenagem venosa e linfática e inervação iguais entre elas.
Irrigação arterial e da tireoide e paratireoide
A tireoide, por ser um órgão endócrino, é altamente vascularizada e, por isso, re-
ceberá vasos de diferentes regiões do pescoço. Os vasos mais relevantes para a 
sua irrigação arterial são as artérias tireóideas superiores e as artérias tireóideas 
inferiores, que estão localizados entre a cápsula fibrosa da tireoide e a bainha fascial 
frouxa que a reveste.
As artérias tireóideas superiores esquerda e direita constituem os primeiros ra-
mos das artérias carótidas externas que, por sua vez, são ramos das artérias caróti-
das comuns. As artérias tireóideas superiores apresentam um trajeto descendente 
após a sua formação, em direçãoaos polos superiores da glândula. Tais artérias 
perfuram a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical e dividem-se em ramos anterior e 
posterior, que vão suprir, majoritariamente, a face anterossuperior da tireoide.
 Hora da revisão! No trajeto do arco da aorta, ramificações são 
emitidas: o tronco braquiocefálico, para a direita, e a artéria carótida comum 
e a artéria subclávia, para a esquerda. Tais ramificações do arco da aorta 
representam os vasos que vão distribuir sangue para a cabeça e membros 
superiores. Na direita, o tronco braquiocefálico termina se ramificando em ar-
téria subclávia direita e artéria carótida comum direita, ao nível da articulação 
esternoclavicular. Tanto a artéria carótida comum direita quanto a esquerda, a 
partir daí, ascendem em direção ao crânio, onde, no nível da margem superior 
da cartilagem tireóidea da laringe (articulação C3-C4), bifurcam-se em artérias 
carótidas internas e externas. A artéria carótida interna ascende de forma ínte-
gra ao crânio, onde promove a irrigação arterial das estruturas dessa área. Já 
a artéria carótida externa, tão logo à sua formação, emite diversos ramos para 
fazer a nutrição arterial tanto de vísceras da região cervical quanto de estrutu-
ras da face.
As artérias tireóideas inferiores, por sua vez, são os maiores ramos do tronco 
tireocervical. Tal tronco, originário da artéria subclávia (tanto esquerda como direi-
ta), emite vasos que vão realizar tanto a vascularização de áreas da região cervical 
quanto de áreas do ombro e próximas ao músculo trapézio, à clavícula e às regiões 
supraclavicular e supraespinhal da escápula.
Tireoide e Paratireoide   12
As artérias tireóideas inferiores, após a sua formação, seguem superomedialmen-
te e posteriormente às bainhas carótidas até atingirem a face posterior da tireoide. 
Tais artérias também se dividem em vários ramos, os quais vão perfurar a lâmina 
pré-traqueal da fáscia cervical e vão irrigar a face posteroinferior da glândula, espe-
cialmente os polos inferiores dela.
Como as artérias tireóideas inferiores suprem, primariamente, a face posterior 
da tireoide, as glândulas paratireoides, localizadas nessa região, são nutridas princi-
palmente por ramos dessas artérias. Contudo, as paratireoides também podem ser 
supridas por ramos das artérias tireóideas superiores, pela artéria tireóidea ima ou 
pelas artérias laríngeas, traqueais e esofágicas.
Figura 6: Irrigação arterial da tireoide e paratireoide. 
Fonte: udaix/Shutterstock.com
Tireoide e Paratireoide   13
Um vaso que está presente em cerca de 10% das pessoas é a artéria ima, uma 
pequena artéria ímpar que pode ser oriunda do tronco braquiocefálico (união entre a 
artéria subclávia e a artéria carótida comum no lado direito), do arco da aorta ou das 
artérias carótida comum direita, subclávia ou torácica interna. Essa artéria ima, nor-
malmente, ascende pela face anterior da traqueia, emitindo pequenos ramos para ela 
durante esse trajeto e prossegue até o istmo da tireoide, onde se divide para irrigá-
-la. Apesar de estar presente em apenas 10% das pessoas, essa artéria não deve ser 
subestimada! Sua existência deve sempre ser considerada na realização de qual-
quer procedimento na região cervical.
