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Modificações pós-traducionais das proteínas e a sua importância Prof. Dr. Maximiliano Zierer Modificações pós-traducionais Modificações pós-traducionais (MPTs) são eventos de processamento covalente que mudam as propriedades das proteínas por clivagem proteolítica ou por adição de um grupo químico a um ou mais aminoácidos. Podem alterar o tamanho, composição, função e/ou localização das proteínas Estas modificações podem determinar a atividade, a localização, e interações com outras proteínas. Na sinalização, por exemplo, cascatas de quinases são ativadas e/ou desativadas pela adição e/ou remoção reversíveis de grupos fosfatos. Fosforilação ATP+ proteina fosfoproteína + ADP Quinases e fosfatases Regulador de atividades enzimáticas Indução de forças na cadeia proteica Eucariotos: serina, treonina, tirosina Complexo de Golgi A fosforilação é a mais importante e bem estudada modificação pós-traducional. Exerce papel crucial em inúmeros processos celulares: muitos receptores e enzimas são “ligados” ou “desligados” pela fosforilação e desfosforilação. O controle da atividade enzimática pela fosforilação é responsável por diversas vias de transdução de sinal, pelo controle do ciclo celular e muitos outros eventos celulares cruciais. Glicosilação Adição de monômeros de açúcar Complexo do Golgi Formação de glicoproteínas Renovação das hemácias do sangue Formação de proteínas de membrana Enovelamento da proteína Papel central na adesão célula- célula Obs: Distúrbio Congênito de Glicosilação (CDG) N-glicosilação x O-glicosilação Tipo de glicosilação N O Local de início Retículo endoplasmático (co-traducional) Complexo de Golgi (pós-traducional) Oligossacarídeos Oligossacarídeos grandes, com mais de 4 resíduos Oligossacarídeos pequenos Local de finalização Golgi(TGN) Golgi(TGN) Aminoácido a que é adicionado o primeiro açúcar Asparagina (no nitrogênio, daí o nome) Serina ou treonina (no oxigênio, daí o nome) Último açúcar da cadeia Ácido siálico Ácido siálico Acetilação X Desacetilação de Histonas: Principais proteínas que compõem o nucleossomo Controle da expressão gênica Acetilação de histonas: Associada à transcrição (eucromatina) Metilação das histonas: Associada à repressão transcricional (heterocromatina). x Genes ativos: DNA desmetilado Histonas acetiladas Genes inativos: DNA metilado e histonas desacetiladas DNA metilado e histonas metiladas Zimogênios Zimogênios ou pró-enzimas são precursores inativos de proteínas que precisam ser clivados em um ponto específico para dar origem a proteínas funcionais. Sofrem clivagem proteolítica Presentes, principalmente na digestão (pepsina, tripsina e quimotripsina) e na coagulação sanguínea. Também em hormônios, como a insulina, o glucagon e a gastrina. Formação de pontes dissulfeto Grupo sulfidrila das cisteínas Dificilmente ocorrem na superfície Alteração da estrutura tridimensional da proteína Em células eucarióticas, as pontes dissulfeto são formadas no lúmen do RER (retículo endoplasmático rugoso), porque esse ambiente, ao contrário do citossol, é um meio oxidativo. Metilação É a substituição de um H por um grupo metil (-CH3). A metilação ocorre em resíduos de Arg e Lys. Metilação em proteínas histonas Importância: - Regulação da expressão gênica - Metabolismo do RNA Hidroxilação É um processo químico que induz um grupo hidroxila (-OH) na proteína. O principal resíduo a ser hidroxilado em uma proteína é a prolina, que se transforma em hidroxiprolina. A ausência de hidroxiprolina no colágeno causa escorbuto. Sulfatação É a adição de um grupo sulfato (-SO4) que uma vez adicionado não será mais removido. Ocorre em resíduos de tirosina como no fibrinogênio e na gastrina (hormônio). Complexo de Golgi Ex: proteoglicanos da membrana plasmática e matriz extracelular Isoprenilação Adição de grupos isoprenil (hidrofóbicos) Uma ligação tioéster é formada entre o grupo isoprenil e um resíduo de Cys da proteína O grupo isoprenil ajuda a ancorar a proteína em uma membrana É uma modificação importante para mediar as interações proteína-proteína e proteína-membrana.[3] Essa via de modificação pós-traducional tem gerado interesse para uso na quimioterapia do câncer (inibição da isoprenilação em Ras) Ubiquitinação Exclusivo de células Eucarióticas O mecanismo mais comum de destruição de proteínas em eucariotos é a ubiquitinação. Proteína Ubiquitina Envolve enzimas E1, E2 e E3 Complexo proteossômico (19S + 20S) O proteossoma 26S é um complexo de proteínas capaz de degradar praticamente qualquer proteína em oligopeptídeos de sete a nove aminoácidos, com consumo de ATP Proteossomo Em algumas doenças, como na doença de Parkinson, este sistema de degradação está com problemas, e proteínas depositam-se nas células. Estas bolas amarronzadas dentro dos neurônios são os corpúsculos de Lewy, formados por várias proteínas, entre elas alfa-sinucleína, que foi mal formada e não é degradada. A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo. image1.png image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.png image6.jpeg image7.png image8.png image9.jpeg image10.png image11.png image12.gif image13.jpeg