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IBACBRASIL CURSO DE RECICLAGEM PARA CONDUTORES INFRATORES APOSTILAAPOSTILA Curso de Reciclagem para Condutores Infratores – 2018. Todos os direitos reservados. IbacBrasil – Instituto Base de Conteúdos e Tecnologias Educacionais Ltda. CNPJ: 05974557000147. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil) C977 Curso de reciclagem para condutores infratores / Instituto Instituto Base de Conteúdos e Tecnologias Educacionais.  Curitiba : IbacBrasil, 2018. ISBN 978-85-62933-04-2 1. Educação no trânsito. I. Instituto Base de Conteúdos e Tecnologias Educacionais. CDU 376 Curso de Reciclagem para Condutores Infratores Sumário Núcleo Temático 1 - Atualização em legislação de trânsito ...................................................... 09 Unidade de Estudo 1 - O Sistema Nacional de Trânsito – atribuições dos órgãos normativos, executivos e rodoviários de trânsito ........................................................... 09 Objetivo ............................................................................................................................... 09 Introdução – necessidade de regras para o trânsito .......................................................... 09 Elementos do trânsito ......................................................................................................... 12 Sistema Nacional de Trânsito (SNT) ................................................................................... 13 Unidade de Estudo 2 - Penalidades e crimes de trânsito...................................................... 23 Objetivo ............................................................................................................................... 23 Infrações .............................................................................................................................. 23 Penalidades ........................................................................................................................ 24 Medidas administrativas ..................................................................................................... 28 Unidade de Estudo 3 - Direitos, deveres e responsabilidades do cidadão condutor de veículos em relação ao trânsito ...................................................................................... 49 Objetivo ............................................................................................................................... 49 O que é cidadania? .............................................................................................................. 49 Educação para o trânsito .................................................................................................... 50 A educação infantil para o trânsito .................................................................................... 51 Comportamento do condutor ............................................................................................. 89 Imprudência, imperícia e negligência ................................................................................ 53 Pedestres e condutores de veículos não motorizados ....................................................... 56 Unidade de Estudo 4 - Segurança e atitudes do condutor, passageiros, pedestres e demais atores no processo de circulação .................................................................................... 62 Objetivo ............................................................................................................................... 62 Segurança no trânsito ......................................................................................................... 62 Comportamento seguro ou inseguro no trânsito ............................................................... 64 Unidade de Estudo 5 - Formação do condutor, exigências para as categorias de habilitação, documentos do condutor e do veículo: apresentação e validade ..................................... 69 Objetivo ............................................................................................................................... 69 Habilitação para dirigir ........................................................................................................ 70 Categorias de habilitação ................................................................................................... 70 Requisitos obrigatórios para alteração de categorias C,D e E ............................................ 72 Exames para obtenção da CNH ........................................................................................... 75 Licença de Aprendizagem de Direção Veicular (LADV) ....................................................... 78 Direção veicular .................................................................................................................. 79 Permissão para dirigir ........................................................................................................ 81 Renovação da CNH e exame psicológico ............................................................................ 81 Documentação obrigatória do condutor ........................................................................... 82 Documentação do veículo ................................................................................................... 83 Unidade de Estudo 6 - Normas gerais de circulação e conduta ......................................... 88 Objetivo ............................................................................................................................... 88 Trânsito .............................................................................................................................. 88 Classificação das vias .......................................................................................................... 90 Normas Gerais de Circulação e Conduta ............................................................................ 95 Regras para conversões ................................................................................................... 100 Utilização das luzes do veículo em vias públicas .............................................................. 101 Outras regras de segurança .............................................................................................. 102 Condução de veículos por motoristas profissionais ......................................................... 103 Infrações e penalidades referentes ao estacionamento, parada, circulação, documentação do condutor e do veículo .................................................................................................. 105 Unidade de Estudo 7 - Sinalizações de trânsito .............................................................. 110 Objetivo ............................................................................................................................. 110 Sinalização de trânsito ...................................................................................................... 110 Sinalização vertical ............................................................................................................ 111 Sinalização especial de advertência e indicação ............................................................... 115 Sinalização horizontal........................................................................................................ 117 Características da sinalização horizontal .......................................................................... 117 Dispositivos de sinalização auxiliar ................................................................................... 124 Gestos dos condutores .....................................................................................................a 2 anos. Condutores das categorias C, D e E deverão realizar exame toxicológico para a obtenção ou renovação da CNH, além disso, serão submetidos a novo exame a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, a partir da obtenção ou renovação da CNH. Em caso de resultado positivo no exame ocorre a suspensão do direito de dirigir por 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão à inclusão, no Renach, de resultado negativo em novo exame. Caso também ultrapassem o período de 2 anos e 6 meses sem realizar esse exame, poderão ter a CNH suspensa por 3 (três) meses (art.165-A CTB). A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina a quantidade de pontos computados, para fins de contagem subsequente. (art. 261, parágrafo 3º, alterado pela Lei n. 14.071/2020). De 2 a 7 meses para multas agravadas. De 2 a 8 meses, exceto para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracional e, em caso de reincidência no período de 12 meses, passará de 8 a 18 meses. De 4 a 12 meses para multas agravadas por 5 vezes o valor da gravíssima. De 12 a 24 meses para multas agravadas por 10 vezes o valor da gravíssima. 37 Infração Antes da nova lei Depois da Lei n. 13.281/2016 Depois da Lei n. 14.071/20 Dirigir utilizando telefone celular (mesmo que somente manuseando) – Média – 4 pontos – R$ 85,13. Dirigir utilizando telefone celular (mesmo que somente manuseando ou segurando) – Gravíssima – 7 pontos – R$ 293,47. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código ou da legislação complementar, e o infrator se sujeita às penalidades e às medidas administrativas indicadas no CTB. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos no CTB (CRLV) – Sempre obrigatório – Leve – 3 pontos – R$ 53,20. O porte será dispensado quando, no momento da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar se o veículo está licenciado. Caso não seja possível, continuará sendo uma multa leve. Usar o veículo para, deliberadamente, interromper a circulação da via sem autorização do órgão – Gravíssima 20X – 7 pontos – R$ 3.830,80 Gravíssima 60X – R$ 17.608,20 – em caso de reincidência no período de 12 meses aplica-se o dobro. Parar o veículo sobre ciclovia ou ciclofaixa – Infração grave. Penalidade: multa. (Art. 182. XI) Velocidade nas vias Antes da nova lei Depois da Lei n. 13.281/2016 Depois da Lei n. 14.071/20 110 km/h para automóveis, camionetas e motocicletas. Pista dupla: 110km/h – Pista simples: 100 km/h Velocidade superior à máxima em mais de 50% – Gravíssima – Multa 3X, suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do documento de habilitação. (art. 218) 90 km/h para ônibus e micro-ônibus. Pista dupla ou simples: 90km/h 80 km/h para os demais veículos. 60 km/h nas estradas. Permanece 60 km/h Pontuação O condutor acrescenta pontos à CNH a cada infração cometida. A Lei n. 14.071/2020 apresentou mudanças na forma de contagem dos pontos para a aplicação da penalidade da suspensão do direito de dirigir. Assim, haverá a suspensão sempre que o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a seguinte contagem de pontos: 38 a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações gravíssimas na pontuação; b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima na pontuação; c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação Brasil, 2020. Atenção: para condutores que exercem atividade remunerada com o veículo, a penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta quando o infrator atingir o limite de 40 (quarenta) pontos, independentemente da natureza das infrações cometidas. Será facultado a ele participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 12 (doze) meses, atingir 30 (trinta) pontos. É importante lembrar que, para qualquer condutor, a imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina a quantidade de pontos computados. Ao atingir o limite de pontos indicados, em um período de 12 meses, o condutor terá o direito de dirigir suspenso por um prazo mínimo de seis meses a um ano. No caso de reincidência no período de 12 meses, de 8 meses a 2 anos. A quantidade de pontos que será anotada no cadastro do documento de habilitação do infrator dependerá da classificação da infração, conforme apresentado no Quadro 2. Em caso de dúvida sobre algum dos itens citados anteriormente, procure o Detran do seu estado e faça a conferência. Ao cometer uma infração, a CNH fica pontuada por um período de 12 meses. Por exemplo: se a infração acontecer em dezembro de 2021, sua CNH ficará pontuada até dezembro de 2022, ou em caso de suspensão, quando seus pontos serão eliminados. 39 Se o condutor do momento da infração não for identificado, o proprietário do veículo terá 15 dias de prazo após a notificação da autuação para indicar o real infrator; caso não o faça, será considerado responsável pela infração. Em 2017 houve uma mudança no CTB no que diz respeito à apresentação do condutor. Acompanhe: Segundo o parágrafo 10° da Lei n. 13.495/17, sancionada pelo Presidente da República, a indicação do condutor de forma antecipada já é possível (BRASIL, 2017a). Vamos ver o que destaca a regulamentação? O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. § 11. O principal condutor será excluído do Renavam: I. quando houver transferência de propriedade do veículo; II. mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo; III. a partir da indicação de outro principal condutor. Brasil, 2017. Com essa regulamentação, as empresas e as pessoas físicas poderão antecipar as informações evitando punições por infrações que não cometeram! Procure o DETRAN do seu estado para fazer o cadastro. Mas atenção: quando não for imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o proprietário do veículo terão o prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da notificação da autuação, para se apresentar ao órgão executivo de trânsito. 40 Se, transcorrido o prazo, ninguém for indicado, será considerado responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do veículo. Suspensão do direito de dirigir A suspensão da habilitação é uma penalidade que deixará o condutor sem dirigir por um tempo determinado, conforme seu prontuário ou infração. A suspensão de habilitação poderá ocorrer por somatória de 20 a 40 pontos num período de 12 meses ou por infração de suspensão direta. São exemplos de infração de suspensão direta, segundo o CTB (BRASIL, 1997): • Dirigir alcoolizado (art. 165); • Conduzir veículo sem realizar o exame toxicológico após 30 (trinta) dias do vencimento do prazo estabelecido para a renovação da CNH, para condutores das categorias C, D ou E (Art. 165-B). • Efetuar manobra perigosa (art. 175); • Pilotar moto sem capacete ou vestuário aprovado (O colete de segurança, com dispositivos retrorrefletivos, obrigatório para o condutor de veículo destinado ao transporte remunerado de cargas ou de pessoas (artigo 5º, inciso IV, da Resolução Contran n° 356/10).) pelo Contran (art. 244, I); • Transportar, na moto, passageiro sem o capacete de segurança (art. 244, II); • Conduzir a moto fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda (art. 244, III); • Transportar, na moto, criança menor de dez anos (art. 244, V); • Transpor bloqueio policial (art. 210); • Dirigir ameaçando pedestres (art. 170); • Dirigir em velocidade superior a mais de 50% do limite permitido (art. 218, III); • Disputarcorrida por espírito de emulação (art. 173); 41 • Participar de competição esportiva em via pública sem permissão da respectiva autoridade de trânsito (art. 174); • Omitir-se de socorrer vítima (art. 176); • Forçar passagem entre veículos transitando em sentidos opostos (art. 191). Figura 2 – Suspensão do direito de dirigir Você sabia que seu veículo poderá ser apreendido em caso de irregularidade de trânsito? Vejamos a seguir: De acordo com o CTB (BRASIL, 1997), o recolhimento do veículo pelas autoridades de trânsito acontecerá sempre que o condutor: • Disputar corrida em via pública e/ou participar de competição esportiva sem autorização; • Demonstrar ou exibir manobra perigosa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus; • Usar de modo incorreto o alarme do carro, gerando barulhos desnecessários e que incomodam as demais pessoas; • Ultrapassar o bloqueio da via policial sem autorização; 42 • Falsificar ou violar o lacre da placa ou a própria placa; • Transportar passageiros em compartimento de carga, salvo exceções autorizadas pela autoridade competente e na forma estabelecida pelo Contran; • Dirigir veículo com dispositivo antirradar; • Transportar escolares sem portar autorização para esses veículos; • Dirigir sem autorização especial para transitar com dimensões excedentes; • Falsificar ou adulterar a CNH ou o CRLV; • Recusar-se a entregar para a autoridade os documentos solicitados; • Retirar o veículo retido para fiscalização; • Bloquear a via com o veículo; • Dirigir sem uma das placas de identificação do veículo (traseira ou dianteira); • Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor rebocando outro veículo ou sem segurar o guidom com ambas as mãos (salvo eventualmente para indicação de manobras); • Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem usar capacete de segurança ou vestuário de acordo com as normas e as especificações aprovadas pelo Contran ou transportando criança menor de 10 (dez) anos de idade ou que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar da própria segurança; • Transportar carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com o previsto no parágrafo 2.º do art. 139-A do CTB; • Efetuar transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto no art. 139-A do CTB ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas. Crimes de trânsito O condutor que praticar homicídio culposo ou lesões corporais culposas na condução de um veículo estará cometendo um crime de trânsito. A pena prevista vai de suspensão da CNH à detenção do condutor. 43 Quando você é o responsável por um acidente de trânsito com vítima, deve prestar atendimento, chamando por socorro. Caso abandone o local, estará cometendo o crime de omissão de socorro. Se a vítima falecer, mesmo que o socorro tenha sido prestado, você poderá ser responsabilizado por um crime de trânsito. Ainda que o condutor não tivesse a intenção, o art. 304 do CTB prevê punição para essa situação. Algumas infrações são caracterizadas como crimes de trânsito e são submetidas às Normas Gerais do Código Penal e ao Código de Processo Penal. Para os crimes dolosos, as penalidades são mais severas: • Suspensão da CNH; • Por um prazo entre 2 meses e 5 anos, é proibido ao condutor obter uma nova habilitação; • Ao ser punido, o condutor pode, além de pagar as multas, reparar os danos causados ao patrimônio público ou a terceiros; • Para determinados crimes, as penas podem variar de 6 meses a 5 anos. A partir de janeiro de 2019, passou a vigorar uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro, com a inclusão do art. 278-A, que corresponde à Lei n. 13.80410, de 10 de janeiro de 2019. Esta Lei prevê medidas de repressão ao contrabando, ao descaminho, ao furto, ao roubo e à receptação (BRASIL, 2019). O motorista infrator envolvido nesse delito terá punição do direito de dirigir. Mas essa ação é entendida como um crime. Se condenado em juízo perante o Código Penal quanto aos crimes ali previstos (arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal) (BRASIL, 1940), o motorista terá sua carteira de habilitação cassada, ficando 5 anos sem dirigir e somente poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários, na forma prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro. 10 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- 2022/2019/Lei/L13804.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20medidas%20de%20preven%C3%A7% C3%A3o,20%20de%20agosto%20de%201977. 44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13804.htm#:%7E:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20medidas%20de%20preven%C3%A7%C3%A3o,20%20de%20agosto%20de%201977 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13804.htm#:%7E:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20medidas%20de%20preven%C3%A7%C3%A3o,20%20de%20agosto%20de%201977 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13804.htm#:%7E:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20medidas%20de%20preven%C3%A7%C3%A3o,20%20de%20agosto%20de%201977 Em caso de violação, o infrator pode ser preso por um período de 6 meses a 1 ano. Para saber mais sobre os crimes e as consequências para o condutor, leia os arts. 291 a 309 do CTB11 (BRASIL, 1997). Importante: Conheça os crimes de trânsito e as respectivas penalidades12! Processos administrativos Em seu capítulo XVIII, o CTB (BRASIL, 1997) apresenta o processo administrativo dividido em duas seções: • Seção I: Da Autuação. • Seção II: Do Julgamento das Autuações e Penalidades. No art. 280 do CTB (BRASIL, 1997), no que diz respeito à autuação, o processo administrativo prevê que, em situações de infração prevista na legislação, será lavrado auto de infração, no qual deverá constar: 1. Tipificação da infração; 2. Local, data e hora do cometimento da infração; 3. Caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à identificação; 4. Prontuário do condutor, sempre que possível; 5. Identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento que comprova a infração; 6. Assinatura do infrator, sempre que possível, valendo essa como notificação do cometimento da infração. Brasil, 1997. 11 http://www.planalto.gov..br/ccivil_03/lei/l9503.htm 12 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2192/assets/img/Crimes_e_penalidades.pdf 45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://www.planalto.gov..br/ccivil_03/lei/l9503.htm A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente de trânsito por meio de aparelho eletrônico ou equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo Contran. Quando possível, o infrator deverá ser notificado imediatamente sobre a infração cometida. Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo e qual foi a infração. Assim, para toda autuação, será aberto um procedimento administrativo, para que, ao final, sejam determinadas as penalidades de acordo com o ato infracional. Nas situações em que o infrator não concorda com a autuação, poderá interpor recursos, os quais vão da análise do procedimento da autuação (recursos administrativos) até a última instância, que seria a interposição de recurso ao Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), ou, ainda, ao Contran, dependendo do caso. Chegamos ao final de mais uma Unidade de Estudos. Esperamos que as informações repassadas até aqui tenham sido válidas, e que vocêtenha percebido a importância da realização deste curso, que traz conhecimentos úteis que, com certeza, serão utilizados em seu dia a dia como condutor. Vamos em frente! 46 Referências BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, DF, 31 dez. 1940. _____. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 12.760, de 20 de dezembro de 2012. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 12.971, de 9 de maio de 2014. Altera os arts. 173, 174, 175, 191, 202, 203, 292, 302, 303, 306 e 308 da Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, para dispor sobre sanções administrativas e crimes de trânsito. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 12 maio 2014. Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2016. _____. Lei n. 13.281, de 4 de maio de 2016. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 maio 2016. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 13.290, de 23 de maio de 2016. Torna obrigatório o uso, nas rodovias, de farol baixo aceso durante o dia e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 maio 2016a. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 13.495, de 24 de outubro de 2017. Altera dispositivos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para 47 possibilitar ao proprietário cadastrar o principal condutor do veículo automotor no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), para fins de responsabilidade. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 25 out. 2017a. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 13.546, de 19 de dezembro de 2017. Altera dispositivos da Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre crimes cometidos na direção de veículos automotores. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 dez. 2017b. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 13.804, de 10 de janeiro de 2019. Dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao contrabando, ao descaminho, ao furto, ao roubo e à receptação; altera as Leis n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e 6.437, de 20 de agosto de 1977. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 jan. 2019. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. BRASIL. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução n. 624, de 19 de outubro de 2016. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 out. 2016b. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. 48 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 3: Direitos, deveres e responsabilidades do cidadão condutor de veículos em relação ao trânsito Objetivo: Entender os direitos, os deveres e a importância da educação para o trânsito. Tópicos desta Unidade • O que é cidadania • Educação para o trânsito • A educação infantil para o trânsito • Comportamento do condutor • Imprudência, imperícia e negligência • Pedestres e condutores de veículos não motorizados Olá! Para começar, devemos ter sempre em mente que falar sobre o trânsito implica dialogar sobre uma relação cidadã entre pessoas que partilham espaços e vias em comum. Nessa relação, todos têm direitos, deveres e responsabilidades como condutores ou pedestres e o que permite que tudo transcorra bem é a educação para o trânsito que cada um recebe, desde a infância, para que o direito de ir e vir possa ser plenamente assegurado a todos. Vamos relembrar alguns tópicos sobre educação, direitos e deveres no trânsito? Acompanhe! Para conversarmos sobre educação para o trânsito, é preciso entender o nosso papel de cidadãos. Vamos lá! O que é cidadania É a relação de direitos e deveres que o indivíduo vai adquirir em uma determinada sociedade. 49 Mas que direitos são esses? • O direito civil refere-se, por exemplo, ao seu direito de ir e vir, de escolher uma religião, entre outros; • Já o direito político refere-se ao seu direito de voto livre, de escolha de seus governantes e de envolvimento em ações políticas do país; • O direito social refere-se a ações coletivas de benefícios para toda a comunidade, ou seja, toda a ação que beneficia a sociedade como um todo, sem distinção de raça, posição social ou cultural. Podemos citar como exemplo a mobilidade urbana e suas condições de uso com ações positivas e regras para circular. E os deveres? Os deveres estão relacionados aos princípios éticos e morais do ser humano, ou seja, são obrigações relacionadas ao conjunto de regras aceitas para viver em sociedade. Respeitar os direitos das outras pessoas, cumprir as leis, preservar o meio ambiente, proteger o patrimônio público são deveres de um cidadão e isso compreende a necessidade do cumprimento de regras. Educação para o trânsito No processo de educação para o trânsito, objetiva-se apresentar as regras básicas do trânsito aos pedestres e aos condutores. É fundamental conhecer e respeitar os direitos e os deveres, pois isso pode garantir a segurança de todos. A legislação de trânsito apresenta os direitos e deveres que organizam o sistema desse âmbito. Mas não basta conhecer as leis, é preciso ter atitudes de respeito em relação aos demais condutores e usuários das vias. 50 Motoristas, ciclistas, condutores de todos os veículos e também os pedestres devem reconhecer seu papel social no trânsito e saber que segurança e respeito precisam estar em harmonia para garantir a qualidade de vida de todos e uma cultura de paz e segurança no trânsito. Figura 1 – Colabore para a boa convivência no trânsito. A educação infantil para o trânsito A criança é um ser curioso e atento ao ambiente que frequenta e, quando recebe a orientação correta de como agir, passa a perceber rapidamente os erros. Portanto, trabalhar educação de trânsito com crianças, além de ser fundamental, pode se tornar interessante, pois elas são ágeis para assimilar as informações e se envolvem com o assunto. Uma criança estimulada em sua educação social será um adulto mais consciente.A Educação Infantil para o trânsito pode ser uma maneira eficaz para conscientização dos cidadãos com relação aos seus direitos e deveres no trânsito. Ao tomarem conhecimento de algumas regras, as crianças têm o poder de influenciar os adultos na tomada de decisões no trânsito e evitar riscos desnecessários. 51 A Lei n. 14.071/2020 determinou, inclusive, que os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverão criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito (art. 22, XVII, CTB) (BRASIL, 2020). Observe, a seguir, atitudes de pedestres e condutores que podem causar acidentes de trânsito e o que é preciso fazer para evitar e prevenir esse tipo de situação. Acidentes de trânsito: pedestres e condutores Tenha sempre em mente que conduzir um veículo é muito mais do que apenas dirigi-lo. É preciso considerar todos os aspectos envolvidos nesse contexto. O bom convívio social e o respeito são atitudes importantes para condutores e pedestres. Programas e campanhas para a segurança no trânsito surgem com frequência. Mas, ainda assim, é grande o número de acidentes de trânsito causados tanto por pedestres como por condutores. O Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1997) classifica como vítima de acidente de trânsito quem necessita de atendimento médico no local do acidente, contudo, ainda que não seja necessário acionar o socorro médico, devem-se considerar os reflexos que os acidentes causam, pois geram prejuízos sociais e financeiros, tanto para o cidadão envolvido quanto para a sociedade em geral, e qualquer pessoa pode ser vítima desses infortúnios. Aposentadorias e mortes precoces, leitos de hospital ocupados por acidentados de trânsito e indenizações são alguns dos efeitos negativos que um acidente pode causar, portanto devemos nos comprometer com as regras para evitar sofrimentos e preservar a vida. 52 Quantas vezes você já presenciou um pedestre correndo para atravessar a rua, fora da faixa e com veículos em movimento na via? Isso acontece com muita frequência. A pressa diária no trânsito acaba fazendo com que as pessoas coloquem a própria vida e a de outras pessoas em risco. Comportamento do condutor Acidentes também são provocados por imprudência e mau comportamento do condutor. Vamos relembrar algumas dessas atitudes? • Falta de atenção ao cruzar uma via; • Dar marcha à ré inadequadamente; • Desrespeito e desatenção à sinalização de trânsito; A maioria dos acidentes é provocada por falta de atenção e desrespeito às normas. Segundo o CTB, “o condutor deve sempre estar bem disposto, equilibrado e sóbrio” (BRASIL, 1997) para que possa ter completo domínio de suas ações e não se envolver em situações de risco. Para obter a CNH, o futuro condutor precisa atender a alguns requisitos descritos no Código de Trânsito Brasileiro – CTB (BRASIL, 1997), tais como: • Ser penalmente imputável (Aquele que pode responder legalmente por seus atos; maior de 18 anos); • Saber ler e escrever; • Possuir CPF (Cadastro de Pessoa Física); • Possuir documento de identidade ou equivalente; • Estar apto física, mental e psicologicamente (aprovação na avaliação psicológica, e no exame de aptidão física e mental); • Participar dos cursos teórico e prático para direção veicular; • Ter sido aprovado no exame técnico-teórico e de direção veicular. 53 Como condutor, você tem o dever de: • Saber sobre a legislação de trânsito e sua aplicabilidade; • Obedecer e zelar pelo cumprimento da legislação de trânsito; • Ter noções de mecânica; • Ter conhecimento sobre direção defensiva; • Ter controle sobre seu estado emocional (para saber lidar com todas as situações no trânsito) e controle técnico do veículo; • Promover um trânsito seguro e confiável. Atualmente, percebe-se um grande número de pedestres que circulam utilizando o telefone celular pelas vias, digitando ou falando, e não percebem a aproximação dos veículos, colocando a própria vida em risco e podendo causar acidentes no trânsito. Assim, é fundamental que o motorista também esteja atento a possíveis atitudes dos pedestres. No trânsito, fique sempre atento ao que está acontecendo à sua volta. Observe, a seguir, alguns exemplos de atitudes que podem causar acidentes. • O pedestre pode surgir de repente pelas laterais da via; • O pedestre pode sair de trás de veículos; • O pedestre pode não conhecer as regras de circulação em vias públicas e, por consequência, não reconhecer os seus respectivos deveres. Quando você é surpreendido por uma situação imprevista, mas a sua atenção está totalmente voltada para a atividade que está desenvolvendo, aumentam as chances de tomar uma decisão assertiva. Essa decisão pode ser determinante para evitar um acidente. Imprudência, imperícia e negligência O condutor que se arrisca de forma desnecessária acredita que tem o domínio do carro e do ambiente, não crê na real possibilidade da ocorrência de um 54 acidente e acaba por desqualificar e negligenciar o outro. Há algumas características de condutores que aumentam o risco de acidentes no trânsito, por isso é importante ficar atento às regras para poder identificar esse comportamento em outros condutores. São três aspectos negativos que você, como condutor, deve evitar para minimizar as chances de se envolver em acidentes ou acabar contribuindo para o mau funcionamento do trânsito. Vamos descobrir o que significam? Negligência Falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse e de atenção, em que há descuido, displicência, desatenção, desleixo, desmazelo ou preguiça. O condutor negligente, por exemplo, não tem equipamentos obrigatórios no veículo, ou não realiza a correta manutenção desses equipamentos, não conduz o veículo respeitando a direção defensiva e não tem posse dos documentos do veículo. Imperícia Refere-se ao condutor que não tem perícia, não tem competência nem habilidade, não tem experiência e não está apto para dirigir. É a falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos básicos sobre o veículo. Vale lembrar que todo motorista foi aprovado em seu exame de direção pela competência teórica e técnica, mas nem todos executam com precisão, por isso é importante praticarmos as técnicas para ficarmos cada vez mais hábeis. Imprudência Refere-se ao condutor que não tem prudência nem cautela. Por exemplo: dirigir alcoolizado; conduzir o veículo de forma inadequada; realizar uma ultrapassagem não permitida; utilizar equipamentos de segurança do veículo 55 sem condições adequadas de uso; dirigir em velocidade inadequada; desrespeitar a sinalização e o pedestre. Vamos ver quais são as recomendações do CTB para pedestres e condutores de veículos não motorizados? Acompanhe! Pedestres e condutores de veículos não motorizados O Código de Trânsito Brasileiro estabelece regras para os elementos do trânsito, inclusive para ciclistas, pedestres e veículos de tração animal (carroças). Vamos relembrar essas normas! Veículo não motorizado é todo meio de transporte conduzido pela força humana (bicicleta) ou por tração animal (carroça). Figura 2 – Ciclistas conduzindo conforme regras de trânsito 56 Existem normas e leis que orientam pedestres e condutores de veículos não motorizados. O CTB (BRASIL, 1997) prevê, nos arts. 68, 69 e 70, as seguintes disposições: • Art. 68: Garante ao pedestre a qualidade de acesso às vias de transição em locais de perímetro urbano e acostamentos nas vias rurais. É permitido à autoridade competente utilizar parte do espaço destinado à circulação do pedestre para outros fins, desde queessa adequação não seja prejudicial ao pedestre; • Nas áreas urbanas, quando não houver passeios, ou quando não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida; • Nas vias rurais, quando não houver acostamento, ou quando não for possível a utilização deste, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida; • Art. 69: Apresenta as precauções de segurança para o pedestre, como estar atento ao realizar uma travessia; ter visibilidade e noção da distância e da velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas, observadas as seguintes disposições: o Onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo; o Para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista devem ser observadas as seguintes normas: onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes e onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos; o Nas interseções e nas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na 57 continuação da calçada, observadas as seguintes normas: não deverão adentrar na pista sem antes se certificarem de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos e, uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade. • Art. 70: Destaca a prioridade de passagem em vias com faixas delimitadas, exceto em locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as determinações do CTB. Vale ressaltar que, nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem, será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo, liberando a passagem dos veículos. Diante disso, vemos que o pedestre precisa estar sempre atento, obedecer à sinalização e cruzar a via pública somente na faixa própria. E quando não houver faixa adequada, a travessia deverá ser feita pela via perpendicular à calçada. Também é dever do pedestre, ao ouvir o alarme sonoro ou avistar a luz intermitente de veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver passado pelo local (art. 29, VII, b, CTB atualizado pela Lei n. 14.071/2020) (BRASIL, 2020). 58 Figura 3 – Acidentes de trânsito muitas vezes são causados por pedestres Você sabia que, no Brasil, desde 1998, com a vigência do CTB, é obrigatória a educação para o trânsito em escolas das redes pública e privada, desde a Educação Básica até o Ensino Superior, numa perspectiva interdisciplinar? Vamos ver melhor sobre isso a seguir. O CTB dedica o Capítulo VI à educação para o trânsito. O art. 74 cita que “a educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito” (BRASIL, 1997). Já no art. 76 do CTB destaca-se a recomendação para promover a educação para o trânsito da Educação Infantil até o Ensino Superior, “por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação” (BRASIL, 1997). 59 O CTB define, ainda, que o Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, deverá promover: I – A adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito; II – A adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores; III – A criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito; IV – A elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração universidades- sociedade na área de trânsito. Brasil, 1997. Ainda sobre educação para o trânsito, a Lei n. 14.071/2020 determinou que os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverão criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito. Perceba que o país está se adaptando e procurando aprimorar a formação dos indivíduos no trânsito de todos os estados. Diante disso, a sua conduta como portador da CNH deve ser exemplar, e as correções necessárias devem ser realizadas a fim de que você contribua para o bom fluxo e funcionamento do trânsito do qual participa. Vamos realizar os exercícios e dar sequência aos nossos estudos? Até a próxima Unidade! 60 Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, Brasília, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. 61 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito (12 horas-aula) Unidade de Estudos 4: Segurança e atitudes do condutor, passageiros, pedestres e demais atores no processo de circulação Objetivo: Entender os aspectos centrais da segurança e dos comportamentos dos indivíduos participantes do trânsito. Tópicos desta Unidade • Segurança no trânsito • Comportamento seguro e inseguro no trânsito Olá! De que forma você, como condutor, como passageiro ou como pedestre está seguro no trânsito? E de que forma, na experiência desses diferentes papéis, consegue oferecer segurança aos outros? Nesta unidade de estudo, vamos conhecer alguns aspectos importantes sobre a segurança no trânsito. Vamos lá? Segurança no trânsito De acordo com o Detran-PR (2018), Existem procedimentos que, quando praticados conscientemente, ajudam a evitar acidentes. Podemos chamar estes procedimentos de Método Básico da Prevenção de Acidentes e aplicá-los em qualquer atividade no dia a dia, que envolva riscos. Com base no exposto acima, podemos entender que devemos estar preparados em todos os momentos para atitudes que ajudem na prevenção. Isso vai além de conhecer os fatores que podem causar colisões e outros graves infortúnios. 62 Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e responsabilidade são princípios básicos de qualquer método de prevenção de acidentes. Detran-PR, 2018. Para compreendermos os princípios básicos da prevençãode acidentes e aplicá-los, vamos rever a definição de trânsito. De acordo com o art. 1º, parágrafo 1º do CTB (Lei n. 9.503/1997) considera-se trânsito “a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” Brasil, 1997. Dessa forma, trânsito é a utilização do espaço aberto à circulação, ou seja, a movimentação e a imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres. Mas como tornar essa movimentação e imobilização segura para todos? A maior parte dos acidentes é causada por falha humana. Apesar da responsabilidade no trânsito ser um dever de todos, a parcela maior de atenção e cuidado cabe aos condutores. As leis, a engenharia, o esforço legal, a sinalização, a educação e as campanhas por um trânsito mais consciente de nada adiantam se não houver a colaboração dos cidadãos dentro desse sistema integrado de ações que visam a um comportamento ético no trânsito. É importante que todos conheçam e apliquem as regras de circulação e de conduta para uma movimentação segura nas vias públicas. 63 Comportamento seguro e inseguro no trânsito Um comportamento seguro e adequado no trânsito depende de bons estímulos, reforços positivos, informações e orientações. Além da formação específica que o condutor recebe para ser habilitado, o comportamento seguro e adequado também resulta da observação e repetição ou imitação do comportamento de outros condutores. Por isso, ao trafegar pelas vias, é fundamental estar atento. Contudo, o comportamento de uma pessoa pode mudar de acordo com as condições apresentadas no dia a dia. A falta de segurança, o nervosismo e a pressa geram, muitas vezes, comportamentos agressivos que fazem com que o condutor utilize com violência o veículo no trânsito. O comportamento inseguro no trânsito pode ser gerado também, por exemplo, pelo consumo de bebidas alcoólicas ou pelo uso de outras substâncias que prejudiquem a capacidade de julgamento, antes de assumir o controle de um veículo ou de caminhar próximo a uma via movimentada. Condutores, passageiros, pedestres devem resguardar-se mutuamente de comportamentos inseguros, afinal todos os usuários do trânsito são responsáveis por comportamentos adequados que geram a segurança no trânsito. As emoções são responsáveis por reações e comportamentos, estão presentes em pensamentos, hábitos, avaliações e julgamentos, e como consequência influenciam escolhas e decisões a cada instante da vida. O respeito é um princípio fundamental para a boa convivência entre as pessoas, e no trânsito não é diferente, pois as atitudes de seus atores dependem basicamente desse respeito entre si. 64 O resultado da boa educação no trânsito gera um comportamento correto, que promove segurança e tranquilidade para todos. Nesse sentido, comportamento é definido como a conduta que o motorista/pedestre tem diante das situações vivenciadas no trânsito. Ao seguir as regras, além de adotar um comportamento adequado no trânsito, você contribui para a construção de um ambiente seguro e confiável. Transitar faz parte das nossas vidas, em que o trânsito nos influencia e nós o modificamos a todo o momento. Existe uma relação muito estreita entre 'o que o trânsito nos dá' e 'o que damos ao trânsito' ou 'o que damos aos outros que, como nós, participam do trânsito'. Há uma troca sinérgica de emoções, comportamentos e valores éticos de cada pessoa. Crivella, 2010, p. 53. É importante considerarmos que ações não planejadas podem gerar resultados danosos em nossas vidas, e isso se reflete no nosso cotidiano em todos os setores, inclusive no trânsito. O CTB destaca a importância de se preservar a vida e o meio ambiente. O CTB prevê normas gerais de circulação e conduta relacionadas aos usuários das vias. De acordo com o art. 26 do CTB (BRASIL, 1997), esses usuários devem: I. Abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; II. Abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando objetos ou substâncias, ou criando qualquer outro obstáculo [na via]. O art. 27 do CTB também cita que, “antes de colocar um veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas 65 condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório” (BRASIL, 1997), além de conferir se a quantidade de combustível é suficiente para chegar ao local de destino. Já o art. 28 afirma que o condutor deverá ter domínio do próprio veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito (BRASIL, 1997). Devemos relembrar ainda que o parágrafo 2.