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1 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV Prof. Me. Márcio Antônio Cometti 2 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV Prof.Me. Marcio Antônio Cometti 3 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Me. Cristiane Lelis dos Santos Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Me. Naiana Leme Camoleze Silva Revisão técnica: Prof. Dr. Moacir Ribeiro Cordeiro Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Lorena Oliveira Silva Portugal Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Daniel Guadalupe Reis Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza Perboyre Campos © 2023, Editora Prominas. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 4 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 1° edição Ipatinga, MG Editora Prominas 2023 5 Graduação em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2005), mestrado em Educação Matemática pela Univer- sidade Federal de Ouro Preto (2018). Atualmente é professor auxiliar - Fa- culdade Integradas Pitágoras e pro- fessor da Escola Estadual Engenheiro Francisco Bicalho (SEE-MG). Traba- lhos acadêmicos na área de Ensino de Cálculo Diferencial e Integral e uso de Tecnologias da Informação e Co- municação na Educação Matemáti- ca, especificamente na área de Cal- culo de Várias Variáveis. MÁRCIO ANTÔNIO COMETTI Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qua- lificações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link : http://lattes.cnpq.br/9829432322917696 Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado. 6 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 7 UNIDADE 1 UNIDADE 2 SUMÁRIO 1.1 Equações Paramétricas. ...............................................................................................................................................................................................................................................................10 1.1.1 Parametrização de um segmento de reta. ................................................................................................................................................................................................................................................................10 1.1.2 Parametrização de curvas. ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................11 1.2 Coordenadas Polares. ..................................................................................................................................................................................................................................................................13 1.2.1 Relação entre coordenadas polares e coordenadas cartesianas. .........................................................................................................................................................................................................15 1.2.2 Curvas em coordenadas polares. ..................................................................................................................................................................................................................................................................................16 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................20 2.1 O espaço tridimensional (R³). ................................................................................................................................................................................................................................................25 2.2 Equação da reta e do plano no R³. ..........................................................................................................................................................................................................................................................................26 2.2.1 Equação da reta. ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................26 2.2.2 Equações do plano. ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................27 2.3 Cilindros. ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................29 2.4 Superfícies Quádricas. .................................................................................................................................................................................................................................................................31 FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................50 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS E COORDENADAS POLARES CURVAS NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL UNIDADE 3 3.1 Funções de várias variáveis. ...................................................................................................................................................................................................................................................53 3.2 Gráficos de funções de várias variáveis. ......................................................................................................................................................................................................................55 3.2.1 Curvas de nível. .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................56Assim: Figura 90: Plano tangente Fonte: Elaborado pelo autor 76 Feito o estudo dos planos tangentes, fica natural iniciarmos o estudo sobre derivadas direcionais. A derivada direcional de uma função de duas variáveis está conectada com a ideia de direção. No conceito de derivadas parciais abordado, anteriormente, fazíamos a derivada em relação à variável x ou em relação à variável y. Uma dessas variáveis permanecia fixa e a outra poderia sofrer variações. Já para as derivadas direcionais iremos escolher direções arbitrarias, não necessariamente as direções dos eixos coordenados. Seja uma função f(x,y) e uma curva C sobre a superfície dessa função, como na figura a seguir. Observe que a curva C aponta para uma direção qualquer, repare que ela não está na direção do eixo-x nem a direção do eixo-y. Daremos atenção à função restrita a essa curva e o que interessa é a taxa de variação dessa função, que será dada em uma direção arbitraria. A ideia básica de derivadas direcionais seria observar a taxa de variação de uma grandeza, mas em uma direção genérica. Mas como caracterizar uma direção para definir uma derivada direcional? Quando pensamos em direção é inevitável não associarmos a ideia de vetor, pois um vetor caracteriza grandezas que necessitam de módulo, sentido e direção. Então, uma maneira de caracterizar essa direção é pensar no versor de um vetor (|v|=1). Para definir a derivada direcional devemos considerar uma superfície S com equação z=f(x,y). Vamos determinar a taxa de variação de z em (x0,y0) na direção de um versor v=(a,b). Seja também um plano vertical na direção de v, que intercepta a superfície e gera a curva C que contém o ponto P(x0,y0,z0). A reta tangente r a curva C possui inclinação que pode ser interpretada como a taxa de variação de z na direção v. 4.3 DERIVADAS DIRECIONAIS Figura 91: Curva C sobre a superfície Fonte: Elaborado pelo autor 77 Os pontos P’ e Q’ são as projeções de P e Q, respectivamente, no plano-xy. Temos o vetor paralelo ao vetor versor v. Então =ku=(ka,kb) para um k escalar arbitrário. Fazendo o limite de k tendendo a zero teremos a taxa de variação de z na direção v como queríamos, inicialmente. Isso é o que chamamos de derivada direcional de f na direção v. Dessa definição podemos dizer que dada uma função f de duas variáveis as derivadas parciais fx e fy são também derivadas direcionais de f na direção x indicada pelo vetor unitário i=(1,0) e na direção y será indicada pelo vetor j=(0,1). Dessa forma temos que: Se uma função f é diferenciável nas variáveis x e y, então possui derivada direcional na direção de qualquer vetor v(a,b). Exemplo: Determine as derivadas direcionais da função f(x,y)=x2 y3-3xy no ponto P(0,-1) e na direção do vetor w=3i-2j Começaremos determinando as derivadas parciais de f(x,y)=x2 y3-3xy : Precisamos de um vetor unitário que dará a direção da derivada. Observe que o vetor w=3i-2j não é unitário, pois Assim, o versor do vetor na direção de w é Observe que podemos fazer: Então: Figura 92: Elementos para determinar a derivada direcional Fonte: Elaborado pelo autor 78 dado por: Logo, a derivada direcional no ponto P(0,-1) é dada por: Para definirmos o vetor gradiente precisamos utilizar a fórmula da deriva direcional Para determinar o vetor gradiente devemos reescrever essa fórmula como um produto escalar entre dois vetores: Ao primeiro vetor desse produto escalar daremos o nome de vetor gradiente ou gradiente de f. As seguintes notações são utilizadas para designar esse vetor: grad f ou ∇f (lê-se del f). Seja f uma função de duas variáveis x e y, o gradiente dessa função é definido por: Mas como podemos interpretar o valor de Dw f(0,-1)? Esse número mede a taxa de variação de z na direção de w=3i+2j. Podemos fazer uma analogia com uma montanha que nunca foi explorada, uma pessoa poderia subir de diferentes caminhos, cada caminho irá representar uma certa curva. Ao escolhermos uma direção para subir a montanha por uma dessas curvas, a derivada di- recional em determinado ponto irá representar a velocidade de subida do explorador, ou seja, em outras palavras é a representação da a taxa de variação da altura. Quando subi- mos uma montanha, para cada direção que olhamos a variação da altura é diferente, e a derivada direcional vai medir essa variação em uma determinada direção. VAMOS PENSAR? 4.4 VETOR GRADIENTE 79 Exemplo: Determine o gradiente da função f(x,y)=ysen(x)+3x2 y. Uma implicação do vetor gradiente em relação às derivadas direcionais é que podemos reescrever a seguinte fórmula: Essa fórmula expressa a derivada direcional usando a projeção escalar do vetor gradiente e a direção sobre o vetor v. O vetor gradiente é um vetor importante, seu conceito é utilizado em muitos conteúdos cálculo. Podemos interpretar o vetor gradiente como um vetor que irá indicar o sentido e a direção de maior alteração no valor de uma quantidade de unidade no espaço. Dessa forma, seria interessante entendermos o seu significado geométrico, para isso: Seja uma função f de três variáveis e um ponto P(x0,y0,z0) pertencente ao seu domínio. Temos: • O vetor gradiente ∇f(x0,y0,z0 ) informa a direção do aumento mais rápido de f. • O vetor gradiente ∇f(x0,y0,z0 ) é ortogonal a superfícies S (superfícies de nível) da função f no ponto P. Seja uma função f de duas variáveis e um ponto P(x0,y0 ) pertencente ao seu domínio: • O vetor gradiente ∇f(x0,y0 ) informa a direção do aumento mais rápido de f. • ∇f(x0,y0) é perpendicular às curvas de nível f(x,y)=k que passa por um ponto P. Seja a função f(x,y)=xy. Abaixo representamos algumas curvas de nível para essa função e o vetor gradiente para P(1,1). O vetor gradiente tem muita importância no estudo sobre cálculo vetorial, é importante que o estudante entenda esse conceito. Figura 93: Curvas de nível no plano Fonte: Elaborado pelo autor 80 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Seja f(x,y)=2x4 y3-3x2 y5-xy+5, determine no ponto (2,1). 2. Considerando a função f(x,y)=3x2+2xy, sendo x=t2 e y=2t determine a sua derivada para quando t=1. 