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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Paula Rena Beraldo 
 
 
 
2 
TEMA 1 – PARTES NO PROCESSO TRABALHISTA 
De forma simplificada, podemos dizer que partes de um processo são as 
pessoas que integram a relação jurídica processual. 
Como partes temos habitualmente o autor e o réu, que na Justiça do 
Trabalho são denominados nos dissídios individuais de Reclamante e Reclamado, 
nos dissídios coletivos de Suscitante e Suscitado e no inquérito para apuração de 
falta grave (dissídio individual especial na Justiça do Trabalho), o Autor (sujeito 
ativo) é o empregador, denominado Requerente, e o empregado (sujeito passivo) 
é o Requerido. 
Segundo Garcia: “Essas expressões, na realidade, refletem a época em 
que a Justiça do Trabalho não pertencia ao Poder Judiciário, mas estava vinculada 
ao Poder Executivo, o que só foi alterado com a Constituição da República de 
1946” (2019, p. 305) 
Para que seja parte processual, é necessário que se tenha legitimidade 
para tanto. Ter legitimidade nada mais é do que ter capacidade jurídica 
(legitimidade), é ser detentor de um direito a ser pleiteado em Juízo, conforme 
estudaremos. 
1.1 Legitimidade no processo do trabalho 
 A legitimidade jurídica está relacionada à capacidade. 
A respeito do tema, Jorge Neto nos traz: 
 
A capacidade de ser parte é inerente ao ser humano. É uma decorrência 
dos atributos da personalidade civil. Contudo, não basta possuir a 
capacidade de estar em juízo. Esta deriva da primeira, na medida em 
que pressupõe certos fatores, tais como: idade e estado mental, que lhe 
propicie demandar ou ser demandado”. (2019, p. 378) 
 
No processo do trabalho, um definidor da capacidade é a idade, tendo em 
vista que, segundo a legislação pátria, é absolutamente incapaz para o trabalho, 
o menor de 16 anos, à exceção do menor aprendiz, que se permite a partir dos 14 
anos. 
A Constituição Federal ainda dispõe que é proibido o labor do maior de 16 
anos e menor de 18 anos em trabalhos com condições insalubres e periculosas e 
no labor noturno. 
A plena capacidade trabalhista se adquire aos 18 anos, nos termos do 
artigo 439 da Consolidação das Leis Trabalhistas: 
 
 
 
3 
É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-
se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 
18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, 
quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for 
devida. (Brasil, 1943) 
 
Com esta capacidade trabalhista, se adquire também legitimidade para 
pleitear em Juízo. 
 Desta forma, até que não se tenha a capacidade plena, não há legitimidade 
para pleitear perante a Justiça do Trabalho. Assim, caso haja necessidade, deve 
o incapaz ser representado pelos seus representantes legais, ou, na falta deles, 
pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público 
estadual ou curador nomeado em juízo, conforme disposto no artigo 793 da CLT. 
(Brasil, 1943) 
Alguns doutrinadores promovem a divisão da legitimidade em: legitimidade 
ativa e passiva e legitimação ordinária e extraordinária. 
1.1.1 Legitimidade ativa e passiva 
 Na Justiça do Trabalho, a legitimidade ativa pertence àquele que ajuíza a 
ação, o Autor - Reclamante. 
Já a legitimidade passiva é daquele que responde a ação, denominado de 
Réu, ou especificamente na Justiça do Trabalho de Reclamado. 
1.1.2 Legitimação ordinária e extraordinária 
 Na doutrina, é possível encontrar ainda essa subdivisão de legitimação, 
ordinária e extraordinária. 
 A legitimação ordinária corresponde ao sujeito que ajuíza ação em nome 
próprio, na defesa de seus interesses, como: Pedro ajuíza ação trabalhista em 
seu nome, defendendo seus próprios direitos. 
 A legitimação extraordinária é quando o sujeito ajuíza ação em seu nome 
para defesa de direito alheio. Corresponde a figura da substituição processual, 
que estudaremos na sequência. 
 Exemplificando para que reste mais claro: Ação ajuizada pelo Sindicado 
como Autor (em seu nome), para defender direito da categoria que representa, 
atuando como substituto processual. 
 
