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METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES 
 Dra. Ana Kalassa El Banat 
 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
 
1 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. DESAFIOS PARA A PRÁTICA DA ARTE NA EDUCAÇÃO 
 
“A arte demonstra que o ordinário é extraordinário”. 
Amedée Ozenfant, 1970. 
 
Objetivo: 
Compreender a complexidade de ações e pensamentos envolvidos na arte e seu 
ensino. Conhecer os principais desafios para a prática da arte educação. 
 
Introdução: 
Ao falarmos de ensino de arte a primeira coisa que vem a cabeça é a ideia de dom. 
Mas o que seria o dom? Se usarmos um simples dicionário online encontraremos que dom 
é “Qualidade inata, natural; aptidão, talento: tem o dom da pintura.” Outro exemplo do uso 
do termo é uma frase muito usada no senso comum: “Ele tem o dom de cantar, etc.” 
 
Mas, se esse for o nosso ponto de partida, a conclusão mais óbvia é que a arte não 
poderia ser ensinada. Ela seria uma capacidade inata apenas para alguns poucos 
privilegiados que vieram ao mundo com uma habilidade especial para dominar as técnicas 
artísticas. Entretanto é preciso diferenciar o que é arte, o que é a capacidade para se 
emocionar com a arte e qual o papel do ensino de arte, seja na educação formal, seja na 
informal. 
 
1.1. Conceito de arte e patrimônio cultural 
Vamos começar por uma reflexão sobre a arte e sua natureza. A arte é uma parcela 
do que chamamos de cultura que, em geral, recebe certo reconhecimento social, 
valorização e requer, em muitos casos, de ações de preservação. 
 
A arte faz parte da vida, é fácil identificar sua presença ao nosso redor. Se eu pedir 
a você que fale o nome de uma obra de arte tenho certeza de que você saberá uma série 
deles de memória. Mas e se eu pedir a você que conceitue arte, será igualmente fácil? 
Penso que não. Se eu pergunto: qual o conceito de arte? Como resposta, em geral, 
receberei frases como: Arte é expressão. Arte é comunicação. Arte é uma habilidade ou 
ainda arte é um dom, mas todas são respostas muito vagas, e nem todas têm a mesma 
conotação. Por que isso acontece? 
 
 
2 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
Você sabia que a obra de arte que é considerada 
como a mais conhecida no Ocidente é a Mona 
Lisa, pintada por Leonardo Da Vinci, em 1503? 
Leonardo da Vinci. Mona Lisa. 1503-06. Pintura à 
óleo sobre madeira. Museu do Louvre. Paris. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa 
 
 
 
 
● Além dela você pode conhecer as 16 obras mais conhecidas no 
Ocidente no artigo: As 16 pinturas mais famosas do mundo. 
Disponível em: https://www.culturagenial.com/pinturas-mais-
famosas-do-mundo/. 
● E as 11 obras abstratas mais conhecidas em: 
https://www.culturagenial.com/abstracionismo-obras-mais-
famosas/ 
 
 
 
 
 O que chamamos arte está relacionado a um conjunto de objetos, produções, 
formas e outros que são socialmente reconhecidos como extraordinários, isto 
é, que superam o ordinário, o comum, o cotidiano e ganham destaque, em 
grande medida, por gerarem um sentido de admiração (que é diferente de 
beleza). 
Mas, ainda assim é importante destacar o termo socialmente reconhecida. O 
que isso significa? Que é a sociedade na forma de historiadores, teóricos, 
artistas, museólogos entre outros profissionais, incluindo aí os professores 
que, junto com as instituições: museus, galerias, espaços culturais e mesmo 
escolas dizem à sociedade o que está sendo considerado arte. 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa
https://www.culturagenial.com/pinturas-mais-famosas-do-mundo/
https://www.culturagenial.com/pinturas-mais-famosas-do-mundo/
 
 
3 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O que é considerado arte hoje não necessariamente era considerado assim no 
passado e não temos nenhuma garantia de que será ainda pensado como arte em um 
futuro não muito distante. 
 
 
Como elemento da cultura a arte está ligada à vida, aos valores, expectativas 
e percepções dos diferentes locais e tempos. Então agora mesmo, o que nós 
apontamos como arte nos artigos acima não necessariamente seriam 
considerados arte em outros lugares como, por exemplo, para os Maoris da 
Nova Zelândia ou para o povo Inuit, do Ártico. Isso acontece mesmo que nós 
aceitemos a produção deles como arte. 
 
 
 
Escultura em madeira Maori. 
Fonte: http://viajarverde.com.br/nova-zelandia-traz-cultura-maori-para-o-rio-de-janeiro/ 
 
 
Arte Inuit. Canadá. 
Fonte: https://www.easyvoyage.co.uk/canada/inuit-art-3602 
 
 
https://www.easyvoyage.co.uk/canada/inuit-art-3602
 
 
4 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 Você sabia que muitos objetos que consideramos arte hoje não eram 
considerados assim quando foram produzidos? Exemplos como da arte pré-
histórica ou da arte africana indicam que a motivação para criação das obras 
foi o ritual mágico ou religioso e não apenas um desejo de produzir obras belas. 
Somos nós, a partir de nossa cultura, nosso lugar no mundo, no tempo e no 
espaço que as consideramos excepcionais e as nominamos como arte. E, a 
partir daí as colocamos em museus e galerias, escrevemos livros que as 
explicam, catalogam, analisam, divulgam e preservam. 
 
 
 
 
Vênus de Willendorf. Áustria. 23.000 anos. Período gravetiano. Estatueta de 11,1cm de altura, 
descoberta em 08 de agosto de 1908. Fonte: https://netnature.wordpress.com/2016/12/07/as-deusas-venus-
do-paleolitico/ 
 
 
 
5 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Máscara Africana – Tribo Tchokwe Masculina República do Congo. 
Fonte: https://coracaoafricano2532014.wordpress.com/tag/mwana-pwo/ 
 
 
Para seguirmos com nossa reflexão é preciso esclarecer ainda como conceituamos 
cultura. Esse conceito também não é único e tão pouco há consenso sobre ele, entretanto 
as posições mais contemporâneas pensam cultura como toda forma de ação humana no 
mundo, incluindo todos os modos de preparar certa comida, construir certas formas de 
residência, tipos de vestimenta e suas formas de confecção e até mesmo a maneira como 
tratamos a paisagem e a natureza. Ainda que se use um dicionário simples online temos: 
 
 
 
A cultura é o conjunto de formas e expressões que caracterizarão no tempo 
uma sociedade determinada. Pelo conjunto de formas e expressões, entende-
se e inclui os costumes, crenças, práticas comuns, regras, normas, códigos, 
vestimenta, religião, rituais e maneiras de ser que predominam na maioria das 
pessoas que a integram. (Conceito de cultura) 
 
 
Todos possuem cultura. Não há quem não produza, participe, usufrua de alguma forma da 
cultura, mas há certas formas culturais que se destacam por sua especificidade, por sua 
capacidade de trazer ao mundo novas ideias e possibilidades que são consideradas, pela 
sociedade, como patrimônio. Esse patrimônio pode ser local, regional, nacional ou mesmo 
um patrimônio da humanidade. As manifestações artísticas são parte fundamental do 
 
 
6 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
patrimônio cultural de um povo, comunidade, popilação. Mais especificamente podemos 
definir patrimônio cultural como: 
 
 
 
O patrimônio cultural é composto por monumentos, conjuntos 
de construções e sítios arqueológicos, de fundamental importância para a 
memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas. Esta 
composição está definida na Convenção para a Proteção do Patrimônio 
Mundial, Cultural e Natural, elaborada na Conferência Geral 
da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco), em Paris (França), em 1972, e ratificada pelo Decreto No. 80.978, de 
12 de dezembro de 1977. (FONTE: 
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/29). 
 
 
 
 
 
Você sabia que a rodacom fotografias (publicadas em jornais, revistas), 
literatura, pinturas, quadrinhos, desenhos, esculturas, peças de teatro, dança, 
computador, televisão, filmes, imagens publicitárias (cartazes, outdoors, anúncios, 
charges) entre outros. A escola e os professores são os mediadores que devem 
oferecer perspectivas teóricas e práticas, discussões e experiências com atividades 
que promovam o entendimento de formas de expressão, das tradicionais e novas 
técnicas artísticas. (CASTILHO; FERNANDES)18 
 
Por essas qualidades ela deve estar presente na formação escolar. Por aquilo que 
ela – atividade artística – propicia, pelo conhecimento e reinvenção do mundo que fazem 
parte da construção da consciência tanto das crianças, como de jovens e de adultos. E isso 
vale tanto no que diz respeito ao fazer arte como ao apreciar a arte. 
 
 
18 Idem. 
 
 
36 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. DIRETRIZES NACIONAIS PARA O ENSINO DAS ARTES 
 
Objetivo: 
Nesse texto trataremos especialmente do referencial curricular nacional da educação 
infantil e do parâmetro curricular nacional arte - anos iniciais do ensino fundamental. 
 
Introdução: 
Na apresentação do Referencial Curricular, em relação às artes visuais, temos: 
 
[...] As Artes Visuais expressam, comunicam e atribuem sentido às sensações, 
sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, 
pontos, tanto bidimensional como tridimensional. [...] A integração entre os aspectos 
sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de 
interação e comunicação social, conferem caráter significativo às artes visuais. 
(BRASIL, 1998, p.85). 
 
Esse caráter significativo, segundo o Referencial, acentua-se pela presença natural 
e cotidiana das ações artísticas no universo da criança, reconhecendo o desenhar, o pintar, 
o cortar, o modelar, o gesticular e o mover o corpo com ou sem som, o cantar e outras 
formas de expressão sensíveis como pertencentes ao campo das artes. 
 
6.1. Ensino de Arte 
Ainda na introdução do Referencial a arte é reforçada como linguagem e, como tal, 
passível de ser comunicada e expressa em relações culturais e sociais, dentre as quais a 
atividade escolar está inserida. Na sequência, o texto procura demonstrar a existência de 
largos espaços entre a teoria e a prática da arte na educação; mas o sentido de 
desenvolvimento estético, apesar de citado em toda a sequência do texto não é esclarecido. 
 
Se relembrarmos nossas aulas de arte, durante o período em que fomos alunos, 
quantos de nós poderemos dizer que vivemos experiências significativas que pudessem 
ser qualificadas de estéticas? E, qual seria a especificidade dessas experiências vividas 
por meio da arte? Nos Parâmetros Curriculares para o Ensino Fundamental encontramos 
algumas referências interessantes e esclarecedoras. 
 
 
 
37 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O que distingue essencialmente a criação artística das outras modalidades de 
conhecimento humano é a qualidade de comunicação entre os seres humanos que 
a obra de arte propicia, por uma utilização particular das formas de linguagem. 
(Brasil, 1997, p. 37). 
 
 
 
Assim percebemos que a chave de compreensão proposta é o entendimento 
de que nossa relação com o mundo se dá de muitas formas diferentes, além 
da lógica e racional, e que essas outras formas de interação homem/ mundo, 
também devem ser objetos da educação porque formam uma vivência plena 
das relações sociais entre o indivíduo, consigo mesmo e com outros sujeitos. 
 
 
Assim, a comunicação artística com o mundo é parte daquilo que as crianças devem 
apreender dentro do processo educacional. Mais adiante, o texto dos Parâmetros ressalta 
“[...] A experiência estética é a chave da comunicação artística”. (Idem, p. 39). Essa 
experiência estética em educação, segundo o PCN é uma experiência em que o canal 
privilegiado de compreensão é “[...] a qualidade da experiência sensível da percepção”. Ou 
seja, onde o processo do conhecimento seja formado a partir de relações artísticas 
vivenciadas no fazer ou fruir arte, reinventando a realidade sob novas formas. 
 
Um exemplo dessa reinvenção é uma história que corre nos livros de história da arte. 
Matisse, pintor francês do início do século XX, reconhecido por sua participação na 
vanguarda artística de nome Fauvismo teria sido abordado durante uma exposição de seus 
trabalhos. O inquisidor, diante de um quadro seu teria dito algo como: “ – Mas, uma mulher 
não é verde! ”. A essa questão, o artista teria respondido: “- Mas, isso não é uma mulher, é 
uma pintura”. 
 
 
É sobre esse caráter de construção de uma nova realidade, que é apresentada 
ao mundo perante os diferentes meios de que a arte dispõe e reinventa, que 
as aulas de arte devem ser organizadas, para criar esse sentido estético para a 
educação. 
 
 
 
 
 
38 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fazendo novamente um paralelo com nossas vivências enquanto educadores e 
alunos, podemos dizer que, se podemos prever exatamente qual será o resultado final de 
uma proposta de trabalho pedida aos alunos, se oferecemos apenas um pedaço de papel 
em branco, sem qualquer desafio à expressão da criança, não há espaço para a 
reinvenção, para a criação, para a inovação. 
 
Pintar contornos pré-estabelecidos por outros, realizar sempre o mesmo tipo de 
atividade de desenho ou modelagem, ouvir apenas as músicas que estão tocando no rádio 
e na televisão, não podem ser consideradas atividades desafiadoras à inteligência infantil, 
como lembra o próprio referencial. 
 
6.2. A prática da arte segundo o Referencial Curricular – Artes Visuais 
Dentre as formas de expressão apontadas pelo Referencial para as Artes, nossa 
disciplina concentrar-se-á em duas: as artes visuais e a música. Em relação às artes visuais, 
depois de defini-las como motores para a “[...] integração entre os aspectos sensíveis, 
afetivos, intuitivos, estéticos e cognitivos” (BRASIL. RCNEI, 1998, p. 85), sinaliza para a 
presença das realizações artísticas na sociedade, como parte integrante do cotidiano da 
criança vinculada à sua realidade. 
 
