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Aula 21/03 – não tem arquivo LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: • 1602 – Regulamentada a pesca de baleia • 1605 – Foi estabelecido condições para a exploração de pau-brasil • 1760 – Normas tais como: proibia o corte de arvores de mangues, declarava propriedade da coroa portuguesa e vegetação marginal ao mar e aos rios que desembocavam no mar • República: • 1916 – Código civil brasileiro – normas em relação as questões ambientais • 1934 – Constituição, surgem os 3 primeiros códigos ecológicos, o Códigos das águas, o Florestal e o de Mineração • 1940 – Novo Código Penal incorpora a aplicação de penas e condutas lesivas ao meio ambiente, mas ainda sob a ótica da saúde pública. • 1981 – Lei 9.938/81 – estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (Conselho Nacional do meio ambiente) – prevê a competência do ministério público em propor a ação civil para a reparação de danos causados ao meio ambiente, o legislador passa a tratar o meio ambiente enquanto um sistema integrado • 1985 – Lei 7.347/85 – regula a ação civil pública – amplia suas competências com a criação do inquérito civil público • 1986 – CONAMA – editou a resolução 01/86 que trata do estado do relatório de impacto ambiental • 1988 – Constituição – o meio ambiente foi alçado ao status de norma constitucional – cultura e o meio ambiente separado – um capítulo exclusivo ao tema do capítulo IV – pessoa física (restrição da liberdade) e jurídica está sujeita à lei penal • 1998 – lei 9.605/98 – lei dos crimes ambientais – incorpora o conceito de cultura e meio-ambiente associado – tipifica ações e condutas lesivas ao meio ambiente construído, combinando-lhes penas cabíveis. Regulamentação da previsão de aplicação de pena a pessoa jurídica ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL – EIA • E um dos instrumentos da política nacional do meio ambiente e foi instituído pela RESOLUÇÃO CONAMA N° 001/86 de 23/01/1986. • Atividades utilizadoras de Recursos ambientais considerados de significativo potencial de degradação ou poluição dependerão do estudo prévio de impacto Ambiental (EIA) e respectivo relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para seu licenciamento ambiental. • Neste caso o licenciamento ambiental apresenta uma séria de procedimentos específicos, inclusive a população interessada ou afetada pelo empreendimento. O AMBIENTE NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: • Princípios constitutivos do direito do meio ambiente 1 – Ambiente ecologicamente equilibrado – direito fundamental da pessoa humana – direito a vida 2 - Natureza pública – fruição coletiva e solidária – indisponibilidade 3 – Controle do poluidor pelo poder público 4 – Consideração da variável ambientalista na decisão de políticas públicas 5 – Participação comunitária cooperação entre estado e sociedade 6 – Responsabilização – poluidor pagador 7 – Prevenção – preocupação • Direito do ambiente Conceito – complexo de princípio e normas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando a sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações. • Preocupações principais Proteção do patrimônio ambiental nacional Conceito: conjunto de bens caracterizados como tal e destinados ao usufruto da comunidade Compreende – elementos: - Patrimônio ambiental cultural - Patrimônio ambiental artificial - Patrimônio ambiental natural • Patrimônio cultural: Bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade de ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade Formas de expressão Modos de criar, fazer e viver Criações científicas, artísticas e tecnológicas Obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados as manifestações artístico-culturais • Patrimônio artificial Meio ambiente construído ou artificial Construções que provem da ação transformadora do homem Ex.: obras de arte, equipamentos urbanos, áreas de lazer, praças, parques • Patrimônio ambiental cultural: Recursos naturais protegidos: Água, ar solo, fauna e flora • Proteção as águas: Usos desejáveis - Abastecimento para consumo direto - Abastecimento para usos domésticos - Irrigação - Conservação flora e fauna - Recreação - Geração de energia - Transportes - Diluição de despejos Classificação das águas (Resolução CONAMA 357/2005) Doces: - Classe especial: abastecimento com desinfecção - Classes: 1, 2, 3 e 4 Salinas: - Classe espacial: preservação de ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral - Classes: 1, 2 e 3 Salobras: - Classe especial: preservação de ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral - Classes: 1, 2 e 3 Águas – legislações • Constituição federal – Arts. 20, 21 e 22 • Código de águas – decreto 24.643/34 • Código florestal – lei 4.771/65 • Lei 9.433/97 – política nacional de gerenciamento de recursos hídricos • Lei 11.445/07 – diretrizes nacionais para o saneamento básico Proteção do ar Efeitos globais • Chuvas acidas – danosas à vegetação, agricultura e condições atmosféricas • Redução da camada de ozônio – efeito dos compostos de cloro na atmosfera • Efeito estufa – concentração de CO2 por aportes de metano, clorofluorcarbonetos, óxidos de nitrogênio, queimadas e desmatamentos Espaços espacialmente protegidos • Parques e estações ecológicas • Reservas ecológicas e extrativistas • Áreas de proteção ambiental – APA • Áreas de proteção aos mananciais – APM • Unidades de conservação • Áreas de preservação permanente – APP • Áreas de reserva legal (20% sul) • Áreas verdes urbanas Proteção especial • Áreas de preservação permanente – APP - Matas ciliares - Florestas e vegetação de nascentes - Corredores de fauna - Topos de morro - Supressão somente mediante autorização Proteção da fauna • Proibição da caça, do comércio, perseguição, destruição, apanho, exportação, importação sem autorização especial do IBAMA • Divide-se em: terrestre, aquática, abissal • Principais legislações - Decreto 24.643/34 – código águas - Decreto lei 2.848/40 – Código penal - Lei 4.504/64 - código da terra - Lei 4.771/65 – código florestal - Decreto – lei 221/67 - código de pesca - Decreto – lei 227/67 – código e mineração - Lei 6.766/78 – parcelamento do solo • Conceitos básicos - Meio ambiente - conjunto de condições leis, influencias e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas - Qualidade do meio ambiente – bem ou patrimônio, cuja preservação, recuperação ou revitalização se tornou um imperativo do poder público – boas condições de bem, estar do homem e seu desenvolvimento • Constituição federal - Buscou compatibilizar: 1 – Desenvolvimento e econômico e social; 2 - Preservação da qualidade do meio ambiente - Conciliação desses tópicos consiste no chamado desenvolvimento sustentável • Desenvolvimento sustentável - Consiste na exploração equilibrada dos recursos naturais, nos limites da satisfação das necessidades e do bem-estar da presente geração, assim como de sua conservação no interesse das gerações futuras • Constituição federal - Art. 225 – todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para os presentes e suturas gerações - Incumbe ao poder público • Preservar e restaurar processos ecológicos – manejo • Preservar a biodiversidade e o patrimônio genético • Unidades de preservação • Estudos prévios de imposto ambiental • Interferência do poder público nas atividades • Educação ambiental • Proteção à fauna e a flora - Consequênciasdos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação. Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do mesmo. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e o grau de alteração esperado. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. Conclusão e comentários gerais. PARA A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL TEMOS UM ESTUDO DE EIA E DE RIMA. Aula 25/04 – Não temos esse arquivo I SEMINÁRIO INTERNACIONAL “PROMOVENDO CONTRUÇÕES E REFORMAS SUSTENTÁVEIS” A CONSTRUÇÃO CIVIL NO PANORAMA AMBIENTAL A construção civil é uma das atividades de maior impacto ambiental 40% dos recursos naturais extraídos são destinados a industrial da construção civil 70% dos Resíduos sólidos urbanos são provenientes de construção e demolições 50% do consumo de energia elétrica é destinada para a operação das edificações 80% do Custos de um edifício de ciclo de vida de 50 anos são referentes ao uso e ocupação Na etapa de projeto é definido 80% dos custos de uma obra. GTS (Grupo de Trabalho de Sustentabilidade) Recomendações básicas para projeto de arquitetura OBJETIVO: Atuar como um importante interlocutor entre a sociedade, o poder público e a universidade de para a formulação de diretrizes que nortearam os novos procedimentos para um ambiente construído sustentável. CONTEÚDO Elenco de pontos básicos na conceituação do que é uma obra sustentável e procedimentos preliminares que levaram a uma ação em prol da redução do impacto ambiental causado pelas obras civis. FONTE Troca de conhecimentos, debates, interação com pessoas e entidades com diferentes experiências participação efetiva nas entidades aglutinadoras de experiências sobre o tema como o CBCS (Conselho Brasileiro de Construção SUSTENTAVEL) o GBC Brasil e o Movimento Nova São Paulo – Outra cidade. CONCEITOS BÁSICOS A sustentabilidade enquanto processo e intenção O tripé de critérios universais de aplicação simultânea: Prudência ecológica, equidade social e eficiência econômica leva a busca de soluções especificas, únicas e originais. Trabalho coletivo (rede) Certificação como reconhecimento do trabalho desenvolvido e sinalizador Flexibilidade e durabilidade Marketing e endo marketing Custos PRINCIPIOS BÁSICOS Redução do consumo de energia Redução do consumo de água Escolha adequada dos materiais Reciclar, reutilizar e reduzir os resíduos Qualidade ambiental externa e interna Aproveitamento das condições locais Implantação e análise do entorno Condição pós-uso Inovação SUSTENTABILIDADE E ARQUITETURA Duas diretrizes principais: DURABILIDADE: Nega a ideia de edifício descartável FLEXIBILIDADE: Diferentes usos ao longo do tempo MINIMIZAR: Consumo de energia Consumo de água Consumo de materiais naturais Produção de entulhos Impactos ambientais MAXIMIZAR: Antagônico Eficácia do abrigo Conforto do usuário Uso de técnicas passivas Maior e melhor desempenho do usuário USO EFICIENTE DA ENERGIA Especificação de equipamentos com menor consumo e melhor eficiência possível na utilização do gás natural para todos os fins Automatização de transporte vertical com otimização de carga e menor consumo energético possível Iluminação de baixo consumo energético em todo o edifício nas áreas comuns de uso continuo e iluminação incandescente com acionadores por sensor de presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente. Esse princípio também é valido para as áreas privadas. Planejamento do consumo energético e utilização de equipamentos para gerar energia em período de pico Melhor aproveitamento possível da iluminação natural levando em conta a necessidade de seus controles Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência da radiação solar direta através da adoção de soluções arquitetônicas tipo brises-soleil, venezianas, telas termo-screan externas, prateleiras de lux, vidros especiais que dispensam o uso de brises, etc. Implementação e otimização de ventilação natural. Adoção preferencial de acabamentos claros nas áreas de incidência solar Tratamento das coberturas dos edifícios analisando a possibilidade de implementação de áreas verdes ou caso esta solução não seja possível, utilizar pinturas reflexivas para diminuir a absorção de calor para o edifício. Uso de soluções alternativas de produção de energia como a eólica e a solar, de acordo com as condições locais. A indústria brasileira está se tornando cada vez mais forte na produção de equipamentos para estes fins, tornando viáveis estes projetos. Captação, armazenamento e tratamento de aguas pluviais para reutilização na irrigação, limpeza, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos para agua não potável. Utilização de bacias acopladas e válvulas especiais com o fluxo opcional por descarga ou de sistema a vácuo. Reaproveitamento das aguas de lavagem, com tratamento