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Geopolítica - Introdução ao Estudo (Roberto Machado de Oliveira Mafra) Geopolítica - Introdução ao Estudo (Roberto Machado de Oliveira Mafra) (Z-Library).pdf CAPITULO 1 - CONCEITOS DIFERENÇAS ENTRE POLITICA, GEOGRAFIA, ESTRATEGIA, GEOGRAFIA POLITICA, GEOPOLITICA, GEOESTRATEGIA Geografia política vs Geopolítica Estudo da Geoestratégia 1. Política A política é o campo que trata da organização, gestão e governança de sociedades. Envolve a tomada de decisões que afetam a sociedade, seja em nível local, nacional ou internacional. A política pode ser observada em diferentes esferas, como política interna (dentro de um país) e política externa (entre países). 2. Geografia A geografia é a ciência que estuda os fenômenos e os espaços geográficos, incluindo aspectos físicos (como relevo, clima e biomas) e humanos (como população, economia e cultura). Ela analisa a relação entre o ser humano e o espaço, buscando compreender a distribuição dos recursos naturais, a ocupação do solo e as dinâmicas espaciais. Esses termos estão todos interconectados, mas possuem nuances e enfoques distintos. Aqui estão as principais diferenças entre eles: https://www.youtube.com/watch?v=gJPtzz2zqBs&pp=ygUgZ2VvZ3JhZmlhIHBvbGl0aWNhIGUgZ2VvcG9saXRpY2E%3D https://www.youtube.com/watch?v=_iraK5cbpxw&pp=ygUNR0VPRVNUUkFURUdJQQ%3D%3D 3. Estratégia A estratégia é um conjunto de ações planejadas para alcançar objetivos específicos, geralmente em contextos competitivos ou de conflito. Pode ser aplicada em diferentes áreas, como estratégia militar, estratégia empresarial ou estratégia política. A estratégia envolve antecipação, organização e coordenação de ações para obter uma vantagem. 4. Geografia Política A geografia política é uma subdisciplina da geografia que estuda a distribuição e o poder das entidades políticas, como estados, nações e fronteiras. Ela analisa as relações espaciais entre as áreas controladas por diferentes governos e como a geografia influencia a política, como a localização de recursos, a formação de fronteiras e a distribuição de poder. 5. Geopolítica A geopolítica é o estudo das relações internacionais e dos interesses dos países, levando em conta tanto fatores geográficos quanto políticos. Ela analisa como a posição geográfica, os recursos naturais, o clima, a economia e outras características influenciam as ações de um país em relação a outros. A geopolítica envolve o entendimento de questões como segurança internacional, alianças políticas e conflitos territoriais. 6. Geoestratégia A geoestratégia é uma aplicação mais específica da geopolítica, focando nas estratégias que um país adota em relação ao seu espaço geográfico e aos outros países, com o objetivo de alcançar seus interesses nacionais. Ela considera a localização geográfica e outros fatores estratégicos, como rotas comerciais, recursos naturais, zonas de influência e segurança nacional, para planejar ações e decisões que protejam ou promovam os interesses do Estado. Resumo das diferenças: Esses campos se sobrepõem e, frequentemente, as disciplinas trabalham juntas para analisar como os aspectos geográficos, políticos e estratégicos interagem no cenário global. - Conceito de dispositivos geopoliticos Dispositivos geopolíticos referem-se a um conjunto de elementos, práticas e estruturas que configuram e influenciam as relações de poder no âmbito internacional, envolvendo tanto a geografia quanto a política. Esses dispositivos funcionam como mecanismos ou ferramentas usadas por Estados e outras entidades para exercer controle, garantir segurança, e moldar a dinâmica das relações internacionais de acordo com seus interesses e objetivos estratégicos. Esses dispositivos podem incluir, mas não se limitam a: Política é o campo geral de governança e tomada de decisões. Geografia é o estudo dos espaços e da interação entre o homem e o ambiente. Estratégia envolve o planejamento para alcançar objetivos, muitas vezes em contextos de competição ou conflito. Geografia Política estuda as relações entre o espaço geográfico e o poder político. Geopolítica analisa como fatores geográficos e políticos moldam as relações internacionais. Geoestratégia é a aplicação da geopolítica focada na formulação de estratégias nacionais para alcançar interesses geopolíticos. 