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Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Angelo Brigato Ésther Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Semestre 8 Angelo Brigato Ésther Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) 2018 Brasília, DF Rio de Janeiro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Departamento de Biblioteconomia Semestre 8 Permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, desde que atribuam o devido crédito ao autor e que licenciem as novas criações sob termos idênticos. Presidência da República Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Diretoria de Educação a Distância (DED) Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) Departamento de Biblioteconomia Leitor Cláudia Valéria Nobre Leyendecker Comissão Técnica Célia Regina Simonetti Barbalho Helen Beatriz Frota Rozados Henriette Ferreira Gomes Marta Lígia Pomim Valentim Comissão de Gerenciamento Mariza Russo (in memoriam) Ana Maria Ferreira de Carvalho Maria José Veloso da Costa Santos Nadir Ferreira Alves Nysia Oliveira de Sá Equipe de apoio Eliana Taborda Garcia Santos José Antonio Gameiro Salles Maria Cristina Paiva Miriam Ferreira Freire Dias Rômulo Magnus de Melo Solange de Souza Alves da Silva Coordenação de Desenvolvimento Instrucional Cristine Costa Barreto Desenvolvimento instrucional Renata Vittoretti Diagramação André Guimarães de Souza Revisão de língua portuguesa Patrícia Sotello Projeto gráfico e capa André Guimarães de Souza Patricia Seabra Normalização Dox Gestão da Informação E79t Ésther, Angelo Brigato. Trabalho de conclusão de curso II / Angelo Brigato Ésther ; [leitora] Cláudia Valéria Nobre Leyendecker. – Brasília, DF : CAPES : UAB ; Rio de Janeiro, RJ : Departamento de Biblioteconomia, FACC/UFRJ, 2018. 88 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-85229-79-5 (brochura) ISBN 978-85-85229-71-9 (e-book) 1. Comunicação científica. 2. Trabalho de conclusão de curso. I. Leyendecker, Cláudia Valéria Nobre. II. Título. CDD 020.72 CDU 378.2 Catalogação na publicação por: Miriam Dias CRB-7 / 6995 Caro leitor, A licença CC-BY-NC-AS, adotada pela UAB para os materiais didáticos do Projeto BibEaD, permite que outros remixem, adaptem e criem a partir desses materiais para fins não comerciais, desde que lhes atribuam o devido crédito e que licenciem as novas criações sob termos idênticos. No interesse da excelência dos materiais didáticos que compõem o Curso Nacional de Biblioteconomia na modalidade a distância, foram empreendidos esforços de dezenas de autores de todas as regiões do Brasil, além de outros profissionais especialistas, a fim de minimizar inconsistências e possíveis incorreções. Nesse sentido, asseguramos que serão bem recebidas sugestões de ajustes, de correções e de atualizações, caso seja identificada a necessidade destes pelos usuários do material ora apresentado. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo de slide mestre ................................................ 38 Figura 2 - Exemplo básico de slide inicial ou de abertura............... 39 Figura 3 - Exemplo básico de slide de encerramento ..................... 39 Figura 4 - Exemplo básico de slide ................................................ 40 Figura 5 - Exemplo básico de slide de contextualização................. 40 Figura 6 - Exemplo básico de slide de procedimentos metodológicos ............................................................. 41 Figura 7 - Exemplo básico de slide de apresentação dos resultados .............................................................. 41 Figura 8 - Exemplo básico de slide de considerações finais ou conclusões ................................................................... 42 Figura 9 - Exemplo básico 2 de slide de conclusões ou considerações finais ...................................................... 42 Figura 10 - Exemplo básico de slide de Referências ......................... 43 Figura 11 - Exemplo de um slide simples e adequado 1 ................... 43 Figura 12 - Exemplo de um slide simples e adequado 2-a ................ 44 Figura 13 - Exemplo de um slide simples e adequado 2-b ................ 44 Figura 14 - Exemplo de slide de referencial teórico 1 ....................... 45 Figura 15 - Exemplo de slide de referencial teórico 2 ....................... 46 Figura 16 - Exemplo de slide de referencial teórico 3 ....................... 46 Figura 17 - Exemplo 1 de slide com excesso de informação ou “poluído” .................................................................... 47 Figura 18 - Exemplo 2 de slide com excesso de informação ou “poluído” .................................................................... 47 Figura 19 - Exemplo de slide com cores inadequadas ...................... 48 Figura 20 - Uso de imagens e textos ............................................... 48 Figura 21 - Slide com fonte não serifada (Arial 26) .......................... 49 Figura 22 - Slide com fonte serifada (Times New Roman 26) ........... 49 Figura 23 - Reprodução de tela principal do portal da UFRJ com cópia via print screen, sem edição................................. 50 Figura 24 - Reprodução de tela principal do portal da UFRJ com cópia via print screen, com edição de destaque ............ 51 Figura 25 - Indicação de hiperlink ................................................... 51 Figura 26 - Flipchart ........................................................................ 70 Figura 27 - Layout 1 ........................................................................ 71 Figura 28 - Layout 2 ........................................................................ 72 Figura 29 - Layout 3: Auditório ....................................................... 72 Figura 30 - Exagero na descontração e na gesticulação ................... 78 Figura 31 - Linguagem corporal ...................................................... 79 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Exemplo de critérios de avaliação de um relatório de qualificação ............................................................. 21 Quadro 2 - Exemplo de critérios de avaliação de um TCC ................ 22 Quadro 3 - Sugestão de distribuição de slides obrigatórios para apresentação do TCC ................................................... 32 Quadro 4 - Fontes ........................................................................... 35 Quadro 5 - Vantagens e desvantagens de contrastes de cores ......... 36 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 11 1 UNIDADE 1: O TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO E SUA DIVULGAÇÃO ..... 13 1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 13 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 13 1.3 NATUREZA DO TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO ........................... 15 1.4 LINGUAGEM ............................................................................................ 16 1.5 O QUE UM TRABALHO CIENTÍFICO NÃO É ............................................ 17 1.6 A DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ................................ 18 1.7 MODALIDADES DE APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ACADÊMICO-CIENTÍFICOS ................................................. 19 1.8 AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ..................... 20 1.8.1 Atividade ................................................................................................. 22 1.8.2 Atividade ................................................................................................. 23 1.9 CONCLUSÃO ............................................................................................a Distância Os dois slides anteriores mostram as mesmas imagens (e, apenas para lembrar, uma vez que os slides destacam apenas imagens, se você optar por usar slides assim, use imagens que o remetam ao texto que você de- verá apresentar). O fundo escuro provoca um efeito mais interessante do que o fundo claro. No entanto, como você já tem noção, essas opções dependem de outras variáveis ambientais. Por exemplo, se você for projetar apenas as imagens da bola de futebol e as bandeirinhas de festa junina, o fundo branco será bem mais apropriado. Além disso, você poderá aumentar o tamanho das figuras, de modo a valorizar mais as imagens. Observe, ainda, que os exemplos de slides não são sofisticados. Ao contrário, eles são extremamente simples, de modo que você perceba que não é necessário um domínio excepcional do software. Se você se- guir regras fundamentais, irá elaborar uma apresentação simples, mas eficiente e minimamente agradável. Outro tipo de slide interessante e igualmente simples contém figuras e conteúdos digitalizados, seja por meio de scanner, seja por outra forma de digitalização de conteúdo. Há apenas uma ideia central, que, com o apoio das figuras, serve como ponto de partida para uma discussão acerca daquilo a que se pro- põe discutir. A fonte do texto pode aparecer ao final, na lista de referên- cias citadas. Figura 14 - Exemplo de slide de referencial teórico 1 Fonte: Produção do próprio autor O slide da imagem (Figura 14) mostra uma maneira de apresentar parte do referencial teórico utilizado em seu TCC. Nesse caso, o conceito central é reproduzido de modo a deixar claro para os espectadores sobre o que você irá abordar. 46 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Figura 15 - Exemplo de slide de referencial teórico 2 Fonte: Produção do próprio autor O segundo exemplo de slide de referencial teórico (Figura 15) é um pouco diferente do anterior. Ele não traz uma definição específica de um autor específico, mas apresenta elementos gerais de uma abordagem que é identificada pelo título do slide. Trata-se, portanto, de uma compila- ção do autor (do TCC, por exemplo) acerca dos pressupostos teóricos da abordagem que ele investigou e/ou adotou. Figura 16 - Exemplo de slide de referencial teórico 3 Fonte: Produção do próprio autor O terceiro exemplo de slide de referencial teórico (Figura 16) é semelhante ao anterior, mas se trata de indicar quais abordagens teóricas foram identificadas na pesquisa realizada. Nesse caso, os três exemplos de slides na sequência até aqui serviram não apenas para demonstrar a formatação, mas também modos diferentes de apresentação do conteú- do: conceito central; pressupostos gerais de uma abordagem; e, aborda- gens teóricas identificadas. 47Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância A imagem (Figura 17) a seguir, ilustra um slide poluído, ou seja, com excesso de informação textual. Nesse caso, o uso de uma fonte pequena é inevitável, de modo que seja possível colocar todo o conjunto de infor- mações em uma mesma tela. A leitura fica comprometida e cansativa, principalmente para aqueles que estiverem mais distantes da projeção. Figura 17 - Exemplo 1 de slide com excesso de informação ou “poluído” Fonte: Produção do próprio autor O mesmo tipo de situação ocorre na imagem seguinte (Figura18), mas de um modo diferente. Observe que, embora até possa haver pouca quantidade de texto, as cores são inadequadas e a inserção de figuras embaralha a leitura. Esse slide é um ótimo exemplo de como não se deve fazer um slide! Figura 18 - Exemplo 2 de slide com excesso de informação ou “poluído” Fonte: Produção do próprio autor 48 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) O slide da imagem (Figura 19) não pode ser considerado exatamente poluído, uma vez que não traz excesso de informação. No entanto, o uso das cores é inconveniente. Observe que apenas o título é visível, e com alguma dificuldade. O restante do texto tende a desaparecer, dificultando o leitor a acompanhá-lo. Em outras palavras, o contraste das cores e do fundo é fundamental. Figura 19 - Exemplo de slide com cores inadequadas Fonte: Produção do próprio autor A imagem (Figura 20) mostra o uso de figuras como recurso. Você pode observar que essa forma tende a dizer mais do que frases longas, por exemplo. Como se diz, “uma imagem vale por mil palavras”. O fato de o título aparecer na parte de baixo do slide não o prejudica, embora ele possa ser colocado acima das figuras. Figura 20 - Uso de imagens e textos Fonte: Produção do próprio autor 49Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Agora, compare os slides abaixo. As imagens (Figura 21 e Figura 22) estão configuradas com fontes de tipo diferente. Observe que a fonte não serifada (Arial) é mais visível do que a fonte serifada (Times New Ro- man), embora ambas sejam do mesmo tamanho no original (26 pontos). Figura 21 - Slide com fonte não serifada (Arial 26) Fonte: Produção do próprio autor Observe, ainda, que os dois slides podem até ser considerados poluí- dos. Mas, neste caso, veja como a diferença de fontes produz uma leitura mais ou menos difícil. Figura 22 - Slide com fonte serifada (Times New Roman 26) Fonte: Produção do próprio autor 50 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) A sequência de slides anterior exemplificou não apenas as fontes e cores. Ela também destacou a questão da quantidade de informação. Caso você tenha um número muito reduzido de slides, pode ficar tentado a preenchê-los com excesso de informação. Na prática, pelo menos nas primeiras experiências – e isso pode ocor- rer com o TCC – você terá de decidir entre o senso estético e a segu- rança emocional de falar sobre algum conteúdo. Idealmente, você deve procurar articular as duas variáveis. Em outras palavras, coloque conteú- do suficiente que seja esteticamente agradável e que lhe proporcione segurança na hora de abordá-lo. Eventualmente, pode ser interessante exibir uma página ou portal da internet. Nesse caso, você tem duas opções. Você pode se conectar à rede e exibir o link ativo do site, ou, você pode simplesmente reproduzir a página na forma de figura. Visualmente, o resultado poderá ser o mes- mo, caso você faça a reprodução tal qual à tela de seu computador. No entanto, caso você precise mostrar apenas uma parte da tela para, por exemplo, realçar alguma afirmação ou demonstrar algum argumento, você pode copiar a figura, editá-la e reproduzir apenas o trecho necessário. Se você tiver de mostrar o site como um todo, o ideal é a conexão à internet mesmo. As imagens (Figura 23 e Figura 24) exemplificam a reprodução de uma página da internet (reproduzida como um todo na medida do possível, pois as páginas ocupam muito mais espaço do que o disponível para um slide) e uma edição de parte da mesma página. Figura 23 - Reprodução de tela principal do portal da UFRJ com cópia via print screen, sem edição Fonte: UFRJ1 1 UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Página inicial. Printscreen. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2014. 51Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Figura 24 - Reprodução de tela principal do portal da UFRJ com cópia via print screen, com edição de destaque Fonte: UFRJ2 Um recurso disponível interessante que pode ser utilizado em sua apresentação é o uso de hiperlink para abrir uma página da internet ou ir para outro arquivo, por exemplo. No caso do PowerPoint, basta marcar a imagem ou o texto que deverá conter o hiperlink com o lado direito do seu mouse e escolher, na caixa de diálogo, o comando hiperlink..., e direcionar para onde você deseja. Observe a imagem (Figura 25), em que a palavra hiperlink está grifada com o lado direito do mouse, abrindo a caixa de diálogo na qual está o comando hiperlink.... Figura 25 - Indicação de hiperlink Fonte: Produção do próprio autor 2 UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Página inicial.Printscreen. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2014. 52 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Até aqui, nós nos concentramos no uso do PowerPoint como ferramenta de trabalho para elaborar a apresentação de seu TCC. Certamente, não apresentamos todas as suas funcionalidades, mas aquelas fundamentais para uma boa apresentação. Porém, você pode dispor de outros editores e recursos didáticos, os quais mostraremos, a seguir. Para mais informação sobre como elaborar uma apresentação uti- lizando o PowerPoint, veja estes três links de suporte para um melhor aproveitamento do editor: a) Criar uma apresentação básica no PowerPoint: ; b) Tarefas básicas para criar uma apresentação do PowerPoint: ; c) Sugestões para criar e fazer uma apresentação eficaz: . 2.6 OUTROS EDITORES DE APRESENTAÇÃO Atualmente, com a evolução da informática e dos sistemas informa- cionais, diversos recursos tecnológicos vêm surgindo a uma velocidade espantosa. No entanto, no que diz respeito a apresentações audiovisuais, não parece estar havendo uma evolução tão rápida, pelo menos no sen- tido de uma verdadeira revolução tecnológica. Embora tenhamos nos concentrado em editores do tipo PowerPoint, este software é de um tipo mais estático, embora permita o uso de hiperlinks para outros materiais, incluindo vídeos e áudios. Um aplicativo que ganhou algum destaque recentemente foi o Prezi, cuja proposta é tornar a apresentação mais dinâmica sem ter de usar o conceito de slides. Na prática, é possível montar uma apresentação em que todo o conteúdo está – como se assim fosse – em uma única tela. Visualmente, o que ocorre é que o conteúdo é que se desloca pela tela como se estivéssemos vendo um filme, e não um conjunto de slides estáticos, exibidos individualmente. Evidentemente, não é possível demonstrar em papel tal dinâmica. Portanto, sugerimos que você visite o site caso deseje conhecer esse recurso. 53Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Conheça o Prezi em . O Prezi está disponível para download, mas ele é um software comercial e, como tal, requer a contratação de uma licença. Você pode montar sua apresentação gratuitamente, sem necessidade de licenciá- lo. No entanto, seu espaço é limitado e tem de permanecer público na web. No site, há um vídeo promocional que dá uma ideia de sua lógica, além das apresentações públicas gratuitas. Seu uso é bastante simples, e não possui tantos recursos quanto o PowerPoint, por exemplo. Se quiser conhecer mais sobre o Prezi, encontre aqui um guia de utilização do aplicativo, elaborado pela Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina: . O PowerPoint é um programa associado ao sistema operacional Windows, da Microsoft. Outro sistema conhecido é o da Apple. Normalmente, quando é lançado um programa para Windows, é lançado também para equipamentos da Apple. Embora os fabricantes tenham sistemas operacionais bastante distintos, a lógica geral de apresentação não é muito diferente. Em tese, o que você aprendeu aqui servirá para qualquer editor. Evidentemente, cada programa terá seu próprio modo de operação, mas isso não o desabilita a criar apresentações interessantes. Na prática, se você pretende se especializar em elaborar apresentações, deverá estudar a fundo os programas existentes, descobrindo e explorando seus recursos operacionais. O PowerPoint foi escolhido como referência por ser, provavelmente, o mais comum e/ou mais utilizado, pelo menos nas escolas superiores brasileiras. Aqui, você tem orientações mais gerais. Caso queira aprender mais sobre seu uso, recomendamos que você pesquise manuais, tutoriais e outras fontes. No entanto, lembre-se: seguir instruções operacionais de um pro- grama não é o mesmo que elaborar uma boa apresentação. É preciso entender o que está por trás e em jogo em uma apresentação. Os ma- nuais e tutoriais irão ensiná-lo apenas o manuseio dos comandos do programa. Aqui, esperamos que você tenha mais base metodológica e didática para criar apresentações interessantes, quando realizadas em programas computacionais. Você também pode encontrar alternativas interessantes ao PowerPoint entre os chamados Softwares livres. Atualmente, pode-se usar o Apache Open Office ou o LibreOffice, que disponibilizam editores de texto e de apresentações. Você pode aprender um pouco mais sobre o assunto em http://softwarelivre.org/portal/o-que-e. Em alternativa, você poderá fazer uso, se desejar ou se necessário, e se a universidade (ou o orientador) permitir, de outras formas de apresenta- ção, como veremos a seguir. 54 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Explicativo É possível que você já tenha se perguntado sobre a evolução dos programas de computador, ou seja, todos os anos são publicadas novas versões de editores, com mais recursos e mais interatividade. Acompanhar toda essa evolução é realmente impossível, mesmo para quem é um expert da área de tecnologia e de informática. No entanto, não se trata apenas de dominar recursos técnicos de um programa informatizado. O que você precisa conhecer são os princípios pedagógicos e didáticos fundamentais para uma boa aula ou uma boa apresentação. Em outras palavras, um pouco de teoria a esse respeito não faz mal algum, ao contrário, ela pode ser extremamente útil para sua atividade. Se você quiser se aprofundar, conhecer um pouco mais ou até mesmo se especializar em determinados programas, você deve, de fato, fazer cursos presenciais ou on-line, estudar tutoriais, ler manuais e assim por diante. Ou seja, você deve pesquisar e se comprometer com aquilo que quer estudar. Assim, não se preocupe tanto se seu editor é desta ou daquela versão. Se aqui tomamos o PowerPoint como referência é porque ele é o mais comum. Mas, sem conhecimentos mínimos sobre didática e processo ensino-aprendizagem, o uso de qualquer software será sempre limitado. Portanto, se você tiver interesse, tempo e disposição, vá mais fundo no uso de recursos computacionais, dentro daquilo que se chama, atualmente, de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). 2.7 OUTROS RECURSOS PARA APRESENTAÇÕES AUDIOVISUAIS 2.7.1 Cartaz ou pôster (banner) A esta altura da sua trajetória acadêmica, é bem provável que você já tenha elaborado algum cartaz ou pôster (ou banner, como se costuma chamar) para apresentação de trabalhos. Esse é um recurso interessante que pode ser usado, embora ele possa ter um custo maior do que o uso de uma apresentação em PowerPoint, por exemplo. É muito comum vermos pôsteres em congressos, quando há muitas pessoas divulgando seus trabalhos e pouco espaço e tempo escasso para que todos possam se apresentar verbalmente. 55Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Embora na apresentação de um TCC não seja muito comum seu uso, você pode utilizar esse recurso, seguindo algumas orientações gerais: a) tamanho do pôster ou banner. Em geral, as chamadas de trabalho de congresso informam a medida a ser utilizada, em função do dimensionamento do espaço físico disponível. Uma medida razoável para um pôster é de 1 m x 0,8 m, por exemplo. No entanto, para uma apresentação com plateia, o tamanho pode ser um empecilho muito grande. Para diminuir esse problema, ele poderia ser exposto logo na entrada da sala, por exemplo, para que as pessoas pudessem ler antes do início da apresentação; b) otamanho da fonte utilizada. Observe que, aqui, “tamanho é documento”. O pôster tem de ser lido a certa distância, embora os membros da banca tenham analisado com antecedência o seu trabalho. Porém, lembre-se de que eles avaliam a apresentação propriamente dita; c) o conteúdo. No caso de um pôster, o conteúdo tem de ser visível a certa distância, o que implica uma possível redução da quantidade de conteúdo em relação a uma apresentação em computador. Por um lado, há a vantagem de evitar que você elabore slides em excesso. Por outro, você pode ficar tentado a escrever muito, o que implica conteúdo demais - finalmente, implicando enorme dificuldade de leitura do material. Como você pode perceber, o uso de pôster ou banner deve ser esco- lhido com muita parcimônia, pois é um recurso bastante limitado para apresentações com plateia. Na prática, podemos considerá-lo, até, inade- quado. Entretanto, dependendo do seu caso e do seu objetivo, o pôster pode funcionar como auxiliar em uma apresentação por computador, por exemplo, apresentando gráficos ou tabelas muito grandes, que ficariam ilegíveis em um slide. Multimídia No YouTube você encontra diversos tutoriais que ensinam a for- matar material para apresentações. Nos links indicados a seguir, você encontra instruções para a montagem de banners usando o PowerPoint: a) . b) . 2.7.2 Folhetos Se cartazes ou pôsteres possuem o inconveniente de não serem lidos a distância, o uso de folhetos pode ser uma solução interessante e de custo bastante baixo, comparativamente ao banner. 56 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) O que estamos chamando de folheto é uma folha de papel com o conteúdo central de sua apresentação, no todo ou em parte, frente e/ ou frente e verso, e independente ou não do uso de apresentação por computador. O folheto pode ser uma espécie de pôster miniatura, por assim dizer. Em outras palavras, você fornece, à plateia e/ou aos examinadores, fo- lhetos com o conteúdo resumido de seu trabalho. Eventualmente, você pode até fazê-los como se estivesse elaborando os slides, mas sem a for- matação visual que você teria. Você também pode articular a apresentação por computador com a distribuição de folhetos, tal como sugerido para o caso de cartazes. A grande vantagem é que todos podem ler confortavelmente e, além disso, podem guardar para si o material. Nesse caso, é conveniente que você co- loque todos os seus dados, referenciando, inclusive, seu TCC conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como informe seus dados de contato, especialmente o endereço de e-mail. De todo modo, você pode e deve caprichar na estética de seu folheto. Você pode, por exemplo, conforme o objetivo, apresentá-lo na forma es- tética de um jornal ou revista, na forma de um cardápio etc. Nesse caso, o que conta é a criatividade. É claro que você pode estar pensando, neste momento, se não seria loucura ou insanidade usar recursos desse tipo. Obviamente, além do bom senso, você deve ter em conta os objetivos de seu trabalho bem como deve combinar ou negociar com seu orientador a melhor forma de apresentar o TCC. Mas, ao mesmo tempo, uma apresentação criativa pode denotar envolvimento e interesse face ao tema e aos seus interlo- cutores e ouvintes. Observe que o pôster ou folheto aparecem quase como sinônimos. A diferença crucial, aqui, é quanto ao tamanho. Um pôster ou banner, de modo muito geral, é apresentado em tamanho 1 m x 0,8 m, enquanto um folheto pode ser do tamanho de uma folha A4, por exemplo (2,97 cm x 21,0 cm). 2.7.3 Vídeo O vídeo é um recurso poderoso quando bem utilizado. Em apresen- tações de TCC não é muito comum, especialmente em certas áreas do conhecimento. No caso de artes e cinema, por exemplo, certamente é um recurso fundamental. No entanto, nada impede seu uso, a priori, em outras áreas. É claro que, como no caso de quaisquer outros recursos, negociar com o orien- tador ou com a orientadora é da maior importância. Caso você possa mesmo utilizar vídeo, você tem duas possibilidades: ou apresenta um vídeo existente, ou apresenta um vídeo produzido por você (com ou sem ajuda de terceiros). Uma terceira possibilidade é o uso dos dois tipos. No caso de um TCC, dificilmente o vídeo será a apresentação pro- priamente dita. O mais provável é que você produza o próprio vídeo como apoio à apresentação. As possibilidades são muitas, pois você pode mostrar um trecho de uma entrevista e aspectos materiais de um lugar, entre outras. De todo modo, seja o material produzido por você ou por terceiros, leve em conta sempre seu tempo de apresentação. 57Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Portanto, recomendamos que seu vídeo tenha cerca de 5 minutos de duração, no máximo. Caso você crie um vídeo especialmente para a apresentação, tome os seguintes cuidados básicos: a) tempo ou duração do vídeo. Tenha em mente que 5 minutos é tempo mais que suficiente para você ilustrar ou demonstrar algo importante relacionado a seu trabalho; b) eventualmente, você pode intercalar pequenas exibições com a apresentação, ou, ainda, cada passo dela pode ser ilustrado com um vídeo bastante curto, com alguns segundos de duração, por exemplo. De todo modo, tenha parcimônia ao usar esse recurso, pois você pode se perder ou se confundir; c) lembre-se de, no dia da apresentação, ter um vídeo e uma TV ou tela disponíveis e adequados para uso (tamanho da tela da TV, caso não seja projetado na tela via computador); d) sugerimos que você não dependa do vídeo para sua apresentação, a menos que não haja outra opção. Equipamentos eletrônicos estão sempre sujeitos a defeitos e podem “deixá-lo na mão” na “hora H”. Obviamente, o mesmo pode ocorrer com o uso de computadores (no caso do PowerPoint), mas você sempre dispõe do recurso de levar sua apresentação impressa (veja último capítulo), o que não ocorre com o vídeo. Nesse caso, o uso de fotografias (inseridas ou não na sua apresentação) seria mais apropriado; e) no caso de gravação amadora ou caseira, atente para a montagem de um cenário básico limpo e clean, como se diz, para que você fique em evidência e outros elementos não chamem a atenção dos espectadores; f) use roupas apropriadas e sóbrias (a menos que o objetivo envolva algo diferente), fale com calma e com boa dicção, de modo que os espectadores possam ouvi-lo (e vê-lo) com clareza; g) use um editor de vídeo que lhe permita fazer uma capa com título, com logotipo da faculdade e outros elementos que caracterizem seu TCC. Se não souber usar o editor, peça ajuda a quem sabe. A pior coisa é fazer um vídeo que vire motivo de chacota ou de “zoeira” durante e/ou depois de sua apresentação. Pense que, dependendo do que você tiver gravado, pode vir a ser interessante publicá-lo na internet, por meio do YouTube, ou na videoteca de seu curso, caso exista, por exemplo. 2.7.4 Áudio Os cuidados com os arquivos de áudio são semelhantes aos cuidados com os arquivos de vídeo. A diferença óbvia é que não há imagens a serem utilizadas. Fundamentalmente, sua preocupação deve ser com o volume do áudio, com a dicção (especialmente se for um áudio gravado por você), com o tipo de linguagem e com a adequação do conteúdo à apresentação de seu TCC. Se você utilizar trechos de entrevistas, além de atentar para os cuida- dos acima, você poderá inserir um hiperlink para o arquivo de áudio (e/ou para o caso de vídeo também), que será acionado quando da apresenta- ção dos slides. 58 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Se você não usar o recurso de hiperlink, abra o arquivo diretamente, certificando-se de que o computador que você irá utilizar tem instalado nele o leitor de áudio (e/ou vídeo). 2.7.5 Fotografias Finalmente, um recurso muito interessante são as fotografias. Nova- mente, você tem duas opções: fotos tiradas por você mesmo ou fotosde terceiros. No caso de fotos tiradas por terceiros, certifique-se de que sua exi- bição é permitida, sobretudo se você baixar arquivos da internet, por exemplo. Existem diversos sites que proporcionam acesso totalmente gratuito ou por meio de licenças – com ou sem custo financeiro – que podem ser utilizadas para fins de apresentação profissional, pessoal ou acadêmica. No caso de fotografias tiradas por você mesmo, é sempre con- veniente colocar em rodapé ou anunciar em algum espaço de sua apresentação que se trata de material produzido por você. Até porque não deixa de ser um material de referência do trabalho. Caso as foto- grafias estejam no corpo de seu TCC, não se esqueça de referenciá-las. Se você não conhecer as normas de citação de fotografias (bem como de áudio e vídeo), consulte as normas da ABNT no próprio site ou em algum manual que as contenha. 2.7.6 Atividade Crítica de slides Nesta unidade, você pôde observar exemplos de slides para uma apresentação básica, porém esteticamente agradável e com o conteúdo minimamente necessário. Com base nesse conteúdo, observe os slides a seguir e critique-os conforme os critérios estabelecidos. Slide Fonte Clareza e distribuição dos textos Clareza e apresentação das ilustrações 59Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 60 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Resposta comentada Slide Fonte Clareza e distribuição dos textos Clareza e apresentação das ilustrações Boa, sem serifa, tamanho adequado Textos curtos, slide não poluído Fonte sem serifa, mas de tamanho inadequado Texto longo, slide difícil de manter atenção Fonte sem serifa, estreita Texto curto, mas com mal aproveitamento do slide 61Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Fontes pequenas, pouco contraste, praticamente ilegível Figuras com informações confusas, poluídas Fontes adequadas Figuras simples, bem distribuídas 2.7.7 Atividade Aperfeiçoando slides Suponha que você disponha de resultados de uma pesquisa quantitativa, cuja tabela tenha um número excessivo de linhas e colunas para ser exibidas em um único slide. O que você faz? Resposta comentada Uma possibilidade é dividir a tabela em duas ou três, de tal modo que você não elabore slides demais bem como possa mantê-los legíveis. Caso seja muito complicado garantir esses critérios, procure fornecer apenas aqueles dados mais cruciais e significativos, que ilustram ou sustentam aquilo que você afirma. Se for o caso, forneça uma folha impressa (o que chamamos de folheto anteriormente) para os membros da banca ou peça que eles acompanhem a tabela na página do TCC em que ela é apresentada. De todo modo, para fins de um TCC, é conveniente lembrar que os professores da banca terão lido seu trabalho. 62 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) 2.7.8 Atividade Prévia dos slides Em relação a esta unidade, a melhor atividade que você pode realizar é a elaboração de seus slides propriamente ditos. Porém, você pode construir alguns slides ou uma pequena apresentação de, digamos, cinco slides, e mostrar ao seu orientador para ver se ele está de acordo. Procure seguir as orientações que receber. Evidentemente, é uma quantidade muito pequena de slides, o que pode obrigá-lo, por exemplo, a fundir a capa com o slide de objetivo, de modo a aproveitar o pouco espaço disponível. Cada apresentação é única, e você certamente encontrará problemas específicos e maneiras de solucioná-los, em conjunto com seu orientador, de forma a expor seu TCC de modo claro, agradável e eficaz. 2.9 CONCLUSÃO Uma apresentação oral não precisa ser chata nem monótona, mas não se deve confundir a apresentação com os recursos utilizados. Em alguma medida, tal como você irá estudar na próxima unidade, uma boa presen- ça de palco já o ajuda a ser bem-sucedido na apresentação de seu TCC. No que diz respeito ao uso de recursos de computador, editores do tipo PowerPoint são muito interessantes e úteis, mas devem ser usados com parcimônia, bom senso e, é claro, com conhecimento de causa. Ou seja, é importante que você conheça minimamente sua funcionalidade, de modo a não ter problemas quando da apresentação, além de propor- cionar a seus interlocutores e ouvintes um visual agradável com conteúdo adequado. É nesse sentido que a combinação conteúdo/forma se mostra eficiente, pois agrada a quem vê/ouve e favorece a quem apresenta. Portanto, investir algum tempo na preparação e na elaboração de slides ou de animações (tipo Prezi), apoiadas (ou não) por folhetos, vídeos e outros recursos é da maior importância, denotando interesse, envolvimento e, sobretudo, respeito pela banca e plateia. 63Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância RESUMO Nesta unidade, você pôde aprender como elaborar slides para sua apresentação de TCC, tendo como base o PowerPoint. Mas você não precisa utilizá-lo, necessariamente. No entanto, provavelmente, é o editor mais comumente utilizado, daí ser nossa referência. Foram apresentadas dicas e orientações para uma apresentação básica porém esteticamente agradável e com o conteúdo minimamente necessário. É claro que, se você quiser sofisticar sua apresentação, você precisará de conhecimen- tos de técnicas avançadas, o que constituiria quase um tutorial completo do software de referência, e esse não é o nosso objetivo. Ao contrário, procuramos fornecer a você a lógica e os elementos fundamentais de qualquer apresentação visual, de modo a proporcionar aos seus ouvintes e interlocutores uma experiência agradável e tecnicamente correta. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE A próxima unidade trata do tema que, provavelmente, é responsável pelo nível mais elevado de estresse e/ou de ansiedade: a apresentação oral. Técnicas e dicas serão apresentadas de forma a lhe proporcionar mais segurança e tranquilidade para o dia da defesa de seu TCC. Mas, é sempre bom reiterar que você não deve se preocupar em excesso, pois, afinal, você realizou seu trabalho e, como se costuma dizer, “ninguém sabe mais sobre seu trabalho do que você”. Por essa e por outras razões, não deixe de planejá-la antes. A unidade que se encerra, assim, contri- buiu para a sistematização da apresentação de seu TCC. 65Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância UNIDADE 3 APRESENTAÇÃO ORAL DO TCC: POSTURAS E PRESENÇA DE PALCO 3.1 OBJETIVO GERAL Nesta unidade, você deverá aprender um conjunto de técnicas e dicas úteis para uma apresentação audiovisual agradável e eficiente de seu TCC. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: a) preparar-se para a apresentação; b) abrir a apresentação; c) comportar-se durante a apresentação; d) falar e gesticular durante a apresentação; e) lidar com a banca examinadora; f) eliminar posturas e comportamentos indesejados durante a apresentação. 67Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 3.3 INTRODUÇÃO Chegou a hora da verdade! Você já se tornou capaz de elaborar um material e, a esta altura, ele já está pronto. Falta apenas apresentá-lo! Sem dúvida, um bom material contribui para uma apresentação bem- -sucedida, mas é preciso que você seja capaz de transmitir seu conteúdo de forma adequada, didaticamente construída, baseada nos princípios que apontamos anteriormente. Trata-se de uma questão de palco, o que requer o domínio de certas habilidades. No entanto, esteja certo de que você jamais será reprovado porque ficou nervoso, gaguejou, ou porque é tímido. Certamente que não! Entretanto, nada melhor do que unir o útil ao agradável. Por que não apresentar um belo material de forma interessante e aprazível? É o que vamos lhe mostrar nas próximas páginas! 3.4 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA APRESENTAÇÃO EFICIENTE Apresentar oralmente um trabalho não é, necessariamente, fácil. Mas, semdúvida, é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Certamente, você não chegou ao fim de seu curso sem jamais ter feito uma apresen- tação para um determinado público. No entanto, agora é um momento especial, pois se trata do TCC, quando você deverá demonstrar domínio daquilo que estudou. A apresentação de seu TCC deve reunir algumas características. Destacaríamos que ela deve ser interessante, atrativa e efetiva. Interes- sante, na medida em que você deve mostrar o quanto seu tema é digno de ser apresentado e debatido; atrativa, na medida em que você deve apresentar o conteúdo de uma forma esteticamente agradável e fluida; e, efetiva, na medida em que o conteúdo não pode ser desprezado ou diminuído em nome da estética. Para obter uma apresentação com tais características, vamos apontar e descrever os cuidados que devem ser observados. Você não precisa ser um ator ou um professor treinado e experiente. No entanto, algum domí- nio de palco é útil, pois, lembre-se de que, se você está apresentando, é porque alguém está ouvindo. E quem ouve e vê deve apreciar aquilo que está sendo apresentado. 68 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Na unidade anterior, você aprendeu como construir, visualmente, apresentações bem feitas, esteticamente elaboradas. Na disciplina ante- rior, você aprendeu a importância do conteúdo e da forma do TCC. Ago- ra, você irá observar – e praticar – como seu TCC deve ser apresentado oralmente. É a hora de unir o útil ao agradável, até porque haverá uma banca examinadora para avaliar seu trabalho. Nesse aspecto, é sempre bom lembrar que os examinadores levam em conta tanto o produto final quanto o processo que conduziu a ele. Além disso, levam em conta o seu domínio acerca do tema, especialmente por meio da apresentação oral. Outro fator importante relativo à apresentação oral – como vimos an- tes – é que ela é parte do processo de disseminação do conhecimento, ou seja, outras e diversas pessoas que se interessam pelo seu tema podem estar dispostas a ver e a ouvir o que você tem a dizer. Portanto, vamos aos elementos principais que você deve ter em mente antes e durante a apresentação. Mas antes de prosseguirmos, faça esta ati- vidade, que tem início aqui, mas só estará completa ao final da Unidade 3. 3.4.1 Atividade Inventário de habilidades - Parte 1 Elabore um inventário, uma lista, daquilo que você consi- dera importante para uma boa apresentação oral. Elenque três fatores importantes. Em seguida, continue a lista com pelo menos três habilidades que você acredita que possui e mais três que você acredita não possuir para realizar sua apresentação oral do TCC. 3.5 CONHEÇA O AMBIENTE ONDE VOCÊ FARÁ A APRESENTAÇÃO Conhecer o local onde seu trabalho será apresentado é fundamental, afinal, conhecer seu palco é necessário para conhecer o espaço no qual você irá se apresentar, além de garantir que sua apresentação não terá de ser improvisada em função da falta de planejamento. O local envolve as condições físico-químicas, embora nem sempre se tenha controle sobre isso. Em muitos casos, você pode ser colocado em uma sala de aula sem condições ideais, ou seja, ela pode ser muito fria ou muito quente, em função do clima. Quando se está em um auditório, 69Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância é provável que o ar seja condicionado, mas nada disso é garantido de antemão. De todo modo, se você não tem controle sobre esses fatores, pode ter sobre outros elementos. Se você estiver em uma sala de aula, deve preparar o layout adequado. Por exemplo, se você tem um canhão multimídia para projetar seus slides em PowerPoint ou equivalente, deve evitar que a projeção fique em uma posição em que seja difícil para a banca e os convidados visualizarem o material. Você deve evitar, ainda, ficar bem no caminho da projeção, ou seja, você não pode ficar em frente à tela de projeção, bem como deve evitar passar em frente a ela. Além disso, deve se assegurar de que você terá o equipamento – computador, tela, quadro-negro, reprodutor de DVD e outros necessários – a tempo e a hora. Em outras palavras, você deve se preocupar com um layout – disposição física de equipamentos, mobiliários e pessoas – adequado para sua apresentação. Se o ambiente for muito grande, talvez você tenha de usar um mi- crofone, o que não é uma prática muito comum para estudantes de gra- duação. Caso você tenha de usá-lo, você deverá testá-lo antes, de modo a verificar o nível de áudio, a qualidade do som, o alcance das caixas acústicas e assim por diante. É possível que em sua universidade ou faculdade haja uma pessoa – um técnico – responsável pelos equipamentos técnicos. Se houver, não hesite em procurá-lo, pois é a pessoa mais indicada para garantir que sua apresentação seja realizada sob as condições ideais. Porém, se você não dispuser das con- dições ideais ou plenas, não se preocupe. Você pode se preparar para certos inconvenientes, sobre os quais falaremos um pouco mais adiante. 3.6 PREPARE SUA APRESENTAÇÃO COM ANTECEDÊNCIA A preparação de sua apresentação começou com a informação sobre onde ela ocorrerá e quais os recursos que você terá disponíveis. De nada adianta você se preparar para projetar um vídeo, por exemplo, se a sala não tiver o equipamento. Independentemente do local e do equipamento, um dos cuidados que merece mais atenção é conhecer o público para o qual a apresentação será dirigida. Como você apresentará um TCC, certamente irá falar para profes- sores e colegas universitários. Mas poderá falar, também, para familiares, amigos e outros convidados ou curiosos, que nem sempre têm o conheci- mento acerca do tema ou não estão familiarizados com a linguagem. Na prática, você irá se concentrar nos professores e demais colegas – seu público principal – o que o levará a adotar uma linguagem mais téc- nica com os termos de sua formação – e, às vezes, até mais hermética –, mesmo porque é esperado que você o faça, pois se trata de demonstrar o seu domínio sobre o tema. No entanto, isso não impede, caso seja neces- sário, que você faça alguns esclarecimentos ou use uma linguagem menos 70 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) densa, caso você tenha convidados que possam ter muita dificuldade. Use sua sensibilidade para, eventualmente, não deixar o restante da plateia de fora, sem o entendimento do que você está apresentando. Neste momento, você deve começar a definir qual será sua forma de apresentação, ou seja, quais recursos você irá utilizar. Adiante, falaremos mais acerca do domínio de palco, o que envolve realizar uma apresenta- ção interessante e que cative a audiência. Por enquanto, é preciso ter em conta que você pode fazer uso de diversos recursos, os quais, de forma combinada e ponderada, podem tornar sua apresentação mais atraente. Vejamos (e relembremos) as possibilidades mais comuns: a) provavelmente o recurso mais utilizado atualmente: um computador pessoal ligado a um projetor multimídia, idealmente acompanhado de uma tela de projeção e o uso de editores de audiovisual, como o PowerPoint, para você aproveitar todas as funcionalidades tratadas na unidade anterior. Também é possível utilizar outros softwares, como o Prezi; b) leitor de DVD. Você pode usar equipamentos específicos, como um reprodutor de DVD, independentemente de um computador pessoal. Nesse caso, você irá precisar de caixas acústicas e um sistema de amplificação de áudio, além de um projetor multimídia ou de uma televisão. No entanto, geralmente, os computadores pessoais estão equipados com leitores de vídeo e áudio; c) retroprojetor. Embora venha caindo em desuso, ainda é possível que você tenha de usar um. Nesse caso, você terá de obter as chamadas transparências, preferencialmente imprimíveis. Em outras palavras, você pode criar seus slides em PowerPoint (ou outro software de edição de imagens), por exemplo, e imprimi-los em transparências desse tipo; d) Flipchart (Figura 33). Comodissemos anteriormente, esse equipamento, embora considerado antigo, tem as vantagens apontadas anteriormente. Você pode usá-lo de forma combinada, fazendo anotações ou até levando-as já previamente feitas. Figura 26 - Flipchart Fonte: Free Images3 3 FREE IMAGES. VJ. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. Flipchart É um tipo de suporte para folhas de papel que funciona como um quadro negro. Geralmente, é usado um tripé ou um cavalete, no qual se prende um bloco ou um conjunto de folhas, cujo tamanho costuma ser de 88 cm x 64 cm. Escreve-se com uma caneta apropriada, sem necessidade de se apagar o conteúdo. O apresentador continua na folha seguinte. Tem as vantagens de não depender de energia elétrica, de não depender de giz (às vezes, causador de alergia), de se poder guardar as anotações para uma posterior transcrição, e de ser um equipamento barato. Há a desvantagem do uso de papel, o que implica alguns cuidados ecológicos, como usar papel reciclável, por exemplo. 71Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância a) quadro-negro ou lousa. Evidentemente, quadro-negro, aqui, tem um sentido genérico, pois hoje existem quadros que devem ser escritos por meio de uma caneta apropriada. Seja um quadro para giz ou para caneta, verifique, de antemão, sua disponibilidade; b) material de suporte. Você pode preparar algum material impresso, elaborado ou não por você, que pode ser útil em sua apresentação. Podem ser cartazes, material institucional ou cópias de documentos, entre outros; c) finalmente, você pode decidir por não usar recurso algum além de sua própria voz. Não consideramos essa decisão recomendável, pois você corre o risco de se perder e/ou de se repetir, prejudicando a sequência de argumentação e apresentação. Além da escolha dos recursos, que podem ou não ser combinados, não se esqueça de preparar a disposição física do ambiente (layout), con- forme apontamos anteriormente. Observe as imagens que ilustram ambientes para apresentações. O layout 1 (Figura 27), por exemplo, é problemático. Observe que os pos- síveis ocupantes das cadeiras das primeiras fileiras mais à direita (da ima- gem) terão dificuldades em acompanhar uma eventual projeção, pois o próprio apresentador e/ou o púlpito ficarão em sua frente. Figura 27 - Layout 1 Fonte: Free Images4 No caso do layout 2 (Figura 28), trata-se de uma sala de aula em que há um retroprojetor ao fundo e à esquerda. Observe que a projeção fica prejudicada pelo próprio equipamento, mas a situação se agrava um pou- co se a sala estiver totalmente ocupada, pois você não teria muito espa- ço próximo ao retroprojetor para se deslocar, atrapalhando um pouco a visão daqueles que estiverem mais à frente e mais à direita (da imagem). 4 FREE IMAGES. Vicky Johnson. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. 72 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Figura 28 - Layout 2 Fonte: Free Images5 Finalmente, o layout 3 (Figura 29), por se tratar de um auditório, é perfeitamente adequado. Observe que a projeção está em um plano mais elevado, além de haver duas telas simultâneas, de modo que qualquer pessoa da plateia pode acompanhar a apresentação sem dificuldades. Além disso, você, como apresentador, pode se deslocar facilmente sem perturbar a apresentação e a visualização desta por todos. Figura 29 - Layout 3: Auditório Fonte: PixaBay6 Provavelmente, você não terá um auditório desse tipo disponível para apresentar seu TCC. Talvez o layout 2 seja o mais comum. De todo modo, e ainda que você não consiga contornar as dificuldades e os obstáculos, é certo que a plateia também saberá reconhecer que o ambiente não ajuda muito. Por outro lado, o ambiente não é tudo. Você é parte importante e pode tornar sua apresentação mais interessante por outros meios. 5 FREE IMAGES. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. 6 PIXABAY. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. 73Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 3.7 TENHA UM “PLANO B” PARA EMERGÊNCIAS É evidente que não podemos estar preparados para todo e qualquer imprevisto. No entanto, algumas situações podem prejudicar ou impedir sua apresentação. A mais evidente – por mais remota que seja a possi- bilidade – é a falta de energia elétrica. Se você está preparado para usar apenas computadores ou outros equipamentos que dependem de ener- gia elétrica, você ficará em apuros. Se a apresentação for à noite e a sala ficar às escuras, provavelmente a apresentação será adiada. No entanto, se ocorrer um problema de natureza técnica, de tal modo que o equipamento não funcione, você terá de conduzir sua apresen- tação. Para enfrentar esse tipo de situação, caso ela venha a acontecer, recomendamos que você sempre imprima uma cópia de seus slides (caso esteja utilizando softwares de edição). Sugerimos que você leve cópias para a banca examinadora, de modo que os membros possam acom- panhar sua apresentação. Evidentemente, ela será mais útil para você, que poderá manter o plano original em termos do que falar. Além disso, você pode sempre fazer uso do quadro-negro ou do flipchart. Se, por acaso, você não levar material impresso e os recursos lhe fal- tarem, só lhe resta confiar em sua própria habilidade. Nesse sentido, é importante levar em consideração que você realizou seu trabalho e, como se afirma no senso comum, “ninguém sabe mais sobre ele do que você mesmo”. Assim, na pior das hipóteses, não tema realizar sua apresen- tação mesmo sem material algum, a menos que a banca examinadora ou seu orientador decidam adiá-la. De todo modo, tal decisão pode ser negociada quando o problema ocorrer. 3.8 A “HORA DA VERDADE”: TÉCNICAS E DICAS PARA UMA APRESENTAÇÃO AGRADÁVEL, EFICIENTE E CONVINCENTE Após ter realizado todos os preparativos para sua apresentação, você deverá estar pronto para realizá-la. Embora, até aqui, tenhamos nos concentrado em aspectos técnicos, é importante não desconsiderar o fator emocional. É comum você ficar ansioso ou nervoso antes da 74 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) apresentação do TCC, o que é interpretado, geralmente, como inse- gurança. A primeira coisa a lembrar é que é absolutamente natural fi- carmos ansiosos ou inseguros, especialmente no nível da graduação, quando ainda somos relativamente inexperientes, se comparados a pro- fessores, por exemplo. Mas também é importante que se diga que professores, mesmo os mais experientes, por vezes ficam inseguros, pois uma apresentação é cercada por um conjunto de fatores incontroláveis. No entanto, as orien- tações anteriores têm o propósito de diminuir o fator psicológico, ou seja, a ansiedade e a insegurança. Além do mais, e talvez o mais importante, é que a apresentação e a defesa de um TCC ocorre em um ambiente acadêmico, o que implica afirmar que todos os envolvidos estão cientes do que se trata e, de um modo ou de outro, todos já passaram por essa situação anteriormente. Por ser um ambiente acadêmico, o clima, geralmente, é positivo e sau- dável, pois o objetivo da banca não é apenas avaliar; ela também tem o papel de contribuir para o desenvolvimento do estudante mediante suas considerações, comentários e críticas. Ainda que, no final das contas, você continue ansioso, seu orientador estará lá para ajudá-lo. Explicativo Segundo o doutor Dráuzio Varela, a ansiedade é “uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafioe, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida”7. 3.8.1 A condução da apresentação do TCC A primeira coisa que você deve ter em conta – inclusive ao preparar sua apresentação – é que esta é dividida em partes. A primeira é a introdução – ou, como chamamos, abertura –, que é seguida do desenvolvimento e da conclusão. Além disso, você deve ter se preparado para falar em determinado período de tempo – reveja esse ponto na unidade anterior. Isso implica uma quantidade adequada de material a ser apresentado. Por se tratar de uma atividade acadêmica, é conveniente ter em conta que a apresentação e a defesa de um TCC têm um caráter formal e ritualístico. 7 DRAUZIO VARELLA. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2014. 75Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância A seguir, veremos uma série de considerações e dicas sobre cada etapa. Recomendamos que você converse com seu orientador sobre a apresentação de seu TCC, de modo que você obtenha uma noção melhor das características específicas da operação de seu curso nesse momento da graduação. Vejamos cada uma dessas partes a seguir. 3.8.2 Abertura ou Introdução da apresentação Geralmente, a apresentação de um TCC se assemelha a uma aula expositiva. Se assim for, é importante que ela tenha um início, um meio e um fim. Sugerimos que você faça um slide (pressupondo um PowerPoint, por exemplo, mas sem se restringir a ele) que funcione como uma espécie de capa, no qual constem o nome da instituição, da faculdade e do curso, e também o título do TCC, o nome do orientador, seu nome e o ano. Veja na unidade anterior o exemplo de slide de abertura. Nessa etapa, você deve ser o mais breve possível. Assim, ao começar sua fala, faça um agradecimento aos presentes – incluindo seu orientador –, seguido de uma rápida apresentação pessoal, dizendo seu nome, o tema e o título de seu trabalho. Você pode, ainda, falar acerca dos moti- vos que levaram à escolha do tema – e, eventualmente, do orientador –, explicitando, em seguida, os objetivos de seu TCC. O mais importante, nesse momento, é estabelecer um contato e uma comunicação com a banca e com os possíveis convidados e a plateia em geral. Nesse aspecto, não deixe de manter contato visual com todos os presentes. Não olhe para as paredes, pois não é para elas que você irá apresentar! Atenção Dica importante A fase de abertura é o momento de estabelecer contato com a audiência, o que implica, sobretudo, obter sua atenção. Evite fazer afirmações sobre sua falta de tempo para se preparar, por exem- plo, pois dá uma impressão negativa, ou seja, de que você não se preparou devidamente. Geralmente, há um calendário que deve ser respeitado. 