local para utilização sanitária Utilização de torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por pressão em todas as aplicações passiveis. PROPOSTAS PARA A ELABORACAO DE POLITICAS PUBLICAS PARA O INCENTIVO DE SOLUCOES SUSTENTAVEIS NAS OBRAS E EDIFICACOES Plano diretor: Alteração das definições e procedimentos existentes na legislação que regulamenta o plano diretor e as restrições de uso e ocupação do solo: - Nível de térreo, caixa de retardo, reuso de agua, telhado ver, calçadas permeáveis, medição individualizada, Selo de eficiência energética fornecido pelo Procel, separação e coleta do lixo. -Aprovação de projeto por avaliação de desempenhos: -Regulamentar selos e certificados de eficiência e desempenho que possibilitem a avaliação de projetos sustentáveis pelo poder municipal: Ex.: selo de eficiência energética fornecida pelo procel. -Agilização de procedimentos de aprovação para projeto que contemplem tecnologias e soluções sustentáveis. DESONERACO DE IMPOSTOS COMO CONTRAPARTIDA A INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS E SOLUCOES SUSTENTÁVEIS NA CONSTRUCAO Desoneração de impostos progressivos ou proporcionais ao fator de investimento feito na obra com o objetivo de reduzir o impacto ambiental. Para justificar a desoneração o poder público reduziria investimentos necessários advindos de encargos de obra que demandam a infraestrutura urbana. SLIDE SISTEMAS CONSTRUTIVOS SUSTENTÁVEIS Construção Sustentável: Um sistema construtivo que promove alterações consistentes no entorno de forma a atender as necessidades de habitação do homem moderno preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. NOVE PASSOS PARA SE CHEGAR A UMA CONSTRUCAO SUSTENTÁVEL: Planejamento sustentável da obra, aproveitamento passível dos recursos naturais, eficiência energética, gestão e economia da agua, gestão dos resíduos da edificação, qualidade do ar e do ambiente interior, conforto termo acústico, uso racional de materiais, uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis. Solo-cimento: Vantagens: Fabricados sem a queima, custo final reduzido até 20%, regularidade das formas requer argamassa de assentamento de espessura mínima e uniforme, pode dispensar o uso de revestimentos, devido aos furos interno possui propriedades termo acústicas, permite o embutimento de tubulações elétricas e hidráulicas evitando a quebra de paredes e desperdícios de resíduos. Pisos drenante: É um concreto permeável a agua que aplicado sob superfícies planas ou levemente curvadas permitirá que as afuas de percolaçãose infiltrem continuamente para o suporte inferior, não deixando causar erosão ou assoreamento da base. Telhado Verde: Um telhado verde é uma alternativa viável e sustentável perante os telhados e lajes convencionais, por que facilita o gerenciamento de grandes cargas de aguas pluviais, melhoria térmica, serviços ambientais e novas áreas de lazer. Vidros Refletivos: Controlam a entrada de calor sem restringir a luz natural. Madeira Plástica: É muito semelhante a madeira convencional, mas é totalmente reciclável e com uma relação de custo benefício maior, além de preservar o ambiente por reduzir o desmatamento florestal a madeira plástica também evita o surgimento de pragas como cupins, traças e roedores que são atraídos pela madeira convencionais. Tintas Naturais: Tintas à base de aguas, ceras e óleos vegetais, resinas naturais com pigmentação minerais, recomendáveis para um equilíbrio sustentável nos ambientes, pois não tem odor e não utilizam metais pesados. Será possível uma sociedade sustentável sem uma Epílogo: Alfabetização Ecológica Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras. Para realizar essa tarefa, podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo de ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de microorganismos. Para compreender essas lições, precisamos aprender os princípios básicos da ecologia. Precisamos nos tornar, por assim dizer, ecologicamente alfabetizados.1 Ser ecologicamente alfabetizado, ou "ecoalfabetizado", significa entender os princípios de organização das comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis. Precisamos revitalizar nossas comunidades — inclusive nossas comunidades educativas, comerciais e políticas — de modo que os princípios da ecologia se manifestem nelas como princípios de educação, de administração e de política.2 A teoria dos sistemas vivos discutida neste livro fornece um arcabouço conceituai para o elo entre comunidades ecológicas e comunidades humanas. Ambas são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios básicos de organização. Trata-se de redes que são organizacionalmente fechadas, mas abertas aos fluxos de energia e de recursos; suas estruturas são determinadas por suas histórias de mudanças estruturais; são inteligentes devido às dimensões cognitivas inerentes aos processos da vida. Naturalmente, há muitas diferenças entre ecossistemas e comunidades humanas. Nos ecossistemas não existe autopercepção, nem linguagem, nem consciência e nem cultura; portanto, neles não há justiça nem democracia; mas também não há cobiça nem desonestidade. Não podemos aprender algo sobre valores e fraquezas humanas a partir de ecossistemas. Mas o que podemos aprender, e devemos aprender com eles é como viver de maneira sustentável. Durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de maximizar a sustentabilidade. Essa sabedoria da natureza é a essência da ecoalfabetização. Baseando-nos no entendimento dos ecossistemas como redes autopoiéticas e como estruturas dissipativas, podemos formular um conjunto de princípios de organização que podem ser identificados como os princípios básicos da ecologia e utilizá-los como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis. O primeiro desses princípios é a interdependência. Todos os membros de uma comunidade ecológica estão interligados numa vasta e intrincada rede de relações, a teia da vida. Eles derivam suas propriedades essenciais, e, na verdade, sua própria existência, de suas relações com outras coisas. A interdependência — a dependência mútua de todos os processos vitais dos organismos — é a natureza de todas as relações ecológicas. O comportamento de cada membro vivo do ecossistema depende do comportamento de muitos outros. O sucesso da comunidade toda depende do sucesso de cada um de seus membros, enquanto que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo. Entender a interdependência ecológica significa entender relações. Isso determina as mudanças de percepção que são características do pensamento sistêmico — das partes para o todo, de objetos para relações, de conteúdo para padrão. Uma comunidade humana sustentável está ciente das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comunidade significa nutrir essas relações. O fato de que o padrão básico da vida é um padrão de rede significa que as relações entre os membros de uma comunidade ecológica são não-lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Cadeias lineares de causa e efeito existem muito raramente nos ecossistemas. Desse modo, uma perturbação não estará limitada a um único efeito, mas tem probabilidade de se espalhar em padrões cada vez mais amplos. Ela pode até mesmo ser amplificada por laços de realimentação interdependentes, capazes de obscurecer a fonte original da perturbação. A natureza cíclica dos processos ecológicos é um importante princípio da ecologia. Os laços de realimentação dos ecossistemas são as vias ao longo das quais os nutrientes são continuamente reciclados. Sendo sistemas abertos, todos os organismos de um ecossistema produzem resíduos, mas o que é resíduo para uma espécie é alimento para outra, de modo que o ecossistema como um todo permanece livre de resíduos. As comunidades de organismos têm evoluído dessa maneira ao longo de bilhões de anos, usando e reciclando continuamente as mesmas moléculas de minerais, de água e de ar. Aqui, a lição para as comunidades humanas é óbvia. Um dos principais desacordos entre a economia e a ecologia deriva do fato de que a natureza é cíclica, enquanto que nossos sistemas industriais são lineares. Nossas atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos em produtos e em resíduos, e vendem os produtos a consumidores, que descartam ainda mais resíduos depois de ter consumido os produtos. Os padrões sustentáveis de produção e de consumo precisam ser cíclicos, imitando os processos cíclicos da natureza. Para conseguir esses padrões cíclicos, precisamos replanejar num nível fundamental nossas atividades comerciais e nossa economia.3 Os ecossistemas diferem dos organismos individuais pelo fato de que são, em grande medida (mas não completamente), sistemas fechados com relação ao fluxo de matéria, embora sejam abertos com relação ao fluxo de energia. A fonte básica desse fluxo de energia é o Sol. A energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das plantas verdes, aciona a maioria dos ciclos ecológicos. As implicações para a manutenção de comunidades humanas sustentáveis são, mais uma vez, óbvias. A energia solar, em suas muitas formas — a luz do Sol para o aquecimento solar e para a obtenção de eletricidade fotovoltaica, o vento e a energia hidráulica, a biomassa, e assim por diante — é o único tipo de energia que é renovável, economicamente eficiente e ambiental mente benigna. Negligenciando esse fato ecológico, nossos líderes políticos e empresariais repetidas vezes ameaçam a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo. Por exemplo, a guerra de 1991 no Golfo Pérsico, que matou centenas de milhares de pessoas, empobreceu milhões e causou desastres ambientais sem precedentes, teve suas raízes, em grande medida, nas maldirecionadas ações políticas sobre questões de energia efetuadas pelas administrações Reagan e Bush. A descrição da energia solar como economicamente eficiente presume que os custos da produção de energia sejam computados com honestidade. Não é esse o caso na maioria das economias de mercado da atualidade. O chamado mercado livre não fornece aos consumidores informações adequadas, pois os custos sociais e ambientaisde produção não participam dos atuais modelos econômicos.4 Esses custos são rotulados de variáveis "externas" pelos economistas do governo e das corporações, pois não se encaixam nos seus arcabouços teóricos. Os economistas corporativos tratam como bens gratuitos não somente o ar, a água e o solo, mas também a delicada teia das relações sociais, que é seriamente afetada pela expansão econômica contínua. Os lucros privados estão sendo obtidos com os custos públicos em detrimento do meio ambiente e da qualidade geral da vida, e às expensas das gerações futuras. O mercado, simplesmente, nos dá a informação errada. Há uma falta de realimentação, e a alfabetização ecológica básica nos ensina que esse sistema não é sustentável. Uma das maneiras mais eficientes para se mudar essa situação seria uma reforma ecológica dos impostos. Essa reforma seria estritamente neutra do ponto de vista da renda, deslocando o fardo das taxas dos impostos de renda para os "eco-impostos". Isso significa que seriam acrescentados impostos aos produtos, às formas de energia, aos serviços e aos materiais existentes, de maneira que os preços refletissem melhor os custos reais.5 Para ser bem-sucedida, uma reforma ecológica dos impostos precisaria ser um processo lento e a longo prazo para proporcionar às novas tecnologias e aos novos padrões de consumo tempo suficiente para se adaptar, e os eco-impostos precisam ser aplicados com previsibilidade para encorajar inovações industriais. Essa reforma ecológica dos impostos, lenta e a longo prazo, empurraria gradualmente para fora do mercado tecnologias e padrões de consumo nocivas e geradoras de desperdício. À medida que os preços da energia aumentarem, com correspondentes reduções no imposto de renda para compensar o aumento, as pessoas, cada vez mais, trocarão carros por bicicletas, e recorrerão ao transporte público e às "lotações" na sua rotina diária para os locais de trabalho. À medida que os impostos sobre os produtos petroquímicos e sobre o combustível aumentarem, mais uma vez com reduções contrabalanceadoras nos impostos de