3. Determine a derivada parcial da função f(x,y)=3x2 y+cos(y)-ex. 4. Determine as derivadas parciais de segunda ordem da função f(x,y)=x∙cos(y)+sen (x). a) 80 b) 85 c) 90 d) 95 e) 100 a) 26 b) 20 c) 8 d) 16 e) 24 81 5. Determine a equação do plano tangente à superfície f(x,y)=3y2-2x2+x no ponto (2,-1,- 3) a) 5x+6y+7z=0 d) 6x+7y+5z=0 b) -7x+6y+5z=2 e) 7x+6y+z=5 c) -7x-6y+2z=5 6. Dada a função f(x,y)=3x3 y2+2xy3, analise as seguintes afirmativas: I. A derivada parcial da função em relação à x é: fx=9x2 y2+2y3; II. A derivada parcial da função em relação à y é: fy=6x3 y+6xy2; III. A derivada parcial da função no ponto (1,1) em relação à x é igual a 11. Podemos afirmar que: a) Apenas a alternativa I está correta b) Apenas a alternativa III está correta c) As alternativas II e III estão corretas d) Todas as alternativas estão corretas e) Nenhuma das alternativas está correta 7. Seja f(x,y)=y∙cos(x)+2ex, determine o vetor gradiente da função. a) ∇f=(sen(x)+2ex)i+cos(x)j b) ∇f=(-y∙sen(x)+2ex)i+cos(x)j c) ∇f=(y∙sen(x))i+sen(x)j d) ∇f=(-y∙sen(x)+2ex)i+sen(x)j e) ∇f=(y∙sen(x)+2ex)i+sen(x)j 82 8. Determine as derivadas direcionais da função f(x,y)=5x2 y+3y2 no ponto P(1,1) e na direção do vetor w=i-2j. 83 INTEGRAIS DUPLAS – PARTE I 84 INTRODUÇÃO Nesse capítulo abordaremos os conceitos acerca das integrais duplas. Essas integrais são usadas para calcular áreas, volumes, massas e centroides de regiões mais complexas. Para definirmos as integrais duplas usaremos a mesma ideia de integrais simples. Vamos considerar uma função f de duas variáveis definida num domínio retangular fechado. Sabemos que o gráfico da função f é uma superfície com equação z=f(x,y). Assim, teremos um sólido acima da região retangular e abaixo do gráfico de f, S={(x,y,z)∈R3∕0≤z≤f(x,y),(x,y)∈R}. Nossointuito será determinar o volume de S. Iniciaremos dividindo a região retangular R em retângulos menores. Para isso, o intervalo [a,b] será dividido em k subintervalos de mesmo comprimento, o intervalo [c,d] será dividido em w subintervalos também de mesmo comprimento. Observe na figura a seguir, que traçando retas paralelas aos eixos coordenados e passando pelas marcações dos subintervalos, formam-se os retângulos menores. Observe que cada retângulo pequeno tem área ∆A=∆x∆y. Seja um ponto qualquer de amostra (x* mn,y*nm), em cada retângulo menor, é possível aproximar a parte superior de S exatamente acima de Rmn por meio de uma caixa retangular (uma coluna). Essa caixa tem base Rmn e altura é dada por f(x* mn,y*nm). Assim, o volume dessa caixa é f(x* mn,y* nm ).∆A A ideia é ampliarmos esse procedimento para todos os retângulos e somarmos os volumes dessas caixas, portanto: 5.1 INTEGRAIS DUPLAS SOBRE REGIÕES RETANGULARES Figura 94: Região R no plano Fonte: Elaborado pelo autor 85 Quando aumentamos as divisões dos intervalos [a,b] e [c,d], podemos intuir que o volume V torna-se mais próximo do real. Então, podemos fazer: Essa expressão é usada para definir o volume do sólido S, formado pela região abaixo do gráfico de f e acima da região retangular R. Para cada retângulo menor calculamos o valor de f no ponto escolhido, multiplicamos esse valor pela área desse retângulo e, por fim, somamos todos esses resultados. Essa soma é dita soma dupla de Riemann. Figura 95: Soma de Riemann Fonte: Elaborado pelo autor A integral dupla de f sobre uma região retangular R, desde que o limite exista, é dada por: Também podemos dizer que, se f(x,y)≥0, o volume do sólido que está abaixo da superfície z=f(x,y) e acima da região retangular R. Esse volume pode ser calculado através de: Propriedades das integrais duplas: VAMOS PENSAR? 86 Calcular uma integral dupla pela definição pode ser um caminho difícil, exceto para casos bem elementares. Mas, podemos sanar esse problema, resolvendo a integral dupla por meio de duas integrais sucessivas, onde em cada uma delas consideraremos apenas uma variável independente. Seja uma função f integrável de duas variáveis e uma região retangular R=[a,b]×[c,d], a integral dupla é dada por: Pode ser calculada por meio de uma integral iterada do tipo: Repare que temos um colchete, isso é para indicar que efetuaremos primeiro uma integral parcial em relação à y, e consideramos x como uma constante. Substituímos os limites de integrações inferior c e superior d (como no teorema fundamental do cálculo). Dessa forma, obteremos uma função em relação à x, a qual integraremos e substituiremos os limites a e b. Na segunda integral, o primeiro passo é integrar em relação à x e consideraremos y constante. Ao substituirmos os limites de integração a e b, obteremos uma função que depende de y. Assim, pode-se fazer a integração em relação à y e substituir os limites c e d. Exemplos: Calcule as integrais duplas iteradas: Resolvendo, temos: Resolvendo temos: 5.2 INTEGRAIS DUPLAS ITERADAS 87 Resolvendo temos: 4) Calcule a integral dupla dA onde A região de integração é uma região retangular, onde R=[0,3] × [-2,1], como podemos verificar na figura a abaixo. FIQUE ATENTO Observe que nos exemplos 2 e 3 obtemos as mesmas respostas ao integramos primeiro em relação à x ou à y, isso não é coincidência! Se tivermos integrais iteradas com equa- ções iguais a ordem de integração não é importante. Podemos comprovar esse fato pelo Teorema de Fubini. Teorema de Fubini na página 1004 do livro Cálculo. Volume II. HOWARD, Anton; IRL, Bivis; STEPHEN, Davis. Cálculo. Volume II, 10. ed. Bookman, 2014. Disponível em: Acesso em: 23 jan. 2023. BUSQUE POR MAIS 88 Resolvendo: 5) Determine o volume do sólido S que é limitado pelo paraboloide z=-x2-y2+4 e pela região retangular R=[1,-1]×[1,-1]. Como já mencionamos, o volume do sólido formado abaixo do paraboloide e acima da região retangular pode ser calculado por Então, para escrevermos a integral dupla para o volume do sólido, usamos a função da superfície z=-x2-y2+4 como função de integração, os limites de integração são determinados pela região R no plano-xy, onde -1≤x≤1 e -1≤y≤1. Podemos escolher a ordem de integração dxdy ou dydx, assim, temos: Figura 96: Região retangular Fonte: Elaborado pelos autores Como a região de integração é retangular, pelo teorema de Fubini podemos usar dxdy ou dydx como ordem de integração. Então: Observe que os limites em relação à y per- tencem ao intervalo -2≤y≤1 e x ao intervalo 0≤x≤3. Sólido Região de integração no plano-xy 89 Deixamos a cargo do estudante o desenvolvimento da integral e a verificação do resultado do volume do sólido. 90 1. O volume do sólido limitado superiormente pela superfície cilíndrica z=x2+3 e inferiormente pela região no plano-xy limitada pelas curvas y=x2-3 e y=x+3, é representado por qual das integrais duplas abaixo? 2. Determine a integral dupla que calcula a área da região R limitada pelas funções y=x+3; y=3 e x=-3. 3. Determine a integral dupla iterada: 4. Determinar o volume do Sólido limitado pelos planos coordenados e pelo plano x+y+z=1 no 1º octante. FIXANDO O CONTEÚDO 91 5. Dado o sólido S, limitado superiormente pelo paraboloide z-x2-y2=0 e inferiormente pela região retangular [-2,2]x[-2,2] no plano-xy. Expresse a integral dupla que representa o volume do sólido S. 6. Determine o volume do sólido que está abaixo do paraboloide z=x²+y² e acima da região D do plano-xy limitada pela reta y=2x e pela parábola y=x² , esboce a região D. 7. Dado o sólido S, limitado superiormente por f(x,y)=x2+y2+4 e inferiormente pela região D={(x,y)/-2≤x≤2, x≤y≤2}, o volume do sólido é dado por: 92 8. Analise as seguintes afirmativas: Podemos afirmar que: a) Apenas a alternativa I está correta. b) Apenas a alternativa III está correta. c) As alternativas I e III estão corretas. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 93 INTEGRAIS DUPLAS – PARTE II 94 • INTRODUÇÃO Nesse capítulo abordaremos os conceitos acerca das integrais duplas. Essas integrais são usadas para calcular áreas, volumes, massas e centroides de regiões mais complexas. Até aqui, as integrais duplas que calculamos possuem uma região de integração retangular, ou seja, integramos uma função f somente sobre retângulos. Mas, precisamos expandir essa ideia para calcularmos integrais duplas sobre regiões com outros formatos. Para isso, considere uma região D limitada, aqui, ser limitada implica que D pode estar contida em uma região retangular R. Considere também, uma função F com domínio em R, tal que: A integral dupla de f em D pode ser definida da seguinte maneira, desde que F seja uma função integrável em R: Os valores de F(x,y) são iguais a 0 para os pontos fora da região D e isso não irá contribuir para o resultado da integral. Dessa forma, desde que o retângulo contenha a região D, pode-se escolher qualquer retângulo. 6.1 INTEGRAIS DUPLAS SOBRE REGIÕES GERAIS Figura 97: Região D limitada Fonte: Elaborado pelo autor Figura 98: Região D limitada contida em R Fonte: Elaborado pelo autor FIQUE ATENTO Observe que podemos usar o mesmo procedimento para o qual definimos a integral sobre a região retangular R. 95 Para as integrais duplas do tipo I, primeiro resolvemos uma integração parcial em relação à y. Feito isso, substituímos a variável y por g2 (x) e g1 (x) como fazemos de costume. A expressão resultante será integrada em relação à x dentro do intervalo de a até b. Para integrais do tipo II, primeiro integramos em relação à x, substituímos x por h2 (y) e h1 (y). A expressão que encontramos será integrada em relação à y de c até d. Muitas vezes, essas integrais precisam ser construídas, ou seja, é dada uma função de integração e uma regiãodo tipo I ou tipo II, precisamos encontrar a integral dupla àquela determinada situação, identificando a função de integração e os limites de cada integral. Seja dada uma função f(x,y) e regiões D do tipo I e do tipo II, para iniciar é essencial desenhar um esboço da região D, assim, seguimos o seguinte procedimento: As regiões gerais de integração podem se dividir em dois tipos: regiões do tipo I (regiões Rx) e regiões do tipo II (regiões Ry): Tipo I Tipo II Figura 99: Região do tipo I Fonte: Elaborado pelo autor Figura 100: Região do tipo II Fonte: Elaborado pelo autor 96 Integrais duplas sobre regiões do tipo I Integrais duplas sobre regiões do tipo II Limite superior da integral interna é a inte- gral que depende de y (função que limita a região D “por cima” ou superiormente). No caso da figura abaixo, função g2 (x). Limite inferior da integral interna é a integral que depende de y (função que limita a re- gião D “por baixo” ou inferiormente). No caso da figura acima, função g1 (x). Limite superior da integral externa é a in- tegral que depende de x, onde a região D “começa” em relação ao eixo – x, ou seja, no ponto (a,0). Limite inferior da integral externa é a in- tegral que depende de x, onde a região D “termina” em relação ao eixo – x, ou seja, no ponto (b,0). Geralmente, esse intervalo onde a região D “começa” e “termina”, não está explícito e te- mos que fazer a interseção das funções para saber onde é o limite dessa região (Observe os exemplos). Limite superior da integral interna é a integral que depende de x (função que limita a região D “pela direita” ou lateralmente pela direita). No caso da figura acima, função h2 (y). Limite inferior da integral interna integral que depende de x (função que limita a re- gião D “pela esquerda” ou lateralmente pela esquerda). No caso da figura acima, função h1 (y). Limite superior da integral externa é a in- tegral que depende de y, é onde a região D “começa” em relação ao eixo – y, ou seja, no ponto (0,c). Limite inferior da integral externa é a inte- gral que depende de y, é onde a região D “termina” em relação ao eixo – y, ou seja, no ponto (0,d). Geralmente, esse intervalo onde a região D “começa” e “termina”, não está explícito e te- mos que fazer a interseção das funções para saber onde é o limite dessa região (Observe os exemplos). Figura 101: Região do tipo II Fontes: autores Figura 102: Região do tipo II Fontes: autores 97 Uma boa estratégia de identificar os limites de integração é desenhando a região D, caso seja da região do tipo I, fazemos uma seta vertical dentro da região. A seta começa na fronteira inferior (limite inferior g1 (x) da integral que depende de y) e vai em direção à fronteira superior (limite superior g2 (x) da integral que depende de y). Para a região do tipo II, a seta é desenhada horizontalmente da esquerda para direita. Exemplo: Vamos calcular a integral Para resolvermos a integral dupla iterada acima vamos primeiro integrar parcialmente em relação à y, considerando a variável x na função de integração como uma constante. Agora iremos aplicar o teorema fundamental do cálculo, substituindo os limites superior e inferior da primeira integral. Observe que a função resultante depende somente de x, logo, vamos integral em relação à x e substituir os limites da integral. 