º do art. 29 do CTB (BRASIL, 1997) ressalta: O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: [...] § 2.º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Podemos observar, portanto, que há uma corresponsabilidade no trânsito assumida por cada um quando o assunto é segurança. No art. 52 do CTB consta que os veículos de tração animal ou humana deverão ser conduzidos pela direita da pista, junto ao meio-fio ou no acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles destinada. Nesse caso, os condutores devem obedecer às normas de circulação previstas pelo CTB e pelas regras fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via (BRASIL, 1997). O art. 53, por sua vez, determina que os animais isolados ou em grupos só poderão circular nas vias quando conduzidos em rebanhos divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes, a fim de não obstruir o trânsito, e os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser mantidos junto à borda da pista (BRASIL, 1997). 66 O ser humano, seja qual for sua posição ou situação no trânsito (condutor, pedestre, passageiro e outros), deve ter em mente a sua responsabilidade com os demais usuários da via. O fato de estarmos em trânsito o tempo todo, ora como pedestre, ora como ciclista ou dirigindo veículos, nos faz participantes dessa dinâmica complexa, portanto seguir as regras é fundamental para que sejamos bons cidadãos e, assim, termos garantidos os nossos direitos. Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. CRIVELLA, R. Novos paradigmas na gestão do trânsito gaúcho. In: MARIUZA, C. A.; GARCIA, L. F. Trânsito e mobilidade urbana: psicologia, educação e cidadania. Porto Alegre: Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. DETRAN/PR – Departamento de Trânsito do Paraná. Como prevenir acidentes. Detran, 2018. Disponível em: 67 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htmhttp://www.crprs.org.br/upload/files_publications/arquivo52.pdf . Acesso em: 7 mar. 2021. HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Versão 3.0. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss; Objetiva, 2009. 1 CD-ROM. 68 http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes.php?tema=motorista&id=343 http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes.php?tema=motorista&id=343 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 5: Formação do condutor, exigências para as categorias de habilitação, documentos do condutor e do veículo: apresentação e validade Objetivo: Conhecer os requisitos para a obtenção da CNH, suas diferentes categorias e os documentos de porte obrigatório. Tópicos desta Unidade • Habilitação para dirigir • Categorias de habilitação • Requisitos obrigatórios para alteração de categorias C, D e E • Identificação do veículo • Exames para obtenção da CNH • Licença de Aprendizagem de Direção Veicular (LADV) • Permissão para dirigir • Renovação da CNH e exame psicológico • Documentação obrigatória do condutor • Documentação do veículo  Certificado de Registro de Veículo (CRV)  Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos (CRLV) ou Certificado de Licenciamento Anual (CLA) Olá! Você recorda quais são as categorias de habilitação e os requisitos necessários para a obtenção de cada uma delas? Nesta Unidade de Estudos, trataremos dos critérios para a liberação da primeira licença para dirigir e as demais categorias de habilitação. Falaremos também sobre a documentação necessária do condutor e do veículo. Vamos lá? 69 Habilitação para dirigir Para obter a habilitação e poder conduzir veículo automotor e elétrico, o futuro condutor precisa atender a alguns requisitos que estão descritos no CTB (BRASIL, 1997) e na Resolução 789/20 do Contran (BRASIL, 2020): • Ser penalmente imputável; • Saber ler e escrever; • Possuir documento de identidade ou equivalente; • Possuir Cadastro de Pessoa Física – CPF. O candidato pode requerer simultaneamente a Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC), ou seja, a habilitação na categoria A (duas e três rodas), e a habilitação na categoria B (a mais comum), submetendo-se a um único Exame de Aptidão Física e Mental e Avaliação Psicológica. De acordo com a Lei n. 14.071/2020, o candidato à habilitação para categorias C, D e E, deverá se submeter ao exame toxicológico, além dos exames de aptidão física e mental e avaliação psicológica (BRASIL, 2020a). Categorias de habilitação Cada categoria refere-se à habilitação para dirigir determinados tipos de veículos. As categorias são identificadas por letras que vão de A a E e a combinação dessas letras na CNH indicam as habilidades do condutor. A Autorização para Conduzir Ciclomotor – ACC, que se destina a veículos de até 50 cilindradas, não é considerada uma categoria, mas, assim como para a obtenção da CNH, requer o cumprimento de exigências legais, havendo previsão de penalidades para as infrações cometidas. No Quadro 1, a seguir, você pode conferir as informações gerais e alguns exemplos de veículos referentes à Autorização para Conduzir Ciclomotores – ACC, e a cada uma das cinco categorias de habilitação existentes no Brasil. 70 Quadro 1 – ACC e categorias da CNH ACC – Autorização para Conduzir Ciclomotores Autorização para condução de veículos de 2 ou 3 rodas, com motores de até 50 cilindradas e que não excedam à velocidade de 50 km/h. Categoria A Todos os veículos automotores e elétricos, de 2 ou 3 rodas, com ou sem carro lateral. Categoria B Veículos automotores e elétricos de 4 rodas cujo peso bruto total não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não excede a 8 lugares, excluído o do motorista, contemplando a combinação de unidade acoplada, reboque, semirreboque ou articulada, desde que não ultrapasse a lotação e a capacidade de peso estabelecida para a categoria. Categoria C Todos os veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga cujo peso bruto total excede 3.500 kg; tratores, máquinas agrícolas e de movimentação de cargas, motor- casa, combinação de veículos em que a unidade acoplada, reboque e semirreboque ou articulada não excede 6.000 kg de PBT; todos os veículos abrangidos pela categoria B. 71 Categoria D Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros cuja lotação excede 8 lugares; todos os veículos abrangidos nas categorias B e C. Categoria E Combinação de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se enquadra nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, articulada ou com mais de uma unidade tracionada, tenha 6.000 kg ou mais de peso bruto total, ou a lotação exceda a 8 lugares, enquadrados na categoria trailer; todos os veículos abrangidos pelas categorias B, C e D. Fonte: BRASIL, 1997. Requisitos obrigatórios para alteração de categorias C, D e E A alteração de categoria é válida somente para quem já possui uma habilitação. O condutor que tem o interesse em habilitar-se em outras categorias deverá procurar um Centro de Formação para Condutores e iniciar o processo de alteração conforme as normas do CTB. Além dos requisitos básicos válidos, o condutor que solicitar a alteração de habilitação para as categorias C, D e E precisa passar pelo exame toxicológico e prestar atenção às seguintes exigências (BRASIL, 1997): Categoria C Estar habilitado há, no mínimo, 1 (um) ano na categoria B e não ter cometido infração grave, gravíssima ou ser reincidente em infração média durante os últimos 12 (doze) meses. 72 Categoria D Ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos, estar habilitado há, pelo menos, 2 (dois) anos na categoria B ou 1 (um) ano na categoria C, e não ter cometido infração grave, gravíssima ou ser reincidente em infração média nos últimos 12 (doze) meses. Categoria E Estar habilitado há, no mínimo, 1 (um) ano na categoria C e não ter cometido infração grave, gravíssima ou ser reincidente em infração média nos últimos 12 (doze) meses. O futuro condutor dessa categoria também precisa ter sido aprovado em curso especializado, em curso de treinamento de prática veicular e em situação de risco, nos termos da normatização do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além dos requisitos apresentados, o candidato deve realizar novo exame médico e nova avaliação psicológica. Se o condutor exercer atividade remunerada – EAR, essa informação constará no campo de observação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida abrange motoristas de caminhão, de ônibus, taxistas, mototaxistas, motoboys, ou motofretistas que realizam o transporte de pequenas cargas. Outra regra recente refere-se ao exame toxicológico1, que, de acordo com as Resoluções n. 583/2016 e 691/2017, e agora definido pela Lei n. 14.071/2020, é obrigatório para as categorias C, D e E, tanto na obtenção quanto na renovação da CNH, e o exame deverá ser realizado em laboratórios credenciados junto ao Denatran. 1 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2195/assets/img/ExameToxicolgicoNT1UE5.pdf 73 Os condutores das categorias C, D e E com idade inferior a 70 (setenta) anos serão submetidos a novo exame a cada período de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, a partir da obtenção ou renovação da CNH. Caso o resultado do exame seja positivo, acarretará ao condutor a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão à inclusão, no Renach, de resultado negativoem novo exame. Para saber mais sobre essas mudanças, acesse a Resolução n. 168/042, art. 4º, parágrafo 1º, e art. 6º, parágrafo 2º, do Contran. Para compreender as alterações do CTB pela Lei n. 14.071/2020, clique aqui. Identificação do veículo A identificação visual do veículo é feita por meio das placas dianteiras e traseiras. A dianteira é parafusada, a traseira é lacrada, de acordo com especificações e modelos estabelecidos pelo Contran. Já os ciclos (motos) têm somente placa traseira lacrada. A Resolução n. 748, de 30 de novembro de 2018, estabeleceu um novo sistema de Placas de Identificação de Veículos no padrão disposto na Resolução do Mercosul. Esse padrão é válido em todo o Brasil desde 31 de janeiro de 2020. Assim, o novo modelo de placa é obrigatório nos casos de primeiro emplacamento. A placa antiga deve ser substituída em caso de troca de município ou de troca de propriedade do veículo, ou ainda em caso de furto e deterioração deste. A placa apresenta o padrão com quatro letras e três números, e a cor de fundo é totalmente branca. Acompanhe a seguir o significado de cada item contido na placa. 2 http://www.planalto.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo- contran/resolucoes/resolucao_contran_168_04_compilada.pdf 74 http://www.planalto.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao_contran_168_04_compilada.pdf http://www.planalto.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao_contran_168_04_compilada.pdf Fonte: Quatro Rodas 1 Código bidimensional (QR-Code) 2 Hot stamp personalizado 3 Marca d´água 4 Bandeira do país 5 Distintivo do Brasil 6 Selo fiscal Federal (chip) 7 Ondas sinusoidais A cor das fontes (letras e números) diferencia o tipo de veículo: cor preta para veículos de passeio, vermelha para veículos comerciais, azul para carros oficiais, verde para veículos em teste, dourado para os automóveis diplomáticos e prateado para os veículos de colecionadores. Exames para obtenção da CNH O primeiro passo para o início do processo de formação do condutor é abrir o processo de habilitação em um Centro de Formação de Condutores (CFC). A partir da abertura do processo nas categorias B ou A (ou então AB), que terá validade de um ano, o candidato deverá realizar: 75 a. Avaliação psicológica; b. Exame de aptidão física e mental; c. 45 horas de aulas teóricas; d. Exame teórico junto ao Detran (Exame escrito sobre a integralidade do conteúdo programático desenvolvido em Curso de Formação para Condutor, que envolve questões sobre: legislação de trânsito, primeiros socorros, funcionamento do veículo de duas ou mais rodas, direção defensiva, proteção e respeito ao meio ambiente e de convívio social no trânsito); e. 20 aulas práticas para categoria B, e 20 aulas práticas para categoria A. f. Exame de direção veicular (Realizado em via pública, em veículo da categoria para a qual esteja se habilitando). Na avaliação psicológica (psicotécnico), são realizadas entrevistas diretas e individuais; testes psicológicos, que deverão ocorrer conforme as resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP); dinâmicas de grupo e intervenções verbais para a avaliação dos seguintes processos psíquicos, de acordo com o Contran (BRASIL, 2012): 1 Tomada de informação 2 Processamento de informação 3 Tomada de decisão 4 Comportamento 5 Autoavaliação do comportamento 6 Traços de personalidade, equilíbrio psíquico e de aptidões percepto- reacionais e motoras No laudo psicológico, deve constar um parecer, que pode ser “apto”, “inapto temporariamente” ou “inapto”. Nessa avaliação, não existe o resultado “apto com restrições”. 76 javascript:void(0) No laudo médico do Exame de Aptidão Física e Mental, consta um parecer similar ao do laudo psicológico, que pode ser “apto”, “apto com restrições”, “inapto temporariamente” ou “inapto”. Segundo art. 147 do CTB, atualizado pela Lei n. 14.071/20, o exame de aptidão física e mental, a ser realizado no local de residência ou domicílio do examinado, será preliminar e renovável com a seguinte periodicidade: I – a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a 50 (cinquenta) anos; II – a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou superior a 50 (cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos; III – a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 (setenta) anos. Quando houver indícios de deficiência física ou mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, os prazos previstos poderão ser diminuídos por proposta do perito examinador. Brasil, 2020a. O Detran oferece uma junta médica especial para a avaliação dos candidatos com deficiência. Após a aprovação nos exames médico e psicológico, o candidato poderá realizar o curso teórico-técnico no Centro de Formação de Condutores (CFC). Com o curso concluído, será submetido ao Exame Escrito (exame técnico- teórico), que é constituído por uma prova convencional ou eletrônica de, no mínimo, 30 (trinta) questões, as quais incluem todo o conteúdo programático equivalente à carga horária de cada disciplina, organizada de forma individual, única e sigilosa. Para aprovação, o candidato deve obter, no mínimo, 70% de acerto das questões. 77 Caso o candidato reprove no exame escrito sobre legislação de trânsito ou de direção veicular, observado o prazo previsto no parágrafo 3º, art. 2º, Resolução n. 849/21, poderá repetir o exame a qualquer tempo, sendo dispensado do exame no qual tenha sido aprovado. Após a realização do exame teórico-técnico no Detran e da aprovação do candidato nessa etapa, ele receberá a Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV), e somente com a posse dessa licença é que poderá iniciar as aulas práticas de direção. A seguir, apresentamos uma descrição detalhada sobre essa licença. Acompanhe! Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV) Para iniciar o aprendizado prático de direção veicular em um CFC, o aluno receberá a LADV, expedida pelo Detran do estado. Essa licença serve para as seguintes categorias: ACC, A, B, ACC/B e A/B e tem validade de 1 ano, por isso o processo de habilitação precisa ser concluído em 1 ano. Para realizar a prática de direção veicular, o candidato deve portar a LADV acompanhada de documento de identidade e estar acompanhado de um instrutor. Se o candidato optar pela mudança de CFC, deverá ser expedida nova LADV. Para tanto, devem-se considerar as aulas já ministradas e o prazo de validade. O candidato que conduzir o veículo em desacordo com as normas referentes à LADV terá a licença suspensa por 6 meses. Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem poderá conduzir apenas mais 1 acompanhante. 78 Direção veicular Após a realização do curso prático, o candidato poderá realizar o exame prático a fim de obter a CNH para veículos automotores e/ou elétricos de quatro rodas ou mais. Para a realização do Exame de Direção Veicular de categoria B, ao entrar no veículo é necessário ajustar o banco e os espelhos, colocar o cinto de segurança, verificar se o carro está em ponto morto, dar a partida, sinalizar para o lado que vai sair, olhar pelo espelho e para fora, deixar o freio de mão inteiramente livre, engatar a marcha e seguir atento ao trânsito de acordo com o percurso determinado pelo agente examinador. O veículo deverá permanecer ligado até o término do exame. O exame de direção veicular deverá ser realizado: I. Em locais e horários estabelecidos pelo [...] [Detran], de acordo com a autoridade responsável pela via; II. Em veículo da categoria pretendida, com transmissão mecânica e duplo comandode freios; III. Em veículo identificado como "aprendiz em exame", quando não for destinado à formação de condutores. Brasil, 2020b. Esse exame compreenderá duas fases: 1. A colocação do veículo em uma vaga delimitada por balizas; 2. A direção do veículo em via pública. Balizas removíveis A delimitação da vaga balizada para o Exame de Direção Veicular deve atender às seguintes especificações: • Comprimento total do veículo, acrescido de 40%; 79 • Largura total do veículo, acrescido de 40%. Avaliação do candidato O futuro condutor será aprovado quando: • Não ultrapassar as 3 (três) tentativas de manobras na baliza; • Não exceder o tempo determinado à colocação do veículo no espaço de baliza; • Não cometer falta eliminatória; • A soma dos pontos negativos não ultrapassar 3 (três). Para a categoria A, o Exame de Direção Veicular é realizado em um local específico destinado para essa atividade e com a utilização de veículo com cilindrada acima de 120 cm³. O exame também deve apresentar obstáculos, tais como: zigue-zague (slalow), prancha ou elevação, sonorizadores, duas curvas sequenciais e duas rotatórias circulares (BRASIL, 2004). O candidato é considerado reprovado no Exame de Direção Veicular se cometer falta eliminatória ou se a soma dos pontos negativos ultrapassar 3 (três), conforme cita o parágrafo único do art. 18 da Resolução n. 789/2020. A pontuação negativa por faltas cometidas durante todas as etapas do exame é assim classificada: • Uma falta eliminatória: reprovação; • Uma falta grave: 3 (três) pontos negativos; • Uma falta média: 2 (dois) pontos negativos; • Uma falta leve: 1 (um) ponto negativo. Após todo esse processo, se o candidato for aprovado, receberá a Permissão para dirigir (PPD) ou Autorização para conduzir ciclomotores (ACC), provisória e válida por um ano. 80 Permissão para dirigir (PPD) A renovação da permissão para dirigir (PPD) para CNH só será expedida após 12 (doze) meses da sua emissão. O condutor terá prazo de 30 dias para efetivar sua habilitação junto ao Detran. Durante esse tempo, poderá continuar dirigindo sem incorrer em infração de trânsito. Lembre-se de que, durante o período da permissão, o condutor não poderá incorrer em infrações de natureza grave, gravíssima ou ser reincidente em infração média. Caso ocorra uma irregularidade dessa natureza, sua habilitação será anulada e terá que iniciar novo processo. Ao candidato considerado apto para conduzir ciclomotores é conferida a ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotores) provisória, com validade de 1 ano. Caso o permissionário cometa uma infração grave, gravíssima, ou seja reincidente em uma infração média, deverá reiniciar todo o processo de habilitação, precisando, nesse caso, refazê-lo em todas as etapas, conforme o parágrafo 4.º do art. 148 do CTB − Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997). Renovação da CNH e exame psicológico A validade da CNH está relacionada à validade do Exame de Aptidão Física e Mental e sua renovação deverá ser realizada de acordo com o art. 147 do CTB, atualizado pela Lei n. 14.071/20. Outros prazos também podem ser estabelecidos a critério médico e, dependendo do caso, o exame psicológico também deve ser renovado. Entenda melhor esse assunto lendo o art. 147 do CTB e o art. 5.º da Resolução n. 789/2020. 81 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm De acordo com o art.150 do CTB e normatização do Contran, o condutor que, ao renovar os exames, não tiver curso de direção defensiva e primeiros socorros, deverá ser submetido a eles. O curso de direção defensiva e primeiros socorros deve ser obrigatoriamente fornecido por empresas que utilizam condutores contratados para operar a sua frota de veículos (Parágrafo único do art. 150 do CTB) (BRASIL, 1997). Após o vencimento da CNH, é possível continuar a dirigir durante 30 (trinta) dias sem que se configure uma irregularidade de trânsito, mas, após esse prazo, dirigir com a CNH fora do prazo de validade constitui uma infração gravíssima. Para prevenir essa situação, o processo de renovação pode ser iniciado antes da data de vencimento. Observa-se que a renovação ou a emissão de uma nova via da CNH também dependerá da quitação de débitos constantes do prontuário do condutor (art. 159, parágrafo 8º, CTB) (BRASIL, 1997). Documentação obrigatória do condutor Conforme o art. 1.º da Resolução Contran n. 205, de 20 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006), os documentos obrigatórios são: I. Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC), Permissão para Dirigir (PPD) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) originais, física ou digital. II. Certificado de Registro e Licenciamento Anual de Veículo (CRLV) original. O art. 159 da Lei n. 14.071/2020 define que a Carteira Nacional de Habilitação passa a ser expedida em meio físico e/ou digital, à escolha do condutor e terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o território nacional. 82 CNH Física CNH Digital Fonte: Detran-RS Fonte: AEN-PR Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Importante: de acordo com a Lei n. 13.281 de maio de 2016, o CRLV ou CLA continua sendo um documento do veículo de Porte Obrigatório (BRASIL, 2016). Contudo, poderá ocorrer de o condutor Não Ser Autuado se a fiscalização naquele momento puder consultar o sistema informatizado. Caso não seja possível, continuará sendo uma Multa Leve, mas há previsão de medida administrativa de retenção do veículo até a apresentação do documento. Essa dispensa se restringe ao licenciamento e não é extensiva à PPD ou ACC, cujo porte é obrigatório. Já com relação à CNH, o porte do documento de habilitação será dispensado quando, no momento da fiscalização, o agente conseguir comprovar que o condutor está habilitado por meio de acesso ao sistema de verificação. Documentação do veículo Tão importante quanto a CNH são os documentos do veículo, não é mesmo? Vamos ver quais são eles? 83 Certificado de Registro de Veículo (CRV) Esse documento comprova a propriedade do veículo e oficializa, junto aos órgãos de trânsito, uma futura transferência. Não é necessário estar portando esse documento para dirigir, mas ele precisa ser guardado para possíveis e necessárias modificações, como alteração de propriedade, mudanças de endereço (município ou estado) ou ainda alterações nas características do veículo (rebaixamento da suspensão, alteração de cor, de combustível etc.). Toda e qualquer alteração precisa ser solicitada antecipadamente aos órgãos de trânsito responsáveis. Somente após essa autorização é que se executa a alteração e, na sequência, se procede à inclusão no documento. É obrigatória a expedição de novo CRV quando: • For transferida a propriedade; • O proprietário mudar o município de domicílio ou residência; • For alterada qualquer característica do veículo; • Houver mudança de categoria. Qualquer uma dessas alterações deve ser comunicada imediatamente ao Detran. O prazo máximo para transferência de propriedade é de 30 dias, e ultrapassar esse prazo constitui infração MÉDIA (art. 233 do CTB) (BRASIL, 1997). Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos (CRLV) ou Certificado de Licenciamento Anual (CLA) Esse documento é semelhante ao CRV e deve ser renovado anualmente. O envio da nova documentação acontece após terem sido quitados todos os débitos do veículo (Taxa de Licenciamento, Seguro Obrigatório, Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e multas vencidas). 84 Quando houver suspeita de adulteração do documento, o condutor terá o Certificado de Licenciamento Anual recolhido. Os Detrans devem expedir vias originais do CRLV tantas vezes quantas forem solicitadas pelo proprietário do veículo. Chegamosao fim de mais uma Unidade de Estudos. Esperamos ter contribuído para o esclarecimento de dúvidas acerca dos principais critérios para a obtenção da CNH. Vale a pena observar algumas informações complementares sobre o processo de habilitação no Código de Trânsito, por exemplo, as destacadas nos arts. 140 a 160, assim como a Resolução n. 789/2020. Até breve! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. BRASIL. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução n. 789, de 18 de junho de 2020. Consolida normas sobre o processo de formação de condutores de veículos automotores e elétricos. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 jun. 2020. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2021. BRASIL. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução n. 849, de 08 de abril de 2021. Altera a Resolução CONTRAN n. 789, de 18 de junho de 2020, que consolida normas sobre o processo de formação de condutores de veículos automotores e elétricos. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 12 abr. 2021. Disponível em: . 85 https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao789-2020.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao789-2020.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao8492021.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao8492021.pdf Acesso em: 19 abr. 2021. _____. Lei n. 13.281, de 4 de maio de 2016. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 maio 2016. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 14 out. 2020a. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. BRASIL. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução Contran n. 168, de 14 de fevereiro de 2004. Estabelece Normas e Procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 22 dez. 2004. _____. Resolução Contran n. 205, de 20 de outubro de 2006. Dispõe sobre os documentos de porte obrigatório e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 nov. 2006. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Resolução Contran n. 425, de 27 de novembro de 2012. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e parágrafos 1.º a 4.º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 86 _____. Resolução Contran n. 748, de 30 de novembro de 2018. Altera a Resolução Contran n. 729, de 06 de março de 2018, que estabelece sistema de Placas de Identificação de Veículos no padrão disposto na Resolução Mercosul do Grupo Mercado Comum n. 33/2014. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 3 dez. 2018. _____. Resolução Contran n. 789, de 18 de junho de 2020, Consolida normas sobre o processo de formação de condutores de veículos automotores e elétricos. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 jun. 2020b. Disponível em . Acesso em: 7 mar. 2021. DETRAN/PR. Departamento de Trânsito do Paraná. Exame toxicológico. Detran, 2018. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 87 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 6: Normas gerais de circulação e conduta Objetivo: Entender as regras gerais de circulação e conduta. Tópicos desta Unidade • Trânsito • Classificação de vias • Normas gerais de circulação e conduta • Regras para conversões • Utilização das luzes do veículo em vias públicas • Outras regras de segurança • Condução de veículos por motoristas profissionais • Infrações e penalidades referentes ao estacionamento, parada, circulação, documentação do condutor e do veículo Olá! Você se recorda das normas que os usuários das vias, tanto pedestres quanto condutores, devem seguir para que seu comportamento no trânsito seja adequado? É muito importante conhecer as normas gerais de circulação e conduta, pois elas definem o comportamento dos usuários do trânsito. A compreensão desse assunto começa com um bom entendimento do que compõe o trânsito, a classificação das vias públicas, os limites de velocidade permitidos e meios de fiscalização, entre outros temas relacionados. Vamos iniciar os estudos? Trânsito Trânsito é sinônimo de movimentação. Segundo o CTB, Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997), trânsito é a “movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres”, e para que flua com tranquilidade e acidentes sejam evitados, há necessidade de ordem e regulamentação. 88 Como condutor, passageiro ou pedestre, o ser humano é a figura mais importante no trânsito, pois é o único que tem o poder de modificá-lo para torná-lo mais seguro e organizado. Contudo, quando deixa de cumprir as normas estabelecidas, tem a condição de desorganizá-lo ocasionando graves problemas. Quando um cidadão utiliza um veículo para se locomover, ele deve estar seguro, confiante, com bom controle emocional e excelente raciocínio. Segundo o CTB, a responsabilidade do condutor começa muito antes de colocar o veículo para circular em vias públicas. Verificar as condições do veículo, a documentação, as condições dos seus passageiros e a sua própria é importante para uma direção segura e regular. A legislação define regras para a utilização do espaço comum, para que todos tenham os mesmos direitos. O descumprimento das regras caracteriza infração de trânsito, lembrando que, em relação às infrações, quando o condutor ou o pedestre for flagrado pelo agente de fiscalização de trânsito ou dispositivo eletrônico homologado pelo SNT, será notificado e serão aplicadas as penalidades de acordo com a gravidade delas. Para colaborar com a segurança e a qualidade de vida de todas as pessoas que trafegam nas vias, devemos fortalecer atitudes, como: • Seguir as regras de sinalização e circulação; • Ter conhecimento das atitudes que resultam em infrações de trânsito; • Desenvolver a consciência das próprias atitudes no trânsito; • Estacionar somente em local permitido; • Realizar apenas conversões autorizadas124 Sinais sonoros .................................................................................................................... 125 Unidade de Estudo 8 - Meio Ambiente .......................................................................... 130 Objetivo ............................................................................................................................. 130 O código de Trânsito Brasileiro (CTB) e o meio ambiente ............................................... 130 Poluição do ar, da água e do solo ..................................................................................... 132 Poluição sonora ................................................................................................................ 132 Poluição atmosférica: emissão de gases e partículas ...................................................... 132 Materiais recicláveis ......................................................................................................... 135 Unidade de Estudo 9 - Elementos poluidores e os cuidados para a conservação dos veículos ....................................................................................................................... 143 Objetivo ............................................................................................................................. 143 Elementos poluidores dos veículos e os cuidados na sua conservação ............................ 143 Como poluir menos. .......................................................................................................... 144 Outras soluções para a redução da poluição do ar. .......................................................... 147 Os 5 Rs para um trânsito melhor. ...................................................................................... 147 Núcleo Temático 2 - Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro – CTB para veículos de duas, quatro ou mais rodas .......................................................................... 150 Unidade de Estudo 1 - Conceito de direção defensiva e condições adversas ................... 150 Objetivo ............................................................................................................................. 150 Direção defensiva e motorista defensivo: conceitos e definições .................................... 150 Categorias e elementos da direção defensiva ................................................................... 152 Condições adversas ........................................................................................................... 152 Unidade de Estudo 2 - Situações de risco .......................................................................... 165 Objetivo ............................................................................................................................. 165 Situação de risco ............................................................................................................... 165 Situações de risco em ultrapassagens ............................................................................... 166 Situações de risco em derrapagens ................................................................................... 169 Situações de risco em pista irregular ................................................................................ 169 Situações de risco em cruzamentos entre vias ................................................................. 170 Situações de risco em frenagem normal e de emergência ............................................... 171 A diferença entre parar e estacionar................................................................................. 173 Unidade de Estudo 3 - Condução, equipamentos de segurança e manutenção de veículos .................................................................................................................................... 178 Objetivo ............................................................................................................................. 178 Procedimentos adequados do condutor de veículos ........................................................ 178 Atitudes do motorista ....................................................................................................... 181 Atitudes do motorista com passageiros............................................................................ 183 Atitudes do motorista com o transporte de cargas .......................................................... 185 Condução de veículos ........................................................................................................ 186 Equipamentos de segurança do condutor ........................................................................ 189 Equipamentos de segurança para pilotagem de motocicletas ......................................... 191 Manutenção do veículo ..................................................................................................... 192 Unidade de Estudo 4 - Como evitar acidentes e quais cuidados devem ser tomados na direção ........................................................................................................................ 196 Objetivo ............................................................................................................................. 196 Medidas integradas para a prevenção de acidentes no trânsito ...................................... 196 Cuidados na direção .......................................................................................................... 200 Acidentes de trânsito ........................................................................................................ 204 Unidade de Estudo 5 - Estado físico e mental do condutor ............................................ 210 Objetivo ............................................................................................................................. 210 Estado físico e mental do condutor ................................................................................... 210 Condições que influenciam o modo de dirigir ................................................................... 211 Consumo de bebidas alcoólicas e drogas psicoativas ....................................................... 214 Núcleo Temático 3 - Noções de Primeiros Socorros ................................................................ 223 Unidade de Estudo 1 - Sinalização do local do acidente e acionamento de recursos ....... 223 Objetivo ............................................................................................................................. 223 Primeiros socorros no trânsito .......................................................................................... 223 Acidentes de trânsito e omissão de socorro .................................................................... 226 Consequências dos acidentes .......................................................................................... 228 Sinalização do local do acidente ....................................................................................... 228 Acionamento dos recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionaria da via e outros ................................................................................................................................ 230 Tipos de acidentes ............................................................................................................ 233 Tipos de socorristas .......................................................................................................... 234 Unidade de Estudo 2 -Verificação das condições gerais da vítima ...................................... 239 Objetivo .............................................................................................................................e seguras; • Respeitar a preferência dos pedestres e a dos demais condutores; • Respeitar os limites de velocidade; • Respeitar todos os usuários das vias públicas, incluindo o agente de trânsito. 89 Vamos aprender um pouco mais sobre vias públicas? Acompanhe a seguir! Classificação das vias As vias são locais por onde transitam pessoas, animais e veículos. Ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens, estradas e rodovias são exemplos de vias. Seu uso é regulamentado pelo órgão ou entidade responsável, de acordo com a região onde está situada. As vias são classificadas em rurais e urbanas. Vias rurais São vias abertas na zona rural, divididas em: Rodovias Estradas Vias pavimentadas Vias não pavimentadas 90 Vias urbanas As vias urbanas são classificadas em: Via de trânsito rápido Vias com acesso de trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes limítrofes e sem travessia de pedestres. Via arterial Caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros (Lotes lindeiros são terrenos ou edificações como casas, prédios, áreas comerciais, entradas e saídas de veículos, entre outros, que se encontram ao longo e às margens das vias), ou seja, terrenos e/ou edificações que se encontram às margens da via, e às vias secundárias locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. Via coletora Destinada a coletar e a distribuir o trânsito que necessita entrar ou sair das vias rápidas ou arteriais, possibilitando a circulação dentro das regiões da cidade. 91 Via local Caracterizada por interseções em nível não semaforizadas e destinada apenas ao acesso local a áreas restritas. Condomínios fechados Nas vias internas pertencentes a condomínios construídos por unidades autônomas, a sinalização fica sob a responsabilidade do condomínio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. Nos arts. 61 e 62, o CTB (BRASIL, 1997) regulamenta a velocidade máxima e a mínima das vias. O condutor pode ser penalizado por transitar tanto em velocidade inferior à mínima permitida como superior à máxima permitida. A velocidade mínima será de 50% do limite máximo estabelecido, e segundo o CTB, art. 219, andar abaixo dela constitui infração média (Brasil, 1997). O limite máximo estabelecido para a via deverá ser observado em situações favoráveis de tempo, via, estado do veículo e demais condições adversas. É muito importante que você saiba exatamente a velocidade de circulação permitida nos diferentes tipos de via. Vamos relembrar as velocidades permitidas nas vias urbanas e rurais, onde não há sinalização? Fique atento! 92 Quadro 1 – Velocidade máxima permitida nas vias urbanas e rurais (onde não há sinalização) Vias urbanas Vias rurais Via Velocidade máxima (qualquer veículo) Via Tipo de veículo Velocidade Máxima Trânsito rápido 80 km/h Rodovia Automóveis, camionetas e motocicletas Nas rodovias de pistas duplas - 110 km/h. Nas rodovias de pista simples – 100 km/h. Arterial 60 km/h Ônibus e micro-ônibus 90 km/h Coletora 40 km/h Demais veículos 90 km/h Local 30 km/h Estrada Todos os veículos 60 km/h Fonte: BRASIL, 1997. As velocidades poderão ser superiores ou inferiores às estabelecidas onde não existir sinalização de acordo com a regulamentação do órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via, seguindo o que determina o parágrafo 2º do art. 6º do CTB (BRASIL, 1997). Lembre-se de que existem também vias e áreas destinadas somente aos pedestres. Fiscalização eletrônica Os órgãos de trânsito se utilizam de tecnologias cada vez mais avançadas para o acompanhamento e fiscalização do que ocorre nas vias de circulação visando o cumprimento das normas de segurança previstas em lei. 93 De acordo com o art. 280, parágrafo 2º da Lei n. 9.503 – CTB (BRASIL, 1997), “a infração de trânsito deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível previamente regulamentado pelo Contran.” Dessa forma, as informações obtidas pelos equipamentos de fiscalização eletrônica fundamentam a emissão dos autos de infração. O radar é um dos principais equipamentos de fiscalização eletrônica e tem auxiliado a comprovar infrações como o descumprimento do limite de velocidade, o avanço no semáforo com sinal vermelho e a ocupação da faixa de pedestres por veículos, entre outras possibilidades. O radar mede a velocidade dos veículos em vias urbanas e rurais e registra prova fotográfica da infração em caso de velocidade acima do permitido. Uma via com fiscalização eletrônica deverá apresentar sinalização vertical regulamentada (placa R-19), e seus usuários não deverão ultrapassar a velocidade indicada. Caso o radar acuse a infração, o condutor receberá uma notificação informando a irregularidade cometida. As informações a seguir são registradas por equipamentos: • Identificação do equipamento; • Data, local e hora da infração; • Identificação do veículo (placa, marca e modelo); • Velocidade regulamentada; • Velocidade do veículo. Na sequência, vamos entender melhor como é a prática das normas de circulação e conduta? 