Um fato que deve ser notado é que tanto as artérias tireóideas superiores quanto 
as inferiores emitem ramos para outras estruturas, mas, em relação à tireoide e à pa-
ratireoide, elas representam os vasos mais importantes da irrigação arterial.
 Se liga! É preciso destacar que essas artérias realizam extensas 
anastomoses dentro da tireoide, garantindo uma vascularização efetiva dentro 
desse órgão, ao mesmo tempo em que proporcionam uma potencial circulação 
colateral entre as artérias subclávias e a carótida externa.
Tireoide e Paratireoide   14
MAPA MENTAL - IRRIGAÇÃO DA TIREOIDE E PARATIREOIDE
ARTÉRIA TIREOIDEA 
INFERIOR (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
EXTERNA (D)
TRONCO 
TIREOCERVICAL (D)
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
ARTÉRIA TIREOIDEA 
SUPERIOR (D)
ARTÉRIA TIREOIDEA 
SUPERIOR (E)
ARTÉRIA TIREOIDEA 
INFERIOR (D)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
INTERNA (D)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
COMUM DIREITA
ARTÉRIA CARÓTIDA 
EXTERNA (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
INTERNA (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
COMUM ESQUERDA
TRONCO 
TIREOCERVICAL (E)
ARTÉRIA SUBCLÁVIA 
DIREITA
TRONCO 
BRAQUIOCEFÁLICO
ARTÉRIA SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
ARCO DA AORTA
AORTA DESCENDENTE
AORTA ASCENDENTE
CORAÇÃO
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   15
Drenagem venosa da tireoide e da paratireoide
A drenagem venosa da tireoide é realizada por 3 pares de veias que formam um 
plexo venoso tireóideo na face anterior da glândula.
Figura 7: Drenagem venosa da tireoide. 
Fonte: lotan/Shutterstock.com
As veias tireóideas superiores acompanham as artérias tireóideas superiores 
em seu trajeto e drenam o sangue advindo dos polos superiores da tireoide para a 
veia jugular interna. As veias tireóideas médias, por sua vez, não acompanham as 
artérias, mas, em compensação, seguem trajetos praticamente paralelos às artérias 
tireóideas inferiores. Elas drenam o sangue da região intermédia dos lobos também 
para a veia jugular interna.
Por fim, as veias tireóideas inferiores, que, normalmente, têm trajeto indepen-
dente, drenam o sangue dos polos inferiores da glândula, diretamente, para as veias 
braquiocefálicas, diferente das veias superiores e médias, que drenam para a veia 
jugular interna.
Tireoide e Paratireoide   16
 Hora da revisão! A veia braquiocefálica é formada pela união 
entre a veia jugular interna (que drena o sangue vindo da cabeça) e a veia sub-
clávia (que drena o sangue vindo dos membros superiores) em ambos os lados 
do corpo. A união entre as veias braquiocefálicas direita e esquerda, no nível 
da margem inferior da 1ª cartilagem costal direita, origina a veia cava superior, 
que irá conduzir o sangue de todas as estruturas superiores ao diafragma (ex-
ceto os pulmões e o miocárdio) até o átrio direito do coração.
MAPA MENTAL - DRENAGEM VENOSA DA TIREOIDE E PARATIREOIDE
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (D)
VEIA TIREÓIDEA 
SUPERIOR (D)
VEIA TIREÓIDEA 
INFERIOR (D)
VEIA TIREÓIDEA 
MÉDIA (E)
VEIA TIREÓIDEA 
MÉDIA (D)
VEIA TIREÓIDEA 
SUPERIOR (E)
VEIA TIREÓIDEA 
INFERIOR (E)
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (E)
VEIA CAVA 
SUPERIOR
CORAÇÃO
VEIA JUGULAR 
INTERNA (D)
VEIA 
SUBCLÁVIA 
DIREITA
VEIA JUGULAR 
INTERNA (E)
VEIA 
SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   17
Quanto às glândulas paratireoides, a drenagem venosa é realizada pelas veias pa-
ratireoides que conduzem o sangue até o plexo venoso tireoideo. Do plexo venoso, 
o sangue vindo das paratireoides alcança as veias jugulares internas e/ou as veias 
braquiocefálicas e, então, é conduzido à veia cava superior e ao coração.