1. Fronteiras Geopolíticas As fronteiras são um dos dispositivos mais fundamentais. Elas demarcam o território de um país ou de uma entidade política, determinando a soberania sobre uma área geográfica. O controle de fronteiras tem implicações políticas, econômicas e militares, e é crucial para a segurança nacional e para a definição de zonas de influência. 2. Alianças e Blocos Regionais Alianças militares e acordos diplomáticos, como a OTAN ou blocos econômicos como o Mercosul, também são dispositivos geopolíticos. Eles ajudam a formar e consolidar relações entre países com objetivos estratégicos comuns, podendo influenciar a dinâmica de poder global. Esses acordos podem ser usados para fortalecer a segurança, influenciar economias ou promover interesses políticos em determinadas regiões. 3. Bases Militares e Infraestruturas Estratégicas As bases militares em regiões-chave, como o Oriente Médio ou o Pacífico, representam dispositivos geopolíticos importantes. Elas oferecem uma presença militar estratégica que pode ser usada para garantir segurança, projetar poder ou impedir a influência de rivais. Além disso, as infraestruturas de comunicação e transporte, como rotas comerciais, portos e aeroportos, também são dispositivos fundamentais no jogo geopolítico. #4. Políticas Econômicas e Sanções O uso de sanções econômicas ou embargos comerciais é um dispositivo geopolítico frequentemente empregado para pressionar governos ou alterar comportamentos de outros países. A dependência de recursos estratégicos, como petróleo, gás natural, ou minerais raros, também pode ser um dispositivo importante, uma vez que países com grandes reservas desses recursos podem exercer influência sobre outros. #5. Diplomacia e Soft Power A diplomacia e o uso de soft power (poder brando) são formas de dispositivos geopolíticos que não dependem do uso de força militar, mas sim da influência cultural, econômica e política para moldar comportamentos e alianças. A promoção de valores, a disseminação de cultura, e a capacidade de influenciar instituições internacionais são formas eficazes de projetar poder geopoliticamente. 6. Tecnologias de Vigilância e Inteligência Com o avanço da tecnologia, sistemas de vigilância e espionagem se tornaram dispositivos geopolíticos de grande importância. A coleta de informações por satélites, sistemas de inteligência cibernética e outras ferramentas de monitoramento permitem que os países acompanhem e ajustem suas estratégias com base em informações precisas sobre as ações de outros Estados. 7. Territórios Controversos e Disputas Territórios disputados, como as Ilhas Malvinas/Falkland, o Mar do Sul da China ou as colônias ainda existentes, são dispositivos geopolíticos, pois suas disputas podem envolver questões de segurança, economia e prestígio. O controle desses territórios pode significar acesso a recursos naturais ou rotas comerciais estratégicas. 8. Narrativas Geopolíticas e Discursos Públicos O uso de narrativas e discursos na arena internacional é outro dispositivo geopolítico. Isso inclui como um país se apresenta no cenário global, como define seus adversários e aliados, e como constrói a imagem pública de suas ações e intenções. A construção de um "inimigo comum", por exemplo, pode ser uma estratégia para unificar uma nação ou justificar ações militares ou econômicas. Resumo: Os dispositivos geopolíticos são as diversas ferramentas e práticas usadas por países e outras entidades políticas para exercer controle, influenciar eventos internacionais e proteger seus interesses em um cenário global. Esses dispositivos vão desde aspectos físicos e estratégicos (como fronteiras e bases militares) até aspectos mais abstratos (como diplomacia, narrativas e soft power).Eles ajudam a moldar as relações internacionais e a distribuição de poder no mundo. - Conceito de Mundialidade A mundialidade é um conceito utilizado principalmente nas áreas de geopolítica e filosofia para se referir à condição ou qualidade de ser global ou mundial. Esse termo aborda a ideia de um mundo interconectado, onde as fronteiras geográficas, políticas e culturais estão cada vez mais entrelaçadas, e as ações de um país ou uma região têm repercussões globais. A mundialidade reflete uma visão de unidade global e interdependência, considerando que os desafios e os problemas contemporâneos não têm mais uma solução local ou isolada. Principais aspectos da mundialidade: 1. Globalização: A mundialidade está profundamente relacionada ao fenômeno da globalização, que é a intensificação das relações comerciais, culturais, políticas e sociais entre diferentes partes do mundo. A globalização cria um mundo mais interligado, onde eventos em um país podem ter efeitos imediatos e significativos em outros, como crises econômicas ou desastres ambientais. 