renda, a agricultura orgânica se tornará não só um meio de produção de alimentos mais saudável como também mais barato. Na atualidade, os eco-impostos estão sendo seriamente discutidos em vários países da Europa, e é provável que, mais cedo ou mais tarde, venham a ser adotados em todos os países. Para manter a competitividade nesse novo sistema, administradores e empresários precisarão tornar-se ecologicamente alfabetizados. Em particular, será essencial um conhecimento detalhado do fluxo de energia e de matéria que atravessa uma empresa, e é por isso que a prática recém-desenvolvida da "ecofiscalização" será de suprema importância.6 A um ecofiscal interessam as conseqüências ambientais dos fluxos de materiais, de energia e de pessoas através de uma empresa e, portanto, os custos reais da produção. A parceria é uma característica essencial das comunidades sustentáveis. Num ecossistema, os intercâmbios cíclicos de energia e de recursos são sustentados por uma cooperação generalizada. Na verdade, vimos que, desde a criação das primeiras células nucleadas há mais de dois bilhões de anos, a vida na Terra tem prosseguido por intermédio de arranjos cada vez mais intrincados de cooperação e de coevolução. A parceria — a tendência para formar associações, para estabelecer ligações, para viver dentro de outro organismo e para cooperar — é um dos "certificados de qualidade" da vida. Nas comunidades humanas, parceria significa democracia e poder pessoal, pois cada membro da comunidade desempenha um papel importante. Combinando o princípio da parceria com a dinâmica da mudança e do desenvolvimento, também podemos utilizar o termo "coevolução" de maneira metafórica nas comunidades humanas. À medida que uma parceria se processa, cada parceiro passa a entender melhor as necessidades dos outros. Numa parceria verdadeira, confiante, ambos os parceiros aprendem e mudam — eles coevoluem. Aqui, mais uma vez, notamos a tensão básica entre o desafio da sustentabilidade ecológica e a maneira pela qual nossas sociedades atuais são estruturadas, a tensão entre economia e a ecologia. A economia enfatiza a competição, a expansão e a dominação; ecologia enfatiza a cooperação, a conservação e a parceria. Os princípios da ecologia mencionados até agora — a interdependência, o fluxo cíclico de recursos, a cooperação e a parceria — são, todos eles, diferentes aspectos do mesmo padrão de organização. É desse modo que os ecossistemas se organizam para maximizar a sustentabilidade. Uma vez que entendemos esse padrão, podemos fazer perguntas mais detalhadas. Por exemplo, qual é a elasticidade dessas comunidades ecológicas? Como reagem a perturbações externas? Essas questões nos levam a mais dois princípios da ecologia — flexibilidade e diversidade— que permitem que os ecossistemas sobrevivam a perturbações e se adaptem a condições mutáveis. A flexibilidade de um ecossistema é uma conseqüência de seus múltiplos laços de realimentação, que tendem a levar o sistema de volta ao equilíbrio sempre que houver um desvio com relação à norma, devido a condições ambientais mutáveis. Por exemplo, se um verão inusitadamente quente resultar num aumento de crescimento de algas num lago, algumas espécies de peixes que se alimentam dessas algas podem prosperar e se proliferar mais, de modo que seu número aumente e eles comecem a exaurir a população das algas. Quando sua principal fonte de alimentos for reduzida, os peixes começarão a desaparecer. Com a queda da população dos peixes, as algas se recuperarão e voltarão a se expandir. Desse modo, a perturbação original gera uma flutuação em torno de um laço de realimentação, o qual, finalmente, levará o sistema peixes/algas de volta ao equilíbrio. Perturbações desse tipo acontecem durante o tempo todo, pois coisas no meio ambiente mudam durante o tempo todo, e, desse modo, o efeito resultante é a transformação contínua. Todas as variáveis que podemos observar num ecossistema — densidade populacional, disponibilidade de nutrientes, padrões meteorológicos, e assim por diante — sempre flutuam. É dessa maneira que os ecossistemas se mantêm num estado flexível, pronto para se adaptar a condições mutáveis. A teia da vida é uma rede flexível e sempre flutuante. Quanto mais variáveis forem mantidas flutuando, mais dinâmico será o sistema, maior será a sua flexibilidade e maior será sua capacidade para se adaptar a condições mutáveis. Todas as flutuações ecológicas ocorrem entre limites de tolerância. Há sempre o perigo de que todo o sistema entre em colapso quando uma flutuação ultrapassar esses limites e o sistema não consiga mais compensá-la. O mesmo é verdadeiro para as comunidades humanas. A falta de flexibilidade se manifesta como tensão. Em particular, haverá tensão quando uma ou mais variáveis do sistema forem empurradas até seus valores extremos, o que induzirá uma rigidez intensificada em todo o sistema. A tensão temporária é um aspecto essencial da vida, mas a tensão prolongada é nociva e destrutiva para o sistema. Essas considerações levam à importante compreensão de que administrar um sistema social — uma empresa, uma cidade ou uma economia — significa encontrar os valores ideais para as variáveis do sistema. Se tentarmos maximizar qualquer variável isolada em vez de otimizá-la, isso levará, invariavelmente, à destruição do sistema como um todo. O princípio da flexibilidade também sugere uma estratégia correspondente para a resolução de conflitos. Em toda comunidade haverá, invariavelmente, contradições e conflitos, que não podem ser resolvidos em favor de um ou do outro lado. Por exemplo, a comunidade precisará de estabilidade e de mudança, de ordem e de liberdade, de tradição e de inovação. Esses conflitos inevitáveis são muito mais bem-resolvidos estabelecendo-se um equilíbrio dinâmico, em vez de sê-lopor meio de decisões rígidas. A alfabetização ecológica inclui o conhecimento de que ambos os lados de um conflito podem ser importantes, dependendo do contexto, e que as contradições no âmbito de uma comunidade são sinais de sua diversidade e de sua vitalidade e, desse modo, contribuem para a viabilidade do sistema. Nos ecossistemas, o papel da diversidade está estreitamente ligado com a estrutura de rede do sistema. Um ecossistema diversificado também será flexível, pois contém muitas espécies com funções ecológicas sobrepostas que podem, parcialmente, substituir umas às outras. Quando uma determinada espécie é destruída por uma perturbação séria, de modo que um elo da rede seja quebrado, uma comunidade diversificada será capaz de sobreviver e de se reorganizar, pois outros elos da rede podem, pelo menos parcialmente, preencher a função da espécie destruída. Em outras palavras, quanto mais complexa for a rede, quanto mais complexo for o seu padrão de interconexões, mais elástica ela será. Nos ecossistemas, a complexidade da rede é uma conseqüência da sua biodiversidade e, desse modo, uma comunidade ecológica diversificada é uma comunidade elástica. Nas comunidades humanas, a diversidade étnica e cultural pode desempenhar o mesmo papel. Diversidade significa muitas relações diferentes, muitas abordagens diferentes do mesmo problema. Uma comunidade diversificada é uma comunidade elástica, capaz de se adaptar a situações mutáveis. No entanto, a diversidade só será uma vantagem estratégica se houver uma comunidade realmente vibrante, sustentada por uma teia de relações. Se a comunidade estiver fragmentada em grupos e em indivíduos isolados, a diversidade poderá, facilmente, tornar-se uma fonte de preconceitos e de atrito. Porém, se a comunidade estiver ciente da interdependência de todos os seus membros, a diversidade enriquecerá todas as relações e, desse modo, enriquecerá a comunidade como um todo, bem como cada um dos seus membros. Nessa comunidade, as informações e as idéias fluem livremente por toda a rede, e a diversidade de interpretações e de estilos de aprendizagem — até mesmo a diversidade de erros — enriquecerá toda a comunidade. São estes, então, alguns dos princípios básicos da ecologia — interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade e, como conseqüência de todos estes, sustentabilidade. À medida que o nosso século se aproxima do seu término, e que nos aproximamos de um novo milênio, a sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade para entender esses princípios da ecologia e viver em conformidade com eles. PROVA ANTIGA 1) Em relação a sustentabilidade na construção civil, podemos afirmar que se busca duas diretrizes principais, quais são? a) Projetar com visão holística analisando somente o vetor econômico; b) Analisar levando em consideração flexibilidade (diferentes usos ao longo do tempo) e a durabilidade (nega a idéia do edifício descartável); c) Analisar as condições de custo/benefício em relação a resistência e aplicação dos materiais, desconsiderando os demais índices técnicos; d) Um planejamento detalhado e a qualidade da mão de obras e dos produtos não têm papel fundamental no resultado final e, principalmente, no controle da incidência de manifestações patológicas na edificação em fase de uso; 2) A afirmação: o tripé de critérios universais de aplicação simultânea: prudência ecológica, equidade social e eficiência econômica leva à busca de soluções específicas, únicas e originais. Em relação a construção civil, pode ser considerada uma definição de sustentabilidade: a) Falsa b) Verdadeira 3) Segundo Capra em a teia da vida, “as comunidades ecológicas e as comunidades humanas são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios básicos de organização, trata-se das redes que são organizações fechadas, mas abertas aos fluxos de energia e recursos”. A afirmação é: a) Verdadeira b) Falsa 4) Sobre licenças ambientais, assinale a opção correta. a) A Licença de Instalação deverá ser a última licença a ser concedida, a qual autoriza a instalação de infraestrutura necessária ao funcionamento do projeto. b) Licenças ambientais são sequenciais e concedidas a empreendimentos que ainda serão construídos, não se aplicando a empreendimentos em pleno funcionamento. c) Licenciamento ambiental é um instrumento dependente e vinculado ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). d) A Licença Prévia é requerida para aprovar a localização do projeto e sua viabilidade ambiental. Nessa etapa, é verificada a compatibilidade do projeto com o zoneamento e com o plano diretor. 5) A preservação e a recuperação das matas ciliares das propriedades rurais são essenciais para a manutenção e o estabelecimento do equilíbrio ecológico dos ecossistemas. Ao recuperar uma mata ciliar dentro de sua propriedade, o agricultor deverá ter como parâmetros ambientais: a) largura do curso d’água e as espécies vegetais nativas. b) vazão hídrica do curso d’água e as espécies vegetais nativas. c) largura do curso d’água e as espécies cultivadas na propriedade. d) vazão hídrica do curso d’água e as espécies cultivadas na propriedade. e) largura e a vazão hídrica do curso d’água e as espécies vegetais nativas e cultivadas na propriedade. 6) O esquema abaixo representa o movimento de infiltração da água a partir de sua precipitação, em direção ao subsolo. São características comuns as áreas densamente urbanizadas, que podem afetar esta parte do ciclo da água, diminuindo a recarga e possibilitando a contaminação do lençol freático: a) formação de "ilhas de calor" e alta densidade populacional. b) construção de poços profundos e baixa densidade populacional. c) impermeabilização de grande área e falta de saneamento básico. d) ocorrência de enchentes e falta de saneamento básico. e) construção em grande escala produzindo recarga em massa para o lençol. 7) A construção de usinas hidrelétricas é uma alternativa energética para países como o Brasil, em que há muitos rios, porém pode resultar em alguns problemas ambientais. Todas as alternativas abaixo apresentam exemplos desses problemas, EXCETO: a) Alagamento de grandes regiões com alterações no clima. b) Aumento de habitats de alguns vetores de doenças. c) Diminuição das áreas de terras cultiváveis. d) Empobrecimento dos solos. 