As Artes Visuais estão presentes no cotidiano da vida infantil. Ao rabiscar e 
desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso 
(gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a 
criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis. 
(BRASIL. RCNEI, 1998, p. 85) 
 
 
 
 O texto, que trabalha as práticas de artes visuais, chama a atenção para a 
existência de um descompasso entre a produção “teórica e a prática 
pedagógica existente” (Idem, p. 87). Sua preocupação está em sinalizar a falta 
de reflexão crítica em práticas que classifica como decorativista. 
 
 
 
 
 
 
39 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outra crítica do Referencial é em relação ao uso da arte apenas como reforço a 
outros conteúdos, sem uma identidade própria. Os desenhos mimeografados, velhos 
conhecidos de todos, também são lembrados como formas estereotipadas. Ao mesmo 
tempo em que realiza essas críticas, o texto aponta para os avanços no campo da 
psicologia, da filosofia e da própria arte, chamando a atenção para a obra de Herbert Read, 
Lowenfeld, discutidas nas nossas aulas anteriores. 
 
Assim, o Referencial propõe que a arte deve ser abordada em toda a sua 
complexidade cultural, dos trabalhos artísticos reconhecidos pelos museus, às estampas, 
rótulos, gibis e outros de circulação cultural mais ampla. Valoriza ainda as “impressões, 
ideias e interpretações sobre a produção de arte e de fazer artístico” (Idem, p.89) das 
próprias crianças, como construções de significaçãoque aproximam a criança do 
conhecimento. 
As crianças têm suas próprias impressões, ideias e interpretações sobre a produção 
de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de suas 
experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, 
com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer. As crianças exploram, sentem, 
agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí constroem 
significações sobre como se faz, o que é, para que serve e sobre outros 
conhecimentos a respeito da arte. Nesse sentido, as Artes Visuais devem ser 
concebidas como uma linguagem que tem estrutura e características próprias [...]. 
(BRASIL. RCNEI, 1998, p. 89) 
 
Concebendo as artes visuais como linguagem que deve ser apreendida pela criança 
em sua formação escolar, aponta três aspectos que devem ser articulados na prática 
pedagógica: o fazer artístico, a apreciação e a reflexão sobre a arte. 
Esse fazer é concebido como “[...] centrado na exploração, expressão e 
comunicação de produção de trabalhos de arte por meio de práticas artísticas, 
propiciando o desenvolvimento de um percurso de criação pessoal” (Idem, Ibidem). 
 
A apreciação, por sua vez, é apresentada como: 
[...] percepção do sentido que o objeto propõe, articulando-o tanto aos elementos 
da linguagem visual quanto aos materiais e suportes utilizados, visando 
desenvolver, por meio da observação e da fruição, a capacidade de construção de 
sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de arte e de seus 
produtores (Idem, Ibidem). 
 
A fruição da arte é ressaltada, em nota de rodapé, como processo de articulação 
entre “[...] emoção, sensação e prazer que advém da ação que a criança realiza ao 
 
 
40 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
se apropriar dos sentidos e emoções gerados no contato com as produções 
artísticas” (Idem, Ibidem). 
 
A reflexão é apresentada, não como um momento à parte, mas como integrante tanto 
da experiência do fazer, como do apreciar arte. É concebida como um “[...] pensar sobre 
todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala, compartilhando perguntas 
e afirmações que a criança realiza instigada pelo professor e no contato com suas próprias 
produções e as dos artistas” (Idem, Ibidem). 
 
6.2.1. O Parâmetro Curricular Nacional para as Artes Visuais 
 
 
 
 Ao analisarmos o PCN voltado às Artes Visuais no Ensino Fundamental - anos 
iniciais, percebemos que as diretrizes indicam uma ampliação das ações 
voltadas à arte. Essa ampliação diz respeito tanto aos aspectos técnicos quanto 
aos conhecimentos envolvidos na apreciação e na contextualização. 
 
 
 
Para que essa ampliação de conhecimentos se torne realidade o PCN divide as 
ações de ensino /aprendizagem em três eixos: O primeiro é "Expressão e comunicação na 
prática dos alunos em artes visuais". 
 
Nesse eixo temos como fundamentos: 
 As artes visuais no fazer dos alunos: desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, 
modelagem, instalação, vídeo, fotografia, histórias em quadrinhos, produções 
informatizadas. 
 Criação e construção de formas plásticas e visuais em espaços diversos 
(bidimensional e tridimensional). Observação e análise das formas que produz e do 
processo pessoal nas 
 Suas correlações com as produções dos colegas. 
 Consideração dos elementos básicos da linguagem visual em suas articulações 
nas imagens produzidas (relações entre ponto, linha, plano, cor, textura, forma, 
volume, luz, ritmo, movimento, equilíbrio). 
 
 
41 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Reconhecimento e utilização dos elementos da linguagem visual representando, 
expressando e comunicando por imagens: desenho, pintura, gravura, modelagem, 
escultura, colagem, construção, fotografia, cinema, vídeo, televisão, informática, 
eletrografia. 
 Contato e reconhecimento das propriedades expressivas e construtivas dos 
materiais, suportes, instrumentos, procedimentos e técnicas na produção de formas 
visuais. 
 Experimentação, utilização e pesquisa de materiais e técnicas artísticas (pincéis, 
lápis, giz de cera, papéis, tintas, argila, goivas) e outros meios (máquinas 
fotográficas, vídeos, aparelhos de computação e de reprografia). 
 Seleção e tomada de decisões com relação a materiais, técnicas, instrumentos na 
construção das formas visuais. pp 45-46. 
 
Podemos observar que a ênfase das ações está em fazer com que os alunos 
experimentem a prática da arte, investindo de forma consciente no desenvolvimento da 
linguagem ligada à arte, aprofundando os conhecimentos necessários para a comunicação 
artística. 
 
O segundo eixo diz respeito "As artes visuais como objeto de apreciação 
significativa". Nesse eixo encontramos os fundamentos: 
 Convivência com produções visuais (originais e reproduzidas) e suas concepções 
estéticas nas diferentes culturas (regional, nacional e internacional). 
 Identificação dos significados expressivos e comunicativos das formas visuais. 
 Contato sensível, reconhecimento e análise de formas visuais presentes na 
natureza e nas diversas culturas. 
 Reconhecimento e experimentação de leitura dos elementos básicos da linguagem 
visual, em suas articulações nas imagens apresentadas pelas diferentes culturas 
(relações entre ponto, linha, plano, cor, textura, forma, volume, luz, ritmo, 
movimento, equilíbrio). 
 Contato sensível, reconhecimento, observação e experimentação de leitura das 
formas visuais em diversos meios de comunicação da imagem: fotografia, cartaz, 
televisão, vídeo, histórias em quadrinhos, telas de computador, publicações, 
publicidade, desenho industrial, desenho animado. 
 
 
42 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Identificação e reconhecimento de algumas técnicas e procedimentos artísticos 
presentes nas obras visuais. 
 Fala, escrita e outros registros (gráfico, audiográfico, pictórico, sonoro, dramático, 
videográfico) sobre as questões trabalhadas na apreciação de imagens. pp. 46-47. 
 
A partir desse eixo podemos perceber a importância que o PCN reserva à leitura de 
imagens, propondo essa leitura como um processo que compreende tanto os aspectos da 
linguagem quanto os aspectos sensíveis de significação que são atribuídos a partir da 
relação entre a arte e o estudante. 
 
O terceiro eixo é "As artes visuais como produto cultural e histórico". Os fundamentos 
desses eixos são: 
 Observação, estudo e compreensão de diferentes obras de artes visuais, artistas e 
movimentos artísticos produzidos em diversas culturas (regional, nacional e 
internacional) e em diferentes tempos da história. 
 Reconhecimento da importância das artes visuais na sociedade e na vida dos 
indivíduos. 
 Identificação de produtores em artes visuais como agentes sociais de diferentes 
épocas e culturas: aspectos das vidas e alguns produtos artísticos. 
 Pesquisa e frequência junto das fontes vivas (artistas) e obras para reconhecimento 
e reflexão sobre a arte presente no entorno. 
 Contato frequente, leitura e discussão de textos simples, imagens e informações 
orais sobre artistas, suas biografias e suas produções. 
 Reconhecimento e valorização social da organização de sistemas para 
documentação, preservação e divulgação de bens culturais. 
 Frequência e utilização das fontes de informação e comunicação artística presentes 
nas culturas (museus, mostras, exposições, galerias, ateliês, oficinas). 
 Elaboração de registros pessoais para sistematização e assimilação das 
experiências com formas visuais, informantes, narradores e fontes de informação. 
p. 47. 
 
Com eles o PCN apresenta a necessidade de, progressivamente, ampliar a 
autonomia dos estudantes para que sejam capazes de pesquisar sobre arte e de organizar 
esses conhecimentos. 
 
 
43 MetodologiaDo Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Dessa forma o PCN mantém uma ligação entre o trabalho na Educação Infantil 
e as atividades que serão realizadas a partir do Ensino Fundamental, 
incentivando uma sequência de desenvolvimento estético para o estudante. 
 
 
 
 
 
 Pesquise na internet casos reais de empresas que utilizaram alguma teoria 
organizacional para resolver seus problemas. 
 
 Para ler na íntegra o livro: FUNDAMENTOS ESTÉTICOS DA EDUCAÇÃO, de João 
Francisco Duarte Jr. 
https://books.google.com.br/books?id=8aMGeB0v0ZcC&printsec=frontcover&d
q=inauthor:%22Jo%C3%A3o+Francisco+Duarte+Junior%22&hl=pt-
BR&sa=X&ei=8QgdUr3sFZOY9QSXjYCQBA#v=onepage&q&f=false 
 
 Para conhecer o REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
VOL. III: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf 
 
 Para conhecer o PARÂMETRO CURRICULAR NACIONAL - ARTE - ANOS INICIAIS 
DO ENSINO FUNDAMENTAL: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf 
 
 Para saber mais sobre a leitura de imagens. PLATAFORMA DO LETRAMENTO. 
Textos e vídeo com a professora Lúcia Santaella apresentando o tema. Para ver o 
vídeo clique na seta apresentação e siga até a página 3: 
http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-especial/784/lendo-
imagens.html 
https://books.google.com.br/books?id=8aMGeB0v0ZcC&printsec=frontcover&dq=inauthor:%22Jo%C3%A3o+Francisco+Duarte+Junior%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=8QgdUr3sFZOY9QSXjYCQBA#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=8aMGeB0v0ZcC&printsec=frontcover&dq=inauthor:%22Jo%C3%A3o+Francisco+Duarte+Junior%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=8QgdUr3sFZOY9QSXjYCQBA#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=8aMGeB0v0ZcC&printsec=frontcover&dq=inauthor:%22Jo%C3%A3o+Francisco+Duarte+Junior%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=8QgdUr3sFZOY9QSXjYCQBA#v=onepage&q&f=false
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf
http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-especial/784/lendo-imagens.html
http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-especial/784/lendo-imagens.html
 
 
44 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Finalizamos aqui nossa segunda semana de estudos. Espero que tenha aproveitado 
bastante e que esteja motivado a colocar muito mais arte nas suas vivências pessoais e 
profissionais. 
 
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Temas de 
filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. 
 
CANDA, Cilene Nascimento; BATISTA, Carla Meira Pires. Qual o lugar da arte 
no currículo escolar? R. cient. /FAP, Curitiba, v.4, n.2 p.107-119, jul. /dez. 
2009. p. 109. 
Disponível em: 
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica4vol2/07_artigo_Cil
ene_Canda_Carla_Batista.pdf Último acesso em julho de 2022. 
 
CASTILHO, Ana Lúcia Serrou; FERNANDES, Vera Lúcia Penzo. Questão estética 
no ensino de artes no ensino fundamental. 
Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%
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0NO%20ENSINO.pdf Último acesso em: junho 2022. 
 
CORRÊA, Ayrton Dutra (org.). Ensino das Artes Visuais ­ mapeando o processo
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Entrevista: João Duarte Jr. Revista Contrapontos - Eletrônica, Vol. 12 - n. 3 - p. 
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http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/4039/2387 
 
FRÓIS, João Pedro. Educação Estética e Artística: abordagens 
transdisciplinares. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. 
Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação 
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 
 
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de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 
 
TROJAN, Rose Meri. Estética da sensibilidade como princípio curricular. 
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em: 
http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/481/485 
 
 
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica4vol2/07_artigo_Cilene_Canda_Carla_Batista.pdf
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica4vol2/07_artigo_Cilene_Canda_Carla_Batista.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/4039/2387
http://www.scielo.br/pdf/cp/v34n122/22512.pdf
http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/481/485
 
 
45 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. A BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E AS ARTES NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Objetivo 
Conhecer as indicações da BNCC para as artes e comparar com as indicações do 
RCNEI. 
 
Introdução 
A BNCC - Base Nacional Curricular para educação infantil e fundamental foi 
homologada em dezembro de 2008 e discorre sobre o que crianças e jovens aprenderão 
na educação básica. Nessa aula trataremos de como a arte é apresentada nesse 
documento em comparação com o RCNEI. 
 
7.1. A Arte na EI segundo a BNCC e o RCNEI 
A BNCC divide os conhecimentos específicos da educação infantil em “campos de 
experiências”. Entre eles há um que aborda especificamente as linguagens artísticas: 
“Traços, sons, cores e formas”. Os objetivos de aprendizagem desse campo são 
divididos por faixa etária: 
 
 
 
46 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Objetivos de Aprendizagem. Campos de Experencias. Traços, sons, cores e formas. Base Nacional 
Comum Curricular. P 39. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-
content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf 
 
 
 
A partir dessa indicação observamos que a ênfase apresentada na BNCC é 
para a experimentação de materiais e suportes da arte, investindo na 
experiência estéticas das crianças e na descoberta lúdica dos sentidos. 
 