 
 
4 
1.2 Representação no processo do trabalho 
A representação evidencia recebimento de direitos ou exercício de ações 
por interveniência de outro. 
Nesta, o representante não é parte processual, ele apenas atua em nome 
do representado, defendendo seu direito. 
Quando falamos de representação, esta pode ocorrer de duas formas, 
direta ou indireta. 
A direta é quando se atua em nome de outrem e pode ser: legal e voluntária 
ou convencional. 
A indireta por sua vez é quando se atua em nome próprio, no interesse de 
outrem. 
1.2.1 Representação direta legal e voluntária 
 Na representação direta legal, como o próprio nome diz, o poder concedido 
aos representantes é de origem legal. 
 No caso de pessoas absolutamente incapazes, os pais, tutores e curadores 
são representantes legais da pessoa destes. 
 Já as pessoas jurídicas são representadas pelos responsáveis designados 
no estatuto. 
 Temos ainda casos como massa falida, que é representado pelo 
administrador, e assim segue. 
 Observe-se que em todos esses casos, a representação terá origem em 
previsão legal. 
 No caso da representação direta voluntária, o poder de representação será 
concedido por acordo de vontade entre as partes – o representante e o 
representado. Como exemplo desta, podemos citar o contrato de mandato. 
1.2.2 Representação indireta 
A representação indireta resumidamente ocorre quando se pratica algo em 
nome próprio em interesse de outrem. 
 
 
 
5 
TEMA 2 – LITISCONSÓRCIO 
A definição de litisconsórcio no direito é muito simples, significa a presença 
de vários interessados em um processo, seja na condição de autor ou de réu 
(Reclamante ou Reclamado), na busca da defesa de um mesmo direito ou 
interesse. 
O Código de Processo Civil dispõe acerca das hipóteses em que poderá 
ocorrer o litisconsórcio, senão vejamos: 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa 
de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito“ 
(Brasil, 2015) 
 
Os direitos processuais dos litisconsortes são os mesmos, possuindo cada 
um o direito de movimentar o processo e devendo todos serem intimados das 
decisões processuais, na forma disposta no artigo 118 do Código de Processo 
Civil: “Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do 
processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.” (Brasil, 2015) 
O artigo 842 da Consolidação das Leis Trabalhistas dispõe que, se houver 
várias reclamações com identidade de matéria, estas podem ser acumuladas em 
um só processo, desde que se trate de empregados de uma mesma empresa ou 
estabelecimento. (Brasil, 1943) 
Com relação aos tipos de litisconsórcio, segundo a doutrina majoritária, 
podemos classificar: 
• Quanto à cumulação de sujeitos 
• Quanto ao momento da formação 
• Quanto a obrigatoriedade 
• Quanto aos efeitos 
Passemos, então, ao estudo desta classificação. 
2.1 Litisconsórcio quanto à cumulação de sujeitos 
 Com relação à cumulação de sujeitos, esta poderá ocorrer de forma ativa, 
passiva e mista. 
 