Drenagem linfática da tireoide e da 
paratireoide
Existe uma extensa rede de linfonodos e vasos linfáticos extremamente exuberan-
te e ramificada na região cervical, tanto superficial quanto profunda. Os vasos linfáti-
cos da tireoide seguem em seu tecido conjuntivo interlobular, normalmente próximo 
às artérias, e se comunicam com a rede capsular de vasos linfáticos. A partir desse 
ponto, esses vasos se dirigem, primeiramente, aos linfonodos pré-laríngeos, pré-tra-
queais e paratraqueais.
Os pré-laríngeos drenam a linfa para os linfonodos cervicais profundos superiores, 
os pré-traqueais e paratraqueais para os cervicais profundos inferiores. 
Assim, retomando a anatomia da região cervical a tireoide, traqueia e esôfago 
encontram-se mais anteriores e centrais e os grandes vasos dessa região, artérias 
carótidas e veias jugulares, estão mais laterais e posteriores. Os linfonodos se en-
contram acompanhados os grandes vasos e recebem vasos linfáticos que drenam 
da região craniana também. No fim, toda a linfa captada ao lado esquerdo se des-
loca para o ducto torácico enquanto o do lado direito é encaminhado ou para veia 
braquiocefálica diretamente ou para o ducto linfático direito e então para a veia 
braquiocefálica.Tireoide e Paratireoide   18
MAPA MENTAL - DRENAGEM DA TIREOIDE E PARATIREOIDE
LINFONODOS 
PRÉ-LARÍNGEOS
TRONCO LINFÁTICO 
JUGULAR (D)
LINFONODOS 
PRÉ-TRAQUEAIS
LINFONODOS 
PARATRAQUEAIS
LINFONODOS 
PARATRAQUEAIS
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS SUPERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS SUPERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS INFERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS INFERIORES
TRONCO LINFÁTICO 
JUGULAR (E)
VEIA JUGULAR 
INTERNA (D)
VEIA SUBCLÁVIA 
DIREITA
VEIA JUGULAR 
INTERNA (E)
VEIA SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (D)
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (E)
DUCTO LINFÁTICO 
DIREITO
(Pode existir ou não)
DUCTO TORÁCICO
VEIA CAVA 
SUPERIOR
CORAÇÃO
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   19
Os vasos linfáticos correspondentes a cabeça e pescoço drenam de forma direta 
ou indireta para os linfonodos cervicais profundos que se localiza na região cervical 
ao longo da veia jugular interna. No fim, toda a linfa captada ao lado esquerdo se 
desloca para o ducto torácico enquanto o do lado direito é encaminhado ou para 
veia braquiocefálica diretamente ou para o ducto linfático direito e então para a veia 
braquiocefálica.
Os vasos linfáticos das paratireoides drenam para os linfonodos paratraqueais ou 
de forma direta para a cadeia dos cervicais profundos.
Inervação da tireoide e da paratireoide
As glândulas tireoide e paratireoide sofrem uma modulação neuro-hormonal 
muito significativa em seu funcionamento corriqueiro. Por meio de mecanismos de 
feedback, os níveis hormonais (de TSH, T3, T4, calcitonina e paratormônio) e de ele-
trólitos (como o cálcio e o iodo) no sangue vão fazer um controle mais apurado da 
produção e da liberação dos hormônios tireoidianos e paratireoidianos. No entanto, 
há também uma interação nervosa que apresenta grande relevância para o funciona-
mento fisiológico dessas glândulas.
Os nervos da tireoide são derivados dos gânglios cervicais superiores, médios e 
inferiores, os quais são gânglios simpáticos que recebem nervos advindos tanto da 
coluna vertebral quanto da divisão suprassegmentar do sistema nervoso central. O 
gânglio cervical inferior é um gânglio simpático formado na maioria das vezes em 
fusão com o primeiro gânglio torácico, sendo assim, também é chamado de gân-
glio cervicotorácico ou gânglio estrelado. Essa inervação chega à glândula através 
dos plexos cardíaco e periarteriais tireóideos superior e inferior, os quais acom-
panham as artérias tireóideas em seu trajeto. Vale ressaltar que essas fibras são 
VASOMOTORAS e, por isso, elas não induzem ou inibem diretamente a secreção da 
glândula, mas promovem a constrição dos vasos sanguíneos que a vascularizam. A 
secreção endócrina da tireoide é controlada hormonalmente por meio das alças de 
feedback.