2) Calcule onde D é a região limitada pela parábola y=x2+1 e a reta y=2. Para resolvermos essa integral dupla, teremos que escrever os limites de integração a partir da região D, dada no exercício. Para isso, vamos incialmente fazer um esboço dessa região: Observe que a integral acima foi escrita como uma integral dupla sobre uma região do tipo I. Seria possível reescrever essa integral, utilizando a região de integração do tipo II? VAMOS PENSAR? Figura 103: Região de integração do tipo I Fonte: Elaborado pelo autor 98 Observe que a região D é do tipo I, então vamos usar a seguinte ordem de integração dydx. A região D é limitada pela reta y=2 superiormente e inferiormente pela parábola y=x2+1, que são os limites em relação à y. Para determinarmos os limites inferior e superior da integral externa que depende de x, observamos os limites da região D em relação ao eixo-x. A região está compreendida no intervalo [-1,1].Logo: Agora iremos resolver a integral como fizemos no exemplo anterior: 3) Escreva a integral sobre a região D limitada pelas curvas y=0 e x=4 usando uma integral do tipo I e do tipo II. 99 As propriedades de integrais duplas para regiões retangulares também são válidas para regiões quaisquer. Porém, podemos acrescentar uma outra propriedade para as integrais duplas sobre regiões gerais. Considere a existência de todas as integrais a seguir: Seja D=D1+D2 onde essas regiões não se sobrepõem, talvez pelas suas fronteiras, temos? Integral Dupla tipo I Integral Dupla tipo II Figura 104: Região do Tipo I Fontes:autores Essa é a região D de integração. Observe que para escrevermos uma integral do tipo I (dydx) para essa região, devemos observar que a região pela curva y=√x e inferiormente pelo eixo x, cuja equação é y=0. Esses serão os limites da integral mais externa que de- pende de y: Os limites em relação à x podem ser determi- nados observando onde a região D “come- ça” e “termina” em relação ao eixo-x. essa região está compreendida no intervalo [0,4]. Logo: Essa é a integral dupla sobre a região D escri- ta utilizando uma região do tipo I. Figura 105: Região do Tipo II Fontes:autores A região D para uma integral dupla do tipo II (dxdy) é a mesma, mas iremos observar essa região de outra maneira. Repare que a função mais à esquerda que limita a região é a função é x=4 e temos a curva x=y2 limi- tando pela direita. Esses serão os limites da integral em relação à x. Repare que é neces- sário reescrever as funções explicitamente em relação à x: Os limites em relação à y podem ser deter- minados observando a região D em relação ao eixo-y. A região D está compreendida no intervalo [0,2]. Logo: Essa é a integral dupla sobre a região D escri- ta utilizando uma região do tipo II. 100 Se f(x,y)≥0, uma interpretação para é o cálculo do volume do sólido que está acima de 𝐷 e abaixo do gráfico da superfície 𝑧=𝑓(𝑥,𝑦). Exemplo: Expresse por meio de uma integral dupla o volume do sólido que está abaixo do paraboloide z=-x2-y2+4 e acima da região D no plano – xy limitada pelas curvas y=-x2+2 e y=0. Sabemos que o volume é dado pela integral dupla: Assim, o sólido fica compreendido abaixo da superfície f(x,y)=-x2-y2+4 e acima da região de integração localizada no plano – xy: Dessa forma, podemos escrever a seguinte integral dupla para o volume desse sólido, considerando a região de integração como do tipo I (dydx): Figura 105: Região D1+D2 Fontes: Elaborado pelos autores Superfície Região de Integração Figura 106: Sólido S Fontes: Elaborado pelos autores Figura 107: Região de Integração Fontes: Elaborado pelos autores 101 Tentar descrever as regiões representadas nas figuras abaixo utilizando coordenadas cartesianas não é uma tarefa fácil. Para isso, devemos pensar em descrever essas regiões como visto, anteriormente, usando as coordenadas polares, pois facilitam esse trabalho. Para o cálculo de integrais duplas sobre as regiões de integração apresentadas acima usaremos coordenadas polares. Dessa forma, as seguintes regiões de integração podem ser escritas algebricamente da seguinte maneira: 1Um problema que surge de forma natural para esse tipo de região seria como escrever integrais duplas usando coordenadas cartesianas. No início desse capítulo trabalhamos com integrais duplas sobre regiões retangulares, o que iremos fazer é uma extensão das ideias já utilizadas para representar uma região retangular, parauma região chamada retângulo polar, descrita a seguir: 6.2 INTEGRAIS DUPLAS EM COORDENADAS POLARES Região 1 (R1) Região 2 (R2) Figura 108: Região 1 Fontes: Elaborado pelos autores Figura 109: Região 2 Fontes: Elaborado pelos autores Figura 110: Retângulo polar Fontes: Elaborado pelos autores 102 Para escrevermos uma integral dupla em coordenadas polares, devemos usar as relações entre coordenadas cartesianas e coordenadas polares descritas anteriormente. Então, dada uma função f(x,y) devemos escrevê-la em coordenadas polares como f(rcosθ,rsen θ) , o que é uma tarefa simples. Devemos também representar dA em função de r e θ. Em coordenadas cartesianas uma região retangular pode ser escrita como dA=dydx=dxdy. Já em coordenadas polares usaremos a seguinte ideia de um ponto P(r,θ) representado no plano. Para ajudar na visualização, vamos imaginar uma pequena (infinitesimal) variação para esse ponto (deslocando-se de lugar, minimamente) tanto em r como em θ, essa variação de r e θ cria uma região (vermelha), que podemos denominar de retângulo polar cuja área pode ser aproximada pela área de um retângulo (b∙h). Já que os deslocamentos são tão pequenos, os lados desse retângulo polar se aproximam de linhas retas. Na figura a seguir, imaginamos essa situação de deslocamento do ponto P e a formação de um retângulo de maneira ampliada. Repare, que um dos lados é a variação dr e o outro lado do retângulo pode ser encontrada pela fórmula de comprimento de arco r.dθ. Assim, a área é dada por A=r.dr.dθ. Dessa forma, podemos representar o diferencial dA como r.dr.dθ. Observe que quando usamos coordenadas polares em integrais duplas, devemos trocar o dydx ou dxdy por r.dr.dθ. O r que aparece nessa troca é chamado de fator de correção ou jacobiano. Daremos uma maior ênfase no conceito Jacobiano no próximo capítulo. Por fim, se f é uma função contínua dentro da região de uma região polar R, temos: Exemplos: 1) Determine o volume do sólido delimitado pelo paraboloide z=9-x2-y2 e o plano z=0. Incialmente usaremos coordenadas cartesianas para expressar o volume do sólido por meio de uma integral dupla, sabemos que o volume do sólido é dado por: V=∬Rf(x,y)dA. Como o sólido é limitado superiormente pelo paraboloide, z=9-x2-y2 é a função de integração e os limites para as integrais serão dados pela região R. Essa região circular é resultado da interseção do paraboloide com o plano-xy (z=0). Igualando as equações z=9-x2-y2 e z=0, temos x2+y2=9, o que representa uma circunferência com centro na origem e raio igual 3. Vamos explorar essa região, Figura 111: Retângulo polar Fonte: Elaborado pelo autor 103 No entanto, essas duas integrais escritas em coordenadas cartesianas se tornam muito difíceis de serem resolvidas, analiticamente, devido aos limites compostos por função raiz. Dessa forma, uma saída seria as integrais em coordenadas polares. A figura a seguir, representa o sólido limitado superiormente pelo paraboloide e inferiormente pelo plano – xy. A função de integração deve ser manipulada algebricamente para depender de r e θ, então: Fazendo x2+y2=r2 (-1), temos, -x2-y2=-r2. Substituindo essa relação na função de integração f(x,y), temos: Como já sabemos, a interseção do paraboloide como o plano – xy resulta em uma circunferência de centro na origem e raio igual 3. Essa região que coordenadas expressando a integral dupla tanto para uma região do tipo I, como para uma região do tipo II. Com isso, o estudante poderá ter uma compreensão mais ampla em relação às integrais duplas. Região tipo I Integral Figura 112: Região do tipo I Fontes: Elaborado pelos autores Região tipo II Integral Figura 113: Região do tipo II Fontes: Elaborado pelos autores 104 polares pode ser descrita como R={((r,θ))⁄0≤r≤3,0≤θ≤2π}. Logo, a integral dupla e coordenadas polares para o volume do sólido é: Deixamos a cargo do estudante o desenvolvimento da integral e a verificação do resultado do volume do sólido. 2) Calcule a integral onde R é a região entre os círculos x2+y2=1 e x2+y2=9. Inicialmente iremos escrever a integral usando coordenadas polares, observe que a função de integração é vamos usar as relações entre coordenadas cartesianas e coordenadas polares para reescrever essa função em relação à r e θ. Sabemos que x2+y2=r2, então perceba que a função de integração é uma função raiz, o que torna difícil o processo de integração. Ao fazermos as trocas de coordenadas, os cálculos se tornam mais simples, ou seja, transformando uma função raiz em uma função polinomial. Para determinar os limites de integração usaremos a região R. Essa região é composta por duas circunferências de centros na origem e raios 1 e 3, respectivamente. Temos que R está compreendida entre essas circunferências, ou seja, é uma coroa circular. Apresentamos a seguir essa região e sua descrição analítica que usaremos para determinar os limites das integrais: Figura 114: f(x,y)=9-r2 Fontes: Elaborado pelos autores Figura 115: R={((r,θ))⁄0≤r≤3,0≤θ≤2π} Fontes: Elaborado pelos autores 105 Logo, pode ser escrita como:a integral dupla Figura 116: Coroa Circular Fontes: Elaborado pelos autores 106 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Determine a integral dupla que calcula a área da região R limitada pelas circunferências x2+y2=1 e x2+y2=5 no primeiro quadrante. 2. Determine a integral dupla iterada: pode ser escrita como: 3. O volume do sólido limitado superiormente pela superfície cilíndrica z=x2+3 e inferiormente pela região no plano-xy limitada pelas curvas y=x2-3 e y=3, é representado pela seguinte integral podemos reescrevê-la usando um integral do tipo II. Qual das opções abaixo representa essa integral do tipo II? 107 I. O par ordenado em coordenadas cartesianas pode ser escrito em coordenadas polares como II. tem como solução III. O volume de um paralelepípedo formado pelos planos ordenados e pelos planos x=5, y=2 e z=3 pode ser calculado pela integral dupla V=∫05∫02 dydx; 4. Dadas as afirmativas abaixo: 5. Uma praça em formato circular deve ser construída em um cruzamento onde existe um grande número de acidentes de carros. A circunferência da praça deverá ter um raio de 20 metros e uma calçada de 2 metros de largura aparece no projeto, essa calçada deverá contornar a praça dentro da circunferência e concretada com uma espessura de 15 cm. Dentre as fórmulas abaixo, qual expressa de maneira adequada o volume de concreto (em m3) a ser usado na construção da calçada? 