 
6 
 A ativa é quando há vários autores na demanda em face de um único réu. 
 A passiva ocorrerá quando somente um autor afora a demanda em face de 
vários réus. 
 E a forma mista é quando temos vários autores e vários réus em uma 
mesma demanda. 
2.2 Litisconsórcio quanto ao momento de sua formação 
O litisconsórcio é processualmente formado, podendo esta formação 
ocorrer em dois momentos diversos conforme previsto na legislação.A formação deste pode ser inicial ou ulterior (ou posterior). 
A inicial ocorre quando indicada a formação já no ajuizamento da demanda. 
Na formação ulterior ou posterior, a constituição do litisconsórcio ocorrerá 
no transcurso da demanda, pela intervenção de terceiros ou por identificação de 
litisconsórcio necessário. 
 A formação inicial é a mais comum perante a Justiça do Trabalho em 
decorrência da própria natureza jurídica dos direitos requeridos. 
2.3 Litisconsórcio quanto à obrigatoriedade 
O litisconsórcio pode ser ainda necessário ou facultativo. 
O necessário advém de disposição legal ou da natureza jurídica da relação 
que será discutida na demanda, estando desta forma o trâmite processual e 
efeitos da sentença dependentes da citação válida de todos os litisconsortes, 
conforme consta claramente no artigo 114 do Código de Processo Civil: “O 
litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da 
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de 
todos que devam ser litisconsortes.” (Brasil, 2015) 
Já o facultativo ou voluntário é aquele que a lei não obriga a formação, 
ficando a critério da parte. Neste caso, a parte pode escolher se formará o 
litisconsórcio ou não. 
O inciso I da Súmula 406 do Tribunal Superior do Trabalho, referente a 
ação rescisória, trata de ambos os tipos de litisconsórcio: 
 
I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo 
passivo da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de 
obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em 
face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o 
litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz 
 
 
7 
por conveniência e não, pela necessidade decorrente da natureza do 
litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual de 
um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para 
retomar a lide. (TST, 2005) 
 
Importante também o inciso II da referida Súmula: 
 
II - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, 
em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade 
para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência 
de citação de todos os empregados substituídos, porquanto inexistente 
litisconsórcio passivo necessário. (TST, 2005) 
 
 Este último trata da questão da desnecessidade da citação de todos os 
empregados substituídos em ação rescisória quando o Sindicato for o substituto 
processual. 
2.4 Litisconsórcio quanto aos efeitos 
O alcance dos efeitos do litisconsórcio pode ser definido como unitário ou 
simples. 
O unitário está disposto no artigo 116 do CPC/2015: “Art. 116. O 
litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver 
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.” (Brasil, 2015) 
Ou seja, observando o julgador a natureza jurídica da causa, de acordo 
com as disposições legais, deverá promover uma decisão que abranja todos os 
litisconsortes. 
A doutrina expõe que se admitem exceções; o litisconsórcio será 
necessário quando for unitário. 
Neste sentido, Garcia nos diz: “Desse modo, especificamente no caso de 
litisconsórcio unitário, os atos e as omissões potencialmente lesivos aos 
interesses dos litisconsortes somente serão eficazes se todos consentirem.” 
(2019, p. 342) 
No litisconsórcio simples inexiste a necessidade de decisão uniforme a 
todos os litisconsortes, sendo assim poderá o Juiz em um mesmo processo decidir 
de forma diversa a cada um dos litisconsortes. 
Estudadas as formas de apresentação dos litisconsórcios de uma maneira 
geral no direito, podemos concluir, com os ensinamentos de Garcia a respeito da 
aplicação destes no processo do trabalho, mais especificamente: 
 
O mais frequente no processo do trabalho, de todo modo, é o 
litisconsórcio comum, seja quanto ao polo ativo ou passivo, como se 
verifica na ação condenatória, ajuizada em face de empresas que 
 
 
8 
integram o mesmo grupo econômico, ou do empregador e do tomador 
de serviços. Quanto ao polo ativo, exemplifica-se com a ação ajuizada 
por dois trabalhadores, em face do mesmo empregador, pleiteando 
verbas rescisórias, decorrentes da dispensa ocorrida nas mesmas 
circunstâncias de fato”. (2019, p. 342) 
 
E, por fim, se faz importante o destaque da análise minuciosa trazida por 
Jorge Neto em sua obra Direito Processual do Trabalho acerca da disposição legal 
do artigo 842 da CLT (já transcrito supra), citando Manoel Antonio Teixeira Filho, 
texto extraído da obra Sistema dos recursos trabalhista, 5ª. Edição, página 169, 
que nos ensina: 
 