A inervação das glândulas paratireoides é vasta, sendo derivada dos ramos tire-
óideos dos gânglios cervicais (simpáticos). Portanto, assim como ocorre na tireoide, 
essa inervação é vasomotora, e não secretomotora. A secreção endócrina da parati-
reoide também é controlada hormonalmente por meio das alças de feedback.
Tireoide e Paratireoide   20
 Se liga! A tireoide recebe fibras importantes do nervo vago (X par 
craniano).
Figura 8: Inervação da região cervical. 
Fonte: lotan/Shutterstock.com
5. FISIOLOGIA DA TIREOIDE
A tireoide é um órgão folicular – seus folículos possuem uma área central pre-
enchida por coloide e são revestidos por células foliculares que delimitam esse 
Tireoide e Paratireoide   21
conteúdo coloidal. Os vasos sanguíneos de menor calibre que penetram no parênqui-
ma da tireoide passam por entre os folículos. 
Figura 9: Imagem ilustrativa do aspecto histológico da tireoide.
 Fonte: Sakurra/Shutterstock.com
O T3 é o hormônio de fato biologicamente ativo, mas a maior parte da secreção 
tireoidiana é composta de T4. A tireoide libera mais tiroxina pois, uma vez lançado no 
organismo, esse hormônio só será captado e convertido em T3, a depender da neces-
sidade metabólica momentânea de determinado tecido. Assim, se o tecido muscular 
está mais ativo e precisa de mais T3 que o tecido nervoso, por exemplo, a captação de 
T4 será maior pelas células musculares, havendo conversão de T4 em T3 em seu inte-
rior. A liberação de T3 no organismo em maior quantidade que T4 faria com que todos 
os tecidos que entrassem em contato com o hormônio fossem estimulados, alterando 
a homeostase do metabolismo de uma forma geral.
Os efeitos de T3 e T4 no organismo são múltiplos, mas, de forma geral, aumen-
tam a taxa metabólica basal dos tecidos. Isso significa que o consumo de oxigênio e 
nutrientes é mais elevado (o que leva a efeitos respiratórios, cardiovasculares e me-
tabólicos associados), a produção de calor aumenta, o desenvolvimento dos tecidos 
é fomentado (logo, tecidos relacionados ao crescimento, como ossos, cartilagens e 
colágeno, são estimulados), dentre outros. 
A calcitonina é um hormônio produzido pelas células parafoliculares (também cha-
madas de “células C”) da tireoide, que têm como função principal a formação óssea 
(deposição de cálcio no osso). Como ela atua removendo cálcio do sangue para mine-
ralizar os ossos, pode-se dizer que ela atua reduzindo a calcemia (hormônio hipocal-
cemiante) – por isso, fica claro entender que um dos estímulos mais fortes para sua 
secreção são os altos níveis de cálcio sérico. Sua atuação também envolve o bloqueio 
da atuação do paratormônio (hormônio que aumenta a reabsorção de cálcio, aumen-
tando sua concentração no sangue) e dos osteoclastos. 
Tireoide e Paratireoide   22
6. FISIOLOGIA DA PARATIREOIDE
A paratireoide é secretora de um dos principais hormônios relacionados ao meta-
bolismo do cálcio – o paratormônio (PTH). Ele é responsável (principalmente) pelo 
aumento da concentração de cálcio no sangue – por isso, pode-se dizer que ele au-
menta a calcemia. Além disso, o PTH é essencial na produção de vitamina D por atu-
ar em uma de suas etapas de conversão, o que também interfere no metabolismo do 
cálcio, pois essa vitamina tem como uma de suas funções o aumento da absorção 
intestinal desse íon.
 Saiba mais! A deficiência de Vitamina D no organismo pode dar 
origem a raquitismo e osteomalácia. Ambas são doenças caracterizadas pelo 
defeito de mineralização dos ossos.
O PTH é secretado pelas células principais da paratireoide, e sua secreção é regu-
lada principalmente pela concentração de cálcio sérico. 
O PTH age em 3 frentes diferentes para aumentar a concentração de cálcio no 
sangue:
• Promove reabsorção óssea por meio da ativação de osteoclastos: o PTH não 
possui receptores para os osteoclastos, apenas para os osteoblastos. Os os-
teoblastos, quando ativados, sinalizam para os osteoclastos que, então, pas-
sam a realizar reabsorção.