2. Interdependência: A mundialidade implica uma interdependência entre países e regiões, onde ações ou decisões de um Estado podem impactar diretamente os outros, seja por questões econômicas (como comércio e investimentos), questões ambientais (como mudanças climáticas) ou conflitos geopolíticos. A cooperação internacional se torna essencial para lidar com questões que não respeitam fronteiras, como pandemias, terrorismo ou desastres naturais. 3. Cidadania Global: A mundialidade também sugere a ideia de uma cidadania global, onde as pessoas não são apenas cidadãos de um país, mas pertencem a uma comunidade mundial, com direitos e responsabilidades compartilhados em relação ao bem-estar global. Isso inclui preocupações com direitos humanos, paz, segurança e justiça social em uma escala global. 4. Cultura Global: No contexto da mundialidade, também é relevante a cultura global, uma cultura compartilhada que surge da troca e adaptação de práticas culturais entre países. Isso inclui a disseminação de tecnologias, música, moda, entretenimento e até mesmo comportamentos, criando um espaço cultural mais homogêneo, embora ainda com diversidade. 5. Desafios Globais: A mundialidade também implica em desafios globais que exigem respostas coletivas, como a mudança climática, crises econômicas internacionais, conflitos armados e desigualdades sociais. Esses problemas não podem ser resolvidos apenas por uma nação ou uma região, mas demandam colaboração entre diferentes países e organismos internacionais. A mundialidade na filosofia: Em um contexto filosófico, a mundialidade pode ser vista como a busca por uma consciência global, onde as pessoas reconhecem sua conexão com o mundo em um nível mais profundo, transcendendo identidades nacionais, étnicas ou culturais. Filosoficamente, isso leva a uma reflexão sobre o papel da humanidade em relação à Terra e às gerações futuras, promovendo uma ética de cuidado e responsabilidade coletiva. Em resumo: A mundialidade é a condição de um mundo interconectado e interdependente, caracterizado pela troca de informações, influências culturais, políticas e econômicas entre diferentes partes do planeta. Este conceito reflete a necessidade de uma visão global para enfrentar os desafios contemporâneos e a importância da colaboração internacional para garantir o bem-estar coletivo. CAPITULO 2 - ORIGENS E FUNDAMENTOS CAPITULO 5 - ELEMENTOS BASICOS Breve resumo da história da geopolitica (pesquisar) Fundadores da Geopolitica: Friedrich Ratzel, Rudolf Kjellen (pesquisar) https://www.youtube.com/watch?v=RnyV4dEZ09A&pp=ygUGcmF0emVs Escola determinista (estudar essa e outras) CAPITULO 3 - Leis e Postulados A - Leis do Crescimento dos Estados ou Leis dos Espaços Crescentes, de Friedrich Ratzel B - Leis Complementares ou Leis da Geopolítica, de Friedrich Ratzel: C - Outras Leis Complementares (Leis da Geopolítica), D - Postulados, de Rudolf Kjéllen: CAPITULO 4 - Escolas Bolchevista Geopolitik Escola Determinista (ou Alema). https://www.youtube.com/watch?v=CPv5bVkqMYk&pp=ygUGcmF0emVs Escola Possibilista (ou Francesa). Escola da Geopolítica Integralizada (possivelmente Americana). General Karl Haushofer (pesquisar) Almirante Alfred Thyer Mahan (pesquisar) Mackinder (pesquisar) Otto Maul e Ernst Obst, e de Ewald Banse, Johan Ulrich Folkers, Richard Henning, Oskar Von Niedermayer e Hermann Lautenscah, Paul Vidal de la Blache, fatalismo geográfico determinismo Nicholas John Spykman Alexander Seversky A - Tendência dos Estados em face das suas Condições Geográficas B - Forma e Posição dos Territórios dos Estados Geoestratégia de Contenção, de George F. Kennan, MARITIMIDADE E CONTINENTALIDADE https://www.youtube.com/watch?v=RnyV4dEZ09A&pp=ygUGcmF0emVs https://www.youtube.com/watch?v=CPv5bVkqMYk&pp=ygUGcmF0emVs - 6º - Teoria das Fimbrias (1942). Segundo Spykman, o controle do rimland garantiria o domínio sobre a Eurásia e, por consequência, sobre o mundo. Isso porque essas áreas servem como barreiras naturais e políticas, além de serem pontos estratégicos de contato entre potências terrestres e marítimas. Essa teoria influenciou a política dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. A estratégia era formar alianças e bases militares ao longo do rimland (Europa Ocidental, Oriente Médio, Sudeste Asiático e Japão) para conter a expansão da União Soviética, que dominava o Heartland. Organizações como a OTAN, CENTO e SEATO foram criadas para proteger essas áreas com apoio marítimo e terrestre. Em resumo, Spykman propôs que, para garantir a segurança e o equilíbrio de poder, as bordas da Eurásia deveriam ser controladas por forças marítimas e alianças estratégicas, impedindo a expansão de potências terrestres como a União Soviética. 