3.8.3 Desenvolvimento da apresentação Se na fase anterior você mostrou o que vai falar, agora é o momento de fazê-lo. Seu real objetivo será realizado a partir de agora, ou seja, você irá demonstrar aquilo que fez, como fez, e onde chegou. É quando você apresenta seu referencial, sua metodologia e seus resultados. Lembre-se da nossa lista de slides obrigatórios. Evidentemente, você terá preparado todo o conteúdo anteriormente. 76 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) No entanto, é fundamental que você não fique preso ao material, ou seja, a apresentação deve fluir da maneira mais natural possível. Os slides devem ser um guia para você, e não uma muleta. Em outras palavras, o material deve ser o mais esquemático possível em termos de conteúdo, mas você deve ter condições de desenvolver os elementos apresentados, sejam eles textos ou imagens. Você pode subdividir seu conteúdo em três grandes partes, como re- ferencial, metodologia e resultados. No que diz respeito ao referencial, você pode apenas indicar, por exemplo, a orientação teórica que foi adotada e os nomes dos autores principais, colocando, no máximo, alguns conceitos centrais. Não vale a pena criar uma sequência de slides pesados, cheios de textos e citações. Lembre-se de que a banca, presumivelmente, leu seu trabalho. Para aqueles que não leram – plateia em geral –, sua apresentação será suficiente para que eles tenham uma noção. Eles não precisam conhecer a fundo todos os detalhes do seu trabalho no momento da apresentação, até porque – e isso é muito relevante – seu tempo será sempre muito limitado. Como planejamentos, na unidade anterior, admitamos que você deve- rá ter cerca de 15 a 20 minutos para sua apresentação e, se o tempo for um fator concreto de avaliação, você não poderá desprezá-lo. Quando da preparação de sua apresentação, você deverá ter previsto a quantidade de slides em função do tempo disponível, também como planejamentos, na unidade anterior. Isso implica uma racionalidade, ou seja, você deve ajustar seus meios aos fins propostos. Novamente, reco- mendamos a negociação com o orientador. De modo geral, a dica é colocar o conteúdo mais em forma de tópi- cos ou pequenas frases do que de recortes textuais, conforme vimos no capítulo sobre construção do material. Apenas reenfatizamos aqui para lembrá-lo de que deve haver uma adequação entre o material projetado ou impresso e sua fala. Atenção Dica importante Provavelmente, a dica mais importante é: evite ler o conteúdo dos slides! A leitura dos slides torna a apresentação sem graça e maçante, ou seja, você perde – ou sequer obtém – a atenção de seus ouvintes. A leitura sugere que você não domina o assunto ou que o preparou de tal modo que não consegue desenvolvê-lo. Na prática, podem significar a mesma coisa. A leitura também irá reforçar sua insegurança, embora, aparentemente, pareça o contrário. Lembre- se de que a banca examinadora poderá fazer – e certamente o fará – perguntas e críticas sobre seu trabalho, e você deverá estar preparado para responder. Se você ficar preso nos slides – sobretudo se estiver com dificuldades em dominar o conteúdo –, ficará mais difícil responder às indagações. 77Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Por isso, recomendamos enfaticamente que você não contrate ou delegue a terceiros a elaboração de seu material, particularmen- te no que diz respeito ao conteúdo (na fase da preparação ou do planejamento). Você até pode pedir ajuda na formatação, caso tenha muita dificuldade, mas o conteúdo tem de ser projetado integralmente por você! O fato de você mesmo elaborar seu material diminui sig- nificativamente sua insegurança. 3.8.4 Conclusão da apresentação É evidente que as conclusões de seu trabalho constituem parte da etapa do desenvolvimento. Aqui, consideramos a conclusão da apresen- tação como aquele momento, breve e objetivo, em que você, para além das conclusões técnicas apresentadas, faz uma espécie de fechamento, no qual você pode: a) reforçar os agradecimentos iniciais, enfatizando as expectativas em torno da contribuição dos professores examinadores; b) reforçar o quanto foi interessante e/ou gratificante realizar o trabalho; c) colocar-se à disposição para as contribuições e perguntas. Mesmo sendo óbvio que este é o momento seguinte, é elegante perante a plateia e denota segurança; d) finalmente, dizer simplesmente “obrigado!”, em seu slide de encerramento, como uma espécie de “deixa” para o presidente da banca – comumente, seu orientador – dar continuidade ao processo. Evite fazer piadas ou contar histórias desnecessárias ou mal adaptadas, pois você pode, inadvertidamente, irritar ou aborrecer algum membro de sua banca, sobretudo se você é uma pessoa que não está acostumada a esse tipo de comportamento. 3.8.5 Dialogando com a banca examinadora Embora possa parecer, sua apresentação ainda não terminou! A partir do seu último “obrigado!”, o processo de debate e avaliação será iniciado com as palavras de seu orientador, o qual passará a palavra para os demais professores. A partir desse momento, você poderá se sen- tar - a menos quehaja uma instrução contrária - para o debate. Alguns cuidados são importantes para a condução e a conclusão dessa etapa. Evidentemente, ela tem um caráter diferente da apresentação propria- mente dita. No entanto, você deve manter a postura formal esperada até o fim. Assim, mantenha o equipamento ligado até a conclusão. Deixe no slide inicial de abertura, o slide capa. Se for preciso, em função de alguma pergunta ou consideração, posicione no slide de referência. Mas, na medida do possível, evite fazê-lo. Ao mesmo tempo, você de- verá ter uma cópia impressa do TCC de modo a acompanhar os comen- tários e as perguntas. Não hesite em consultar o texto se necessário. Isso não constitui nenhum problema nem depõe contra você. Ao contrário, demonstra seu interesse em anotar as observações. 78 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Quando os professores terminarem os comentários e estiverem satis- feitos, agradeça as contribuições e siga as instruções de seu orientador para a conclusão do processo. Após a divulgação do resultado, desligue os equipamentos utilizados e recolha seu material. 3.9 SEU COMPORTAMENTO DURANTE A APRESENTAÇÃO: DICAS FUNDAMENTAIS Nesta seção apontaremos uma série de dicas interessantes e funda- mentais para uma apresentação atrativa e bem conduzida, válida para todas as etapas descritas. As dicas se referem tanto ao que você pode e deve fazer quanto àquilo que você deve evitar ao máximo ou não fazer: a) alguns palestrantes utilizam um tipo de laser para apontar elementos que estão sendo projetados. Se você não estiver acostumado ou estiver nervoso, é possível que suas mãos fiquem trêmulas. Nesse caso, o uso do laser irá realçar seu nervosismo. Portanto, utilize-o apenas se estiver bastante seguro; b) embora a apresentação de um TCC tenha uma dose de formalidade, você deve procurar ficar o mais descontraído possível. Descontração não é sinônimo de desconcentração nem de ausência de formalidade. Também não é sinônimo de exageros, como sugere a Figura 30. Ao contrário, você pode ser formal e descontraído ao mesmo tempo, sem ser exagerado ou demonstrar artificialidade demais; Figura 30 - Exagero na descontração e na gesticulação Fonte: Free Images8 8 FREE IMAGES. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. 79Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância c) é comum para o estudante ou para quem fala em público pela primeira vez ter dúvida sobre se deve ficar parado no mesmo lugar ou se deve se movimentar o tempo inteiro. Idealmente, é necessária uma mistura das duas posturas. Você não deve ficar estático ou parado no mesmo lugar o tempo todo. Você deve gesticular e se mover. Mas não deve ficar de um lado para o outro o tempo todo. Sua movimentação deve servir para atrair a atenção, mas não tanta ao ponto de a plateia começar a querer adivinhar para onde você irá em seguida. Seus gestos e movimentos têm de ser naturais; d) em sua movimentação, um cuidado especial deve ser tomado: não se movimente em frente à projeção, ou, pelo menos, evite a todo custo realizar essa operação. Além disso, jamais fique parado em frente à projeção, pois o slide será projetado em parte do seu corpo, e não na tela. Essa é uma das principais razões para a verificação ou a preparação prévia do ambiente em que a apresentação ocorrerá; e) no que diz respeito à gesticulação ou postura corporal, evite ficar segurando seus dedos e, principalmente, jamais fale de braços cruzados. Como você já deve ter notado, braços cruzados costumam indicar uma espécie de barreira ou fechamento no processo de comunicação. Veja a Figura 31. Imagine se, ao se apresentar, você diz as seguintes palavras, com os braços cruzados: “É uma alegria e um prazer enorme estar aqui e poder falar para vocês!” Concorda que você não convence ninguém, nem a si mesmo? Em outras palavras, nossa postura corporal emite mensagens que são interpretadas por quem as vê; Figura 31 - Linguagem corporal Fonte: Free Images9 9 FREE IMAGES. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2018. 80 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Curiosidade O livro O corpo fala, de Pierre Weil e Roland Tompakow, é um dos mais conhecidos no país sobre a chamada linguagem corporal. Como informa seu subtítulo, a ideia dos autores é mostrar, de for- ma amplamente ilustrada, a linguagem silenciosa da comunicação não verbal expressa pelo corpo. O livro, atualmente, está em sua 74ª edição (2015). f) Você deve falar com energia suficiente para ser bem ouvido pelos presentes, especialmente em ambientes amplos. Se o ambiente for amplo demais, pode ser necessário o uso de um microfone. De uma forma ou de outra, você não precisa gritar. Controle a respiração e mantenha a calma ao falar; Atenção Dicas úteis para o uso de microfone Ruthe Pombo fornece algumas sugestões interessantes para o uso do microfone, apresentadas aqui resumidamente (POMBO, 2001): a) fale com os lábios em direção ao microfone, mas não deixe que eles encostem nele. Portanto, não o posicione perto do peito ou longe da boca; b) se você usar um microfone de pendurar ou de prender na roupa, do tipo usado em algumas entrevistas, procure colocá-lo o mais próximo possível de sua boca; c) como regra geral, fale à distância aproximada de um punho fechado ou um pouco mais, de modo a evitar que o equipamento capte o sopro de sua voz; d) regule o volume de sua voz procurando ouvir seu retorno nas caixas acústicas, o que lhe ajudará a garantir que a plateia o escute agradavelmente; e) não grite ao microfone; f) se usar um microfone de pedestal ou de mesa, cuide para que seu rosto permaneça visível, não o colando junto ao equipamento, e sem perder o direcionamento de sua boca; g) se tiver de segurar um microfone, cuidado ao gesticular, para que ele não deixe de captar sua voz. g) se você se sentir muito inseguro às vésperas de sua apresentação, pratique! Aliado a isso, lembre-se de que você tem um tempo determinado para passar sua mensagem. Ao praticar, mesmo que 81Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância para si mesmo, cronometre seu tempo. Tente chegar a um ponto em que você consiga falar em um tempo menor do que aquele que você terá, pois, no momento da apresentação, você poderá desenvolver melhor o que tem a dizer; h) ao treinar sua fala, não a transforme em algo mecânico e sem graça. Mas, falar em tons exagerados, gesticular demais, ou ser teatral demais também pode parecer um tanto forçado. Você não precisa levantar a voz para obter atenção, mesmo porque, em uma apresentação de TCC, as pessoas presentes ficarão em silêncio. De todo modo, somente com a prática você alcançará um desempenho mais profissional, por assim dizer; i) o uso da voz requer uma boa respiração. Nesse sentido, é importante que tanto a inspiração quanto a expiração sejam tranquilas e silenciosas, de modo que você fale sem se cansar ou perder o fôlego. Caso isso aconteça, pare e inspire, de modo a recuperá-lo. Além disso, mantenha o tom da voz, sem levantá-la; j) ao falar, não se apresse. Nesse aspecto, o fundamental é falar pausada e cadenciadamente para que seu ouvinte possa compreender melhor o que você está dizendo. Correr só irá atrapalhar, pois você pode acabar gaguejando ou passar rápido demais por temas ou questões que merecem mais atenção. Por isso, usar esquemas é melhor do que usar trechos de textos. No primeiro caso, você pode ir mais devagar, enquanto, no segundo caso, você acaba tendo de ler rapidamente para poder comentar; k) neste aspecto, em especial, é fundamental e sempre importante (re)lembrar: não fique preso à leitura do material projetado ou impresso, a não ser em situações absolutamente imprescindíveis. Reforçando o que já afirmamos anteriormente, a regra geral é: não leia o conteúdo projetado. No entanto, isso não impede que você destaque pontos particulares ou necessáriospara frisar uma ideia, ou um ponto de vista, ou um conceito, por exemplo; l) a despeito de todas as técnicas e dicas de autocontrole, é evidente que ninguém é perfeito. Sendo assim, não se preocupe se você vai errar ou demonstrar algum nervosismo. Isso é absolutamente normal; m) no caso de perceber alguma conversa entre os membros da banca ou da plateia, não se incomode. Como você bem sabe, as pessoas não apenas se dispersam como também costumam comentar aquilo que estão ouvindo. Isso pode ser, inclusive, um bom sinal, pois as pessoas podem estar interessadas em seu trabalho. Evidentemente, não estamos nos referindo a uma conversação generalizada, em que todos estão desinteressados. Além disso, as conversas podem não ter nada a ver com você e com sua apresentação. Lembre-se, sobretudo, que você está diante de uma banca interessada naquilo que você está apresentando. Ao mesmo tempo, a banca não irá permitir conversa generalizada no caso da existência de plateia. Na pior das hipóteses, você pode pedir, gentilmente, a colaboração de todos no sentido de manter o silêncio, colocando-se a disposição para tirar eventuais dúvidas ao final, por exemplo; n) como você vai se dirigir a professores e a alguns convidados, dentre eles outros universitários como você, sua linguagem deve ser adequada a seu conteúdo e objetivo. Do ponto de vista comportamental, você deve estabelecer um contato com 82 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) seus ouvintes, o que implica, na prática, manter contato visual permanente com todos eles. Jamais apresente seu trabalho para as paredes ou para as janelas. Não olhe por cima da cabeça das pessoas, a menos que seja para estabelecer contato visual com quem está atrás. Não fuja do olhar de seus ouvintes. Eles estão ali para ouvi-lo, mas estão diante de você. Portanto, sua melhor atitude é dar a atenção devida aos presentes, daí a necessidade de contato visual. Pense bem: se você estiver em uma mesa de bar ou em uma conversa descontraída, você não olha para as pessoas? Não tenha medo delas! o) embora, em uma universidade, os estudantes tenham um comportamento e um estilo mais informal de se vestir e de falar, recomendamos que você se apresente com um vestuário adequado, mesmo que simples. Não é necessário usar um terno ou um terninho, mas evite comparecer trajando bermuda, chinelos de dedos etc. Evidentemente, imagem não é tudo, mas trata-se de uma reunião formal e ritualística, o que exige cuidados dessa natureza; p) embora já tenhamos dito anteriormente, reiteramos o cuidado quanto à linguagem utilizada, especialmente gírias e palavrões, por mais suaves que possam ser. Se esse tipo de linguagem for inerente ao seu estudo, é evidente que você poderá utilizá-la. A questão é, novamente, adotar uma postura minimamente formal e ritualística; q) verifique, no computador, a configuração da ativação da chamada proteção de tela. Se o tempo programado for muito curto, a proteção pode ser ativada enquanto você fala, o que acaba por distrair a plateia. Portanto, a dica básica é: desligue a proteção de tela; r) se você estiver manuseando o mouse para rolar as telas de sua apresentação, não o fique segurando, o que pode causar o deslizamento do ponteiro, causando uma possível distração, na medida em que a plateia pode ficar imaginando qual será sua intenção ao movimentar o ponteiro; s) por fim, você pode pedir, na abertura de sua apresentação, que as pessoas se manifestem ao final, quando você poderá prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. Obviamente, alcançar um amplo domínio e presença de palco leva tempo e requer treinamento. No entanto, estamos certos de que as téc- nicas e dicas aqui apresentadas lhe foram e serão sempre úteis. O mais importante é que você encontre e desenvolva seu próprio estilo de falar em público, com segurança e de forma atraente. Atenção Sobre o tempo da apresentação Mesmo com todo o planejamento, nem sempre tudo ocorre de acordo com o previsto. Assim, vale a pena chamar a aten- ção para o caso da administração do tempo da apresentação. Em geral, as bancas informam ao orador que faltam os clássicos 5 minutos para terminá-la. 83Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Se, no seu caso, você perceber que 5 minutos estão longe de serem suficientes, não se desespere. A primeira atitude é NÃO CORRER com todos os slides remanescentes. Mas, ao mesmo tempo, você terá de ser o rei da objetividade. Para isso, concentre-se apenas naquilo que seja absolutamente imprescindível, especialmente resultados e conclusões. Daí a importância de você criar slides apenas com tópicos e itens, pois, dessa forma, você administra melhor seu tempo. Se você criar um texto explicativo para cada tópico ou item projetado, você NÃO CONSEGUIRÁ CUMPRIR O TEMPO! Portanto, ao elaborar seu material de apresentação, tenha sempre em vista o tempo de que você dispõe. Multimídia Uma figura bastante conhecida é Steve Jobs, um dos funda- dores da Apple Computers. Assista ao vídeo em que ele apresen- ta um dos seus produtos mais conhecidos, o iPhone. Pesquise na internet uma apresentação desse empreendedor e veja como ele combina texto e imagens de forma didática. É um bom exemplo de uma apresentação interessante e agradável. Evidentemente, é uma apresentação de natureza diferente daquela que você irá fazer, mas mostra de maneira bem clara algumas possibilidades. Assista também a um vídeo interessante e divertido sobre como não se apresentar em público: a) Veja em: . Dentre vários outros disponíveis, há fonoaudiólogos que forne- cem dicas para melhorar a fala. b) Veja, por exemplo: . 