• Aumenta reabsorção de cálcio nos rins: através da troca de cálcio por fosfato, 
o PTH não apenas aumenta a calcemia como também reduz a fosfatemia.
• Aumenta ativação da Vitamina D: o PTH atua em uma das etapas de síntese da 
vitamina D e estimula sua ativação, o que se caracteriza como uma ação indi-
reta do hormônio no aumento da absorção de cálcio pelo trato gastrointestinal 
(mais especificamente, pelo intestino)
Tireoide e Paratireoide   23
7. CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é uma doença que resulta da hiperatividade da tireoide, o que 
resulta em uma taxa anormalmente alta de secreção de hormônios tireoidianos. 
Com isso, seus efeitos no organismo se tornam exacerbados, dando origem a uma 
série de sintomas relacionados ao aumento patológico da taxa metabólica basal, co-
mo: nervosismo, ansiedade, irritação, intolerância a temperaturas quentes, tremor e 
suor nas mãos, insônia, perda de peso, dentre outros. 
PARATORMÔNIO
RINS
Ativação da vitamina 
D e aumenta reabsorção 
de cálcio e excreção 
de fosfato
INTESTINOS
Por meio da síntese de 
vitamina D, aumenta 
absorção de cálcio 
(atuação indireta)
OSSO
Promove reabsorção óssea 
através da ativação de 
osteoclastos;íons cálcio 
e fosfato são liberados na 
corrente sanguínea
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   24
O hipertireoidismo pode ser decorrente de doenças na própria tireoide (hiperti-
reoidismo primário) ou de doenças na hipófise, como tumores produtores de TSH 
(hipertireoidismo secundário). Uma forma de determinar o tipo de hipertireoidismo 
é através da dosagem de TSH: no caso da doença primária, a produção de T3 e T4 
passa a ser independente da regulação do hormônio tireotrófico, e as taxas elevadas 
de hormônios tireoidianos realizam feedback negativo intenso na hipófise (baixos ní-
veis de TSH). Já no caso da doença secundária, o tumor na hipófise faz com que as 
células produtoras de TSH fiquem irresponsivas ao feedback negativo dos hormônios 
tireoidianos, hiperestimulando a tireoide de forma contínua (altos níveis de TSH).
 Se liga! Nem sempre hipertireoidismo está associado a bócio, de-
pende da causa da patologia.
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma doença que resulta da hipoatividade da tireoide, o que re-
sulta em uma taxa anormalmente baixa de secreção de hormônios tireoidianos. Com 
isso, o organismo sofre os efeitos da falta desses hormônios, dando origem a uma sé-
rie de sintomas relacionados à diminuição patológica da taxa metabólica basal, como: 
depressão, cansaço excessivo, falhas na memória, perda de atenção, intestino preso, 
pele seca e opaca, queda de cabelo, ganho de peso, aumento de colesterol no sangue, 
dentre outros.
Assim como no hipertireoidismo, o hipotireoidismo pode ser decorrente de do-
enças na própria tireoide (hipotireoidismo primário) ou de doenças na hipófise 
(hipotireoidismo secundário). Uma forma de determinar o tipo de hipotireoidismo 
é através da dosagem de TSH: no caso da doença primária, a produção de T3 e T4 
fica comprometida por problemas na tireoide, independentemente dos níveis de TSH. 
Por isso, a baixa quantidade de hormônios tireoidianos circulantes estimula a hipó-
fise de forma contínua, o que acarreta altas taxas de TSH no organismo. Já no caso 
da doença secundária, há deficiência na produção de TSH em quantidades normais 
mesmo com baixo feedback negativo (baixos níveis de TSH), o que faz com que a ti-
reoide não seja estimulada o suficiente para produzir e secretar os níveis fisiológicos 
de hormônios tireoidianos. 