94 Normas Gerais de Circulação e Conduta Em seu Capítulo III, o CTB (BRASIL, 1997) institui as Normas Gerais de Circulação e Conduta. Essas normas devem ser apresentadas a todos os candidatos à obtenção da CNH e conhecê-las é fundamental para que todos possam circular corretamente. Dessa forma, é possível cumprir a principal determinação do CTB: "transitar sem constituir perigo ou obstáculo a si próprio e aos demais elementos do trânsito". Todas as regras derivam desse conceito. Usuários das vias terrestres O art. 26 do CTB indica que todos os usuários das vias terrestres devem: I. abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; II. abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou criando qualquer outro obstáculo. Brasil, 1997. Já o art. 27 (BRASIL, 1997) determina que, antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. 95 Lado da condução na via O Brasil adota a Convenção de Viena, de 1968, para definir o lado de condução na via. Conforme cita o art. 29 do CTB (BRASIL, 1997), o trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação deve obedecer às seguintes normas: • A circulação deve ser feita pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas; • O condutor deve manter distância de segurança lateral e frontal entre o respectivo veículo que está conduzindo e os demais. Deve também manter distância da borda da pista. Para isso, é necessário considerar, naquele momento, a velocidade e as condições climáticas, do local, da circulação e do veículo. Prioridade de passagem ou regras de preferência É muito importante relembrar as normas referentes à prioridade de passagem e às regras de preferência. De acordo com o art. 26 e 29 do CTB (BRASIL, 1997): 1. Quando for ingressar numa via procedente de um lote lindeiro (estacionamento, saída de garagem, entre outros), deve-se dar preferência aos veículos e pedestres que estejam transitando por ali; 2. Quando veículos, transitandopor fluxos que se cruzam, se aproximarem de local não sinalizado, terão preferência de passagem: • No caso de haver somente um fluxo proveniente de rodovia: aquele que estiver circulando por ela; • No caso de rotatória: o que estiver circulando por ela; • Nos demais casos: aquele que vier pela direita do condutor. Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem 96 pública, devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. • Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores é infração gravíssima. Penalidade: multa (art. 189, CTB) (BRASIL, 1997); • Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passagem devidamente identificado é infração grave. Penalidade: multa (art. 190, CTB) (BRASIL, 1997). Veja outras orientações1 sobre a prioridade de passagem ou regras de preferência. Lembre-se de nunca obstruir o cruzamento. Mesmo quando o sinal estiver verde, caso não seja possível passar sem obstrui-lo, aguarde a liberação do cruzamento para não impedir o tráfego em caso de congestionamento. Frenagem e velocidade do veículo Você deve se lembrar de que nenhum condutor deve frear bruscamente o veículo, exceto por motivos de segurança. Para regular a velocidade, o condutor deve observar frequentemente as placas de limite de velocidade, as condições da via, do veículo e da carga, bem como as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo ao limite máximo de velocidade permitida para a via (BRASIL, 1997). Ultrapassagens Conforme cita o CTB (BRASIL, 1997), a ultrapassagem de outro veículo em movimento deve ser feita pela esquerda, obedecendo à sinalização estabelecida e às demais normas do CTB. 1 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2196/assets/img/Recomendacoes_sobre_ultrapassagem.pdf 97 A ultrapassagem pode ser realizada pela direita quando o veículo a ser ultrapassado sinalizar o propósito de entrar à esquerda. Porém, antes de efetuar essa ultrapassagem, é preciso certificar-se de que: 1 Pode fazê-la sem criar uma situação de perigo para outros usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, devendo, nesse caso, considerar a posição, direção e velocidade. 2 Nenhum motorista que esteja atrás de você iniciou uma manobra para ultrapassá-lo. 3 O condutor que o precede na mesma faixa de trânsito não indicou o propósito de ultrapassar um terceiro veículo. 4 A faixa de trânsito que vai tomar está livre numa extensão suficiente para que a manobra não coloque em perigo ou obstrua o trânsito que vem em sentido contrário. 5 Indicou com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço. 6 Afastou-se do condutor ou condutores aos quais ultrapassa, de tal maneira que deixe livre uma distância lateral de segurança. 7 Retomou a faixa de trânsito de origem após a efetivação da manobra, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, além de adotar os cuidados necessários para não colocar em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou. E quando se percebe que outro veículo que está atrás de você tem o propósito de ultrapassá-lo, o que você deve fazer? Veja a seguir algumas orientações. Se o veículo estiver circulando pela faixa da esquerda, você deve sinalizar e deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha. Se o condutor estiver circulando pelas demais faixas, você deve manter-se naquela na qual está circulando, também sem acelerar a marcha. Além disso, os veículos mais lentos, quando estiverem em fila, devem manter uma distância suficiente entre si para possibilitar que veículos que queiram ultrapassá-los possam se intercalar na fila com segurança. Quando o condutor pretende ultrapassar um veículo de transporte coletivo que está parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, ele deve diminuir a velocidade e dirigir com muita atenção ou parar o veículo para proporcionar segurança aos pedestres. “Porém, antes de efetuar essa 98 ultrapassagem, é preciso certificar-se de que: - indicou com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço; - retomou a faixa de trânsito de origem após a efetivação da manobra, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, além de adotar os cuidados necessários para não colocar em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou”. E quando é proibido ultrapassar, quais são as orientações? Segundo o CTB (BRASIL, 1997), é proibido ultrapassar em vias que têm duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem que o condutor consiga visualizar, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização que permita a ultrapassagem e em interseções e suas proximidades. A linha dupla contínua indica proibição de ultrapassagem. Observe no exemplo a seguir. Figura 1 – Linha dupla contínua: proibição de ultrapassagem 99 Para melhor organizar o sistema de trânsito, há também regras para conversões. Vamos conhecê-las? Regras para conversões As conversões podem ser realizadas para a direita ou para a esquerda. Popularmente, as pessoas se referem às conversões como “virar à esquerda” e “virar à direita”. Antes de executar uma conversão, verifique a possibilidade de realizá- la. Observe a sinalização, as condições do trânsito e as posições dos outros veículos. Sinalize com antecedência, pois deixar de sinalizar é infração de trânsito de natureza grave. A seguir, algumas providências devem ser tomadas para cada conversão. Acompanhe! Conversões à direita O condutor deve permanecer na faixa da direita com a maior antecedência possível, sinalizar a intenção e, ao manobrar, deve entrar na via à direita o mais próximo possível da borda da pista. Além disso, deve respeitar a sinalização de trânsito e jamais se esquecer de dar preferência ao pedestre. Lembre-se: agora é livre o movimento de conversão à direita diante de sinal vermelho do semáforo onde houver sinalização indicativa que permita essa conversão (Lei n. 14.071/20). 100 Conversões à esquerda O condutor deve sinalizar para a esquerda, diminuir a velocidade e aproximar o carro da linha divisória da rua. Quando alinhar o veículo à linha pontilhada da rua em que deseja entrar, deve girar o volante para a esquerda e entrar na via. Lembre-se de que, nas vias rurais providas de acostamento, a conversão à esquerda e a manobra de retorno devem ser feitas nos locais apropriados. Quando estes não existirem, o condutor deve aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança. Em todas essas situações, é importante que o condutor observe as condições atuais do trânsito naquele local e respeite os pedestres e demais veículos. Como devemos proceder para utilizar corretamente as luzes do veículo e o pisca-alerta? Utilização das luzes do veículo em vias públicas O motorista deverá manter os faróis do veículo acesos e usar lu z baixa durante a noite e durante o dia nos túneis que tenham iluminação pública, ou quando estiver conduzindo sob chuva, neblina ou cerração, e nas rodovias. Já nas vias não iluminadas, o motorista deverá utilizar luz alta, exceto ao cruzar com outro veículo ou se estiver seguindo-o. A troca de luz baixa e alta, de maneira intermitentee por curto período de tempo, com vistas a advertir outros motoristas, poderá ser usada apenas para indicar a intenção de ultrapassagem do veículo que segue à frente ou para apontar a existência de risco à segurança aos demais veículos que circulam no sentido contrário. Veja outras orientações para uso da luz do veículo: 101 • Sob chuva forte, neblina ou cerração, o condutor deverá manter acesas, ao menos, as luzes de posição do veículo; • Durante a noite, em circulação, o motorista deverá manter acesa a luz de placa; • À noite, quando o motorista estiver parado para embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias, deverá manter acesas as luzes de posição. Vale relembrar que os ciclos motorizados e os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem em faixas a eles destinadas, deverão utilizar farol de luz baixa durante o dia e à noite. Quanto ao pisca-alerta, só deverá ser utilizado em imobilizações ou situações de emergência, e quando a regulamentação da via determinar o uso. O CTB ainda estabelece outras regras de segurança e normas para a condução de veículos. Vamos continuar com o estudo sobre esse assunto? Outras regras de segurança Os arts. 54, 55, 64 e 65 do CTB (BRASIL, 1997) trazem determinações para a segurança dos condutores e dos passageiros. Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias: I. Utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores; II. Segurando o guidom com as duas mãos; III. Usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do Contran. Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser transportados: I. Utilizando capacete de segurança; 102 II. Em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do condutor; III. Usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do Contran. [...] Art. 64. As crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispositivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura, salvo exceções relacionadas a tipos específicos de veículos regulamentadas pelo Contran. Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo Contran. As regras de segurança são claras e muito importantes, não é mesmo? Vamos prosseguir! Condução de veículos por motoristas profissionais A Lei n. 13.103, de 2 de março de 2015, no sentido de melhorar as regras de segurança, alterou a Lei n. 12.619, de 30 de abril de 2012 (BRASIL, 2012), que incluiu, no CTB no Capítulo III-A, as normas para condução de veículos por motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e de transporte rodoviário coletivo de passageiros. De acordo com o art. 67-C do CTB, “é vedado ao motorista profissional dirigir veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de cargas por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas” (BRASIL, 1997). 103 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.103-2015?OpenDocument Para a condução de veículo de transporte de carga, serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução. Na condução de veículo rodoviário de passageiros, serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção. Para situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de direção, devidamente registradas, esse tempo poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde que não haja comprometimento da segurança rodoviária, de acordo com o parágrafo 2º. De acordo com o CTB (BRASIL, 1997), “O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos acima mencionados”. Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período em que o condutor está efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino. O parágrafo 6º do art. 67-C do CTB determina que o condutor somente poderá iniciar uma viagem após o cumprimento integral do intervalo de descanso (BRASIL, 1997). De acordo com o parágrafo 7º do art. 67-C do CTB (BRASIL, 1997), Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais de carga, operador de transporte 104 multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza veículo referido no caput sem a observância do disposto no § 6º. De acordo com o Art. 67-E, da Lei n. 13.103 (BRASIL, 2015), o motorista profissional é responsável por controlar e registrar o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita observância. Leia o conteúdo completo da norma2. Infrações e penalidades referentes ao estacionamento, parada, circulação, documentação do condutor e do veículo Veja, a seguir, outras normas que devem ser seguidas pelos condutores (BRASIL, 1997): • O condutor deve ter o pleno domínio do veículo, conduzi-lo com atenção e cuidado, visando à segurança no trânsito, portanto deve estar bem equilibrado, disposto e sóbrio (art. 165, 165-A, penalidade: multa e suspensão do direito de dirigir). • O condutor não deve conduzir veículo para o qual seja exigida habilitação nas categorias C, D ou E, sem realizar o exame toxicológico previsto (art. 165-B, infração gravíssima; multa e suspensão do direito de dirigir); • É preciso verificar o porte da documentação obrigatória e sua validade (art. 232, com penalidade: multa e medida administrativa retenção do veículo); • É obrigatório o uso de dispositivo apropriado para crianças conforme a idade (art. 168, com penalidade multa, medida administrativa e retenção do veículo); • Deve usar calçados que se firmem aos pés e não comprometam a utilização dos pedais (art. 252, IV, com penalidade: multa); 2 https://plataforma-jornada.s3-sa-east-1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2196/assets/img/Art-67- E.pdf 105 • Se observado na CNH, deve usar lentes corretivas de visão, próteses ou adaptações ao veículo (art. 162, penalidade multa e retenção do veículo); • Não pode dirigir com partes do corpo para fora do veículo nem permitir que seus passageiros o façam (art. 252, I, penalidade multa); • Não pode arremessar nem deixar que seus passageiros arremessem objetos para fora do veículo (art. 172, penalidade multa); • Deve verificar se há combustível suficiente e se todos os equipamentos obrigatórios do veículo estão funcionando devidamente (art. 180, penalidade multa); • As condições do veículo também são de responsabilidade do proprietário e condutor (art. 230, penalidade multa e medida administrativa, retenção do veículo); • Verificar os equipamentos obrigatórios, combustível suficiente e a documentação é imprescindível à segurança (art. 105, penalidade multa e medida administrativa retenção do veículo); • Não estacionar em locais proibidos, em esquinas, faixas de pedestres, calçadas e demais locais que atrapalham a circulação de veículos e pedestres (art. 181, XVIII, art. 181, I, art. 181, VIII, com penalidade de multa e medida administrativa remoção do veículo); • Não parar em fila dupla, locais de proibido parar, faixas de pedestres, cruzamentos de vias, na pista de rolamentoe outros locais que aumentam o risco de acidentes (art. 181, XI, art. 181, XIX, art. 182, VI, art. 182, VII, art. 182, V, com penalidade multa e medida administrativa remoção do veículo). A negligência pode gerar acidentes. O descumprimento a qualquer uma dessas regras é considerado infração de trânsito. Todas essas regras de circulação têm como objetivo orientar o condutor para a utilização correta das vias públicas e auxiliar para o bom comportamento no trânsito. Seguindo-as, o condutor contribuirá para um trânsito mais seguro. 106 É muito importante recordar: • Nenhum condutor poderá obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida; • Sempre que o condutor quiser diminuir a velocidade de veículo, deverá, antes, certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo iminente; • Todo condutor deverá indicar a manobra de redução de velocidade de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização devida; • Nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito transversal, mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável. Segundo o CTB (BRASIL, 1997), quando o condutor está em circulação com um veículo e se aproxima de qualquer tipo de cruzamento, é preciso ter prudência e transitar em velocidade moderada, a fim de parar o veículo com segurança para dar preferência aos pedestres e veículos. Normas de circulação para pedestres Lembre-se de que existem também vias e áreas destinadas aos pedestres e normas de circulação para eles: • Quando o ciclista está desmontado e empurrando a bicicleta, ele é considerado um pedestre; • As travessias devem ser feitas pela faixa de segurança e somente quando o sinal do semáforo estiver favorável para o pedestre. • Em vias urbanas, os pedestres devem utilizar os passeios e as calçadas. Quando não houver passeios ou quando não for possível sua utilização, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, 107 exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida; • Em vias rurais, os pedestres devem usar o acostamento no sentido contrário do fluxo de veículos e em uma única fila. Quando não houver acostamento ou quando não for possível sua utilização, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida. Condutor: além de seguir essas normas e condutas estabelecidas pelo CTB, é preciso estar sempre atento às condutas dos demais motoristas e pedestres, pois um simples descuido poderá gerar um grave acidente. Respeite as normas, respeite o trânsito! Bons estudos e até a próxima Unidade de Estudos. Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007 (empresas e transportadores autônomos de carga), para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; altera a Lei n. 7.408, de 25 de novembro de 1985; revoga dispositivos da Lei n. 12.619, de 30 de abril de 2012; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 3 mar. 2015. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 108 _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 4 jan. 2020. CARVALHO, R. O manual para encontrar a posição de dirigir correta. Revista Quatro Rodas, 14 mar. 2017. Disponível em: . Acesso em: 8 nov. 2018. COMUNIDADE E TRÂNSITO. Educar para o trânsito. Trânsito, cidadania e meio ambiente. Curitiba: Tecnodata, 2006. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. LOTE lindeiro. Dicionário Informal, 2014. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 109 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 7: Sinalizações de trânsito Objetivo: Relembrar as sinalizações de trânsito de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Tópicos desta Unidade • Sinalização de trânsito • Sinalização vertical • Sinais sonoros • Sinalização especial de advertência e indicação • Sinalização horizontal • Características da sinalização horizontal • Dispositivos de sinalização auxiliar • Gestos dos condutores Olá! Nesta Unidade de Estudos, vamos relembrar as sinalizações de trânsito. Fique atento a todas as recomendações e aplique esses conhecimentos em seu dia a dia. Preparado para começar? Então, vamos lá! Sinalização de trânsito A sinalização é de fundamental importância para o deslocamento regular e seguro em vias urbanas. Além de orientar a movimentação, ela também propicia a organização do trânsito que fica temporariamente imobilizado em breves paradas ou em estacionamentos. Por isso, precisamos conhecer e praticar a leitura e a identificação de seus símbolos para que possamos utilizar os espaços de trânsito corretamente. Quem desrespeita a sinalização está cometendo uma infração de trânsito! A sinalização indica regras de trânsito por meio de formas, cores e símbolos, orientando o condutor a adotar uma conduta mais segura. É o conjunto de sinais e dispositivos de segurança colocados na via pública com informações direcionadas a condutores e pedestres. Envolve placas, linhas, 110 legendas, gestos e outros, que servem para orientar o condutor e o pedestre quanto ao seu deslocamento. A sinalização orienta e oferece segurança e conforto aos usuários da via, além de melhorar o fluxo no trânsito. Segundo o art. 87 do CTB, os sinais de trânsito classificam-se em: I. verticais; II. horizontais; III. dispositivos de sinalização auxiliar; IV. luminosos; V. sonoros; VI. gestos do agente de trânsito e do condutor. Brasil, 1997. Quando a sinalização for insuficiente ou estiver incorreta, não serão aplicadas as sanções previstas no CTB. Em uma ordem hierárquica, primeiramente devemos obedecer às ordens do agente de trânsito sobre a circulação e demais sinais; depois, as indicações do semáforo sobre os demais sinais; em seguida, as indicações dos sinais sobre as outras normas de trânsito. Vamos ver agora os conjuntos de sinalização. Acompanhe! Sinalização vertical É um subsistema de sinalização viária posicionado verticalmente, normalmente em placa, fixado ao lado ou suspenso sobre a pista. Tem como função transmitir mensagem de caráter permanente e, eventualmente, variável, por meiode legendas e/ou símbolos pré-reconhecidos e legalmente instituídos. As placas de sinalização vertical podem ser de: • regulamentação; • advertência; • indicação. 111 Vamos relembrar, a seguir, cada um desses modelos? Sinalização de regulamentação Esse tipo de sinalização indica condições, proibições, obrigações ou restrições relacionadas ao que podemos ou não fazer na via. São 51 placas diferentes (anexo II do CTB) que se encontram nos perímetros urbano e rural. As placas de regulamentação1 apresentam mensagens imperativas, e o desrespeito a elas constitui infração (com penalidade de multa). Essas placas representam obrigações (29 placas) e proibições (20 placas). Quando cortadas por uma tarja vermelha, a ação nelas representada é proibida. Sem a tarja, a ação nelas representada constitui-se em uma obrigação. Figura 1 – Placas de regulamentação Com relação ao formato das placas de regulamentação, às 49 placas somam-se duas exceções: a R-1(octogonal) informando a “Parada obrigatória” em cruzamentos e a R-2 (triangular) informando “Dê a preferência” no encontro de vias. Essas placas apresentam formato diferenciado a fim de serem reconhecidas de qualquer ângulo; as demais são circulares e posicionadas do lado direito das vias, de frente para o condutor. 1 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2197/assets/img/Placas_regulamentacao_nt1_ue7.pdf 112 https://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_13/UE_59/regulamenta%C3%A7%C3%A3o_nt2_ue7.pdf Figura 2 – Placas de regulamentação de formatos diferentes Sinais de regulamentação podem ter informações complementares, tais como período de validade, características e uso do veículo e condições de estacionamento. Devem estar em uma placa adicional ou incorporada à placa principal, formando um só conjunto, na forma retangular, com as mesmas cores do sinal de regulamentação. Essas informações adicionais precisam ser lidas com atenção, pois podem trazer períodos de permissão ou de proibição, acesso restrito, tempo de permanência nas vagas etc. Observe o exemplo a seguir: Figura 3 – Sinalização de regulamentação com informações complementares Sinalização de advertência Tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza. A forma padrão dos 113 sinais de advertência é quadrada, e uma das diagonais deve estar na posição vertical. À sinalização de advertência estão associadas as cores amarela e preta. Veja em detalhes, as placas de sinalização de advertência2 e seus respectivos significados. As placas de “Sentido único”, “Sentido duplo” e “Cruz de Santo André” são as exceções dos formatos apresentados como padrão. Observe: Figura 4 – Placas de advertência com formato diferentes No caso de sinalização especial de advertência para obras, utiliza-se a forma padrão. O que muda é apenas a cor (de amarelo para laranja). Figura 5 – Sinalização de advertência para obras Você Sabia? A explicação para a placa A-4, que adverte ao condutor a existência de cruzamento de linha férrea, ser conhecida como Cruz de Santo André é de caráter religioso, pois André, seguidor de Jesus Cristo, irmão dos discípulos Pedro e Tiago, foi crucificado em uma cruz do tipo Crux Decussata, em forma de X. Ao longo dos séculos, esse tipo de cruz, em X, ficou conhecido como Cruz de Santo André. 2 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2197/assets/img/Placas_Advertencia_nt1_ue7.pdf 114 Sinalização especial de advertência Tem a função de chamar atenção dos condutores de veículos para a existência de perigo na via ou nas proximidades. Ela pode ser: 1. Especial para faixas ou pistas exclusivas de ônibus; 2. Especial para pedestres; 3. Especial de advertência somente para rodovias, estradas e vias de trânsito rápido. Caso seja necessário incluir informações complementares aos sinais de advertência, estas devem ser inscritas em placa adicional ou incorporadas à placa principal, formando um só conjunto. Sinalização de indicação Indica as vias e os locais de interesse, a fim de orientar os condutores quanto aos percursos, destinos, distâncias e serviços auxiliares. Essas sinalizações têm caráter informativo ou educativo e são divididas nos seguintes grupos: Placas de identificação: têm por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar condutores de veículos quanto a percursos, destinos, distâncias, serviços auxiliares e também ter como função a educação do usuário. Posicionam o condutor ao longo do deslocamento ou com relação a distâncias ou locais de destino. Placas de identificação de rodovias e estradas: a. Placas de identificação de municípios; b. Placas de identificação de interesse de tráfego e logradouros; c. Placas de identificação nominal de pontes, viadutos, d. Placas de identificação quilométrica; e. Placas de pedágio. 115 a. Placas indicativas de sentido (direção); b. Placas indicativas de distância; c. Placas diagramadas. Placas educativas para pedestres e condutores. Placas de serviços auxiliares, que, em geral, apresentam as cores azul, branca e preta. Placas de atrativos turísticos, cujo fundo e legenda devem ter respectivamente as cores marrom e branca. Confira exemplos dessas placas a seguir. 1 Placas de identificação de rodovias e estradas 2 Placas de orientação de destino 3 Placas educativas para pedestres e condutores 4 Placas de serviços auxiliares 5 Placas de atrativos turísticos Saiba mais sobre a sinalização de indicação e as placas de serviços auxiliares3. 3 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2197/assets/img/Manual_vol_III.pdf 116 Placas de orientação de destino: A sinalização horizontal é composta por linhas, marcações, símbolos e legendas, que são pintados ou colocados nas vias com o objetivo de organizar o trânsito e complementar a sinalização vertical de regulamentação, advertência ou indicação. O conjunto composto por linhas, marcações, símbolos e legendas é chamado de marca viária e tem a função de regulamentar, advertir, informar ou indicar ao condutor e ao pedestre qual é o comportamento ideal naquela via. Características da sinalização horizontal No Quadro 1, a seguir, você pode conferir alguns dos padrões de traçados e cores da sinalização horizontal. Quadro 1 – Tipos de traçados e cores utilizados na sinalização horizontal Traçado Significado Contínuo Linhas simples e contínuas, longitudinais ou transversais: Proibida a ultrapassagem em ambos os sentidos. Tracejada ou seccionada Linhas simples com espaçamentos de extensão igual ou maior que o traço: Permitida a ultrapassagem em ambos os sentidos. Símbolos e legendas Informações escritas ou desenhadas complementares à sinalização: Parar, permitido para cadeirante. Cores Utilização Amarela 1. Separar movimentos veiculares de fluxos opostos. 2. Regulamentar ultrapassagem e deslocamento lateral. 3. Delimitar espaços proibidos para estacionamento e/ou parada. 4. Demarcar obstáculos transversais à pista (lombada). Vermelha 1. Demarcar ciclovias ou ciclofaixas. 2. Inscrever símbolo (cruz). 117 Sinalização horizontal Branca 1. Separar movimentos veiculares de mesmo sentido. 2. Delimitar áreas de circulação, linha de bordo. 3. Delimitar trechos das pistas destinados ao estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais. 4. Regulamentar faixa de travessia de pedestres. 5. Regulamentar linha de transposição e ultrapassagem. 6. Demarcar linha de retenção e linha de “Dê a preferência”. 7. Inscrever setas, símbolos e legendas. Azul 1. Inscrever símbolo em áreas especiais de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque para pessoas com deficiência física. Preta 1. Informações escritas ou desenhadas complementares à sinalização: Parar, permitido para cadeirante. Fonte:Brasil, 1997. A sinalização horizontal pode ser classificada em: Marcas transversais Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os harmonizam com o deslocamento de outros veículos e pedestres. São subdivididas em: 118 Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo. Linhas de estímulos à redução de velocidade Conjunto de linhas paralelas que, pelo efeito visual, induzem o condutor a reduzir a velocidade do veículo. 119 Linha de retenção Direcionam a circulação de veículos pela marcação de área de pavimento não utilizável. Faixas de travessia de pedestres Regulamentam o local de travessia dos pedestres. Marcação de cruzamentos rodocicloviários Regulamenta o local de travessia dos ciclistas. 120 Marcas de canalização Indica a área em que o condutor não deve parar ou estacionar o veículo para não prejudicar a circulação. Marca de área de cruzamento com faixa exclusiva Indica ao condutor a existência de faixa exclusiva. Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – CONTRAN, 2007. Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada Delimitam e proporcionam melhor controle das áreas nas quais o estacionamento e a parada de veículos são proibidos ou regulamentados; são complementares à sinalização vertical quando no bordo da via. Em casos específicos, têm poder de regulamentação. Essas marcas são subdivididas em: 1 Linhas de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada (cor amarela): delimitam a extensão da pista ao longo da qual se aplica a proibição. 2 Marca delimitadora de parada de veículos específicos (cor amarela): delimita a extensão da pista destinada exclusivamente à parada. 3 Marca delimitadora de estacionamento regulamentado (cor branca): delimita a extensão da pista onde é permitido estacionar. As marcas podem ser em paralelo ao meio-fio ou em ângulo. 121 Marcação de área de conflito Constituem-se em setas, símbolos e legendas que melhoram a percepção do condutor quanto às condições de operação da via, facilitando a tomada de decisão no tempo adequado. São subdivididas nos seguintes tipos: Símbolos direcionais Indicam mudança obrigatória de faixa ou movimentos em curva, minirrotatória. Símbolos Indicam e alertam o condutor sobre situações específicas na via. Ex.: símbolo de vaga prioritária para pessoas com deficiência. Legendas advertem acerca das condições particulares de operação de via e complementam sinais de regulamentação e advertência. Ex.: PARE. Além disso, as marcas viárias podem apresentar diversos padrões que transmitem diferentes significados. Observe: Linha de divisão de fluxos opostos amarela: simples contínua Não permite ultrapassagem e deslocamentos laterais. Linha de divisão de fluxos opostos amarela: simples seccionada Permite ultrapassagem e deslocamentos laterais. Linha de divisão de fluxos opostos amarela: dupla contínua Não permite ultrapassagem e deslocamentos laterais. 122 Inscrições no pavimento Linha de divisão de fluxos opostos amarela: contínua e seccionada Permite a ultrapassagem para um único sentido, aquele em que está seccionado. Linha de divisão de fluxos opostos amarela: dupla seccionada Permite ultrapassagem. Linha de divisão de fluxos de mesmo sentido branca: contínua Não permite ultrapassagem e transposição de faixa de trânsito. Linha de divisão de fluxos de mesmo sentido branca: seccionada Permite ultrapassagem e transposição de faixa de trânsito. Linha de bordo branca Delimita, com linha contínua, a parte da pista destinada ao deslocamento dos veículos. Linhas de continuidade amarela ou branca Dá continuidade visual às marcações longitudinais (cor branca, quando dá continuidade a linhas brancas; cor amarela, quando dá continuidade a linhas amarelas). Sinalização horizontal Fonte: Brasil, 2007d. 123 Na sinalização horizontal, a marca que indica ao condutor o local limite em que se deve parar o veículo é chamada de Linha de Retenção! Dispositivos de sinalização auxiliar Esses dispositivos são elementos aplicados ao pavimento da via, junto a ela ou nos obstáculos próximos, com a finalidade de tornar mais eficiente e segura a operação da via. Compostos de cores, formas e materiais diversos, dotados ou não de refletividade, suas funções são: reduzir a velocidade praticada; oferecer proteção aos usuários; incrementar a visibilidade da sinalização, do alinhamento da via e de obstáculos à circulação; bem como alertar os condutores para situações de perigo potencial, de caráter permanente, temporário ou emergencial. Os seguintes dispositivos também podem ser elencados como auxiliares da sinalização de trânsito: Pavimentos Coloridos, rugosos, pisos franjados e ondulações transversais. Dispositivos de proteção contínua Gradis de canalização e retenção, dispositivos de contenção e bloqueio, defesas metálicas, barreiras de concreto e dispositivos antiofuscamento. Dispositivos luminosos Painel eletrônico, barreira eletrônica e semáforos, cuja função é coordenar o trânsito alternando a passagem de veículos e pedestres. Dispositivos de uso temporário Cones, cilindros, balizadores, cavaletes, tapumes, fitas zebradas, barreiras, gradis, bandeiras e faixas. Sinalização semafórica para pedestres Orientação para travessia dos pedestres. A cor vermelha indica que os veículos estão se deslocando e está proibida a travessia de pedestres. A cor verde indica que o pedestre pode atravessar. E a cor vermelha intermitente avisa que os pedestres não devem iniciar travessia, pois a via será liberada aos veículos. Gestos dos condutores Os sinais por gestos servem para reforçar ou substituir a sinalização deficiente do veículo. Muitos motoristas perderam o hábito do uso de gestos, mas os veículos de tração humana não apresentam dispositivos luminosos de 124 sinalização, como as bicicletas, por exemplo, portanto seus condutores usam frequentemente os gestos. Veja, na imagem a seguir, alguns exemplos desses sinais. Dobrar à esquerda Dobrar à direita Diminuir a marcha ou parar Sinais por gestos realizados pelos condutores Sinais sonoros São utilizados junto aos gestos dos agentes na coordenação do fluxo. Os silvos, como são chamados, servem para chamar a atenção de motoristas sobre a atuação do agente de trânsito. O agente de trânsito é a autoridade máxima no momento em que está atuando. Desobedecer às ordens do agente de trânsito, conforme o art. 195 do CTB, constitui infração grave (BRASIL, 1997). A buzina dos veículos é o sinal sonoro utilizado pelos condutores. Ela pode ser usada para alertar situações incomuns no trânsito, como um pedestre que está atravessando a rua em meio ao fluxo de veículos. Veja, no Quadro 2, os tipos de sinais usados pelos agentes de trânsito. Quadro 2 – Tipos de sinais sonoros usados pelos agentes de trânsito Sinais de apito Significado Emprego Um silvo breve Siga Liberar o trânsito em direção/sentido indicado pelo agente. Dois silvos breves Pare Indicar parada obrigatória. 125 Um silvo longo Diminua a marcha Quando for necessário fazer diminuir a marcha dos veículos. Fonte: Adaptado de BRASIL, 1997. Algumas inserções de sinalização definidas pelas Leis n. 10.048/2000 e 10.098/2000 As Leis n. 10.048, de 8 de novembro de 2000 (BRASIL, 2000a), e n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000 (BRASIL, 2000b), estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Com isso, outras orientações surgiram na área de sinalização. No Capítulo III, a Lei n. 10.098/2000 (BRASIL, 2000b) dispõe a respeito do desenho e da localização do mobiliário urbano: Art. 8.º Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação ou quaisquer outros elementos verticais de sinalização que devam ser instalados em itinerário ou espaço de acesso para pedestres deverãoser dispostos de forma a não dificultar ou impedir a circulação, e de modo que possam ser utilizados com a máxima comodidade. Art. 9.º Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem. Art. 10.º Os elementos do mobiliário urbano deverão ser projetados e instalados em locais que permitam sejam eles utilizados pelas pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Brasil, 2000b. 126 Além disso, a Resolução do Contran n. 304, de 18 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), discorre sobre as vagas de estacionamento destinadas exclusivamente a veículos que transportam pessoas com necessidades especiais e com dificuldade de locomoção4. O art. 81 do CTB institui que, nas vias públicas e nos imóveis, é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do trânsito (BRASIL, 1997). O grande acúmulo de anúncios que desviam a atenção dos condutores nas ruas é chamado de poluição visual. No Anexo I da Resolução n. 3045 do Contran (BRASIL, 2008) está disponível o modelo de sinalização vertical de regulamentação das vagas de estacionamento exclusivas para esses veículos. Algumas sinalizações, como painéis ou faixas, poderão complementar as já existentes de forma a auxiliar o cidadão em relação a regras, restrições, possíveis congestionamentos e acidentes. As câmeras de monitoramento urbano também auxiliam a fiscalização no controle de problemas e irregularidades. As imagens captadas pelas câmeras são projetadas em um painel e, com base nelas, os operadores enviam informações rápidas aos painéis de trânsito por meio de computadores. Assim, os condutores recebem informações em tempo real sobre o trânsito e orientações a respeito das vias públicas. Finalizamos esta unidade de estudos e esperamos que você tenha atualizado seus conhecimentos sobre os tipos de sinalização de trânsito. Agora, é só observar atentamente as sinalizações e cumprir 4 As vagas destinadas exclusivamente a veículos que transportam pessoas com deficiências e com dificuldade de locomoção também são dispostas em espaços comerciais que seguem esse mesmo critério de acessibilidade. A lei 13.281/16, mudou a penalidade de quem descumpre a regra das vagas especiais. A infração passou a ser gravíssima e sete pontos na CNH. No espaço público, o infrator poderá ter seu veículo removido pela autoridade competente. 5 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2197/assets/img/Resolucao304.pdf 127 http://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_396/UE_1762/nt2ue7link.pdf seu papel de cidadão, seja pedestre ou condutor. Até a próxima Unidade de Estudos! Referências BARBOSA, R. E. Dispositivos auxiliares e sinalização temporária. Brasília: Denatran, Ministérios das Cidades, 2014. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 9 nov. 2000a. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 dez. 2000b. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 13.281, de 4 de maio de 2016. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 jun. 2016. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: 128 . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Resolução n. 304, de 18 de dezembro de 2008. Dispõe sobre as vagas de estacionamento destinadas exclusivamente a veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência e com dificuldade de locomoção. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 22 dez. 2008. Disponível em: em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Resolução n. 236, de 11 de maio de 2007. Aprova o Volume IV – Sinalização Horizontal, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 maio, 2007. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Placas de Indicação e Placas de Atrativos Turísticos. DER – Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas, S.d. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Manual brasileiro de sinalização de trânsito. Volume III – Sinalização vertical de indicação. Brasília: Denatran, 2014. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 129 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 8: Meio ambiente Objetivo: Compreender a legislação de trânsito que prevê infrações e penalidades a fim de auxiliar na proteção ambiental. Tópicos desta Unidade • O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e o meio ambiente • Poluição do ar, da água e do solo • Poluição atmosférica: emissão de gases e partículas • Materiais recicláveis • Poluição sonora Olá! Nesta Unidade, você terá a oportunidade de relembrar a legislação de trânsito e a relação desta com o meio ambiente. Vamos iniciar? Bons estudos! O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e o meio ambiente Você já presenciou algum condutor ou passageiro arremessando objetos pela janela de um veículo? Essa situação é passível de penalidade, conforme prevê o CTB − Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997). Falar sobre trânsito e meio ambiente parece, a princípio, um assunto distante um do outro, mas não é. Depois das fábricas, o carro é o maior agente poluidor dos centros urbanos, pois o grande número de veículos e a emissão constante de seus resíduos fazem dele um vilão para o meio ambiente. Todos os anos são realizadas reuniões, no Brasil e no mundo, sobre meio ambiente e sobre os impactos causados pela sua destruição, com o objetivo de 130 elaborar e efetivar acordos que garantam modos de vida mais sustentáveis e mecanismos para um equilíbrio consciente entre o ser humano ea natureza. Mas quando se fala sobre a relação ser humano-meio ambiente-veículo, todas as pessoas podem contribuir para a preservação ambiental. Ações como lavar o veículo com o uso de uma mangueira pode provocar grande desperdício de água, por isso o ideal é levar o veículo em lugares especializados para esse serviço, dando preferência às lavagens a seco com produtos biodegradáveis que não poluam o meio ambiente. Por meio de acordos internacionais, os códigos ambientais estabelecidos no Brasil objetivam o controle de emissão de poluentes, a pesquisa e a qualidade de vida. O Contran, juntamente com outros órgãos, estabelece punição para quem descumpre as normas de controle ambiental direcionado aos veículos. A finalidade é garantir e preservar a vida, a saúde e o meio ambiente. A Legislação de Trânsito define as responsabilidades em relação à proteção ao meio ambiente, além de apresentar infrações e penalidades. O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos estados e do Distrito Federal e dos municípios, que têm a finalidade de exercer as atividades que envolvem o trânsito (BRASIL, 1997), além de priorizar ações em defesa da vida, incluindo a preservação do meio ambiente e a fiscalização do nível de emissão de poluentes e ruídos. A poluição ambiental agride o ar, a água e o solo, contaminando todas as formas de vida. Existem vários tipos de poluição resultantes das atividades humanas, entre as quais: 131 Poluição do ar A queima incompleta de combustíveis é a principal causa de poluição do ar; entre os principais poluidores do meio ambiente destacam-se as indústrias, as usinas e os veículos. Os veículos a combustão emitem alguns gases poluentes, como o monóxido de carbono, o chumbo e o nitrogênio. O nível elevado de poluição no ar pode ser sentido pelos seres humanos por meio de alguns sintomas, como a ardência nos olhos, náuseas e dificuldade de respirar. Poluição da água e do solo Os veículos contribuem para esse tipo de poluição, principalmente pela troca de óleo e lubrificantes mal acondicionados e por produtos utilizados em sua lavagem periódica. Poluição sonora Alguns sons emitidos pelos veículos são responsáveis pela redução da qualidade de vida, portanto recomenda-se manter o motor regulado, o escapamento em bom estado e evitar o uso desnecessário da buzina. Poluição atmosférica: emissão de gases e partículas A poluição atmosférica nas grandes cidades afeta a saúde das pessoas e impacta diretamente na qualidade de vida delas. Os altos índices de poluição no ar têm uma parcela importante na emissão de poluentes produzidos pelos veículos automotores, porém as indústrias e as queimadas também contribuem substancialmente para esse quadro. O art. 104 do CTB (BRASIL, 1997) estabelece que os veículos em circulação terão as condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e na periodicidade estabelecidas pelo Conselho Nacional 132 de Trânsito (Contran), para os itens de segurança, e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), para emissão de gases poluentes e ruídos. A emissão irregular de gases produzida por veículos é infração de natureza grave. Em seu parágrafo 5.