7º - Teoria do Poder Perceptível (1975) CAPITULO 7 - TEORIAS GEOPOLITICAS 1º.- Teoria dos Blocos 2º - Teoria do Limes (Limite) 3º - Teoria da Incerteza (ou da Turbulência) 4 - Teoria da Triade - 1968/73 5º - Teoria do Choque de Civilizações livro The Clash of Civilizations and the Remaking of the World Order" 6º - Teoria do Quaterno - 1996 O texto aborda as dinâmicas geopolíticas de integração e alianças internacionais com foco no Bloco Sul-Americano (BSA) e a União Latino-Americana (ULA), e como esses blocos podem se formar, evoluir e interagir com outras regiões do mundo. fronteiras CAPITULO 6 - Teorias geopolíticas 1º - Teoria do Poder Marítimo (1890) estudar geopolitica do mar brasilieiro 2º - "Teoria do Poder Terrestre" (1904). Heartland" 3º - Teoria das Pan-regiões (1930) 4º - Teoria do Desafio e Resposta (1934) 5º . Teoria do Poder Aéreo (1919 - 1943). Everardo Backheuser A Teoria das Fimbrias, ou "Rimland", foi criada por Nicholas John Spykman em 1942. Ele acreditava que o poder mundial não seria conquistado pelo domínio do centro da Eurásia (o Heartland de Mackinder), mas sim pelas áreas ao redor desse centro, chamadas de "fimbrias" ou rimland. Essas regiões formam uma zona intermediária entre o interior da Eurásia e os mares que a cercam. 1. Identidade Latino-Americana e o MERCOSUL: A proposta de uma identidade latino- americana própria, conforme Samuel Huntington, seria uma resposta à segregação da América Latina da civilização ocidental. Isso se consolidaria por meio da expansão do MERCOSUL, evoluindo para o BSA e, posteriormente, para a ULA (União Latino- Americana), com o objetivo de criar um bloco político-econômico sólido. Em resumo, o texto explora a possibilidade da criação de uma união latino-americana forte, com uma estrutura econômica, política e militar integradas, além de um papel crescente no cenário global. O processo de integração envolveria diversas fases, adaptando a experiência de outros blocos, como a União Europeia, para a realidade latino-americana. Martin Fierro - José Hernández. Therezinha de Castro 2. Relações Comerciais e Estratégicas com Outros Blocos: O texto destaca a crescente importância do MERCOSUL/BSA/ULA nas relações internacionais, com destaque para aUnião Europeia, China, Japão, e países africanos como Angola e Moçambique, que demonstram interesse em estreitar laços comerciais com a América Latina. 3. A África e a Expansão do MERCOSUL: Há uma ênfase na África Atlântica, particularmente na África do Sul, como uma parceira estratégica para o MERCOSUL. A África será fundamental no aumento da área de livre comércio, ampliando os mercados e a influência do BSA/ULA. 4. Cenário Global e a Estabilidade da América Latina: Segundo a teoria de Pierre Lellouche, a América Latina estará fora da “zona de instabilidade” mundial, o que permitirá ao Brasil e seus parceiros da América Latina avançar na criação de um bloco forte e independente. 5. Modelo de Governança e Estrutura da ULA: A ULA seria organizada de maneira semelhante à União Europeia, com um sistema de governo parlamentarista, onde um Primeiro-Ministro ou Presidente, eleito pelo Parlamento, exerceria funções de moderador, chefe da política externa e comandante das Forças Armadas. O Parlamento teria um papel central na definição das políticas do bloco, com a Comissão responsável pela redação de medidas e o Conselho atuando como um corpo legislativo. 6. Objetivos Econômicos e Monetários: O BSA/ULA buscará implementar um Sistema Monetário Único, com um Banco Central independente, além de criar um Mercado Único. Isso exigirá políticas econômicas convergentes entre os membros, incluindo políticas fiscais, monetárias e de defesa comuns. 7. Política de Defesa Comum: A defesa externa do bloco seria unificada, com uma Força de Defesa do BSA/ULA, composta por militares de todos os países-membros. A experiência da União Europeia, que não possuía uma força militar integrada no final do século XX, é utilizada como referência para a criação de uma força de defesa no contexto sul-americano.