Tireoide e Paratireoide   25
Hipertireoidismo e hipotireoidismo
HIPERTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO
Nervosismo, Irritação Depressão
Insônia Fadiga
Sudorese em Mãos Pele Seca
Perda de Peso Ganho de Peso
Intolerância ao Calor Intolerância ao Frio
Intestino Solto Intestino Preso
Fraqueza Muscular Aumento do Colesterol
Hiperparatireoidismo
O hiperparatireoidismo é uma doença que apresenta altas taxas de secreção de 
paratormônio, situação patológica que decorre de tumores produtores de PTH ou de 
hiperplasias que acometem mais de uma das paratireoides. Dessa forma, a sintoma-
tologia da doença está diretamente relacionada a efeitos intensificados da atividade 
do paratormônio, dando origem principalmente a hipercalcemia e hipofosfatemia.
Como uma das principais ações do PTH é a reabsorção óssea, no hiperparati-
reoidismo os ossos passam a apresentar grandes áreas de reabsorção excessiva 
em seu interior descritas como “tumores marrons” (áreas de proliferação de oste-
oclastos e macrófagos). No entanto, enquanto determinadas áreas diminuem sua 
densidade de osso, outras passam a formá-lo de maneira exacerbada, dando origem 
às chamadas calcificações metastáticas. Nesses casos, a calcitonina (hormônio de 
ação antagônica ao PTH) está tão alta, que algumas regiões começam a mineralizar 
osso de forma descontrolada. Mesmo assim, no balanço geral, o que acontece é a 
redução significativa da mineralização óssea.
 Se liga! Em radiografias, o osso aparece com muitas áreas mais 
apagadas devido à diminuição de densidade óssea nessas regiões.
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   26
Hipoparatireoidismo
O hipoparatireoidismo é uma doença que apresenta baixas taxas de secreção de 
paratormônio. Essa doença não apresenta manifestações clínicas facilmente iden-
tificáveis, mas o sintoma principal é a hipocalcemia. A diminuição patológica na 
concentração de cálcio no organismo dá origem a certos problemas relacionados 
diretamente ao balanço sanguíneo desse íon, como a tetania (espasmos musculares 
fortes decorrentes de instabilidades na despolarização – geração de potenciais de 
ação anômalos).
Cistos e tireoide ectópica
Os cistos remanescentes do epitélio embrionário podem ser formados ao longo 
do trajeto do ducto tireoglosso, situando-se normalmente no pescoço. Muitas vezes, 
esses cistos formam uma protrusão na parede anterior do pescoço e a excisão cirúr-
gica faz-se necessária. No entanto, é importante diferenciar os cistos das glândulas 
tireoides ectópicas, que são tecidos glandulares funcionais. Muitas vezes, a tireoide 
ectópica é o único tecido tireoideo presente e, por isso, deve ser corretamente dife-
renciado de um cisto para evitar tireoidectomias por engano.
Bócio
O aumento patológico da tireoide não decorrente de processos neoplásicos ou 
patológicos chama-se “bócio”. Existem dois tipos principais de bócio: o multinodu-
lar, de fator genético, mas com causa desconhecida, e o endêmico, causado pela 
carência de iodo no organismo. Essa falta de iodo no organismo é, muitas vezes, 
decorrente de dieta não balanceada com baixa ingestão do eletrólito – por isso, essa 
condição é mais comum em regiões específicas do mundo (embora não restritas a 
elas). No Brasil, de forma a prevenir a incidência de bócio endêmico na população, o 
iodo é adicionado ao sal antes de ser comercializado.
Esse aumento na glândula pode comprimir a traqueia, o esôfago e os nervos laríngeos 
recorrentes, e é impedida de migrar em sentido superior em razão das fixações superio-
res dos músculos esternotireoideo e esterno-hióideo. Em sentido inferior, embora menos 
comum de acontecer, a glândula pode projetar-se para baixo do esterno (extensão su-
besternal – bócio “mergulhante”).
Tireoidectomia
A remoção da tireoide pode se dar de forma parcial (hemitireoidectomia) ou total 
(tireoidectomia). Em casos mais graves de hipertireoidismo cujo tratamento requer ci-
rurgia, a parte posterior de cada lobo da glândula é preservada para manter as glândulas 
paratireoides e os nervos laríngeos recorrentes direito e esquerdo a salvo de secção. 
Tireoide e Paratireoide   27
Hemorragias pós-operatórias após cirurgias na tireoide podem comprimir a traqueia e 
dificultar a respiração, dado o acúmulo de sangue na cápsula fibrosa deste órgão.