 
 
 
Ao compararmos com o que indica o RCNEI observamos que o eixo da 
“reflexão” sobre a arte não teve espaço na BNCC e o da apreciação é pouco 
desenvolvido. No RCNEI, as artes visuais são apresentadas como linguagem, 
desenvolvida a partir da interrelação entre os eixos do fazer artístico, da 
apreciação e da reflexão. 
 
 
 
 
RCNEI. 1996. P. 89. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf. 
 
 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf
 
 
47 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
E os objetivos e a apreciação da arte já encaminham o aprendizado, segundo o 
RCNEI, para a percepção da linguagem e prática de leitura visual, como produção de 
significado, enfatizando que a criação de sentido é construída na interrelação com as 
experiências pessoas de cada criança. 
 
 
RCNEI. 1996. P. 91. [grifo nosso] Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf. 
 
 
Assim sendo, o RCNEI, não deve ser esquecido no momento de organização 
das propostas de ensino de arte. 
 
 
 
 
7.2. A música na BNCC e no RCNEI 
O mesmo vai ocorrer em relação à musicalização, que é uma importante aliada do 
professor de educação infantil, e que tem uma ênfase muito mais destacada no 
RCNEI: “ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos 
rítmicos, jogos de mão etc., são atividades que despertam, estimulam e 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf48 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades 
de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva”. (RCNEI. 1996) 
 
 
 
Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a 
percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais 
elaborados” (RCNEI. 1996, p. 48). Dessa forma percebemos que o que está 
sendo valorizado é a compreensão da “música como linguagem e forma de 
conhecimento”. 
 
 
 
 
 A música desenvolve a “expressão, o equilíbrio, autoestima e 
autoconhecimento, além de um poderoso meio de integração social” (RCNEI. 
1996, p. 49) e pode colaborar para a aprendizagem em outros campos do 
conhecimento como na alfabetização. 
 
 
Segundo o RCNEI os objetivos da música na E.I. são divididos por idades: 
 
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Vol III. P. 55. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf 
 
 
 
49 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Vol III. P. 55. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf 
 
 
Por sua vez os conteúdos indicados para o trabalho com música pedem o 
desenvolvimento da linguagem musical para que as crianças cultivem habilidades de 
comunicação e expressão. 
 
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Vol III. P. 57. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf 
 
 
 
 
50 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
A BNCC efetiva o direito da criança a um desenvolvimento saudável, lúdico e 
integrado, mas em relação à arte, precisa ser apoiada pelas conquistas do 
RCNEI, que preconiza a arte como linguagem e a capacidade de apreciação e 
reflexão desde a primeira infância. 
 
 
 
 
 
 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, 
MEC/CONSED/UNDIME, 2018. 
Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-
20dez-site.pdf. 
BRASIL. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Vol III. Brasília, 
MEC/CONSED/UNDIME. 
Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf. 
 
 
 
 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf.
 
 
51 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. A BNCC E A ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS 
 
Objetivo: Compreender as indicações da BNCC para a arte nos anos iniciais do E. 
Fundamental. 
 
Introdução: A arte é apresentada, na BNCC, entre as linguagens e, dentro do campo 
da arte são apresentas 4 linguagens artísticas distintas: Artes visuais, a Dança, a Música e 
o Teatro. “Essas linguagens articulam saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos 
e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas 
artísticas” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). Nosso material focará nas Artes Visuais. 
 
8.1. A arte nos anos iniciais 
A principal característica da arte nessa etapa é seu potencial de expressão: “A 
sensibilidade, a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se manifestam 
como formas de expressão no processo de aprendizagem em Arte” (BRASIL, 2018. pp. 
191- 210). 
 
Um aspecto de destaque na BNCC é sua indicação de que a arte pode colaborar 
com o desenvolvimento de uma cultura de tolerância pela “interação crítica dos alunos com 
a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo 
intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania” (BRASIL, 
2018. pp. 191- 210). A partir dessa reflexão propõe a apresentação de múltiplas formas de 
arte aos estudantes, especialmente as ligadas a cultura popular e aos circuitos alternativos. 
 
Outro aspecto importante é o destaque sobre a necessidade de desenvolver a 
autonomia dos estudantes para o processo de criação. “A aprendizagem de Arte precisa 
alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os alunos 
sejam protagonistas e criadores” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). Há uma ênfase sobre a 
prática da arte, ainda que objetivos e ações de leitura e contextualização da arte sejam 
presentes. Veja os quadros gerais que apresentam os objetos de conhecimento de cada 
linguagem artística e suas habilidades: 
 
 
 
52 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
53 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Destacamos especialmente as artes visuais: 
 
 
Ao analisarmos a proposta da BNCC destacam-se as dimensões da arte como 
criação: “refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e constroem. 
Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere materialidade estética a 
sentimentos, ideias, desejos e representações em processos, acontecimentos e produções 
artísticas individuais ou coletivas” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). 
 
Outra dimensão é a crítica que “refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos 
em direção a novas compreensões do espaço em que vivem, com base no estabelecimento 
de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre as diversas experiências e 
manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). 
 
 
 
54 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A dimensão estesia: “refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao 
espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais” 
(BRASIL, 2018. pp. 191- 210), enfatizando o protagonismo das crianças na experimentação 
artística. A dimensão seguinte é a expressão que “refere-se às possibilidades de 
exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto 
em âmbito individual quanto coletivo” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). 
 
A dimensão da fruição: “refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à 
abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais”. E a 
última dimensão é a de reflexão que está associada ao “processo de construir argumentos 
e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e 
culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e 
culturais, seja como criador, seja como leitor” (BRASIL, 2018. pp. 191- 210). 
 
Para ampliarmos nossa capacidade de realizar a leitura de imagem e 
consequentemente a apreciação da arte precisamos conhecer um pouco das estratégias 
que são utilizadas como procedimentos de leitura. Escolhi apresentar nessa disciplina o 
“Image Watching”, mas há várias outras estratégias de leitura e, em verdade, cada 
educador, ao longo de sua formação e atuação, desenvolve suas próprias formas de 
organização da apreciação que devem ser coerentes com a realidade dos grupos com que 
essa ação didática esteja sendo desenvolvida. 
 
8.2. Image Watching 
O sistema de crítica de arte, Image Watching, foi criado por Robert William Ott, [nos 
anos 1980], então professor do Departamento de Educação Artística da Penn State 
University, na Pensilvânia, EUA. Sua proposta apresenta seis etapas a serem realizadas 
numa sequência contínua dentro da qual etapas de reconhecimento e ampliação de 
saberes são alcançados. Sua boa adaptação a estudantes ou professores em início de 
carreira ou de áreas distintas é uma das vantagens desse método.55 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
A gênese do sistema Image Watching foi, além do reconhecimento da 
importância da atividade crítica, a tentativa de solucionar desafios. Como 
professor do Departamento de Arte-Educação, Ott foi responsável pelas 
disciplinas de prática de ensino com estágio supervisionado e museu e 
educação. Seus alunos eram inscritos ou no curso de bacharelado em artes, de 
arte-educação, ou de formação de professores para as primeiras séries do 
ensino fundamental. Tinha sob sua responsabilidade uma clientela 
heterogênea em relação ao conhecimento sobre arte e vivências artísticas e 
museologia. REFERÊNCIA: RIZZI, Cristina. Contemporaneidade (mas não 
onipotência) do Sistema de Leitura de Obra de Arte Image Watching. 
Disponível em: 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15 
 
 
Ott usou os termos que nomeiam as etapas de leitura no gerúndio como forma de 
enfatizar o significado processual dessa operação, por isso: aquecimento/Sensibilização, 
descrevendo, analisando, interpretando, fundamentando e revelando, que é a culminância 
do processo. 
 
A primeira etapa, de Aquecimento/Sensibilização, visa criar uma predisposição à 
apreciação. 
 
 
Aquecimento/Sensibilização quando o indivíduo deve predispor-se à 
performance da apreciação, preparando seu potencial de percepção e de 
fruição, em uma atmosfera favorável à criação. REFERÊNCIA: RIZZI, Cristina. 
Contemporaneidade (mas não onipotência) do Sistema de Leitura de Obra de 
Arte Image Watching. 
Disponível em: 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15 
 
 
A segunda etapa: Descrevendo impõe uma postura objetiva para o olhar atento, 
capaz de indicar, com alguma precisão, o que está sendo visto, enquanto a terceira: 
Analisando nos desafia a buscar as questões estéticas e de percepção para compreender 
os processos técnicos e de formação de sentido da imagem. 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15
 
 
56 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Descrevendo é o momento em que a percepção é priorizada e a enumeração 
do que está sendo visto é efetuada. Analisando enfoca e desenvolve os 
aspectos conceituais da leitura da obra de arte, utilizando para a análise formal 
da obra percebida conceitos da Crítica e da Estética. REFERÊNCIA: RIZZI, 
Cristina. Contemporaneidade (mas não onipotência) do Sistema de Leitura de 
Obra de Arte Image Watching. 
Disponível em: 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15 
 
 
A quarta etapa: Interpretando é o momento em que é possível a cada leitor 
estabelecer vínculos com a imagem, relacionando aquilo que é visto com o que já foi 
vivenciado para propor sentido contemporâneos a imagem. A quinta etapa: 
Fundamentando é o momento da pesquisa nos livros, sites, artigos que tratam da imagem, 
do assunto, da vida e obra do artista/criador ou de temas transversais que possam auxiliar 
na ampliação de saberes ligados a obra que está em discussão. 
 
 
Interpretando é o momento das respostas pessoais à obra de arte, objeto da 
apreciação, quando as pessoas expressam suas sensações, emoções e ideias a 
partir do contato com a materialidade da obra, seu vocabulário, gramática e 
sintaxe. Fundamentando acrescenta uma extensão que não era encontrada na 
época em outros sistemas de crítica. É o momento de trazer o conhecimento 
adicional disponível no campo da História da Arte, a respeito da obra e do 
artista que estão sendo objeto de conhecimento. A intenção é de ampliação 
do conhecimento e não de convencimento do aluno a respeito do valor da 
obra de arte. REFERÊNCIA: RIZZI, Cristina. Contemporaneidade (mas não 
onipotência) do Sistema de Leitura de Obra de Arte Image Watching. 
Disponível em: 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15 
 
 
A última etapa: Revelando, é a finalização do processo. Nele é esperado que o leitor 
coloque em prática as estratégias de criação, processos técnicos, a poética artística ou uma 
proposição de um percurso de criação onde possa demonstrar sua compreensão da leitura. 
Mas, isso não significa ter de copiar a imagem lida nem de recriar essa mesma imagem. 
Essa etapa final pode ser realizada em qualquer linguagem ou meio expressivo e pode 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15
 
 
57 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
deixar ver a obra lida ou não. Isto é, pode se descolar totalmente dela. Isso vai depender 
totalmente do impulso criador de quem participou do processo. 
 
 
 
Revelando é entendido como o momento de culminância do processo de 
ensino da arte através da crítica de arte. Neste momento, o aluno tem a 
oportunidade de revelar, através do Fazer Artístico, o processo de construção 
de conhecimento por ele vivenciado. REFERÊNCIA: RIZZI, Cristina. 
Contemporaneidade (mas não onipotência) do Sistema de Leitura de Obra de 
Arte Image Watching. 
Disponível em: 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15 
 
 
A partir dessas dimensões, e mirando o desenvolvimento das competências da 
área, a arte participa da educação integrando conhecimentos, na construção 
de uma interdisciplinaridade que efetive o aprendizado integral da criança. 
 
 
 
 
 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, 
MEC/CONSED/UNDIME, 2018. 
Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-
20dez-site.pdf. 
BRASIL. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Vol III. Brasília, 
MEC/CONSED/UNDIME. 
 
Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf. 
 
 
 
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=15
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000053.pdf.
 
 
58 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. AVALIAÇÃO FORMATIVA E CONTINUADA NAS ARTES 
 
Objetivo: 
Nesse texto discutiremos aspectos importantes para a efetivação de uma proposta 
de avaliação que corresponda às expectativas da avaliação como parte de um processo de 
formação contínua para professores e estudantes. 
 
Introdução: 
A primeira ação é a conceituação do que seria avaliar: 
 
Avaliar é uma ação pedagógica guiada pela atribuição de valor apurada e 
responsável que o professor realiza das atividades dos alunos. Avaliar é também 
considerar o modo de ensinar os conteúdos que estão em jogo nas situações de 
aprendizagem. Avaliar implica conhecer como os conteúdos de Arte são 
assimilados pelos estudantes a cada momento da escolaridade e reconhecer os 
limites e a flexibilidade necessários para dar oportunidade à coexistência de 
distintos níveis de aprendizagem em um mesmo grupo de alunos. Para isso, o 
professor deve saber o que é adequado dentro de um campo largo de aprendizagem 
para cada nível escolar, ou seja, o que é relevante o aluno praticar e saber nessa 
área. (BRASIL. PCN - Arte, 1998) 
 
 
Tanto para as artes visuais como para a música a indicação de avaliação do 
Referencial e do PCN é a avaliação formativa. A avaliação formativa é 
apresentada como uma possibilidade de acompanhamento constante do 
aluno, levando em consideração os processos que são vivenciados pelos 
estudantes, e nasce de um trabalho intencional, consciente do professor. 
 
 
9.1. Diretrizes para a avaliação em artes 
Segundo o Parâmetro Curricular Nacional é preciso compreender em que momentose com que direção essa avaliação poderá ser realizada, destacando: avaliação diagnóstica, 
avaliação do processo e avaliação do produto resultante. 
 