3.10 APRESENTAÇÃO ORAL COM SUPORTE DE OUTROS RECURSOS Na unidade anterior, você estudou a possibilidade de usar outros re- cursos juntamente com sua apresentação em PowerPoint – ou não. Lá, você viu algumas possibilidades, como vídeos, áudios, pôsteres (banners) ou folhetos, aprendendo algumas dicas sobre como produzi-los. Aqui, seguem algumas dicas para usá-los quando da apresentação oral. 84 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) 3.10.1 Áudios e Vídeos Obviamente, se você for utilizar arquivo de áudio ou de vídeo, deverá se certificar de que o equipamento disponível possui as condições neces- sárias de funcionamento. Isso implica verificar, entre outros elementos, se o arquivo é audível e vi- sível na sala de aula. Esse é outro motivo pelo qual o planejamento de sua apresentação é fundamental bem como um teste prévio, de preferência nas condições em que sua apresentação ocorrerá. Por exemplo, quando você vai ao cinema, sabe que a sala escura pro- porciona melhores condições para a audiência assistir ao filme. O mesmo vale para sua casa, se você tem um home theater, por exemplo. Mas, mesmo que você não tenha esse recurso em casa, certamente você já deparou com situações – uma aula mesmo de seu curso, lembra-se? – em que a TV era pequena ou o áudio estava muito baixo, ou a legenda muito pequena para a distância em que você estava. Esses são os tipos de situação que você deve evitar a todo custo, mes- mo que seu material dure 30 segundos! Portanto, procure testar seu material todo antes de sua apresentação, preferencialmente com mais algumas pessoas, localizadas em pontos di- ferentes da sala, para lhe dizerem sobre as condições presentes. 3.10.2 Pôster Se você for usar apenas o pôster, o tamanho será crucial, pois se a sala estiver cheia e/ou for muito grande, as pessoas não o verão, ou, terão de circular pela sala durante a apresentação. Esse é um dos principais – senão o principal – problema de um pôster para uma apresentação desse tipo (TCC). Num congresso faz mais senti- do, e as condições são projetadas para isso. No caso de um TCC, recomendamos que você só utilize um pôster ou banner como suporte. Ele pode ficar à entrada da sala, do lado de fora, de modoque as pessoas o vejam antes de adentrar o recinto, o que evita tumultos. Por outro lado, pode esvaziar sua apresentação. De todo modo, esta é uma possível escolha. Se você utilizar o banner como elemento único e fundamental de sua apresentação, o ideal é que ele seja maior do que costuma ser no caso de congressos, dependendo das condições ambientais em que ele for exposto. Caso você tenha de utilizá-lo exclusivamente, e nas piores condições possíveis, ou seja, sala grande e cheia, coloque o banner próximo à banca examinadora e onde você possa vê-lo. Nesse caso, pode ser que, em algum momento, você tenha de ler algum trecho para que as pessoas compreen- dam ou possam acompanhar a sua fala. Essa é outra razão para evitá-lo. Ainda assim, se for mesmo o caso, faça um pôster muito esquemá- tico, de modo que, caso você tenha de ler algum trecho, que este seja muito breve. Se ele for usado como suporte, use-o apenas de forma complemen- tar, ou seja, não coloque o conteúdo obrigatório no banner, apenas o que for acessório. 85Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Finalmente, uma opção – a menos viável de todas – é espalhar diversos pôsteres pelo ambiente, para evitar que as pessoas circulem pela sala. Porém, a solução pode estar nos folhetos. 3.10.3 Folhetos O uso de folhetos pode substituir os pôsteres, sendo que os presentes na sala de aula recebem uma cópia impressa de seu material, seja a cópia dos slides ou não, evitando, assim, a circulação pelo ambiente ou uma indesejável aglomeração à porta, por exemplo. Caso os folhetos sejam seu único material, você deve ficar com um à mão, e também as anotações que julgar necessárias. No entanto, você deve evitar, novamente, ficar lendo o material, pois a plateia e a banca podem fazê-lo, tal como no caso dos slides. Uma vantagem do folheto nessas condições é que você pode ficar mais à vontade, sem ter de ficar se virando para os slides. Além disso, não precisa ficar voltando em slides anteriores, pois a plateia e a banca têm todo o material em mãos. Recomendamos o uso de folhetos como material adicional, quando carregar o PowerPoint seria inadequado. Você pode colocar tabelas e grá- ficos, fazendo menções a eles no próprio slide de conteúdo, por exemplo. Portanto, no momento de sua apresentação, o folheto pode ser um aliado importante até no sentido de que, caso você não mencione ou comente oralmente algum conteúdo dos slides, seus ouvintes e banca podem ler seu material. Além disso, no momento da interlocução com a banca, esse material pode ser útil tanto para os professores anotarem e fazerem seus comentários, quanto para você ao respondê-los. 3.10.4 Fotografias As fotografias são um recurso adicional que pode ser útil, dependendo de seu objetivo e de seu material. Elas podem ser projetadas no próprio PowerPoint ou colocadas no folheto ou no banner. No entanto, no momento de sua apresentação, as fotografias têm de ser comentadas ou, no mínimo, mencionadas. É muito desagradável quan- do se coloca um conteúdo que a plateia e a banca leem, e você passa direto por ele sem qualquer tipo de comentário. Esse procedimento gera a im- pressão de insegurança ou falta de planejamento, no mínimo, de sua parte. Lembre-se de que as imagens falam por si só, mas elas estão sendo apresentadas por alguma razão. Por isso, é importante que você forneça sua própria interpretação delas. 3.10.5 Atividade Inventário de habilidades – PARTE 2 Agora, depois de passar por esta unidade, vamos recuperar aquele inventário de habilidade que você fez lá no início. Releia-o e reveja-o à luz do que foi apresentado. Há alguma coisa a acrescentar ou retirar? 86 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Que habilidades você terá de reforçar e praticar? Certamente, apenas a leitura não lhe garantirá o domínio das habilidades, pois você terá de praticá-las. No entanto, é bem provável que você se sinta mais seguro para tentá-lo e desenvolvê-las. Resposta comentada A expectativa é que você perceba, ao final da unidade, que realizar uma boa apresentação não é nenhum mistério nem exige superpoderes. Ao contrário, exige mesmo um conjunto de habi- lidades, mas que podem ser desenvolvidas com relativa facilidade. 3.10.6 Atividade Aprendendo com apresentações alternativas Acesse a internet e procure, no YouTube ou em outro site do gênero, videoaulas de instrumentos musicais, de artesanato (patchwork, cerâmicas etc.), de uso de softwares ou de jogos, por exemplo. Analise-os, procurando responder às seguintes questões: a) O vídeo (ou a aula) foi interessante? Prendeu minha atenção? b) Por quê? c) Eu aprendi aquilo que foi ensinado? Por quê? Por que não? d) Do ponto de vista didático, quais foram os acertos e os erros? e) O que eu faria de diferente? Após a análise deste material, procure vídeos de aulas, de palestras e/ou de congressos e seminários, preferencialmente de sua área de formação, e faça as mesmas perguntas anteriores. Depois compare as respostas. Quais são suas conclusões? Resposta comentada O objetivo desta atividade é estimulá-lo a conhecer apresentações de áreas diferentes, de modo que você perceba as possibilidades de aplicação de técnicas para suas próprias apresentações. 3.10.7 Atividade A melhor maneira de desenvolver uma habilidade é praticando. Caso você tenha alguma dificuldade ou insegurança quanto à apresentação de seu TCC, recomendamos que você faça uma 87Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância simulação. Chame alguns colegas e amigos mais próximos e apresente seu material. Peça críticas e melhore os pontos que forem apontados. Uma especial atenção deve ser dada ao tempo de sua apresentação. É muito desagradável quando o presidente da banca lhe informa que faltam apenas 5 minutos e você ainda tem 15 minutos de apresentação. Caso você não se sinta à vontade para simular para os outros, faça uma filmagem de você mesmo. Atualmente, aparelhos do tipo smartphone ou câmeras digitais possuem recurso de filme. Utilize-o! O exercício proposto é uma maneira lúdica e divertida de aprendizado, pois você pode explorar e desenvolver habilidades necessárias para uma boa apresentação. A participação de colegas pode ser útil, inclusive daqueles que estejam na mesma situação que você. Alternativamente, exercite com quem tem alguma experiência. 3.11 CONCLUSÃO Esta unidade consistiu na evidenciação dos principais aspectos envolvi- dos em uma apresentação oral. A conclusão fundamental de tudo o que foi estudado é que você não precisa ser um expert em oratória. Você não precisa ser como um apresentador de televisão ou como um palestrante do tipo show man. Em ambos os casos, é comum que eles tenham do- mínio de palco e pouco conteúdo substancial a oferecer. Sua missão, em um TCC, é demonstrar seu conhecimento de forma clara e didática, e esteticamente agradável. Falar em público requer concentração e foco, mesmo para os mais ex- perientes. Caso contrário, você pode se perder facilmente. Daí o suporte de material visual, com suporte computacional ou não. Como toda habilidade, falar para um público com desenvoltura requer algum treino. Se a defesa de seu TCC é uma de suas primeiras experiên- cias nesse terreno, fique tranquilo, pois as orientações fornecidas irão ajudá-lo e favorecer uma apresentação minimamente eficiente. Ainda que você se sinta inseguro, procure elaborar o próprio material a ser apresentado. Uma das situações mais constrangedoras é se apoiar em material elaborado por terceiros, sobretudo sem sua supervisão. Se você é seguro e tem alguma experiência, as dicas certamente lhe serão úteis como uma forma de se aperfeiçoar, na medida em que cha- mam atenção para uma série de aspectos e elementos que nem sempre são considerados. Se você é inexperiente e inseguro, treine e pratique com colegas ou com o espelho. Em ambos os casos, lembre-se de com- binar e negociar com seu orientador o conteúdo e a forma de sua apre-23 RESUMO .................................................................................................... 24 INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE ............................................ 24 2 UNIDADE 2: ELABORAÇÃO DE APRESENTAÇÕES AUDIOVISUAIS ................ 25 2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 25 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 25 2.3 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 27 2.4 PRESSUPOSTOS GERAIS ........................................................................... 27 2.5 CONSTRUINDO SUA APRESENTAÇÃO: ETAPAS E CUIDADOS ............... 28 2.5.1 Planejamento da apresentação .............................................................. 28 2.5.2 Planejamento dos slides a serem utilizados .......................................... 29 2.5.3 Slides obrigatórios .................................................................................. 29 2.5.4 Elaboração dos slides necessários (ou obrigatórios) ............................ 30 2.5.5 A linguagem e a escrita dos slides ......................................................... 33 2.5.6 Apresentação visual dos slides .............................................................. 34 2.5.6.1 Fontes ........................................................................................................ 34 2.5.6.2 Cores ......................................................................................................... 35 2.5.7 Programas utilizados .............................................................................. 36 2.5.7.1 Slide mestre (PowerPoint) .......................................................................... 37 2.5.7.2 Exemplos de slides para sua apresentação (PowerPoint) ............................. 38 2.6 OUTROS EDITORES DE APRESENTAÇÃO ................................................ 52 2.7 OUTROS RECURSOS PARA APRESENTAÇÕES AUDIOVISUAIS ............... 54 2.7.1 Cartaz ou pôster (banner) ...................................................................... 54 2.7.2 Folhetos ................................................................................................... 55 2.7.3 Vídeo ........................................................................................................ 56 2.7.4 Áudio ....................................................................................................... 57 2.7.5 Fotografias .............................................................................................. 58 2.7.6 Atividade ................................................................................................. 58 2.7.7 Atividade ................................................................................................. 61 2.7.8 Atividade ................................................................................................. 62 2.9 CONCLUSÃO ............................................................................................ 62 RESUMO .................................................................................................... 63 INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE ............................................ 63 3 UNIDADE 3: APRESENTAÇÃO ORAL DO TCC: POSTURAS E PRESENÇA DE PALCO ............................................................ 65 3.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 65 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 65 3.3 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 67 3.4 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA APRESENTAÇÃO EFICIENTE ................................................................................................. 67 3.4.1 Atividade ................................................................................................. 68 3.5 CONHEÇA O AMBIENTE ONDE VOCÊ FARÁ A APRESENTAÇÃO ........... 68 3.6 PREPARE SUA APRESENTAÇÃO COM ANTECEDÊNCIA .......................... 69 3.7 TENHA UM “PLANO B” PARA EMERGÊNCIAS ....................................... 73 3.8 A “HORA DA VERDADE”: TÉCNICAS E DICAS PARA UMA APRESENTAÇÃO AGRADÁVEL, EFICIENTE E CONVINCENTE ....................73 3.8.1 A condução da apresentação do TCC .................................................... 74 3.8.2 Abertura ou Introdução da apresentação ............................................. 75 3.8.3 Desenvolvimento da apresentação ....................................................... 75 3.8.4 Conclusão da apresentação .................................................................... 77 3.8.5 Dialogando com a banca examinadora ................................................. 77 3.9 SEU COMPORTAMENTO DURANTE A APRESENTAÇÃO: DICAS FUNDAMENTAIS ........................................................................... 78 3.10 APRESENTAÇÃO ORAL COM SUPORTE DE OUTROS RECURSOS .............83 3.10.1 Áudios e Vídeos ...................................................................................... 84 3.10.2 Pôster ....................................................................................................... 84 3.10.3 Folhetos ................................................................................................... 85 3.10.4 Fotografias .............................................................................................. 85 3.10.5 Atividade ................................................................................................. 85 3.10.6 Atividade ................................................................................................. 86 3.10.7 Atividade ................................................................................................. 86 3.11 CONCLUSÃO ............................................................................................ 87 RESUMO .................................................................................................... 88 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 88 APRESENTAÇÃO Para muitos alunos, é um verdadeiro terror quando o professor anuncia que a disciplina terá, como forma de avaliação, a apresentação de um seminário. No entanto, em sua vida profissional, você terá inúmeras apresentações a fazer, embora nem sempre você perceba dessa forma. Na prática profissional, uma reunião de apresentação de um projeto ou uma demonstração de resultados se parecem, sobremaneira, com uma sala de aula? Não? Pense bem: você está diante de uma plateia, de posse de conhecimentos ou informações a serem disseminadas, aquela plateia lhe faz perguntas, e tudo isso ocorre em um determinado lugar, com o uso de determinados recursos tecnológicos. Desse ponto de vista, parece muito com uma aula, concorda? Então, aquele temor que toma conta de você em um primeiro momento constitui um problema que, se não for trabalhado, será uma eterna ameaça, sendo, inclusive, muitas vezes, um fator decisivo na manutenção de um emprego ou na conquista de uma promoção, por exemplo. Em contrapartida, essa ameaça pode se transformar em uma grande oportunidade. Mas, para isso, você precisa desenvolver ou melhorar certas habilidades. Aliás, esta é a grande questão: habilidades podem ser desenvolvidas! E a apresentação oral é uma questão de habilidade. Não é um dom para poucas pessoas iluminadas ou geniais. De outra forma, se você ainda não desenvolveu totalmente essa habilidade, agora pode ser uma ótima oportunidade. A apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um momento crucial sob vários aspectos. É claro que você pode encará- lo como um mal necessário. Mas, entendemos que é muito mais interessante encará-lo como uma oportunidade, inclusivesentação. E, por mais incrível que pareça, não é incomum que professores também não dominem os recursos audiovisuais. Você se lembra daquela atividade de elencar quais professores mais o marcaram? É possível até que seu orientador não tenha grande domínio de recursos didáticos, es- pecialmente os computacionais. 88 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Portanto, vá em frente. Com toda certeza não terá sido nem a primei- ra e muito menos a última vez em que você apresentará publicamente algum conhecimento ou informação. RESUMO Este capítulo apontou diversos cuidados e orientações para uma apre- sentação oral eficiente e agradável. Dominar a apresentação é uma mis- tura de técnica e arte, na medida em que você pode seguir dicas e, ao mesmo tempo, desenvolver seu próprio estilo de apresentar. REFERÊNCIAS BRUYNE, P. de; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: Edusp, 1991. CYRANKA, L. F. M; SOUZA, V. P. Orientações para normalização de trabalhos acadêmicos. 