8) No Brasil, é cobrada da população tarifa pelo serviço de fornecimento de água, para cobrir as despesas de captação, tratamento e transporte; em outros países, a cobrança de tarifa reflete a preocupação governamental com eventual escassez de água de boa qualidade para consumo, sendo tal uso da água considerado serviço ambiental a ser cobrado e a cobrança, baseada no custo de uso da água. a) Certo b) Errado 9) Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) adota a seguinte definição: "o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades". Com tal definição o aludido órgão está apresentando o conceito de: a) crescimento sustentável. b) desenvolvimento sustentável. c) indústria sustentável. d) impacto ambiental. e) efeitos ambientais. 10) Dos itens abaixo, qual NÃO se enquadra como ação prioritária na área de PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS CONTRA A CULTURA DO DESPERDÍCIO: a) Campanha contra o desperdício de água e energia b) Simplificação de embalagens e diminuição de descartáveis c) Legislação de resíduos sólidos e experiências bem sucedidas de destinação de resíduos d) Empresas brasileiras: eco eficiência e responsabilidade social; 11) Texto-base: A gestão ambiental se faz hoje por meio da tecnologia promovendo a interface do conhecimento pela interaçãodas ciências. A engenharia é uma ciência aliada aos projetos ambientais, sejam eles na terra, na água, no ar e, por essa razão, integra a chamada tecnologia verde. Enunciado: Assinale a alternativa correta que corresponde a tecnologia verde: a. É a responsável pelo desenvolvimento sustentável em todo planeta. b. É um acordo internacional em face dos estudos do clima. c. É tecnologia ambiental de aplicação para a proteção, preservação e conservação do meio ambiente, de todas as ciências, a fim de mitigar os impactos negativos promovidos pela pessoa humana. d. É uma ferramenta de gestão ambiental que promove a prevenção do aquecimento global. e. É um estudo de métodos e técnicas de aplicação para o desenvolvimento sustentável. 12) Não há como iniciar um processo de desenvolvimento do espaço rural com base nas premissas do desenvolvimento sustentável se forem adotadas práticas que desconsiderem as relações existentes entre os fatores ecológicos, sociais e econômicos. a) Certo b) Errado 13) O ordenamento territorial visa estabelecer o controle regulatório sobre todas as atividades antrópicas que utilizem ou degradem elementos da biosfera e que, por conseguinte, atentem contra o direito à vida. Por esse motivo, o zoneamento ambiental, instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, foi erigido como direito fundamental da pessoa humana e de toda a comunidade biótica. a) Certo b) Errado 5) Complete a lacuna abaixo assinalando a alternativa que dá sentido ao parágrafo: A(O) _______________ envolve os processos de reciclagem, reutilização de embalagens e retornos de produtos por problemas de especificações, avarias etc. A preocupação com o meio ambiente, originou a(o) _______________, que visa reduzir os impactos provocados no meio ambiente com os serviços da organização. a) reciclagem – impacto ambiental b) logística reversa – logística verde c) logística empresarial – movimento verde d) gestão de suprimentos – análise de resíduos e) processo logístico – gerenciamento de fornecimento 6) Sobre as práticas da Responsabilidade Social Empresarial, considere as afirmativas abaixo. I - A erradicação efetiva de todas as formas de trabalho forçado e compulsório é um compromisso de toda a cadeia produtiva. II - O fornecimento de informações exatas e claras sobre conteúdo, segurança de utilização, manutenção, armazenagem e descarte, para que o consumidor/ cliente tome quaisquer decisões em relação aos produtos ou serviços, dá-se mediante a solicitação explícita das informações. III - A inclusão, na gestão dos impactos ambientais dos passivos ambientais já existentes, é facultada quando o tempo de formação do passivo excede 15 anos. IV - As práticas anticoncorrenciais abusivas são permitidas, desde que estejam atreladas à sobrevivência da empresa. Está correto APENAS o que se afirma em a) I. b) II. c) I e III. d) III e IV. e) I, II e IV. 7) Cronologicamente, poderíamos dizer que a evolução da gestão ambiental aconteceu da seguinte maneira:* * Antes dos anos de 1970: Reconhecimento de problemas ambientais. * Década de 1970 (fase reativa): A empresa apenas responde à regulamentação dos órgãos de controle ambiental — evitar acidentes e controlar a poluição. * Anos de 1980 (fase preventiva): Foco nos estudos de impacto ambiental, no controle da poluição do solo, na minimização de resíduos etc. * Anos de 1990 (fase estratégica): Estruturação de ambiente + segurança + saúde, auditoria ambiental, avaliação do ciclo de vida do produto e sistema de gerenciamento ambiental. Tratando-se da evolução da gestão ambiental, é correto o que se afirma em: (Escolha uma): a) A fase reativa não pode ser enxergada como aquela em que organização apenas "reage" às demandas ambientais, sem modificar sua estrutura de produção, adotando apenas posturas corretivas do tipo "fim de tubo". Afinal, quase sempre a motivação dessa fase é adequar-se à regulamentação, a fim de evitar multas e sanções. A gestão do meio ambiente é apenas um custo, e as ações ambientais estão restritas às áreas causadoras da poluição. b) A etapa preventiva já é um passo à frente da fase estratégica, pois inclui modificar processos produtivos e novas metodologias para a escolha de matérias-primas e a prevenção da poluição. O uso eficiente dos insumos e a adoção de tecnologias limpas são a principal característica dessa etapa. Nessa fase, é possível perceber um maiorenvolvimento dos demais setores da empresa (marketing, produção, desenvolvimento) com a gestão ambiental. c) A tendência da fase reativa é que as empresas façam do seu desempenho ambiental um fator diferencial no mercado, o que significa, em alguns casos, adotar requisitos internos até mais restritivos que os legalmente impostos no país. d) A etapa estratégica incorpora definitivamente a gestão ambiental às estratégias de negócio da organização. Toda a cadeia produtiva está comprometida com um bom gerenciamento ambiental. A empresa procura desenvolver estratégias para alcançar determinado objetivo organizacional (operacional, de negócio ou corporativo) que passam a levar em consideração as demandas socioambientais dos stakeholders. e) A fase estratégica começou antes dos anos 70. Nessa fase, a implementação da gestão ambiental constitui uma estratégia para que o empresário, em processo contínuo, identifique oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das atividades de sua empresa sobre o meio ambiente.para o cidadão • Recuperar o meio ambiente degradado • Sujeitam-se às sanções administrativas e penais, independentemente da obrigação de reparar os danos causados • Proteção especial para ecossistemas (Mata atlântica, Amazônia, Serra do Mar, Pantanal, Zona Costeira) - Outros dispositivos constitucionais • Art. 170 – livre exercício da atividade econômica com a valorização do trabalho e da livre iniciativa • Restrições: • Preservação da função social da propriedade • Defesa do meio ambiente - Competência comum • Artigo 23 – competência comum • União, estados, distrito federal e municípios • Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas • Preservar as florestas, a fauna e a flora - Competências concorrente • Art. 24 - compete a união, aos estados e ao distrito federal legislar sobre: • Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição - Competência municipal • Art. 30 – competência para legislar sobre assuntos de interesse local • Resolução CONAMA 237/97 • Decreto estadual 47.397/02 GESTÃO DE RESÍDUOS: Resolução CONAMA 307 (05/07/2002) - Gestão de resíduos da construção civil • Responsabilidades: Caracterização, seleção / triagem, condicionamento, transporte, destinação • Jan/2005: Projeto de Gerenciamento de resíduos deve ser aprovado com os demais projetos • Seleção/ Triagem: - Sinalização e ordenação de fluxos, treinamento das equipes, dispositivos de transportes e captação diferenciada, arranjo físico do canteiro adequado aos novos fluxos. • Destinação: - Orientação para reuso/ reciclagem, destinação adequada (tipo de resíduo), aproveito em obra (argamassas concretos blocos metais madeiras) Padrão de Cores (resolução CONAMA 275-2001) • Azul: Papel papelão • Vermelho: plástico • Verde: vidro • Amarelo: metal • Preto: madeira • Laranja: resíduos perigosos • Branco: Resíduos ambulatoriais • Roxo: resíduos radioativos • Marrom: resíduos orgânicos • Cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. Classificação e Destinação dos Resíduos (NBR- 15114) e resolução CONAMA 307 e 348 • Classe A - concreto alvenaria argamassa solos reciclados ou reutilizados na forma de agregados ou dispostos em aterros de resíduos de construção civil • Classe B – Plásticos, papeis, metais, madeiras reutilizadas reciclados ou encaminhados a armazenamento temporário • Classe C – Resíduos sem tecnologia de recuperação (Gesso) destinados conforme norma técnica especifica • Classe D – Perigosos: tintas, solventes, resíduos de instalações radiológicas, industriais, amianto, destinados conforme norma técnica especifica Muitas cidades já têm implantado, ou em fase de implantação, um plano integrado de gerenciamento de resíduos de construção civil, que tornam possível o correto tratamento ao RCD, por providenciarem locais adequados para a destinação dos seus diferentes materiais componentes. O município de são Paulo conta com 34 Eco- Pontos – locais de entrega voluntário de pequenos volumes de entulho (até um metro cubico), grandes objetos (Móveis, pode de arvores etc.) e resíduos recicláveis. Aula 28/03 - ARQUIVO 6 DEFINIÇÃO DE MEIO AMBIENTE Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981: • Art. 3º - inciso I - meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. A Lei Estadual nº 7.772, de 8 de setembro de 1980: • Art. 1º - Parágrafo Único – Para os fins desta Lei, entende-se por meio ambiente o espaço onde se desenvolvem as atividades humanas e a vida dos animais. MEIO E AMBIENTE • MEIO AMBIENTE FÍSICO OU NATURAL: o solo, a água, o ar atmosférico, a flora e a fauna. • MEIO AMBIENTE FÍSICO CULTURAL: manifestações culturais (patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico e geológico). • MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: espaço urbano construído (conjunto de edificações) e equipamentos públicos. • MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: espaço e local e a qualidade das tarefas no exercício profissional. DIREITO AMBIENTAL • Direito do Ambiente – conjunto sistematizado de princípios, técnicas, regras, instrumentos jurídicos e normas regulamentadoras das atividades humanas, que tem por objetivo a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente. • Baseia-se em várias áreas do conhecimento, como biologia, antropologia, geografia, educação, ciências sociais, entre outras, sendo fundamental a adoção de uma visão holística. • Busca o reconhecimento do ser humano como parte integrante da natureza. • Tem o meio ambiente como objeto de tutela jurisdicional, que precisa ser definido conceitualmente. • A Constituição brasileira, em seu Capítulo sobre o Meio Ambiente, artigo 225 dispõe que: • “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo para as presentes e futuras gerações”. PRINCIPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 1. Princípio do Desenvolvimento Sustentável 2. Princípio da Ordem Pública Ambiental 3. Princípio da Capacidade de Suporte 4. Princípio da Recuperação Obrigatória dos Danos Ambientais 5. Princípio da Biodiversidade 6. Princípio do Acesso Equitativo aos Bens Ambientais 7. Princípio do Patrimônio Cultural 8. Princípio da Consciência Ambiental 9. Princípio do Acesso à Informação 10. Princípio da Prevenção e Princípio da Precaução 11. Princípio do Poluidor-Pagador 12. Princípio da Participação 1. PRINCIPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL • Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, Princípio 3, que definiu o desenvolvimento sustentável. Agenda 21. • Conceito de Desenvolvimento Sustentável: Forma de relacionamento entre os sistemas econômicos dinâmicos e sistemas ecológicos (maiores e igualmente dinâmicos) em que as condições de vida humana e de prosperidade são garantidas, do mesmo modo que o desenvolvimento das diferentes culturas, tendo-se em conta limites a serem impostos ao sistema econômico. • Art. 225, CF/88 – presentes e futuras gerações • Art. 170, VI, CF/88 – princípios da atividade econômica – defender o meio ambiente 2. PRINCIPIO DA ORDEM PÚBLICA AMBIENTAL • Obrigatoriedade da SOCIEDADE e do PODER PÚBLICO de conservar e recompor o capital natural. • Nós como membros da sociedade também devemos participar das decisões e cuidados com o meio ambiente. A sociedade deve participar por meio de denúncias, por exemplo. • Muitas vezes ocorre a omissão de situações em decorrência do medo por parte da situação, ou até mesmo algumas vezes por comodidade. • O caput do artigo 225 da Constituição da República ao impor ao poder público e à coletividade o dever de proteger e preservar o meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações destaca essa ordem pública ambiental 3. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE SUPORTE • Capacidade de tolerância de um ecossistema. Capacidade dos sistemas sociais construídos pelo homem de serem suportados pelo planeta Terra. • A Terra deverá ser capaz de produzir bens vitais e renováveis, devendo esta capacidade ser, dentro do possível recomposta e reforçada. 4. PRINCÍPIO DA RECUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS DANOS AMBIENTAIS • O Princípio 13 da Declaração do Rio de Janeiro menciona que os Estados deverão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das vítimas da poluição e outros danos ambientais. • Art..225, §3º, CF/88: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativa, independentemente da obrigação de reparar os danoscausados”. • Reestabelecer a ordem do meio que foi depredado. Muitas vezes isso não resolve o problema, pois é difícil reestabelecer a ordem natural desse meio. Não se sabe até que ponto essa correção realmente atenua os ocorridos. 5. PRINCÍPIO DA BIODIVERSIDADE • Reconhece o valor inerente das espécies da flora e da fauna naturais, bem como dos ecossistemas onde se desenvolvem. A Biodiversidade deve ser protegida como critério de estabilidade dos ecossistemas. Quanto maior a biodiversidade... mais estável é o ecossistema. 6. PRINCÍPIO DO ACESSO EQÜITATIVO AOS BENS AMBIENTAIS (OU PRINCÍPIO DO PATRIMÔNIO NATURAL COMUM) • Obrigação de requerer autorização ao poder público para intervenção em um bem de uso comum LICENCIAMENTO AMBIENTAL Objetivo fundamental fixar as condições de utilização e intervenção no meio ambiente garantir que esse uso privado do bem ambiental na cause prejuízo aos demais “proprietários”. • Existem três licenças para abrir uma indústria que possa prejudicar o meio ambiente, são elas: licença de localização (dado pelo município), implantação e operação. • Caso eu queira abrir uma empresa em local onde pode prejudicar o meio ambiente, deve ser levado um pedido de autorização ao IAT que após autorizado deve ser levado a câmara de vereadores (representantes dos cidadãos), esses permitem ou não a implantação da obra. Para isso deve ser levado um projeto de impactos ambientais e solução que serão adotadas. São feitos relatórios de impactos e soluções pela empresa, estes são analisados por órgão ambientais (IBAMA) para autorizar a licença de implantação. • Licença de operação órgãos regulamentadores verificam se os projetos enviados e aprovados pelo IBAMA cumpram cm critérios mínimos para assim seja fornecida a licença para a construção. 7. PRINCÍPIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL • Proteção e conservação de elementos distintivos dos sistemas artificiais (culturais) monumentos, complexos arquitetônicos, sítios de relevância para a identidade cultural, modos de se relacionar com o entorno natural e em sociedade. Garantia da estabilidade e continuidade históricas do ambiente cultural. 8. PRINCÍPIO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL (OU DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL) • O Inciso VI do artigo 225 da CF/88 dispõe que o poder público deverá promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente 9. PRINCÍPIO DO ACESSO À INFORMAÇÃO • A Declaração do Rio/92 destaca que cada indivíduo deverá ter acesso adequado a informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas. • Nos dizeres de Paulo Affonso Leme MACHADO (2001, p. 71): A informação serve para o processo de educação de cada pessoa e comunidade. Mas a informação visa, também, a dar chance à pessoa informada de tomar posição ou pronunciar-se sobre a matéria informada. • Acesso a informação não é só ter acesso a uma lei, por exemplo, também envolve a capacidade de entender a informação que está sendo compartilhada. 10. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO • Prevenção: Agir antecipadamente. Mas para essa ação é preciso que se forme o conhecimento do que prevenir. Para prevenir é preciso predizer. Com a certeza do Dano, este deve ser prevenido. • Precaução: Cautela antecipada. Ação antecipada diante do risco ou perigo. Incerteza do dano, que deverá ser precavido. Opta-se pela solução que proteja o meio ambiente – in dubio pro natura. Em virtude disto o Potencial causador de poluição ou degradação deverá provar que sua ação não causará danos ao meio ambiente. (Ex.: se eu agir de certa forma não vou prejudicar o meio ambiente). 11. PRINCÍPIO DO POLUIDOR – PAGADOR (importante) • Atribuí ao poluidor ou àquele que se utiliza de recursos ambientais o dever de arcar com os custos de prevenção de danos ambientais, de mitigação, eliminação ou neutralização dos efeitos danosos, bem como pela reparação. • O poluidor é aquele que utiliza dos recursos ambientais e quem gera resíduos que serão descartados no meio ambiente, não aquela pessoa que vai transportar o resíduo ao descarte incorreto. 12. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO • Participação das partes interessadas nas tomadas de decisões. Sempre, os interessados devem discutir para que se possa chegar em um acordo para agir de uma forma sustentável. O BEM AMBIENTAL • É o ente juridicamente protegido em razão de suas particulares importâncias para o desenvolvimento humano e de toda a vida na terra. • Seguindo as lições de Wilson Melo da Silva, entende-se que pode ser objeto do direito o seguinte: - “1º, modos de ser da própria pessoa na vida social (a existência, a liberdade, a honra, etc); - 2º, as ações humanas; - 3º, as coisas corpóreas e incorpóreas, entre estas últimas incluindo-se os produtos da inteligência”; • Continua o Autor dizendo que seriam também objeto do direito as forças da natureza. • SILVA, Wilson Melo da. O Dano Moral e Sua Reparação. 3ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 313. COMPETÊNCIA COMUM PARA PROTEGER O MEIO AMBIENTE • Art. 23, CF/88: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: - VI- proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; - VII- preservar as florestas, fauna e flora; . . .” • Art. 24, CF/88: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: - VI- florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; - VII- proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; - VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; . . .” • Art. 30, CF/88: “Compete aos Municípios: - I- legislar sobre assuntos de interesse local; - II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; . . .” • Em matéria ambiental, os municípios podem estabelecer normas que: - Preencham lacunas da legislação federal e estadual (competência suplementar); - Particularizem a legislação federal e estadual, adequando-a à realidade local (competência complementar). DEFINIÇÃO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL • Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. OBS.: o prof. comentou que a ideia de atividade potencialmente poluidora não tem uma definição, é subjetivo, depende da análise da situação. • Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. DEFINIÇÃO DE ESTUDOS AMBIENTAIS • São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. LICENCIAMENTO AMBIENTAL • Artigo 10, Lei 6.938/81: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividadesutilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. Considerando as disposições legais regulamentares e as normas técnicas aplicáveis. • (...) § 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA o licenciamento previsto no "caput" deste artigo, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. Aula 28/03 - ARQUIVO 19 AGENDA 21 • Compromissos que cada país assumia com relação ao meio ambiente. • Em 1992, na agenda 21, foi elencado uma série de compromissos para o governo brasileiro em diversas áreas de aplicação. • A agenda 21 era para ser executada dentro da década de elaboração. • Estamos em 2022 e vários dos critérios ainda não foram implantadas. AÇÕES PRIORITÁRIAS DA AGENDA 21 1. Produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício • Campanha contra o desperdício de água e energia • Simplificação de embalagens e diminuição de descartáveis • Legislação de resíduos sólidos e experiências bem-sucedidas de destinação de resíduos 2. Ecoeficiência e responsabilidade social das empresas • Empresas brasileiras: eco eficiência e responsabilidade social; • Parcerias e cooperação tecnológica com vários órgãos; • Incentivo à certificação; padrões seguros de embalagens e rotulagem; mudanças no ciclo de vida do produto. 3. Retomada do planejamento estratégico, infraestrutura e integração regional. • Integrar o planejamento regional visando a redução das desigualdades regionais, integrando programas e projetos às diretrizes nacionais • Planejar a infraestrutura com as especificidades do território, com visão de longo prazo. • Priorizar a conservação de energia, intermodalidade de transporte, universalização do acesso à energia • EXEMPLOS: na parte de infraestrutura algo que podemos ver que foi aplicado foi a extinção dos lixões a céu aberto, em muitas cidades é obrigatório ter aterros. Quanto a universalização do acesso à energia, pode-se dizer que isso ainda não foi aplicado, pois quanto mais uma cidade se desenvolve mais surgem locais de condições precárias de moradia onde não existe acesso a condições básicas, como acesso à energia ou condições sanitárias adequadas. 4. Energia renovável e a biomassa • Incentivo ao uso eficiente e à conservação de energia (isso podemos dizer que foi aplicado, existem selos que regulamentam essa questão). • Desenvolver novas tecnologias de fontes renováveis de energia: álcool, biodiesel, biomassa (cana; rejeitos de serrarias), eólica, gás natural. • Reestruturar o Proálcool investir em pesquisa e desenvolvimento 5. Informação e conhecimento para o desenvolvimento sustentável • Prover incentivos para pesquisas em desenvolvimento sustentável, estimulando a cooperação internacional e as parcerias entre o setor público e privado. • Prover recursos para manutenção de pesquisadores e cientistas • Estimular pesquisas nas áreas de produção agrícola sustentável, fontes energéticas alternativas seguras e limpas (está contecendo). 6. Educação permanente para o trabalho e a vida • Instituir a Agenda 21 da escola e do bairro • Introduzir no país a bolsa-escola, o programa de renda mínima e bolsa de estudos por mérito. • Valorizar o ensino profissionalizante, desburocratizar a escola e converter os campi universitários em centros de referência de pesquisa e desenvolvimento. 7. Promover a saúde e evitar a doença, democratizando o sus • Intensificar e universalizar ações de promoção, prevenção e controle de doenças com base em programas de agentes comunitários de saúde, através do SUS • Implementar a vigilância sanitária nas questões relativas à água, solo, produtos, serviços e ambientes de trabalho, diminuindo riscos • Priorizar como política pública de saúde pública as ações educativas em relação ao tabagismo, uso do álcool e outras drogas, dietas, comportamento sexual seguro, direção perigosa, etc. 8. Inclusão social e distribuição de renda • Atuar nos focos de pobreza: 17 mesorregiões pobres sujeitas à estagnação, com o objetivo de promover as condições do desenvolvimento sustentável, e também nos arredores das regiões metropolitanas marginalizadas. • Exigir forte mobilização governamental e intensa participação civil: ONGs das empresas, das entidades religiosas, das associações civis e de bairros. • Proteger os segmentos mais vulneráveis da população: mulheres, negros e jovens, com programas de renda mínima, equivalência salarial, capacitação para o primeiro emprego e atividades de esporte, cultura e lazer. 