O art. 842 da CLT espelha um litisconsórcio: “a) ativo, porque os 
empregados estão litisconsorciados na qualidade de autores, de sujeitos 
ativos na relação processual; (b) facultativo, se considerarmos que a sua 
constituição não se dá por força de lei, e sim em decorrência da vontade 
das partes; (c) irrecusável, na medida em que, se respeitados fielmente 
os pressupostos de constituição (identidade de causa de pedir e/ou de 
pedidos), o litisconsórcio não pode ser recusado pela(s) parte(s) 
contrária(s); (d) simples, porquanto a decisão não ser, necessariamente, 
uniforme para os vários litisconsortes; se assim fosse estaríamos diante 
do litisconsórcio unitário.” (Jorge Neto, 2019, p. 433) 
 
 Desta forma, conclui-se o estudo do litisconsórcio. 
 
TEMA 3 – INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 A Intervenção de terceiros é a oportunidade disposta legalmente para que 
alguém ingresse em uma relação jurídica processual para defender seus 
interesses jurídicos próprios, sem que seja parte processual pré-definida nesta 
relação. 
 Garcia nos define: 
 
a intervenção de terceiros é instituto de Direito Processual apto a fazer 
com que terceiro passe a figurar na relação processual. Trata-se de meio 
processual por meio do qual se possibilita o ingresso de terceiro em 
processo pendente” (2019, p. 344) 
 
 A intervenção de terceiro pode ser voluntária e provocada, sendo que na 
primeira há intervenção de forma espontânea, e na segunda mediante 
provocação. 
 Alguns doutrinadores entendem que a intervenção de terceiros é o gênero, 
que possui espécies. 
 
 
9 
 O Código de Processo Civil estabelece os casos de intervenção de 
terceiros: a assistência, denunciação da lide e chamamento ao processo, a 
estudarmos. 
 Apenas para que reste esclarecido, o Código de Processo Civil de 1916 
previa outras duas formas de intervenção de terceiros, a oposição e a nomeação 
à autoria. Ambas sofreram alteração com o Código de Processo Civil de 2015. A 
oposição está prevista como procedimento especial, e a nomeação à autoria 
deixou de ser prevista expressamente no novo CPC, motivo pelo qual não serão 
objetos de estudos deste tópico. 
3.1 Assistência 
 A assistência se apresenta de duas formas: simples e litisconsorcial e está 
disciplinada nos artigos 121 a 124 do CPC/2015. 
 A assistência simples ocorre quando o terceiro em uma causa entre duas 
ou mais partes, possuir interesse jurídico de que a decisão final seja favorável a 
uma das partes, intervindo no processo para assisti-la, conforme disposição do 
artigo 119 do CPC/2015: “Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o 
terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas 
poderá intervir no processo para assisti-la.” (Brasil, 2015) 
 Para melhor compreensão, analisemos os ensinamentos de Jorge Neto: 
 
Em linhas gerais, na assistência simples, temos: (a) não há relação 
jurídica entre o assistente e o adversário do assistido; (b) o direito posto 
e discutido em juízo pertence ao assistido; (c) não pode o assistente ter 
oposição em relação à desistência da ação pelo assistido, à procedência 
do pedido ou à transação celebrada pelo assistido e seu adversário; (d) 
não pode o assistente assumir posição jurídicadistinta da do assistido. 
(2019, p. 436) 
 
 
 O artigo 122 do CPC/2015 nos traz que a participação do assistente é 
acessória, não podendo obstar que a parte assistida exerça a faculdade de dispor 
dos seus direitos: “A assistência simples não obsta a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o 
que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.” (Brasil, 2015) 
 Ressalta-se ainda, que no processo do trabalho, o caso mais comum de 
intervenção mediante a assistência simples é a participação da entidade sindical, 
assistindo no processo. 
 