Traqueostomia
A traqueostomia consiste em uma incisão transversal da pele do pescoço e da 
parede anterior da traqueia, estabelecendo uma via respiratória alternativa para pa-
cientes com obstrução das vias superiores ou com insuficiência respiratória. Nesses 
procedimentos, o istmo da tireoide é dividido ou empurrado superiormente de forma 
a abrir espaço para a realização da perfuração na traqueia e posterior introdução de 
um tubo especial.
Figura 10: Relação anatômica do tubo de traqueostomia. 
Fonte: Blamb/Shutterstock.com
Tireoide e Paratireoide   28
Remoção acidental das paratireoides
A posição variável das paratireoides no pescoço (principalmente no caso das infe-
riores, as quais podem chegar até ao mediastino superior) aumenta enormemente o 
risco de lesão acidental ou excisão em casos de cirurgias no pescoço. 
A remoção cirúrgica acidental completa de todas as glândulas paratireoides 
interfere diretamente no metabolismo do cálcio e, consequentemente, em sua con-
centração sanguínea. Essa condição dá origem a problemas neuromusculares gra-
ves como a tetania (síndrome neurológica que desencadeia espasmos musculares e 
cãibras). Quando esses espasmos passam a acometer músculos respiratórios ou da 
laringe, o quadro pode evoluir a óbito se o paciente não for tratado a tempo.
Para evitar secção ou excisão cirúrgica acidental das glândulas paratireoidesem 
operações mais agressivas da tireoide (como em casos de remoção completa da 
glândula), muitos cirurgiões as isolam cuidadosamente (juntamente com seu supor-
te sanguíneo) antes de começar o procedimento da tireoidectomia. Em alguns casos 
especiais de cirurgia e radioterapia subsequente, as paratireoides são removidas do 
pescoço e transplantadas integralmente para outra região do corpo (normalmente os 
braços).
8. EXAMES DE IMAGEM
No cotidiano médico, a fim de visualizar as glândulas tireoide e paratireoide para 
identificar a existência (ou não) de alguma situação patológica sem que seja neces-
sário a realização de procedimentos invasivos no paciente, podemos fazer uso de 
alguns exames de imagem.
Tireoide e Paratireoide   29
Tendo em vista que esses exames não nos fornecem fotografias tão esclarecidas 
quanto aquelas presentes nos atlas, é de suma importância direcionar um espaço 
do nosso estudo para elas, sempre tentando correlacionar as estruturas anatômicas 
que conhecemos às imagens obtidas nesses exames. 
De modo a recapitular a arquitetura das estruturas anatômicas, é válido analisar 
calmamente a imagem abaixo, na qual é passível de ser observado, em uma posição 
mais ventral, a glândula tireoide abraçando a traqueia e o esôfago, localizados mais 
posteriormente em relação a ela. Entre a tireoide, a traqueia e o esôfago, é possível 
observar um pequeno ponto amarelo, que representa o nervo laríngeo recorrente. 
Ainda nessa imagem, é válido destacar a presença dos grandes vasos cervicais (a 
artéria carótida comum e a veia jugular interna), localizados mais lateralmente à face 
posterior da glândula. Por fim, é de suma importância reconhecer a musculatura que 
envolve essas estruturas viscerais da região cervical. 
Ultrassonografia
A ultrassonografia é um exame muito comum para o estudo das vísceras abdomi-
nais e pélvicas, mas ela também pode ser feita na região cervical, onde será possível 
visualizar os órgãos endócrinos. Esse exame possui uma acurácia de imagem muito 
boa, principalmente, na visualização de lesões císticas (nódulos) da tireoide.
As paratireoides não são glândulas de fácil visualização, mesmo em peças anatô-
micas – por isso, em exames de imagem a situação não é diferente. Tanto na tomogra-
fia quanto no ultrassom é difícil conseguir uma boa visão dessas glândulas, exceto nos 
casos em que ela está aumentada de tamanho ou com uma vascularização também 
expandida, seja por lesão ou tumor. 
A tireoide, por sua vez, apresenta uma acurácia de imagem significativa, sendo 
facilmente identificada no ultrassom. É importante notarmos como as imagens de 
atlas se correlacionam com a realidade: a tireoide forma algo parecido com uma fer-
radura, abraçando a traqueia centralmente. Na imagem abaixo, é possível identificar 
muito bem os lobos e o istmo da glândula, além de ser viável mensurar o seu tama-
nho, identificar a existência de alguma alteração em seu parênquima e perceber se 
há alguma lesão.