º, o CTB prevê que será “aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na emissão de gases poluentes e ruído” (BRASIL, 1997). Poluição emitida pelas indústrias Poluição emitida pelos automóveis Leia, a seguir, algumas informações que podem ajudar a reduzir a poluição e também gastar menos combustível: • Trocar a marcha na rotação correta; • Evitar reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em excesso; • Desligar o veículo em caso de longas paradas. Manter o veículo sempre em boas condições mecânicas contribui para a preservação do meio ambiente! E o que o CTB prevê em relação à atuação do condutor e à proteção do meio ambiente? Art. 172: Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias: • Infração: média. • Penalidade: multa Brasil, 1997. 133 Figura 1 – Dê o destino certo a cada tipo de resíduo que recolher em seu veículo É necessário manter as vias de trânsito limpas e em condições de uso. O consumismo desenfreado impacta diretamente o equilíbrio ambiental, principalmente pelo grande aumento da produção de materiais descartados. Por isso, é importante identificar os produtos que podem ser reutilizados com outra função e aqueles que podem ser reciclados, ou seja, transformados em novos materiais. Lixo será somente aquilo que não puder ser reutilizado ou reciclado. A seguir, alguns exemplos de materiais e o tempo que levam para se degradar: 134 Figura 2 - Tempo de degradação para deixar de causar danos ao meio ambiente Fonte: DETRAN-PR, S.d. Nunca jogue lixo e outros objetos pela janela do carro, não retire flores e folhagens das margens da via e, quando for à praia ou ao parque, recolha o seu lixo. E quanto aos materiais recicláveis? Materiais recicláveis Você já sabe que, daquilo que comumente chamamos de lixo, grande parte pode ser reciclada e reutilizada. O material reciclável pode ser reutilizado e transformado em novos objetos. Portanto, para que isso aconteça, o lixo deve ser separado. Praticamente todos os materiais descartados podem ser reciclados. Entretanto, antes de separá-los, é necessário tomarmos alguns cuidados, como retirar os resíduos de alimentos que ficam nas embalagens, para evitar a contaminação e não estragar o material. 135 Figura 3 – Você é responsável pelo destino que dá aos resíduos que produz De modo geral, os meios de transportes, como carros, motos, caminhões e ônibus, também produzem lixo durante sua vida útil. Essa produção de resíduos ocorre nas trocas de fluidos, materiais e peças. Por isso, é importante saber que os resíduos produzidos pelos veículos são do tipo industrial e devem ser descartados em locais apropriados. Os pneus, quando chegam ao final da vida útil, devem ser levados a um local apropriado, como uma revenda de pneus, uma borracharia ou um ponto de coleta de pneus da Prefeitura Municipal. Os pneus descartados podem ser reaproveitados de diversos modos, por exemplo, como combustível alternativo para indústrias de cimento, na fabricação de solados de sapatos, borrachas de vedação, pavimentação de vias públicas etc. 136 Figura 4 – Pneus descartados incorretamente Separe o lixo orgânico (alimentos e também o lixo de banheiro) dos recicláveis (vidros, papéis, plásticos e latas), faça o descarte correto dos materiais e colabore com a saúde do meio ambiente! Além do lixo descartado de forma incorreta, há outros fatores que podem causar a poluição ambiental. Vamos conhecê-los? Queimadas As queimadas nos centros urbanos e no perímetro rural ainda são realidade em nosso país. Apesar de proibido, o homem continua usando desse mau hábito para se livrar de matérias que se acumulam em terrenos públicos ou privados. Essa prática pode ser muito perigosa, pois as queimadas podem sair do controle e causar grandes danos ao ambiente e à população, causando acidentes e trazendo prejuízos irreversíveis. Fogueiras, queima de materiais e bitucas de cigarro podem causar grandes incêndios. 137 Ao longo das vias, a fumaça das queimadas pode prejudicar a visão do motorista e provocar dificuldade de respiração, o que aumenta o risco de acidentes, além de danos que podem ser irreversíveis à natureza. Qualquer ato que possa provocar uma queimada deve ser evitado, especialmente se o tempo estiver seco, o que possibilita que o fogo se alastre rapidamente e cause ainda mais prejuízo. Vegetação local e animais silvestres Além dos cuidados com a vegetação local, os animais silvestres também requerem atenção e o lugar primordialdeles é nas matas. Ajude a preservar a natureza! Respeite a sinalização em todos os lugares, principalmente nas estradas. A sinalização de animais silvestres nas proximidades indica que a velocidade do veículo deve ser reduzida. Poluição sonora A poluição sonora no trânsito tem origem em diversos fatores: motores de veículos desregulados, escapamentos furados ou fora do padrão, buzinas, alarmes e equipamentos de som com volume acima do permitido. Vamos ver algumas dessas causas de poluição. Uso de buzina, outros sons e ruídos A buzina é um equipamento obrigatório, mas quando usada indiscriminadamente é considerada poluição sonora e pode causar problemas auditivos, além de distrair o motorista e até ocasionar acidentes. A buzina deve ser usada sempre em toque breve e somente quando for necessário. É comum observarmos o uso da buzina em várias situações do dia a dia, por exemplo, quando um condutor encontra uma pessoa conhecida em seu trajeto, 138 quando quer chamar a atenção por algum motivo ou para expressar a impaciência enquanto aguarda por algo ou alguém. O art. 227 do CTB (BRASIL, 1997) cita que é expressamente proibida a utilização da buzina: I. em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos; II. prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; III. entre (22h) vinte e duas e (6h) seis horas; IV. em locais e horários proibidos pela sinalização; V. em desacordo com os padrões e as frequências estabelecidas pelo Contran. • Infração: leve. • Penalidade: multa. Para saber mais, acesse a Resolução 7641, de 20 de dezembro de 2018. Até outubro de 2016, a legislação que dava conta do tema era a Resolução Contran n. 204/06. Após essa data, a Resolução Contran n. 624/162 passou a determinar as regras nesse âmbito. E o que acontece com um condutor que for pego dirigindo com equipamento de som com volume e/ou frequência acima do permitido? 1 https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo- contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf 2 https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo- contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf 139 http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao204_06.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/RESOLU%C3%87%C3%83O_624-2016.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/RESOLU%C3%87%C3%83O_624-2016.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7642018.pdf De acordo com o art. 228. do CTB, Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que não sejam autorizados pelo Contran gera: • Infração: grave. • Penalidade: multa. • Medida administrativa: retenção do veículo para regularização. Brasil, 1997. O som do carro é considerado som ambiente, ou seja, quando propagado para fora do veículo, torna-se irregular, causando desconforto a terceiros. A altura excessiva do volume do som não permite que o condutor perceba riscos e emergências à sua volta, além de causar danos ao aparelho auditivo, por isso é necessário deixar o som em um volume audível apenas no interior do veículo. Assim, o motorista poderá perceber alarmes de emergência, como a sirene do carro de bombeiros, da ambulância e da polícia, entre outros tipos de alerta. O CTB prevê a proibição do uso de qualquer equipamento que produza poluição sonora, tais como: • roncos de motor; • escapamentos abertos; • buzinas estridentes; • aparelhos de som em volume alto. Além disso, o uso irregular de aparelhos de alarme e outros dispositivos que produzem sons e ruídos que perturbam o sossego público é 140 fiscalizado pelo Contran e está definido no art. 229 do CTB (BRASIL, 1997). Em caso de desacordo com essa regulamentação, o indivíduo estará sujeito a: • Infração: média; • Penalidade: multa e apreensão do veículo; • Medida administrativa: remoção do veículo. Carros com alto-falantes, trios elétricos e outros veículos que produzam sons e barulhos acima do limite necessitam de autorização especial para essa função e devem estar regulamentados pela lei. Como você sabe, os limites de barulho são regulamentados por lei. Então, é importante a atenção às placas de sinalização e aos limites de ruídos para o dia e para a noite, principalmente em lugares próximos a hospitais e escolas. Pequenos detalhes do dia a dia fazem a diferença no momento de dirigir e colaboram com o meio ambiente. Para que todos os usuários tenham qualidade no trânsito, é importante que cada um reflita a respeito de suas respectivas atitudes, sem agredir o meio ambiente. O art. 231 do CTB (BRASIL, 1997) determina algumas penalidades para quem transitar com o veículo: I. danificando a via, suas instalações e equipamentos; II. derramando, lançando ou arrastando sobre a via: a) carga que esteja transportando; b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente. • Infração − gravíssima. • Penalidade – multa. • Medida administrativa − retenção do veículo para regularização. III. produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo Contran; 141 IV. com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização. • Infração − grave. • Penalidade – multa. • Medida administrativa − retenção do veículo para regularização. Nesta unidade, você relembrou que é preciso manter as vias públicas, as calçadas e os recantos em perfeitas condições, além de respeitar o direito de silêncio. Agora é com você! Preservar o meio ambiente e respeitar o trânsito são atos de responsabilidade individual e coletiva de toda a sociedade. Até a próxima Unidade! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. DETRAN-PR. Detran na escola – Manual do professor. Ensino Fundamental 1, 3º ano. DetranPR, S.d. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 142 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 9: Elementos poluidores e os cuidados para a conservação dos veículos Objetivos: • Entender os elementos dos veículos que podem poluir o meio ambiente; • Conhecer os cuidados para conservar os veículos. Tópicos desta Unidade • Elementos poluidores dos veículos e os cuidados na sua conservação • Como poluir menos • Outras soluções para a redução da poluição do ar • Os 5 Rs para um trânsito melhor Olá! Nesta última Unidade deste núcleo temático, você vai perceber que é necessário conservar o veículo para diminuir a poluição e também que algumas atitudes no dia a dia podem ajudar na preservação do meio ambiente. Vamos em frente? Elementos poluidores dos veículos e os cuidados na sua conservação Adulteração de combustíveis, alémde ser crime no Brasil, é sempre um assunto polêmico, pois afeta não só o desempenho do veículo, mas também a economia e o meio ambiente. Você sabe como é realizada essa adulteração? Geralmente são adicionados à gasolina produtos mais baratos e não autorizados. Esse procedimento faz com que aumente a lucratividade no momento da venda, mas traz grandes prejuízos ao consumidor e ao meio ambiente. Normalmente, são adicionados etanol, óleo diesel, solventes, 143 aguarrás, querosene, entre outros. Na queima, esses elementos liberam gases altamente tóxicos e nocivos à natureza. Com relação aos veículos, comprometem o motor afetando sua autonomia e o desgaste de peças, exigindo uma manutenção mais frequente e, consequentemente, gerando mais despesas. Figura 1 – Ao abastecer o veículo, você é consumidor. Procure por combustíveis com garantias de qualidade. Como poluir menos? Algumas ações realizadas no dia a dia fazem diferença no momento de dirigir e colaboram para a diminuição da poluição do meio ambiente. Para termos um trânsito de boa qualidade e sem agressão ao meio ambiente, é importante que cada um reflita sobre as suas próprias atitudes como motorista e como pedestre. 144 Você Sabia? É possível economizar até 10% de combustível com a verificação frequente de velas e pneus e com a manutenção correta do veículo. Acompanhe as dicas a seguir e veja como é possível economizar combustível e reduzir a poluição: • Troque a marcha na rotação correta do motor; • Observe e acompanhe a vida útil de alguns elementos do veículo como os filtros de óleo e de ar, o óleo e o catalisador. Esses componentes são importantes para o controle da poluição. • Evite reduções constantes de marcha, acelerações e freadas bruscas; • Desligue o veículo em caso de longas paradas; • Procure manter velocidades constantes enquanto trafega; • Não se deve ficar acelerando quando o veículo estiver parado; • Faça sempre a manutenção e a revisão do veículo, conforme especificado pelo fabricante (consulte o manual do proprietário do veículo); • Faça sempre a manutenção preventiva do escapamento, sistema de injeção e purificador de ar, conforme especificado pelo fabricante (consulte o manual do veículo); • Em veículos (antigos) com afogador, acione-o somente se necessário para dar a partida, e lembre-se de desativá-lo em seguida. Lembre-se de orientar os passageiros para que guardem os descartes (lixo) do carro. Tenha sempre um porta-lixo para o descarte correto de qualquer item. 145 Figura 2 – Condutor: oriente os passageiros para o descarte correto de resíduos no interior do veículo O crescimento e o desenvolvimento urbano e rural dependem da uma infraestrutura adequada de vias (estradas, ruas) que permitam o transporte de pessoas e produtos de modo a afetar o meio ambiente minimamente, por isso o equilíbrio entre trânsito e meio ambiente torna-se fundamental. Os órgãos executivos rodoviários, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), dispõem de programas de atuação ambiental, visando à manutenção e à preservação do espaço. Os impactos negativos podem ser evitáveis e inevitáveis. Quando é identificado um impacto negativo evitável, os órgãos responsáveis executam programas que visam reduzir a sua extensão e intensidade. Podemos citar como exemplo os Programas de Salvamento da Flora, que coletam plantas em extinção nas áreas a serem desflorestadas e as replantam em áreas de preservação. Nos impactos inevitáveis, o desflorestamento da área onde é construída uma via é compensado: novas florestas são plantadas em outras áreas. 146 Várias ações são desenvolvidas ou exigidas pelos órgãos responsáveis para que a natureza seja compensada com as alterações, por exemplo, implantação de recantos, manutenção de viveiros, paisagismos, canteiros. Lembre-se de que a preservação do meio ambiente depende não só de ações governamentais mas também da ação direta do ser humano. Outras soluções para a redução da poluição do ar Com o intuito de manter o ar o mais limpo possível, pode-se promover: • A instalação de filtros em indústrias (que devem ficar distantes dos centros populosos); • A criação de áreas verdes em centros urbanos; • A verificação da quantidade de emissão de poluentes pelos veículos; • A verificação dos níveis de poluição do ar; • Investimentos em transportes coletivos e em veículos menos poluentes. Utilizar mais o transporte público pode ajudar o meio ambiente, pois diminui o número de veículos em circulação e contribui para a redução da emissão de poluentes. Visando à redução na emissão de poluentes, já existem ônibus, em São Paulo e Curitiba, por exemplo, que utilizam energias alternativas, tais como o biocombustível, o etanol e a energia elétrica. Os 5 Rs para um trânsito melhor Cinco palavras iniciadas com a letra R representam em síntese o que se pode e se deve fazer para a melhoria da qualidade e do desenvolvimento sustentável do trânsito. Repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar são propostas de ação e reflexão para todos os atores envolvidos de alguma forma com o trânsito em todos os lugares e principalmente nos grandes centros urbanos. 147 Aplicar os 5Rs implica agir como um consumidor consciente e refletir sobre os impactos que os objetos de consumo causarão no meio ambiente e, portanto, nas cidades e no trânsito. Exige a definição de um posicionamento. Dizer “não” para o que se sabe que é desnecessário, para o que consome muita energia e recursos naturais não renováveis impõe-se como um dever para as pessoas, em todos os âmbitos de suas vidas, inclusive no trânsito. A maioria dos plásticos é derivada do petróleo. Quando o plástico é descartado no meio ambiente, leva em torno de 50 anos para se decompor, pois sua estrutura é composta por polímeros, os quais podem ser naturais (por exemplo, a borracha ou a celulose que existem na natureza); ou artificiais, produzidos em laboratórios utilizando-se do petróleo (por exemplo, pneus, sacolas, silicone, entre outros). Nesta Unidade, você estudou sobre a importância do meio ambiente e a necessidade de um posicionamento responsável para o aumento da qualidade e da segurança no trânsito. O próximo Núcleo Temático lhe permitirá aprofundar os estudos sobre o trânsito e ficar muito bem preparado! Até breve! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 148 DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Meio ambiente. DNIT, 3 maio 2012. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. PAES, J. L.; SILVA, J. N.; GALVARRO, S. F. S. Considerações sobre a poluição do ar em grandes metrópoles. Revista Ponto de Vista, Viçosa, Minas Gerais, v. 5, n. 1, 15 out. 2008. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. PETROBRAS DISTRIBUIDORA. De olho no combustível. BR, 2018. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. PORTAL BRASIL. Meio Ambiente: melhoria na gestão de resíduos sólidos no Brasil. Ministério do Meio Ambiente, 14 maio239 Avaliação das condições gerais da vítima de acidente de trânsito ................................... 239 O que são sinais vitais? ..................................................................................................... 240 Avaliação inicial ou primária ............................................................................................. 241 Avaliação secundária ......................................................................................................... 244 Massagem cardíaca ........................................................................................................... 245 Unidade de Estudo 3 - Cuidados com ferimento, hemorragias, choque, convulsão, desmaio, fraturas, queimaduras, intoxicação e choque elétrico ..................................... 248 Objetivo ............................................................................................................................ 248 A função dos primeiros socorros ...................................................................................... 249 Fraturas ............................................................................................................................ 249 Imobilização do Local Fraturado ...................................................................................... 250 Fratura de crânio .............................................................................................................. 254 Fratura do pescoço ou da coluna vertebral ..................................................................... 255 Queimadura ..................................................................................................................... 256 Intoxicação ........................................................................................................................ 258 Choque elétrico ................................................................................................................ 258 Ferimentos abertos e fechados ........................................................................................ 259 Hemorragia ....................................................................................................................... 262 Estado de choque .............................................................................................................. 265 Convulsão ......................................................................................................................... 266 Desmaio ............................................................................................................................ 267 Amputação ....................................................................................................................... 268 Unidade de Estudo 4 - Cuidados com a vítima (o que não fazer) ................................... 270 Objetivo ............................................................................................................................. 270 Ações que devem ser executadas diante da ocorrência de acidentes de trânsito .......... 270 Extintor de incêndio: regras vigentes ............................................................................... 272 Comportamentos inadequados em acidentes de trânsito ............................................... 274 Cuidados para não movimentar a vítima de acidentes .................................................... 275 Núcleo Temático 4 - Relacionamento Interpessoal ................................................................. 279 Unidade de Estudo 1 - Cidadania e relacionamento interpessoal ................................... 279 Objetivo ............................................................................................................................. 279 Ser humano: trânsito, cidadania e meio ambiente .......................................................... 279 Indivíduo, grupo e sociedade ........................................................................................... 280 Necessidades do ser humano no convívio social .............................................................. 281 Educação para o trânsito .................................................................................................. 282 Relação homem, via e veículo ........................................................................................... 283 Comunicação no trânsito .................................................................................................. 284 Relacionamento social no trânsito ................................................................................... 286 Comportamento solidário no trânsito .............................................................................. 286 Unidade de Estudo 2 – Características e perfil psicológico do condutor ............................. 288 Objetivo ............................................................................................................................. 288 Características do condutor .............................................................................................. 288 Perfil psicológico do condutor .......................................................................................... 291 Comportamentos do condutor e respeito às normas de trânsito .................................... 293 Unidade de Estudo 3 - Fatores causadores de estresse .................................................. 296 Objetivo ............................................................................................................................. 296 Fatores que influenciam as relações no trânsito .............................................................. 296 Fatores causadores do estresse ....................................................................................... 297 Fatores que podem diminuir o estresse no trânsito ......................................................... 300 Unidade de Estudo 4 - Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação ................................................................................................. 303 Objetivo ............................................................................................................................. 303 Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação ........................................................................................................................................... 303 Deveres e direitos dos motociclistas ................................................................................. 309 Seguro DPVAT ................................................................................................................... 311 Unidade de Estudo 5 - Papel dos agentes da autoridade de trânsito .............................. 314 Objetivo ............................................................................................................................. 314 A fiscalização de trânsito ................................................................................................... 314 Quem é o agente da autoridade de trânsito? .................................................................. 315 Função do agente de trânsito .......................................................................................... 316 Infração ............................................................................................................................ 317 Autuação .......................................................................................................................... 317 O papel da Polícia Militar no trânsito ................................................................................ 318 O registro do bom condutor — Registro Nacional Positivo de2020. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. RECICLOTECA – Centro de Informações sobre Reciclagem e Meio Ambiente. Orgânicos: definição, composto e como fazer a compostagem. Recicloteca, 2013. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2021. 149 Núcleo temático 2 – Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro - CTB Unidade de Estudos 1 – Conceito de direção defensiva e condições adversas Objetivo: Identificar as formas adequadas de dirigir e os fatores que podem influenciar no desempenho do condutor. Tópicos desta Unidade • Direção defensiva e motorista defensivo: conceitos e definições • Categorias e elementos da direção defensiva • Condições adversas Olá! Você sabia que é possível prevenir os principais acidentes de trânsito? Podemos evitar situações de risco praticando a direção defensiva. Nesta Unidade de Estudos, você vai conhecer os comportamentos corretos para dirigir com mais segurança. Preparado? Então, vamos lá! Direção defensiva e motorista defensivo: conceitos e definições Dirigir defensivamente é conduzir o veículo com segurança, de maneira a evitar acidentes, independentemente das ações incorretas dos outros usuários do trânsito ou de condições adversas que se apresentem para o momento. Um motorista que pratica a direção defensiva está sempre atento a tudo o que acontece no trânsito. Ele observa a movimentação de veículos e pedestres, presta atenção na sinalização, nas condições do tempo, enfim, em todos os elementos à sua volta. Com isso, consegue antecipar situações e evitar acidentes. 150 A educação do condutor faz toda a diferença! Figura 1 – O motorista defensivo está sempre atento ao trânsito Para o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a direção defensiva refere-se à postura do condutor, a fim de chamar sua atenção para a responsabilidade e a necessidade de se cumprir a lei, a fim de se evitar o mal maior, que seria, no caso, um acidente de trânsito. Já a legislação de trânsito, refere-se a uma questão infracional, ou seja, ao cometer uma infração, o cidadão será punido com multas e penalidades previstas em lei. Você se considera um motorista defensivo? 151 Categorias e elementos da direção defensiva A direção defensiva pode ser dividida em duas categorias: Preventiva É a atitude do motorista que permanece atento para evitar situações de risco. Corretiva É a atitude que o motorista deve ter quando está diante de um possível acidente, corrigindo situações que não estavam previstas. O motorista defensivo sabe analisar os riscos, avaliar problemas, observar comportamentos e situações para evitar acidentes, apesar das condições adversas. Acompanhe a seguir os elementos da direção defensiva: Conhecimento Para que você possa conduzir o seu veículo com segurança, é necessário ter conhecimento prático, ou seja, saber dirigir. É importante conhecer também: • Os seus direitos e deveres como condutor e como pedestre; • As leis de trânsito; • As normas; • Os trajetos; • As sinalizações; • O veículo. • Esses conhecimentos são necessários para que você possa tomar boas decisões no trânsito e com agilidade, sempre que necessário. Isso evita danos ao motorista e ao seu carro, aos outros usuários e à via pública. Atenção Ao conduzir o seu veículo, esteja sempre alerta! Fique atento e consciente desde o momento em que entrar no veículo até chegar ao seu destino. O risco de acidente pode diminuir quando o condutor está atento! Previsão Previsão é a capacidade de se antecipar aos acontecimentos e reagir rapidamente. Prever não é a mesma coisa que adivinhar! 152 Quando o motorista está atento e analisa tudo o que acontece ao seu redor, ele consegue identificar os riscos, prevendo possíveis acidentes. Assim, ele tem mais tempo para tomar atitudes seguras. A previsão também pode ser usada em outras situações que previnem possíveis ocorrências mais distantes, como quando o motorista realiza antecipadamente a revisão do veículo e a verificação dos equipamentos obrigatórios, evitando, assim, que o carro apresente problemas em via pública. Decisão É a capacidade de analisar rapidamente a situação e escolher que ação deve ser tomada. A decisão no trânsito requer uma iniciativa imediata, pois, ao identificar uma situação de perigo, o condutor precisa decidir o que fazer a tempo de evitar um acidente. Habilidade A habilidade está relacionada à experiência do condutor e pode ser desenvolvida com a prática. O motorista é considerado hábil para conduzir e manobrar o seu veículo quando tem conhecimentos teóricos e práticos e desenvolve atenção, previsão e a capacidade de decisão. Quanto mais o condutor exercitar os elementos da direção defensiva, mais habilidoso e apto estará para as adversidades que o trânsito apresenta. Todos, pedestres a motoristas, devem colaborar para um trânsito mais seguro. Agora que você relembrou os elementos da direção defensiva, é só contribuir para um trânsito melhor! Ls de trânsito: causas O site TrânsitoBR (2013) define acidente de trânsito como “todo evento danoso que envolva o veículo, a via, o homem e/ou animais, e para caracterizar-se é necessária a presença de dois desses fatores”. Nesse 153 http://www.transitobr.com.br/index2.php?id_conteudo=9 sentido, é importante que as pessoas tenham consciência de que acidentes podem ser evitados desde que condutores e pedestres tenham responsabilidade e atenção. Você já parou para pensar nas causas de um acidente? Pesquisas indicam que a maioria dos acidentes de trânsito ocorre por falha humana, ou seja, podem ser evitados. Acompanhe os números a seguir, indicados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (2017) e que revelam dados sobre as causas dos acidentes de trânsito: • 90% dos acidentes são ocasionados por falha humana; • 5% por problemas com veículo; • 5% por problemas com a via. 154 Veja a seguir como se reflete o comportamento dos condutores de veículos e as falhas humanas que podem levar a um acidente de trânsito! Negligência É o motorista que age com descaso, não observa e é desatento (por exemplo: não cuida da manutenção do veículo; entrega a direção do veículo a pessoas não habilitadas). Imperícia É a falta de habilidade ou de conhecimento ao dirigir que decorre principalmente da formação inadequada do condutor (exemplo: não sabe agir em situações de emergência). Imprudência Ocorre quando o condutor conhece a lei, mas desobedece às regras de conduta (exemplo: excede a velocidade da via; dirige sob a influência de álcool; não respeita as regras e os sinais de trânsito). É preciso que essas falhas sejam enfrentadas com seriedade e que negligência, imperícia e imprudência possam tornar-se precaução, bom senso e sabedoria para um trânsito mais respeitoso. Condições adversas Condições adversas são situações e fatores que atrapalham e/ou interferem na forma de dirigir. Portanto, é preciso estar atento e preparado para, diante delas, agir de forma adequada e tomar a decisão mais acertada a fim de evitar acidentes. Atitudes como obedecer à sinalização, não ultrapassar o limite de velocidade e respeitar os outros motoristas e pedestres são maneiras de se precaver de condições adversas. Veja, a seguir, algumas condições adversas que podem prejudicar a forma de dirigir. Luz As condições de iluminação são muito importantes na direção defensiva. 155 A ausência de luz ocasiona a penumbra, e geralmente ocorre ao anoitecer, amanhecer, no interior de túneis, viadutos e durante tempestades. Quando acontece uma penumbra, o condutor deve redobrar a atenção, manter a luz baixa ligada e reduzir a velocidade. Figura 2 – Penumbra Excesso de luz naturalpode causar ofuscamento momentâneo da visão do motorista. 156 Figura 3 – Excesso de luz natural Excesso de luz artificial pode prejudicar a visão do condutor tornando a direção insegura. Figura 4 – Excesso de luz artificial É importante ver e ser visto, por isso algumas atitudes devem ser tomadas: • manter as luzes do veículo em perfeito funcionamento; • usar óculos de sol ou a pala de proteção do veículo para motorista; 157 • não utilizar luz alta em vias iluminadas à noite; • em caso de ofuscamento, orientar-se pela margem direita da via, utilizando as linhas da borda da pista; • utilizar os faróis baixos à noite ou sob chuva forte. À noite, é mais difícil enxergar detalhes, por isso é importante reduzir a velocidade para ter mais tempo na avaliação de obstáculos, por exemplo, animais, buracos ou pessoas. Tempo As condições atmosféricas também podem dificultar a visão do condutor, prejudicando o correto uso do veículo no trânsito. Chuva, vento, granizo, neve, neblina e até calor excessivo diminuem muito a capacidade de o condutor ver e avaliar as condições reais da estrada e do veículo. Além da dificuldade visual, as condições adversas de tempo causam problemas nas estradas, como barro, areia e desmoronamento, tornando-as mais lisas e perigosas, o que pode causar derrapagens e acidentes. E o que fazer diante desse tipo de condição adversa? Deve-se reduzir a marcha, acender as luzes do veículo e, se necessário, procurar um local adequado, sem riscos (como um recanto, posto rodoviário ou posto de gasolina), e esperar que as condições do tempo melhorem. Observe outros procedimentos a seguir. 158 Neblina, cerração ou nevoeiro Nesses casos, o condutor deve usar luz baixa, diminuir a velocidade e ter mais atenção para conduzir o veículo. Em caso de visibilidade nula, pare em um lugar seguro e aguarde. Os procedimentos corretos são: • reduzir a velocidade; • não ultrapassar; • ligar o limpador de para-brisa; • parar em lugar seguro e aguardar, se necessário; • evitar parar na via, mas, se for necessário, usar sempre o acostamento, e posicionar o triângulo de segurança em local visível; • se precisar parar, ligar o pisca-alerta que não deve ser utilizado com o carro em movimento; • ligar os faróis do veículo, utilizando a luz baixa, conforme item “b” do inciso I, art.40 do CTB, atualizado pela Lei Federal n. 14.071/2020. Ventos fortes Os ventos fortes podem desequilibrar os veículos. Confira como o condutor deve agir quando se deparar com essa situação: • Ventos transversais: o condutor deve abrir os vidros, reduzir a velocidade e manter o volante firme; • Ventos frontais: o condutor deve fechar os vidros, reduzir a velocidade, segurar o volante com firmeza e manter o alinhamento do veículo. Chuva O perigo de conduzir um veículo na chuva começa nos primeiros pingos, pois eles se misturam à fuligem, à poeira e aos resíduos de borracha dos pneus formando uma camada fina sobre a pista, deixando-a escorregadia. 159 A alta velocidade e o tempo de vida dos pneus podem ampliar as chances de acidente, portanto reduza a velocidade, mantenha os pneus em excelentes condições e fique a uma distância segura do veículo à sua frente. A Lei Federal n. 14.071/2020 tornou obrigatório, para qualquer motorista que conduza sob chuva, mesmo de dia, ligar os faróis do veículo utilizando a luz baixa, conforme item “b” do inciso I, art.40. A desobediência a essa obrigação, conforme art. 250 do CTB, é considerada uma infração média. Aquaplanagem ou hidroplanagem A aquaplanagem ocorre quando uma fina camada de água impede a aderência dos pneus ao solo. Em alta velocidade, o veículo pode perder o contato com o asfalto e derrapar. Para evitar esse fenômeno, o procedimento correto é tirar o pé do acelerador, não acionar o freio, não virar o volante para a direita ou para a esquerda e não usar marcha de força. Outro fator que ocorre como efeito da chuva são os alagamentos. Nessa situação, é necessário parar em um lugar alto e seguro e aguardar o nível da água baixar. Se o motorista se deparar com alguma dessas situações ao conduzir o veículo, deve manter a atenção redobrada e, se possível, evitar dirigir em condições inseguras. Via Ao longo do trajeto, é possível que o condutor encontre várias adversidades no pavimento que poderão desestabilizar o veículo. Por conta disso, a atenção direcionada aos elementos da pista ou via ajudará a controlar situações de risco. 160 O condutor deve ficar atento às mudanças no pavimento, à ausência de asfalto, aos buracos, às ondulações, aos desníveis e à sinalização ausente ou deficiente. Manter velocidade compatível com as condições da via evita acidentes e avarias ao veículo como a quebra de suspensão ou danos aos pneus. Trânsito O grande movimento de veículos nos horários de pico nas vias urbanas das grandes cidades, ou em período de férias ou feriados prolongados nas estradas e rodovias, deixa o trânsito muito carregado. Para evitar o tráfego intenso, é importante o condutor pesquisar o trajeto com antecedência, programar sua saída, conhecer opções de caminhos alternativos para evitar dificuldades e congestionamentos. Também é muito importante que o condutor mantenha o controle e tenha paciência nessas situações. Veículo A condição do veículo pode ser responsável por um número considerável de acidentes de trânsito que podem envolver outros veículos, pedestres, animais e patrimônio público/privado. Por isso, é necessário manter o veículo em condições adequadas para transitar e que permita reagir instantânea e eficientemente a todos os comandos necessários. Confira o que condutor deve verificar periodicamente. 161 1. Pneus e roda sobressalente (estepe): devem estar com sulco de até 1,6 milímetros (Resolução Contran n. 558 /1980, art. 4.º) e com calibragem adequada; é importante calibrá-los regularmente. 2. Rodas: devem ser alinhadas e balanceadas. 3. Motor: deve estar bem regulado, pois evita o consumo excessivo de combustível e óleo. Os níveis de óleo e temperatura (água) podem ser acompanhados pelo painel do veículo e conferidos periodicamente. 4. Retrovisores internos e externos: devem estar limpos, firmes e bem regulados. 5. Bateria: carga da bateria e cabos devem ser conferidos periodicamente. 6. Cintos de segurança: verificar se todos os cintos de segurança do veículo estão funcionando adequadamente, possibilitando a regulagem e o engate. Um veículo em mau estado de conservação pode sofrer penalidade prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, e caracterizar-se como infração de natureza grave e perda de 5 pontos na CNH. Lembre-se: realizar revisões no veículo conforme a indicação do fabricante é a melhor maneira de garantir a sua conservação colaborando com a segurança no trânsito e cumprindo a legislação. 162 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm Figura 5 - Mantenha o seu veículo em perfeito estado para locomoção. Motorista Todo condutor deverá dirigir seu veículo estando bem disposto, equilibrado e sóbrio, o que significa que a responsabilidade vai além de portar a CNH. Cabe ao motorista assumir a condição de direção e a responsabilidade pela sua segurança e dos demais. Lembre-se de que a causa de muitos acidentes depende de como o motorista conduz o veículo. Chegamos ao final desta Unidade de Estudos. Aqui, você relembrou a importância da direção defensiva e de como o condutor pode identificar as condições adversas e evitar acidentes. Analisando e refletindo sobre as informações até aqui repassadas, você estará ainda mais preparado para identificar situações de risco e contribuir para um trânsito melhor. Até a próxima! 163 Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 desetembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. BRASIL. Ministério das Cidades. Direção defensiva: trânsito seguro é um direito de todos. Brasília, DF, 2005. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução n. 558, de 15 de abril de 1980. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 abr. 1980. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. TRÂNSITOBR. Acidentes: causas. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2016. 90% DOS ACIDENTES são causados por falhas humanas, alerta observatório. ONSV – Observatório Nacional de Segurança Viária, 15 jul. 2017. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. 164 https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao5582015.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao5582015.pdf Núcleo Temático 2 – Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro - CTB Unidade de Estudos 2 – Situações de risco Objetivo: Reconhecer as situações de risco do trânsito nas cidades e rodovias, como cruzamentos, curvas, ultrapassagens, frenagens, buracos, ondulações, entre outros, a fim de prevenir acidentes. Tópicos desta Unidade • Situações de risco • Situações de risco em ultrapassagens • Situações de risco em derrapagens • Situações de risco em pista irregular • Situações de risco em cruzamentos entre vias • Situações de risco em frenagem normal e de emergência • A diferença entre parar e estacionar Olá! Como você deve saber, a maioria dos acidentes de trânsito é causada pelo excesso de velocidade, mas outras ações também colocam a vida de muitas pessoas em risco e são frequentemente praticadas por motoristas que não respeitam as normas de trânsito e acabam provocando acidentes. Vamos estudar aqui sobre as situações de risco a que somos submetidos no trânsito, e como podemos preveni-las e evitá-las. Situações de risco É uma situação na qual há uma possibilidade (ou chance) de algo não sair conforme o esperado ou de algo perigoso acontecer. São diversos os perigos e os obstáculos encontrados no percurso, no dia a dia no trânsito. 165 De modo geral, o risco é a probabilidade de que o perigo ocorra. Mas quando se aumenta a percepção sobre as situações de risco que se pode correr, aprende-se a evitar o perigo. No trânsito, acontecimentos inesperados podem resultar em situações de risco. Ações imprudentes mais comuns que levam a situações de risco: desrespeito à sinalização, excesso de velocidade, desatenção com o fluxo viário (erro de distância), ultrapassagens perigosas e ultrapassagem de mais de um veículo por vez (o que faz aumentar o tempo de permanência na via de sentido contrário), entre outros. Veja, a seguir, algumas situações que colocam condutor, passageiros e pedestres em risco. Situações de risco em ultrapassagens As situações de risco em ultrapassagens são ocasionadas pelo descumprimento das regras que objetivam a segurança de todos. Ao dominar essas regras, o motorista defensivo amplia sua percepção sobre essas situações. O CTB nos apresenta algumas regras de ultrapassagem segura. O Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro – CTB (BRASIL, 1997) traz a definição de duas situações diferentes: Passagem por outro veículo É o movimento de passagem à frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da via. Ultrapassagem É o movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de origem. Atenção e cuidado são elementos fundamentais para uma boa condução. Fique atento! 