 
10 
 Nesta, transitada em julgado a sentença em feito no qual houve a 
intervenção do assistente, este não poderá discutir a decisão, a exceção dos 
casos que provar as hipóteses disposta no artigo 123 do CPC/2015: 
 
Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o 
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da 
decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos 
atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir 
na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o 
assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. (Brasil, 2015) 
 
 A assistência litisconsorcial está disposta no artigo 124 do CPC/2015: 
“Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença 
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.” (Brasil, 2015). 
 Neste caso, o assistente defende interesse próprio contra uma das partes, 
assumindo a condição de parte, ficando sujeito à coisa julgada. Como exemplo de 
assistência litisconsorcial, Jorge Neto nos traz: a) o caso em que o substituído 
ingressa na lide à qual o sindicato atua como substituto processual; b) o ingresso 
da empresa integrante de grupo econômico em demanda ajuizada contra uma das 
empresas apenas; ou ainda, c) o sócio de uma empresa quando esta é a 
reclamada em uma demanda trabalhista. (2019, p. 436) 
3.2 Denunciação da lide 
 A denunciação da lide é o aforamento de ação incidental por uma das 
partes do processo (autor ou réu), perante terceiro, objetivando que este seja 
condenado ao ressarcimento de prejuízos que o denunciante venha a sofrer em 
virtude da sentença. 
 Esta espécie de intervenção de terceiro está disposta nos artigos 125 a 129 
do CPC/2015. 
 Para Jorge Neto: “Como decorrência do processo da economia processual, 
o objetivo da denunciação da lide é a reunião, num só procedimento, de duas 
lides”. (2019, p. 404) 
 Com relação à admissão da denunciação da lide, o artigo 125 do CPC/2015 
dispõe: 
É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que 
da evicção lhe resultam; 
 
 
11 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em 
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. (Brasil, 
2015) 
 
 Se acaso a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou 
não por permitida, o direito regressivo será exercido por ação autônoma 
(parágrafo 1º. do artigo 125 do CPC/2015). 
 O cabimento desta espécie de intervenção no processo do trabalho é uma 
questão controvertida na doutrina e jurisprudência. Há doutrinadores que 
entendem ser as hipóteses do inciso I do artigo 125 do CPC/2015, inaplicáveis ao 
processo do trabalho, mas cabível neste a aplicação do inciso II. 
 Já na jurisprudência havia a Orientação Jurisprudencial n. 277 da SDI-I 
(Seção de Dissídios Individuais), que entendia ser incabível a denunciação da lide 
no processo trabalhista, contudo, esta foi cancelada em novembro de 2015, 
permanecendo o entendimento majoritário, de que deve ser analisado caso a 
caso. 
 Jorge Neto nos exemplifica um caso que seria possível a denunciação da 
lide no processo trabalhista: 
 
Como exemplo: o empregador reclamado pode denunciar à lide o 
empregador que causou o dano, quando esteja sendo demandado pela 
vítima do dano. Deferida a denunciação, pouco importa que o 
denunciado negue sua qualidade. Na motivação da sentença, o juiz 
terá de apreciar a responsabilidade deste e, no dispositivo, compor 
duas demandas: uma entre reclamado e reclamante e outra entre o 
denunciante e o denunciado. (2019, p. 446) 
 
Desta forma, inobstante exista discussão, como explicado é possível 
concluir que cabível a denunciação da lide no processo do trabalho, devendo ser 
analisado caso a caso. 
3.3 Chamamento ao processo 
O chamamento ao processo está regulamentado pelos artigos 130 a 132 
do Código de Processo Civil/2015. 
Garcia assim define: 
 
O chamamento ao processo é o ato pelo qual o réu pede que terceiro, 
coobrigado, passe a integrar a relação jurídica processual como 
litisconsorte, para que, caso seja proferida decisão procedente quanto 
ao pedido do autor, aquele seja alcançado pela condenação, 
possibilitando ao que saldar a dívida receber dos demais a parcela que 
cada um deve. (2019, p. 365) 
 
 
 
12 
 O artigo 130 do CPC/2015 delimita os casos nos quais é possível o 
chamamento ao processo, senão vejamos: 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou 
de alguns o pagamento da dívida comum. (Brasil, 2015) 
 