2. ed. Juiz de Fora: UFJF, 1997. GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA na modalidade a distância: projeto pedagógico. Brasília: MEC/CAPES/Conselho Federal de Biblioteconomia, 2010. MORA, J. F. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. POMBO, R. R. Curso de oratória CAEF. Petrópolis: Vozes, 2001. SANTOS, C. R. dos; NORONHA, R. T. da S. de. Monografias científicas: TCC, dissertação, tese. São Paulo: Avercam, 2005. SILVA, H. C. da. O que é divulgação científica? Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2018. TAVARES, R. H. Didática geral. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Missão. 2006. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2018. VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2006. VIEIRA, M. M. F. Por uma boa pesquisa (qualitativa) em administração. In: VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração. Rio de Janeiro: FGV, 2006. WEIL, P.; TOMPAKOW, R. O corpo fala. Petrópolis: Vozes, 2014. Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Angelo Brigato Ésther Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Semestre 8de autoconhecimento. Se você concluiu a disciplina TCC I, chegou a hora de apresentar os resultados de sua pesquisa. A disciplina TCC II irá ajudá-lo a elaborar a apresentação de seu TCC em dois momentos: a construção do material acadêmico-científico e a apresentação oral. Antes de partir para a elaboração do material, é imprescindível que você tenha noções mínimas acerca dos tipos de comunicação científica bem como da distribuição dos conteúdos relevantes, pois é fundamental para a confecção e a apresentação de qualidade daquilo que foi investigado. Esse será o conteúdo da Unidade 1. Na Unidade 2, são recomendadas formas de elaboração do material acadêmico- científico a ser apresentado. Em função da popularidade, priorizamos o uso do PowerPoint como referência básica, mas fornecemos indicações alternativas para uma boa apresentação, como o Prezi. Na Unidade 3, você terá informações, recomendações e sugestões acerca de como apresentar oralmente um TCC. Ao final, você verá que muito do que é apresentado é baseado tanto na vivência da pesquisa quanto no aporte teórico investigado e usado para a elaboração do TCC. De todo modo, é importante ficar claro que não há, exatamente, uma receita única para a construção de apresentações de trabalhos acadêmico-científicos. 12 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) É possível, e provável, que você esteja um pouco tenso ou ansioso para concluir seu TCC. A despeito do aspecto psicológico envolvido, certamente as orientações aqui fornecidas irão ajudar no sentido de tornar esse momento mais tranquilo, na medida em que o domínio do tema é um fator de segurança. Então, vamos começar? 13Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância UNIDADE 1 O TRABALHO ACADÊMICO- CIENTÍFICO E SUA DIVULGAÇÃO 1.1 OBJETIVO GERAL Nesta unidade, você irá aprender um conjunto de conceitos e princípios que fundamentam e susten- tam a comunicação científica no que tange à elaboração do TCC e sua apresentação oral. Você também terá noções sobre as peculiaridades das principais modalidades de trabalhos científicos, como apresen- tações em congressos, pôsteres e um seminário em sala de aula, entre outros. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: a) identificar as características de um trabalho científico; b) reconhecer os elementos da linguagem científica; c) relacionar divulgação com conhecimento científico; d) identificar formas de avaliação de um TCC. 15Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 1.3 NATUREZA DO TRABALHO ACADÊMICO- CIENTÍFICO Como dizia Pablo Neruda, “escrever é fácil - você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final; no meio você coloca as ideias.”. E é isso... Ao longo de sua vida acadêmica, você terá de desenvolver diversos trabalhos. Elaborará resumos, resenhas, artigos, pôsteres e tra- balhos de disciplinas. E, quando chegar ao final de seu curso de gradua- ção, o tão esperado TCC. Seu TCC será um trabalho acadêmico-científico, em que você se dedi- cará a um tema e desenvolverá suas reflexões, baseadas em uma série de leituras e pesquisas que terá feito, objetivando expor um conhecimento mais estruturado e aprofundado. De modo geral, o TCC é um documento no qual são expostos os re- sultados parciais ou finais de um trabalho final de graduação voltado a assuntos de determinada natureza, de forma sistemática, organizada e apoiado em determinados princípios e normas técnicas. Em outras pala- vras, o TCC consiste em um tipo de trabalho acadêmico-científico cujo rigor metodológico deve ser observado, respeitando-se o grau de apro- fundamento teórico. Como um tipo de trabalho científico, ele deve pos- suir certas características, descritas a seguir: a) buscar incessantemente explicações e soluções para os problemas da humanidade, em todas as esferas de necessidades; b) ser um processo dinâmico e em constante evolução; c) ser útil e público; d) ser um processo em construção. O trabalho científico se caracteriza como a busca incessante de ex- plicações e de soluções para os problemas da humanidade, em todas as esferas de necessidades. Uma vez que os problemas do homem e da so- ciedade são intermináveis e infinitos, depreende-se da noção acima que a ciência não é algo pronto, acabado ou definitivo. Dito de outro modo, o trabalho científico é um processo dinâmico e em constante evolução. Simultaneamente, o trabalho científico deve ser útil e público, ainda que sua abrangência seja mínima e seu impacto reduzido, mesmo porque ele é “[...] um processo em construção.” (CERVO; BERVIAN, 1983, p. 9). Embora haja uma histórica e infrutífera discussão acerca da divisão en- tre trabalho científico quantitativo e qualitativo – em geral expressa na divisão pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa – atualmente ten- de-se a admitir que tal dicotomia é falsa, sendo necessário assumir uma posição metodológica em que diversos métodos podem e devem coexistir, até porque há momentos em que classificar uma pesquisa de uma forma ou de outra se torna uma tarefa extremamente difícil (VIEIRA, 2006). 16 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Assim, pode-se perceber que o TCC deve receber um tratamento metodológico apropriado, de modo que sua contribuição possa ser efe- tiva. Em outras palavras, para ser útil, o conhecimento deve ser obtido de modo confiável e válido, o que requer o uso do método científico. Não pode prescindir, simultaneamente, de aporte teórico adequado e aprofundado. Para Vergara (2006, p. 9): [...] teoria e método são interdependentes. Ambos buscam realizar o objetivo da pesquisa, seja ele descrever, explicar, descobrir, compreender, predizer determinado fenômeno. A teoria pode gerar e dar forma ao método e o contrário também é verdadeiro. Ambos se nutrem. (VERGARA, 2006, p. 9). A teoria é uma rede estendida para capturar o que chamamos de mundo, de modo a racionalizá-lo, explicá-lo e dominá-lo, enquanto o método pressupõe uma lógica e uma heurística, capaz de explicar não apenas seus próprios produtos, mas seu próprio processo (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1991). Assim, teoria e método são entendidos basicamente como as duas faces de uma mesma moeda. 1.4 LINGUAGEM A linguagem utilizada no trabalho científico é a vertente culta, não se admitindo o descaso com as regras formais vigentes. Além disso, a linguagem escrita é diferente da falada, por mais elegante que esta possa se apresentar. É importante assinalar que a linguagem é referencial, ou seja, o foco de interesse deve estar centrado no objeto em estudo ou em análise. Isso significa que o texto deve ser redigido não se utilizando de considerações subjetivas, de modo a aproximar o leitor do centro de interesse e não do autor do trabalho (CYRANKA; SOUZA, 1997). Operacionalmente, a linguagem deve apresentar, no mínimo, os se- guintes elementos: a) precisão: definições exatas, preferencialmente apoiadas em referências ou dados comprovados; b) objetividade: toda afirmação deve se basear em provas e não em opiniões infundadas. Isso significa que se devem evitar expressões como: “talvez, é provável que, melhor seria...”; c) clareza: a informação deve ser compreendida pelo leitor, não devendo conter ambiguidades; d) simplicidade: qualquer explicação ou afirmação deve ser redigida de modo a ser facilmente assimilada pelo leitor, respeitando a vertente culta; 17Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância e) coerência: refere-se ao uso de nomes, de números, à grafia de palavras, ao emprego de termos. Além disso, o autor deve estar atento para não afirmar o que negou e vice-versa; f) ordem: a apresentação das ideias deve ser organizada e estar inserida em uma sequência lógica; g) imparcialidade: não se deve deixar levar por vieses e/ou por ideias preconcebidas. Explicativo A Escrita Científica Para se aprofundar mais no tema, conheça o portal da Universidade de São Paulo (USP)– São Carlos sobre Escrita Científica. Você encontrará um repositório de uma variedade de informações relacionadas à Escrita Científica, tanto em português quanto em inglês: materiais didáticos, videoaulas, tutoriais etc. Visite . Depois de vermos as características de um trabalho acadêmico- científico e sua linguagem, você pode estar se perguntando, afinal, o que não se caracteriza como um trabalho acadêmico-científico. É isso que começaremos a discutir na próxima seção. 1.5 O QUE UM TRABALHO CIENTÍFICO NÃO É Como vimos explorando desde o início da unidade, trabalhos científicos devem primar pelo chamado rigor acadêmico, de modo a garantir sua qualidade. Nesse sentido, também o TCC deve ser um estudo pormenorizado e sistemático, de acordo com as normas técnicas. No entanto, convém destacar, especialmente, o que não é um traba- lho científico: - repetição do que já foi dito por outros, sem nenhum acréscimo ao enfoque, desenvolvimento ou às conclusões; - resposta a uma espécie de questionário e execução de um trabalho semelhante ao que se faz em uma prova, em um exame ou em deveres escolares; - manifestação de meras opiniões pessoais, sem fundamentação com dados comprobatórios 18 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) logicamente correlacionados e embasados em raciocínio; - exposição de ideias demasiadamente abstratas, alheias aos pensamentos, às preocupações, aos conhecimentos ou aos desejos pessoais do autor da monografia, assim como de sua particular maturidade psicológica e intelectual; - manifestação de uma erudição livresca, com citação de frases irrelevantes, não pertinentes e mal assimiladas, ou desenvolvimento de perífrases sem conteúdo ou distanciadas da particular experiência de cada caso. (SANTOS; NORONHA, 2005, p. 67). Agora que esclarecemos as diferenças entre trabalho científico e tra- balho não científico, podemos abordar a divulgação ou disseminação dos trabalhos acadêmico-científicos. 1.6 A DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO A divulgação ou disseminação do conhecimento é uma das funções primordiais de uma universidade, na medida em que proporciona a distri- buição do saber a todos que tenham interesse por ele, contribuindo para avanços sociais, econômicos e culturais, entre outros. A rigor, a disseminação do conhecimento é indissociável de sua produ- ção e desenvolvimento. A disseminação do saber é ação fundamental da universidade. Ge- ralmente, você pode consultar o site da sua universidade e ver como ela trata do tema formalmente. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (2006), por exemplo, apresenta a missão da instituição da seguinte forma: A finalidade que justifica a existência da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que baliza seus objetivos estratégicos consiste em proporcionar à sociedade brasileira os meios para dominar, ampliar, cultivar, aplicar e difundir o patrimônio universal do saber hu- mano, capacitando todos os seus integrantes a atuar como força transformadora. Mais especificamente, a universidade destina-se a completar a educação inte- gral do estudante, preparando-o para: - exercer profissões de nível superior; - valorizar as múltiplas formas de conhecimento e ex- pressão, técnicas e científicas, artísticas e culturais; - exercer a cidadania; 19Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância - refletir criticamente sobre a sociedade em que vive; - participar do esforço de superação das desigual- dades sociais e regionais; - assumir o compromisso com a construção de uma sociedade socialmente justa, ambientalmente responsável, respeitadora da diversidade e livre de todas as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, etnia ou nacionalidade; - lutar pela universalização da cidadania e pela con- solidação da democracia; - contribuir para a solidariedade nacional e interna- cional. 1.7 MODALIDADES DE APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ACADÊMICO- CIENTÍFICOS A esta altura do curso, você já conhece os principais tipos de traba- lhos acadêmico-científicos, especialmente em sua forma escrita. De todo modo, todos eles constituem uma forma de divulgação, embora, por ve- zes, eles tenham de ser apresentados e debatidos oralmente. As principais modalidades de apresentação oral podem ser resumidas conforme a seguir: a) exposição em sala de aula. Geralmente, trata-se do professor ministrando ou apresentando um conteúdo ou conjunto de conteúdos. Certamente, é o tipo de exposição que você mais conhece; b) apresentação em congressos, seminários, painéis, mesas-redondas e colóquios, entre outros. A apresentação em si não difere tanto de uma aula. No entanto, o público desses eventos costuma ter algum conhecimento anterior, o que proporciona, após a exposição oral, uma ou mais rodadas de perguntas e respostas, em forma de debate. Embora a metodologia dos tipos de eventos varie um pouco, a ideia fundamental é a mesma: o conteúdo é apresentado e discutido, tendo como base uma pesquisa anteriormente realizada; c) apresentação e defesa de projetos de qualificação, em mestrado, doutorado e mesmo na graduação. Esses são eventos muito específicos, com públicos também específicos. Geralmente, o estudante apresenta seu trabalho para uma banca examinadora, em sessão fechada (ou aberta, conforme o regulamento da 20 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) instituição). O objetivo é explorar as possibilidades e as falhas da pesquisa que irá ser desenvolvida. Portanto, é uma apresentação que antecede a pesquisa (pelo menos em parte), cuja defesa ocorrerá posteriormente; d) defesas de teses e dissertações. Tipo de evento específico de programas de pós-graduação strictu senso, cujo modelo básico é a apresentação da pesquisa final a uma banca examinadora, seguida de arguição e/ou debate. Seu público também costuma ser bastante específico e reduzido, embora seja um evento público; e) apresentação de TCC. De modo geral, assemelha-se a todos os tipos anteriores. Após o exame e a avaliação do projeto ou relatório de qualificação, ocorrerá a apresentação da pesquisa, a qual, na graduação, é chamada de Trabalho de Conclusão de Curso, ou TCC, na linguagem cotidiana. É muito importante, sob todos os aspectos, que você esteja preparado para apresentar seu trabalho acadêmico-científico, tanto do ponto de vis- ta do conteúdo – domínio do conhecimento – quanto do ponto de vista da forma – no caso, a forma oral de apresentação. No caso de um TCC, a menos que a coordenação do curso ou seu orientador assinale o contrário, você deverá apresentar seu trabalho na forma mais tradicional da exposição, ficando a parte do diálogo para o momento seguinte, ou seja, quando os professores irão lhe fazer pergun- tas, críticas e comentários. Em outras palavras, como o objetivo do TCC, perante o curso, é fazer com que você demonstre conhecimento sobre algo, você deverá fazê-lo por meio da exposição. Uma aula expositiva pode ser monótona, sobretudo se for de longa duração. No caso de um TCC, o tempo é curto, mas alguns cuidados deverão ser tomados, tal como mostramos no capítulo 3. Desenvolver essa habilidade é importante e pode ser útil, pois aulas expositivas são usadas, tradicionalmente, em concursos públicos para professor, defesas de dissertações e de teses, apresentações de relatórios financeiros em uma empresa, por exemplo, entre outras situações. 1.8 AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO É certo que seu TCC será avaliado e receberá uma nota, da qual depende sua aprovação. Há sempre uma dúvida sobre o que será avaliado, sobretudo se não houver um modelo estabelecido que oriente o processo. 21Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Em geral, a avaliação envolve considerações tanto sobre o processo de elaboração do TCC quanto o produto final, o trabalho final pro- priamente dito. Nesse aspecto, o relatório de qualificação é uma etapa da avalia- ção de seutrabalho acadêmico-científico, o desenvolvimento de seu relatório de qualificação culminará em seu TCC definitivo, que será avaliado novamente. Quando da apresentação de seu TCC, ele será avaliado em termos tanto de conteúdo quanto de forma bem como sua apresentação oral. A seguir, são apresentados exemplos de critérios de avaliação tanto para seu relatório de qualificação quanto para seu TCC, bem como da apresentação oral de ambos. Quadro 1 - Exemplo de critérios de avaliação de um relatório de qualificação Avaliação do relatório de qualificação Insatisfatório Satisfatório Bom Muito bom Adequação do título 0,5 0,7 0,8 1,0 Coerência do conteúdo apresentado no resu- mo e no abstract 0,5 1,0 1,5 2,0 Problema de pesquisa 0,5 1,0 1,5 2,0 Justificativa da pesquisa 0,5 1,0 1,5 2,0 Revisão da literatura 0,5 1,0 1,5 2,0 Procedimentos metodológicos 0,5 0,7 0,8 1,0 Análise e apresentação parcial dos resultados 0,5 0,7 0,8 1,0 Considerações parciais 0,5 0,7 0,8 1,0 Referências 0,5 0,7 0,8 1,0 Apêndices 0,5 0,7 0,8 1,0 Nota final atribuída 0,5 0,7 0,8 1,0 Comentários do professor avaliador Avaliação da apresentação oral e arguição Insatisfatório Satisfatório Bom Muito bom Estruturação e ordenação do conteúdo da apresentação, coerente com o relatório 1 2 2,5 3,0 Elaboração e uso adequado do material de apoio para apresentação 1 2 2,5 3,0 Clareza e fluência na apresentação das ideias 1 2 2,5 3,0 Observância do tempo determinado 0,5 0,7 0,8 1,0 Nota final atribuída à apresentação Comentários do professor avaliador Fonte: Produção do próprio autor 22 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Quadro 2 - Exemplo de critérios de avaliação de um TCC Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso Insatisfatório Satisfatório Bom Muito bom Adequação do título 0,5 0,7 0,8 1,0 Coerência do conteúdo apresentado no resumo e no abstract 0,5 1,0 1,5 2,0 Problema de pesquisa 0,5 1,0 1,5 2,0 Justificativa da pesquisa 0,5 1,0 1,5 2,0 Revisão da literatura 0,5 1,0 1,5 2,0 Procedimentos metodológicos 0,5 0,7 0,8 1,0 Análise e apresentação parcial dos resultados 0,5 0,7 0,8 1,0 Considerações finais 0,5 0,7 0,8 1,0 Referências 0,5 0,7 0,8 1,0 Apêndices 0,5 0,7 0,8 1,0 Nota final atribuída 0,5 0,7 0,8 1,0 Comentários do professor avaliador Avaliação da apresentação oral e arguição Insatisfatório Satisfatório Bom Muito bom Estruturação e ordenação do conteúdo da apresentação, coerente com o relatório 1 2 2,5 3,0 Elaboração e uso adequado do material de apoio para apresentação 1 2 2,5 3,0 Clareza e fluência na apresentação das ideias 1 2 2,5 3,0 Observância do tempo determinado 0,5 0,7 0,8 1,0 Nota final atribuída à apresentação Comentários do professor avaliador Fonte: Produção do próprio autor 1.8.1 Atividade Por que é necessário fazer divulgação científica? A partir da leitura do texto indicado a seguir, destaque a impor- tância da comunicação científica no âmbito acadêmico-científico de uma área do conhecimento. SILVA, H.C. da. O que é divulgação científica? Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2018. 23Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 1.8.2 Atividade Pensar o trabalho de conclusão de curso Embora as unidades seguintes tenham sido elaboradas para ajudá-lo a programar a apresentação de seu TCC, que tal pensar, preliminarmente, o planejamento da apresentação do seu relatório de qualificação e posterior TCC? Ao longo da disciplina, cheque em que medida seu esboço original precisou ser trabalhado. Conforme sugerimos, o ideal é você ir construindo seu material ao longo da disciplina, tentando seguir as orientações fornecidas. Nas atividades, seria interessante haver um retorno aos seus ob- jetivos e às suas metas. 1.9 CONCLUSÃO Como você deve ter concluído, é fundamental compreender a importância da comunicação científica em suas distintas modalidades. O TCC é uma delas e, portanto, tem papel essencial para o ensino- aprendizagem do aluno no que tange à construção de conhecimento bem como divulgá-lo à comunidade acadêmico-científica de uma área. De todo modo, uma das questões mais importantes é que o conhecimento gerado, seja no âmbito da graduação, seja no âmbito da pós-graduação, pode ser desenvolvido e divulgado. Em outras palavras, ser um bom pesquisador, um bom orador ou palestrante requer aprendizado e prática. É uma habilidade que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, não constituindo um dom exclusivo de poucas pessoas brilhantes, geniais ou especiais. Além disso, os modelos e técnicas de comunicação científica contribuem para uma boa apresentação oral e, portanto, podem ser aplicados a um TCC. E, melhor do que isso, ao apresentar um TCC utilizando minimamente técnicas de comunicação científica, você desenvolverá sua habilidade para apresentar trabalhos futuros, sejam eles acadêmicos ou profissionais. Por essa razão, não menospreze esse tipo de conhecimento e de habilidade, pois eles serão úteis para seu crescimento profissional. 24 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) RESUMO Nesta unidade, você aprendeu como a comunicação científica pode contribuir para a apresentação do TCC. A despeito de existirem distintas formas de divulgar o conhecimento, a preocupação básica se resume a favorecer um processo eficiente de construção do conhecimento e di- vulgação científica, o qual envolve as dimensões de “o que construir de conhecimento”, “para quem divulgar o conhecimento”, “quem pode usufruir do conhecimento construído”, “para que este conhecimento foi construído”, e “de que maneira o conhecimento construído contribui para a própria aprendizagem”. Embora o modelo expositivo – geralmente envolvendo um debate – tenha sido destacado - pois será a forma básica de apresentação de um relatório de qualificação e do TCC –, a comuni- cação científica não se resume apenas a ela. São várias as possibilidades. Ela lhe será útil neste momento, cabendo a você, imbuído do espírito da aprendizagem constante, buscar seus próprios caminhos, criando e de- senvolvendo seu estilo pessoal de comunicar o conhecimento construído, seja no âmbito acadêmico, seja no profissional. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE Agora que você já possui noções fundamentais sobre a comunicação científica, é hora de partir para o planejamento e a elaboração da apre- sentação audiovisual de sua apresentação. Na próxima unidade, você aprenderá recursos fundamentais para apresentar seu TCC, em especial o uso de editores do tipo PowerPoint, o qual será utilizado como referência, mas não se limitando a ele em termos de sua lógica e elaboração. Alternativamente, você terá algumas informa- ções do Prezi para a elaboração de sua apresentação. UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE APRESENTAÇÕES AUDIOVISUAIS 2.1 OBJETIVO GERAL Nesta unidade, você deverá aprender um conjunto de técnicas e dicas úteis para uma apresentação audiovisual agradável e eficiente de seu TCC. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: a) conceber e construir uma apresentação oral, com conteúdo acadêmico-científico adequado a seus propósitos; b) construir uma apresentação visualmente agradável e eficaz, de acordo com princípios didático- pedagógicos fundamentais. 27Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância 2.3 INTRODUÇÃO A esta altura de sua trajetória acadêmica, você já assistiu a algumas apresentações audiovisuais. Certamente algumas foram muito inte- ressantes e agradáveis, enquanto outras nem tanto. Talvez você tenha saído de alguma antes mesmo de ela terminar. Talvez alguma tenha sido até de tirar o fôlego, como se diz. Mas, em geral, não precisamos de tanto. Uma boa apresentação deve agradar em função de duas variáveis bá- sicas: conteúdo e forma. Entretanto, é comum que apresentações façam sucesso mais pela forma – e pela performance doapresentador – do que por seu conteúdo. Do ponto de vista do trabalho acadêmico, o ideal é conciliar as duas dimensões, de modo que quem assiste a ele mantenha ou aumente seu interesse pelo tema. No caso de um TCC, você já aprendeu como elaborá-lo na disciplina anterior. Porém, agora, você deverá apresentá-lo ou defendê-lo perante uma banca examinadora composta por professores de seu curso ou mes- mo de fora dele. A rigor, segundo o projeto pedagógico de seu curso: [...] o TCC será avaliado por três pareceristas sendo um, obrigatoriamente, o próprio orientador e os demais ad hoc, externos à Universidade, com reconhecida experiência acadêmica e/ou profissional na área específica do trabalho a ser apresentado em um evento específico para este fim. (GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA, 2010, p. 50). Supondo que você tem um TCC com conteúdo bem elaborado e arti- culado, sua tarefa agora é mostrar às pessoas o que você fez e aprendeu. E, por mais assustador ou desafiador que possa parecer, não é nenhum mistério insondável elaborar uma apresentação interessante e agradável. Nesta unidade, você irá aprender como construir um material visualmente agradável e adequado para transmitir e debater sua pesquisa, materializada em forma de TCC. 2.4 PRESSUPOSTOS GERAIS Uma boa apresentação oral começa com um bom planejamento, ou seja, não elabore nenhum slide (como chamaremos cada tela do editor de imagens a partir de agora) sem pensar a respeito. Quanto menos slides você elaborar, melhor! Em outras palavras, você não precisa de uma enorme quantidade de telas para apresentar seu con- teúdo – até porque você terá um tempo limitado para sua apresentação. 28 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Imagens dizem mais do que palavras. Tente utilizar mais imagens do que textos. A regra geral é que você deve ter o que falar sem necessidade de ler textos. Ou seja, gere imagens que possibilitem falar o texto neces- sário sem necessidade de leitura do slide e, por outro lado, evite slides com muitos textos de leitura. Vamos considerar que você fará uso de um editor de conteúdo audio- visual ou visual apenas. Geralmente, o mais comum é o PowerPoint, mas é evidente que você pode usar outros editores de fabricantes diversos, como o Prezi ou sites gratuitos especializados em apresentações, como em . Aqui, você identificará fatores relevantes na apresentação de seus sli- des, mas, na medida do possível, tentaremos apontar os cuidados e os procedimentos comuns a diversos editores. Todas as figuras de slides e apresentações por nós elaboradas foram feitas naquele editor. 2.5 CONSTRUINDO SUA APRESENTAÇÃO: ETAPAS E CUIDADOS 2.5.1 Planejamento da apresentação Na disciplina anterior (TCC I), você aprendeu como elaborar seu TCC. A partir de agora, vamos ajudá-lo em sua divulgação oral, por meio de uma apresentação. Como se trata de seu TCC, você já conhece o conteúdo que deve ser apresentado. No entanto, você deve decidir o quanto de conteúdo e a forma como ele será exposto. Embora pareça uma tarefa simples, ela requer algum planejamento. O primeiro elemento a ter em mente é a duração de sua apresentação. O tempo é determinante, pois, em princípio, quanto mais tempo, mais in- formação e mais detalhes você poderá apresentar e debater. Se você tiver tempo de sobra, digamos uma hora, o ideal é mesclar o uso de diversos recursos, de modo a não tornar a apresentação maçante. Nesse caso, você deve decidir que conteúdo será apresentado em qual recurso. Por exemplo, você pode usar um vídeo para reforçar um conceito ou parte de seus resultados; ou você pode usar o quadro-negro para fazer algu- ma demonstração; ou, se permitido, até realizar uma rápida dinâmica de grupo com os presentes. No entanto, é muito improvável que você tenha todo esse tempo. Por- tanto, vamos nos concentrar na hipótese de que você terá cerca de 15 a 20 minutos, ou, até, com muita boa vontade, 30 minutos. Em tendo este tempo - 15 a 20 minutos -, o mais provável é que você utilize um editor do tipo PowerPoint. Assim, nosso foco será como elaborar sua apresenta- ção, utilizando recursos audiovisuais, nesse período de tempo. 29Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Acrescido a isso, independentemente da quantidade de tempo de que você disponha, alguns slides não devem ficar de fora. Observe que, embora estejamos nos referindo aos recursos, estamos nos referindo, igualmente, a qual conteúdo e com qual quantidade de conteúdo você deverá trabalhar. Em outras palavras, sua missão é articular conteúdo e forma! Tal articulação será vital para sua apresentação oral, cujas técnicas e dicas você encontrará no capítulo seguinte. Ao longo deste capítulo, ilustraremos cada etapa, fornecendo modelos nos quais você pode se ba- sear. Além disso, você terá indicações de sites, livros e vídeos que poderão auxiliá-lo em seu TCC e apresentações futuras. A estética da apresentação Ao elaborar seus slides, procure sempre conciliar o conteúdo com a forma, ou, em outras palavras, preocupe-se com a estética de seu trabalho, de modo a equilibrar o conteúdo com os elementos gráficos que venham a ser utilizados. 2.5.2 Planejamento dos slides a serem utilizados Inicialmente, você deverá tomar as seguintes decisões, em função do tempo de que dispõe e do objetivo de sua apresentação. Em seu TCC, provavelmente o tempo é sua primeira preocupação: a) qual é o tempo disponível para toda a apresentação; b) quais conteúdos serão apresentados; c) em quantos slides os conteúdos serão apresentados; d) de que forma os conteúdos serão apresentados; e) quanto tempo será utilizado, aproximadamente, para cada slide; f) qual será a estética da apresentação. A partir das escolhas acima, sua missão será elaborar os slides pro- priamente ditos. Alguns slides serão obrigatórios; outros não. A seguir, faremos recomendações sobre quais tópicos de seu TCC você deverá apresentar em seus slides. 2.5.3 Slides obrigatórios Recomendamos que você elabore os seguintes slides para a apresen- tação de seu relatório de qualificação e TCC, explicados e exemplifica- dos adiante: a) abertura; b) apresentação do tema; c) problema de pesquisa; d) justificativa; e) objetivo geral; f) objetivos específicos; g) referencial teórico; h) procedimentos metodológicos; 30 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) i) apresentação dos resultados (parciais, no caso do relatório de qualificação; ou finais, no caso do trabalho final); j) conclusões ou considerações finais (parciais, no caso do relatório de qualificação; ou finais, no caso do trabalho final); k) referências; l) encerramento. Por outro lado, existem passagens, conteúdos e tópicos em seu TCC cujo aprofundamento não é obrigatoriamente necessário em uma apresentação. Em seus slides, você não precisa apresentar todos os resultados em detalhes. Além de não haver tempo para isso, a banca examinadora terá lido seu trabalho. Os convidados ou ouvintes tomarão conhecimento ape- nas por meio de sua apresentação, caso não tenham tido acesso anterior. Você também não precisa apresentar nem descrever em detalhes seu referencial teórico, bem como não é necessário listar todas as referências da pesquisa, mas apenas aquelas que aparecem nos slides. Curiosidade O que é Estética A estética pertence ao domínio do estudo filosófico e, dentre outros significados, diz respeito à essência do belo. No caso de uma apresentação de um TCC, não se trata apenas da qualidade visual dos slides; ao contrário, envolve todo um conjunto de elementos, que incluem os slides, a postura do apresentador, a forma como o conteúdo é apresentado, o próprio conteúdo e o ambiente, entre outros. Evidentemente, o que é belo para uns pode não o ser para outros. Se desejar saber mais sobre estética, há várias publicações de qualidade. Sugerimos, por exemplo, o Dicionário de Filosofia, de José Ferrater Mora. Se quiser conhecer mais sobre estudos filosóficos,visite o site da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF): . 2.5.4 Elaboração dos slides necessários (ou obrigatórios) Os slides obrigatórios devem ser elaborados segundo sua finalidade. Vejamos cada um deles, seguido de um ou mais exemplos ou modelos: a) abertura: seu conteúdo deve conter, pelo menos: Instituição de ensino; nome da disciplina; nome do orientador; título do seu trabalho; seu nome; ano. Eventuais informações podem ser adicionadas, mas faça-o com parcimônia e buscando um senso estético; 31Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância b) apresentando o tema: consiste em mostrar o que será abordado em sua apresentação. Basta fazer uma estrutura de tópicos, que pode mais ou menos espelhar a estrutura de seu TCC; c) justificativa: consiste em pontuar as razões principais que justificaram a pesquisa que você desenvolveu. Nesse caso, você não irá copiar/colar do seu texto original, senão você terá de reproduzir elementos textuais muito longos. O ideal é apenas apontar, com palavras-chave ou frases muito curtas, o que o levou a realizar o trabalho. A contextualização envolve o posicionamento acerca da relevância do tema, uma visão geral acerca de trabalhos desta natureza já realizados, ou seja, o estado atual das pesquisas acerca do tema; d) objetivos de seu TCC: Consiste em apontar os objetivos da investigação realizada. Você pode retirar os objetivos diretamente do texto do seu TCC e reproduzi-los no slide. Você pode ter adotado a forma de objetivo geral e objetivos específicos. Neste caso, você pode colocar o primeiro em um único slide e os demais em outro; e) referencial teórico: aqui você tem algumas opções que podem ser negociadas com seu orientador, em função do tempo disponível. A questão central é deixar clara qual é a orientação teórica que foi adotada, apontando os principais autores, conceitos e/ou modelos teóricos utilizados bem como, eventualmente, suas orientações epistemológicas. De uma forma ou de outra, você deve elaborar poucos slides, preocupando-se em jamais criar slides recheados de texto colados a partir do texto original. Você pode apenas fazer uma lista de autores, uma lista de conceitos, relacionando uns com os outros ou não, pode reproduzir um modelo teórico de análise, ou destacar um ou alguns conceitos centrais, por exemplo. Mas é importante reiterar o uso parcimonioso de elementos textuais muito longos, de modo a não poluir esteticamente o slide, o que dificulta o acompanhamento por parte de quem assiste. Veja adiante exemplos de slides bem feitos e de slides poluídos, ou seja, mal feitos; f) procedimentos metodológicos: consiste em pontuar as caracte- rísticas fundamentais da pesquisa realizada, tais como sua natureza, tipo, forma de coleta de dados, forma de análise dos da- dos e limitações da investigação. Evidentemente, você pode incluir informações adicionais, mas faça-o sempre com parcimônia, incluindo apenas o estritamente necessário; g) apresentação dos resultados: aqui você deverá usar, provavelmente, uma quantidade de slides um pouco maior, pois eles dirão respeito àquilo que foi investigado. No entanto, concentre-se em pontuar os resultados, evitando textos longos. Se você tiver quadros, tabelas e gráficos, os slides tenderão a ficar mais leves. Se os resultados forem expressos apenas em forma de texto, escreva frases curtas ou palavras-chave. A partir daí, em sua apresentação oral, você realizará as devidas explicações ou esclarecimentos. Nesse sentido, é preferível você levar algumas anotações, em vez de reproduzir texto em excesso nos slides. Por outro lado, caso seja imprescindível reproduzir textos – tais como citações ou depoimentos, por exemplo – procure colocá-los em slides separados, de modo que eles não fiquem com quantidade excessiva de texto, o que polui os slides; 32 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) h) conclusões ou considerações finais: consiste em apresentar suas principais conclusões acerca da pesquisa, ou seja, como você interpreta tudo o que pesquisou. As recomendações são semelhantes às dos resultados. Seja breve nos slides, deixando para a apresentação oral os esclarecimentos e explicações. Tanto no caso dos resultados quanto nas considerações finais, o conteúdo será parcial quando do relatório de qualificação e definitivo quando da monografia final; i) referências citadas: consiste em listar as referências citadas nos slides, e não as referências completas do TCC como um todo; j) encerramento: slide final, em que deve aparecer apenas a expressão “Muito obrigado(a)!” ou “Obrigado(a)!”, seu nome novamente e seu e-mail. Em sua fala, além de agradecer verbalmente, você pode se colocar à disposição para as questões, comentários e críticas, bem como se dispor a responder àqueles que desejarem, por e-mail. A esta altura, você pode estar se perguntando – ou já ter se pergunta- do –, afinal, “quantos slides eu devo elaborar para uma apresentação de 15 a 20 minutos?”