166 Sobre a passagem de veículos, é importante ressaltar que o CTB (1997) determina que a circulação dos veículos obedeça a uma série de regras. Confira: A Lei Federal n. 14.071/2020 alterou as regras e destacou como obrigatório que todo motorista deixe livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário, toda vez que veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de fiscalização e operação de trânsito, e ambulâncias estiverem com alarme sonoro e iluminação intermitente acionados (BRASIL, 2020). O condutor deverá manter a velocidade constante para permitir a ultrapassagem assim que perceber que outro veículo irá realizá-la. Lembre-se: uma ultrapassagem só deve ser feita quando a sinalização o permitir. Acompanhe situações consideradas corretas para a realização de uma ultrapassagem. Observe o vídeo. A ultrapassagem é permitida: • Quando indicada pela sinalização e em locais apropriados; • Quando há plenas condições de segurança; • Quando o condutor tiver total visibilidade da via; • Somente pela esquerda. Lembre-se: ultrapassagens não devem ocorrer em curvas, túneis, viadutos, aclives, lombadas, cruzamentos, pontes ou pontos inseguros. Ultrapassagens sem segurança podem causar colisões com veículos que estão em sentido contrário e ocasionar acidentes graves que podem resultar em mortes. 167 Você se lembra dos cuidados básicos necessários para ultrapassar um veículo? Vamos recordar. • Manter distância do veículo que segue à sua frente para não perder o ângulo de visão; • Sinalizar com antecedência, pois o motorista que segue à frente e o que segue atrás precisam saber de suas intenções; • Conferir o ângulo de visão pelo retrovisor e a situação do tráfego; • Verificar se há espaço suficiente à frente do veículo que será ultrapassado e se há condição de segurança para a manobra; • Ao retornar à faixa, realizar o mesmo procedimento: conferir o espelho retrovisor, sinalizar e retornar mantendo distância. Ao se deparar com a placa “Proibido ultrapassar”, seja responsável. Respeite-a e evite acidentes! Figura 1 – Placa de sinalização: Proibido ultrapassar Fonte: BRASIL, 1997. 168 Situações de risco em derrapagens A derrapagem, ou arrastamento de pneus, é causada pela falta de aderência da borracha com o piso. Essa situação caracteriza-se como de alto risco, pois o condutor perde o domínio do veículo. O condutor deve conferir a qualidade dos pneus e mantê-los sempre calibrados conforme as recomendações do fabricante. Se notar qualquer deformação, como furos ou desgaste irregular, deve procurar assistência técnica ou trocar os pneus. O desgaste irregular nos pneus, a calibragem incorreta, o piso molhado ou escorregadio por causa de areia, pedras, fuligem ou até grãos podem causar derrapagens. Você sabe o que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê para derrapagens realizadas de propósito? Observe: Art. 175. Utilizar-se de veículo para, em via pública, demonstrar ou exibir manobra perigosa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus [é]: • Infração: gravíssima; • Penalidade: multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo; • Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo. Brasil, 1997. Situaçõesde risco em pista irregular Você sabia que a qualidade da pista pode comprometer o percurso do condutor, a qualidade do percurso e a segurança dos usuários? 169 Veículos com carga acima do peso permitido danificam as pistas (ruas ou rodovias) causando deformações e ondulações no pavimento; esses buracos e desníveis podem tirar o motorista da sua trajetória. Outros fatores que podem causar acidentes graves são obras, cortes na pista e alterações de nível, portanto o condutor deve verificar o mapeamento das obras, reduzir a velocidade e observar a sinalização. Situações de risco em cruzamentos entre vias As placas de regulamentação e/ou semáforos determinam a preferência no momento da passagem. Portanto, ao se aproximar de um cruzamento, o motorista deve diminuir a velocidade do veículo e observar a sinalização. Em um cruzamento com sinalização falha ou nula, a preferência é sempre do veículo que se aproxima pela direita; essa regra está no Código de Trânsito Brasileiro (Brasil,1997). Vamos fixar essas regras? • São as placas de regulamentação e/ou os semáforos que determinam a preferência da passagem no cruzamento entre vias; • Ao se aproximar de um cruzamento, o motorista deve diminuir a velocidade e observar a sinalização; • Em um cruzamento com sinalização falha ou nula, a preferência de passagem é sempre do veículo que se aproxima pela direita; • Em uma rotatória, a preferência de passagem será sempre do veículo que já estiver circulando por ela; • Antes de passar, o motorista deve observar se é possível atravessar a via para seguir em frente; • Em todas as situações, o motorista deve respeitar a sinalização. 170 Situações de risco em frenagem normal e de emergência Frenagem é o acionamento do sistema de freios para diminuir a velocidade de um veículo ou pará-lo. Ao realizar a frenagem, o veículo ainda percorre certa distância. Por isso, o motorista precisa estar atento e manter distância do veículo que está à frente. Em uma emergência, para o sistema de freios convencional, quando o condutor aciona os freios fortemente, o Portanto, deve-se tomar cuidado ao frear, evitando as derrapagens. Figura 4 – Frenagem de emergência A distância de frenagem aumenta de acordo com a velocidade do veículo, conforme pode ser visto na Figura 3. Dessa forma, quanto maior a velocidade do veículo, maior será a distância percorrida por ele até que pare efetivamente. Tanto para diminuir a velocidade quanto parar um veículo, leva-se em conta o tempo de reação do condutor, ou seja, a tomada de decisão para acionar o 171 freio, a desaceleração do veículo e as condições, por exemplo, pista molhada ou escorregadia. Figura 3 - Distância aproximada de frenagem Fonte: O Desenho de Cidades Seguras (2015) Perceba que respeitando sempre os limites de velocidade, o motorista terá possibilidade de realizar manobras mais seguras. Você Sabia? O sistema de freios do veículo precisa ter manutenção constante para poder funcionar e proporcionar segurança ao motorista e aos passageiros. O sistema de freios tem muitos componentes, tais como: lona de freio, pastilhas de freio, óleo de freio, pedais, etc., que podem variar de carro para carro. Além da manutenção dos componentes do sistema de freios, é necessário verificar a condição dos pneus, pois eles interferem diretamente na frenagem. 172 Quando for possível, o condutor deve procurar conhecer o tipo e a qualidade da via que irá percorrer. Quando não se conhece bem a via, deve-se ficar ainda mais atento à velocidade e à distância mantida dos demais veículos. Importante: segundo a legislação vigente, é obrigatório aos veículos, saídos de fábrica a partir de 2014, um sistema de freios chamado ABS (sigla para Anti- lock Braking System), que evita que as rodas sejam bloqueadas durante a frenagem (quando o pedal de freio é acionado fortemente) e ocorra o descontrole do veículo. A diferença entre parar e estacionar Você sabe qual é a diferença entre parada e estacionamento? Muitos motoristas têm dúvidas com relação ao procedimento e, por conta disso, acabam cometendo infração de trânsito. O CTB determina que a parada é a imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros; ou seja, em local apropriado e devidamente sinalizado com a placa de regulamentação que permita a parada do veículo apenas para esses fins. Após efetuar embarque ou desembarque, o condutor deve retirar o veículo do local, respeitando, assim, a fluidez do trânsito. Parar em local proibido para atender ao telefone ou efetuar carga e descarga é considerado estacionamento (ou seja, uma infração de trânsito média) e gera 4 pontos na CNH e medida administrativa de remoção do veículo. Mas quando e onde você deve parar? 173 • Antes de uma via preferencial; • Antes de passar uma via férrea; • Para a passagem de ambulâncias, veículos batedores (aqueles que realizam escolta), caminhões do Corpo de Bombeiros e veículos da polícia; • Quando o sinal do semáforo estiver vermelho; • Em cruzamentos com faixa de retenção (a faixa que fica a 1 metro de distância da faixa de pedestres); • Em travessias de via pública para pessoas com necessidades físicas especiais, idosos, crianças e demais pedestres; • Quando houver placa de parada obrigatória; • Conforme a ordem do agente de trânsito. E onde você não deve parar? • Em túneis; • Pontes; • Viadutos; • Na contramão; • A menos de 5 metros de esquinas; • Em calçadas; • Longe da borda da pista; • Sobre a pista de rolamento (via); • Sobre os canteiros divisores da pista. 174 Estacionamento regulamentado (permitido). Proibido estacionar. Proibido parar e estacionar. E o que é estacionar? Estacionar é parar um veículo num determinado lugar e mantê-lo imobilizado por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros. Condutor, você sabe onde é proibido estacionar? Em lugares onde houver sinalização proibindo estacionar, tais como: • pontos de ônibus; • próximo a hidrantes; • em túneis; • viadutos; • pontes; • acostamentos; • portas e portões particulares ou de repartições públicas; • em calçadas; 175 • longe da borda da pista; • sobre a pista de rolamento (via); • sobre os canteiros divisores da pista; • na contramão; • em entradas ou saídas de veículos com guias de calçada rebaixadas (meio-fio). Nesta Unidade de Estudos, você relembrou como deve agir em situações de risco no trânsito, certo? Então, a partir de agora, siga todas essas orientações para garantir a sua segurança e a dos demais usuários do trânsito. Até a próxima! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 4 jan. 2020. BRASIL. Ministério das Cidades. Denatran. Direção defensiva: trânsito seguro é um direito de todos. Brasília: Ministério das Cidades, 2005. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. 176 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://vias-seguras.com/comportamentos/direcao_defensiva_manual_denatran http://vias-seguras.com/comportamentos/direcao_defensiva_manual_denatran CZERWONKA, M. Ultrapassagem: o grande risco nas estradas.Portal do Trânsito, 9 set. 2012. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. 177 http://portaldotransito.com.br/noticias/reportagens-especiais/ultrapassagem-o-grande-risco-nas-estradas http://portaldotransito.com.br/noticias/reportagens-especiais/ultrapassagem-o-grande-risco-nas-estradas Núcleo temático 2 – Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro - CTB Unidade de Estudos 3 – Condução, equipamentos de segurança e manutenção de veículos Objetivo: Reconhecer os cuidados necessários para a condução de veículos com passageiros e/ou cargas. Tópicos desta Unidade • Procedimentos adequados do condutor antes da movimentação de veículos • Atitudes do motorista • Atitudes do motorista com passageiros • Atitudes do motorista com o transporte de cargas • Condução de veículos • Equipamentos de segurança do condutor e passageiros • Equipamentos de segurança para pilotagem de motocicletas • Manutenção de veículos Olá! Seja bem-vindo a mais uma Unidade de Estudos do Curso de Reciclagem para Condutores Infratores. Você tem levado o seu carro regularmente para a revisão? A manutenção prévia do veículo contribui para a segurança do condutor, dos passageiros e dos demais usuários da via. Nesta Unidade, você poderá relembrar os cuidados necessários para a condução de veículos com passageiros e cargas, além dos equipamentos de segurança obrigatórios. Vamos iniciar? Bons estudos! Procedimentos adequados do condutor antes da movimentação de veículos Ao pensar em segurança no trânsito, o principal agente é o condutor do veículo. Para que se possa dirigir tranquilamente, é preciso estar concentrado e seguir os procedimentos da direção defensiva. O 178 planejamento prévio do percurso pode evitar transtornos. Antes de partir, recomenda-se verificar as condições do tempo e do trânsito por onde pretende seguir. E se for utilizar o GPS (Global Positioning System), traçar a rota antes de colocar o veículo em movimento. Vamos relembrar a forma adequada de se posicionar no veículo? Sente corretamente no veículo O primeiro passo é sentar-se corretamente no banco com os pés alcançando os pedais, mas deixando os joelhos semiflexionados, as costas retas e os punhos alcançando o volante, de maneira que os braços também fiquem semiflexionados. Você deve estar confortável, não ficar muito perto nem longe do volante, pois é preciso ter espaço suficiente para manobrar. Posição adequada dos pés Regule os espelhos retrovisores internos e externos Antes de sair, o condutor deve ajustar o retrovisor interno do carro de forma que visualize a maior parte do vidro traseiro. O segundo passo é alinhar os retrovisores externos para que eles mostrem mais da via e menos do seu próprio carro, por isso deve abrir o espelho até que seu veículo saia do seu campo de visão. 179 Regulagem dos espelhos retrovisores Ajuste o cinto de segurança Após sentar e ajustar os espelhos, chegou a hora de colocar o cinto de segurança, que é item obrigatório! Você deve travá-lo e certificar-se de que seus passageiros também estejam usando esse dispositivo. Cinto de segurança é item obrigatório de segurança Verifique se o câmbio está em ponto neutro Depois, você já pode acionar a chave de partida. Então, com o carro ligado, você deve observar o painel e certificar-se de que não há luzes vermelhas acionadas, além da luz do freio de estacionamento. 180 Câmbio em ponto neutro Com o posicionamento correto, o condutor estará pronto para dirigir! Atitudes do motorista A atitude correta do motorista é o primeiro passo para a segurança de todos. O motorista consciente respeita as regras e as normas de trânsito, é responsável e sabe se comportar com segurança quando está dirigindo. Atitudes simples do condutor podem contribuir para a prevenção de acidentes beneficiando o tráfego e a sociedade. Observe algumas dessas atitudes: Respeitar o limite de velocidade indicado nas placas de sinalização. Respeitar os sinais de trânsito. Nunca falar ao celular enquanto estiver dirigindo. Acender o farol de luz baixa ao dirigir à noite, pois a escuridão dificulta a visibilidade e mesmo durante o dia, nas rodovias e em túneis e sob chuva, neblina ou cerração. 181 De acordo com a Lei 14.071/20, Art. 40, parágrafo 1°, os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem em faixas ou pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e ciclomotores deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia (BRASIL, 2020). Quando estiver sob chuva forte, garoa, neblina ou cerração, acender o farol de luz baixa, diminuir a velocidade e redobrar a atenção. Em manobras, avaliar os tipos de parada e a distância entre os veículos (usar as setas indicadoras ou o braço para sinalizar. Depois, manter as duas mãos no volante e realizar a manobra). Lembre-se: a manobra deve ser realizada com segurança, mas com a rapidez possível para não atrapalhar o trânsito. Ponto cego Ao realizar conversão em uma esquina, o condutor deve mover a cabeça para olhar o que acontece à sua volta. Apenas desviar o olhar, na maioria das vezes não é suficiente, pois a coluna do para-brisa pode ocultar um veículo ou um pedestre que esteja próximo. Esse ponto em que os objetos e as pessoas não podem ser facilmente vistos pelo condutor é chamado de ponto cego. É importante estar atento a ele para diminuir os riscos de acidente, especialmente em manobras realizadas em esquinas e cruzamentos. Todos os veículos apresentam pontos cegos, sendo o mais comum a coluna do para-brisa. As cargas também podem bloquear a visão do condutor. Esses pontos atrapalham a visão do motorista dificultando a visualização de pedestres, motocicletas, bicicletas e outros veículos. Por isso, é importante conhecê-los e reconhecê-los no momento de manobrar. 182 Saiba como identificar o ponto cego e a importância de ajustar os retrovisores nesta reportagem1. Atitudes do motorista com passageiros Durante o transporte dos passageiros, a responsabilidade é, primeiramente, do condutor. Antes de iniciar o percurso, o motorista deve conferir se todos os passageiros estão usando cinto de segurança. Desordem dentro do veículo, passageiros, alterados, irritados, embriagados e assuntos que distraiam o condutor podem comprometer a sua atenção e interferir na dirigibilidade. É também dever do condutor atentar para o número de passageiros, para não ultrapassar o limite da capacidade do veículo. Agora, vamos falar de um assunto de extrema importância: o transporte de crianças! Acompanhe! Crianças menores de 10 anos devem ser transportadas no banco traseiro dos veículos nos dispositivos de retenção projetados especificamente para cada faixa etária, levando-se em conta o peso e altura da criança. Esses dispositivos são o bebê-conforto, a cadeirinha e o assento de elevação. Eles foram criados para proteger as crianças no caso de ser necessário reduzir repentinamente a velocidade do veículo ou, inevitavelmente, no caso de uma colisão. 1 https://www.youtube.com/watch?v=0m7loEQ_o6o&app=desktop 183 https://www.youtube.com/watch?v=0m7loEQ_o6o&app=desktop https://www.youtube.com/watch?v=0m7loEQ_o6o&app=desktop Até 1 ano De 1 a 4 anos Dos 4 aos 7 anos e meio Dos 7 anos e meio aos 10 anos A partir dos 10 anos Bebê conforto, instalado de costas para o banco dianteiro. Cadeirinha, voltada para a frente do veículo. Assento de elevação voltado para a frente do veículo e cinto de segurança de três pontos. Banco traseiro com cinto de segurança de três pontos. Banco traseiro ou dianteiro com cinto de segurança de três pontos. É muito importante considerar, além da idade, o peso e a altura da criança, pois cada uma tem um ritmo de crescimento diferente. Sobreo limite de altura e idade, a Lei n. 14.071/20 regulamenta, em seu art. 64, que as crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispositivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura, conforme quadro acima. Caso a quantidade de crianças menores de 10 anos exceda a capacidade do banco traseiro, aquela que tiver maior estatura poderá ser transportada no banco dianteiro, com o devido dispositivo de segurança. Em veículos que disponham somente de banco dianteiro, o transporte de crianças menores de 10 anos poderá ser realizado, com o uso do dispositivo de segurança correspondente. 184 Atitudes do motorista com o transporte de cargas De modo geral, o transporte de cargas obriga o condutor a dirigir com mais segurança e atenção. Uma carga, independentemente do tamanho, pode provocar acidentes se estiver mal distribuída, mal embalada e sem a imobilização correta. Ao transportar cargas, o condutor deve atentar para as seguintes orientações: • Respeitar o limite de peso, pois volume e peso devem ser compatíveis com a capacidade do veículo e da via; • Nunca transportar passageiros no compartimento de carga; • Conferir se a carga está imobilizada corretamente para seguir viagem; • Aproveitar as paradas para conferir as condições da carga. Figura 1 – Cuidados especiais para o transporte de cargas 185 Com o ritmo agitado da vida moderna, dirigir se tornou uma necessidade. Mas é importante saber que essa ação precisa ser segura. Vamos relembrar com você, caro condutor, alguns dos procedimentos necessários para uma boa condução do veículo. Fique atento e coloque em prática sempre! Parar Quando estiver em uma via urbana, o veículo deve ser parado próximo à borda da pista; nesse caso, é preciso observar a permissão para parar. Como vimos anteriormente, considera-se parada o tempo necessário para embarque e desembarque de passageiros e qualquer tempo além desse caracteriza o veículo como estacionado. Estacionar O motorista só pode estacionar seu veículo em locais permitidos. Estacionar onde só é permitido parar pode ocasionar multa, além de gerar 4 pontos na CNH. Preferência Ao se aproximar de um cruzamento não sinalizado, a preferência será do veículo que vier pela direita. Conversão A Lei n. 14.071/20 permite que o movimento de conversão à direita, quando o condutor estiver diante de sinal vermelho do semáforo, será livre, desde que haja sinalização indicativa (BRASIL, 2020). Entrada em rodovias O condutor deve esperar a oportunidade segura para entrar na via, sinalizar, utilizar a faixa de aceleração e acelerar de acordo com o fluxo da rodovia. Saída de rodovias O condutor deve sinalizar, desacelerar e utilizar a faixa de desaceleração. Mas o que são faixas de aceleração e desaceleração? As faixas de aceleração e desaceleração são faixas de trânsito projetadas exclusivamente para que a entrada (convergência) e a saída (divergência) de veículos em uma via principal (rodovias, por exemplo) possam ser feitas de modo seguro e satisfatório para as operações de tráfego. A faixa de aceleração possibilita que o tráfego que está entrando em uma via principal aumente a velocidade até um valor que se aproxima daquele que irá encontrar nessa via (velocidade diretriz). Por outro lado, a faixa de 186 Condução de veículos desaceleração possibilita ao tráfego que está saindo, reduzir sua velocidade de acordo com as restrições do alinhamento do ramo (velocidade da curva de saída), sem prejudicar o tráfego de passagem da via principal. Figura 2 − Faixas de aceleração e desaceleração Curvas Numa curva, entra em ação a força centrífuga que impulsiona o veículo para fora do trajeto. Para realizar uma curva de maneira segura e evitar acidentes são necessários alguns cuidados: • Calcular a velocidade necessária para fazer a curva. Quanto mais fechada a curva, mais deve-se reduzir a velocidade; 187 • Frear ou diminuir a velocidade sempre antes de entrar na curva (entrar com excesso de velocidade é perigoso, e, ao frear bruscamente, o carro pode derrapar); • Pisar de leve no acelerador ao fazer a curva. A aceleração aumenta a aderência. Normalmente, é necessário reduzir a marcha nesse ponto. Marcha à ré Considera-se uma manobra perigosa, pois a visibilidade pode ficar comprometida pela própria estrutura do veículo. É imprescindível ter muito cuidado ao sair da área de estacionamento em lugares com grande movimentação de pedestres e veículos. Pessoas de baixa estatura, crianças, muretas e outros obstáculos abaixo da altura do porta-malas do automóvel dificultam a manobra e podem comprometer a dirigibilidade do condutor. O condutor deve observar atrás do veículo antes de manobrar, solicitar ajuda em caso de baixa visibilidade, e lembrar-se de que, dependendo da forma de execução da manobra, poderá cometer uma infração de trânsito. Para realizar uma marcha à ré segura, é necessário respeitar as seguintes recomendações: • É proibido transitar longos percursos em marcha à ré; • Não se deve retornar em marcha à ré em esquinas, curvas e outros locais que não ofereçam visibilidade segura. Aclives e declives (ladeiras) Nos aclives, o condutor deve acelerar o veículo ao começar a subir e ir reduzindo as marchas conforme a necessidade. 188 Nesses locais, a visibilidade é reduzida, portanto a ultrapassagem não deve ser realizada. Em declives, para auxiliar e intensificar a frenagem, é preciso manter a marcha do veículo engrenada. Equipamentos de segurança do condutor Os equipamentos de segurança servem para proteger o condutor e seus passageiros, pois eles aumentam as chances de sobrevida em caso de acidente, desde que usados de forma correta. O encosto do banco dianteiro deve ficar na posição 125º, para que o encosto de cabeça do banco possa inibir o efeito chicote em caso de acidente. Figura 3 – Encosto do banco em ângulo de até 125º O encosto de cabeça deve estar regulado no mínimo na altura dos olhos, pois, em caso de acidente, ele protegerá contra lesões na coluna cervical e no pescoço. 189 As crianças devem estar sentadas e retidas em seus dispositivos próprios para a idade, ou usando diretamente o cinto de segurança no banco traseiro do veículo. Os ocupantes do veículo, inclusive os passageiros do banco traseiro, devem utilizar o cinto de segurança de forma individual. A falta desse equipamento, além de perigoso, é uma infração de trânsito grave. O objetivo do cinto de segurança é reter os passageiros e o motorista dentro do veículo em caso de parada súbita, tombamento ou capotamento, diminuindo as lesões e aumentando as chances de sobrevivência. Os cintos de segurança são classificados em três tipos: Subabdominal Foi o primeiro tipo de cinto adotado em veículos, e ainda é utilizado. Esse cinto segura apenas pelo abdome e impede que o passageiro seja lançado para fora do veículo, porém não protege o tórax nem a cabeça. Diagonal Esse cinto transpassa o corpo do indivíduo do ombro até o quadril. Ele diminui o impacto, impedindo o choque do tórax e da cabeça. Mas, em caso de acidente, o corpo pode passar por baixo do cinto. Três pontos É o cinto que oferece maior segurança, pois a faixa diagonal transpassa do ombro até o quadril e a faixa subabdominal protege o abdome. Ele impede que o corpo seja arremessado para fora do veículo, além de proteger o tórax e a cabeça. A faixa transversal deve vir sobre o ombro, atravessando o peito, sem tocar o pescoço. Além dos equipamentos apresentados acima, existem também outros dispositivos de segurança, indicados no art. 105 do CTB (BRASIL, 1997) que são os equipamentos suplementares de retenção (air bag frontal/lateral para o condutor e para o passageiro do banco dianteiro) Outro equipamento de segurançado veículo que se torna obrigatório a partir da Lei n. 14.071/20 são as luzes de rodagem diurna (BRASIL, 2020). 190 Equipamentos de segurança para pilotagem de motocicleta Para pilotar uma motocicleta, é de fundamental importância o uso dos equipamentos de segurança descritos a seguir, além de alguns cuidados importantes. Acompanhe: • Capacete: de uso obrigatório, deve ser usado corretamente. É o equipamento de maior importância para o motociclista, pois pode evitar a morte em caso de acidente grave; • Viseira ou óculos: é muito importante o uso de óculos ou viseira para proteger os olhos, pois um simples cisco pode fazer com que o condutor perca o controle da motocicleta e ocasione um acidente. A Lei n. 14.071/20 prevê infração média para o ato de trafegar sem viseira ou com a viseira levantada; • Vestimenta: a utilização de vestimenta correta e de material resistente pode ajudar a diminuir o risco de lesões em caso de acidente. Utilizar roupas próprias para motociclistas, além de luvas, que protegem as mãos e evitam que escorreguem das manoplas (aquela parte que fica no guidão da moto e onde o condutor segura para pilotar). Segundo o art. 244 da Lei n. 14.071/20, é infração gravíssima o ato de conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem usar capacete de segurança ou vestuário de acordo com as normas e as especificações aprovadas pelo Contran (BRASIL, 2020); • Botas: é o calçado mais indicado para quem pilota uma motocicleta; ela garante maior firmeza na hora de pilotar e protege os pés e os tornozelos; • Postura: conhecer a postura correta para pilotar uma motocicleta é importante, principalmente para realizar manobras, desvios e oferecer um pouco mais de conforto para o piloto. O motociclista deve lembrar-se sempre das regras que se aplicam a esse condutor. 191 Crianças: o motociclista não pode transportar criança menor de 10 (dez) anos de idade ou que não tenha condições de cuidar da própria segurança, sendo tal ato uma infração gravíssima, levando a penalidades, como multa e suspensão do direito de dirigir e até mesmo à retenção do veículo até regularização e recolhimento do documento de habilitação; Uso do farol: motocicletas, motonetas e ciclomotores deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite, em qualquer circunstância. Obedecer às regras e à sinalização é fazer do trânsito um lugar melhor tanto para você quanto para os outros condutores e pedestres. Manutenção do veículo Manutenção é o controle e o cuidado frequente com o veículo. A manutenção adequada contribui para o bom desempenho do veículo, aumenta a vida útil dos componentes e contribui para evitar a ocorrência de acidentes. Leia as orientações a seguir sobre esses cuidados. • Conferir e calibrar os pneus, inclusive o estepe; • Verificar o nível do óleo do motor e de acordo com a necessidade, trocá- lo ou completá-lo; • Completar o nível da água do reservatório de expansão ou do radiador; • Verificar o funcionamento dos limpadores de para-brisa e, se necessário, trocar as palhetas; • Realizar o alinhamento da direção e o balanceamento das rodas; • Verificar o funcionamento da buzina; • Conferir faróis, lanternas e pisca-alerta; • Verificar o estado das pastilhas e o nível do fluido de freio. Pastilhas novas demoram a frear o carro, por isso, o condutor deve dirigir com cuidado redobrado após trocá-las; Pastilhas novas demoram a frear o carro, por isso o condutor deve dirigir com cuidado redobrado após trocá-las. 192 Luzes obrigatórias do veículo Além de desempenhar sua função principal, que é iluminar quando necessário, as luzes são um importante meio de comunicação entre os condutores no trânsito. Conduzir o veículo com defeito no sistema de iluminação é uma infração média. A partir da Lei n. 14.071/20, passou a ser obrigatório o uso de luz baixa durante o dia em rodovias somente de pistas simples. O não cumprimento dessa regra acarreta em infração média. Lâmpada-piloto: localizadas no painel, indicam que determinados dispositivos no veículo estão funcionando de maneira normal, defeituosa ou com falhas. Faróis: são de cor branca ou amarela. Sua utilização é necessária do entardecer até o amanhecer ou em ocasiões de baixa iluminação. Fique atento ao perceber luzes vermelhas acesas no painel, pois essa cor indica a necessidade de parada imediata do veículo até que se resolva o problema. Selecione as figuras a seguir e confira as luzes obrigatórias e suas respectivas utilizações. Faróis de luz alta – devem ser usadas à noite, em vias sem iluminação. Iluminam uma grande distância à frente do veículo. Faróis de luz baixa – facho de luz destinado a iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodos injustificáveis aos outros condutores e usuários da via que venham em sentido contrário. Faróis de luz de neblina – luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó. 193 Luz de posição (lanterna) – deve ser utilizada com chuva forte, neblina ou cerração. Indica a presença e a largura do veículo. Lanterna indicadora de direção (setas ou pisca-pisca) – alerta a intenção de mudar a direção do veículo. Deixar de indicar as manobras com antecedência é infração grave. Pisca-alerta – só deverá ser utilizado quando o veículo estiver imobilizado ou em situação de emergência. Utilizá-lo em outra situação constitui infração média (art. 251-l). Freio de estacionamento – trava as rodas traseiras; é acionado geralmente por uma alavanca manual. Sua finalidade principal é manter o veículo parado, quer com o motor ligado ou não. Lâmpada piloto de funcionamento defeituoso do sistema de freio – sinaliza a falta de fluido de freio. Fique atento, pois todos os veículos que circulam em rodovias por todo o país, incluindo as que cortam os centros urbanos, devem acionar a luz baixa do farol durante o dia. Vale lembrar que o farol baixo faz parte dos equipamentos obrigatórios nos veículos e, nesse caso, o acionamento de faroletes, faróis de milha ou auxiliares não poderão substituir esse dispositivo. Não utilizar o farol baixo em rodovias durante o dia gera infração de trânsito de peso médio, 4 pontos no prontuário do condutor e multa. Leia a lei na íntegra2. De acordo com normas do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, veículos que forem fabricados a partir de 2021 deverão contar com as luzes de rodagem diurna ou DRL (Daytime Running Lamp) que já ocorrem em alguns 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13290.htm 194 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13290.htm modelos. Diferentemente dos faróis de acionamento mecânico, as DRL são ligadas automaticamente com o carro. Nesta unidade de estudos, você reviu a importância de seguir os procedimentos adequados para a condução de veículos com passageiros e com carga, a conferência dos equipamentos de segurança e a revisão mecânica. Agora é com você! Siga todas as orientações apresentadas e dirija com segurança. Até a próxima unidade! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em:. Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 4 jan. 2020. DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito. Contran altera norma para o transportede crianças em veículos antigos. JusBrasil, 2010. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Direção defensiva: trânsito seguro é um direito de todos. Brasília: Denatran, 2005. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2021. 195 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://vias-seguras.com/comportamentos/direcao_defensiva_manual_denatran http://vias-seguras.com/comportamentos/direcao_defensiva_manual_denatran Núcleo temático 2 – Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro - CTB Unidade de Estudos 4 – Como evitar acidentes e quais cuidados devem ser tomados na direção Objetivo: Compreender elementos que podem evitar acidentes de trânsito e os cuidados que devem ser tomados durante a direção. Tópicos desta Unidade • Medidas integradas para a prevenção de acidentes no trânsito • Cuidados na direção • Acidentes de trânsito Olá! Você sabe que atualmente as pessoas estão quase sempre com pressa, seja para chegar ao trabalho, em casa ou a outros lugares. Nesses momentos, em que as pessoas querem chegar ao seu destino ou desviar de um congestionamento, é que geralmente ocorre a maioria dos acidentes de trânsito. Nesta Unidade de Estudos, vamos refletir sobre quais cuidados devem ser tomados quando você está na direção de um veículo e como evitar acidentes. Bons estudos! Medidas integradas para a prevenção de acidentes no trânsito O trânsito requer a união de esforços de diferentes áreas do conhecimento humano para dar conta de toda a sua complexidade. Por isso, para o seu planejamento e prevenção de acidentes, são previstas medidas integradas que envolvem a educação, a engenharia de tráfego, o policiamento, entre outras frentes de atuação. Educação para o trânsito A educação para o trânsito é amparada pelo capítulo VI da Lei n. 9.503/97, quando foi sancionado o atual Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1997). 196 A educação para o trânsito tem como principal função orientar todos os usuários das vias sobre seus direitos e deveres no trânsito. Crianças, jovens e adultos devem estar conscientes da responsabilidade de promover um trânsito mais seguro, que é dever de todos. No caso das crianças, estas precisam saber dos riscos, dos perigos, das causas e das consequências dos acidentes de trânsito (por exemplo: quando uma criança estiver aprendendo a atravessar uma rua, deve ser orientada de que é necessário olhar para os dois lados de uma via e conferir se existe algum veículo se aproximando). A Lei n. 14.071/2020 prevê, inclusive, que os Estados e o Distrito Federal deverão levar a educação de trânsito às escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito. Essas escolas, entre outras ações, capacitam monitores que realizam formações educativas. Muitas campanhas ganharam destaque com temas como "O respeito à faixa de pedestres", "O uso do cinto de segurança" e "A não ingestão de bebidas alcoólicas antes de dirigir". Mas a educação para um trânsito mais seguro e pacífico deve acontecer também dentro de casa, com diálogo constante e bons exemplos. 197 Figura 1 – Educação é uma forma de promover a paz no trânsito Atenção, condutor: não basta conhecer as leis; é necessário respeitá-las! Engenharia de tráfego O objetivo da engenharia de tráfego vai além da sinalização, pavimentação e calçadas. Engenheiros, administradores e outros técnicos especialistas nessa área planejam e desenvolvem projetos para melhorar os dispositivos de segurança do trânsito e das vias, a fim de facilitar o deslocamento. 198 Figura 2 – O engenheiro de tráfego ajuda no planejamento das vias Planejar o trânsito é pensar em infraestrutura que garanta a mobilidade de todos os seus usuários de maneira inteligente, sustentável e inclusiva, garantindo sua fluidez em condições seguras e adequadas. Policiamento Os agentes de trânsito e os policiais têm a função de orientar os usuários das vias, organizar e fiscalizar o trânsito para que haja o cumprimento das leis e a diminuição de acidentes e de abusos no trânsito. Esses profissionais devem policiar, fiscalizar, notificar e autuar1 os infratores. 1 É um ato administrativo realizado pela autoridade de trânsito ou pelos seus agentes. Uma vez que foi constatada a infração de trânsito, a autuação é executada, devendo ser formalizada por meio da lavratura do auto da infração. 199 Figura 3 – O Agente de Trânsito é responsável pela manutenção e pela segurança das vias Cuidados na direção Quando estiver dirigindo na cidade ou perímetro urbano, o condutor deve ter os seguintes cuidados: Observar e respeitar a sinalização e o espaço. Respeitar a velocidade do local. Vias urbanas exigem velocidades reduzidas, portanto, deve-se estar atento. Verificar a presença de ciclistas, pedestres e animais. Utilizar as luzes do veículo de forma adequada, não deixando de sinalizar suas manobras. Utilizar sempre o cinto de segurança. 200 Acionar a buzina em breves toques somente para alertar motoristas e pedestres. Não estacionar ou parar em locais proibidos para não prejudicar a circulação. Figura 4 – O uso do cinto de segurança pode salvar vidas Nas estradas, muitos acidentes ocorrem devido a imprudências e incertezas; para evitá-los, o condutor deve tomar os seguintes cuidados: • Não realizar ultrapassagens em curvas nem em faixa contínua; • Quando o veículo estiver em uma descida, atrás de um caminhão, o motorista deve ponderar a ultrapassagem. Nesse momento, o caminhão pode estar embalado, o que aumenta a dificuldade de ultrapassagem; • O motociclista deve tomar cuidado para não ser puxado pelo ar que se forma nas proximidades dos caminhões. Isso pode ocasionar acidentes fatais; • Nunca dirigir cansado. Em uma viagem longa, é interessante o condutor efetuar algumas paradas para descansar. Quando houver um acompanhante que também seja motorista e que esteja com a documentação em dia, verificar a possibilidade de revezar a direção; 201 • Não conduzir o veículo em alta velocidade, pois um animal ou pedestre pode cruzar a pista sem que haja tempo para frear, ocasionando um acidente; • Sempre olhar os retrovisores antes de realizar uma ultrapassagem; • Manter uma distância de segurança dos carros. Isso é importante para evitar colisões; • Antes de sair do acostamento, acionar a luz indicadora de direção, verificar o tráfego, acelerar no acostamento até uma velocidade compatível com a via, e entrar na faixa de tráfego. Vamos conhecer os cuidados que os condutores devem ter com os motociclistas? Acompanhe na sequência! O motorista deve ficar alerta em relação aos condutores de motocicleta, motoneta e ciclomotores, a fim de aumentar a distância de seguimento sempre que possível. Na ultrapassagem, deve ser observada a mesma distância que o motorista manteria se estivesse ultrapassando um carro. Em situações de chuva, o motorista não deve ultrapassar veículos de duas rodas próximos a poças de água. Com o peso dos pneus do carro, a água empoçada pode esguichar na direção daquele condutor e causar acidentes. Distância de segurança A distância de segurança (ou distância de seguimento) é o espaço que um veículo deve ter em relação ao outro. Esse cálculo varia conforme as adversidades que se colocam no itinerário, como trânsito, via, tempo, peso do veículo e condições do condutor. 202 Confira o que o CTB determina como norma referente à distância de segurança: Capítulo III - DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA Art. 29. O trânsito de veículosnas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas; II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; Brasil, 1997. É importante saber que a distância de segurança tem que ser suficiente para frenagem em caso de parada de emergência. Não há uma determinação exata para a distância a ser guardada, a não ser quando o condutor estiver passando ou ultrapassando um ciclista, pois, nesse caso, o art. 201 estabelece a distância de 1 m e 50 cm (BRASIL, 1997). Mesmo não havendo uma determinação legal sobre a distância exata a ser mantida do veículo frontal, existe uma recomendação da direção defensiva, conhecida como regra dos dois segundos. Para confirmar que está mantendo uma distância segura do veículo à sua frente, o condutor deve mentalizar um ponto fixo pelo qual este veículo passou e contar pelo menos dois segundos. Caso ele passe pelo ponto em tempo inferior aos dois segundos deverá reduzir sua velocidade para que fique a uma distância adequada e segura. Esse procedimento ajuda o condutor a manter-se longe o suficiente dos outros veículos em trânsito, possibilitando fazer manobras de emergência ou paradas bruscas necessárias sem o perigo de uma colisão. Essa recomendação é apenas de um referencial e não é válida para fins de sanção administrativa da infração do art. 192 (infração grave), que tem multa como penalidade (BRASIL, 1997). 