A avaliação no processo de ensino e aprendizagem de arte precisa ser realizada 
com base nos conteúdos, objetivos e orientação do projeto educativo na área e tem três 
momentos para sua concretização: 
 
 
59 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 A avaliação pode diagnosticar o nível de conhecimento artístico e estético dos 
alunos, nesse caso costuma ser prévia a uma atividade; 
 A avaliação pode ser realizada durante a própria situação de aprendizagem, 
quando o professor identifica como o aluno interage com os conteúdos e transforma 
seus conhecimentos; 
 A avaliação pode ser realizada ao término de um conjunto de atividades que 
compõem uma unidade didática para analisar como a aprendizagem ocorreu. 
(BRASIL. PCN - Arte, 1998) 
 
 
O objetivo de se realizar a avaliação formativa é que esta deve ser um 
instrumento para o reconhecimento dos caminhos de aprendizagem 
percorridos pelo estudante e pelo grupo e servirá como apoio para a 
reorganização de objetivos, conteúdos, procedimentos, atividades, quando 
necessário e também como forma de acompanhar e conhecer cada estudante 
e grupo e suas necessidades. 
 
Dentro do processo pedagógico que acontece em qualquer disciplina, a avaliação é 
um momento importante tanto para alunos e professores, quanto para a família e os 
gestores escolares que acompanham o processo de ensino e aprendizagem. A avaliação 
deve ser realizada obedecendo a critérios pré-estabelecidos, adequados ao conteúdo 
estudado, aos objetivos de aprendizagem e a etapa de desenvolvimento do grupo. Além 
disso, o aluno precisa conhecer quais critérios serão utilizados para avaliá-lo. 
 
Tradicionalmente a avaliação é quantitativa: de forma objetiva a nota obtida 
corresponde à quantidade de conhecimento que o aluno demonstra no momento da 
avaliação, o que não significa, necessariamente, um aprendizado efetivo e duradouro. Mas 
essa abordagem, felizmente, vem sofrendo alterações na prática e na legislação. 
 
Na Lei de Diretrizes e Bases de 1996 esse novo enfoque do processo avaliativo já 
aparece. "Art. 24, seção V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes 
critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os 
de eventuais provas finais". 
 
 
 
60 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Nessa abordagem o processo avaliativo acontece continuamente com critérios de 
avaliação que demonstram como está o processo de desenvolvimento do aluno, o resultado 
– produto final - servirá para perceber como o aprendizado está acontecendo, ele não será 
o foco da avaliação, pelo contrário, ajudará o professor a avaliar também os resultados do 
seu trabalho, podendo readequar – ou não – as estratégias e conteúdos em sala de aula, 
conforme a necessidade. 
 
 
Especialmente a partir do Ensino fundamental cabe promover também 
situações de autoavaliação para desenvolver a reflexão do aluno sobre seu 
papel de estudante. É interessante que a autoavaliação seja orientada, pois 
uma estrutura totalmente aberta não garantirá que o aluno reconheça os 
pontos relevantes de seu percurso de aprendizagem. Dentro de um roteiro 
flexível, o aluno poderá expressar suas ideias e posteriormente comparar, 
reconhecer semelhanças e diferenças entre suas observações e as dos colegas. 
 
 
 
Esse roteiro pode ser preparado pelo professor, mas com a participação dos 
estudantes, a partir de questionamentos como: quais pontos estudados podem demonstrar 
o quanto e o que aprendemos? Como podemos demonstrar o que foi aprendido? 
 
Ao pensar sobre o que demonstra efetivamente os processos de aprendizagem, 
tanto professores como estudantes adquirem novas competências em relação aos critérios 
de avaliação e sua organização. Quanto aos conteúdos trabalhados, a avaliação poderá 
ser feita por meio da criação de cartazes, imagens, portfólios, dramatizações ou 
composições musicais articuladas pelos alunos, assim como por pequenos textos ou falas 
em que eles abordem sobre os conteúdos estudados. 
 
O professor deve observar se o aluno articula uma resposta pessoal com base nos 
conteúdos estudados, que apresente coerência e correspondência dentro de suas 
possibilidades de aprendizado. Pode ainda observar se houve um processo de reflexão 
sobre o tema e se o estudante foi capaz de estabelecer relações entre os temas estudados 
e sua própria vida, a realidade da qual participa ou aspectos da cultura escolar aos quais 
esteja ligado. 
 
 
 
61 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outro ponto de destaque para realizar a avaliação qualitativa é a capacidade de 
pesquisar, associar e organizar informações em relação aos temas estudados e se o 
estudante foi capaz de socializar sua aprendizagem com os colegas a partir das 
experiências realizadas no coletivo. Entretanto, não há critérios pré-estabelecidos que 
correspondam a toda situação de aprendizagem. Cada proposta pedirá por um olhar atento 
e por um processo reflexivo que apresente critérios específicos para a situação em questão. 
 
Nesse texto estudamos os processos envolvidos na efetivação de propostas de 
avaliação formativas e contínuas para as artes na educação, que sejam qualitativas e se 
adaptem a cada situação de ensino/aprendizagem específicas, superando a avaliação 
meramente quantitativa e que envolva processos reflexivos para professores e estudantes. 
 
 
 
 
● Para conhecer mais sobre MÚSICA NA ESCOLA: A ORQUESTRA E SEUS 
INSTRUMENTOS: https://www.youtube.com/watch?v=nSJeBqxJ6tc 
 
● Neste vídeo o maestro Edilson Venturelli, da Orquestra Sinfônica 
Heliópolis, e os alunos do Instituto Baccarelli, em São Paulo mostram 
como funciona uma orquestra e explicam a origem e a mecânica de cada 
um dos instrumentos que a compõem (a família das cordas, a dos metais, 
a das madeiras e os instrumentos de percussão). 
 
● Para conhecer um projeto em que catadores de lixo criam ORQUESTRA 
COM INSTRUMENTOS DE OBJETOS RECICLADOS: 
https://www.youtube.com/watch?v=_21MpYU8SJw 
 
● Para conhecer mais sobre as relações entre Arte & Matemática - 08 - 
Matemática da Música: 
https://www.youtube.com/watch?v=6mHjdQpzxyI 
 
● Para conhecer mais sobre as relações entre Arte & Matemática - 07 - 
Música Nas Esferas: https://www.youtube.com/watch?v=lVmuC9w8Iis 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nSJeBqxJ6tc
https://www.youtube.com/watch?v=_21MpYU8SJw
https://www.youtube.com/watch?v=6mHjdQpzxyI
https://www.youtube.com/watch?v=lVmuC9w8Iis
 
 
62 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Finalizamos aqui o estudo do nosso componente curricular. Espero que tenha 
aproveitado nosso tempo de estudo e que esse tenha sido apenas o início de sua 
aproximação com a arte na educação. 
 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação 
Fundamental. Referencial curricular para a Educação Infantil. Brasília: 
MEC/SEF, 1998. vol. III. 
 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação 
Fundamental. Parâmetro Curricular Nacional - Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. São Paulo: Cia das Letras, 1989. 
 
 
	1. DESAFIOS PARA A PRÁTICA DA ARTE NA EDUCAÇÃO
	1.1. Conceito de arte e patrimônio cultural
	1.2. Arte na educação
	2. ARTE NA ESCOLA – UM POUCO DESSA HÍSTORIA...
	3. A LEITURA DE IMAGEM NO CONTEXTO DA PROPOSTA TRIANGULAR
	3.1. As leituras das crianças do Jardim B
	4. ESTÉTICA E EDUCAÇÃO ESTÉTICA
	4.1. Educação estética e experiência estética na educação
	4.2. Relações entre arte e estética5. EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NA SALA DE AULA
	5.1. Experiência Estética
	6. DIRETRIZES NACIONAIS PARA O ENSINO DAS ARTES
	6.1. Ensino de Arte
	6.2. A prática da arte segundo o Referencial Curricular – Artes Visuais
	6.2.1. O Parâmetro Curricular Nacional para as Artes Visuais
	7. A BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E AS ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	7.1. A Arte na EI segundo a BNCC e o RCNEI
	7.2. A música na BNCC e no RCNEI
	8. A BNCC E A ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS
	8.1. A arte nos anos iniciais
	8.2. Image Watching
	9. AVALIAÇÃO FORMATIVA E CONTINUADA NAS ARTES
	9.1. Diretrizes para a avaliação em artesde capoeira está inscrita na Lista Representativa do 
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, desde 2014? E o 
Círio de Nazaré: procissão da imagem de Nossa Senhora de Nazaré na cidade 
de Belém (Estado do Pará), desde 2013? Além deles são considerados 
patrimônios da humanidade o Frevo: arte do espetáculo do carnaval de Recife, 
o Yaokwa, ritual do povo enawene nawe para a manutenção da ordem social 
e cósmica, as expressões orais e gráficas dos wajapis e o Samba de roda do 
Recôncavo Baiano. 
 
A UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura é 
o órgão internacional que orienta programas de proteção ao patrimônio mundial. 
 
 
 
 Pesquise mais sobre os patrimônios culturais brasileiros reconhecidos pela 
UNESCO em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-
heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/#c1414250 
 Consulte também o artigo: Os 14 Patrimônios Culturais da Humanidade que ficam 
no Brasil - Construções históricas e até uma cidade inteira estão na lista de 
patrimônios tombados pela Unesco em 
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Conven%C3%A7%C3%A3o1972.pdf
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Conven%C3%A7%C3%A3o1972.pdf
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/frevo/#c1415508
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/yaokwa-ritual-do-povo-enawene-nawe/#c1415500
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/yaokwa-ritual-do-povo-enawene-nawe/#c1415500
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/expressoes-orais-e-graficas-dos-wajapis/#c1414260
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/samba-de-roda-do-reconcavo-baiano/#c1414252
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/samba-de-roda-do-reconcavo-baiano/#c1414252
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/#c1414250
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/#c1414250
 
 
7 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/patrimonios-culturais-da-
humanidade-unesco-brasil/ 
 
 
 
Há órgãos instituídos nas diversas instâncias que são responsáveis por registrar ou 
no caso da arquitetura, tombar, as formas culturais, materiais ou imateriais que são 
consideradas tão importantes para nossa identidade que devem ser preservadas, 
valorizadas e difundidas. 
 
 
 
Você conhece os órgãos de preservação do patrimônio? Entre os órgãos 
que fazem a gestão do patrimônio nacional estão o Instituto 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), esfera federal e, 
por exemplo, o Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio 
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, na 
esfera estadual. Cada estado tem um órgão ligado a Secretaria de Estado 
da Cultura e algumas cidades têm órgão ligados à Secretaria de Cultura, 
como é o caso de Santos, cidade que possui o CONDEPASA - Conselho 
de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos. 
 
 
Mas, como a arte participa da educação e por quê? 
 
1.2. Arte na educação 
“Criar arte é ver o mundo como que pela primeira vez. É buscar a origem, o gesto 
que o fundou. É reaprender cada coisa, cada objeto, é dar novos significados às 
coisas já existentes, é reinventar, reconduzir, reconstruir”. 
 Frederico de Morais, 1989. 
 
Como ensinar arte? Os documentos oficiais, que orientam as diretrizes educacionais, 
são unânimes em afirmar a importância da arte para o desenvolvimento pleno do indivíduo 
e de suas capacidades de relacionar-se com o mundo a sua volta. Fala-se muito sobre uma 
educação estética, uma educação para o reconhecimento e o domínio de múltiplas 
linguagens, mas pouco se pratica dessa multiplicidade. 
 
https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/patrimonios-culturais-da-humanidade-unesco-brasil/
https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/patrimonios-culturais-da-humanidade-unesco-brasil/
 
 
8 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Cunha chama nossa atenção para a importância da arte para a criança e de como 
as crianças estão próximas dos artistas: 
 
A arte faz de conta. Crianças, artistas, fazem de conta que um rabisco, um objeto, 
um fragmento, um pensamento se transforme em uma outra coisa. Tanto as 
crianças, quanto àqueles adultos que persistem em deslocar a ordem estabelecida 
do mundo, compartilham de um pensamento similar, no sentido de que ambos 
propõem simulacros ou fingem que uma coisa é outra coisa. Artistas e crianças, 
percebem o mundo e dão sentido a ele através de formas singulares. Utilizam seus 
sentidos de forma mais aguçada do que a maioria dos adultos que deixaram para 
trás esta capacidade humana de ver, imaginar e simbolizar. (CUNHA)1 
 
 
 
Para que todo esse potencial aflore é preciso apresentar a arte para a criança, 
deixá-la apropriar-se de seus processos e princípios. A principal tendência para 
o ensino de arte na atualidade apresenta a necessidade de que o professor 
seja um mediador entre a criança e o universo artístico e para isso as propostas 
devem relacionar três eixos ou ações que devem ser organizadas pelo 
professor. Esses eixos são: o fazer artístico, a leitura de obras de arte e a 
contextualização da arte. 
 
 
Vamos conhecer um pouco do caráter e a contribuição de cada um desses eixos? 
Iniciaremos pela prática da arte. 
 
 
Sintetizando podemos dizer que o fazer ou produção artística é uma 
oportunidade para o aluno desenvolver um percurso próprio de criação na 
prática da Arte. Um momento para que ele crie segundo as suas experiências, 
possibilidades e expectativas. 
 