9. Universalizar o saneamento ambiental protegendo o ambiente e a saúde • Universalizar o saneamento básico até o final da década: 100% de água e esgoto e 60% de tratamento secundário de esgoto (ainda não existe isso) • Priorizar a proteção dos rios poluídos em bacias críticas densamente povoadas e adotar medidas de incentivo à redução da impermeabilização do solo das cidades, evitando enchentes. • Promover hábito de redução de lixo, programas de geração de renda com coleta seletiva, e eliminar os lixões até o final da década. 10. Gestão do espaço urbano e a autoridade metropolitana • Impulsionar uma substituição paulatina dos instrumentos punitivos e restritivos em relação à ocupação ilegal e desordenada do solo, para os instrumentos de incentivo e negociação, privilegiando os de natureza econômica. • Garantir a governança e a sustentabilidade das cidades criando a Autoridade Metropolitana: consórcios participativos entre prefeituras para gestão integrada dos serviços públicos • Instaurar os instrumentos do Estatuto da Cidade nos Planos Diretores, incentivando o combate aos loteamentos irregulares, promoção de moradias nas áreas centrais degradas com aluguel social, programas de habitação popular, aumento da arrecadação tributária para incremento da infraestrutura. 11. Desenvolvimento sustentável do brasil rural • Promover a parceria da União com os Estados e os municípios nas políticas de desenvolvimento rural incentivando a diversificação do sistema produtivo, a participação no zoneamento ecológico-econômico, a valorização da biodiversidade, o aproveitamento da biomassa, as empresas familiares, etc. • As políticas de desenvolvimento rural devem conter: 1) educação, capacitação e profissionalização; 2) assistência técnica e extensão integradas às redes de pesquisa; 3) manejo dos recursos naturais das microbacias; 4) saúde; 5) habitação; 6) infraestrutura e serviços; 7) crédito; 8) seguro; 9) cooperativismo e associativismo; 10) comercialização • Os Programas devem ter forte componente de educação ambiental e de ações afirmativas voltadas às mulheres, às crianças, aos negros, aos índios e aos deficientes 12. Promoção da agricultura sustentável • Incentivar o manejo sustentável dos sistemas produtivos por bacias hidrográficas e com base no zoneamento ecológico-econômico, inclusive vinculando o crédito • Adotar o princípio da precaução em relação aos alimentos transgênicos, criando a rotulagem obrigatória e monitorar os resíduos de agrotóxicos • Identificar as pesquisas necessárias à transição para a agricultura sustentável: gestão ambiental; manejo sustentável dos sistemas produtivos; ampliação da diversidade biológica dos agroecossistemas; melhorias nas condições dos solos (erosão); redução do uso de agrotóxicos e de outros poluentes 13. Promover a agenda 21 local e o desenvolvimento integrado e sustentável • Incentivar a realização da Agenda 21 Local (mais de 200 hojeno Brasil), em parceria governo/sociedade, para definir um plano estratégico e participativo envolvendo ações de ordem econômica, social e ambiental para as pequenas, médias e grandes cidades • Realizar o zoneamento ecológico-econômico como apoio e elaborar indicadores de desenvolvimento sustentável • Estimular parcerias intermunicipais e consórcios; promover fortalecimento de cadeias produtivas locais 14. Implantar o transporte de massa e a mobilidade sustentável • Implantar e investir recursos nas redes de transportes integrados de massa nas grandes aglomerações: metrôs e trens rápidos, com cartão eletrônico • Promover a descentralização das cidades: incentivos para empresas fora dos centros urbanos • Evitar políticas de investimentos para o transporte individual, incentivando a produção e o uso de veículos movidos a álcool e a gás para o transporte coletivo; escalonamento de horários de trabalho e fretamento pelas empresas 15. Preservar a quantidade e melhorar a qualidade da água nas bacias hidrográficas • Implantar a Política Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos: Comitês e Agências de Bacias dos rios Paraíba do Sul, Paraná-Tietê e Araguaia-Tocantins nos próximos 5 anos • Promover a educação ambiental em relação ao desperdício de água nas cidades e junto às populações ao longo do Rio São Francisco face à cadeia desmatamento - perda de água - desertificação • Assegurar a preservação dos mananciais, protegendo as florestas e matas ciliares; fazer gestão das áreas portuárias (rejeitos e derramamentos); estimular práticas agrícolas e tecnologias de irrigação de baixo impacto; difundir o reuso da água para fins industriais; impedir a ocupação ilegal de margens de rios e lagoas junto com uma política de habitação popular; etc. 16. Política florestal, controle do desmatamento e corredores de biodiversidade • Controle do desmatamento: mais estímulo de subsídios e créditos. Metas de desmatamento Zero na Atlântica e recuperação de APAs e APPs • Florestas plantadas: aumento da oferta de produtos florestais. Assegurar o controle de oferta e demanda de produtos florestais mediante a elaboração de planos de manejo florestal; fortalecer a utilização dos créditos; apoiar a pesquisa florestal, especialmente espécies nativas; etc. • Proteção e uso da biodiversidade. Expandir o sistema público de UCs. Manter um setor de biotecnologia: área de fármacos, medicina natural, perfumes e cosméticos, além de sucos e alimentos capazes de garantir emprego e renda. Atribuir valor econômico aos recursos naturais. Desenvolver o ecoturismo. Desenvolver pesquisa biotecnológica; etc. • Ações exemplares nos biomas ameaçados. Implantar corredores de biodiversidade em todos os biomas. Integrar a Amazônia. Combater a desertificação. Abolir o assistencialismo do Semi-Árido e capacitar o homem para a seca. Priorizar o Programa Pantanal. Preservar o cerrado; etc. 17. Modernização do estado: gestão ambiental e instrumentos econômicos • Estimular o planejamento estratégico em todos os órgãos e entidades • Implementar mudanças para implantar instrumentos econômicos em complementação aos instrumentos de comando e controle • Estabelecer termos de compromisso para solução de passivos ambientais; introduzir novo modelo de gestão ambiental atrelado às ações setoriais de governo 18. Relações internacionais e governança global para o desenvolvimento sustentável • Fortalecer as instituições governamentais que representam o Brasil nas discussões internacionais e aproximá- las das entidades da sociedade civil • Defender regras mais eqüitativas para o comércio internacional e cobrar a aplicação das resoluções e convenções aprovadas pela ONU • Fortalecer a ONU, garantindo maior participação do Brasil e reformando as instituições internas da ONU nos setores do desenvolvimento sustentável 19. Cultura cívica e novas identidades na sociedade da comunicação • Promover incentivos fiscais ao terceiro setor, especialmente nas áreas de cultura, criança e adolescente, para projetos de desenvolvimento sustentável • Valorizar a diversidade cultural brasileira, estimulando projetos de promoção da cultura negra, valorização da mulher, da cultura indígena, do idoso, etc. • Realizar projetos de educação ambiental, em todas as formas que dinamizem o aperfeiçoamento profissional, o serviço social voluntário, através de práticas ou atividades culturais, pesquisas, debates ou estudos 20. Pedagogia da sustentabilidade: ética e solidariedade • Divulgar a Carta da Terra e debater seus princípios inovadores nas instituições de governo, na sociedade organizada, nas escolas, universidades e empresas. • Incentivar as empresas a adotar o princípio da responsabilidade social cooperativista e o princípio da precaução em relação às novas tecnologias • Estabelecer códigos de ética profissionais, fortalecer o Conselho de Ética do setor público, combatendo a corrupção, a propina ou qualquer outra forma de cumplicidade que prejudique o bem público e o interesse dos cidadãos Aula 04/04 – APOSTILA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A POLUIÇÃO. Foi a partir da revolução industrial que a poluição passou a constituir um problema para a humanidade. É lógico que já existiam exemplos de poluição anteriormente, em alguns casos até famosos (no Império Romano, por exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua escala deixou de ser local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema socioeconômico dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta urbanização, com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os congestionamentos de tráfego etc. Mas o importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande escala - para a troca, para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo. Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o que é bom ou justo e sim o que trará maiores lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com as consequências a longo prazo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma de “progresso”, entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns. A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem - como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc. -, que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana. Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz consequências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, dependedela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade de vida. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS NO BRASIL A poluição ambiental tem presença maior ou menor na atividade industrial de forma geral, gerando, como consequência, riscos ambientais, físicos, químicos e biológicos. Ao longo dos anos, nosso planeta que nos parece tão grande e nos induz à idéia de que certos problemas ambientais não nos dizem respeito, começa a se manifestar de forma dura, reagindo a toda agressão que vem sofrendo, sem que tenhamos assumido posturas coletivas coerentes com as reais necessidades que as manifestações do planeta estão requerendo. Quais as respostas que a sociedade poderia dar sobre o aquecimento da temperatura da terra; a destruição da camada de ozônio; a escassez, mau uso e poluição das águas; a superpopulação mundial; a baixa quantidade de moradia e ausência de saneamento básico; a destinação dos resíduos (lixo); a degradação dos solos agricultáveis; a contaminação ou exploração excessiva dos recursos dos oceanos; a diminuição das quantidades de espécies vivas (perda da biodiversidade)? No caso específico do Brasil, a atividade industrial, dentre as quais se situa a Construção Civil, vêm contribuindo, em maior ou menor escala, para a formação de um quadro problemático, cujas principais questões ambientais são: Crescimento da população; pobreza; urbanização descontrolada; limitação do saneamento básico ou inexistência; consumo e desperdício de energia; perda de solos agriculturáveis e/ou desertificação; práticas agrícolas inadequadas; substâncias tóxicas perigosas; ineficiente gestão dos recursos hídricos, mineração e garimpo predatório; processos industriais poluentes e poluição do ar em áreas metropolitanas. O quadro a seguir mostra mais detalhadamente o problema ambiental no Brasil, em nossa região, e os impactos causados pelas atividades humanas, obtidos do documento da RIO 92, intitulado “O desenvolvimento sustentável: relatório do Brasil, para a conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento”. ATIVIDADES DE MAIOR IMPACTO AMBIENTAL ÁREA DE OCORRÊNCIA TIPOS DE DEGRADAÇÃO Agricultura mecanizada, alto consumo de agrotóxico e monoculturas. Paraná Santa Catarina Rio grande do sul Desmatamento de remanescentes florestais; Compactação do solo; Erosão do solo – contaminação do solo por agrotóxicos; Desequilíbrio ecológico – pragas; Assoreamento dos cursos