203 Atenção: essa contagem só é válida para veículos pequenos (até 6 m), na velocidade de 80 e 90 km, em condições normais do veículo, com o tempo seco, sem que a via esteja molhada e não seja uma descida. Outro modo conhecido de marcar o distanciamento de segurança é, estando a 20 km/h, considerar o espaço de 1 veículo à frente; para 40km/h afastar-se tomando como base o tamanho de 2 veículos e assim sucessivamente. Relembre os tipos de distâncias Distância de reação É a distância de segurança percorrida por um veículo desde o momento em que seu condutor percebe algum tipo de perigo até o momento em que aciona o freio. Distância de frenagem É a distância a ser percorrida desde o ato de pressionar o pedal do freio até a parada total do veículo. Varia de acordo com a velocidade e a carga do veículo; quanto maiores forem a carga e a velocidade maior será a distância de frenagem. Distância de parada Corresponde à distância percorrida desde o momento em que o condutor vê o perigo até ele parar o veículo. Varia de acordo com a velocidade. Corresponde à soma da distância de reação mais a distância de frenagem. Acidentes de trânsito 204 Você já aprendeu a definição de acidente de trânsito. Agora, você vai aprender quando um acidente pode ser evitado. Vamos lá? Como vimos, acidente de trânsito é todo evento danoso que envolve o veículo, a via, o ser humano e/ou os animais. Os acidentes de trânsito são classificados em evitáveis e não evitáveis. Os acidentes evitáveis são aqueles que poderiam ter sido evitados por uma manobra ou por uma decisão correta do condutor. Grande parte dos acidentes pode ser evitada, pois é causada por falha humana, ou seja, o condutor deixa de fazer algo que poderia evitá-los. Portanto, para que não ocorram esses acidentes, o motorista deve manter-se atento, respeitar a sinalização do local, verificar a segurança e as condições dos seus passageiros e, principalmente, sua própria condição e manter o veículo revisado! Figura 5 – Preste atenção em suas condições. Se estiver com sono, não dirija. Os acidentes não evitáveis (ou inevitáveis) são aqueles causados por situações que independem do condutor, como por exemplo, problemas súbitos na pista ou relacionados às condições climáticas, entre outros. Neste 205 caso, por mais prudente que seja a ação do condutor o acidente não será evitado. Respeitar os limites de velocidade, a sinalização, utilizar os equipamentos obrigatórios de segurança e seguir a legislação são atitudes essenciais para a segurança no trânsito e evitar acidentes. Quanto mais conhecimentos você puder internalizar sobre as normas de trânsito e, como condutor, agir de modo coerente a elas, mais terá condições de evitar acidentes e representar um bom exemplo para outros motoristas. Como evitar acidentes de trânsito? Atualmente, dirigir pode ser estressante para algumas pessoas devido ao grande número de veículos que transitam pelas ruas, o que pode comprometer a segurança e o bem-estar de todos. Para ter uma melhor qualidade de condução no trânsito, além de se manter calmo, o condutor deve usar o método básico de prevenção de acidentes, que consiste em três ações ligadas entre si: Prever o perigo Programar seu itinerário antes de sair. Lembrar-se dos obstáculos do percurso e do comportamento irregular de outros motoristas e pedestres. Encontrar a solução Praticar a direção defensiva, antecipar os problemas e buscar soluções práticas e inteligentes. Ser cortês, evitar conflitos, ter paciência e ser prudente. Agir a tempo Não esperar que somente o outro tome a atitude de evitar o erro ou o acidente. Perceber o risco, e agir a tempo de evitá-lo. 206 O que se deve fazer diante de acidentes de trânsito? Sempre que se envolver em um acidente de trânsito em que houver vítima, ou presenciar um acidente com terceiros, o condutor deve: • Sinalizar o local do acidente (ligar o pisca-alerta e colocar o triângulo a uma distância segura de, no mínimo, 30 metros); no caso do acidente ser em uma curva ou após a mesma o triângulo deve ser colocado antes da curva; • Ligar para o número 193 para acionar socorro médico; • Preservar o local, não movimentar os veículos; • Não movimentar as pessoas feridas; • Aguardar a chegada do socorro médico e da Polícia de Trânsito. Quando no acidente não houver vítimas: • Retirar os veículos da via para que o trânsito não seja interrompido; • Anotar informações e dados dos condutores e veículos que estiverem envolvidos, local e horário do acidente; • Realizar o boletim de ocorrência (B.O.). Em acidentes sem vítimas não é necessário chamar a autoridade de trânsito. A Polícia Militar atende a acidentes sem vítimas, porém são priorizados os acidentes com feridos. Mesmo não sendo obrigatória a realização do B.O., em caso de acidentes sem vítimas, a orientação é que sempre o realize, pois se o acordo entre as partes não for cumprido conforme o que foi firmado amigavelmente, o B.O. será um documento fundamental para um processo judicial. Caso seja observado, nos condutores envolvidos, a suspeita de crimes de trânsito, como embriaguez, falta de habilitação, entre outros, a Polícia Militar 207 deve ser acionada (190), e os condutores devem permanecer no local até a chegada da viatura. Em casos de acidentes com queda de cabo de alta tensão sobre o veículo, é necessário tomar alguns cuidados antes de sair de seu interior, ou se aproximar dele, caso esteja prestando socorro. A Puget Sound Energy produziu um vídeo2 esclarecedor sobre como proceder nesses casos. Assista ao vídeo que pode salvar vidas. Fonte: Puget Sound Energy, S.d. Seguindo essas recomendações, você estará colaborando para um trânsito mais seguro para todos. Seja cuidadoso e esteja sempre atento, pois uma atitude simples como dirigir dentro do limite de velocidade pode salvar uma vida. Dirija com respeito e atenção! Até a próxima! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em:.Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2021. COMO dirigir: cuidados. Direção Defensiva, S.d. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2021. 2 https://www.youtube.com/watch?v=IxXVsAFQEsk 208 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm DIREÇÃO defensiva: como evitar acidentes agindo proativamente. Tudo sobre Segurança, S.d. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2018. PSE – Puget Sound Energy. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2021. WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2012: os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari, 2012. 209 Núcleo temático 2 – Direção defensiva: abordagens do Código de Trânsito Brasileiro - CTB Unidade de Estudos 5 – Estado físico e mental do condutor Objetivo: Entender aspectos do estado físico e mental do condutor e as consequências do uso de bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas. Tópicos desta Unidade • Estado físico e mental do condutor • Condições que influenciam o modo de dirigir • Consumo de bebidas alcoólicas e drogas psicoativas Olá! Você deve saber que muitos acidentes de trânsito são causados por motoristas que não estão em condições de dirigir naquele momento. Isso se deve ao fato de esses motoristas não estarem em seu melhor estado físico ou mental devido a diversos fatores, como estresse, fadiga, consumo de bebidas alcóolicas e/ou substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas. Nesta Unidade de Estudos, vamos apresentar a você como esses fatores podem influir alterando temporariamente o humor, a percepção, a atenção, o comportamento e a consciência, ou seja, o estado físico e mental do motorista. Preparado? Então, vamos lá! Estado físico e mental do condutor Talvez seja essa a condição adversa mais perigosa, mas também a mais fácil de ser evitada, pois se trata do estado em que o condutor se encontra física e mentalmente no momento em que faz uso do veículo no trânsito. São várias as situações envolvendo o estado físico e mental do condutor (doenças, deficiências físicas, problemas emocionais, entre outros), as quais podem ser momentâneas, passageiras ou definitivas. 210 Uma pessoa em desequilíbrio emocional, que pode ser causado por inúmeros fatores, pode sofrer irritações, mal-humor, tornar-se retraída ou ansiosa e ter atitudes impulsivas que podem ser prejudiciais. Aprender a lidar com as situações e desconfortos, refletir sobre as próprias atitudes pode proporcionar maior controle, segurança e bem-estar. Sabemos que, diante de tantas pressões no trânsito, no trabalho, na vida social, é difícil manter um bom controle das emoções, mas é preciso exercitar, pois os efeitos das atitudes impulsivas são extremamente danosos quando estamos dirigindo. Condutor, lembre-se de que você é o responsável por sua própria segurança e pela dos demais indivíduos que estiverem no veículo, e que dirigir sem boas condições físicas ou emocionais pode colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco. Como condutor habilitado, cabe a você avaliar suas reais condições ao se propor a dirigir um veículo, e ter o bom senso para evitar envolver-se em situações de risco. Condições que influenciam o modo de dirigir Existem inúmeras condições adversas das quais o condutor deve ter consciência antes de assumir a direção de um veículo. Acompanhe a seguir. Essas condições advêm de fatores que influenciam a forma como o condutor age no trânsito. Selecione os pontos na imagem para conhecer os fatores físicos. 211 1 Fadiga: é a sensação de cansaço permanente, mesmo quando se está descansando. A fadiga diminui a atenção, a concentração e a possibilidade de reação imediata às adversidades, por isso é tão prejudicial. É preciso reequilibrar a rotina dormindo mais, alimentando- se melhor, praticando esportes, e incluir momentos de lazer e relaxamento nas atividades do dia a dia. 2 Atenção: a dificuldade em se manter atento às condições do tráfego aumenta a possibilidade de envolvimento em acidentes e coloca a vida do condutor e a de terceiros em risco. A dificuldade em manter a concentração nas atividades do dia a dia pode trazer várias consequências, como erro de cálculo, atrasos e esquecimentos. É importante fazer uma coisa de cada vez, assim é possível direcionar a atenção para que a atividade seja realizada com sucesso. 3 Audição: no trânsito, as pessoas devem estar atentas e a audição é um fator importante na percepção de situações de risco. Entretanto, nos casos de condutores surdos os veículos, devem ser identificados com adesivos nos vidros dianteiros e traseiros. 4 Visão: os condutores com indicação para uso de óculos ou lentes, conforme definido em exame para obtenção de sua CNH, devem sempre usá-los para dirigir. Em dias ensolarados, recomenda-se que os motoristas, de modo geral, se utilizem de óculos escuros ou usem a pala de proteção do veículo. Dirigir o veículo sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, próteses físicas ou adaptações do veículo, impostas por ocasião da renovação ou da concessão da licença para conduzir, é infração gravíssima (art. 162, VI, CTB,) (BRASIL,1997). 212 Outros fatores de ordem emocional que podem causar acidentes: Inexperiência É um dos fatores que colaboram para a ocorrência de acidentes, além de contribuir para que o condutor tome decisões precipitadas e tenha comportamento equivocado. Familiaridade com a via Ao trafegar por uma via muito familiar, o excesso de confiança reduz a atenção do condutor, levando-o, muitas vezes, a cometer erros. Quando a via é desconhecida, é provável que ele não tenha condições de prever e planejar suas ações. Nesse caso, o condutor também deve ficar bastante atento. Excitação ou depressão A capacidade de decisão e a atenção ficam prejudicadas, o que provoca comportamentos inadequados e colabora para que ocorram acidentes. Dirigir com pressa ou sob pressão As situações de risco tendem a aumentar, pois os fatores expostos levam o condutor a ações impensadas. Incapacidade de reação e ações inconsequentes A falta de reação no momento necessário ou um ato irresponsável colocam em risco a vida do condutor e a dos usuários da via. Fatores temporários Fome, raiva, dor, calor, frustração e insegurança também são fatores que prejudicam a direção. O condutor não deve comprometer suas condições físicas e emocionais antes de dirigir. Não pode beber ou consumir drogas ou medicamentos que afetem sua capacidade neurológica e nem permitir que alguém dirija nessas condições. O Código de Trânsito Brasileiro – CTB (BRASIL, 1997) afirma que o condutor deve estar em plenas condições físicas, mentais e psicológicas para dirigir. Veja o que o dispõe o art. 166 do CTB (BRASIL, 1997): Art. 166 – Confiar ou entregar a direção do veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança a punição será: Infração − gravíssima; Fique atento! Conforme o artigo citado acima, o proprietário do veículo estará sujeito a penalidades caso confie ou entregue a direção do veículo a pessoa que não esteja em condições para dirigir. 213 O candidato à habilitação é amplamente avaliado em suas aptidões físicas e mentais, conforme art. 147 do CTB, atualizado pela Lei n. 14.071/2020, que determina que o órgão executivo de trânsito submeta oCondutores (RNPC) ......... 318 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 1: O Sistema Nacional de Trânsito – atribuições dos órgãos normativos, executivos e rodoviários de trânsito Objetivo: Compreender a legislação de trânsito como fenômeno de evolução histórica e as atribuições dos órgãos que constituem o Sistema Nacional de Trânsito. Tópicos desta Unidade • Introdução – necessidade de regras para o trânsito • Elementos do trânsito • Sistema Nacional de Trânsito (SNT) Olá! Seja bem-vindo ao Curso de Reciclagem para Condutores Infratores! Ao realizar esse curso, você ampliará seus conhecimentos sobre os temas que envolvem o trânsito e a direção de um veículo, vindo a ter condições de realizar a sua efetiva mudança como condutor. Neste primeiro Núcleo Temático, vamos apresentar a atualização da legislação de trânsito e as competências dos órgãos normativos, consultivos, executivos, rodoviários e de fiscalização que constituem o Sistema Nacional de Trânsito. Este Núcleo ajudará você a entender como funcionam esses órgãos que regem nossas regras e condutas. Vamos começar? Introdução – necessidade de regras para o trânsito Antes do advento das máquinas, em especial dos automóveis, a locomoção dos seres humanos era facilitada por cavalos e carroças. Assim que o tráfego dos automóveis começou a se intensificar, as sinalizações tornaram-se necessárias, além da instituição de direitos e deveres para os envolvidos nesse sistema. A invenção do automóvel e sua inserção no dia a dia despertaram a curiosidade e a paixão das pessoas por meios de locomoção inovadores, o que 9 fez surgir a necessidade da criação de regras sociais de uso dessas máquinas em espaços comuns. O primeiro automóvel foi criado na França, em 1771, pelo francês Nicholas Cugnot. O mundo jamais seria o mesmo após essa grande invenção! O veículo automotor chegou ao Brasil no início do século XX acompanhando o surgimento da industrialização. Acompanhe a evolução. São Paulo recebeu o primeiro carro trazido para o nosso país. Com o tempo e a inserção dos veículos no cotidiano das cidades, foram criadas regras de direção e de comportamento adequado nas vias públicas, o que pode ser constatado no Decreto n. 8.324 de 27 de outubro de 1910 que regulamentava o transporte de pessoas e mercadorias por automóveis industriais (BRASIL, 1910): “Art. 21. O motorneiro deve estar constantemente senhor da velocidade de seu veículo, devendo diminuir a marcha ou mesmo parar o movimento, todas as vezes que o automóvel possa ser causa de acidentes.” Observa-se que as orientações sobre as responsabilidades do condutor (na época chamado motorneiro) em relação à velocidade obtida pelo veículo sempre estiveram presentes. 10 Além do fator velocidade, que propiciou emoção, mas ocasionou muitos acidentes, ao longo dos anos, o automóvel também se tornou símbolo de status e de poder. Desde o início e atualmente, muitos condutores usam seus veículos como forma de demonstrar a classe social a que pertencem e deixam de exercitar o que aprenderam durante o processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação - CNH. Esse cenário contribui para o aumento expressivo do número de acidentes de trânsito com vítimas. Baseando-nos nesse pressuposto, é possível considerar a necessidade de mobilizar a sociedade brasileira para que um novo posicionamento no trânsito seja adotado. Essa mobilização deve envolver condutores, passageiros e pedestres, pois é dever de todo cidadão cumprir as normas, exercitar a educação no trânsito e colaborar para a segurança de todos. Nesse contexto, a legislação, por sua vez, tem por objetivo garantir a segurança dos envolvidos no trânsito, seja nas vias ou nos veículos. Conheça um resumo dos Códigos de Trânsito: O primeiro Código Nacional de Trânsito foi instituído pelo Decreto Lei nº 2.994 de 28 de janeiro de 1941. Esse Código regularizava a circulação de veículos nas vias terrestres em todo o país, mas foi revogado. No mesmo ano entrou em vigência pelo Decreto Lei nº. 3.651 de 25 de setembro de 1941, o novo e segundo Código Nacional de Trânsito que criou o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). O terceiro Código Nacional de Trânsito foi instituído pela Lei n. 5.108/1966 e foi vigente até 1997, ano em que se promulgou o Código de Trânsito Brasileiro atual, considerando-se suas atualizações até 2020. O Código Nacional de Trânsito foi atualizado em 2020, pela Lei n. 14.071/2020. 11 Elementos do trânsito O trânsito é composto por tudo o que envolve a circulação nas vias: pessoas, veículos ou animais, de maneira isolada ou em grupos, para operações de carga, descarga, circulação e estacionamento. Conheça os elementos essenciais do trânsito e as especificidades de cada um. O ser humano O ser humano pode ter muitas reações no trânsito. O comportamento do condutor, do passageiro ou do pedestre reflete sua educação e formação humana desde a infância. Pessoas com maior flexibilidade e capacidade de aceitar normas se comprometem mais com as regras; já pessoas com ansiedade e medo podem colocar em risco a própria segurança e a de outras pessoas, além da predisposição para cometer infrações e provocar acidentes. Vale lembrar que a ética faz do homem um ser capaz de se adaptar às regras e de cumpri-las, tornando o ambiente social mais seguro e confortável para todos os envolvidos. O conhecimento das leis de trânsito, o controle das situações e o reconhecimento de riscos dependem diretamente do comportamento do usuário do trânsito. O veículo Criado para transportar pessoas e cargas, os veículos atendem à necessidade de ir e vir dos usuários. É considerado veículo todo meio de transporte que tem capacidade de se locomover por meio de impulso produzido por motor, combustão interna, eletricidade, que se move por si mesmo, tração animal, reboque e semirreboque. Os veículos classificam-se em automóvel, motocicleta, motoneta, bicicleta, carroça, carro de mão, entre outros. 12 A via Superfície em que ocorre o fluxo de trânsito. Além da pista de rolamento, a via compreende calçadas, acostamentos, ilhas e canteiros. Sistema Nacional de Trânsito (SNT) O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) é o conjunto de órgãos e entidades de trânsito seja normativo, consultivo ou executivo, pertencente à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios, que se integram, com a finalidade de exercício das seguintes atividades: • planejamento; • administração; • normatização; • pesquisa;1 • registro e licenciamento de veículos; • formação; • habilitação e reciclagem dos condutores; • educação; • engenharia; • operação do sistema viário; • policiamento; • fiscalização; • julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidade. A coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, é exercida pelo Ministério da Infraestrutura, conforme Decreto n. 9.676/20191. O SNT, formado por órgãos e entidades da União, dos estados e Distrito Federal e dos municípios, tem por objetivo estabelecer as diretrizes da Política Nacional de Trânsito. O Conselho Nacional de Trânsito – Contran é o órgão máximo do Sistema Nacional de Trânsito que atua normativa e consultivamente e sua 1 http://www.antp.org.br/noticias/clippings/governo-bolsonaro-retoma-composicao-original- do-contran.html 13 atuação é regida pela Resolução n. 446/2013 do Contran e a Portaria no 660/2014. A segurança, o fluxo, o conforto, a defesa ambiental, a educação para o trânsito e a fiscalização são de competência do SNT. Conforme o art. 5.º do Código de Trânsito Brasileiro – CTB (Brasil, 1997), é ele que estabelece: • Atividades de planejamento, administração, normatização e pesquisa;condutor a exames, como: O exame de aptidão física e mental, a ser realizado no local de residência ou domicílio do examinado, será preliminar e renovável com a seguinte periodicidade: I - a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a 50 (cinquenta) anos; II - a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou superior a 50 (cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos; III - a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 (setenta) anos. Brasil, 2020. O condutor deve avaliar suas condições sempre que for dirigir e entregar a direção para alguém mais capacitado, caso entenda que não será possível conduzir com qualidade. Além disso, deve também dividir a direção em viagens longas, programar paradas para descanso, dormir um pouco e cuidar com a alimentação e a hidratação. Consumo de bebidas alcoólicas e drogas psicoativas Álcool O consumo de bebidas alcoólicas é antigo e tem história entre muitas culturas e povos. Comum em muitas civilizações, a bebida alcoólica tornou-se um grande problema para sociedade atual, pois alterou o comportamento do povo contemporâneo. É comprovado que o álcool afeta o sistema nervoso e impede a pessoa de reagir adequadamente diante do perigo, alterando a concentração, a tomada de decisão e a coordenação motora. 214 Importante: o condutor comete infração gravíssima ao dirigir sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa. O consumo abusivo de álcool é considerado um fator decisivo para o aumento dos índices de morbimortalidade1 em nosso país. De acordo com o art. 165 da Lei n. 11.705, de 19 de junho de 2008 (a Lei Seca): “Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008) Infração – gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008) Penalidade – multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012) Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)” Brasil, 2008. Para os condutores com habilitação nas categorias C, D ou E, a Lei n. 14.071/20 apresenta a obrigatoriedade de realizar o exame toxicológico para a obtenção e a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Caso o exame não seja realizado em até 30 dias do prazo legal, incorrerá em infração gravíssima com a suspensão do direito de dirigir por 3 (três) meses, condicionando o levantamento da suspensão do resultado negativo em novo exame. 1 Refere-se a incidência das doenças e/ou óbitos numa população. 215 javascript:void(0) Efeitos do álcool sobre o condutor O álcool na corrente sanguínea provoca o afrouxamento da percepção e o retardamento dos reflexos. Dosagem excessiva conduz à perigosa diminuição da percepção e à total lentidão dos reflexos, diminuindo a consciência do perigo. Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete gravemente sua segurança, a dos demais usuários da via e a dos passageiros, que estão apostando suas próprias vidas, 100% nas condições deste motorista. O processo de absorção do álcool é relativamente rápido: 90% em 1 hora. Isso não acontece com a eliminação, que demora de 6 a 8 horas, pelo fígado (90%), pela respiração (8%) e pela transpiração (2%). A concentração de álcool no sangue depende, entre outros fatores, da quantidade ingerida, do peso da pessoa e da alimentação. A intoxicação por outras drogas leva, em média, de 2 a 4 horas para ser eliminada pelo organismo. • 1 a 2 decigramas (dg): Sem efeito (não produz efeito aparente); • 3 a 5 dg: Problemas na percepção da distância e velocidade; • 6 a 8 dg: Reação mais lenta, início de euforia; • 9 a 15 dg: Reflexos muito lentos, condução perigosa; • 16 dg: Visão dupla, desorientação, condução impossível. Importante: com qualquer concentração de álcool por litro de sangue, o condutor terá cometido uma infração, considerada gravíssima. Fiscalização A Lei n. 12.760/2012, que reforça a Lei Seca n. 11.705/2008, juntamente com a Resolução n. 432, de 23 de janeiro de 2013, dispõe sobre os procedimentos que devem ser adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes 216 https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=250598 na fiscalização do consumo de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, e tem como objetivo: Art. 1º Definir os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes na fiscalização do consumo de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, para aplicação do disposto nos arts. 165, 276, 277 e 306 da Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Art. 2º A fiscalização do consumo, pelos condutores de veículos automotores, de bebidas alcoólicas e de outras substâncias psicoativas que determinem dependência deve ser procedimento operacional rotineiro dos órgãos de trânsito. Art. 3º A confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência dar-se-á por meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de veículo automotor: I – exame de sangue; II – exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência; III – teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro); IV – verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do condutor. § 1º Além do disposto nos incisos deste artigo, também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido. § 2º Nos procedimentos de fiscalização deve-se priorizar a utilização do teste com etilômetro. § 3° Se o condutor apresentar sinais de alteração da capacidade psicomotora na forma do art. 5º ou haja comprovação dessa situação por meio do teste de etilômetro e houver encaminhamento do condutor para a realização do exame de sangue ou exame clínico, não será necessário aguardar o resultado desses exames para fins de autuação administrativa. Brasil, 2013. 217 O agente da autoridade de trânsito poderá constatar os sinais de alteração da capacidade psicomotora e descrever no auto de infração, ou em termo específico que contenha as informações mínimas, que deverá acompanhar o auto de infração. Vamos conhecer os sinais de alteração observados pelo agente fiscalizador? Acompanhe! Quanto à aparência, o fiscalizador irá observar se o condutor apresenta: • sonolência; • olhos vermelhos; • vômito; • soluços; • desordem nas vestes; • odor de álcool no hálito. Quanto à atitude, se o condutor apresenta: • agressividade; • arrogância; • exaltação; • ironia; • falante; • dispersão. Quanto à orientação, se o condutor: • sabe onde está; • sabe a data e a hora. Quanto à memória, se o condutor: • sabe seu endereço; • lembra-se dos atos cometidos. Quanto à capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta: • dificuldade no equilíbrio; • fala alterada. 218 Além desses dados que deverão ser preenchidos no auto de infração, o agente fiscalizador deve preencher o item “Afirmação expressa”, de acordo com as características verificadas. Exemplo: De acordo com as características acima descritas, constatei que o condutor acima qualificado está:• ( ) Sob influência de álcool. • ( ) Sob influência de substância psicoativa. O condutor: • ( ) Se recusou. • ( ) Não se recusou a realizar os testes, exames ou perícia que permitiriam certificar o seu estado quanto à alteração da capacidade psicomotora. Lembre-se sempre: no caso de ingestão de bebida alcoólica, o condutor deve passar a direção do veículo para outro motorista devidamente habilitado e que esteja sóbrio. Você Sabia? Atenção! Doses pequenas também interferem nas habilidades do condutor. Por isso, não seja passageiro de alguém que tenha consumido bebida alcoólica. Quando sair para se divertir com seus amigos ou parentes, é importante escolher o “motorista da rodada”, que assumirá a direção do veículo no retorno. O escolhido deve estar sóbrio, sem ter consumido álcool. Outra possibilidade é solicitar um táxi. 219 Figura 2 – Motorista da rodada bebe água Uso de substâncias psicoativas As drogas psicoativas são substâncias naturais ou sintéticas que agem diretamente no cérebro, alterando comportamento, cognição e humor da pessoa. Como exemplo, podemos citar as drogas permitidas, como remédios controlados, o fumo e o álcool, e qualquer droga ilícita. Tenha em mente que essas substâncias podem causar dependência, o que é altamente prejudicial. Mesmo o consumo de medicamentos por indicação médica pode alterar o estado geral (físico e mental) da pessoa e atrapalhar o desempenho na condução do veículo. Você Sabia? Quando o condutor faz a ingestão de substâncias para se manter acordado, por exemplo, ele está somente impedindo que o sono chegue dentro 220 de algumas horas. Entretanto, assim que o efeito da substância passar, o cérebro manifestará a necessidade de descanso, o que pode fazer com que o condutor durma ao volante e ocasione um acidente, muitas vezes fatal. Lembre-se: dormir é a única solução para o sono! Com os estudos desta Unidade, você compreendeu que estar física e mentalmente bem é importante para evitar acidentes. Dirigir sem estar em condições pode colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco. Por isso, se estiver cansado e precisar dirigir, descanse antes. E lembre-se de que bebida, drogas e direção não combinam! Até a próxima! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em:. Acesso em: 6 fev. 2021. _____. Lei n. 11.705, de 19 de junho de 2008. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei n. 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 jun. 2008. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: 221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm . Acesso em: 7 fev. 2021. CONTRAN − CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução n. 339, 25 de fevereiro de 2010. Permite a anotação dos contratos de comodato e de aluguel ou arrendamento não vinculado ao financiamento do veículo, junto ao Registro Nacional de Veículos Automotores. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1 mar. 2010. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2021. DETRAN/PR − DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO PARANÁ. Educação para o trânsito. Curitiba: Detran PR, 2006. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2016. _____. Educação para o trânsito – Motorista – Orientações. Detran, S.d.a. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2021. _____. Educação para o trânsito – Motociclista seguro. Detran, S.d.b. Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2016. 222 Núcleo Temático 3: Noções de Primeiros Socorros Unidade de Estudos 1: Sinalização do local do acidente e acionamento de recursos Objetivo: Entender as noções básicas de primeiros socorros no trânsito, como se faz a sinalização do local do acidente e o acionamento de recursos. Tópicos desta Unidade • Primeiros socorros no trânsito • Acidentes de trânsito e omissão de socorro • Consequências dos acidentes • Sinalização do local do acidente • Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionária da via e outros • Tipos de acidentes • Tipos de socorristas Olá! Vamos dar início a mais um núcleo temático do Curso de Reciclagem para Condutores Infratores. Você sabe quais são as responsabilidades de quem provoca ou se envolve involuntariamente em um acidente de trânsito? E quais podem ser as consequências desse acidente? Nesta unidade de estudo, vamos aprender sobre acidentes de trânsito e quais procedimentos devem ser realizados no local. Preparado? Então, vamos lá! Primeiros socorros no trânsito São denominados primeiros socorros os cuidados imediatos dispensados a uma pessoa acidentada, ferida ou doente até o momento da chegada de um recurso profissional. 223 Os primeiros socorros envolvem algumas medidas que visam preservar a integridade da vítima e evitar que suas condições piorem. Esse atendimento inicial pode incluir o apoio psicológico para pessoas abaladas emocionalmente por um acidente. Aqui vamos falar especificamente sobre primeiros socorros em acidentes ocorridos no trânsito. Acidentes de trânsito são definidos como qualquer evento que envolva prejuízo, sofrimento ou morte. Prestar socorro de maneira adequada pode salvar vidas. Por isso, é importante ter noções de primeiros socorros para que o atendimento seja correto e o mais cuidadoso possível. Figura 1 - Em caso de acidente de trânsito com vítima(s) sinalize o local Você saberia prestar os primeiros atendimentos a uma vítima de acidente de trânsito? Em um acidente, cada pessoa tem uma reação: há aquelas que conseguem lidar com essa situação e tomam atitudes, mas há também quem entre em desespero 224 e quem fique sem reação diante da vítima, entre outros comportamentos. E você, já pensou qual seria a sua reação diante de um acidente de trânsito? Ao se deparar com um acidente de trânsito, o importante é manter a calma, analisar a situação e procurar ajuda. No caso de um acidente de trânsito com vítima(s), os passos principais para os primeiros socorros são os seguintes: 1 Garantir a segurança: sinalizar o local. 2 Pedir socorro: acionar o socorro especializado. 3 Conter a situação: manter a calma. 4 Analisar a situação: localizar, proteger e examinar as vítimas. Figura 2 – Enquanto aguarda-se o atendimento especializado, deve-se avaliar as condições da(s) vítima(s). Quem deve prestar os primeiros socorros à(s) vítima(s) é quem estiver mais próximo, mas é preciso estar capacitado para realizar um bom atendimento. 225 Acidentes de trânsito e omissão de socorro O Código Penal Brasileiro e o CTB determinam que qualquer pessoa, diante de um acidente com vítima(s) necessitando de amparo imediato, tem por obrigação prestar atendimento, principalmente se tiver envolvimento diretocom o fato. Leia as determinações do CTB quanto à responsabilidade civil e criminal dos envolvidos em acidentes de trânsito: Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima: I – de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo; II – de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no local; III – de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia; IV – de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trânsito; V – de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do boletim de ocorrência: Infração – gravíssima. Penalidade – multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir. Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação. Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes: Infração – grave. Penalidade – multa. Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. 226 No art. 304, o CTB (BRASIL, 1997) expõe que a omissão de socorro acontece quando o condutor deixa, “na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública”. Nesses casos, as penas são de detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Essa pena pode aumentar se a vítima morrer em razão do acidente. Ou seja, o indivíduo que se envolver em um acidente de trânsito jamais deverá abandonar o local ou as vítimas que estão necessitando de ajuda, pois a omissão de socorro é considerada crime (BRASIL, 1997). Por isso, é importante saber identificar as condições de saúde da vítima, a fim de ajudar a salvar a vida dela e evitar possíveis sequelas. Figura 3 – Deve-se solicitar ajuda à vítima, mesmo sem estar diretamente envolvido no acidente 227 A seguir, vamos analisar as consequências de um acidente e a maneira adequada de se comportar nesses casos. Consequências dos acidentes Acidentes de trânsito podem resultar em consequências graves, algumas irreparáveis. Por isso, é muito importante o cuidado no atendimento a uma situação de emergência. São várias as consequências que um acidente de trânsito pode ocasionar: • Óbito; • Invalidez; • Sequelas físicas, psicológicas e perda de qualidade de vida; • Ferimentos, lesões ou traumas físicos; • Sofrimento da família; • Prejuízo financeiro, econômico e social; • Processos judiciais. Como estacionar corretamente para prestar socorro Se um condutor estiver dirigindo e se deparar com um acidente na via, o procedimento correto é: • Estacionar em um local seguro a pelo menos 30 metros do local do acidente; • Sinalizar o local do acidente (triângulo, pisca-alerta, lanternas, entre outros); • Avaliar as condições das vítimas; • Chamar o socorro especializado. Sinalização do local do acidente Para evitar que aconteçam mais acidentes, é necessário iniciar rapidamente a sinalização e impedir que outros condutores colidam com o veículo envolvido no acidente, o que pode gerar engavetamento. 228 Para sinalizar o local do acidente, deve-se colocar corretamente o triângulo (equipamento obrigatório, que tem por finalidade indicar que há um veículo parado na via), ligar o pisca-alerta e usar também outros recursos, como galhos de árvores e lanternas, ou utilizar panos para acenar para os demais condutores. A sinalização deve ser iniciada em um ponto em que os outros motoristas ainda não consigam enxergar o acidente. Isso faz com que eles redobrem a atenção e tenham maior visibilidade. Quadro 1 – Distância do acidente para início da sinalização Tipo da via Velocidade máxima permitida Em pista seca Em caso de chuva, neblina, fumaça ou à noite. Vias coletoras 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos Arteriais 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos Vias de trânsito rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos Rodovias 110 km/h 100 passos longos 200 passos longos Fonte: IbacBrasil, 2016. Os passos devem ser longos e dados por um adulto. Se o condutor não puder fazê-lo, deve pedir a outra pessoa para medir a distância. Conforme o Quadro 1, existem casos nos quais as distâncias deverão ser dobradas, como à noite, com chuva, neblina ou fumaça. Casos que comprometem a visibilidade do acidente (curvas, topo de elevação ou lombadas): 229 Quando estiver contando os passos e encontrar uma curva, deve-se parar a contagem, caminhar até o final da curva e, então, recomeçar a contar a partir do zero. A mesma coisa deve ser feita quando o acidente ocorrer no topo de uma elevação, sem visibilidade para os veículos que estão subindo. Se estiver escuro, deve-se iluminar o local com as luzes do veículo ou com lanternas disponíveis (o ideal é ter sempre uma lanterna no veículo). Jamais se deve utilizar fósforo, isqueiro ou qualquer outro objeto que emita chama de fogo, pois isso poderá ocasionar um incêndio. Ou seja, além do acidente de trânsito, outro grave acidente pode ser gerado. Já pensou nisso? Depois que o local do acidente for sinalizado, é preciso acionar os recursos especializados. Vamos ver como se faz isso? Acompanhe! Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionária da via e outros Após sinalizar o local, um breve levantamento do acidente deve ser feito para repassar as informações necessárias à equipe de socorro. Em seguida, deve-se chamar o serviço médico especializado. É importante ter sempre por perto os números do SAMU, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, pois são esses serviços que poderão ajudar nesse momento. Nas rodovias, há placas com números de telefones úteis para o caso de acidente. Nas rodovias em que é cobrado o pedágio, os serviços de primeiros socorros com equipes técnicas especializadas, guincho, entre outros, são direitos do condutor que paga o pedágio. Deve-se, antes de iniciar o percurso, verificar os meios de contato com a Concessionária que administra a rodovia. Nas cidades, os números para contato em caso de acidente de trânsito são divulgados em canais de rádio e televisão, na internet, em jornais e revistas. É preciso prestar atenção a eles! 230 Veja os serviços e números de telefones mais comuns para atendimento a emergências: • 191 (Polícia Rodoviária Federal) • 192 (Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) • 193 (Corpo de Bombeiros) • 190 (Polícia Militar) Você sabe como se comportar na hora de uma ocorrência? Ao entrar em contato com as autoridades para comunicar um acidente de trânsito, as recomendações abaixo devem ser seguidas. • Manter a calma; • Transmitir as informações com clareza e precisão; • Responder às perguntas do atendente também de maneira clara e objetiva; • Ao se referir ao local da ocorrência, fornecer o endereço completo, além de um ponto de referência de fácil localização e visualização (uma loja conhecida, uma praça, uma avenida etc.); • Fornecer dados sobre as vítimas (número de pessoas, sexo, idade aproximada); • Informar o estado de consciênciadas vítimas e o grau dos ferimentos; • Comunicar as condições do trânsito no local; • Informar se há vítimas presas em ferragens. Caso ocorra vazamento de alguma substância na pista, é necessário acionar o Corpo de Bombeiros. 231 Após a chegada dos bombeiros, é necessário: • Descrever a ocorrência; • Informar os primeiros socorros que foram aplicados; • Fornecer ajuda, se necessário. Além disso, é necessário informar aos socorristas a localização das vítimas e a quantidade. Em um acidente de trânsito, as vítimas podem ser lançadas para fora do veículo, podem estar presas nas ferragens, caídas na pista de rolamento, entre outras situações. A presença de cabos eletrificados, o derramamento ou vazamento de combustíveis, incêndios e materiais tóxicos podem deixar vítimas e socorristas sob riscos de novos acidentes. Nesses casos, é preciso afastar o perigo o mais rápido possível. Ao ajudar em um acidente, procure se proteger de doenças infectocontagiosas, usando luvas ou pedaços de pano. Essas doenças são transmitidas pelo contato com fluidos corporais, como sangue e saliva. Se há um acidente perto de você, e os veículos socorristas estão buscando passagem, lembre-se de que os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, de polícia, e os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias possuem livre circulação, estacionamento e parada, devendo- se dar preferência à passagem destes, conforme art. 29, inciso VII, da Lei n. 14.071/2020 (BRASIL, 2020). Essa preferência ocorre quando os dispositivos de alarme sonoro e iluminação intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, assim todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário. Vamos estudar agora sobre os tipos de acidentes e socorristas. 232 Tipos de acidentes Os acidentes de trânsito podem ocorrer de diversas maneiras. Colisão Se um automóvel colide a 60 km/h contra um elemento fixo, por exemplo, haverá uma desaceleração quase instantânea de 60 km/h para zero. Nesse tipo de colisão, o veículo sofre parada brusca, desaceleração imediata e os corpos em seu interior continuam em movimento, sofrendo grande impacto. A cabeça e o tórax se projetam para frente, por isso a importância do cinto de segurança e do encosto de cabeça na altura regular. As consequências desse tipo de acidente podem ser agravadas em relação à velocidade, à falta do uso de equipamentos de segurança ou à fragilidade das vítimas. As lesões mais comuns são: traumatismo craniano, lesão na coluna cervical, ferimento nos olhos e pernas. Colisão traseira Com o impacto, o veículo é lançado para frente, assim o condutor e os passageiros são arremessados na mesma direção. Nesse momento, pode ocorrer a hiperextensão do pescoço e o risco de lesão na medula espinhal. A situação fica agravada se a velocidade no momento do impacto for alta e se os ocupantes não estiverem usando os equipamentos de segurança, como cinto, cadeirinha para crianças e encosto de cabeça. As consequências podem ser lesão na cervical e traumatismo craniano, lesão no abdômen e pernas, entre outras. Por esse motivo, utilizar os itens de segurança é fundamental. Atropelamento Normalmente, é dividido em três tipos 233 1 2 3 Impacto do veículo contra as pernas e quadril da pessoa. Impacto do tronco da vítima contra o capô e para-brisa do veículo. Impacto da vítima contra o solo. Os atropelamentos causam fraturas múltiplas, por isso todo o cuidado é pouco. Deve-se levar em conta a velocidade no momento do impacto do veículo com relação ao corpo, o arremesso da vítima, a queda no solo, a idade e a fragilidade. As consequências desse tipo de acidente são chamadas de politraumatismos. E já que estamos falando de atendimento às vítimas de acidente de trânsito, não podemos nos esquecer dos socorristas, não é? Vamos conhecê-los? Tipos de socorristas Primeiros Socorros são os cuidados imediatos dispensados à pessoa vítima de acidente ou mal súbito Socorrista é toda pessoa que presta socorro a alguém. Eles estão divididos em três tipos: os sobreviventes, o pessoal destreinado e o pessoal treinado. O socorrista sabe o que fazer, como fazer, quando fazer e o que não fazer. O objetivo do primeiro socorro não é tratar a pessoa, mas sim evitar danos maiores à vítima. É importante que as pessoas tenham cuidado com as boas intenções após o acidente, pois, em vez de ajudar, podem acabar agravando o estado das vítimas, levando-as a óbito, ou, ainda, incapacitando-as temporária ou definitivamente. Um exemplo disso são os acidentes que envolvem motociclistas. Nesses casos, o capacete da vítima não deve ser removido, pois há uma forma correta para 234 essa remoção, que, se não for feita por um socorrista capacitado, pode causar uma lesão na coluna vertebral do motociclista acidentado. Sendo assim, lembre-se: não se deve retirar o capacete da vítima, pois essa é uma ação para profissionais capacitados. Vamos ver as especificidades de cada socorrista? Sobreviventes São as pessoas que estavam no acidente e que sobreviveram. Esses indivíduos identificam o estado geral deles mesmos e decidem ajudar os demais envolvidos no acidente. Pessoal destreinado São aquelas pessoas que estão próximas ao local do acidente e, assim que o percebem, iniciam o atendimento. Mas, apesar da boa intenção, muitas vezes a falta de conhecimento técnico específico também pode gerar consequências graves às vítimas. O ideal é que esses cidadãos não treinados estejam acompanhados da liderança de um socorrista treinado. Dessa maneira, os procedimentos podem ser mais efetivos. Pessoal treinado São os profissionais que dominam as técnicas de atendimento com o objetivo de evitar riscos. Como exemplo, podemos citar os bombeiros, os profissionais da Defesa Civil, os policiais rodoviários e as organizações emergenciais. 235 Figura 4 – Em caso de acidente de trânsito com vítima, chame o socorro especializado. Papel do socorrista O principal objetivo de um socorrista é salvar vidas. Além disso, ele pode evitar que as lesões se agravem, preparando a vítima e o local para atendimento médico. Dessa forma, o socorrista deve: 1 Conhecer as próprias limitações e ter bom senso. 2 Ter conhecimento sobre primeiros socorros. 