 
 
 
 
 
1 CUNHA, Susana Rangel Vieira da. Como vai a Arte na Educação Infantil? Disponível em: 
http://brincarjogarepensar.blogspot.com.br/2009/10/como-vai-arte-na-educacao.html. 
http://brincarjogarepensar.blogspot.com.br/2009/10/como-vai-arte-na-educacao.html
 
 
9 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A etapa da produção é a oportunidade de o aluno testar, conhecer e escolher 
diferentes cores, formatos, gestos, movimentos corporais e sons. É o momento de 
mostrar suas escolhas, mudar de ideia, decidir novamente. "O estudante deve ter a 
chance de experimentar com diferentes formas e procedimentos para desenvolver 
um percurso próprio", diz Rosa Lavelberg. "O caminho é favorecer a criação com 
propostas instigantes. Assim, a produção dialoga com diferentes referências e 
alimenta a poética pessoal", diz Mirian Celeste Martins, do programa de pós-
graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, na 
capital paulista. (SANTOMAURO)2 
 
E, o que isso quer dizer? Que desenhar, pintar, modelar, ou fotografar deve ser uma 
experiência importante, criativa, em que a criança faz uma busca pessoal por sentido 
usando da linguagem visual. Por meio da arte a criança tem a oportunidade de organizar o 
seu mundo interior, suas experiências e intenções. Mas, para fazer isso ela depende do 
aprendizado dessa linguagem. 
 
Da mesma forma que aprendemos a ler e escrever a língua mãe ou outra língua, 
precisamos aprender a nos expressar visualmente e é aí que entra o segundo eixo: a leitura 
de imagem. Mas, o que seria isso? 
 
O momento em que as imagens são apresentadas e olhamos para elas com 
interesse renovado, pela organização didática dessa experiência. Olhamos com atenção 
para as imagens da arte para perceber como foram realizadas, quais aspectos da 
linguagem o artistausou, como são as cores, as formas e etc. para aprendermos a tirar 
partido dessas soluções e as utilizarmos também. 
 
 
 
A leitura de imagem também é chamada de apreciação ou fruição e pode ser 
sintetizada como a oportunidade para a ampliação do repertório dos 
estudantes, mas seu papel é bem mais amplo. 
 
 
 
 
 
2 SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em Arte. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-
cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=0. 
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=0
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=0
 
 
10 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Durante as atividades de apreciação, a turma aumenta o repertório. Ao ampliar a 
variedade de produções que conhece e ao analisar, o aluno estabelece ligações 
com o que já sabe e "constrói conhecimentos", como diz Marisa Szpigel. Essa parte 
do trabalho é feita em visitas a instituições culturais3, teatros e espaços para shows 
e outras apresentações artísticas que permitam desenvolver o pensamento crítico 
e perceber como a arte afeta cada um. (SANTOMAURO)4 
 
O terceiro eixo desse tripé é constituído pela possibilidade de reflexão e/ou 
contextualização da arte. 
 
 
Toda imagem tem uma história. Ela foi realizada por alguém, em algum lugar 
e com algum tipo de propósito. A pesquisa procura revelar aspectos da obra 
com os quais podemos nos relacionar hoje, a partir da das nossas experiências 
atuais, atribuindo novos significados a essa obra. 
 
 
Já a fase da reflexão é uma espécie de complemento da apreciação. A diferença é 
sutil: ela tem lugar quando o estudante analisa o que viu e ouviu. Sabendo que 
aquele objeto artístico foi criado em determinado contexto e que faz parte de uma 
história, torna-se capaz de entender os significados atribuídos a ele. Daí a 
importância das discussões em classe (e da leitura de críticas e resenhas) para 
todos observarem que há outras maneiras de entender a arte. Registros escritos 
também favorecem a expressão de ideias. (SANTOMAURO)5 
 
Essa é apenas uma introdução a prática da arte, mas essa análise das relações entre 
teoria e prática serão tema de todo o componente, de forma mais ou menos direta. 
 
No próximo texto vamos conhecer um pouco sobre as mudanças históricas 
envolvidas no ensino da arte relacionado essas mudanças às tendências pedagógicas. 
 
 
3 As visitas a exposições e outros locais culturais não são a única forma de contato com a arte para realizar a apreciação. 
Essa leitura também pode ser realizada pela apresentação de imagens projetadas ou impressas de obras na própria sala 
de aula. 
4 SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em Arte. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-
ensinar-em-arte 
5 Idem. 
https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte
https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte
 
 
11 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. ARTE NA ESCOLA – UM POUCO DESSA HÍSTORIA... 
 
“A função da arte é o aprimoramento da consciência humana”. 
Herbert Read, 1957. 
 
Antes de falarmos sobre objetivos, métodos e estratégias para a arte na educação 
precisamos conhecer um pouco sobre a história do ensino da arte. 
 
 
Historicamente a relação entre o ensino da arte e as tendências pedagógicas 
pode ser dividido em cinco momentos. O primeiro é marcado pela influência 
da pedagogia tradicional. Segundo FERRAZ e FUSARI (1993, p. 30) as aulas 
sobre a influência da pedagogia tradicional usaram o desenho como principal 
conteúdo do ensino da arte, optando por uma ênfase utilitária, de preparação 
para o trabalho. 
 
 
A presença do desenho nas escolas primárias e secundárias “[...] fazia analogias 
com o trabalho, valorizando o traço, o contorno, a repetição de modelos, que vinham 
geralmente de fora do país; o desenho de ornatos, a cópia e o desenho geométrico” (Idem, 
p. 30). Esses conteúdos serviam tanto para preparação para o serviço industrial como para 
o artesanal. E, nas “escolas normais”, de preparação de professores, incluía-se o “desenho 
pedagógico”, com o objetivo de ilustrar as aulas. 
 
A aprendizagem era realizada por meio de atividades com ênfase na repetição, no 
exercício da mão, na memorização, no refinamento do gosto e no senso de moral. Apesar 
da introdução, a partir dos anos 1950, da música, canto orfeônico e trabalhos manuais, a 
relação com a aprendizagem continuou a ser “[...] reprodutivista, desvinculando-se da 
realidade social e das diferenças individuais” (FERRAZ; FUSARI, 1993. p. 31), centrado no 
professor. 
 
Muitas dessas características de ensino e aprendizagem continuam presentes na 
escola atual, apesar das diversas mudanças pelas quais a educação tem passado como a 
ênfase no desenho, a repetição de modelos, o desenho pedagógico, o destaque às 
habilidades manuais e os conteúdos técnicos. 
 
 
12 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
A segunda grande tendência no Brasil foi a Pedagogia Nova também conhecida 
como movimento Escola Nova. Segundo FERRAZ e FUSARI (1993, p. 31), esse 
movimento, originário da Europa e Estados Unidos ainda no século XIX, 
repercutiu no Brasil nos anos 1930, mas ganhou destaque a partir dos anos 
1950 e 1960, com escolas experimentais. 
 
 
Os teóricos de referência dessa tendência foram os americanos John Dewey e Victor 
Lowenfeld, assim como o inglês Herbert Read. As ideias presentes a essas teorias 
reforçaram a importância da arte como expressão: 
 [... ] como um dado subjetivo e individual em todas as atividades, que passam dos 
aspectos intelectuais para os afetivos. A preocupação com o método, com o aluno, 
seus interesses, sua espontaneidade e o processo de trabalho caracterizam uma 
pedagogia essencialmente experimental, fundamentada na Psicologia e na 
Biologia. (FERRAZ; FUSARI, 1993. P. 31). 
 
Em 1948, Augusto Rodrigues inicia a criação de uma “escolinha de arte” no Rio de 
Janeiro; com base nos princípios da Escola Nova. Buscava-se que a criança, por meio da 
arte, tivesse comportamentos mais criativos e “mais harmoniosos”, vendo a criança em seu 
aspecto global. A ênfase não era dada sobre o resultado ou produto artístico, mas sobre o 
processo vivenciado a partir de experiências com arte, um “aprender fazendo”. 
 
A influência dessa forma de conceber as relações de aprendizagem na arte está 
presente até hoje na educação, por exemplo, no uso do desenho livre e na negação das 
influências exercidas por professores e pelos outros alunos, tanto sobre o processo, como 
sobre o resultado final ou produto resultante das investidas artísticas da criança. 
 
 
A terceira tendência que repercutiu no Brasil é a Tecnicista que surgiu entre os 
anos 1960 e 1970. Nessa forma de pedagogia tanto aluno como professor 
ocupam papéis secundários. Em primeiro lugar está o sistema técnico de 
organização do curso e da aula, muito conhecido pelo uso de apostilas e 
materiais didáticos confeccionados a priori. (FERRAZ; FUSARI, 1993, p. 32). 
 
 
 
13 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No contexto tecnicista a arte também recebe um tratamento padronizado. Os 
objetivos da aprendizagem valorizam a capacidade de “saber construir”, saber executar 
técnicas e atividades com uso de materiais diversificados e ênfase no produto que será 
obtido por meio da habilidade. “[...] Faz parte ainda desse contexto tecnicista o uso 
abundante de recursos tecnológicos e audiovisuais, sugerindo uma ‘modernização’ do 
ensino.” (FERRAZ; FUSARI, 1993. P. 32). Valoriza também o do livro didático como foco 
da aprendizagem, que teve seu auge entre os anos 1970 e 1980. 
 
Sua influência permanece,por exemplo, quando o professor planeja uma sequência 
de propostas técnicas, enfatizando o domínio de habilidades manuais dissociados das 
relações de linguagem, teoria ou filosofia da arte. 
 
 
A quarta ação pedagógica repercute ainda nos anos 1960, com as ideias 
desenvolvidas por Paulo Freire para a educação brasileira. Sua proposta é 
voltada ao “diálogo educador-educando e visando à consciência crítica” 
(FERRAZ; FUSARI. 1993, p. 33) e serviram de inspiração para muitos 
educadores, inclusive Ana Mae Barbosa, a educadora que foi um marco para 
as mudanças no ensino de Arte que repercutem até os dias atuais. 
 
 
As ideias organizadas por Ana Mae ficaram conhecidas com o nome de Proposta 
Triangular por basearem-se em um tripé: fazer arte, leitura de obra de arte e história da 
arte. Esta proposta foi desenvolvida nos anos 1990, no MAC - Museu de Arte 
Contemporânea da Universidade de São Paulo e no Rio Grande do Sul, pela fundação 
Iochpe e Universidade Federal. Suas ideias migraram para as aulas de arte do ensino 
básico, sofrendo transformações, acréscimos e mesmo deturpações. 
 
 
 
14 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Fonte: RANGEL. Releitura não é cópia: refletindo uma das possibilidades do fazer artístico. Disponível 
em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/2534/1895 
 
 
 
 
 
 
 
A quinta ideia importante é o sócioconstrutivismo. Esta teoria privilegia a 
noção de “construção” do conhecimento, nas relações entre sujeito e objeto, 
buscando superar as concepções que focam apenas o empirismo (condições 
ligadas às percepções). Essa postura pedagógica se opõe a rigidez e 
padronização de avaliações, relações pedagógicas e a restrição de materiais 
didáticos. 
 
 
http://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/2534/1895
 
 
15 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A aprendizagem acontece principalmente pela resolução de problemas, criação e 
interpretação de problemas e convívio com dúvidas. Critérios são criados para a formação 
de boas situações de aprendizagem. Nesse contexto, a construção e a interação são 
fatores de aprendizagem. 
 
No final dos anos 1990, a Proposta Triangular e os estudos sócioconstrutivistas 
influenciaram a criação, tanto do Referencial Nacional da Educação Infantil (1997), como 
dos Parâmetros Curriculares para o Ensino Fundamental e Médio (1998) das diferentes 
áreas do conhecimento, incluindo a arte como um campo de conhecimento e não mais 
como atividade ou apenas habilidade a ser desenvolvida. Essa mudança resultou na 
valorização da arte como uma linguagem que contribui para a formação dos estudantes, na 
ampliação de suas possibilidades expressivas, comunicativas e de atribuição de sentido 
crítico e analítico a participação no campo da cultura. 
 
Esses materiais chamam a atenção de professores e gestores, há quase meio 
século, para a necessidade de renovação do ensino da arte. Recentemente a BNCC - Base 
Nacional Curricular foi homologada, discorrendo sobre o que crianças e jovens aprenderão 
na educação básica, incluindo arte. O texto para a educação infantil e fundamental foi 
homologado em dezembro de 2017 e o conteúdo relacionado ao Ensino Médio, em 2018. 
Ainda assim os desafios para a implantação de uma arte-educação com significado para 
os estudantes e de qualidade na vivência de docentes e discentes está longe de ser 
alcançada, permanecendo como um potencial a ser plenamente desenvolvido. 
 
Essas duas últimas tendências dividem, atualmente, o campo de forças do ensino 
de arte com a Cultura Visual (que conheceremos com mais detalhes em outra aula), cujo 
representante de maior alcance no Brasil é o espanhol Hernández (2000), defendendo a 
ideia de educar para a compreensão da cultura visual. 
 
 
Em síntese é uma área de estudo que se ocupa da diversidade do universo de 
imagens. Busca entender a própria produção visual como prática social, 
cultural e política. O fundamento do estudo com base na cultura visual é que 
“a visão é uma construção cultural, que é aprendida e cultivada, não 
simplesmente dada pela natureza e que, por conseguinte, tem um percurso 
histórico que precisa ser avaliado”. (PEGORARO) 
 
 
 
16 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Como metodologia a Cultura Visual lança mão da interpretação crítica. Uma 
investigação dos valores da imagem em meio ao contexto da cultura e das 
artes, por meio de questionamentos que propiciam essa investigação. Isso 
significa: aprender a fazer questionamentos que revelem as implicações 
culturais e as relações de poder implícitas e explícitas em que determinadas 
produções – da arte ou do mundo - estão sendo produzidas e consumidas. 
 
 
Nesse contexto o professor precisa aprender a construir questões que estimulem a 
capacidade de análise e interpretação para que o estudante produza significados que o 
ajudem a exprimir seu universo pessoal e as especificidades de sua experiência com a 
linguagem, valorizando e ampliando sua capacidade de comunicação. 
 