d´água. Matadouros e cortumes Usinas termoelétricas Rio Grande do Sul – Candiota - RS Poluição das águas – prejuízo da vida aquática; Poluição atmosférica. Extração de carvão mineral Santa Catarina Rio Grande do Sul Poluição das águas; Poluição visual – degradação da paisagem; Destruição das áreas naturais; Degradação de grandes áreas tornando-as inúteis; Prejuízos para a agricultura Ocupação desordenada do litoral e expansão urbana Todo o litoral Poluição das praias; Destruição do ecossistema natural litorâneo (manguezais e restingas); Degradação da paisagem; Prejuízos socioeconômicos – lazer, turismo e pesca. Pólos Industriais Joinvile e Blumenau – SC Araucária – PR Canoas – RS Rio Grande – RS Triunfo – RS Imbituba – SC Porto Alegre – RS Poluição do ar; Poluição das águas interiores e costeiras; Poluição causada por resíduos sólidos – lixo inerte e tóxico; Problemas socioeconômicos – conflitos entre uso agrícola, turismo e moradia. São Leopoldo - RS Atividades portuárias Antonina e Paranaguá – PR Itajaí, Imbituba e Laguna - SC Rio Grande, Porto Alegre, Tramandaí e Charqueada - RS Poluição das águas costeiras; Poluição atmosférica; Impacto sobre o meio urbano – conflito com o desenvolvimento urbano e turístico; Geração de resíduos perigosos; Riscos de acidentes Indústrias que utilizam madeira como matéria prima Em todos os estados Destruição das florestas nativas; Desequilíbrio ecológico; Diminuição das capacidades de absorção de água pelo solo; Extinção de espécies nativas – bancos genéticos. MEIO AMBIENTE URBANO Diagnóstico O território nacional é marcado por enorme diversidade e disparidade entre seus 5.561 municípios. As cidades brasileiras vêm se caracterizando, de forma cada vez mais visível, por grandes desigualdades nos padrões de qualidade de vida, inclusão social e cidadania. Isso decorre de um modelo de desenvolvimento que gerou, ao longo do tempo, grandes distâncias socioeconômicas entre estados e regiões. Essa desigualdade se verifica em vários níveis. Os centros regionais e metrópoles concentram as oportunidades econômicas e de desenvolvimento humano. Enquanto isso, municípios com menos de 20 mil habitantes vivem processos de esvaziamento econômico e demográfico. Dessa forma, alimentam os fluxos migratórios para os centros regionais e as metrópoles. Dívida social - Internamente, os grandes centros reproduzem as mesmas contradições: zonas centrais cosmopolitas e periferias abarrotadas de loteamentos irregulares e sem acesso a serviços públicos. A grande dívida social e ambiental das cidades, expressa nas favelas, nos lixões, nos esgotos a céu aberto, exige enormes volumes de recursos, assim como novos instrumentos de gestão e arranjos institucionais. A ausência de políticas metropolitanas torna mais difícil equacionar os graves problemas de controle de enchentes, poluição, destinação final do lixo, proteção dos mananciais e ocupação inadequada de áreas de risco. Por outro lado, os planos diretores, quando existem, só dialogam com a cidade formal. Dessa forma, reproduzem e ampliam a informalidade. Cooperação e recursos - A insuficiência de consórcios municipais e de outras formas de cooperação intermunicipal também constituem obstáculos para o equacionamento dos problemas. Isso afeta tanto os moradores das regiões metropolitanas, como também os de pequenas cidades, que vivenciam os mesmos problemas, porém em escala diferenciada. Entre os principais entraves para a implementação da política de desenvolvimento urbano, encontram-se os contingenciamentos orçamentários e financeiros dos recursos da União, as restrições de crédito ao setor público e o baixo envolvimento dos setores empresarial e cooperativo. A Constituição de 1988 trouxe maior autonomia aos municípios e descentralizou responsabilidades. No entanto, não disponibilizou os recursos financeiros e técnicos necessários. Com esse quadro de dificuldades, alguns problemas persistem como desafios a serem vencidos pelas cidades neste século. RESÍDUOS As sociedades modernas são grandes produtoras de resíduos. Há uma relação direta entre a produção e o consumo de bens e serviços e a geração de lixo. Em todas as metrópoles, uma enorme quantidade de resíduos é diariamente descartada no meio ambiente. De indústrias, agroindústrias, serviços, transportes e domicílios escapam emissões gasosas e líquidas que poluem o ar, o solo e a água. Essas mesmas atividades também produzem grandes volumes de resíduos sólidos, na forma de plásticos, metais, papéis, vidros, alimentos e objetos descartados, como móveis, pneus e eletrodomésticos. Lixo – Essa categoria de resíduos costuma ser um grande problema para as cidades, rios, campos e praias. Sua disposição inadequada pode gerar uma série de problemas graves. A degradação do lixo orgânico – alimentos, folhagem, papel - permite a proliferação de mosquitos, ratos e outros vetores de doenças. Produz odores fétidos, contamina o lençol freático e esgota o oxigênio de rios e lagoas, matando peixes e algas. As embalagens de plástico e de metal, por sua vez, podem entupir esgotos e bueiros, causando enchentes, além de ocupar grande volume nos aterros sanitários. Esses resíduos podem e devem ser reciclados. Cerca de 16 milhões de pessoas não são atendidas pelosserviços domiciliares de coleta de lixo nas cidades. Como regra, os municípios de médio e grande portes que dispõem de sistema de coleta convencional não atendem aos moradores das favelas, ocupações e assentamentos precários. Em 64% dos municípios brasileiros os resíduos sólidos são depositados em lixões a céu aberto. Resíduos tóxicos - Substâncias químicas organocloradas e metais pesados, como o chumbo, o cádmio e o mercúrio, representam uma ameaça à saúde humana e ao meio ambiente. Trata-se dos chamados resíduos tóxicos, pois provocam diversos tipos de doenças e não se degradam na natureza. Nenhuma das técnicas para tratar dos resíduos tóxicos é capaz de destrui-los eficazmente. A incineração, por exemplo, gera resíduos mais perigosos ainda, como dioxinas e furanos. Por isso, a reciclagem não constitui solução para este tipo de resíduo. Reciclagem - A separação de resíduos sólidos recicláveis vem crescendo, mas ainda é pouco significativa. Diferentemente dos resíduos tóxicos, o lixo comum deve ser reciclado. Não se pode esquecer, porém, que para reciclar papel, vidro ou metal, também se gasta energia e água. Por isso, é sempre melhor reutilizá-los em vez de reciclá-los. Além disso, a maioria dos materiais não pode ser reciclada eternamente sem perda de qualidade. Ou seja, esta não é uma solução mágica nem suficiente para o problema dos resíduos sólidos, principalmente nos grandes centros urbanos. Esgoto – A maioria das pessoas que não dispõem de esgotamento sanitário adequado são aquelas que moram em habitações precárias em favelas, ocupações de terra, loteamentos irregulares e bairros populares. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) referente a 1999, 20% da população brasileira não são atendidos por abastecimento de água, 57% não têm seus esgotos ligados à rede pública e 80% não têm tratamento de esgotos. Na conta da falta de saneamento ambiental deve ser incluído o custo de despoluição de rios e baías. Cada real investido em saneamento básico propicia a economia de cinco reais em atendimento médico. OUTROS PROBLEMAS Enchentes - As enchentes de graves proporções e os alagamentos tornam-se cada vez mais frequentes nas cidades médias e grandes. O modo predominante de fazer a drenagem urbana precisa ser repensado. Deve-se privilegiar a articulação de políticas urbanas, apoiadas na Educação Ambiental e na gestão do uso e ocupação do solo. Áreas de risco – Os deslizamentos de terra e as erosões são os fenômenos relacionados a desastres naturais que têm causado o maior número de mortes no Brasil. Atingem com especial gravidade os moradores de favelas, loteamentos irregulares e demais ocupações precárias. Nesses locais, as condições físicas desfavoráveis aliam-se à precariedade das moradias, à carência de redes de esgoto e de abastecimentos de água, assim como à ausência de serviços de limpeza de córregos e de coleta de lixo. A atuação do Poder Público nesses casos é pautada apenas pelo atendimento a vítimas e por intervenções de reconstrução da infraestrutura destruída pelo acidente. Essas medidas não conseguem evitar a ocorrência de tragédias anunciadas, que se repetem anualmente nas regiões de morros e serras. Vegetação urbana – A tendência a impermeabilizar o solo com cimento e a diminuição das áreas destinadas a praças, parques, jardins e hortos florestais, têm transformado as grandes cidades em estufas. Além disso, a falta de áreas verdes empobrece a qualidade do ar, facilita enchentes e faz declinar a qualidade de vida. A falta de planos diretores e de outros mecanismos de zoneamento urbano dificulta a criação de áreas específicas para lazer e recreação nos projetos de loteamentos. Ocorrem também constantes mudanças na destinação dessas áreas, privilegiando espaços construídos. Poluição atmosférica e sonora – A emissão de gases por veículos automotores é a principal causa da poluição do ar em cidades. A estrutura urbana, a organização do sistema viário e de trânsito tem valorizado primordialmente o tráfego de veículos individuais em detrimento do transporte coletivo. A falta de inspeção veicular e do controle dos níveis de emissão de poluentes agrava o problema. Para reverter a degradação do espaço público devido à poluição atmosférica e sonora, deve-se desestimular a cultura automobilística, aumentar investimentos nos transportes públicos e incentivar a fabricação de veículos movidos a combustível limpo (álcool, gás e hidrogênio). A cidade na agenda global - Cada vez mais, as cidades promovem diversos espaços de integração internacional. Além disso, a gestão urbana tem enorme impacto nas questões ambientais globais, como o efeito estufa e o consumo energético, inclusive de petróleo. Assim, o cumprimento dos compromissos internacionais inclui a gestão ambiental urbana. A integração cada vez mais aperfeiçoada entre cidades é importante instrumento para a sustentabilidade urbana. LEI FEDERAL 6766/79 O QUE TRATA ESTA LEI? Parcelamento do Solo para fins urbanos – Loteamentos e desmembramentos, serão regidos pela Lei Federal 6.766 de 19 de dezembro de 1979. Esta lei determina todos os critérios necessários para a elaboração e aprovação de projetos urbanísticos, definindo normas civis, penais, administrativas e urbanísticas de expansão urbana no território nacional. Composta de 55 artigos define em seus capítulos, todas as etapas necessárias a serem cumpridas para o parcelamento do solo para fins urbanos. Quais os aspectos mais importantes desta lei? Após a definição de competências, formas de parcelamento e restrições preliminares, contidas no Capítulo I desta Lei, definir-se-ão os requisitos urbanísticos para loteamento, assim como o projeto do loteamento, na forma a seguir: CAPÍTULO I REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO: Disposições Preliminares Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. § 1º Considera-se: Loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. § 2ºconsidera-se Desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Art. 3º. Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal. Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO: Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I as áreas destinadas a sistema de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista para a gleba, ressalvado o disposto no § 1º deste artigo; II os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanizaçãoespecífica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa non aedificandi de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; IV as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. § 1º A percentagem de áreas públicas prevista no inciso I deste artigo não poderá ser inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da gleba, salvo nos loteamentos destinados ao uso industrial cujos lotes forem maiores do que 15.000 m² (quinze mil metros quadrados), caso em que a percentagem poderá ser reduzida. § 2º Consideram-se Comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. Parágrafo único - Consideram-se: Urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. ANTES DE ELABORAR O PROJETO, O QUE FAZER? CAPÍTULO III DO PROJETO DE LOTEAMENTO Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: I as divisas da gleba a ser loteada; II as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; III a localização dos cursos d'água, bosques e construções existentes; IV a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de Comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada; V o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; VI as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas. Art. 7º. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: I as ruas ou estradas existentes ou projetada, que compõem o sistema viário da cidade e do município, relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; II o traçado básico do sistema viário principal; III a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público; IV as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis; V a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis. Parágrafo único: As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de 2 (dois) anos. Art. 8º. O Município de menos de 50.000 (cinquenta mil) habitantes poderá dispensar, por lei, a fase de fixação das diretrizes previstas nos arts. 6º e 7º desta Lei, para a aprovação do loteamento. O QUE DEVE COMPOR O PROJETO DE LOTEAMENTO? Art. 9º. Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos e memorial descritivo, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado do título de propriedade, certidão de ônus reais e certidão negativa de tributos municipais, todos relativos ao imóvel. § 1º Os desenhos conterão pelo menos: I a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração; Il o sistema de vias com a respectiva hierarquia; III as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, pontos de tangência e ângulos centrais das vias; IV os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praças; V a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas; VI a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais. § 2º O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: I a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zonas de uso predominante; II as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; III a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato de registro do loteamento; IV a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências. O QUE MAIS SE DEVE CONHECER? Procurando aprofundar-se do assunto, é importante complementar e conhecer as fases do texto legal, que são: III – O projeto de desmembramento; IV – A aprovação do projeto de loteamento e desmembramento; V - O registro do loteamento e desmembramento; VI – Os contratos; VII - As disposições gerais; VIII - As sanções penais. Em suma, o projeto de parcelamento do solo deverá seguir rigorosamente estas etapas, devendo-se ainda, respeitar-se as normas ambientais vigentes, a seguir comentadas. Aula 18/04 – Não temos esse arquivo INFORMALIDADE URBANA • Impossibilidade de acesso à moradia por meio das regras e condições do mercado formal. CONSTRUINDO UMA NOVA ORDEM URBANÍSTICA: • Anos 80: redemocratização do país – movimento pela reforma urbana • 1988: Constituição Federal (arts. 182 e 183) • 2001: O Estatuto da Cidade - novos instrumentos de gestão • 2003: Governo Federal (Ministério das Cidades e Conselho Nacional das Cidades: política nacional de desenvolvimento urbano). POLÍTICA NACIONAL DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL – PROGRAMA PAPEL PASSADO • Dar eficácia aos instrumentos de regularização fundiária do Estatuto da Cidade. Apoio aos agentes locais da regularização fundiária (Municípios, Estados, ONSGs e Defensorias Públicas). Articulação dos 3 níveis de Governo (dos poderes executivo, legislativo, judiciário, ministério público, organizações da sociedade – Brasil regularizando). METAS PRESIDENCIAIS • 1.000.000 de famílias com processos de regularização iniciados; • 400.000 de famílias com títulos concedidos; • 364.000 de famílias com processos de regularização finalizados (títulos registrados em cartório). MONITORAMENTO DAS AÇÕES – ABRANGÊNCIA: 26 ESTADOS E 220 MUNICÍPIOS • 1.277 assentamentos informais urbanos em processo de regularização fundiária; • 1.150.728 famílias com processos de regularização iniciados; • 467.725 imóveis em estágio avançado de regularização fundiária; • 272.260 famílias com títulos concedidos; • 80.280 famílias com processos de regularização finalizados (títulos registrados em cartório). ANÁLISE DOS RESULTADOS • Inserção da regularização fundiária na agenda das políticas urbanas – o Brasil se regularizando. • Constituição de uma política nacional de regularização fundiária. • Processo extremamente complexo e demorado para concessão dos títulos: obstáculos legais e administrativos (legislação urbanística, ambiental, registraria); obstáculos conceituais (direito propriedade x direito moradia: função social da propriedade); dificuldade técnicas; capacitação de agentes locais; carência de recursos financeiros. • Obstáculos para registro dos títulos. ASPECTOS DA QUESTÃO HABITACIONAL NO BRASIL • Déficit habitacional (Renda Familiarmilhões domicílios. • Total de domicílios urbanos = 44 milhões. REVISÃO DA LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO: DESAFIOS • Adequação da lei de parcelamento do solo ao Estatuto da Cidade – Plano Diretor Municipal. • Diminuição de custos de produção de lotes urbanizados, com a agilização do processo de licenciamento. • Definição de procedimentos para efetivação da regularização fundiária – concretização do direito à moradia. • Regulamentação dos parcelamentos com acesso controlado. REQUISITOS URBANÍSTICOS Área mínima = 125 m² (100 m² nas modalidades integradas à edificação). Área mínima em ZEIS – lei municipal % área pública exceto sistema viário = 15% Lei Municipal: isso permitidos, parâmetros urbanísticos, modalidades admissíveis, diretrizes para articulação com o desenho urbano, sistema de áreas verdes. Surgem os condomínios urbanísticos, os requisitos ambientais. REQUISITOS AMBIENTAIS Áreas de Preservação Permanente em córregos com menos de 2 m de largura = 15 m Autoridade licenciadora pode permitir que APP seja utilizada como área de lazer (5% de impermeabilização e 15% de ajardinamento). EIA – RIMA para empreendimentos maiores que 1 milhão de m² e naqueles de significativo impacto ambiental, segundo a autoridade licenciadora. Atendimento à lei de proteção ao bioma Mata Atlântica e aos planos de manejo de unidades de conservação. LICENCIAMENTO DE NOVOS PARCELAMENTO: MUNICÍPIO COM GESTÃO PLENA Município: licenciamento urbanístico e ambiental como regra (licenciamento urbanístico sempre). Estado – licenciamento ambiental: parcelamentos maiores que 1 milhão m²; localizados em 2 ou + municípios; impactos ambientais supra locais (lei estadual ou CONSEMA); risco para espécies ameaçadas (comprovado por estudo técnico); supressão de vegetação no bioma Mata Atlântica. MUNICÍPIO SEM GESTÃO PLENA O Estado trabalha com a licença ambiental em ocorrência dos itens acima citados, caso não ocorram, o próprio município trabalha com as duas licenças. Município: licença urbanística. Estado: licença ambiental. AULA DIA 18/04 – Arquivo 18 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA É um dos instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente e foi instituído pela RESOLUÇÃO CONAMA N.º 001/86, de 23/01/1986. Atividades utilizadoras de Recursos Ambientais consideradas de significativo potencial de degradação ou poluição dependerão do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para seu licenciamento ambiental. Neste caso o licenciamento ambiental apresenta uma série de procedimentos específicos, inclusive realização de audiência pública, e envolve diversos segmentos da população interessada ou afetada pelo empreendimento. DEPENDE DE ELABORAÇÃO DE EIA/RIMA O LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES MODIFICADORAS DO MEIO AMBIENTE, TAIS COMO: estradas de rodagem com 2 (duas) ou mais faixas de rolamento; ferrovias; portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 48, do Decreto-Lei n.º 32, de 18 de novembro de 1966; linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 KW; Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos tais como: abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); extração de minério, inclusive os da classe II, definidos no CÓDIGO DE MINERAÇÃO; aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10 MW; complexos e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, destilarias e álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais - ZEI; exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 há (cem hectares) ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; projetos urbanísticos, acima de 100 há (cem hectares) ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a 10t (dez toneladas) por dias. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA Um Estudo de Impacto Ambiental consiste na identificação e avaliação das consequências das ações humanas sobre o ambiente. As metodologias associadas a estas análises variam de país para país e evoluem com o tempo. Entretanto, a base de estudo é fundamentalmente a mesma. Em primeiro lugar, encontra-se o fato do EIA requerer uma visão do ambiente como um conjunto de condições e de elementos que envolvem cada ser vivo. Nesta perspectiva, o ambiente não constitui apenas o habitat físico de um curso de água, por exemplo, mas inclui também a água, o solo, o ar e as plantas. Por outro lado, o ambiente é constituído por tudo o que rodeia o homem, incluindo os seres humanos (relações socioeconômicas) e outros seres vivos e todos os processos e sistemas deles dependentes e que caracterizam a Vida. O EIA constitui, assim, um esforço para: determinar a forma como as ações antrópicas modificam as entidades que rodeiam o ser humano (e em que condições) e a sua própria dinâmica; estabelecer critérios para avaliar o interesse de tais mudanças; minimizar algumas consequências através da otimização da técnica e dos métodos de gestão. Em segundo lugar, enquanto técnica de apoio à decisão, a relevância EIA torna-se significativa para os decisores (Legislação Ambiental no Brasil). Em terceiro lugar, embora muitos dos componentes ambientais sejam quantificáveis, outros não o são tão facilmente. Pela sua natureza, estes fatores podem nunca ser quantificados, independentemente da evolução de novas ferramentas de análise. Assim, qualquer tentativa para restringir uma EIA a fatores quantificáveis pode levar a sérios erros de avaliação, embora o procedimento inverso possa ser considerado subjetivo (Legislação Ambiental no Brasil). Conclui-se, assim, que, embora não possa ser realizado com total objetividade, um estudo de Impacto Ambiental constitui um instrumento de gestão preventiva de grande utilidade (Legislação Ambiental no Brasil). Em quarto lugar, deve ter-se em consideração que as tentativas de minimização de um impacto ambiental devem considerar a sua influência em todos os outros, devido à natureza interativa e relacional da análise ambiental (Legislação Ambiental no Brasil). DE ACORDO COM ESTA VISÃO GLOBAL, O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL INCLUI QUATRO ETAPAS PRINCIPAIS: Utilizar o conhecimento existente sobre os processos incluídos no projeto para identificar os seus impactos diretos nos diversos componentes e na dinâmica do ambiente físico e social; Utilizar o conhecimento sobre a dinâmica das interações entre as componentes físicas, sociais e econômicas do ambiente para identificar impactos indiretos subsequentes; Aplicar um procedimento formal para avaliar os possíveis impactos ambientais que tenham sido identificados; Com base na avaliação dos impactos, implementar ou sugerir medidas que os minimizem ou compensem. RIMA: COMPLEMENTO O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual. Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos governamentais. Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria prima, fontes de energia, resíduos etc.). Síntese