Tireoide e Paratireoide   30
Figura 11: Visão anatômica e radiológica do corte transversal da glândula. 
Fonte: rumruay/Shutterstock.com
Não obstante, também em uma ultrassonografia cervical, é factível identificarmos 
os grandes vasos: a artéria carótida (mais centralmente) e a veia jugular interna 
(mais lateralmente).
Cintilografia
A cintilografia representa um método de diagnóstico por imagem da medicina 
nuclear que se utiliza de substância radioativas (radiofármacos) para analisar o fun-
cionamento e a presença de lesões em determinados órgãos do corpo humano. Tal 
exame é altamente dependente da afinidade do órgão de interesse ao radiofármaco 
escolhido. Assim, para que seja realizada uma cintilografia, radiofármacos específi-
cos são inseridos na corrente sanguínea e, então, pelas propriedades físico-químicas 
semelhantes às de medicamentos, são transportados e metabolizados por deter-
minado órgão-alvo. Por suas propriedades radioativas, tais substâncias emitem um 
tipo de radiação eletromagnética (normalmente a gama), a qual é captada pela câ-
mara de cintilação. 
RESUMO: Na cintilografia, a radiação emitida interage com o detector do apare-
lho de cintilografia, produzindo uma cintilação (emissão de luz) que é convertida em 
sinal elétrico e interpretada pelo aparelho, o que culmina com a geração de uma ima-
gem funcional.
Nesse exame, as características do órgão-alvo que podem ser analisadas são: a 
localização e morfologia do tecido que está emitindo radiação (que está cintilando) e 
a funcionalidade do órgão pela intensidade da luz que está sendo emitida.
Tireoide e Paratireoide   31
Tendo em vista que, para a síntese dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), a tireoi-
de utiliza, além de aminoácidos, uma quantidade substancial de iodo advinda da 
circulação sanguínea, a cintilografia torna-se um exame viável para análise dessa 
glândula, haja vista que é possível injetar no sangue uma variável radioativa dessa 
substância. 
Por meio desse exame, então, é possível localizar a glândula na região cervical e, 
ao visualizarmos a sua cintilação, podemos avaliar a sua morfologia (identificando 
se há alguma alteração em seu tamanho ou se há a presença de lesão no parênqui-
ma) e suspeitar de qualquer modificação funcional. Dessa forma, se o radiofármaco 
utilizado for o iodo, será possível inferir que, em uma situação de baixa captação da 
substância, há um quadro de hipotireoidismo. De forma análoga, em situações de 
captação demasiada do iodo, pode-se inferir que o paciente apresenta um quadro de 
hipertireoidismo. 
 Saiba mais! Atualmente, uma outra substância é mais utilizada 
do que o iodo radioativo: o Tecnécio 99m. Esse radiofármaco possui uma alta 
captação pela tireoide, o que produz imagens de boa qualidade, além de emitir 
doses de radiação menores que o Iodo. Por isso, essa é a substância mais utili-
zada em cintilografias atuais.
Tireoide e Paratireoide   32
MAPA MENTAL - EXAMES DE IMAGEM DA TIREOIDE
EXAMES DE 
IMAGEM
(TIREOIDE)
Tireoide absorve substância radioativa, 
cintila (emite luz) e nos fornece um 
dimensionamento do seu parênquima
ULTRASSONOGRAFIACINTILOGRAFIA
RESSONÂNCIA MAGNÉTICATOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Por ser uma víscera, a tireoide é captada 
pelo ultrassom, nos revelando uma 
imagem da glândula em tempo real
Por meio da emissão de raios X em 360º, 
o tomógrafo é capaz de fornecer cortes 
transversais da região cervical
Por meio do estabelecimento de um 
campo magnético e da vibração de 
moléculas de hidrogênio, a ressonância 
nos fornece um mapeamento de seções 
da região cervical 
Fonte: Autoria própria.
Tireoide e Paratireoide   33
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Sobre o Exame. {Tudo Sobre Tomografia}. Disponívelem: . Acesso em: 29 abr. 2020
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