 
 - Para conhecer mais sobre "TENDÊNCIAS E CONCEPÇÕES DO ENSINO DE ARTE NA 
EDUCAÇÃO ESCOLAR BRASILEIRA: UM ESTUDO A PARTIR DA TRAJETÓRIA 
HISTÓRICA E SÓCIO-EPISTEMOLÓGICA DA ARTE/EDUCAÇÃO": 
 http://30reuniao.anped.org.br/grupo_estudos/GE01-3073--Int.pdf 
 - AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE ARTES: 
 http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/41/Apresenta%C3%A7
%C3%A3o%20Arte%20-%20Coordenadoras%20Pedag%C3%B3gicas.pdf 
 - Para saber mais sobre a história do ensino de arte no Brasil - vídeo em que a 
educadora Ana Mae Barbosa resgata aspectos importantes da história desse 
ensino: 
 https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-
5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6 
 
 
 
Para finalizarmos esse estudo dos aspectos históricos podemos ainda pontuar que 
entre os maiores desafios que enfrentamos hoje temos três aspectos fundamentais que 
serão abordados em aulas específicas: a inclusão da arte contemporânea na sala de aula, 
a valorização das matrizes culturais indígenas e africanas em sua contribuição para a 
formação da cultura brasileira e como abordar as questões de educação patrimonial na sala 
de aula. No próximo texto vamos conhecer mais sobre a Proposta Triangular e sua relação 
com a leitura de imagem. 
 
http://30reuniao.anped.org.br/grupo_estudos/GE01-3073--Int.pdf
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/41/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Arte%20-%20Coordenadoras%20Pedag%C3%B3gicas.pdf
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/41/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Arte%20-%20Coordenadoras%20Pedag%C3%B3gicas.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6
 
 
17 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. A LEITURA DE IMAGEM NO CONTEXTO DA PROPOSTA 
TRIANGULAR 
 
“Numa obra de arte bem-sucedida a forma é inseparável do conteúdo. A aparência 
não é arbitrária. Mas não há fórmula que permita assegurar sua unidade: ela é 
particular a cada obra e é isso que faz seu valor”. 
John Berger, 1970. 
 
Em “A biblioteca à noite” Alberto Mangel fala sobre a famosa Biblioteca de 
Alexandria, que existiu no antigo Egito, criada no século III a. C, possivelmente. Vamos 
analisar esse trecho fazendo uma comparação para compreender o que acontece também 
com os objetos que chamamos de arte ao serem revisitados pelo processo de leitura de 
imagem. 
 
Alexandria e seus estudiosos, porém, jamais se enganaram quanto a verdadeira 
natureza do passado: sabiam que ele era a fonte de um presente em constante 
mutação, no qual novos leitores se dedicavam a velhos livros que se tornavam 
novosno processo de leitura. Cada leitor existe com objetivo de assegurar uma 
modesta imortalidade à determinado livro. a leitura é, nesse sentido, um rito de 
renascimento. 
(Alberto Manguel, 2006). 
 
 
 
 Uma obra de arte, seja ela qual for, foi criada por alguém em um certo 
momento de sua vida, quando vivia em algum lugar. Isso significa dizer que ela 
está de alguma forma ligada a um tempo e a um certo espaço e carrega consigo 
aspectos técnicos, de linguagem e significado que estão ligados e esse tempo 
e lugar de sua origem. O próprio artista e aqueles que a viram nesse mesmo 
tempo têm dela uma certa possibilidade de interpretação. 
Entretanto, a obra goza de uma condição muito particular. Mesmo depois de 
muito tempo que seu autor já não esteja mais vivo há uma boa possibilidade 
de que a obra ainda exista e, nesse caso, cada um que a observar com atenção 
e buscar nela um sentido, uma ideia, a quem nós chamaremos de apreciador, 
poderá também tirar dela uma nova interpretação. 
 
 
É desse renascimento que Manguel nos fala no texto acima, da possibilidade de 
(re)significação de que a leitura é dotada, assim como a arte. Esse fenômeno tem uma 
 
 
18 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
parte de sua vida interna, entre aspectos intelectuais, emocionais e psicológicos, mas se 
desdobra sobre a própria vida e se derrama para a transformação da realidade a medida 
que todo apreciador é alguém que age no mundo e o amplia enquanto tece suas vivências. 
 
 
Nova biblioteca de Alexandria. Egito. Reconstruída em 2002. 
 
 
“Esta biblioteca faz referência a maior biblioteca já conhecida da humanidade e símbolo da 
concentração de conhecimento humano a Biblioteca de Alexandria da antiguidade, construída pelo 
faraó Ptolomeu II, no século III a.C. Nesta época ela reunia cerca de 700000 rolos de pergaminhos 
e seu objetivo era “adquirir um exemplar de cada manuscrito existente na face da Terra””. Fonte: 
https://www.bibliotecasdobrasil.com/2013/04/nova-biblioteca-de-alexandria.html 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Alexandria
 
 
19 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Para pensarmos a prática da leitura de imagem é importante relembrar que esse tipo 
de ação didática surge a partir da introdução da Proposta Triangular no ensino da arte: 
 
 
Ana Mae Barbosa é a educadora responsável pela organização da chamada 
Proposta Triangular. Sua abordagem para a arte e a leitura de imagem na 
Educação Infantil pode ser compreendida no trecho transcrito a seguir 
apresentado originalmente no livro Abordagem Triangular no ensino das 
artes e culturas visuais (2010, p.287-294) dessa educadora. 
 
 
 
Nesse livro ela nos apresenta as conclusões de pesquisas importantes que indicam 
os fundamentos a partir de onde nossa leitura da imagem se realiza. Vale conhecer o texto 
da autora para entender o princípio em que se baseia essa análise das imagens da arte. 
Vale a pena ler um trecho do que ela desafia a compreender. 
 
3.1. As leituras das crianças do Jardim B 
A partir de um projeto maior – Resgatando brincadeiras infantis – busquei uma forma 
diferenciada de trabalhar com jogos e brincadeiras em sala de aula. Para isso, 
selecionei três reproduções de pinturas de dois artistas nacionais e um estrangeiro 
que apresentam brincadeiras infantis como tema para que as crianças fizessem 
suas leituras a partir dessas imagens. 
Na sala de aula, com as crianças sentadas em roda, apresentei as reproduções das 
três obras; cada um deles em momento diferente do projeto. Primeiro eu mostrava 
a obra ao mesmo tempo para todas as crianças e deixava que elas falassem suas 
impressões sobre a mesma. Em seguida, eu passava a imagem para que cada 
criança a olhasse em suas mãos e, individualmente fizesse comentários sobre ela. 
Nesse momento todas as crianças presentes falavam sobre a imagem. Nenhum dos 
alunos negou-se a expressar suas opiniões sobre as pinturas, o que possibilitou que 
esses momentos fossem riquíssimos. 
Meus objetivos com essa proposta foram: proporcionar às crianças o contato com 
reproduções de obras de arte, nesse caso, pinturas, de diferentes autores e também 
possibilitar à turma um olhar reflexivo frente a essas produções, pois a partir desse 
exercício elas poderiam se tornar capazes de “compreender e avaliar todo tipo de 
imagens. ” (BARBOSA, 1995, p.14) 
A primeira imagem apresentada foi uma reprodução da pintura de Milton da Costa, 
Roda (figura 1) de 1942, a qual retrata um grupo de meninas brincando de roda em 
 
 
20 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
um espaço externo. Assim que apresentei a obra para as crianças, perguntei-lhes o 
que elas estavam vendo, o que essas pessoas estão fazendo, onde elas estão... 
Apresento agora algumas das leituras das crianças frente à imagem: 
 
 
Figura 1 - Roda, Milton da Costa, 1942. Fonte: 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Cultura/
Galeria/2004_espaco_ludico.html acesso março 2015. 
“Elas estão rezando porque é de noite”. (Gabriel) 
“Elas primeiro construíram uma barraca, depois foram brincar de roda”. (Ana) 
“Elas estão dançando”. (Nathali) 
Sobre a leitura que as crianças fizeram em relação a essa imagem foi possível 
perceber que na leitura de Nathali, por exemplo, ficou evidente o quanto essa 
significação atribuída por ela – “Elas estão dançando” – está relacionada com sua 
realidade, com sua vivencia, tendo em vista que ela foi a única a fazer a relação da 
Roda como sendo uma dança. Penso que, provavelmente, isso se deve ao fato de 
ela fazer balé duas vezes por semana e a cena apresentada na obra assemelhar-
se a alguma das coreografias aprendida, fazendo-a relacionar as duas situações: a 
brincadeira de roda e o dançar. A influência das aulas de dança na leitura de Nathali 
também aparece no sentido que ela atribuiu à obra Na rua que apresentarei em 
outro momento desse texto, mais adiante. 
Assim também, é interessante pensar na leitura de Gabriel essa imagem de arte: 
“eles estão rezando, porque é de noite”; o aluno provavelmente atribuiu esse 
significado a obra porque o hábito de rezar deve fazer parte de seu dia a dia a ser 
realizado à noite, antes de dormir. 
A segunda imagem foi uma pintura de Auguste Renoir intitulada Gabriele e Jean 
(figura 2), de 1895, que representa uma mulher e uma criança brincando com uma 
boneca e algumas miniaturas de animais de brinquedo sobre uma mesa no interior 
de uma casa. Depois de apresentar a imagem, fiz os seguintes questionamentos 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Cultura/Galeria/2004_espaco_ludico.html
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Cultura/Galeria/2004_espaco_ludico.html
 
 
21 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
para as crianças: Quais cores tem na tela? De que essas pessoas estão brincando? 
Que títulos vocês dariam para essa obra? 
 
 
Figura 2 - Pierre Auguste Renoir – “Gabriele e Jean”, 1895. 
Fonte: http://fineartamerica.com/featured/renoir-gabrielle-and-jean-granger.html 
Acesso março de 2015 
Estas foram suas leituras: 
“Uma mãe e um bebê brincando de celeiro”. (Ana) 
“A mãe tá brincando com o bebê”. (Carolina) 
“A mãe e a filhinha tão brincando. Ela tá fazendo assim (mostra o movimento com 
a mão) com a boneca”. (Nathali) 
“A mulher e a criança, que não é um bebê, é um menino, tão brincando de celeiro”. 
(Gabriel) 
“A mãe e a filha tão brincando de fazenda”. Julia) 
 
Foi interessante perceber na leitura das crianças sobre essa obra que somente uma 
delas disse que quem estava brincando com a mulher ou a mãe era um menino. 
Olhar para a criança da pintura e indicá-la como uma menina – o que aconteceu 
com a maioria das crianças – talveztenha ocorrido pelo fato de a criança que está 
representada nessa pintura ter os cabelos quase na altura do ombro e usar 
vestimenta de época (1895), o que deixa dúvidas sobre seu sexo, e, ainda, por ser 
esta criança quem está segurando a boneca. Como normalmente e socialmente são 
as meninas que brincam de boneca, a maioria das crianças da turma do Jardim B 
rapidamente concluiu que aquela criança era uma menina. 
 
http://fineartamerica.com/featured/renoir-gabrielle-and-jean-granger.html
 
 
22 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No momento em que deixei as crianças expor suas opiniões não quis intervir com 
questionamentos, pois como a situação ocorreu na rodinha, pensei que esse tipo 
de mediação pudesse influenciar a opinião das outras crianças, e o meu interesse 
naquele momento era perceber qual a significação que as crianças iriam atribuir 
para a obra, nesse primeiro contato com ela. É importante o professor intervir com 
o intuito de fazer a criança pensar sobre a opinião e aprofundá-la, mas esse não era 
o objetivo nesse momento. 
 
A última imagem que apresentei para as crianças foi Na Rua (1940) de Carlos Scliar 
(figura 3). Ela mostra crianças brincando de jogar bola de gude na rua. Deixei que 
as crianças expusessem suas opiniões. Elas atribuíram os seguintes significados 
para essa obra: 
 
 
 
Figura 3 – Carlos Scliar – Na rua – 1940 
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9898/carlos-scliar - Acesso 
março de 2015. 
 
“Eles tão brincando de bolinha e as mulheres tão olhando”. (Julia) 
“São chineses”. Gabriel 
“Eles estão jogando bolinha de gude”. (Gabriela) 
“Os meninos tão jogando e as meninas tão se vestindo para ir no balé. ” (Nathali) 
“Eu acho que eles são escravos e estão jogando bolinha e tão tristes”. (Helena) 
 
A significação, por exemplo, de Nathali expressou a partir dessa obra-Os meninos 
tão jogando e as meninas tão se vestindo para ir no balé – demonstra o quanto os 
sentidos atribuídos a uma imagem estão comprometidos com o contexto e com 
vivencias de cada leitor, tendo em vista que ela, fez aulas de balé, estando a dança 
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9898/carlos-scliar
 
 
23 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
muito presente em sua vida. Talvez por esse motivo ela enxergou na obra meninas 
que estavam se arrumando para ir ao balé, algo que normalmente ela faz. 
 
Foi curioso perceber que nessa obra não há, ao menos não explicitamente, meninas 
representadas, só meninos. Mas analisando a obra e buscando atribuir sentido a 
ela, percebi que há uma pessoa que está afastada e, por esse motivo, não é 
possível visualizar com clareza seu rosto nem tampouco sua vestimenta. Assim, 
não é possível definir com certeza se essa pessoa está usando vestido, saia, calça 
ou bermuda, o que instaura a dúvida no leitor que não pode afirmar se a figura 
representada é um menino ou menina. Para Nathali é uma menina. 
 