6. Dado o sólido S a seguir, determine a integral dupla escrita em coordenadas polares. Podemos afirmar que: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) Todas as afirmativas estão corretas. d) Apenas a afirmativa I está correta. e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 108 7. (ENADE 2014-Adaptado) Um monumento em forma de um paraboloide deve ser construído de forma maciça, para isso, é necessário saber a quantidade de concreto que será utilizado nessa construção. Sabe-se que o monumento é representado pela equação z=x2+y2, situada na região do espaço de coordenadas cartesianas (x,y,z) dada pela condição z≤9. A quantidade de concreto em m3 necessária para preencher o monumento é dada pela integral dupla: 8. Determinar o volume do sólido limitado pelos planos coordenados e pelo plano x+y+z=1 no 1º octante. 109 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 1 UNIDADE 3 UNIDADE 5 UNIDADE 2 UNIDADE 4 UNIDADE 6 QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 D QUESTÃO 6 B QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 D QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 A QUESTÃO6 A QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 A QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 D QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 D QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 B QUESTÃO 8 A QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 E QUESTÃO 3 C QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 D QUESTÃO 7 B QUESTÃO 8 C QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 E QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 C QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 D QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 D QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 A 110 GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo – Vol.3 – 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2013. HOWARD, A; BIVENS, Irl; DAVIS, S. Cálculo – Vol.2 – 10ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2014. Disponível em: https://abre.ai/i9Xh. Acesso em: 2021 ago. 13. LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica – Vol.2 - 3ª edição. São Paulo: Harbra, 1994. STEWART, J. Cálculo – Vol. 2, 6ª edição. São Paulo: Learning, 2004. SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. – Vol.2 – 2ª edição. São Paulo: Makron Books, 1994. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111 graduacaoead.faculdadeunica.com.br3.3 Limite e continuidade de funções de várias variáveis. ......................................................................................................................................................................................57 3.3.1 Limites. .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................57 3.3.2 Continuidade. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................62 FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................64 FUNÇÕES E LIMITES DE DUAS VARIÁVEIS UNIDADE 4 4.1 Derivadas parciais. ........................................................................................................................................................................................................................................................................68 4.4.1 Interpretação geométrica das derivadas parciais. ...........................................................................................................................................................................................................................................71 4.4.2 Derivadas de segunda ordem. .......................................................................................................................................................................................................................................................................................72 4.2 Planos tangentes. ..........................................................................................................................................................................................................................................................................73 4.3 Derivadas direcionais. ................................................................................................................................................................................................................................................................76 4.4 Vetor gradiente. ..............................................................................................................................................................................................................................................................................78 FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................80 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS 5.1 Integrais duplas sobre regiões retangulares. ............................................................................................................................................................................................................84 5.2 Integrais duplas iteradas. ........................................................................................................................................................................................................................................................84 FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................90 INTEGRAIS DUPLAS I UNIDADE 5 6.1 Integrais Duplas sobre Regiões Gerais. ..........................................................................................................................................................................................................................94 6.2 Integrais Duplas em Coordenadas Polares. ..............................................................................................................................................................................................................101 FIXANDO O CONTEÚDO ......................................................................................................................................................................................................................................................................106 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................................................................................................................109 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................110 INTEGRAIS DUPLAS II UNIDADE 6 8 UNIDADE 1 Nessa unidade iremos abordar os conceitos de curvas parametrizadas e coordenadas polares. É importante apresentar como parametrizar um segmento de reta e curvas dadas por equações polinomiais e circunferências. Em coordenadas polares, exibiremos um outro sistema de coordenadas e fazendo uma relação entre coordenadas cartesianas e polares. UNIDADE 2 Na unidade 02 estudaremos o espaço tridimensional com as equações da reta e do plano em R3. Apresentaremos um estudo detalhado sobre as superfícies cilíndricas e quádricas, ressaltando a importância desse conteúdo para próximas unidades. UNIDADE 3 Iniciaremos o estudo das funções de várias variáveis, abordando os conceitos de limite e continuidade com os gráficos dessas funções. UNIDADE 4 Nessa unidade, os conceitos de derivadas parciais serão estudados, com as ideias de planos tangentes, derivadas direcionais e vetor gradiente. UNIDADE 5 Na unidade 05 iniciaremos os estudos das integrais duplas abordando seus principais conceitos, partindo das regiões retangulares até as integrais duplas iteradas. C O NF IR A NO LI VR O UNIDADE 6 Por fim, faremos o estudo das integrais duplas sobre regiões gerais, abordando cálculos de áreas e de volumes. Também estudaremos as integrais duplas em coordenadas polares. 9 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS E COORDENADAS POLARES 10 1.1 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS • INTRODUÇÃO Nesse livro focaremos no Cálculo Diferencial e Integral que envolve o espaço tridimensional, precisaremos das noções básicas do R³, enfatizando as funções de várias variáveis e suas representações gráficas (superfícies). Nesta unidade, iniciaremos o estudo sobre as equações paramétricas e coordenadas polares. Até agora, trabalhamos com funções que dependiam apenas de uma variável (y=f(x) e x=f(y)). Neste momento, apresentaremos uma outra forma algébrica de representar essas funções no plano. Ao parametrizarmos uma curva, escrevemos de forma algébrica uma função de duas variáveis em função de um certo parâmetro (x=f(t),y=g(t),t). Esse parâmetro t, representa um ponto de coordenadas (x,y) pertencentes à essa curva. Quando variamos t, termos uma sequência de pontos (x,y)=(f(t),g(t)) que terá a mesma representação gráfica da curva inicial, chamada de curva parametrizada. A seguir, apresentaremos algumas maneiras de parametrizar diferentes curvas que são comuns no Cálculo Diferencial e Integral. OBS: Colocar que a parametrização é apenas de uma parte da curva 1.1.1 Parametrizaçãode um segmento de reta Para parametrizar um segmento de reta é necessário conhecer as extremidades de um segmento (ponto inicial e ponto final). Necessitamos também determinar o vetor diretor da reta que contém esse segmento. Figura 1: Curva parametrizada Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 2: Segmento de reta e vetor diretor Fonte: Elaborado pelo autor. 11 Seja o segmento de reta com extremidades A=(-3,-2) e B=(5,1). A sua parametrização é dada da seguinte maneira: Determinação do vetor diretor da reta que contém o segmento: Todo segmento de reta parametrizado, possui equação do tipo , onde (x0,y0) são as coordenadas do ponto inicial do segmento de reta e (a,b) são as coordenadas do vetor diretor. O parâmetro para esse tipo de parametrização deverá variar entre 0≤t≤1. Dessa forma, basta substituir essas coordenadas na equação e teremos a equação da curva parametrizada. Assim temos que, para qualquer valor de t variando entre 0≤t≤1, existirá um ponto (x(t),y(t)) pertencente ao segmento. 1.1.2 Parametrização de curvas Para parametrizar uma curva definida por um polinômio do tipo y=ax2+bx+c, devemos definir um ponto inicial (x0,y0) e um final (x1,y1) pertencente à curva, feito isso, chamamos a variável independente de t e substituímos na equação da curva. E essa parametrização pode ser feita para qualquer função polinomial. Como exemplo, vamos parametrizar a parábola y=x^2-3, do ponto (-1,-2) até o ponto (1,2). Existe uma justificativa para que o t tenha um valor entre 0≤t≤1, para isso, Dis- ponível em: https://abre.ai/iN31. Acesso em: 23 jan. 2023. BUSQUE POR MAIS FIQUE ATENTO Vale destacar que uma parametrização também pode ser feita, substituindo a variável dependente y por t. No entanto, nem sempre será conveniente fazer dessa maneira, pois, a manipulação algébrica exigida torna a parametrização mais extensa em relação aos cálculos. 12 Quadro 1: Parábola Fonte: Elaborado pelo autor. Quadro 2: Parábola Fonte: Elaborado pelo autor. A circunferência é outra curva que também pode ser parametrizada, vale destacar a importância de sua parametrização, muito utilizada para resolver integrais de linha que serão vistas no Cálculo IV. Vale destacar que essa parametrização será para circunferências com centro na origem e o parâmetro t será dado em radianos e seu sentido será sempre o anti- horário. Para uma circunferência com centro fora da origem, temos: Parametrizando a metade de uma circunferência de equação x2+y2=4, do ponto (-2,0) até o ponto (2,0). θ1≤t≤θ2, onde a e b são as coordenadas do centro da circunferência. 