3 Ter habilidade manual, saber como fazer o que deve ser feito. 4 Ter iniciativa, autocontrole, calma, autoconfiança, senso de observação. Características de um socorrista Esse profissional precisa ser capaz de controlar o seu estado emocional, independentemente de qualquer situação, pois é ele o responsável por transmitir segurança e tranquilidade à vítima. O socorrista precisa tomar uma posição de 236 líder, ter controle e assumir a situação, além de demonstrar agilidade, educação, inteligência, calma e solidariedade. Um socorrista deve sempre saber o que fazer, como fazer, quando fazer e o que não fazer. Chegamos ao final de mais uma unidade de estudo! Esperamos que você tenha compreendido a importância da sinalização no local do acidente e o acionamento de recursos especializados. Lembre-se de que você poderá ajudar em um acidente, mas é preciso ficar atento, pois algumas ações só podem ser realizadas por profissionais capacitados. Agora, faça os exercícios para melhor fixação do conteúdo e até a próxima unidade! Referências ABRAMET. Noções de primeiros socorros no trânsito. São Paulo: ABRAMET, 2005. BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembrode 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2021. HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. M. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Versão 1.0. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss; Objetiva, 2001. 1 CD-ROM. 237 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm SEGURADORA Líder-DPVAT pagou mais de 434 mil indenizações às vítimas de acidentes de trânsito em 2016. Cobertura, 28 jun. 2017. Disponível em: https://www.revistacobertura.com.br/2017/06/28/seguradora-lider-dpvat-pagou- mais-de-434-mil-indenizacoes-as-vitimas-de-acidentes-de-transito-em-2016/ . Acesso em: 16 mar. 2021. 238 Núcleo Temático 3: Noções de Primeiros Socorros Unidade de Estudos 2: Verificação das condições gerais da vítima de acidente de trânsito Objetivo: Compreender as noções básicas para verificação das condições gerais de saúde da vítima de acidente de trânsito e a maneira correta de realizar os primeiros socorros. Tópicos desta Unidade • Avaliação das condições gerais da vítima de acidente de trânsito • O que são sinais vitais • Avaliação inicial ou primária • Avaliação secundária • Massagem cardíaca Olá! Seja bem-vindo(a) a mais uma unidade de estudo. Você sabia que identificar as condições de saúde da vítima de acidente de trânsito pode ajudar a salvar a vida dessa pessoa, além de evitar possíveis sequelas? Mas será que você está preparado para identificar essas condições? Nesta unidade de estudo, você vai conhecê-las e aprender a maneira correta e adequada de prestar atendimento à vítima. Bons estudos! Avaliação das condições gerais da vítima de acidente de trânsito A avaliação das condições gerais da vítima deve ser feita de forma rápida e precisa. Por isso, é necessário manter a calma para agir corretamente e transmitir confiança. É preciso afastar os curiosos, evitar comentários (trágicos) sobre o estado de saúde do ferido e ter sempre em mente que a avaliação correta se inicia com a verificação dos sinais vitais da vítima. A prioridade no atendimento deve ser à(s) vítima(s) que corre(m) maior risco de morte. Quem está prestando socorro deve tomar muito cuidado e 239 limitar-se a fazer o mínimo necessário com a vítima, que deve permanecer imobilizada até que socorristas profissionais possam transportá-la, se for o caso. O que são sinais vitais São aqueles sinais que mostram o funcionamento ou as alterações das funções do corpo. Para avaliar a condição de saúde da vítima, é necessário verificar se os sinais vitais estão normais. Veja, a seguir, quais são esses sinais, como identificá-los e as características de cada um deles. De modo geral, considerando uma vítima adulta, as condições consideradas normais para pulsação (frequência cardíaca), respiração (frequência respiratória), pressão arterial e temperatura corporal podem ser: Pulso 60 a 100 batimentos por minuto. Respiração 12 a 20 respirações por minuto. 240 Pressão arterial 120 x 80 mmHg. Temperatura corporal 36 °C a 37 °C Em crianças, os movimentos respiratórios por minuto tendem a ser mais rápidos. Avaliação inicial ou primária Para fazer a avaliação inicial, é preciso verificar, de modo rápido, se a vítima está consciente (acordada) e se respira, ou se está com dificuldade para respirar. Para tal avaliação, é necessário examinar a vítima seguindo obrigatoriamente a sequência: 1º Vias aéreas e coluna cervical. 2º Respiração. 3º Circulação, controle de hemorragia e do choque. 4º Nível de consciência, fraturas. 5º Exposição, proteção da vítima e queimaduras. 241 Isso deve ser feito da seguinte forma: No caso de a vítima estar acordada ou consciente, é preciso aproximar-se dela e, com cuidado, efetuar os seguintes procedimentos: • Conversar com a vítima, dizendo quem você é e que está ali para ajudá- la; • Utilizar luvas de silicone para evitar contato com sangue ou saliva; • Caso a vítima esteja acordada, deve-se acalmá-la e solicitar que não se mova; • Apoiar a mão sobre a testa da vítima, sem fazer força, somente para impedir que ela faça movimentos bruscos; • Verificar se ela está com dificuldade para respirar; • Verificar a circulação colocando 2 dedos sobre a artéria radial localizada no pulso; • Conversar com a vítima para verificar seu nível de consciência; • Proteger a vítima, cobrindo-a com mantas e casacos. No caso de a vítima estar desacordada ou inconsciente, o procedimento é diferente: • Ajoelhado ao lado da vítima, a pessoa que está prestando socorro deve colocar uma das mãos em sua testa e a outra sobre o ombro contrário ao do seu corpo; • Depois de verificar se a vítima está consciente e se está respirando, deve- se conferir o pulso (não deve levar mais que 10 segundos para verificar, pois qualquer demora pode ser fatal). Para esse procedimento, devem ser seguidos os seguintes passos: 1. Colocar os dedos no centro do pescoço da vítima (onde está localizada a traqueia); 2. Em seguida, deslizar os dedos lateralmente no pescoço e procurar o pulso. 242 Figura 1 – Verificação do pulso carotídeo Se a vítima estiver com dificuldade para respirar devido a algum objeto ou líquido que esteja obstruindo as vias áreas, ela pode morrer ou vir a ter problemas graves no cérebro. Sendo assim, é preciso desobstruir as vias aéreas, ou seja, liberar a passagem do ar. Mas e se a vítima estiver sem pulsação? É necessário ligar imediatamente para a equipe de Urgência e Emergência: Quadro 1 – Telefones dos serviços de Urgência e Emergência Serviço Nº Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 192 Corpo de Bombeiros 193 Percebeu a necessidade de saber algumas das técnicas para avaliar as 243 condições de saúde da vítima? Agora, você vai conhecer alguns procedimentos aplicados em casos mais graves. Avaliação secundária Feita a avaliação inicial ou primária, é preciso verificar a extensão dos ferimentos, a quantidade de sangue perdido, as fraturas e outras lesões. Passa-se, então, a fazer uma avaliação secundária. A partir disso, podem-se iniciar os procedimentos adequados para cada caso, de acordo com as prioridades, mas cuidando sempre da manutenção dos sinais vitais. É preciso ter consciência de que lesões aparentes nem sempre são as mais graves. Como identificar os sinais vitais: Parada respiratória Ausência de movimentos respiratórios causando inconsciência; lábios, língua e unhas de cor azuladas (arroxeados); sem movimentação de respiração no peito. Parada cardíaca Ausência de batimentos cardíacos causando inconsciência; aparência excessivamente pálida; sem pulsação (sem batimentos do coração). Quando a vítima apresentar uma parada respiratória, é necessário realizar a respiração artificial. Ela pode ser feita das seguintes formas: • Boca a boca: deve-se tapar as narinas do acidentado com os dedos para não haver escape de ar, colocar a boca na boca da vítima e soprar até perceber que o tórax dela está levantando. Essa operação deve ser repetida até a vítima respirar normalmente. 244 Quando o socorrista não possui uma máscara para realizar a ventilação artificial boca a boca, esse procedimento não é obrigatório. • Manual: essa técnica é recomendada quando não foi possível praticar a anterior. • Boca-nariz-boca: os procedimentos são idênticos aos do método boca a boca, sendo que nesse caso a sua boca devera cobrir também o nariz. Primeiramente, é preciso verificar se há fraturas na vítima. Colocá-la deitada de costas. Segurar os braços da vítima pelos pulsos, cruzando-os e comprimindo-os contra a parte inferior do peito. Em seguida, puxar os braços da vítimapara cima, para fora e para trás. Massagem cardíaca Quando for constatada a ausência de batimentos no coração da vítima, deve ser realizada a massagem cardíaca. Esse procedimento faz com que o coração e o pulmão voltem a funcionar normalmente. Para realizar tal procedimento, devem-se seguir as seguintes recomendações: • Deitar a vítima de costas em superfície rígida, apoiar a mão sobre a parte inferior do tórax, colocar a outra mão em cima da primeira e fazer compressões; • As compressões torácicas devem ser iniciadas em uma frequência de 100 a 120 vezes por minuto ou mais rápido; • Em crianças com 2 (dois) anos ou mais, os procedimentos são os mesmos, porém, deve-se utilizar somente uma das mãos para realizar as compressões; • Em crianças com menos de 2 (dois) anos e bebês, os procedimentos também são os mesmos, mas deve-se utilizar o polegar para realização das compressões. 245 Figura 2 – Localização para compressão torácica É comum ocorrer ao mesmo tempo a parada respiratória e a parada cardíaca, denominada parada cardiorrespiratória. Se isso ocorrer, é preciso realizar a respiração artificial e a massagem cardíaca. É necessário fazer essa manobra até a chegada do serviço médico de emergência ou de outras pessoas preparadas para assumir o cuidado da vítima. Não se deve oferecer líquido para uma pessoa acidentada, principalmente se ela estiver com dificuldade para respirar. Todas as noções básicas aqui apresentadas são importantes, necessárias e ajudam a salvar muitas vidas. Mas é preciso ter em mente que a melhor pessoa para realizar o atendimento a uma vítima de acidente de trânsito será sempre um profissional capacitado. Nosso objetivo nesta Unidade de Estudos não é transformar você em um profissional da saúde ou em um especialista em atendimentos de urgência e emergência, mas facilitar sua função como cidadão que deve prestar os 246 primeiros socorros a vítimas de acidente de trânsito de maneira segura, adequada e eficaz quando for necessário. Até a próxima Unidade! Referências AHA – American Heart Association. Destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. São Paulo: AHA, 2010. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. BRASIL. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. 247 Núcleo Temático 3: Noções de Primeiros Socorros Unidade de Estudos 3: Cuidados com as vítimas de acidente de trânsito que sofrem ferimentos graves Objetivo: Entender os principais cuidados com as vítimas de acidente de trânsito que sofrem fraturas, queimaduras, intoxicação, choque elétrico, ferimentos, hemorragias, estado de choque, convulsão, desmaio e amputação. Tópicos desta Unidade: • A função dos primeiros socorros • Fraturas • Imobilização do local fraturado • Fratura do crânio • Fratura do pescoço ou da coluna vertebral • Queimaduras • Intoxicação • Choque elétrico; • Ferimentos abertos e fechados • Hemorragia • Estado de choque • Convulsão • Desmaio • Amputação Olá! Vamos dar início a mais uma Unidade de Estudos. A condição básica para ajudar uma vítima a sobreviver após um acidente de trânsito é saber a maneira correta de prestar os primeiros atendimentos. A partir de agora, você vai conferir os principais cuidados nas situações mais comuns de acidentes de trânsito. Vamos iniciar? Bons estudos! 248 A função dos primeiros socorros Os primeiros socorros ajudam a evitar o agravo das condições gerais de saúde em que se encontra a vítima de acidente de trânsito, podendo auxiliar na diminuição da dor e representar apoio emocional. As lesões que não ameaçam a vida da vítima podem ser tratadas, inicialmente, no próprio local onde aconteceu o acidente. Para tanto, é preciso fazer a avaliação secundária e verificar se há ferimentos, hemorragias, fraturas, convulsões, desmaios, estado de choque, entre outras decorrências possíveis de um acidente. Vamos conhecer mais sobre esse assunto? Podemos definir a avaliação secundária como a observação de lesões na cabeça, no pescoço, tronco, membros superiores e inferiores e na coluna; e a verificação de ferimentos, hemorragias, convulsões, desmaio e estado de choque. Para fazer essa avaliação na vítima, é necessário observar essas regiões do corpo e verificar se há inchaço, deformidades ou arroxeamento na parte machucada, pois podem ser sinais de lesão interna. Em acidentes de trânsito, é comum encontrar vítimas com ferimentos e fraturas, mas também com queimaduras, intoxicação e choque elétrico. E o que fazer até o atendimento especializado chegar? É o que veremos a seguir! Fraturas A fratura pode ser definida como a quebra parcial ou total de um ou mais ossos do corpo. De modo geral, ela provoca muita dor e inchaço no local. Elas podem ser abertas ou fechadas de acordo com a lesão (ou ruptura) da pele. Em acidentes de trânsito, as mais comuns são as dos ossos das pernas e dos 249 braços. Especialmente os motociclistas, em caso de colisão e/ou queda, estão sujeitos a fraturas. Como identificar uma fratura? Deve-se observar se a vítima apresenta dificuldade para movimentar determinada região do corpo, se há deformidade no local afetado, sangramento em grande quantidade, sensação de atrito ou aparecimento do osso fraturado (fratura exposta). A fratura aberta ou exposta ocorre quando o osso se quebra atravessando e rompendo a pele ou existe uma ferida que se estende do osso fraturado até a pele. Em uma fratura fechada, há a ruptura do osso, mas a pele e/ou o músculo não foram rompidos. Após identificar a região da fratura, deve-se prestar o seguinte atendimento à vítima: ACIONAR imediatamente o Serviço Médico de Atendimento de Urgência e Emergência, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). ACALMAR a vítima e não deixar que ela se mova. IMOBILIZAR o local fraturado. Imobilização do local fraturado A imobilização (deixar parado, imóvel) impede que a vítima movimente o membro fraturado. 250 Em caso de fraturas expostas nunca se deve alinhar o membro fraturado. O procedimento correto é fazer curativo com gaze ou pano limpo e imobilizar o membro na posição em que se encontra (a imobilização deve ser feita para além da lesão, envolvendo a articulação anterior e posterior à lesão). Veja a seguir os procedimentos adequados para a imobilização dos membros superiores (ombro, braço, antebraço, punho e mão): 1 Manter a vítima deitada. 2 Providenciar imediatamente uma tala, ou seja, qualquer objeto limpo que permita paralisar o membro. A medida da tala precisa ser adequada, indo um pouco além das articulações da vítima para oferecer imobilização e sustentação. 3 Amarrar a tala, no mínimo em três lugares, com faixas não muito finas, sem deixá-las muito apertadas. 4 Se não for possível o uso de uma tala, deve-se amarrar o braço junto ao corpo da vítima. Nesse caso, é importante usar um objeto para separá-los, a fim de impedir que o braço se encoste ao corpo. Figura 1 – Exemplo de imobilização de membro superior (braço) 251 Para realizar a imobilização dos membros inferiores (quadril, coxa, perna e pé) utilizam-se os mesmos procedimentos da imobilização dos membros superiores, porém com algumas especificidades. Acompanhe a seguir. Figura 2 – Exemplo de imobilização de membro inferior (perna) Atenção: além do exemplo de imobilização do membro inferior (perna),apresentado, também é possível amarrar uma perna à outra, usando um objeto para separá-las (um pedaço de papelão ou uma tábua). Imobilização do fêmur Providenciar duas talas. Uma deve ficar entre as pernas e a outra deve passar a região do quadril (bacia). Tomar muito cuidado, pois a movimentação da vítima deve ser restrita. Imobilização das costelas Movimentar a vítima o mínimo possível e somente se houver necessidade, sempre com muita calma. 252 Uma costela quebrada pode perfurar o pulmão e causar um pneumotórax1. Imobilize o tórax da vítima enfaixando o peito e colocando os braços dela cruzados na região central do tórax. A imobilização de quadril é um tipo de fratura exige maior atenção, pois a vítima será totalmente imobilizada. Caso o socorrista não esteja preparado para lidar com esse tipo de situação, é imprescindível solicitar ajuda. Nesse tipo de fratura, a vítima deve ser colocada em uma tábua larga (do tipo prancha), que irá proteger a vítima por inteiro e imobilizar o tórax e os tornozelos. Figura 3 – Imobilização de quadril 1 Acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura (membrana que reveste o pulmão). 253 javascript:void(0) Fratura do crânio O crânio é uma estrutura muito forte, difícil de fraturar, mas quando um de seus ossos é lesionado, rompido ou fraturado, a vítima corre o risco de morrer ou de ficar com sequelas. Para identificar esse tipo de fratura, deve-se observar se a vítima está consciente e se apresenta dor de cabeça intensa e em excesso, além de: • Vômito; • Sangramento pela boca, nariz e/ou orelhas; • Convulsões; • Paralisia nas pernas e nos braços. E o que fazer com a vítima depois de identificar esses sintomas? Acompanhe o procedimento: • Deitar a vítima com a cabeça um pouco mais alta que o corpo; • Cuidar do ferimento enfaixando a cabeça (não muito apertado) com tiras de pano limpo ou gaze2; • Imobilizar o pescoço com uma toalha ou algo semelhante; • Cuidar para que a vítima não se afogue com o próprio vômito ou com o excesso de sangue acumulado na boca; • Não transportar a vítima e não oferecer líquidos a ela. O transporte só deve ser feito pelo Serviço Médico de Atendimento de Urgência e Emergência. 2 Tira de tecido, geralmente esterilizada, que é utilizada em curativos. 254 javascript:void(0) Figura 4 – Imobilização do crânio Fratura do pescoço ou da coluna vertebral A coluna vertebral é formada por ossos chamados vértebras, as quais são providas de um canal por onde passa a medula. É a medula que liga o cérebro ao restante do corpo. Se a medula for atingida, a vítima pode perder os movimentos do corpo. Por ser considerada uma fratura delicada, o socorrista precisa de muita habilidade no atendimento a vítimas nessas condições. Para identificar esse tipo de fratura, é preciso observar alguns sinais e sintomas, tais como: • Dor intensa na região do pescoço ou próximo à coluna cervical; • Paralisia das pernas e dos dedos das mãos e dos pés; • Formigamento nos membros; • Perda total ou parcial da sensibilidade. Ao identificar esses sinais e sintomas, o socorrista deve: • Verificar se há sangramento e solicitar atendimento com urgência; 255 • Verificar os sinais vitais (frequência cardíaca e respiratória, temperatura, pulso); • Providenciar o transporte da vítima (deverá ser feito pelo Serviço Médico de Atendimento de Urgência e Emergência). Caso o acidente seja com uma motocicleta, não retire o capacete da(s) vítima(s). Esse tipo de socorro, se realizado incorretamente, poderá causar a lesão da coluna vertebral e/ou agravar outras lesões. A retirada do capacete é considerada uma ação de risco e requer a habilidade de socorristas profissionais. Inicia-se com a abertura da viseira para fazer o contato visual com a vítima, desde que a coluna cervical (parte da coluna vertebral que fica na região do pescoço) tenha sido estabilizada pelo socorrista. É preciso verificar se a vítima está com dificuldade para respirar. E atenção: não movimente o corpo do motociclista. Queimaduras São lesões causadas pelo contato entre a pele e o fogo, agentes químicos, radiação e eletricidade. As vítimas com queimaduras correm sérios riscos de entrar em óbito. 256 As queimaduras são classificadas em três níveis: Queimadura de 1º grau Causa dor leve ou moderada no local, a pele fica avermelhada e bastante quente. Um exemplo desse tipo de queimadura é aquela provocada pelo Sol. A queimadura de 1º grau não apresenta bolhas. Queimadura de 2º grau A pele fica avermelhada e com bolhas e a vítima sente muita dor. Como exemplo, podemos citar uma queimadura provocada por água fervente, mas em pouca quantidade. A queimadura de 2º grau sempre apresenta bolhas. Queimadura de 3º grau Não causa dor, pois os nervos são destruídos pela alta temperatura. Como exemplo, podemos citar uma vítima que, conduzindo o seu veículo, bate em um poste, o carro explode e ela não consegue sair a tempo, tendo o seu corpo inteiro queimado. Na queimadura de 3.º grau, a pele é arrancada. Depois de identificar as queimaduras na vítima, o que deve ser feito? 257 Acompanhe as especificidades do procedimento. • Acionar o Serviço Médico de Atendimento de Urgência e Emergência; • Em caso de fogo em veículo com vítima, deve-se apagá-lo com água e cobrir o ferido com cobertor o mais rápido possível − começando sempre pela cabeça − ou rolar a vítima no chão. Não deixar a vítima correr; • Retirar as roupas queimadas quando possível (as roupas que estiverem grudadas no corpo da vítima não devem ser retiradas); • Não perfurar as bolhas das queimaduras e não esfregar o local atingido; • Utilizar água corrente, pano limpo ou compressa umedecida em água em temperatura ambiente, ou soro fisiológico, no local atingido pela queimadura. Intoxicação A fumaça de um veículo contém substâncias tóxicas que fazem mal à saúde. Gases como o monóxido de carbono (CO), óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), se absorvidos pelo sistema respiratório, podem causar grave intoxicação e até levar à morte, pois reduzem a capacidade de oxigenação do sangue. Se a vítima estiver em uma garagem fechada, a fumaça pode prejudicar seriamente a respiração e causar problemas muito sérios. Os sintomas de intoxicação por monóxido de carbono são delírios e alucinações. Atualmente, além do aperfeiçoamento dos combustíveis, os automóveis possuem catalisadores que reduzem as substâncias tóxicas emitidas no ar. Choque elétrico O choque elétrico acontece quando o corpo entra em contato com uma corrente elétrica. Nesse tipo de situação, o socorrista deve desligar a fonte de energia (com segurança) ou solicitar o desligamento para a companhia responsável o mais urgente possível, além de verificar se o chão está seco e utilizar calçado com solado de borracha. 258 Atenção! Antes de tocar na vítima, o socorrista precisa retirar todos os objetos que possam gerar eletricidade, pois, a qualquer momento, a vítima poderá descarregar toda a energia nele. Lembre-se: o socorrista deve realizar esse procedimento sempre com o máximo de segurança possível. Por isso, os recursos especializados devem sempre ser acionados. Se o socorrista não estiver preparado, não deve realizar os primeiros socorros! E quanto às feridas, sangramentos, estado de choque, convulsões e desmaios? Acompanhe a seguir cada uma dessas situações. Ferimentos abertos e fechados O ferimento aberto é aquele em que a pele é rompida, ou seja, ela se abre, expondo sangue ou até órgãos internos. No ferimento fechado, não há rompimento da pele. Em casos mais graves, esse tipo de ferimento pode prejudicar órgãos internos, sendo, muitas vezes, fatal. Durante o atendimento é necessário: • Sempre usar luvas para evitar possível contágio de doenças; • Nunca retirar qualquer material estranho que esteja preso aos ferimentos; • Nãoapertar demais a atadura3 quando for colocá-la, para não interromper a circulação. Veja os cuidados que devem ser tomados com os ferimentos de acordo com sua localização no corpo da vítima. Ferimentos nos membros superiores e inferiores Se forem identificados ferimentos nas pernas ou nos braços da vítima, o ideal é: 3 Tipo de tecido próprio para curativos. 259 javascript:void(0) • Fazer uma compressão leve sobre o ferimento, com pano limpo ou gaze; • Prender o ferimento com uma faixa (pode-se usar um lenço, uma gravata ou uma tira de pano limpo), sem pressionar muito para não interromper a circulação do sangue; • Se o ferimento for no cotovelo ou no joelho, colocar, no lado interno da articulação (atrás do joelho ou em cima do cotovelo), um chumaço de gaze ou papel e prender com uma atadura. Ferimentos na cabeça Nesse caso, é necessário: • Deitar a vítima com as costas no chão e com a cabeça mais alta do que o restante do corpo; • Afrouxar as roupas da vítima; • Colocar panos limpos, compressas ou gaze sobre o ferimento; • Manter a vítima aquecida; • Nunca oferecer líquido a ela. Ferimentos no tórax Em caso de ferimentos no tórax: • A vítima deve ficar deitada de costas; • Verificar se existe ar passando pelo ferimento (se isso estiver acontecendo, o acidente pode ter provocado uma perfuração no pulmão); • Pressionar o ferimento com um pedaço de pano limpo, gaze ou com a própria mão (sempre utilizando luvas); • O ideal é realizar o curativo de três pontos, que pode ser visto logo a seguir. 260 Curativo de três pontos Ferimento no abdome Quando houver um ferimento no abdome: • Realizar o atendimento somente se a vítima estiver com o ferimento aberto; • Manter a vítima deitada de costas; • Comprimir levemente o ferimento com um pano ou compressa fria; • Se houver exposição de órgãos, protegê-los com um pano limpo ou compressa e, se for possível, umedecer esses materiais com água ou soro fisiológico. 261 Ferimento nos olhos Na ocorrência de ferimentos nos olhos: • Evitar que a vítima esfregue os olhos; • Se a vítima puder, pedir a ela para piscar os olhos várias vezes para que os corpos estranhos sejam expelidos; • Não tentar retirar o corpo estranho se ele estiver cravado no(s) olho(s) da vítima; • Cobrir o(s) olho(s) com um pedaço de pano limpo ou gaze; • Se possível, passar uma tira de pano sobre o(s) olho(s) da vítima e amarrá-la atrás da cabeça. Hemorragia A hemorragia é definida como a perda de sangue por rompimento de uma veia ou artéria e é muito comum em acidentes de trânsito. A perda de sangue leva à diminuição da pressão sanguínea e à diminuição da oxigenação dos tecidos, podendo levar à morte se não for controlada. Evite contato com o sangue ou com qualquer secreção das vítimas nos acidentes. Tipos de hemorragias e os cuidados específicos. Acompanhe a seguir. Hemorragia interna Esse tipo de hemorragia é difícil de ser identificada, pois o sangramento não é aparente. Ela acontece devido a ferimentos em órgãos internos que tiveram veias ou artérias rompidas. Para identificar uma hemorragia interna, deve-se estar atento aos seguintes sinais e sintomas que expressam um estado de choque: 262 a. Pele fria; b. Pulso fraco; c. Muita palidez; d. Suor frio e excessivo; e. Boca pálida; f. Tontura; g. Vômito; h. Sede; i. Inconsciência; j. Golfadas de sangue. Figura 5 – Hemorragia interna Hemorragia externa Essa hemorragia é mais fácil de visualizar e identificar, pois o sangue é extravasado para fora da pele. Ele pode escorrer por alguma abertura natural do corpo, como pele, boca, nariz, ânus, vagina etc. 263 Quando o sangue escorre pela pele, a hemorragia é externa. Figura 6 – Hemorragia externa Hemorragia arterial Causada pelo rompimento de uma artéria, produz sangramento abundante em jatos fortes. É uma situação grave em que a vítima corre risco de morte, portanto necessita de atendimento imediato. Hemorragia venosa Ocorre quando uma veia é atingida; o sangue é vermelho escuro e sai de forma lenta e contínua. Hemorragia nasal Perda de sangue pelo nariz. Nesse tipo de hemorragia, o melhor a ser feito é: 264 a. Abaixar a cabeça da vítima inclinando-a para frente; b. Comprimir a narina por aproximadamente 1 (um) minuto (deve-se tomar cuidado para não deixar a vítima sem ar); c. Solicitar à vítima que respire pela boca; d. Se o sangramento não parar, colocar gaze ou pano umedecido em água ou soro fisiológico na narina da vítima; e. Não permitir que a vítima assoe o nariz. Atenção: se a vítima de hemorragia estiver inconsciente, ela pode estar em estado de choque. Estado de choque Uma vítima entra em estado de choque quando há diminuição do fluxo de oxigênio para as células de seu corpo e para os órgãos vitais (coração, cérebro, rins, fígado e pulmões). Se o coração e outro órgão vital não receber oxigênio em quantidade suficiente, não funcionará normalmente e a vítima corre o risco de morrer. Esse problema é bastante comum em vítimas que apresentam hemorragias (principalmente as internas), que levaram choque elétrico, estão com ferimentos graves e/ou fraturas expostas. Com a pressão arterial muito baixa, as células do organismo não recebem sangue e, portanto, não recebem oxigênio em quantidade suficiente. Pessoas que sofreram fortes emoções ou que passaram por grandes cirurgias podem também ficar em estado de choque. Você conhece os sintomas e os sinais de um estado de choque? 265 São os seguintes: • Inconsciência; • Suor excessivo; • Pele fria e úmida; • Náusea; • Vômito; • Pulso fraco; • Respiração irregular; • Lábios arroxeados; • Sensação de frio e de tremor. E o que fazer nessa situação? O ideal é: • Tentar eliminar a causa do estado de choque. Por exemplo: conter a hemorragia ou cuidar dos ferimentos; • Manter a vítima deitada com a cabeça mais baixa do que o tronco, a menos que ela apresente fraturas no crânio ou na coluna ou hemorragia nasal; • Afrouxar as roupas da vítima, deixando-lhe livre a cintura, o peito e o pescoço; • Manter a vítima aquecida e com as vias áreas desobstruídas. Agora, vamos falar sobre outro assunto muito importante: você já se deparou com situações de convulsões e desmaios? É necessário saber lidar com elas, pois são bastante comuns no dia a dia do trânsito. Convulsão A convulsão é a contração involuntária dos músculos do corpo; pode provocar a perda da consciência e movimentos involuntários e descoordenados. 266 Os sinais e sintomas dessa crise são: • Inconsciência; • Salivação excessiva; • Olhos virados para cima; • Lábios de cor azulada e cabeça inclinada para trás; • Contrações involuntárias no corpo todo. Depois de identificar os sintomas, deve-se virar a vítima de lado (a fim de evitar a obstrução das vias aéreas), proteger a cabeça para evitar lesões e retirar de perto qualquer objeto que possa machucá-la. Se a vítima estiver usando óculos, colares, anéis e relógio, é preciso retirá-los. Assim que as convulsões terminarem, deve-se procurar ajuda médica e manter a vítima deitada até que fique consciente novamente. Desmaio O desmaio ocorre quando a pessoa perde temporariamente os sentidos do corpo, não conseguindo ficar em pé. Os sintomas são: • Palidez; • Corpo amolecido e sem força; • Sensação de frio; • Tontura; • Suor excessivo; • Inconsciência; • Pulso fraco; • Respiração fraca. Em caso de desmaio, deve-se colocar a vítima deitada com as pernas para cima, afrouxar suas roupas e verificar respiração e pulsação. Depois que ela estiver consciente, é necessário conversar com a vítima e acalmá-la. 267 Amputação É quando a vítima apresenta um membro ou parte dele totalmente separado do resto do corpo. O que fazer: • Guardar o membro em um saco plástico limpo e deixá-lo bem fechado; • Colocar o saco dentro de outro com gelo e deixá-loigualmente bem fechado; • Quando o socorro chegar, a vítima deverá ser removida juntamente com o saco que contém o membro. É muito importante saber que, nesses casos, é necessário evitar que a vítima se agite ou faça movimentos. Entretanto, existem situações em que a movimentação se torna necessária − e só deverá ser feita para afastar o acidentado de um perigo maior, como risco de atropelamento, de incêndio e de afogamento. Nesta Unidade de Estudos, você aprendeu a respeito dos primeiros atendimentos que devem ser prestados a vítimas de acidentes de trânsito. Esperamos que você tenha compreendido a importância da prestação desses atendimentos e a necessidade de acionar imediatamente o socorro médico. Agora realize as atividades propostas. Até a próxima Unidade! Referências BRASIL. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: 268 . Acesso em: 17 mar. 2021. DETRAN/RJ – DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO ESTADO RIO DE JANEIRO. Coordenadoria de Educação. Renovação da CNH. Conteúdos e provas simuladas. Rio de Janeiro: Detran, 2016. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. 269 Núcleo Temático 3: Noções de Primeiros Socorros Unidade de Estudos 4: Cuidados com a vítima (o que não fazer) Objetivo: Diferenciar as ações adequadas das não adequadas nos primeiros socorros com vítimas de acidentes de trânsito. Tópicos desta Unidade: • Ações que devem ser executadas na ocorrência de acidentes de trânsito • Extintor de incêndio: regras vigentes • Comportamentos inadequados em acidentes de trânsito • Cuidados para não movimentar a vítima de acidentes Olá! Você sabe que um descuido pode ser fatal no momento do socorro, não é? Quando um acidente ocorre, sinalizar o local e chamar o atendimento especializado são as primeiras providências a serem tomadas. Mas o que fazer e o que não fazer até a chegada dos socorristas profissionais? Isso é o que vamos ver nesta Unidade de Estudos. Preparado? Então, vamos começar! Ações que devem ser executadas na ocorrência de acidentes de trânsito O sucesso no atendimento e o cuidado com uma vítima de acidente de trânsito dependem de ações adequadas e realizadas corretamente. Ações básicas que podem salvar vidas: • Acionar os recursos especializados, como o Corpo de Bombeiros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o atendimento emergencial especializado das concessionárias de rodovias; • Sinalizar e isolar a área do acidente o mais rápido possível; • Avaliar o local para identificar riscos, como alta tensão, vazamento de combustível e instabilidade do veículo (o carro pode se movimentar a qualquer momento provocando novos acidentes); 270 javascript:void(0) javascript:void(0) • Identificar os riscos e adotar medidas de segurança para quem está prestando socorro, para a(s) vítima(s) e para os demais presentes no local; caso o socorrista identifique pontos cortantes (como cacos de vidro ou objetos pontiagudos) nas proximidades do local do acidente (na calçada, por exemplo), é ideal que os cubra para evitar exposição direta e, assim, evitar um novo acidente com outras pessoas; • Proteger o local do acidente de curiosos e impedir que retirem a vítima do local antes da chegada do atendimento especializado; • Se a vítima apresentar lesões, deve-se providenciar atendimento e procurar as causas; • Não movimentar a vítima, pois isso pode provocar outros ferimentos ou fraturas ainda maiores (no caso de haver alguma); • Evitar o pânico no local (não entrar em pânico também, porque isso assustará a vítima); • Não fumar ou fazer qualquer uso de fogo no local do acidente; • Com segurança, desligar a chave de ignição dos veículos envolvidos no acidente (no caso de vazamento de combustível); • É importante estar preparado para utilizar o extintor de incêndio, se for o caso de um veículo cujo uso é obrigatório ou de um veículo que tenha feito a opção de tê-lo; Figura 1 – Socorristas atuando na movimentação da vítima 271 Extintor de incêndio: regras vigentes O uso do extintor de incêndio tornou-se facultativo para automóveis, utilitários, camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada; porém é considerado um grande aliado no combate ao início de incêndio em veículos automotores em caso de acidente. Ele deve ser instalado na parte dianteira do habitáculo do veículo, ao alcance do condutor. Os proprietários de veículos que optarem por utilizar o extintor de incêndio deverão seguir as normas dispostas na Resolução CONTRAN n. 556, de 20151. É obrigatório o uso do extintor de incêndio para caminhão, caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus, veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis, líquidos, gasosos, e para todo veículo utilizado no transporte coletivo de passageiros (BRASIL, 2015). Não basta somente equipar o veículo com o extintor; é necessário saber manuseá-lo corretamente, caso seja preciso utilizá-lo. O próprio equipamento vem com instruções para o manuseio adequado. Veja como deve ser feito o manuseio e o uso desse equipamento. Para saber como utilizar esse equipamento, é preciso levar em conta o tipo de combustível que está sendo queimado. Observe a classificação: Classe "A" Classe "B" Classe "C" Sólidos inflamáveis líquidos e combustíveis inflamáveis Equipamento eletroeletrônico energizado. 1 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09- 18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 272 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09-18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09-18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09-18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 Você sabe qual é o agente extintor exigido pela legislação de trânsito? O agente triclasse (pó químico seco), presente nos extintores, pode ser usado nas três classes de incêndio mais difundidas (classes A, B e C). Para combater um princípio de incêndio em veículos automotores, é necessário cuidar com o manuseio adequado do extintor e seguir alguns passos: a. Retirar o extintor do suporte; b. Levá-lo ao local do incêndio; c. Manter distância de segurança do fogo; d. Posicionar-se a favor do vento (quando bater nas costas); e. Retirar a trava do gatilho (válvula) para romper o lacre; f. Pressionar o gatilho e direcionar o jato do agente extintor para a base do fogo, movimentando-o em leque e criando uma nuvem, pois o pó químico seco extingue o fogo por abafamento. g. Conferir a validade e a pressão do extintor de incêndio do veículo regularmente, mesmo que não tenha sido utilizado. E, quando o extintor for utilizado, providenciar sua reposição imediatamente. Deve-se manter o extintor carregado e com a pressão adequada. As autoridades de trânsito, ou seus agentes, deverão fiscalizar os extintores de incêndio nos veículos cujo uso é obrigatório, verificando os seguintes itens (redação dada pela Resolução n. 556, de 17 de setembro de 20152, que altera o art. 9º da Resolução n. 157/2004): I. O indicador de pressão não pode estar na faixa vermelha; II. Integridade do lacre; III. Presença da marca de conformidade do INMETRO; IV. Os prazos da durabilidade e da validade do teste hidrostático do extintor de incêndio não devem estar vencidos;2 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09- 18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 273 http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao5562015.pdf https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09-18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32858075/do1-2015-09-18-resolucao-n-556-de-17-de-setembro-de-2015-32858050 V. Aparência geral externa em boas condições (sem ferrugem, amassados ou outros danos); VI. Local da instalação do extintor de incêndio. Caso o extintor não apresente esses itens, o condutor estará sujeito à aplicação das sanções previstas no art. 230, incisos IX e X do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Art. 230. Conduzir o veículo: ................ IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante; X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo CONTRAN; ...................... Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; Brasil, 1997. Agora que você viu os passos para o sucesso de um atendimento e como usar e manusear adequadamente o extintor de incêndio, é preciso relembrar os tipos de comportamento que não são adequados em um acidente de trânsito. Comportamentos inadequados em acidentes de trânsito Sempre que possível, é importante não adotar atitudes que possam prejudicar o atendimento ou agravar as condições de saúde da vítima, por exemplo: • Abandonar o local do acidente e a vítima; • Omitir socorro; • Remover a vítima que está presa nas ferragens; • Tumultuar o local; • Deixar de colaborar com as autoridades (elas podem solicitar testemunho ou remoção de um ferido para outro local). 274 Com base no que você viu até agora, o atendimento à vítima fica mais fácil, não é? Mas o que fazer para não movimentar o ferido no momento do socorro? É o que você vai ver a seguir. Cuidados para não movimentar a vítima de acidente de trânsito A recomendação é clara: não remover e não mexer na vítima, pois a remoção e a movimentação são ações de responsabilidade do SAMU. Essa recomendação só não vale em casos de risco iminente para a vítima, como incêndio, afogamento ou outras situações que ofereçam risco de morte caso se permaneça no local do acidente. Nessas situações, as vítimas que estão no interior do veículo devem ser retiradas. Mas lembre- se: não se deve remover a vítima se não estiver preparado, e jamais deixar de acionar os recursos especializados! E como o socorrista deve remover a vítima em situações de extremo risco, como em um incêndio imediato? Deve-se: • Abraçar o tronco da vítima pelas costas e aproximá-la até o seu tórax (peito); • Apoiar a cabeça da vítima em seu ombro, imobilizando o pescoço e evitando que ela o movimente (fazer isso com calma para não machucar a vítima); • Após realizar esses procedimentos, levar a vítima até um local seguro e deixá-la deitada em uma superfície plana, mantendo a imobilização da cabeça e do pescoço. 275 O que é importante lembrar 1 Se a vítima estiver consciente, deve-se perguntar nome, número de telefone para contato e endereço. Se a vítima estiver consciente, é muito importante realizar a verificação do seu estado por meio da entrevista, pois isso auxilia no controle dos sinais vitais e traz conforto emocional. O socorrista deve apresentar-se à vítima, dizer seu nome, fazer perguntas objetivas para obter respostas diretas e rápidas, criar um vínculo de diálogo com ela e prestar atenção às suas respostas. Se a vítima parar de falar, esquecer o que houve ou não souber o próprio nome, endereço ou referências, isso pode ser sinal de lesões ou choque emocional. 2 Se a vítima estiver inconsciente, deve-se abrir os olhos dela e verificar suas pupilas. • Pupilas normais: significam, geralmente, que não existem lesões neurológicas aparentes e há oxigenação; • Pupilas diferentes: quando uma está normal e a outra dilatada significa presença de lesão neurológica. Deve-se intensificar a avaliação, pois pode haver parada cardiorrespiratória; • Pupilas dilatadas: significam parada cardiorrespiratória. É possível que haja também lesão neurológica. Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve- se suspeitar de lesões na coluna, traumatismo craniano ou hemorragias graves. É importante não movimentar a vítima, manter a calma, verificar os sinais vitais e repassar informações sobre as condições do acidentado ao socorro especializado. 3 Em hipótese alguma retirar qualquer corpo estranho dos ferimentos. 4 Mesmo que a vítima pareça estar bem, é indispensável encaminhá-la para um profissional de saúde. 5 Se houver mais de uma vítima no acidente, os casos mais graves devem ser atendidos primeiramente. 276 6 Caso o acidente seja com uma motocicleta, não se deve retirar o capacete da(s) vítima(s). Esse tipo de socorro, se realizado incorretamente, poderá causar uma lesão da coluna vertebral. Somente será permitida a retirada do capacete quando a respiração estiver dificultada. Mas atenção: não se deve movimentar o corpo da vítima. Chegamos ao final de mais um Núcleo Temático! Esperamos que você tenha compreendido a importância de estar seguro e consciente no momento de prestar socorro a uma vítima. Sempre que se encontrar em uma emergência, lembre-se dos cuidados que você deve tomar e dos comportamentos inadequados que devem ser evitados para diminuir as chances de agravamento do estado de saúde da vítima. Até o próximo Núcleo Temático! Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 out. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. BRASIL. CONTRAN – Conselho Nacional do Trânsito. Resolução Contran n. 556, de 17 de setembro de 2015. Torna facultativo o uso do extintor de incêndio 277 para os automóveis, utilitários, camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 18 set. 2015. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. 