Ao analisar as significações das crianças, pude perceber que elas foram bem 
diversificadas, especialmente para esta última imagem. Tal diversidade de leituras 
revela que cada indivíduo explicitamente, ou não, relaciona o visto com o vivido ao 
fazer análises desse tipo. Também foi possível notar que suas leituras partiram do 
que estava posto nas imagens, mesmo que em um primeiro momento nos cause 
estranhamento. Como, por exemplo, quando o aluno Gabriel visualiza “chineses” na 
obra se Scliar, contudo, sua leitura não foi aleatória, tendo em vista que o estilo da 
pintura do artista faz com que os olhos dos meninos representados remetam aos 
olhos de pessoas dessa etnia. Desta forma, a leitura realizada por esse aluno torna-
se ainda mais compreensível e instigante, ao levarmos em consideração que, 
segundo a teoria semiótica, a leitura de qualquer imagem deve sempre partir dos 
elementos presentes na imagem. 
 
 
 
24 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os sentidos atribuídos 
Como pudemos observar, no item anterior, as leituras das crianças em relação à 
mesma imagem foram diversificadas. Isso não é de se estranhar, uma vez que, de 
acordo com Pillar: 
 
O olhar de cada indivíduo está impregnado com experiências anteriores, 
associações, lembranças, fantasias, interpretações, etc. O que se vê não é o dado 
real, mas aquilo que se consegue captar e interpretar acerca do visto, o que nos é 
significativo. (2001, p.13). 
 
A partir da afirmação da autora, pude perceber que as crianças fizeram essas 
leituras, e nas outras, devido aos elementos que estavam presentes nas imagens e 
também em virtude de suas vivencias e lembranças. Uma vez que o ato de olhar 
está comprometido com o passado, tendo em vista que, segundo Rossi (2003, p.19) 
“o significado surge a partir do mundo do leitor, pois não existe interpretação 
desconectada do mundo que se vive”. Dessa forma, duas pessoas podem ler a 
mesma imagem e chagar a conclusões completamente diferentes. 
 
Essas diferentes atribuições de significado se devem, também, ao fato de que, 
conforme a teoria semiótica, o sentido não está pronto e acabado nos textos, mas 
ele surgirá na relação entre o destinador (nesse caso as obras de arte) e o 
destinatário (as crianças). A esse respeito, Oliveira afirma que “a semiótica [...] 
fundamenta que o significado não está nas coisas, na ordem do mundo, mas na 
ordem da cultura [...]” (2008, p.28). 
 
Nessa perspectiva, o sentido não está nos objetos, mas na relação que o leitor 
estabelece com eles. Assim, o significado de determinado objeto ou imagem 
dificilmente será o mesmo para duas pessoas. Ema vez que, na busca por dar 
sentido ao mundo e ao que vê, cada leitor utiliza-se de seus conhecimentos prévios 
e suas vivencias. 
 
Algumas considerações 
Finalizo este texto reiterando a importância da Abordagem Triangular para a 
educação das Artes Visuais e para a formação dos alunos, especialmente, para 
esse texto, a relevância de uma Abordagem que possibilite aos educandos um 
momento para apreciar imagens e pensar sobre o que estão vendo, tendo em vista 
que na atualidade vivemos rodeados por imagens e não fomos educados para 
pensar criticamente sobre elas. 
 
Em relação a quantidade de imagens com as quais convivemos na atualidade, Rossi 
afirma que “hoje vivemos na chamada civilização da imagem” (2003, p.9). Dessa 
forma, somente a partir da análise crítica dessas imagens temos consciência de que 
 
 
25 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
“somos destinatários de mensagens que pretendem impor valores, ideias e 
comportamentos que não escolhemos. ” (Ibid.) 
 
A leitura crítica realizada pelos alunos frente às imagens, como já fiz referência 
anteriormente, partirá de suas competências de leitura e de seus repertórios. Dessa 
forma é de fundamental importância que os professores explorem, respeitem e 
valorizem as suas diferentes leituras. 
 
 
 
 
 Pesquise na internet casos reais de empresas que utilizaram alguma teoria 
organizacional para resolver seus problemas. 
 
 Para ler na íntegra o livro: O QUE É ARTE, de Jorge Coli: 
http://pt.slideshare.net/sdv-producoes/jorge-coli-o-que-arte-13212602 
 
 Para conhecer mais sobre "TENDÊNCIAS E CONCEPÇÕES DO ENSINO DE ARTE NA 
EDUCAÇÃO ESCOLAR BRASILEIRA: UM ESTUDO A PARTIR DA TRAJETÓRIA 
HISTÓRICA E SÓCIO-EPISTEMOLÓGICA DA ARTE/EDUCAÇÃO": 
http://30reuniao.anped.org.br/grupo_estudos/GE01-3073--Int.pdf 
 
 AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE ARTES: 
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3057_1891.pdf 
 
 Para saber mais sobre a história do ensino de arte no Brasil - vídeo em que a 
educadora Ana Mae Barbosa resgata aspectos importantes da história desse 
ensino: 
 https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6 
 
 Para conhecer técnicas e materiais para a prática da arte, parte do livro "300 
PROPOSTAS DE ARTES VISUAIS" de Ana Tatit e Maria Silvia Machado: 
https://books.google.com.br/books?id=klS88LTYQFkC&printsec=frontcover&hl=
pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false 
 
 
 
 
http://pt.slideshare.net/sdv-producoes/jorge-coli-o-que-arte-13212602
http://30reuniao.anped.org.br/grupo_estudos/GE01-3073--Int.pdf
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3057_1891.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=kN5QKUllhX8&list=PLSsDcxd3Owkq9s-5EfG8z7QFbCsyagcnE&index=6
https://books.google.com.br/books?id=klS88LTYQFkC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=klS88LTYQFkC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
 
 
26 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Finalizamos assim nossa primeira semana. Espero que tenha ficado instigado(a) a 
conhecer mais sobre a arte na educação e, principalmente, a colocar em prática, na sua 
atuação como educador esses conhecimentos. 
 
 
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira da. Abordagem Triangular no 
ensino das artes e culturas visuais. Rio de Janeiro: Cortez, 2010. 
 
COLI, Jorge. O que é arte. Brasiliense. Coleção primeiros passos. 
 Disponível em: 
https://designdeinterioresinap.files.wordpress.com/2011/02/jorge-coli-o-
que-c3a9-arte.pdf. Acesso em 11/01/2022. 
 
Conceito de cultura. 
Disponível em: https://queconceito.com.br/cultura Acesso em 03/01/2022. 
 
CUNHA, Susana Rangel Vieira da. Como vai a Arte na Educação Infantil? 
Disponível em: http://brincarjogarepensar.blogspot.com.br/2009/10/como-
vai-arte-na-educacao.html 
 
FERRAZ; FUSARI, M.H.C.T. e FUSARI, M.F.R. Metodologia do ensino da arte. São 
Paulo: Cortez, 1993. 
 
PEGORARO, Éverly. Estudos da Cultura Visual e Estudos Culturais: 
aproximações e divergências. 
Disponível em: 
http://confibercom.org/anais2011/pdf/112.pdf. Último acesso em janeiro 
2022. 
 
SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em Arte. 
Disponível em: 
 http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-
imaginacao-427722.shtml?page=0 - Último acesso em janeiro 2022. 
 
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. Brasiliense. Coleção primeiros passos. 
Disponível em: 
http://www.netmundi.org/home/wp-
content/uploads/2017/04/Cole%C3%A7%C3%A3o-Primeiros-Passos-O-Que-
%C3%A9-Cultura.pdf. Acesso em 12/01/2022. 
 
 
https://designdeinterioresinap.files.wordpress.com/2011/02/jorge-coli-o-que-c3a9-arte.pdf
https://designdeinterioresinap.files.wordpress.com/2011/02/jorge-coli-o-que-c3a9-arte.pdf
https://queconceito.com.br/cultura
http://brincarjogarepensar.blogspot.com.br/2009/10/como-vai-arte-na-educacao.html
http://brincarjogarepensar.blogspot.com.br/2009/10/como-vai-arte-na-educacao.html
http://confibercom.org/anais2011/pdf/112.pdf
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=0
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=0
http://www.netmundi.org/home/wp-content/uploads/2017/04/Cole%C3%A7%C3%A3o-Primeiros-Passos-O-Que-%C3%A9-Cultura.pdf
http://www.netmundi.org/home/wp-content/uploads/2017/04/Cole%C3%A7%C3%A3o-Primeiros-Passos-O-Que-%C3%A9-Cultura.pdf
http://www.netmundi.org/home/wp-content/uploads/2017/04/Cole%C3%A7%C3%A3o-Primeiros-Passos-O-Que-%C3%A9-Cultura.pdf
 
 
27 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. ESTÉTICA E EDUCAÇÃO ESTÉTICA 
 
“O prazer estético implica uma atividade de conhecimento, embora distinta do 
conhecimento conceitual”. 
Luiz Costa Lima, 1979. 
 
Objetivo: 
Compreender os fundamentos de educação estética e sua relação com o ensino de 
arte. Conhecer as diretrizes nacionais para a Educação infantil e Ensino Fundamental em 
relação à arte. 
 
Introdução: 
Nessa segunda semana vamos compreender melhor a relação entre arte, estética, 
experiência estética e educação estética refletindo sobre suas consequências para a sala 
de aula, relacionando ainda essa abordagem às orientações apresentadas nas diretrizes 
oficiais do Ministério da Educação por meio do Referencial Curricular Nacional da Educação 
Infantil e Parâmetro Curricular Nacional - Arte. 
 
4.1. Educação estética e experiência estética na educação 
Trojan, em seu texto: “Estética da sensibilidade como princípio curricular” atenta que: 
[...] é com surpresa que encontramos, em todos os documentos normativos das 
atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, a estética como 
um dos princípios norteadores da organização do currículo escolar. (TROJAN, 
2004)6. 
 
As diretrizes propostas pela União receberam tratamentos diferenciados de acordo 
com as etapas em que a Educação Básica está dividida e, desta organização, surgiu um 
conjunto de documentos próprios a cada etapa: Ensino Fundamental, Educação Infantil e 
Ensino Médio, por resoluções aprovadas entre 1998 e 1999. Sobre a presença da arte nos 
documentos próprios à Educação Infantil, Trojan (2004) acrescenta: 
[...] a resolução referente à Educação Infantil [...] a respeito dos princípios estéticos, 
repete, no seu artigo 3º, inc. I, letra c, quase o mesmo texto do respectivo artigo 
referente às diretrizes do Ensino Fundamental, com a diferença de incluir a 
 
6
 TROJAN. Estética da sensibilidade como princípio curricular. Disponível em: 
http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/481/485 
http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/481/485
 
 
28 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
‘ludicidade’ como um dos adjetivos que qualifica essa estética. Ou seja, indica como 
um dos princípios norteadores, os ‘princípios estéticos da sensibilidade, da 
ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais’7. 
 
Os pareceres que justificam e orientam essas diretrizes acrescentam sobre a 
presença da arte na Educação Infantil, que a mesma deve propiciar aos alunos experiências 
planejadas intencionalmente que democratizem o acesso de todos aos bens culturais e 
educacionais, evidenciando como objetivo a criação de qualidade de vida e justiça social. 
[...]. As situações planejadas intencionalmente devem prever momentos de 
atividades espontâneas e outras dirigidas, com objetivos claros, que aconteçam 
num ambiente iluminado pelos princípios éticos, políticos e estéticos das propostas 
pedagógicas. (Parecer CEB,22/98, p.10 In TROJAN, 2004). 
 
Trojan (2004) chama a atenção para percebermos como a estética foi eleita para 
compor o tripé sobre o qual toda a educação brasileira está legalmente amparada – 
estética, ética e política – mas como, apesar disso, tem sua importância menosprezada 
diante dos outros dois componentes. 
 
 
A arte é o veículo por excelência da presença da estética na educação, ainda 
que não seja o único, por isso, o trabalho com arte na educação deve levar em 
conta essa relação. Assim poderíamos sintetizar que a presença da arte na 
escola visa garantir a existência da formação estética do indivíduo. 
 
 
 
Mas, o que seria uma educação estética? 
Numa compreensão sócio-histórica a educação estética é o contato com a arte, que 
adequadamente vivido e assimilado, se insere no processo mais íntimo do 
desenvolvimento pessoal; promove a auto-realização e ajuda o aluno a desenvolver 
melhor as suas potencialidades. O objetivo da educação estética é ensinar a 
capacidade de perceber e entender arte e a beleza em geral (LEONTIEV In FRÓIS, 
2000). 
 
 
 
 
7 Resolução CEB n. 1 de 7 de abril de 1999, CNE, referente ao Parecer CEB n. 22/98, aprovado em 17/12/99. 
 
 
29 Metodologia Do Ensino De Artes 
UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância 
E quais efeitos podemos esperar de uma educação estética? 
A educação estética oportuniza uma experiência que não é uma simples 
manifestação da sensibilidade desconectada da sociedade, mas que sintetiza um 
conjunto de relações significativas e universais; propicia a oportunidade de 
interpretar os elementos das linguagens artísticas e preparar a criança para romper 
as fronteiras da sua vida cotidiana. É fundamental para a formação da criança, 
busca a interação com a vasta gama de textos e imagens, sons e movimentos, tanto 
no espaço da escola como fora da escola, de maneira a possibilitar a apreensão e 
compreensão da cultura na sua totalidade e a socialização do saber em arte. Esse 
processo de revelar e construir nosso olhar, audição e movimentos, de apontar 
novos significados e sentidos. (CASTILHO; FERNANDES)8 
 
 
A palavra estética, apesar de sua presença constante na linguagem cotidiana 
como conotação para o belo, tem seu sentido na educação ainda bastante 
obscuro e, por sua amplitude, requer de nós alguns novos conhecimentos e 
mais algumas reflexões. 
 