13 Figura 3: Parábola Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 4: Eixo polar Fonte: Elaborado pelo autor. Considerando a equação paramétrica x=t2-4t e y=t-1, identifique a curva definida e faça o gráfico. Para descobrir a equação da curva, vamos eliminar o parâmetro t da seguinte maneira: Substituindo a equação (II) em (I), temos: A equação acima representa uma parábola na variável y. Como não foi dado nenhum limite para o parâmetro t, observe que esse parâmetro poderá assumir qualquer valor real. Para representar um ponto no plano, geralmente usamos coordenadas cartesianas, ou seja, usamos um par de números ordenados, chamados coordenadas. Essas coordenadas são distâncias norteadas por dois eixos perpendiculares entre si. As coordenadas polares, também utilizam um par ordenado, composto por uma distância e por uma direção, mas com outra visualização geométrica. Para representar um ponto em coordenadas polares, marcamos um ponto O que chamamos de polo, o qual será a origem do sistema de coordenadas. A partir desse ponto traçamos uma semirreta, preferencialmente, na direção horizontal da direita para a esquerda (usaremos esse sistema como padrão). Essa semirreta é chamada de eixo polar. 1.2 COORDENADAS POLARES 14 Dado um ponto P qualquer no plano, podemos representá-lo em coordenadas polares utilizando o seguinte par ordenado (r,θ). Onde r é a distância do ponto P ao polo O (origem) e θ é o ângulo em radianos dado entre o eixo polar e a reta OP=r, sempre medido no sentido anti-horário. Figura 5: Representação de um ponto em coordenadas polares Fonte: Elaborado pelo autor Figura 6: Representação de um ponto Fonte: Elaborado pelo autor Figura 7: O ponto P em coordenadas polares Fonte: Elaborado pelo autor FIQUE ATENTO 1) O sentido anti-horário implica em uma medida positiva do ângulo e no sentido horário uma medida negativa. 2) Ao representar os pontos utilizando coordenadas polares são pertinentes algumas ob- servações. Ponto P=O: nesse caso, a distância de P até O é igual a zero (r=0) e o ângulo θ pode ser qualquer valor. Esse ponto representa o polo para qualquer ângulo θ. Ponto P(-r,θ): nesse caso, observe na figura que os pontos (r,θ) e (-r,θ) serão representa- dos na mesma reta, com mesma distância |r| a partir de O, mas em lados opostos em relação à origem. 15 Em coordenadas polares um mesmo ponto pode ter infinitas representações, diferentemente dos pontos em coordenadas cartesianas, onde cada ponto possui somente um par ordenado específico para ele. No exemplo acima, o ponto P(2,3π) foi representado pelo ponto P(2,π), pois o ângulo 3π equivale no círculo trigonométrico ao ângulo de π radianos. Poderíamos usar outras representações para esse ponto, como por exemplo: P(2,5π), P(2,7π), P(2,-π),… 1.2.1 Relação entre coordenadas polares e coordenadas cartesianas Seja um ponto P(x,y) representado no plano cartesiano de tal maneira que o eixo polar coincida com o eixo-x positivo e que possamos representar P(r,θ) como na figura. Da figura, podemos ter as seguintes relações: Exemplos: Marque os pontos utilizando coordenadas polares: Figura 12: Coordenadas cartesianas versus polares Fonte: Elaborado pelo autor Figura 8: O ponto Fonte: Elaborado pelos autores Figura 9: O ponto Fonte: Elaborado pelos autore Figura 10: O ponto Fonte: Elaborado pelos autores Figura 11: O ponto Fonte: Elaborado pelos autores 16 Essas equações permitem encontrarmos x e y desde que conhecemos r e θ, ou seja, transformar coordenadas polares para cartesianas. Temos também: Com essas equações encontramos r e θ conhecendo x e y. Aqui transformamos coordenadas cartesianas em polares. Exemplo: a) Converta o ponto para coordenadas cartesianas. Como podemos usar as seguintes equações: Logo equivale ao ponto em coordenadas cartesianas b) Converta o ponto Q (-2,2) para coordenadas polares. Temos x= -2 e y= 2, podemos usar as seguintes fórmulas: Observe que o ponto está no segundo quadrante, pois x0, logo Podemos representar esse ponto em coordenadas polares da seguinte forma: Lembrando que essa não é a única maneira de representar o ponto Q em coordenadas polares, já que esse tipo de coordenadas admite mais de uma representação em forma de par ordenado. 1.2.2 Curvas em coordenadas polares Podemos escrever qualquer equação de curvas em coordenadas cartesianas, usando as coordenadas polares. Geralmente, o gráfico de uma equação polar é representado por r=f(θ) ou f(r,θ)=0. As curvas mais simples que podem ser representadas em coordenadas polares são as Quais seriam alguns possíveis pares ordenados para representar o ponto Q? VAMOS PENSAR? 17 retas e as circunferências. Logo, equações do tipo representam retas que possuem todos os pontos (r,θ), de tal forma, que o ângulo θ mede 2 ou radianos. A reta θ=2, passa pela origem O e forma um ângulo de 2 radianos com eixo polar, já a reta também passa pela origem O e tem um ângulo de radianos com o eixo polar. As equações de circunferências, principalmente as possuem centro na origem, têm equações polares bem interessantes e simples. Uma equação do tipo r=3, representa uma circunferência de centro de origem e raio 3. Observe que r é a distância do centroao polo, onde todos os pontos (r,θ) distam 3 unidades da origem O. Podemos generalizar e dizer que r=k,k ∈R representa uma equação de uma circunferência com centro na origem e raio igual |k|. Uma equação do tipo r=2 senθ também representa uma circunferência em coordenadas polares. A figura no quadro abaixo é a representação gráfica dessa equação, observe que é uma circunferência. Figura 13: Reta em coordenadas polares Fonte: Elaborado pelos autores Figura 14: Reta em coordenadas polares Fonte: Elaborado pelos autores Circunferências com centro na origem Figura 15: Circunferências com centro na origem Fonte: Elaborado pelo autor 18 Podemos escrever essa equação em coordenadas cartesianas. Para isso, devemos usar as relações que explicitamos acima. Para a equação r=2 senθ, temos: Completando quadrado, temos: Essa é a equação cartesiana de uma circunferência de centro (0,1) e raio 1. No quadro abaixo listamos algumas equações polares e seus respectivos gráficos. Circunferência com centro fora da origem Figura 16: Circunferências com centro fora da origem Fonte:Elaborado pelo autores Rosácea de três folhas r=sen (3θ) Rosácea de 12 folhas r=cos (6θ) Figura 17: Rosácea de três folhas Fonte: Elaborado pelo autor Figura 18: Rosácea de doze folhas Fonte: Elaborado pelo autor Cardioide r=1+cos (θ) Lemniscata r2=-4 cos(2θ) 19 Essas figuras geralmente são esboçadas por meio de calculadoras gráficas, porém, vale ressaltar a importância de relacionar sua expressão algébrica com e seus gráficos. Figura 19: Cardioide Fonte: Elaborado pelo autor Figura 20: Cardioide Fonte: Elaborado pelo autor 20 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Qual o gráfico da equação paramétrica definida como 2. Dado o gráfico da curva a seguir, sua equação paramétrica é? a) b) c) d) e) 21 a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) 3. Dada a equação da seguinte curva y=x3+3, qual é a equação paramétrica dessa curva do ponto (0,3) até (2,11)? 22 5. Dadas as afirmativas abaixo: I. I. O par ordenado em coordenadas cartesianas pode ser escrito em coordenadas polares como II. II. O par ordenado em coordenadas cartesianas pode ser escrito em coordenadas polares como III. III. O par ordenado em coordenadas cartesianas pode ser escrito em coordenadas polares como Podemos afirmar que: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) Todas as afirmativas estão corretas. d) Apenas a afirmativa I está correta. e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 6. Considere a reta r representada a seguir, qual a equação polar? a) b) c) d) e) Podemos afirmar que: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) Todas as afirmativas estão corretas. d) Apenas a afirmativa I está correta. e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 4. Seja o segmento de reta que possui extremidades (3,5) e (-2,4). Em relação a sua equação paramétrica, considere as afirmativas abaixo: I. O vetor diretor para esse segmento é tem extremidade (-5,9); II. A equação parametrizada é definida por III. Para temos um ponto pertencente ao segmento. 23 7. Dada a equação polar da circunferência r=6∙cos(θ), qual será a equação cartesiana? a) (x-3)2+y2=6 b) (x+3)2+y2=9 c) (x-3)2+y2=9 d) x2+(y-3)2=9 e) x2+(y-3)2=6 8. Vimos que em coordenadas polares um mesmo ponto pode ter infinitas representações, indique qual a alternativa possui a mesma representação para o ponto a) b) c) d) e) 24 CURVAS NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL 25 2.1 O ESPAÇO TRIDIMENSIONAL (R³) O espaço tridimensional é orientado por três retas perpendiculares entre si, define- se como origem (O) o ponto comum onde essas retas se interceptam. Esse sistema chamamos de eixos coordenados e essas retas denominamos de eixo-x, eixo-y e eixo-z. Esse sistema de coordenadas define alguns planos essenciais. O plano que contém os eixos x e y é chamado de plano-xy, o plano denominado yz, contém os eixos y e z e, por fim, o plano-xz, contém os eixos x e z. Esses planos coordenados dividem o espaço em oitos partes, que chamamos de octantes. Se P é qualquer ponto no espaço geométrico tridimensional, consideramos: • a a distância (orientada) do plano-yz ao ponto P; • b a distância (orientada) do plano-xz ao ponto P; • c a distância (orientada) do plano-xy ao ponto P. O ponto P é representado pelas coordenadas (a,b,c) de números reais. O ponto P, pode ser localizado partindo da origem, movendo a unidades ao longo do eixo-x; depois, b unidades ao longo do eixo-y e, por fim, c unidades no eixo- z. • INTRODUÇÃO Nesse capítulo veremos como certas figuras são representadas no espaço tridimensional, começaremos com um estudo do próprio espaço tridimensional, passando por equações que representam retas e planos, além do estudo sobre cilindros e superfícies quádricas. Figura 21: Sistema tridimensional Fonte: Elaborado pelo autor Figura 22: Planos coordenados Fonte: Elaborado pelo autor 26 2.2.1 Equação da reta Para representar uma reta S em R³, inicialmente precisaremos de um ponto P0 (x0,y0,z0) pertence à reta S e também de uma direção para essa reta, para isso, utilizaremos um vetor paralelo à reta S. Assim, representaremos a equação da reta de forma vetorial. Em uma equação vetorial da reta r=r0+tv, o parâmetro t pode assumir diversos valores, o vetor v indica a direção da reta S e pode ser escrito em forma vetorial: v= 〈a,b,c〉, multiplicando o vetor v pelo parâmetro t temos: tv= 〈ta,tb,tc〉. Podemos escrever r e r0 como componentes vetoriais: r= 〈x,y,z〉 e r0=〈x0,y0,z0〉, substituindo os componentes vetoriais na equação vetorial da reta, temos: Dois vetores são iguais quando temos uma igualdade entre suas componentes, portanto, teremos as seguintes equações escalares: Essas equações são conhecidas como Equações Paramétricas. Observe que para determinar essas equações precisa-se de um ponto (x0,y0,z0 ) pertencente à reta S e de um vetor v paralelo à S. 2.2 EQUAÇÃO DA RETA E DO PLANO NO R³ Abaixo na Figura 23, temos a representação do P (3,2,-3). Figura 23: Representação de um ponto no R³ Fonte: Elaborado pelo autor Repare que para a marcação desse ponto, partimos da origem e deslocamos 3 uni- dades ao longo do eixo-x, 2 unidades em relação ao eixo-y e -3 unidades na direção do eixo-z. VAMOS PENSAR? 