. A imagem (Quadro 3) a seguir apresenta uma mera sugestão da distribuição dos slides conforme sua natureza. Note que o quantitativo é relativo, pois depende, além do fator tempo, do material que será apresentado e como ele será apresentado. Quadro 3 - Sugestão de distribuição de slides obrigatórios para apresentação do TCC Natureza do slide Quantidade Abertura 1 Apresentando o tema 1 Problema de pesquisa 1 Justificativa 1 Objetivo geral 1 Objetivos específicos 1 Referencial utilizado 2 ou 3 Procedimentos Metodológicos 1 ou 2 Apresentação dos Resultados (parciais ou finais) 2 a 4 Conclusões ou Considerações (parciais ou finais) 1 ou 2 Referências citadas 1 Encerramento 1 Fonte: Produção do próprio autor 33Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Observe que o quadro sugere um mínimo de 14 slides e um máximo de 19. Embora pareça excessivo, leve em conta que a capa somente é exibida até você começar a apresentação. O slide de referências é exibido durante poucos segundos e o slide de encerramento, no qual estão seus agradecimentos, é apenas para marcar, elegantemente, o final de sua exposição. Os slides de apresentando o tema e de objetivos são exibidos rapidamente. Portanto, na prática, se trabalhar com o número mínimo de slides, você irá dividir o tempo entre 11, sendo que a distribuição do tempo entre eles é desigual. De todo modo, nunca é demais lembrar que tal distribuição é apenas uma recomendação. Não há um número mágico, inequívoco. O lema cen- tral é “quanto menos slides, melhor!”. O argumento é simples: quanto mais slides, mais tempo você terá de utilizar. Mas, se você não tiver muito tempo ou não conseguir distribui-lo adequadamente, certamente você irá começar a acelerar sua apresentação de modo a passar por todos. Esse procedimento torna a apresentação de seu TCC mais confusa, além de denotar um mau planejamento. Portanto, é preferível pecar por falta a pecar por excesso nesse caso. Mesmo porque, se você perceber, durante sua apresentação, que seu tempo está sobrando, você pode sempre recor- rer ao material da pesquisa – o TCC propriamente dito – ou aproveitar para contar uma história relativa à pesquisa, entre outras possibilidades. Dica importante para a construção dos slides O efeito que você vê na tela do computador costuma ser diferente quando você projeta os slides em uma tela na sala de aula, seja durante o dia, seja à noite. É sempre recomendável saber com antecedência o horário e as condições da sala e dos equipamentos. Nesse sentido, testar o arquivo sob as mesmas condições de uso da apresentação do TCC, antes desta, pode ser muito útil. 2.5.5 A linguagem e a escrita dos slides Evidentemente, sua apresentação é baseada no texto final de seu TCC. No entanto, algumas adaptações deverão ser feitas. Nesse aspecto, dois cuidados são fundamentais. Aliás, as recomenda- ções a seguir são válidas para a elaboraçãodo TCC propriamente dito: a) linguagem utilizada: por se tratar de um trabalho acadêmico, o qual consiste no fechamento de seu curso (daí ser trabalho de conclusão), ou seja, é por meio dele que você irá demonstrar o quanto seu curso lhe ensinou, ainda que você esteja tratando de um tema específico. Desse modo, você deverá usar uma linguagem apropriada, isto é, a linguagem científica, o que implica evitar ao máximo o uso de adjetivos e advérbios e escolher as palavras com atenção devido aos significados que acarretam, entre outros cuidados; b) ortografia e gramática: este tema requer atenção especial. Escrever em português correto é fundamental. Não há nada mais desagradável para uma audiência atenta – e, no caso, uma banca examinadora formada por professores – do que palavras escritas erroneamente, ou seja, ortograficamente incorretas. Atualmente, alguns programas de pós-graduação exigem que os candidatos a mestre e a doutor procedam a uma revisão gramatical e ortográfica da dissertação ou da tese, respectivamente. Em alguns casos, 34 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) exigem até que sejam contratados revisores credenciados pela instituição. Mesmo que não seja esse o caso de sua instituição – até porque essa prática ainda não é comum no nível de graduação –, recomendamos uma revisão atenta e, se possível, profissional, de seu texto e de sua apresentação, especialmente se você não estiver seguro. Embora possa parecer exagero ou preciosismo, pense em sua própria reação quando depara com um problema do tipo. Além disso, a grafia e a gramática corretas constituem um aspecto da estética de seu trabalho que não pode ser desconsiderada. Em nossa própria experiência, temos visto alguns erros ortográficos comuns. Por exemplo, “afim de” (no sentido de finalidade), em vez de “a fim de”, “acerca de” (no sentido de falar sobre algo), quando se quer dizer “acerca de”, entre outros. Além dos erros ortográficos, são comuns erros quanto ao uso da cra- se, do uso de “mim” e “eu”, de “meia” e “meio”, do uso de locuções, do uso de “porque” e “por que”, quando acentuados e quando não acentuados. Ruthe Pombo (2001) ainda elenca outros erros, como nos casos de “cumprimento” e “comprimento”, “conserto” e “concerto”, “sessão”, “seção” e “cessão”, “mesmo” e “igual”. Multimídia A Academia Brasileira de Letras disponibiliza em seu site as re- gras do novo acordo ortográfico, bem como possibilita a consulta on-line da ortografia correta das palavras. Acesse e navegue pelo menu. 2.5.6 Apresentação visual dos slides A estética dos slides propriamente ditos é uma questão importante, o que implica considerar uma visualização ao mesmo tempo agradável e eficiente. Em outras palavras, a apresentação dos slides deve conter o mínimo necessário, cuja forma estética deve ser agradável aos olhos, por assim dizer. Nesse aspecto, algumas questões são fundamentais: as fontes, as cores e os recursos utilizados. 2.5.6.1 Fontes Basicamente, não utilize fontes do tipo serifada. Fonte serifada é toda fonte que possui contornos elaborados, como prolongamentos e pequenos traços nas bordas da letra. O exemplo típico é a fonte Times New Roman (observe que o nome da fonte está escrito com a própria fonte). 35Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Como regra geral, prefira fontes não serifadas (do tipo Arial, tal como este texto está escrito), mas não use fontes estreitas, como o Arial Narrow (observe a diferença na grafia em relação ao Arial). Além disso, o tamanho da fonte também é fundamental. O ideal é fazer um teste antes de elaborar seus slides definitivos. Em geral, um tamanho de fonte 20, permite que o texto seja bem visível para uma sala de aula. Por outro lado, somente o tamanho da fonte não é o bastante. A distância entre o projetor e a tela de projeção faz diferença. Quanto maior a tela e mais distante o projetor, mais visível fica a projeção. Curiosidade As serifas são os pequenos traços e prolongamentos que ocor- rem no fim das hastes das letras. Observe em seu editor de textos ou PowerPoint, por exemplo, os diversos tipos de fontes que você pode escolher. Veja, logo a seguir, exemplos de fontes de serifadas e não serifadas, em sua forma original. Quadro 4 - Fontes Fontes serifadas Fontes não serifadas (sans serif) Courier New Arial Garamond Calibri Palatino Comic Sans MS Times New Roman Microsoft Sans Serif Fonte: Produção do próprio autor Veja, também, um artigo interessante sobre fontes em: a) . 2.5.6.2 Cores A regra básica é obter contraste entre a cor do fundo e a cor do texto (ou entre o fundo e os objetos, como imagens, diagramas, modelos, ta- belas, gráficos etc.). Você tem duas opções básicas: fundo escuro e texto claro, ou fundo claro e texto escuro. Veja algumas vantagens e desvantagens das opções de fundo/texto na imagem (Quadro 5) a seguir. 36 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Quadro 5 - Vantagens e desvantagens de contrastes de cores Configuração Vantagens Desvantagens Fundo claro com texto escuro A apresentação fica mais brilhante e ajuda a iluminar o ambiente, sobretudo se você se apresentar à noite ou em uma sala muito escura. Por causa do brilho, em uma sala escura, pode ajudar a evitar o sono. Por causa do brilho, a apresentação pode se tornar mais cansativa, levando a um efeito contrário ao de manter a atenção da audiência. Fundo escuro com texto claro A apresentação fica mais sofisticada. As fontes ficam mais legíveis com fundo escuro. O fundo escuro, sobretudo em uma sala escura, pode induzir o sono na plateia. Fonte: Produção do próprio autor Como se pode perceber na figura (Quadro 5), as duas configurações têm suas vantagens e desvantagens. Por essa razão, insistimos na possibili- dade de se fazer um teste nas condições em que a apresentação será feita. Uma terceira opção pode ser variar as cores de fundo e de textos, de modo a evitar ou diminuir as desvantagens apontadas. No caso de um TCC, há de se considerar que, se o tempo for de 15 a 20 minutos de projeção, a plateia deverá ser capaz de manter a atenção ao longo desse período. Atenção Dica importante: É comum que a visualização dos slides na tela de seu computador se mostre muito diferente quando eles são projetados em uma tela. Em outras palavras, nem sempre o contraste e os efeitos vistos na tela do computador são idênticos quando projetados. Isso vale para o uso de gráficos, quadros, tabelas e outros elementos gráficos eventualmente utilizados. 2.5.7 Programas utilizados Em geral, editores como o PowerPoint possuem diversos recursos visando a otimizar e a dinamizar apresentações profissionais, como as animações e transições entre slides. Evidentemente, você pode usar os recursos que achar conveniente. Novamente, a regra geral é parcimônia, sobretudo se você não domina o editor que está utilizando. Além disso, o uso indiscriminado ou exagerado de recursos técnicos do editor não de- monstra eficiência nem garante eficácia na apresentação. Ao contrário, a 37Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância plateia pode ficar mais interessada nos recursos do que no conteúdo do que está sendo projetado ou dito. Nesse caso, o efeito é exatamente o contrário do esperado. Em contrapartida, se você quer mostrar ou explicar, por exemplo, um modelo de análise mais complexo, pode ser interessante que os elemen- tos apareçam aos poucos na tela. Igualmente interessante pode ser o uso de superposição de slides caso você precise ir adicionando informações, entre outras possibilidades. Atualmente, os editores possuem recursos de inserção de hiperlinks e de vídeos, por exemplo. Seu uso deve seguir a mesma recomenda- ção de parcimônia. Além disso, caso você utilize vídeos, certifique-se de que a sala possui um sistemade áudio adequado. Se não, provi- dencie-o com a devida antecedência. Se você precisa fazer uso de um hiperlink ativo, ou seja, que ele seja acessado no momento exato de sua apresentação, garanta que a sala a ser utilizada disponibilize conexão com a internet. No caso do PowerPoint, outro recurso disponível é a transição de slides, ou seja, o software disponibiliza artifícios visuais quando se troca um slide por outro, algo impossível de ser aqui exemplificado, pois se trata de movimentos de imagens. Atenção Dicas importantes Um recurso básico comumente esquecido é a geração de um arquivo de backup de sua apresentação! Em outras palavras, faça sempre uma cópia de segurança e leve ambas (ou mais, se achar necessário) no dia da apresentação. Você pode levar sua apresentação em um pen drive, um CD ou um DVD, enviar pela internet para você mesmo, ou utilizar os três recursos simultaneamente. Finalmente, recomendamos que você leve seus slides impressos! O PowerPoint possibilita que você imprima no modo folheto, ou seja, você pode imprimir 1, 2, 3, 4, 6 ou 9 slides em uma mesma página, e com a possibilidade de inserir anotações ao lado deles. 2.5.7.1Slide mestre (PowerPoint) O PowerPoint possui um recurso muito interessante chamado slide mestre. Nele você configura tudo o que for constante, ou seja, tudo o que deve aparecer em todos os slides de sua apresentação. Por exemplo, você pode desejar manter em todos os slides o logotipo de sua universidade ou faculdade, seu nome e a data, entre outras pos- sibilidades. Caso seja essa sua intenção, edite o slide mestre inserindo o logotipo – após isso feito, todos os seus slides apresentarão o logotipo na posição desejada. 38 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) A imagem (Figura 1) mostra um exemplo de slide mestre, no qual você pode configurar o estilo e os níveis de texto, ou seja, o tipo, o tamanho e a cor da fonte, bem como as informações de rodapé, como a data e o número da página. Figura 1 - Modelo de slide mestre Fonte: Produção do próprio autor Você pode colar uma imagem, um logotipo, por exemplo. Em todos os slides de sua apresentação, essa imagem será apresentada, sem que você tenha de colá-la em cada um dos slides manualmente. O mesmo ocorrerá com o texto, e assim por diante. 2.5.7.2 Exemplos de slides para sua apresentação (PowerPoint) Observe na imagem (Figura 2) que o slide contém a identificação da instituição, do curso e do orientador, prevendo um espaço para também identificar o aluno e o ano. Esse slide é projetado instantes antes do início da apresentação formal. Em geral, o presidente da banca irá abrir a ses- são e lhe passar a palavra. 39Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância Figura 2 - Exemplo básico de slide inicial ou de abertura Fonte: Produção do próprio autor Figura 3 - Exemplo básico de slide de encerramento Fonte: Produção do próprio autor Este slide é necessário para o encerramento da sua apresentação. Como dissemos anteriormente, basta colocar os dizeres “Muito obrigado!”, seguido de seu e-mail (Figura 3). 40 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Figura 4 - Exemplo básico de slide Fonte: Produção do próprio autor Como se pode perceber pelo slide da imagem (Figura 4), o sumário consiste nos grandes títulos do seu TCC. Para a apresentação, você preci- sa detalhar cada capítulo em suas diversas seções. A partir desse sumário, você deverá elaborar pelo menos um slide para cada título. Por exemplo, na imagem acima, estão previstos seis tópicos a serem abordados. Você deverá elaborar pelo menos um slide para a contextua- lização, um slide para o referencial e assim por diante. Mas não deixe de observar o limite de slides em função do tempo que você tem disponível, o qual, convém lembrar mais uma vez, gira em torno de 15 a 20 minutos. Figura 5 - Exemplo básico de slide de contextualização Fonte: Produção do próprio autor 41Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância É interessante observar, na imagem (Figura 5), que o slide traz a con- textualização em forma de frases curtas, e não em tópicos. Essa é uma opção possível, pois já informa ao leitor o núcleo do conteúdo, que deverá ser explorado por você durante sua fala. Nesse momento, sua preocupa- ção deve ser apenas colocar o mínimo de texto para guiar o que será dito. O texto não deve constituir, per si, sua fala. Figura 6 - Exemplo básico de slide de procedimentos metodológicos Fonte: Produção do próprio autor Na imagem (Figura 6), está representado um slide de procedimentos metodológicos. Você deve reparar que foi utilizado um recurso de diagra- mas contendo palavras-chave ou expressões, as quais serão comentadas ou explicadas por você. Figura 7 - Exemplo básico de slide de apresentação dos resultados Fonte: Produção do próprio autor 42 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) O exemplo de slide de apresentação dos resultados (Figura 7) traz o conteúdo não apenas em forma de frases curtas, como também as apre- senta de modo gráfico, em vez de uma sequência de parágrafos. Você pode alternar esses modos de apresentação de conteúdo, de forma a tornar o visual mais dinâmico e menos repetitivo. Figura 8 - Exemplo básico de slide de considerações finais ou conclusões Fonte: Produção do próprio autor As conclusões ou considerações finais foram representadas no slide da imagem (Figura 8) em forma textual. Observe como o efeito visual é diferente de quando se usam figuras e pequenas frases ou apenas ex- pressões. É comum que apresentações apresentem essa configuração. Compare-a com o slide seguinte, quando as conclusões são apresentadas apenas com expressões-chave (Figura 9). Figura 9 - Exemplo básico 2 de slide de conclusões ou considerações finais Fonte: Produção do próprio autor 43Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade a Distância O exemplo de slides de referências (Figura 10) apresenta uma lista curta e com uma fonte de tamanho bastante visível a distância. Aqui não aparecem todas as referências de seu TCC, mas apenas aquelas que foram mencionadas nos slides. É comum que alunos apresentem a lista de referências mencionadas com fontes pequenas e em um único slide, sob a alegação de que a lista não será lida nem mencionada, ou seja, ela aparece apenas como mera formalidade. A recomendação básica é que esse slide siga a mesma formatação e os mesmos princípios didáticos de todos os demais. Figura 10 - Exemplo básico de slide de Referências Fonte: Produção do próprio autor O exemplo da imagem (Figura 11) pode ser considerado adequado, embora bastante simples em sua formatação. Aliás, esse é um aspecto interessante a ser notado. Você não precisa fazer slides altamente sofis- ticados. A simplicidade é um princípio poderoso, pois você não peca por excesso, nem por falta. Figura 11 - Exemplo de um slide simples e adequado 1 Fonte: Produção do próprio autor 44 Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) Por que o slide pode ser considerado simples e adequado? Veja que ele traz um título e textos com fontes legíveis a distância; ele traz também apenas quatro informações em forma de uma lista, sendo que ela é apre- sentada em frases curtíssimas, e há contraste suficiente entre as cores de fundo e a cor do texto. Veja o conteúdo do próximo slide apresentado apenas por meio de figuras referentes aos conteúdos que você irá abordar. Figura 12 - Exemplo de um slide simples e adequado 2-a Fonte: Produção do próprio autor Você deve ter reparado que o título foi suprimido. Isso depende de alguns fatores. Por exemplo, esse slide pode estar em alguma sequência de informações, o que pode justificar a supressão do título, supondo que ele aparece em slide anterior, por exemplo (Figura 12). Agora observe a mesma figura, porém com fundo claro (Figura 13). Figura 13 - Exemplo de um slide simples e adequado 2-b Fonte: Produção do próprio autor 45Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na Modalidade