 
4.2. Relações entre arte e estética 
O que arte e estética têm em comum? Assim como a pergunta - o que é arte? - A 
relação entre arte e estética não possui um enunciado direto e único, apesar de estarem 
diretamente ligadas. Como conceitos nascidos de relações culturais, ambos dependem do 
desenvolvimento de processos ligados a relações de tempo e espaço e, por isso mesmo, 
históricos. 
 
A Estética é o campo de estudo associado ao belo. Segundo Aranha (1993), o uso 
comum da palavra estética diz respeito, por exemplo, à beleza física, usada como adjetivo, 
qualidade atribuída a algo ou alguém. Nas artes, por sua vez, a palavra estética adquire 
outro sentido, sendo usada como substantivo: estética moderna, estética renascentista etc. 
 
Mas, há ainda outro significado, relacionado ao campo da filosofia, que se dedica 
ao estudo racional do belo, e sobre o sentimento que faz nascer na humanidade. 
 
8 CASTILHO, Ana Lúcia Serrou; FERNANDES, Vera Lúcia Penzo. Questão estética no ensino de artes no ensino 
fundamental. Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20N
O%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
 
 
30 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
“Etimologicamente, a palavra estética vem do grego aisthesis, com o significado de 
‘faculdade do sentir’, ‘compreensão pelos sentidos’, ‘percepção totalizante’ ”. 
(ARANHA, 1993, p. 341). 
 
 
Por muitos séculos, a arte foi considerada a forma por excelência de criação 
de beleza e, por isso mesmo, ocupa uma posição de importância em relação 
aos estudos de estética. Entretanto, esse laço entre arte e beleza não pode ser 
mais aplicado de forma tão direta, quando nos referimos, por exemplo, às 
manifestações da arte moderna ou contemporânea onde a arte nem sempre 
trata do belo. Há obras cujo tema é a miséria humana, outras cujos materiais 
usados para sua criação foram descartados, até mesmo lixo. 
 
Então, de que beleza trataria a arte? Nesses casos, arte e estética estão ligados, 
não porque a arte esteja comprometida com o belo, mas, principalmente, porque o objeto 
artístico ou obra de arte, ao apresentar-se no mundo para ser visto ou vivenciado, o faz 
perante a mobilização da percepção, de uma forma particular que a mobiliza por essa 
qualidade de admiração. A obra, necessariamente, é percebida por meio dos nossos 
sentidos, e em tais circunstâncias, a vivência da arte torna-se processo de conhecimento. 
 
De princípio, é importante afirmar que a estética é eminentemente filosófica, os 
conceitos sobre estética confundem-se com o conceito de arte, mas se ocupa 
especificamente do conhecimento sensível. Nesse sentido, a estética estuda as 
qualidades de formas de representação artísticas perceptíveis pelos sentidos, busca 
a construção de um discurso reflexivo sobre o fazer artístico e o processo criativo. 
A reflexão sobre estética é uma vivência, afinal a obra de arte não é percebida 
somente pelos órgãos do sentido, mas é uma atividade interior que entra em contato 
com a vivência do outro indivíduo. Nesse sentido, a Estética se constitui por um 
discurso reflexivo e autônomo, de natureza filosófica acerca dos aspectos gerais da 
arte, do fazer e produzir artístico, a estética evidencia particularidade da obra 
artística, configurando suas nuances entre a produção singular e universal. 
(CASTILHO; FERNANDES)9 
 
E na educação? Como a vivência estética pode contribuir para o desenvolvimento 
integral de nossos alunos? Esse será o tema de nosso próximo texto. 
 
9 CASTILHO, Ana Lúcia Serrou; FERNANDES, Vera Lúcia Penzo. Questão estética no ensino de artes no ensino 
fundamental. Disponível em: 
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20
NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf. 
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
 
 
31 Metodologia Do Ensino De Artes 
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5. EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NA SALA DE AULA 
 
Objetivo: 
Até aqui, refletimos um pouco sobre o conceito de estética, neste momento 
falaremos de experiência estética e sua participação no ensino. 
 
Introdução: 
A experiência estética é uma vivência que também poderia ser chamada de 
experiência de beleza, ou experiência de admiração, por suas relações com a mobilização 
admirativa da percepção. Você já se perguntou o que seria uma experiência de beleza? 
Alguma vez você, diante de algo ou alguém, percebeu que havia ficado tão admirado que 
o tempo parecia ter “parado”? 
 
5.1. Experiência Estética 
 
 
 
 De forma geral, a experiência estética poderia ser definida como esse estado 
de admiração, rápido, quase instantâneo, fugaz, porque não pode ser contido, 
tão pouco pode ser repetido (mesmo diante do mesmo objeto ou pessoa). 
 
 
 
Assim, poderíamos sintetizar a experiência de beleza como uma vivência que 
experimentamos ao nos relacionarmos com o mundo a nossa volta, por meio de nosso 
aparato perceptivo, quando nossa atenção é mobilizada pela aparição de algo que mobiliza 
nossa percepção, conduzindo-nos à sua admiração. 
 
E, em que a estética pode contribuir para a educação? João Duarte Jr. defende que 
a educação seja estética em sua essência: 
[...] quando defendo uma educação que seja estética em sua essência, em seus 
fundamentos, penso num auxílio às novas gerações para que não apenas percebam 
esse jogo primordial corpo-mundo no qual estamos metidos, mas também as ajude 
a jogá-lo de maneira mais acurada e consciente. Educação estética talvez tenha a 
ver com um antigo mote da fenomenologia: voltar às coisas mesmas. Isto é: temos 
 
 
32 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
que partir do irredutível fato de sermos um corpo que procura sobreviver – com 
prazer e alegria – em meio aos perigos do mundo, e quando temos consciência de 
que somos capazes de enfrentar e até de tirar proveito dessas ameaças, um 
sentimento de espanto, de maravilhamento (vale dizer, de beleza) nos sobrevém. A 
partir de tal maravilhar-se, de tal espantar-se com as coisas e nossas relações 
primordiais com elas é que se podem então erigir todos os saberes. Todo 
conhecimentoprincipia no espanto. O corpo na água da piscina, por exemplo, 
constitui um momento de prazer (mas também de medo), e aprender a dominar o 
elemento, desenvolvendo as técnicas da natação, do mergulho e do boiar consiste 
numa educação estésica e estética, a partir da qual se pode também aprender, 
digamos, física: mecânica dos fluidos, empuxo, essas coisas todas que desde a 
eureca do Arquimedes se veio desenvolvendo. Para se pensar sobre a vida e o 
mundo é fundamental que se os sinta e que nos maravilhemos com eles. (Entrevista: 
João Duarte JR.)10 
 
E, por que seria tão importante realizarmos a educação estética hoje? 
Num tempo em que o corpo queda passivo frente a telas em que mais do que se 
apresenta, se recria o mundo, parece, pois, premente à educação recolocar esse 
corpo em contato com os assombros da realidade concreta, não virtual. (Entrevista: 
João Duarte JR.)11 
 
Essa abordagem da arte como elemento socializador e da estética como parte do 
processo da arte também é defendida por Canda e Batista: 
É importante a compreensão da arte no currículo escolar na busca de 
implementação de uma educação centrada na formação humana, entendendo o 
educador como mediador dos conhecimentos, de práticas e de criações individuais 
e coletivas. As linguagens artísticas presentes no currículo escolar representam 
uma fonte de vivência através da apreciação artística, do desenvolvimento do senso 
crítico e das experiências estéticas e consequentemente, como caminho 
socializador do educando. (CANDA; BATISTA)12 
 
Canda e Batista associam também a educação estética ao desenvolvimento da 
capacidade criativa como condição humana essencial: 
 
10 Entrevista: João Duarte Jr. Revista Contrapontos - Eletrônica, Vol. 12 - n. 3 - p. 362-367 / set-dez 2012. Disponível em: 
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/4039/2387 
11 Idem. 
12 CANDA, Cilene Nascimento; BATISTA, Carla Meira Pires. Qual o lugar da arte no currículo escolar? R. cient. /FAP, 
Curitiba, v.4, n.2 p.107-119, jul. /dez. 2009. p. 109. Disponível em: 
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica4vol2/07_artigo_Cilene_Canda_Carla_Batista.pdf 
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/4039/2387
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica4vol2/07_artigo_Cilene_Canda_Carla_Batista.pdf
 
 
33 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Um dos eixos norteadores da discussão do ensino de arte refere-se à compreensão 
de que o processo de criação não é um privilégio de artistas e sim, um conhecer e 
um fazer inerente à condição humana, mas que precisa ser estimulado, trabalhado 
e ressignificado em contextos sociais e educacionais. Assim, a criatividade não está 
restrita à criação de obras artísticas, mas ao poder de dar sentido para a 
compreensão de mundo, de criar novos pensamentos e possibilidades de leitura 
das relações sociais e novas resoluções para antigos problemas. O ato de criar é 
um potencial do ser humano, a ser desenvolvido em habilidades expressivas, 
estando ligado à constituição do pensamento e da imaginação. A base da criação é 
dar forma a algo. Compreender, relacionar, configurar, significar são ações ligadas 
diretamente ao ato criador. (CANDA; BATISTA)13 
 
Essa condição criativa é a base do desenvolvimento humano. 
Foi através dos processos criativos e da busca por conhecer e dominar o mundo 
que o ser humano deixou as cavernas e passou a transformar o meio em que vivia. 
Com a capacidade de ler o que estava à sua volta e, sobretudo de planejar um futuro 
diferente, relacionando-o com suas experiências já vividas no passado, nossos 
ancestrais foram construindo o que somos hoje. O grande instrumento desenvolvido 
pelo ser humano para o exercício da criatividade é a linguagem. (CANDA; 
BATISTA)14 
 
Mas, quais os objetivos em fazer uma educação criativa? 
1. Oportunizar ao aluno chances de levantar questões, propor interpretações alternativas, 
avaliar criticamente os fatos, conceitos, princípios, ideias; 
 
2. Dar tempo para o aluno elaborar suas ideias, pois uma ideia criativa não ocorre 
imediata e espontaneamente; 
 
3. Criar um ambiente de socialização da produção do conhecimento; 
 
4. Estimular no aluno a habilidade de explorar consequências para 
acontecimentos imaginários ou outros já ocorridos no passado; 
 
5. Encorajar os alunos a se posicionar de maneira crítica sobre temas a aprofundar ou o tipo 
de metodologia a ser adotada para tal; 
 
6. Proporcionar ao aluno a experimentação, a descoberta, eliminando o medo 
de errar e consequentemente da crítica, e a sensação de liberdade para inovar 
e explorar seu medo da avaliação. (CORREA, 2008)15 
 
 
13 Idem. p. 112. 
14 Idem. p. 112. 
15CORRÊA, Ayrton Dutra (org.). Ensino das Artes Visuais ­ mapeando o processo criativo. Santa Maria: Editora da 
UFSM, 2008. 
 
 
34 Metodologia Do Ensino De Artes 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Mas, por que uma educação criativa é importante? "A ótica vygotskyana destaca a 
importância de ser proporcionada, ao aluno, atividade produtora em detrimento de 
atividades reprodutoras, pois, nas segundas, ocorre tão somente a repetição de algo já 
existente, mantendo as experiências produzidas no passado". (CORREA, 2008)16 
 
E, como essa experiência pode ser promovida para que os alunos possam vivenciá-
la? Não há uma resposta única para essa pergunta, mas o mais óbvio talvez seja a resposta 
mais interessante nesse momento do nosso diálogo: - Trazendo arte para dentro da escola 
e, principalmente, para dentro da sala de aula. 
 
 
Isso significa propiciar situações de aprendizagem em que a arte esteja 
presente por sua força de organização do conhecimento, como linguagem e 
expressão de cada indivíduo e do mundo que os circunda. Na prática 
pedagógica significa incluir, entre os conteúdos com que o professor faz 
interagir na aprendizagem, uma multiplicidade de formas artísticas, tanto em 
situações de prática das artes, como em ações de apreciação dessas mesmas 
manifestações. 
 
Aqueles que têm oportunidade de fazer e apreciar arte percebem que esta faze 
interagir, em si, e no mundo, aspectos da consciência, do inconsciente, da memória, da 
vontade, da intuição, do olhar, da ação da mão, da ação dos materiais e tantos outros 
aspectos que fazem da arte uma atividade complexa e indispensável à humanidade. 
O educador precisa propiciar à criança um diálogo íntimo e profundo com produções 
culturais, para que ela amplie horizontes particulares, quanto maior for o contato 
com os bens culturais, à medida que ela compreende e dialoga com a cultura que a 
cerca, como estão configurados os elementos construtivos e qual é o contexto 
estético, social e histórico, maior será o desenvolvimento e aprendizado da criança. 
A experiência estética é uma vivência individual e coletiva, pois a obra de arte não 
é percebida somente pelos órgãos do sentido, mas é uma atividade interior que 
entra em contato com a vivência do outro indivíduo. (CASTILHO; FERNANDES)17 
 
E, como isso pode ser transformado em uma prática na sala de aula? 
 
16 Idem. 
17 CASTILHO, Ana Lúcia Serrou; FERNANDES, Vera Lúcia Penzo. Questão estética no ensino de artes no ensino 
fundamental. Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20N
O%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT4%20PDF/QUEST%C3O%20EST%C9TICA%20NO%20ENSINO%20DE%20ARTES%20NO%20ENSINO.pdf
 
 
35 Metodologia Do Ensino De Artes 
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Isto pode ocorrer por meio do oferecimento de diferentes possibilidades de leitura 
de imagens, por meio do contato

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