278 Núcleo Temático 4: Relacionamento Interpessoal Unidade de Estudos 1: Cidadania, relacionamento interpessoal e comportamento solidário no trânsito Objetivo: Ampliar conhecimentos sobre cidadania e relacionamento interpessoal, a fim de reconhecer a necessidade de comportamentos solidários no trânsito e ações de proteção à vida e ao meio ambiente. Tópicos desta Unidade • Ser humano: trânsito, cidadania e meio ambiente • Indivíduo, grupo e sociedade • Necessidades do ser humano no convívio social • Educação para o trânsito • Relação homem, via e veículo • Comunicação no trânsito • Relacionamento social no trânsito • Comportamento solidário no trânsito Olá! Você conhece seus direitos e deveres como cidadão? E tem ideia de como suas ações se refletem no trânsito no dia a dia? Nesta Unidade, você poderá ampliar sua compreensão sobre o conceito de cidadania, verificar de que maneira o relacionamento interpessoal influencia as atitudes das pessoas e reconhecer o valor e a necessidade de comportamentos mais solidários no trânsito.• Registro e licenciamento de veículos; • Formação, habilitação e reciclagem de condutores; • Educação e engenharia de tráfego; • Operação do sistema viário; • Policiamento; • Fiscalização; • Julgamento de infrações e de recursos; • Aplicação de penalidades. Conforme o art. 6.º do CTB, o SNT tem como objetivos gerais: I – Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento. II – Fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de trânsito. III – Estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema. Brasil, 1997. O objetivo do Sistema Nacional de Trânsito - SNT é implantar uma política em todo o território nacional, com regras, para atender à segurança, fluidez, conforto e educação no trânsito. (Lei 14.071/20). 14 O SNT padroniza os critérios técnicos, financeiros e administrativos, fixando normas comuns em todos os Estados para a execução das atividades de trânsito além de estabelecer canais de comunicação entre órgãos e entidades que compõe o SNT. Os órgãos são divididos de acordo com a sua competência, conforme vemos a seguir: Órgãos normativos e consultivos São os responsáveis por regulamentar e controlar as normas de trânsito. Órgãos executivos Cabe aos órgãos executivos de trânsito fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito. Há órgãos executivos nas esferas federal, estadual e municipal. A seguir, os órgãos e as entidades que compõem o SNT, conforme art. 7.º do CTB (BRASIL,1997): I - o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; II - os Conselhos Estaduais de Trânsito – CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; V - a Polícia Rodoviária Federal; VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. Brasil, 1997. 15 Todo cidadão precisa saber como funciona o Sistema Nacional de Trânsito. No quadro a seguir, observe com atenção sua organização e suas atribuições. Quadro 1 – Órgãos e as entidades que compõem o SNT Órgãos Normativo / Consultivo CONTRAN É o órgão máximo do SNT e sua função principal é estabelecer normas regulamentares para o CTB e diretrizes para a Política Nacional de Trânsito. Esse órgão também é responsável pela coordenação dos órgãos do SNT. CETRAN É a organização responsável pelo SNT na área estadual. Cada estado do Brasil dever ter um Cetran, que tem caráter normativo e consultivo de sua circunscrição. CONTRANDIFE Atua apenas no Distrito Federal e é de sua competência regular o SNT. Assim com ocorre nos estados, também é normativo e consultivo. CÂMARA TEMÁTICA São órgãos técnicos vinculados ao Contran, compostos por especialistas de várias áreas de trânsito que são responsáveis por estudar e apresentar sugestões e embasamento técnico sobre temas específicos para a tomada de decisões do Contran. Executivos Federais DENATRAN É o Órgão Executivo da União responsável por supervisionar, coordenar, controlar e fiscalizar a execução da Política do Programa Nacional de Trânsito. Os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran) estão sob a circunscrição desse órgão. Nos casos em que o Detran apresenta deficiências técnicas ou dificuldades operacionais que impedem a prestação de serviços corretamente, o Denatran atua como órgão corregedor. Brasília – DF é sua cidade-sede, porém sua área de atuação abrange todo o território nacional. Ele também 16 tem autonomia técnica e administrativa para conduzir o SNT. DNIT É um órgão executivo rodoviário que realiza atividades associadas à construção, manutenção e à operação da infraestrutura dos segmentos do Sistema Federal de Viação (SFV) sob a administração direta da União nos modais: rodoviário, ferroviário e aquaviário. Para cada órgão executivo ou rodoviário de trânsito há uma Jari para julgar as interposições. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL É o órgão responsável pela supervisão das rodovias e das estradas federais e pela fiscalização do cumprimento às normas de trânsito por parte dos condutores. Tais atividades são realizadas por meio de patrulhamento ostensivo nas rodovias federais. JARI Esse órgão funciona junto a cada um dos organismos que realizam fiscalização e/ou autuação no trânsito, e cabe a ele julgar os recursos contrários às penalidades aplicadas pelos órgãos executivos ou rodoviários. Contra decisões de uma JARI que funcione junto a um órgão executivo de trânsito municipal, cabe recurso ao CETRAN. Executivos Estaduais DETRAN É uma entidade executiva de trânsito dos estados; há uma em cada capital brasileira. Cabe ao Detran a administração e o controle do registro da frota de veículos no estado, além de ser o responsável por fornecer o emplacamento, por verificar os itens de segurança obrigatórios dos veículos automotores e também pela formação, pela habilitação e pelo controle dos condutores. 17 CIRETRAN Funcionam como se fossem filiais nos municípios do interior e sua existência também se remete ao antigo CNT (artigo 3º), com regras de criação estabelecidas pela Resolução do Contran n. 379/67 (atualmente revogada). DER A atribuição deste departamento é executar o programa rodoviário de acordo com diretrizes gerais e específicas que regem a ação governamental. Também é sua função programar, executar e controlar todos os serviços técnicos e administrativos concernentes a estudos, projetos, obras, conservação, operação e administração das estradas e obras de artes rodoviárias compreendidas no Plano Rodoviário Estadual, nos planos complementares e nos programas anuais especiais definidos pela Secretária de Infraestrutura e Logística. POLÍCIA MILITAR Entre as diversas responsabilidades, as polícias militares dos estados e do Distrito Federal têm como dever “fiscalizar o trânsito, quando e conforme convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executiva de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente com os demais credenciados” (BRASIL, 1997). DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DOS MUNICÍPIOS Cada município deve dispor de um órgão responsável por fiscalizar o trânsito no âmbito de sua circunscrição. JARI Esse órgão funciona junto a cada um dos organismos que realizam fiscalização e/ou autuação no trânsito, e cabe a ele julgar os recursos contrários às penalidades aplicadas pelos órgãos executivos ou rodoviários. Contra decisões de uma JARI que funcione junto a um órgão executivo de trânsito municipal, cabe recurso ao CETRAN. 18 Conheça a composição do CONTRAN de acordo com o artigo 10 da Lei n. 14.071 de 13 de Outubro de 2020: “Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distrito Federal, tem a seguinte composição: II- A - Ministro de Estado da Infraestrutura, que o presidirá; III - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações; IV - Ministro de Estado da Educação; V - Ministro de Estado da Defesa; VI - Ministro de Estado do Meio Ambiente; XXII - Ministro de Estado da Saúde; XXIII - Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública; XXIV - Ministro de Estado das Relações Exteriores; XXV - (revogado);Vamos lá? Ser humano: trânsito, cidadania e meio ambiente O homem é o ser vivo que mais modifica o meio ambiente em que vive. As alterações que produz provocam desequilíbrios ambientais e, como consequência, geram a devastação da biosfera do planeta. O ser humano tem a responsabilidade de cuidar do ambiente e zelar pela sua conservação, preservação e reconstrução. 279 O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece uma relação entre o comportamento dos cidadãos para com o meio ambiente, a sociedade e o cumprimento das regras de trânsito. Em seu capítulo XIV, art. 148, parágrafo 1º, o CTB define que “a formação de condutores deverá incluir obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito.” (BRASIL, 1997). Figura 1 – Cidadania e meio ambiente Indivíduo, grupo e sociedade Se você observar com atenção, verá que as pessoas estão quase sempre em grupos. Ainda que alguém more ou viva sozinho, pertencerá a um ou mais grupos. Assim, podemos dizer que o ser humano é um ser social, porque vive em sociedade, ou seja, em grupos. Estudos realizados por cientistas e pesquisadores apontam que os seres humanos se desenvolveram vivendo dessa maneira, reunidos à beira do fogo para se aquecer, morando em cavernas e em outros abrigos. 280 Viver em sociedade faz parte da natureza humana, pois é no relacionamento com outros indivíduos e com o meio ambiente que o ser humano alcança a satisfação e a realização pessoal, se renova e se adapta a novos ambientes e isso colabora com a satisfação de suas necessidades sociais. Já o individualismo, o isolamento ou a vida em grupos rígidos pode pôr em risco uma convivência pautada na vontade geral, no respeito às diferenças e em outros princípios da sociedade em um Estado democrático de direitos e deixar as pessoas vulneráveis a riscos. É importante ter com quem contar. Necessidades do ser humano no convívio social É da natureza do ser humano ter necessidades que só podem ser satisfeitas no convívio com outras pessoas. Como exemplos, podemos citar: A busca por novas experiências e sensações diferentes daquelas vivenciadas no cotidiano. A busca por simpatia, amor e amizade no convívio com outras pessoas. A segurança diante de perigos e incertezas. O reconhecimento e a aceitação pelos demais indivíduos. A satisfação em ajudar o próximo. 281 Você Sabia? A dignidade da pessoa humana é o princípio universal do qual derivam os direitos humanos e os valores e atitudes fundamentais para o convívio social. Educação para o trânsito Para ser condutor de um veículo não basta conhecer regras, normas ou leis, pois o trânsito exige além disso. Estar habilitado para dirigir envolve assumir uma postura correta como condutor e como passageiro. É importante que o condutor saiba que o bom convívio social e o respeito aos demais usuários da via são fundamentais. O CTB dispõe sobre a inserção de educação de trânsito nas escolas como conteúdo interdisciplinar. O objetivo é formar cidadãos mais engajados e conscientes nas questões relativas ao trânsito. A aproximação da criança, dos adolescentes e jovens, com a realidade do trânsito, nos anos de escolarização, favorece de forma significativa a formação de um futuro condutor responsável e comprometido com a segurança, com a preservação do meio e com a prevenção de acidentes. O respeito mútuo e a cooperação são princípios essenciais para o convívio e a segurança no trânsito. O objetivo da educação para o trânsito é incentivar condutores e pedestres a desenvolver atitudes e comportamentos corretos e seguros. A educação para o trânsito ganhou ainda mais força com a Lei n. 14.071/20, que permite aos Estados e ao Distrito Federal criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito (BRASIL, 2020). 282 Cabe ao condutor colaborar para um trânsito seguro e respeitar as normas a fim de valorizar não só a sua segurança e a própria vida, mas a segurança e a vida de todos. Figura 2 – Educação para o trânsito Relação homem, via e veículo Você já parou para pensar em como ocorre essa relação entre o homem, a via e o veículo? Alguns valores sociais ficam claros nessa relação, tais como: • O homem é quem comanda as ações no trânsito; • A responsabilidade deve ser assumida pelo homem; • É por meio da ação do homem que a via é transformada; • É o homem quem manobra o veículo. 283 O comportamento humano e os conflitos entre as pessoas interferem no trânsito. Atitudes de desordem em um veículo comprometem a segurança de todos. Sabendo disso, é importante refletir sobre as relações do ser humano com os temas referentes ao trânsito. Comunicação no trânsito Comunicação é a forma como as pessoas se relacionam entre si, dividindo e trocando experiências, ideias, sentimentos e informações. Sem ela, cada um viveria em um mundo isolado. Comunicar é transmitir ou compartilhar uma informação. As mensagens podem ser representadas por palavras, gestos, olhares, movimentos do corpo e sinais, e o ser humano também faz uso desses recursos para atender às suas necessidades de deslocamento com segurança. Nesse sentido, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) colabora de forma fundamental apresentando diferentes formas de comunicação para orientar o trânsito. Essas orientações contidas no CTB são fundamentais para o processo de comunicação no trânsito, mas a eficácia desse processo depende dos valores pessoais, aqueles que as pessoas trazem desde a infância, desde os primeiros anos escolares, mas também aprendem ao longo da vida com as experiências, exemplos e orientações. Por isso, é importante o condutor entender que os seus valores podem ser diferentes dos valores dos demais condutores. Dessa forma, todos podem se tornar mais tolerantes, tentando resolver as situações por meio de um processo de comunicação eficiente, que priorize o respeito ao outro. 284 De acordo com o CTB (BRASIL, 1997), o espaço público pertence a todos. Assim, todos têm direitos e deveres no trânsito que precisam ser cada vez mais respeitados. Essa constatação reforça a importância e a necessidade de se iniciar a educação voltada ao trânsito desde a idade escolar, pois somente por meio da educação a sociedade poderá contar com cidadãos: pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores cada vez mais conscientes e preparados. Como já visto anteriormente, no trânsito, quanto maior e mais potente for o veículo, maior é a responsabilidade do condutor, assim como os condutores de veículos motorizados são responsáveis pelos não motorizados, e todos esses são responsáveis pelos pedestres. A dificuldade de locomoção no trânsito e a falta de comunicação podem gerar conflitos. Os condutores, às vezes, podem não fazer questão de entender o que os demais estão tentando comunicar e podem não ser claros em relação ao que desejam fazer. Isso acarreta atitudes impulsivas e em infrações graves e gravíssimas no trânsito, por exemplo: Estacionar em local proibido Avançar o sinal vermelho Dirigir acima do limite permitido pela via A desarmonia e a falta de comunicação podem, muitas vezes, causar acidentes graves, motivados principalmente por problemas de relacionamento social no trânsito. 285 Relacionamento social no trânsito Para favorecer o convívio com outras pessoas, principalmente no trânsito, é necessário que o condutor respeite os direitos e os deveres de cada ser humano. A boa conduta envolve valores morais, éticos e sociais, entre outros, que influenciam o comportamento das pessoas. Comportamento solidário no trânsito O respeito ao próximo vem muito antes das leis de trânsito. Acompanhe algumas ações valiosas que podem colaborar paraXXVI - Ministro de Estado da Economia; e XXVII - Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. § 4º Os Ministros de Estado deverão indicar suplente, que será servidor de nível hierárquico igual ou superior ao nível 6 do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS ou, no caso do Ministério da Defesa, alternativamente, Oficial-General. § 5º Compete ao dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União atuar como Secretário-Executivo do Contran. § 6º O “quórum de votação e de aprovação no Contran é o de maioria absoluta.” 19 Além das atribuições dos órgãos normativos e executivos no Sistema Nacional de Trânsito, temos as Câmaras Temáticas, que são órgãos técnicos vinculados ao Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, as quais têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões do Conselho nos termos do art. 13 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Atualmente, há seis Câmaras: I. Assuntos Veiculares; II. Educação para o Trânsito e Cidadania; III. Engenharia de Tráfego, da Sinalização e da Via; IV. Esforço Legal: infrações, penalidades, crimes de trânsito, policiamento e fiscalização de trânsito; V. Formação e Habilitação de Condutores; VI. Saúde e Meio Ambiente no Trânsito. Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos e entidades executivos da União, dos estados e do Distrito Federal e dos municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas representantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados segundo regimento específico definido pelo Contran e designados pelo ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito. A coordenação das Câmaras Temáticas será exercida por representantes do órgão máximo executivo de trânsito da União ou dos Ministérios representados no Contran, conforme definido no ato de criação de cada Câmara Temática. Para conhecer as competências dos órgãos do SNT, acesse o CTB, Lei n. 9.503/19972, atualizado pela Lei n. 14.071/2020, e leia os seguintes artigos: 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14071.htm 20 • Art. 12: Competências do Contran; • Art. 13: Objetivos das Câmaras Temáticas e órgãos técnicos vinculados ao Contran; • Art. 14: Competências dos Cetran e Contrandife; • Art. 17: Competências das Jari; • Art. 19: Competências do órgão máximo executivo da União; • Art. 20: Competências da Polícia Rodoviária Federal e suas jurisdições; • Art. 21: Competências dos órgãos e entidades executivos rodoviários da União; • Art. 22: Competências dos órgãos e entidades executivos de trânsito da União; • Art. 23: Competências das Polícias Militares dos Estados e Distrito Federal; • Art. 24: Competências dos órgãos e entidades executivos de trânsito dos municípios em sua jurisdição; • Art. 25: Distribuição de atividades pelos órgãos e entidades executivos do SNT. Nesta Unidade de Estudos, discorremos sobre os elementos do trânsito, fizemos uma breve explicação sobre o histórico da legislação no Brasil e apresentamos os órgãos responsáveis pelo trânsito. Até a próxima unidade! Referências BRASIL. Decreto n. 8.324, de 27 de outubro de 1910. Aprova o regulamento para o serviço subvencionado de transportes por automóveis. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, 23 nov. 1910. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. _____. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, 24 set. 1997. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. 21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm _____. Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, 14 out. 2020. Altera a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de validade das habilitações; e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. BRASIL. Ministério das Cidades. CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução Contran n. 357, de 2 de agosto de 2010. Estabelece diretrizes para elaboração do Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 ago. 2010. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2021. BRASIL. Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito, Conselho Nacional de Trânsito. Departamento Nacional de Trânsito. 100 anos de Legislação de Trânsito no Brasil: 1910 – 2010. Brasília: Ministério das Cidades, 2010. Disponível em: Acesso em: 6 mar. 2021. ITT – INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO (Coord.). Capacitação de Recursos Humanos. Curitiba: ITT, 2001. Apostila do Curso de Formação de Instrutor de Trânsito. Módulo IV. Parte A. Legislação de Trânsito. Curso a distância. Versão 10.10.01 22 Núcleo Temático 1: Atualização em legislação de trânsito Unidade de Estudos 2: Penalidades e crimes de trânsito Objetivo: Conhecer as infrações e os crimes que ocorrem no trânsito e as respectivas penalidades para quem comete esses atos. Tópicos desta Unidade • Infrações • Penalidades • Medidas administrativas  Retenção e remoção do veículo  Advertência por escrito  Multas  Pontuação  Suspensão do direito de dirigir  Crimes de trânsito  Processos administrativos Olá! Continuando nossos estudos sobre atualização em legislação de trânsito, nesta unidade abordaremos as penalidades, as medidas administrativas, os crimes de trânsito e o processo administrativo para esses casos, de acordo com as determinações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para iniciar, vamos relembrar o conceito de infração de trânsito. Infrações De acordo com o art. 161 do CTB, a Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997), infração de trânsito é: “a inobservância a qualquer preceito da legislação deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do Contran, sendo o infrator sujeito às 23 penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.” Brasil, 1997. Portanto, é importante conhecer a legislação, acompanhar regularmente atualizações e ficar atento à sinalização e ao trânsito de modo geral. Todo o condutor que não cumprir as normas definidas pela legislação estará cometendo uma infração de trânsito. Você sabe qual é o órgão que regulamenta as infrações e as penalidades a elas atribuídas? É o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que cria mecanismos para a regulamentação das infrações e as respectivas penalidades. Acesse1 um quadro de multas de trânsito com as principais infrações de acordo com cada gravidade. Para comprovar uma infração, as autoridades de trânsito ou os agentes podem utilizar aparelhos eletrônicos ou audiovisuais, aparelhos que produzem reações químicas e outros meios tecnológicos disponíveis. Além disso, a palavra do agente da autoridade de trânsito apresenta o princípio de presunção de veracidade, pois tudo o que ele observar no trânsito e constatar como uma infração não precisará de uma comprovação. Penalidades Você sabe o que é uma penalidade? Penalidade é um sistema ao qual se recorre para punir o condutor ou o proprietário do veículo que desobedeçaà legislação de trânsito. Há 1 https://plataforma-jornada.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/aulas/NT_507/UE_2192/assets/img/NT1_UE2_Tabelas_Infracoes_e_Penalidades.pdf 24 diversos tipos de penalidades, os quais variam de acordo com a infração e somente as autoridades de trânsito podem aplicá-los. Tendo ocorrido uma infração de trânsito, o condutor ou proprietário do veículo poderá interpor recurso na Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, abrindo processo administrativo dentro do prazo legal. Após análise do recurso, conforme o caso, serão impostas as penalidades decorrentes da infração cometida. Na sequência da nossa unidade de estudo, falaremos sobre elas de forma individual. Então, vamos começar? O art. 256 do CTB (BRASIL, 1997) estabelece diversas formas de penalidades que as autoridades de trânsito podem aplicar aos condutores infratores, aos proprietários de veículos e também ao embarcador e ao transportador: Advertência por escrito Penalidade aplicada pela autoridade de trânsito que substitui uma punição de multa por uma advertência por escrito – isso faz com que a multa para aquela infração deixe de existir. Poderá ser aplicada às infrações de natureza leve ou média, caso o infrator não tenha cometido outra infração da mesma natureza nos últimos 12 meses. Multa Penalidade pecuniária aplicada na maioria das infrações. É geralmente acompanhada de registro de pontos na CNH do condutor (Leve – 3 pontos. Média – 4 pontos. Grave – 5 pontos. Gravíssima – 7 pontos). É o resultado do processo administrativo cujo valor pecuniário já consta no artigo de enquadramento da irregularidade cometida, juntamente com a formalização dos pontos ao prontuário do infrator, que será computado e ficará mantido por 12 meses para somatória. Mas após esse período, permanecerá por 5 anos no prontuário não vigente para avaliação de recursos e crimes. Suspensão do direito de dirigir 25 O condutor estará suspenso do direito de dirigir quando, no período de 12 meses, atingir 20, 30 ou 40 pontos em seu prontuário, ou quando o condutor cometer uma infração de suspensão direta, por exemplo: dirigir embriagado. O período de suspensão dependerá da infração cometida; quando suspenso, o condutor deverá entregar sua CNH e realizar o Curso de Reciclagem, cumprindo toda sua penalidade. Após o curso e o período de suspensão, o documento poderá ser retirado no Detran do estado. Essas informações constam no art. 261 do CTB: “Art. 261.................................................................................................... I - sempre que, conforme a pontuação prevista no art. 259 deste Código, o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a seguinte contagem de pontos: a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações gravíssimas na pontuação; b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima na pontuação; c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação; .......................................................................................................................... § 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina a quantidade de pontos computados, prevista no inciso I do caput ou no § 5º deste artigo, para fins de contagem subsequente. ........................................................................................................................... § 5º No caso do condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, a penalidade de suspensão do direito de dirigir de que trata o caput deste artigo será imposta quando o infrator atingir o limite de pontos previsto na alínea c do inciso I do caput deste artigo, independentemente da natureza das infrações cometidas, facultado a ele participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 12 (doze) meses, atingir 30 (trinta) pontos, conforme regulamentação do Contran. ......................................................................................................................... § 10. O processo de suspensão do direito de dirigir a que se refere o inciso II do caput deste artigo deverá ser instaurado concomitantemente ao processo de aplicação da penalidade de multa, e ambos serão de competência do órgão ou entidade responsável pela aplicação da multa, na forma definida pelo Contran. ..................................................................................................................” (NR) Brasil, 1997. 26 Cassação do documento de habilitação Cancelamento total do documento de habilitação. Ocorre quando o condutor, estando suspenso do direito de dirigir, comete nova infração ou crime de trânsito. Essa penalidade prevê a perda definitiva do documento CNH por 2 (dois) anos, podendo o infrator reiniciar o processo de habilitação somente após esse período. O mesmo artigo prevê a perda da permissão para dirigir (PPD). O permissionário que cometer, no período de 12 meses, qualquer infração de natureza grave, gravíssima ou reincidência em média perderá seu direito à renovação, podendo reiniciar seu novo processo de habilitação já na sequência da extinção da anterior. Artigos que enquadram a cassação da CNH: quando o condutor for flagrado dirigindo e estiver com esse direito suspenso; o infrator conduzir qualquer outro veículo; reincidência às mesmas infrações gravíssimas previstas nos artigos 163, 164, 165, 173, 174 e 1752 e no inciso II do art. 162 do CTB, no prazo de 12 meses; condenado judicialmente por delito de trânsito observado no art. 160: Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada na sentença. § 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor. § 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames realizados. Brasil, 1997. 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm 27 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm Cassação da permissão para dirigir O condutor terá a permissão cassada se cometer uma infração grave ou gravíssima. Curso de reciclagem É obrigatório para o condutor envolvido em acidente grave e condenado por delito de trânsito, ou quando o infrator recebe a penalidade de suspensão do direito de dirigir. Sempre que o condutor for suspenso do direito de dirigir, terá obrigatoriamente que realizar o curso de reciclagem. Essas informações constam no art. 268 e na Resolução n. 168 do Contran. Se você estiver com o direito de dirigir suspenso e for pego dirigindo, a sua CNH será cassada e somente após dois anos da cassação poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo CONTRAN. É importante lembrar-se de que o agente de trânsito autua o infrator, contudo isso ainda não é a multa. Somente após a tramitação dessa verificação pelo agente da autoridade e após ter passado por todos os períodos de recurso é que as penas serão aplicadas; a imposição da multa é a última etapa desse processo. Medidas administrativas Segundo o art. 269 do CTB (BRASIL, 1997), dependendo da infração, poderão ser aplicadas as seguintes medidas administrativas: Retenção do veículo Consiste na manutenção do veículo no local em que se encontra (conforme art. 270) ou em um pátiodesignado para retenção, com a finalidade de que a irregularidade constatada seja sanada pelo condutor do veículo. Caso não seja possível saná-la, o veículo deve ser liberado mediante o recolhimento do 28 Certificado de Licenciamento Anual após a regularização da situação por parte do condutor em um prazo razoável. Algumas infrações pedem a retenção do veículo no momento em que é constatada a irregularidade pelo agente da autoridade. Saiba mais quais são essas infrações: Algumas infrações pedem a retenção do veículo no momento em que é constada a irregularidade pelo agente da autoridade. A retenção ocorrerá quando:  o veículo portar placas de identificação em desacordo com o estabelecido pelo Contran;  o veículo estiver com cor ou qualquer outra característica alterada, com falta de equipamento obrigatório ou acessório proibido; com vidros total ou parcialmente cobertos por película refletiva (não autorizadas); em mau estado de conservação e segurança ou reprovado em teste de inspeção veicular;  o veículo estiver derramando carga, combustível ou lubrificante;  o condutor estiver sem os documentos de porte obrigatório, dentre outros;  o condutor promover ou participar de competição ou manobra perigosa na via sem autorização;  o condutor pilotar motocicleta sem capacete, com passageiro sem capacete ou com criança menor de 10 anos;  o condutor, no caso de acidente com vítima, deixar de prestar socorro, de providenciar tarefas para evitar perigo ao trânsito local e de preservar o local para a perícia. Remoção do veículo Ocorre quando o veículo está estacionado de forma irregular e sem a presença do condutor (por exemplo, estacionar o veículo na calçada). Sempre que houver prejuízo à circulação, o veículo em questão será removido para a 29 regularização. Saiba mais sobre as infrações que trazem a remoção do veículo como medida: O art. 181 estabelece quais dessas infrações trazem como medida a remoção do veículo, são elas:  quando o veículo estiver estacionado nas esquinas a menos de 5 metros do alinhamento da pista transversal; afastado mais de meio metro da guia da calçada; junto a hidrantes ou registros de água sinalizados; nos viadutos, pontes e túneis, salvo quando houver autorização na entrada e/ou saída dos veículos; nos lugares de passeios e em faixas destinadas a pedestres e nos pontos de embarque e desembarque de coletivos;  quando o veículo estiver imobilizado na via por falta de combustível;  quando a infração cometida demandar a apreensão do veículo. Recolhimento da permissão para dirigir ou da CNH, do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) Ocorre mediante recibo, além dos casos previstos no CTB, quando houver suspeita de sua autenticidade ou adulteração. Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual (CLA) Será realizado mediante recibo, além dos casos previstos no CTB. Saiba mais: Lei n.14.071/20. Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo Contran. ............................................................ § 4º As informações referentes às campanhas de chamamento de consumidores para substituição ou reparo de veículos não atendidas no prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua comunicação, deverão constar do Certificado de Licenciamento Anual. § 5º Após a inclusão das informações de que trata o § 4º deste artigo no Certificado de Licenciamento Anual, o veículo somente será licenciado mediante comprovação do atendimento às campanhas de chamamento de consumidores para substituição ou reparo de veículos.” (NR) 30 Transbordo do excesso de carga para outro veículo Medida administrativa que ocorre quando há transferência do excesso de carga de um veículo para outro. Realização do teste de dosagem de alcoolemia Medida administrativa, entendida como perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica. Recolhimento de animais Que se encontram soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação. Realização de exames de aptidão física e mental De legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. Figura 1 – A remoção do veículo é uma medida administrativa 31 Vamos ver algumas condições que afetam a aplicação das penalidades e das medidas administrativas? Analise-as a seguir! Você sabia que nenhuma penalidade pode ser aplicada quando a sinalização na via estiver insuficiente ou incorreta? Essa determinação está prevista no art. 90 do CTB (BRASIL, 1997). Para saber mais, acesse o art. 903. Retenção e remoção do veículo A retenção ocorrerá quando: • O veículo portar placas de identificação em desacordo com o estabelecido pelo Contran; • O veículo estiver com cor ou qualquer outra característica alterada, com falta de equipamento obrigatório ou acessório proibido; com vidros total ou parcialmente cobertos por película refletiva (não autorizadas); em mau estado de conservação e segurança ou reprovado em teste de inspeção veicular; • O veículo estiver derramando carga, combustível ou lubrificante; • O condutor estiver sem os documentos de porte obrigatório, por exemplo: CNH e CRLV. • O condutor promover ou participar de competição ou manobra perigosa na via sem autorização; • O condutor pilotar motocicleta sem capacete, com passageiro sem capacete ou com criança menor de 7 anos; • O condutor, no caso de acidente com vítima, deixar de prestar socorro, de providenciar tarefas para evitar perigo ao trânsito local e de preservar o local para a perícia. Remoção do veículo A remoção do veículo ocorrerá quando: • O veículo estiver estacionado nas esquinas a menos de 5 metros do alinhamento da pista transversal; afastado mais de meio metro da guia 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm 32 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm da calçada; junto a hidrantes ou registros de água sinalizados; em viadutos, pontes e túneis, salvo quando houver autorização na entrada e/ou saída dos veículos; em lugares de passeios, em faixas destinadas a pedestres e em pontos de embarque e desembarque de passageiros de coletivos; • Quando o condutor deixar de efetuar o registro do veículo no prazo de 30 dias junto ao órgão executivo (ocorridas as hipóteses previstas no art. 123 do CTB), a medida administrativa relativa à infração é a de remoção do veículo. • O veículo estiver imobilizado na via por falta de combustível. É importante ressaltar que, de acordo com o art. 271 do CTB, com redação dada pela Lei n. 14.071/2020, não caberá remoção do veículo nos casos em que a irregularidade for sanada pelo condutor ainda no local da infração (BRASIL, 2020). Advertência por escrito A advertência por escrito pode ser imposta em substituição à penalidade de multa para infração de natureza leve ou média se o infrator não tiver cometido nenhuma infração nos últimos 12 meses. Multas Quando o condutor comete uma infração de trânsito, recebe uma multa como penalidade; ela é classificada em quatro categorias de acordo com a gravidade, cada uma com o respectivo valor pecuniário, conforme estabelecido no art. 258 do CTB (BRASIL, 1997). A medida provisória n. 1973-67 extinguiu a UFIR (Unidade Fiscal de Referência) e, em virtude disso, a Resolução n. 136 do Contran atualizou os valores das infrações. 33 O art. 259 do CTB institui a pontuação para a infração, dependendo de sua classificação (BRASIL, 1997). Na tabela a seguir, confira a pontuação de cada multa, de acordo com a legislação atual. Fique sempre atento quantoao valor e as atualizações de valores das multas. Consulte o Detran de sua cidade. Tabela 1 – Classificação das infrações Gravidade Pontuação Leve 3 pontos Média 4 pontos Grave 5 pontos Gravíssima 7 pontos Fonte: BRASIL, 2016. Ao condutor identificado será atribuída pontuação pelas infrações de sua responsabilidade, exceto quando a penalidade for uma medida administrativa, como retenção do veículo, ou quando a infração for punível de forma específica com suspensão do direito de dirigir, nos termos do art. 259 do CTB, atualizado pela Lei n. 14.071/2020 (BRASIL, 2020). E por falar em infrações, você sabe quais foram as normas de trânsito alteradas nos últimos anos? Então, confira as mudanças: A Lei Seca n. 12.760/2012 trouxe novas regras com detalhes de verificação da irregularidade por parte do agente de trânsito e penalidades na confirmação da infração. É importante ter ciência das normas para que possamos respeitá-las conforme o Código de Trânsito determina. A penalidade para a infração de alcoolemia continua sendo gravíssima e valendo sete pontos no prontuário do condutor, gerando 12 meses de suspensão de sua CNH. 34 A combinação de direção + álcool, além de implicar penalidades estabelecidas pelo Código de Trânsito, pode causar diversos riscos aos usuários da via. Ainda em relação à necessidade de compreender e respeitar a Lei Seca, é importante que você saiba que a Lei n. 13.5464, de 19 de dezembro de 2017, modificou a penalidade aplicada, no caso do condutor que dirigir com sua capacidade alterada, em razão da influência do álcool ou substância psicoativa, o que é considerado crime (BRASIL, 2017b). A lei determina que, se deste crime resultar lesão corporal culposa de natureza grave ou gravíssima, após o julgamento, o condutor poderá pegar prisão entre 2 a 5 anos. Outra regra para a qual é preciso estar atento é sobre a ultrapassagem. A Lei n. 12.971/2014 estabelece valores mais pesados para as multas e penalidades mais severas aos infratores (BRASIL, 2014). Mas uma das leis muito comentadas quando surgiu foi a Lei do Farol Baixo, n. 13.290/2016, que estabeleceu o uso obrigatório do farol baixo nas rodovias brasileiras durante o dia, inclusive em trechos de perímetro urbano (BRASIL, 2016a). Quem deixar de cumprir essa norma estará sujeito à multa de peso médio, sendo adicionados 4 pontos ao prontuário do infrator. Fique atento! A Resolução n. 624, que altera o art. 228 do CTB, foi publicada pelo Contran em 2016. Vamos ver sobre o que fala essa regra? Se for possível ouvir o som do carro do lado externo do veículo, independentemente do volume, e isso perturbar o sossego público, o motorista será autuado por infração grave. Além da multa, o motorista também somará cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Conforme a Resolução n. 624 do Contran, o agente de trânsito deverá registrar, no campo de observações do auto de infração, a forma de 4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm 35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm constatação do fato (BRASIL, 2016b). A infração está prevista no art. 228 do Código de Trânsito Brasileiro. A exceção vale para ruídos produzidos por buzinas, alarmes, sinalizadores de marcha à ré, sirenes e outros componentes obrigatórios do próprio veículo. Também não serão multados pelo som excessivo carros de som utilizados para publicidade, entretenimento e comunicação e veículos de competição, desde que estejam autorizados pelo órgão de trânsito. Quer conferir na íntegra todas essas redações? • Lei n. 12.7605, de 20 de dezembro de 2012. • Lei n. 12.9716, de 9 de maio de 2014. • Lei n. 13.2907, de 23 de maio de 2016. • Resolução n. 6248, de 19 de outubro de 2016. • Lei n. 14.0719, de 13 de outubro de 2020. Acompanhe o Quadro a seguir e observe o processo de mudanças nas normas de trânsito com a Lei n. 13.281/2016 e com a Lei n. 14.071/2020. 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12760.htm#:~:text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.503,eu%20sanciono%20a% 20seguinte%20Lei%3A&text=270%20da%20Lei%20n%C2%BA%209.503,do%20C%C3%B3digo%20d e%20Tr%C3%A2nsito%20Brasileiro. 6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2014/lei/l12971.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2012.971%2C%20DE%209%20DE%20MAIO %20DE%202014.&text=Altera%20os%20arts.,administrativas%20e%20crimes%20de%20tr%C3%A2nsi to. 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2016/Lei/L13290.htm#:~:text=Torna%20obrigat%C3%B3rio%20o%20uso%2C%20nas,Art. 8 https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=330053#:~:text=Resolve%3A,vias%20terrestres%20abertas %20%C3%A0%20circula%C3%A7%C3%A3o. 9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14071.htm 36 http://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_13/UE_54/Link001lei12760.html http://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_396/UE_1757/Link002lei12971.html http://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_396/UE_1757/linknt2ue2.html http://www.plataformajornada.com.br/aulas/aulasTemp/NT_396/UE_1757/Link004res624.html http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12760.htm#:%7E:text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.503,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=270%20da%20Lei%20n%C2%BA%209.503,do%20C%C3%B3digo%20de%20Tr%C3%A2nsito%20Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12760.htm#:%7E:text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.503,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=270%20da%20Lei%20n%C2%BA%209.503,do%20C%C3%B3digo%20de%20Tr%C3%A2nsito%20Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12760.htm#:%7E:text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.503,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=270%20da%20Lei%20n%C2%BA%209.503,do%20C%C3%B3digo%20de%20Tr%C3%A2nsito%20Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12760.htm#:%7E:text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.503,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=270%20da%20Lei%20n%C2%BA%209.503,do%20C%C3%B3digo%20de%20Tr%C3%A2nsito%20Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12971.htm#:%7E:text=LEI%20N%C2%BA%2012.971%2C%20DE%209%20DE%20MAIO%20DE%202014.&text=Altera%20os%20arts.,administrativas%20e%20crimes%20de%20tr%C3%A2nsito http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12971.htm#:%7E:text=LEI%20N%C2%BA%2012.971%2C%20DE%209%20DE%20MAIO%20DE%202014.&text=Altera%20os%20arts.,administrativas%20e%20crimes%20de%20tr%C3%A2nsito http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12971.htm#:%7E:text=LEI%20N%C2%BA%2012.971%2C%20DE%209%20DE%20MAIO%20DE%202014.&text=Altera%20os%20arts.,administrativas%20e%20crimes%20de%20tr%C3%A2nsito http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12971.htm#:%7E:text=LEI%20N%C2%BA%2012.971%2C%20DE%209%20DE%20MAIO%20DE%202014.&text=Altera%20os%20arts.,administrativas%20e%20crimes%20de%20tr%C3%A2nsito http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13290.htm#:%7E:text=Torna%20obrigat%C3%B3rio%20o%20uso%2C%20nas,Art http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13290.htm#:%7E:text=Torna%20obrigat%C3%B3rio%20o%20uso%2C%20nas,Art https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=330053#:%7E:text=Resolve%3A,vias%20terrestres%20abertas%20%C3%A0%20circula%C3%A7%C3%A3o https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=330053#:%7E:text=Resolve%3A,vias%20terrestres%20abertas%20%C3%A0%20circula%C3%A7%C3%A3o http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14071.htm Quadro 2 – Mudanças nas normas de trânsito Suspensão Antes Depois da Lei n. 13.281/2016 Depois da Lei n. 14.071/20 De 1 a 3 meses para somatória de pontos. De 6 a 12 meses para somatória de pontos em caso de reincidência, de 8 meses