27 Exemplo: Dado o ponto P(2,-1,-2) e o vetor v=-2i+j+k. Encontre a equação vetorial e paramétrica da reta S que passa pelo ponto P e seja paralela ao vetor v. Resolução: Para determinar a equação vetorial, o vetor posição r0 sempre parte da origem até o ponto P. Suas coordenadas são a diferença entre o ponto e a origem do espaço: Sendo assim, r0=2i-j-2k, substituindo na equação r=r0+tv tem-se: Determinando a equação paramétrica: Como já temos a equação vetorial, para ter a equação paramétrica temos: 2.2.2 Equações do plano Para determinar a equação de um plano, necessitamos de um vetor que direciona o plano. Precisaremos que o vetor seja ortogonal ao plano, pois um vetor paralelo não é suficiente para determinar a sua direção. A equação de um plano é dada por um ponto pertencente ao plano e um vetor ortogonal a ele (vetor normal n). Dado um ponto P(x,y,z) qualquer pertencente ao plano, precisamos de um ponto P0 (x0,y0,z0) também pertencente a esse plano. Dessa forma, temos dois vetores r e r0, vetores posições com extremidade em P e P0. Assim, o vetor pertencente ao plano. O vetor n ortogonal ao vetor r-r0, também será ortogonal ao plano. A equação vetorial do plano, é representada da seguinte maneira: Para relembrar como é feita a transformação de um vetor para a forma canô- nica, acesse o livro Geometria Analítica através do link abaixo: https://abre.ai/ iPdk. Verificar a página 143 para ver como é feita no R² e 152 no R³. DOS, S.F.J.; FÁBIO, F.S. Geometria Analítica. [Digiteo Local da Editora]: Grupo A, 2009. 9788577805037. Disponível em: https://abre.ai/iPdo. Acesso em: 25 Jun 2021 BUSQUE POR MAIS 28 Dados o ponto P(-1,-2,1) pertencente a um plano α, e um vetor normal n=〈2,-1,2〉 a esse plano. Determine a equação do plano α. Resolução: Como foram dadas as coordenadas do vetor normal n=〈2,-1,2〉, temos a=2, b=-1 e c=2. O ponto P(-1,-2,1), fornece x0=-1, y0=-2 e z0=1, vamos substituir tais valores na equação: Figura 24: Representação do vetor ortogonal Fonte: Elaborado pelo autor Sabendo que: r: é um vetor posição do ponto P; r0: é um vetor posição do ponto P0; n: é um vetor ortogonal ao plano. FIQUE ATENTO Como n, r e r0 são vetores no R³, podemos reescrever a equação do plano da seguinte maneira: Seja n= 〈a,b,c〉, r=〈x,y,z〉 e r0=〈x,y,z〉 substituindo em n∙(r-r0)=0, temos: 〈a,b,c〉∙(〈x,y,z〉-〈x0 ,y0 ,z0〉)=0 ⟹ 〈a,b,c〉∙〈x-x0,y-y0 ,z-z0〉=0 Esse produto é escalar, logo: a∙(x-x0)+b∙(y-y0)+c∙(z-z0)=0 Essa equação é chamada de equação escalar do plano. Outra forma bastante usual de representar a equação do plano é a equação linear nas variáveis x, y e z. Dada por: ax+by+cz+d=0, onde d=-(ax0+by0+cz0). Lembrando que a,b e c são as coordenadas do vetor normal e x0,y0 e z0 são as coordenadas do ponto que per- tence ao plano. 29 Já discutimos nesse capítulo as superfícies planas. Agora, iremos nos ater a um outro tipo de superfície, conhecida como cilíndricas. Essas superfícies são razoavelmente fáceis de serem esboçadas no espaço tridimensional, para isso, iremos apresentar algumas especificidades importantes que nos ajudarão nessa tarefa. Os cilindros circulares retos são conhecidos por vocês (estudantes), mas nesse capítulo iremos considerar as superfícies cilíndricas de uma maneira mais genérica. Superfícies cilíndrica: Seja uma reta S e uma curva f contida em um plano. Todas as retas paralelas à reta S que interceptam a curva f constituem a superfície cilíndrica. Seja z=-x2+4. A figura representa a superfície cilíndrica referente a essa equação. Observe que qualquer plano y=k (planos paralelos ao plano-xz) intercepta a superfície evidenciando a curva com equação z=-x2+4, que é uma parábola. Quando movimentamos essa parábola ao longo do eixo-y, temos a superfície chamada cilindro parabólico. Na figura podemos também observar as retas geratrizes do cilindro paralelas ao eixo-y e a parábola sendo a diretriz. Quando uma das variáveis x, y ou z não aparecem na equação da superfície, implica que essa equação é referente a uma superfície cilíndrica. A variável ausente na equação indica que as geratrizes estão paralelas ao eixo dessa variável. Na equação anterior, z=-x2+4, repare que não aparece a variável y, logo as retas geratrizes são paralelas ao eixo-y. 2.3 CILINDROS Figura 25: Superfície cilíndrica gerada por uma parábola Fonte: Elaborado pelo autor Em outras palavras, todas as retas paralelas à reta S que que interceptam a curva f fixa constituem a superfície cilíndrica. É como se pudéssemos mover a reta S man- tendo sua inclinação (paralela à S) pela curva f. A reta que se move é denominada geratriz e a acurva fixa que é dada é chamada de diretriz. Figura 26: Superfície cilíndrica 1 Fonte: Elaborado pelo autor 30 A seguir listamos algumas superfícies cilíndricas e algumas das suas características. Representação algébrica Representação Gráfica x2+y2=4 A variável z está ausente para essa equação. Fazendo z=k, temos várias circunferências de centro na origem e raio 2 paralelas ao plano-xy. As geratrizes são retas verticais paralelas ao eixo-z. E a diretriz é a circunfe- rência x2+y2=4. Observe que a superfície é um cilin- dro circular reto com eixo de simetria z. Figura 27: Superfície cilíndrica 2 Fonte:autores x2+z2=1 A variável y está ausente para essa equação. Fazendo y=k, temos várias conferências de centro na origem e raio 1 paralelas ao plano- -xz. As geratrizes são retas verticais paralelas ao eixo-y. E a diretriz é a circunferência x2+z=1 Observe que a superfície é um cilindro circular com eixo de simetria y. Figura 28: Superfície cilíndrica 3 Fonte:Elaborado pelo autor y=2x2+2 A variável z está ausente para essa equação. Fazendo z=k, temos várias parábolas pa- ralelas ao plano-xy. As geratrizes são retas verticais paralelas ao eixo-z. E a diretriz é a parábola y=2x2+2. Observe que a superfície é um cilin- dro parabólico. Figura 29: Superfície cilíndrica 4 Fonte:Elaborado pelo autor 31 Sabemos que uma equação polinomial do segundo grau nas variáveis x e y, do tipo: Representa uma secção cônica no plano. Já uma equação polinomial do segundo grau em três variáveis x, y e z, do tipo: Onde A, B, C, ... J são constantes, representa uma superfície que chamamos de . Essa equação pode se apresentar de forma mais simples quando aplicamos rotações e translações. Dessa forma, temos: Para entendermos com maior facilidade as quádricas vamos analisar secções transversais dessas superfícies em planos paralelos aos planos coordenados. Essas seções possibilitarão a visualização das superfícies. 1) Elipsoide Possui equação: Com a, b e c reais positivos. Para esboçar essa superfície vamos analisar cortes transversais paralelos passando pelos planos coordenados. z=cos(y) A variável x está ausente para essa equação. Fazendo x=k, temos várias curvas (cossenói- des) paralelas ao plano-zy. As geratrizes são retas horizontais paralelas ao eixo-x. E a dire- triz é a curva cossenóide z=cos(y). Observe a superfície cilíndrica. Figura 30: Superfície cilíndrica 5 Fonte:Elaborado pelo autor 2.4 SUPERFÍCIES QUÁDRICAS 32 Cortes Equação Representação da equação Gráfico no plano Plano-xy Elipse Figura 31: Elipse no plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor Plano-xz Elipse Figura 32: Elipse no plano-xy Fonte:Elaborado pelo autor Plano-yz Elipse Figura 33: Elipse no plano-zy Fonte:Elaborado pelo autor Figura 34: Elipsoide Fonte:autores 33 Poderíamos também trabalhar com traços paralelos aos planos coordenados, fazendo: z=k e substituindo na equação da elipsoide: Observe que: Se |k|>c, implica em 0 (positivo). O gráfico para vários planos paralelos ao plano- xy será sempre uma elipse. É importante salientar que existe gráfico para Para x=k e y=k a analise na equação do elipsoide seria a mesma. E teríamos: A curva para os planos paralelos ao plano-yz será sempre uma elipse para A curva para os planos paralelos ao plano-xz será sempre uma elipse para Figura 35: Elipses geradas pelos planos paralelos ao plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor 34 Figura 36: Elipses geradas pelos planos yz e xz Fonte: Elaborado pelo autor Vale ressaltar que se a=b=c o gráfico dessa superfície será uma esfera de raio a e centro na origem. 2) Hiperboloide de 1 folha Possui equação: Com a, b e c positivos. Para esboçar essa superfície vamos analisar cortes transversais paralelos passando pelos planos coordenados. Cortes Equação Representação da equação Gráfico no plano Plano-xy Elipse Figura 37: Elipse no plano-xy Fonte:Elaborado pelo autor Plano-xz Hipérbole Figura 38: Hipérbole no plano-xz Fonte:Elaborado pelo autor 35 Figura 41: Elipses geradas pelos planos paralelos ao plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor Analisando eixos paralelos aos planos coordenados, temos: Para z=k Observe que para z=k a curva para planos paralelos ao plano coordenado xy é uma elipse. Quanto maior o valor de k positivo implica no aumento dos eixos da elipse. Quando fazemos x=k e y=k, ou seja, planos paralelos aos planos yz e xz, respetivamente, temos hipérboles para esses cortes. Plano-yz Hipérbole Figura 39: Hipérbole no plano-yz Fonte:Elaborado pelo autor Figura 40: Hiperboloide Fonte:autores 36 Figura 42: Hipérboles geradaspelos planos paralelos aos planos xz e yz Fonte: Elaborado pelo autor O termo negativo nas equações do hiperboloide de uma folha indica o eixo dessa superfície. 3) Hiperboloide de 2 folhas Possui equação: Analisando os cortes sobre os planos coordenados, temos: 37 Cortes Equação Representação da equação Gráfico no plano Plano-xy Não há curva - Plano-xz Hipérbole Figura 43: Hipérbole no plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor Plano-yz Hipérbole Figura 44: Hipérbole no plano-yz Fonte:Elaborado pelo autor Figura 45: Hiperboloide de 2 folhas Fonte: Elaborado pelo autor 38 Os planos paralelos aos planos coordenados implicam em: Para z=k: Observe que se, k>c, teremos elipse se (a≠b) como curvas nos planos paralelos aos planos coordenados. Os cortes para plano a seguir são hipérboles. Figura 46: Elipses geradas pelos planos paralelos ao plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor x=k y=k Figura 47: Hipérboles geradas pelos planos paralelos ao plano-yz Fonte: Elaborado pelo autor Figura 48: Hipérboles geradas pelos planos paralelos ao plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor 39 Cortes Equação Representação da equação Gráfico no plano Plano-xy Um ponto na origem Figura 49: Ponto na origem - Fonte: Elaborado pelo autor Plano-xz Retas que se interceptam Figura 50: Retas que se intercep- tam na origem no plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor Para a equação O eixo do hiperboloide foi o eixo-z. Observe que as variáveis x e y são negativas e z é positiva. Fazendo diferentes termos com o sinal negativos podemos identificar o eixo do hiperboloide de duas folhas. 4) Cone Se substituirmos 1 por 0 na equação do hiperboloide de uma folha ou de duas folhas, teremos o que chamamos de hiperboloide degenerado, o que nos dá a equação de uma superfície conhecida como cone. Onde a, b e c são positivos. Vejamos os cortes para os planos coordenados: 40 Analisando os planos paralelos aos planos coordenados, para z=k: Quando k≠0 temos duas possibilidades de curvas para os planos: elipses se a≠b, dessa forma, a superfície é denominada cone elíptico. E circunferências se a=b, assim o cone é circular. Plano-yz Retas que se interceptam Figura 51: Retas que se intercep- tam na origem no plano-yz Fonte: Elaborado pelo autor Figura 52: Cone Fonte: Elaborado pelo autor 41 Fazendo x=k e y=k, com k≠0, temos sempre cortes onde as curvas são hipérboles. Cone Elíptico a≠b Cone Circular a=b Figura 53: Cone elíptico Fonte: Elaborado pelo autor Figura 54: Cone circular Fonte: Elaborado pelo autor x=k y=k Figura 55: Hipérboles geradas pelos planos paralelos ao plano-yz Fonte: Elaborado pelo autor Figura 56: Hipérboles geradas pelos planos paralelos ao plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor 42 É importante notar que a superfície cônica é simétrica em relação a um ponto, no caso, a origem. O eixo de cada superfície está ligado à variável negativa em cada equação. 