 Ao processo trabalhista não se aplicam os casos relacionados com o fiador, 
pela falta de competência da Justiça do Trabalho (artigo 114 da Constituição 
Federal). 
 Jorge Neto assim expõe acerca do tema: 
 
É discutível a situação da existência dos devedores solidários. Em 
determinadas demandas, torna-se razoável acatar a presença de outros 
devedores no polo passivo da demanda trabalhista, como forma de 
resguardo patrimonial para eventual execução. Porém, o Judiciário 
Trabalhista não poderá adentrar ao mérito na discussão entre os 
devedores solidários. (2019, p. 449) 
 
 
 O artigo 132 do CPC/2015 prevê que, no chamamento ao processo, a 
sentença de procedência tem o valor de título executivo em favor do réu que 
satisfazer a dívida, podendo exigi-la em sua integralidade do devedor principal, ou 
ainda, de cada um dos codevedores a sua proporcionalidade. 
TEMA 4 – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL 
Este é um tema muito importante quando se trata do âmbito trabalhista. A 
questão da substituição processual está relacionada a legitimidade da parte, que 
corresponde a uma condição da ação. 
Já estudamos que, para que se possa demandar em Juízo, é necessário 
que se tenha legitimidade e interesse, visto que sem o preenchimento destes dois 
requisitos, não estão presentes as condições da ação, e o processo deve ser 
extinto sem resolução do mérito, conforme previsão do artigo 485, VI do Código 
de Processo Civil, senão vejamos: 
 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
(...) 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
(Brasil, 2015) 
 
 
 
13 
Segundo dispõe ainda o Código de Processo Civil, no inciso XI do artigo 
337, é do Réu – polo passivo da demanda, o ônus de alegar a ausência de 
legitimidade ou interesse processual, antes de discutir o mérito. 
A substituição ocorrerá quando alguém, em decorrência de autorização 
legal, adquire legitimidade para requerer/pleitear em nome próprio, direito alheio. 
Garcia nos traz uma explicação muito clara da condição do substituto 
processual: “O substituto processual é parte, isto é, sujeito da relação jurídico 
processual, atua em nome próprio, embora o deito material pertença a terceiro.” 
(2019, p. 376) 
A substituição processual pode ocorrer tanto no direito individual quanto no 
direito coletivo. 
Comrelação a um conceito da substituição processual, temos: “A 
substituição processual pode ser conceituada como a legitimação extraordinária, 
autorizada pela lei, para que alguém pleiteie em nome próprio, direito alheio, em 
processo judicial.” (Garcia, 2019. p. 377) 
A legitimação processual possui quatro modalidades: 
1) A exclusiva, que ocorre quando a lei atribui legitimidade ao terceiro e 
afasta a legitimidade de quem seria o legitimado ordinário; 
2) A concorrente, quando a lei permite a ação ser ajuizada pelo terceiro e 
pelo legitimado ordinário, alternativamente; 
3) A ordinária, admitida desde o início; 
4) A derivada ou ulterior, que somente ocorre quando há inércia do 
legitimado ordinário. (Garcia, 2019. p. 378) 
 A substituição processual é exercida na justiça do trabalho, mais 
comumente pelo sindicato, como legitimação ordinária. 
 A natureza da substituição processual é autônoma, na qual o substituído 
pode integrar a demanda como assistente litisconsorcial, e desistir da ação, 
renunciar ao direito, sem que necessite de anuência do sindicato, pois pertence a 
ele o direito e não ao Sindicato. 
 Cabe aqui o destaque, que a substituição processual trabalhista é 
concorrente, e não exclusiva, visto que não há impedimentos de que o substituído 
seja parte no processo ajuizando sua ação individual. 
 Quando há a presença do sindicato como substituto, existe uma discussão 
doutrinária acerca da necessidade ou não da apresentação do rol dos substituídos 
 