5) Paraboloide Possui equação: Com a e b positivo e c≠0. Cortes Equação Representação da equação Gráfico no plano Plano-xy Um ponto na origem Figura 57: Ponto na origem Fonte: Elaborado pelo autor Plano-xz Parábola Figura 58: Parábola no plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor Plano-yz Parábola Figura 59: Parábola no plano-yz Fonte: Elaborado pelo autor 43 Os planos paralelos aos planos coordenados fornecem informações importantes. Para z=k, temos: Para k≠0, se a≠b teremos elipses nos planos paralelos quando z=k, dessa forma, a superfície é denominada paraboloide elíptico. Se a=b, temos circunferenciais, assim o cone é circular. Outro ponto importante a salientar é, se k≠0 e c>0, nesse caso teremos um paraboloide com a concavidade para cima, se k≠0 e c0 k≠0 e c0 Figura 73: Ponto na origem Fonte: Elaborado pelo autor Figura 74: Elipses no plano-yz Fonte: Elaborado pelo autor y=0 y=k Figura 75: Parábola plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor Figura 76: Parábolas geradas pelos planos paralelos ao plano-xz Fonte: Elaborado pelo autor 49 Diante dessa análise podemos esboçar a superfície. Assim, finalizamos essa unidade e destacamos sua importância para continuação do estudo dos próximos conteúdos. Para z=k, z=0 z=k Figura 77: Parábola plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor Figura 78: Parábolas geradas pelos planos paralelos ao plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor z=0 z=k Figura 77: Parábola plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor Figura 78: Parábolas geradas pelos planos paralelos ao plano-xy Fonte: Elaborado pelo autor 50 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Determine as equações paramétricas da reta L que passa pelo ponto (-2,-3,-2) e é paralela ao vetor 2i+j-k. 2. Determine a equação geral do plano que contém o ponto P(0,3,2) que é paralelo aos vetores u(1,2,0) e v(0,3,1). 3. Determine a equação do plano que passa pelos pontos A(0,-1,1), B(2,1,2) e C(-3,0,2). a) x-5y+3z-13=0 b) x-5y+3z+8=0 c) x-y+3z-7=0 d) x-3y+5z+8=0 e) x-3y+5z+13=0 4. Analisando a seguinte equação determine a superfície representada por ela. a) hiperboloide de duas folhas b) Paraboloide Circular c) Cone circular d) Paraboloide elíptico e) Cone elíptico a) b) c) d) e) a) 2x-y+3z=3 b)-2x+y-3z=-3 c) 2x-2y+3z=3 d) -2x+2y-3z=-3 e) 2x-y+3z=6 51 5. Analisando a seguinte equação determine a superfície representada por ela. a) Cone elíptico b) Cone circular c) Paraboloide elíptico d) Paraboloide Circulare) hiperboloide 6. Das equações abaixo, determine a equação que representa a seguinte superfície quádrica. 7. Das equações abaixo, determine a equação que representa a seguinte superfície quádrica. 8. Das equações abaixo, determine a equação que representa a seguinte superfície cilíndrica. 52 FUNÇÕES E LIMITES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 53 • INTRODUÇÃO Em nossas tarefas diárias podemos utilizar algumas funções de uma variável para descrever certos acontecimentos, porém, alguns fenômenos físicos são descritos por funções que envolvem funções com mais de uma variável. Nesta unidade faremos um estudo analítico e geométrico das funções de duas várias variáveis. Vale destacar que os métodos utilizados podem ser estendidos para funções de três ou mais variáveis. As funções estudadas em cálculo até este momento envolveram apenas uma variável independente. Existem inúmeras aplicações para elas, mas ocorrem situações onde muitos problemas são necessários utilizar várias variáveis independentes. Um exemplo seria para calcularmos o volume de um cone. Para isso, é necessário sabermos a altura e o raio da base do cone, ou seja, o volume do cone depende da altura (h) e do raio (r). O volume V em função de r e h é dado por V(r,h)=(πr² h)/3. Podemos também pensar que a pressão de um determinado gás em um ponto P do espaço depende da sua localização, ou seja, das coordenadas retangulares x, y e z do ponto P. Vale lembrar que, a relação entre os elementos de um conjunto A em um conjunto B será uma função quando todo elemento do conjunto A (chamado domínio) for associado a um único elemento do conjunto B (contradomínio). Uma função de várias variáveis possui a mesma ideia da definição de função, porém, existe uma diferença. Para definir uma função de várias variáveis devemos associar cada par ordenado de um conjunto A a um elemento pertencente ao conjunto B. Por exemplo: Definição: Uma função f de duas variáveis é uma correspondência que associa o par ordenado (x,y)∈A a um único elemento real pertencente ao conjunto B. O conjunto A é chamado de domínio de f, e os possíveis valores de f são chamados de imagem. Em outras palavras, 3.1 FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS Figura 79: Domínio e Imagem de funções com duas variáveis Fonte: Elaborado pelo autor 54 será uma função quando (𝑥,𝑦)∈𝐀 existirá um único 𝑓(𝑥,𝑦)∈𝐁 Exemplo: Dada a função a) Determine a imagem da função f, para o ponto (2,1). Resolução: b) Determine e esboce o domínio de f. Resolução: Para determinar o domínio de f, devemos considerar que o denominador seja diferente de 0. Ou seja, da função Como existe um radical no denominador temos que Assim, analisando as duas condições, temos que o domínio é dado por Ou seja, o domínio é o conjunto (D) de todos os pares ordenados (x,y) tais que, 4x-y2 seja positivo. De outro modo: Dada a função y=x² como seria sua representação gráfica? A partir desse momento devemos pensar se essa função pertence ao R^2 ou R³, dessa for- ma, ambas as representações gráficas são apresentadas a seguir. OBS: Podemos dizer que nas funções de várias variáveis o domínio é um subconjunto do plano (R2). f(x)=x² Figura 80: Parábola Figura 81: Superfície cilíndrica Fonte: autores Domínio: x∈R Imagem: y∈R+ Domínio: (x,y)∈R2 Imagem: z∈R+ Fonte: autores f(x,y)=x² VAMOS PENSAR? 55 A partir disso, fica natural começarmos o estudo dos gráficos de funções de várias variáveis. Os gráficos de uma função que possui apenas uma variável são representados por uma curva. Ao utilizarmos duas variáveis teremos uma superfície com equação igual à z=f(x,y), para uma função f de duas variáveis o gráfico dessa função será o conjunto de todos os pontos (x,y,z)∈R3, tal que o par ordenado (x,y) é um ponto do domínio de f. Exemplo: Faça o esboço do gráfico da função e determine o domínio e conjunto imagem. Resolução: Para fazer o esboço, devemos fazer Elevando ambos os lados da igualdade ao quadrado, temos: Observe que essa equação é característica de uma quádrica, a qual representa o cone. Dessa forma, devemos considerar apenas a parte em que z>0, pois Definição: O gráfico de uma função f:D⊂R2⟶R é o conjunto dos pontos que estão em R3 e que f(x,y) percorre o domínio e z é a imagem da função (parte dependente). Figura 82: Conjunto Domínio Fonte: Elaborado pelo autor 3.2 GRÁFICOS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 56 Sendo assim, temos que D={(x,y)∈R } e a imagem (Im) é dada por Im={z∈R+} Uma outra maneira de observarmos os gráficos será através das curvas de níveis ou curvas de contorno. Para definirmos as curvas de nível de uma função f de duas variáveis utilizamos vários planos paralelos ao plano-xy e projetamos a sua interseção com a superfície nesse plano. 3.2.1 Curvas de nível A curva de nível de uma função é um conjunto dos pontos do domínio onde a função vale k, ou seja k é a imagem da função. Podemos dizer que as curvas de nível também são conjuntos de pontos onde a função possui valores constantes. Vale ressaltar que essas curvas não estão representadas na superfície, mas, sim, no seu domínio (geralmente no plano xy) Exemplo: Seja a função As curvas de nível são aquelas onde o z fica constante. Então fazemos z=k. Para observe que essa equação representa uma circunferência de centro na origem e raio igual raiz quadrada de 1- k. Vamos descrever as curvas de nível • Para k>1, a curva de nível não existe, é vazia. • Para k=1 ⇒ x2+y2=0 ⇒ (x,y)=(0,0), a curva se reduz a um ponto. • Para kno domínio da função. Essa é uma operação que podemos fazer diretamente na função para calcular o limite. Portanto, nesse caso podemos dizer que, o limite de FIQUE ATENTO Agora vamos analisar a seguinte função para determinarmos o limite de g(x,y), vamos analisar seu comportamento quando aproximarmos x e y de zero. Ob- serve, que a função não está definida para x=y=0, mas estamos interessados no compor- tamento da função quando os valores de x e y ficam próximos de zero. : , Tabela 1: Tabela aproximações para g(x,y) Fonte: Elaborado pelo autor 59 f(x,y) quando (x,y) tendem para (2,2) é igual a 6. 2º Caso) Limites calculados usando alguns artifícios Existem também muitas funções que não admitem fazer as substituições diretas. Como no limite a seguir: Se substituirmos diretamente x=2 e y=1 na função encontramos uma indeterminação. Pois (2,1) estão fora do domínio de f, ou seja, a função não está definida para esses valores. Para resolver esse limite, devemos eliminar essa indeterminação. O caminho será, manipular a função algebricamente, reescrevendo a função de uma outra forma utilizando de algumas simplificações, observe: Cancelando o termo (x-2y) do numerador com o termo idêntico do denominador, temos f(x,y)=6y. Essa função é uma função equivalente à função original e, agora, podemos usar a substituição direta, pois não existe nenhuma restrição no domínio da função. Note que, mesmo após simplificar a função, podemos calcular o limite, mesmo não aparecendo a variável x. Resumindo, são muitos os limites de funções de duas variáveis que, incialmente, entram numa condição de indeterminação, ao fazer algumas manipulações algébricas, podemos eliminar essas indeterminações e calcular o limite de maneira direta. 60 Vale ressaltar que os teoremas do limite da soma, do produto, do quociente, limites no infinito e outros também são válidos aqui. BUSQUE POR MAIS 61 Para melhor compreensão do estudo de limites de funções de duas variáveis Disponível em: https://abre.ai/iU5L. Acesso em: 23 jan. 2023. Concentre seu estudo nas páginas 917 a 922. 62 Para funções contínuas de duas variáveis podemos usar a mesma ideia de substituição direta. Dessa forma, definimos: Uma função f:A⟶R é contínua em um ponto (x0,y0 )∈A se, e somente se: Em resumo, a função é contínua, quando o limite com (x,y) tendendo para (x0,y0 ) de f(x,y) for igual ao valor da função no ponto. Já a função f é contínua no domínio R se f for contínua em todos os pontos do domínio. Vale ressaltar que se um ponto (x,y) possui uma pequena variação em uma quantidade, a função f(x,y) sendo contínua, também teremos uma pequena variação para f(x,y). Isso implica que a superfície correspondente ao gráfico de f(x,y) será contínua, ou seja, não apresenta buracos. Existem três condições importantes em torno da ideia de continuidade em um ponto que devemos ficar atentos: 1. A função f deve estar definida no ponto (x0,y0 ) , isto é, (x0,y0 ) ∈Df; 2. Deve existir: 3. O limite deve ser igual ao valor da função f no ponto (x0,y0): Para determinarmos se uma função de duas variáveis f é contínua ou não em um ponto, essas três condições devem ser satisfeitas. Caso alguma dessas condições for falha, dizemos que a função é descontínua nesse ponto. Exemplos: 1) Para quais valores a função é contínua? Observe que a função não está definida para (0,0), como a função é racional, o denominador deverá ser diferente de zero. Logo ela é descontínua para esse ponto. 