 
14 
na demanda, indicando alguns autores a desnecessidade justificando que podem 
ser individualizados em futura liquidação ou execução de sentença. 
 Na liquidação da sentença, no caso de substituição processual, quando houver a 
individualização dos substituídos, deve-se garantir o contraditório e a ampla defesa. 
Nesse sentido, Garcia nos traz: “A liquidação, especificamente na tutela coletiva, serve 
justamente para concretizar o comando condenatório genérico, afastando a necessidade 
de que isso ocorra no ajuizamento da ação, ou seja, com a petição inicial.” (2019, p. 391) 
 A substituição processual se apresenta como uma importante solução para 
que sejam resolvidas questões trabalhistas através do sindicato, sem que haja o 
envolvimento direto do empregado na discussão, evitando assim desgaste na 
relação empregatícia. 
TEMA 5 - JUS POSTULANDI 
 O Jus Postulandi na forma já rapidamente exposta no início da matéria, 
consiste na capacidade postulatória, que é a capacidade de requerer seus 
direitos, postular em Juízo. 
No Processo do Trabalho, empregados e empregadores podem reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, sem que haja necessidade de 
acompanhamento ou nomeação de advogado para tanto, o que é visto como uma 
peculiaridade da Justiça do Trabalho, que existe em decorrência do imperioso 
atendimento dos princípios fundamentais que protegem essa Justiça, como do 
livre acesso à justiça, celeridade, entre outros. 
A possibilidade de postular em Juízo sem advogado, tecnicamente 
representa a facilidade de requerer seu direito, simplificando a parte 
processualmente envolvida, o ajuizamento e prosseguimento de uma demanda 
sem a necessidade de um advogado. 
O fato é que, inobstante seja uma interessante peculiaridade do Processo 
do Trabalho, o Jus Postulandi está cada vez mais em desuso, visto que acaba por 
gerar uma certa desigualdade processual, vez que as empresas por terem receio 
de condenação e maior poder aquisitivo que os empregados, habitualmente são 
acompanhadas/assistidas por advogados, o que torna o processo mais técnico, 
dificultando a parte demandante/empregado, atuar sozinho exercendo o Jus 
Postulandi. 
Outro fator que também colaborou para a não utilização corriqueira do Jus 
Postulandi fora a quantidade de advogados atuantes na Justiça do Trabalho com 
 
 
15 
o passar dos anos, e a forma de atuação destes no mercado de trabalho, com a 
cobrança de honorários “ad êxito”, somente no caso de sucesso na demanda, e 
ao final desta, tornando desinteressante ao empregado exercer o Jus Postulandi. 
Apenas de todas as questões supraindicadas, essa peculiaridade ainda 
permanece ativa no Processo do Trabalho, disposta no artigo 791 da CLT: “Os 
empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a 
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.” (Brasil, 1943). 
Importante destacar, apenas, que a utilização do Jus Postulandi é limitada 
pela Súmula 425 do Tribunal Superior do Trabalho, a saber: 
 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se 
às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não 
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança 
e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Res. 
165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010. (TST, 
2010) 
 
Assim, resta certo que o Jus Postulandi pode ser utilizado, contudo, à 
exceção do ajuizamento de ação rescisória, cautelar, mandado de segurança e 
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho, que necessitam de 
advogado. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL, Decreto-lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das 
leis do trabalho. 
BRASIL, Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União. Brasília, 
DF. Institui o Código de Processo Civil. 
BRASIL. TST. Súmula 310. Data da Publicação - DJ 06, 10 e 12.05.1993. 
BRASIL. TST. Súmula 406. Data da Publicação - DEJT 22, 23 e 24.08.2005. 
BRASIL. TST. Súmula 425. Data da Publicação - DEJT 30.04.2010 e 04.05.2010. 
GARCIA, G. F. B. Curso de Direito Processual do Trabalho. 8. ed. revista, 
atualizada e ampliada. Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
JORGE NETO, F. F.; PESSOA, J. de Q. Direito Processual do Trabalho. 8. ed. 
revista e atualizada. São Paulo: Atlas, 2019. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument

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