3.3.2 Continuidade Para funções contínuas de uma variável o cálculo do limite pode ser feito por substituição direta. Uma função é contínua quando: Função contínua z=x^2 y+2xy Figura 85: Função contínua Fonte: Elaborado pelo autor Figura 86: Função contínua Fonte: Elaborado pelo autor 63 2) Seja a função com f(x,y)=L. Qual valor de L a função será contínua quando (x,y) tende a (3,3)? Para a função f(x,y) ser contínua em (3,3) o limite dessa função deve existir, então: Para eliminar essa indeterminação, devemos utilizar as técnicas de fatoração: Repare que a função não apresenta mais problema de indeterminação, logo, o limite pode ser calculado por substituição direta: Portanto, a função f(x,y) será contínua em (3,3) se L=12. 64 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Determine o domínio da função 2. Determine o domínio da função 3. Determine o limite da seguinte função 4. Determine o limite da seguinte função 65 5. Determine o domínio da função determine o limite quando (x,y) tende a (2,1). 6. Determine o intervalo em que a função 7. Qual o conjunto dos pontos de continuidade da função 66 8. Considerando a função , analise as sentenças abaixo: Podemos afirmar que: a) Apenas a alternativa I está correta b) Apenas a alternativa II está correta c) Nenhuma das alternativas estão corretas d) As alternativas I e II estão corretas e) Apenas a alternativa III está correta I. II. A função é descontínua para o ponto (0,0); III. 67 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS 68 • INTRODUÇÃO Nessa unidade abordaremos conceitos importantes para o cálculo envolvendo funções de duas variáveis, as ideias aqui utilizadas são uma extensão do cálculo de uma variável e podem ser expandidas para várias variáveis. 'Quando estudamos derivadas para função de uma variável, imediatamente associamos à ideia de taxa de variação. Basicamente a taxa de variação mede o quanto a variável dependente se modifica em relação à variável independente. Como exemplo, podemos citar a posição (s é a variável dependente) de uma partícula que está se movendo. Então, a taxa de variação da posição em relação ao tempo (t é a variável independente) é a velocidade. Levando esse conceito para as funções de duas variáveis, podemos analisar a seguinte função: f(x,y)=4-x2-y2, e o ponto (x,y)=(1,1). Fixando x=1 e variando y arbitrariamente, temos: Dessa forma, a função g(y) é uma função de uma variável (y) e representa uma parábola. A função f(x,y)=4-x2-y2 é um paraboloide no espaço, como a figura a seguir. Observe que a parábola é uma função de uma variável contida no gráfico (superfície) da função f(x,y). Ao fixarmos um valor para y e variarmos x, também obteremos uma equação de parábola (h(x)=3-x^2 ), contida no gráfico da superfície gerada por f(x,y). Em resumo, dada uma função f de duas variáveis, fixamos uma das variáveis e deixamos a outra variar. Chegaremos assim em funções de uma variável que estão contidas no gráfico de f, uma com variação em y e outra com variação em x. Podemos obter a derivada dessas funções de uma variável, possuindo os mesmos significados estudados anteriormente (taxa de variação), como também, suas especificidades (ponto de máximo, ponto de mínimo, identificar se a função é crescente 4.1 DERIVADAS PARCIAIS Figura 87: Parábolas representadas no paraboloide Fonte: Elaborado pelo autor 69 As seguintes notações também podem ser usadas para representar as derivadas parciais: Considerando z=f(x,y), temos: A definição formal para derivadas parciais é similar à definição para derivadas de uma variável. Dada uma função f(x,y), as derivadas parciais de f em relação à x e a y serão as funções: Exemplo: Dada a função f(x,y)=6x2 y3, determine fx (x,y), fy (x,y) e fx (3,1): Resolução: Para determinarmos fx (x,y), vamos considerar a variável y como uma constante e derivamos a função em relação x. Para determinarmos fy (x,y), vamos considerar a variável x como uma constante e derivamos a função em relação à y. Para determinarmos fx (3,1), basta substituir os valores x=3 e y=1 na função fx (x,y)=12xy3. Dada a função f(x,y)=x^2 y sen(y), vamos determinar Considerando a variável x como uma constante e derivando em função de y, podemos utilizar a regra do produto para determinar A regra do produto para funções de uma variável, do tipo h(x)=f(x).g(x)é dada por: ou decrescente etc.). Retomando as funções: Ao derivamos essas funções, temos: Essas derivadas, são conhecidas como derivadas parciais de f(x,y). Para expressar as derivadas parciais utilizamos a seguinte notação: FIQUE ATENTO As regras de derivação para funções de uma variável valem para as derivadas parciais. Como por exemplo a regra do produto e a regra do quociente. 70 A regra do produto em relação à x para uma função de duas variáveis, do tipo h(x,y)=f(x,y).g(x,y) será dada por: Em relação à y, será: Voltando ao exemplo, temos que: Agora vamos precisar utilizar a regra da cadeia, que é definida por: Seja uma função z=f(x,y) derivável, com x=g(t) e y=h(t) derivaveis em t. Observe que z depende de x e y. Como x e y dependem de t, podemos afirmar que z também depende t. Então, z é uma função derivável em t e a derivada de z em relação à t é dada por: Exemplo: Seja a função z=x2+3xy, onde x=sen(3t) e y=cos(3t). Determine para t=0. Observe que a função z depende de x e y. Como x e y dependem de t, temos que z também depende de t. O que ocorre é uma função composta. Então: Como t=0, temos: 71 Então: 4.4.1 Interpretação geométrica das derivadas parciais No início dessa seção discutimos uma ideia inicial de derivadas parciais. Analisando a função f(x,y)=4-x2-y2, fixaremos uma das suas variáveis com um valor numérico constante. Sejam os pontos R(x,y,0) e S(x+h,y,0), por esses pontos podemos traçar um plano paralelo ao plano-xy, que intercepta a superfície gerada pela função f(x,y), formando uma curva C, como na figura. Consideramos os pontos P e Q pertencente à C e que suas projeções no plano-xz são R e S, respectivamente. Observe que podemos calcular o coeficiente angular mPQ da reta secante rPQ que passa pelos pontos P e Q contidos no plano paralelo ao plano-xz. Fazendo o limite de mPQ com h tendendo para 0, temos a derivada parcial de f(x,y) em relação à x, ou seja, essa derivada parcial é o coeficiente angular da reta tangente r a curva C no ponto P (Veja na figura anterior). Se tivéssemos escolhidos pontos R e S de tal maneira que pudéssemos traçar um plano paralelo ao plano-yz passando por esses pontos, poderíamos analogamente verificar que fy (x,y) é o coeficiente angular da reta tangente à curva que passa por P. Exemplo: Podemos pensar na mesma função anterior f(x,y)=4-x2-y2 e fx (1,1) , a representação geométrica da derivada será: Figura 88: Representação da curva C Fonte: Elaborado pelo autor 72 4.4.2 Derivadas de segunda ordem Seja f uma função de duas variáveis, teremos suas derivadas parciais fx e fy também como funções de duas variáveis. Podemos derivar parcialmente essas funções, fazendo(fx)x e (fy)y. Essas novas derivadas são conhecidas como derivadas parciais de segunda ordem. E usamos as seguintes notações: Quando escrevemos fxy, implica que devemos diferenciar primeiro em relação à x e depois em relação à y e fyx indica que devemos derivar primeiro em relação à y e depois em relação à x. Essas derivadas fxy e fyx são conhecidas como derivadas parciais segundas mistas de f. Exemplo: Seja a função f(x,y)= 5x2 y-4x4 y5+6x determine as derivadas parciais segundas. Vamos determinar as derivadas fxx, fyy,fxy e fyx: 1) A derivada primeira da função em relação à x é: Logo, a derivada segunda em relação à x: 2) A derivada primeira da função em relação à y é: Figura 93: Reta tange à parábola Fonte: Elaborado pelo autor Sabemos que f representa um paraboloide e que o plano y=1 condiciona a parábola z=- 3-x2. Também, sabemos que a curva C é a interseção da superfície com o plano. Dessa forma, a inclinação da reta tangente r a essa parábola no ponto P(1,1,2) será: fx (x,y)=-2x ⇒ fx=m=-2 73 Logo, a derivada segunda em relação à y: 3) A derivada de segunda ordem mista fxy é: 4) A derivada de segunda ordem mista fyx é: Observe no exemplo anterior que fxy=fyx. Isso não é coincidência, essa igualdade pode ser descrita rigorosamente por um teorema, para isso: Para uma função f de uma variável, ser derivável em um determinado ponto garante a existência de uma reta tangente. Em outras palavras, para essas funções, ser derivável garante que a função é contínua e que possui especificidades relevantes para que seja aproximada pela reta tangente. Para funções de duas variáveis não é bem assim que funciona. Inicialmente, é importante ressaltar que possuir derivadas parciais não garante que a função seja contínua, ou seja, só ter derivadas parciais não é suficiente para que uma função de duas variáveis tenha um comportamento regular (continuidade). Sabemos que o gráfico de uma função de duas variáveis é uma superfície, podendo ser contínua ou não. Apenas com essas informações não podemos garantir que a superfície não possui quebras (descontinuidades). Logo, a existência de um plano tangente será uma condição suficiente em que as derivadas parciais deverão ser funções contínuas. Podemos analisar essa situação como fizemos para funções de uma variável. Ampliando um ponto na superfície, a qual representa o gráfico de uma função de duas variáveis, iremos observar que cada vez mais perto desse ponto não conseguiremos distinguir a superfície e o plano tangente naquele ponto, ou seja, a superfície se parece cada vez mais com o plano. Para definirmos planos tangentes iremos partir da seguinte ideia: Verifique esse teorema e outros exemplos nas páginas 934 e 935, do livro Cál- culo - V2 de Howard, Bivens e Davis, disponível em: https://abre.ai/iW5A. Acesso em: 23 jan. 2023 BUSQUE POR MAIS 4.2 PLANOS TANGENTES 74 Para qualquer plano que passa por P(x0,y0,z0) temos a equação: Vamos dividir toda a equação por C: Essa equação (I) representa o plano tangente no ponto P. Se pensarmos na interseção desse plano com o plano vertical y=K2, teremos uma reta r1 como resultado dessa interseção. Então, fazendo y=y0, temos: Seja uma função z=f(x,y), onde sua representação gráfica é uma superfície S. Essa função admite derivadas parciais de primeira ordem contínuas e também um ponto P(x0,y0,z0 ) pertencente à S. Traçando planos verticais x=K1 e y=K2 as suas interseções com a superfície S, serão as curvas C1 e C2, de tal forma que o ponto P pertença a essas duas curvas (figura). Por fim, considerando r1 e r2 as retas tangentes às curvas C1 e C2 respectivamente, termos o plano tangente à superfície S no ponto P, que é determinando pelo plano que contém as retas tangentes r1 e r2. Figura 89: Plano tangente a superfície no ponto P Fonte: Elaborado pelo autor Para qualquer curva C que pertença à superfícies S e passe por P, possui reta tangente que está contida ao plano tangente daquele ponto. Vale ressaltar que na figura anterior estão representadas apenas duas retas tangentes, porém, temos uma infinidade de retas tangentes nesse ponto. VAMOS PENSAR? 75 Repare que essa expressão é a equação de uma reta com inclinação a. No tópico sobre interpretação geométrica das derivadas parciais vimos que a inclinação da reta tangente r1 é dada por fx (x0,y0), logo a=fx (x0,y0). Analogamente, substituindo x=x0 na equação (I), teremos a equação da reta tangente r2, que é interseção do plano vertical y=K1 como plano tangente. Essa interseção resulta z-z0=b(y-y0). Onde podemos fazer b=fy (x0,y0). Resumindo: Se f é uma função de duas variáveis e possui derivadas parciais de primeira ordem contínuas, uma equação do plano tangente a superfícies de f em um ponto P(x0,y0,z0) é dada por: Exemplo: Dada a superfície 6 ache a equação do plano tangente a essas superfícies que passa pelo ponto Para iniciar devemos escrever a equação da superfície z=f(x,y): Calculando as derivadas parciais fx e fy: Podemos definir a equação do plano tangente no ponto por meio da fórmula: