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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
DEPARTAMENTO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
DISCIPLINA DE DIDÁTICA PARA NUTRIÇÃO
Sinais de Alerta para Transtornos 
Alimentares
Antonio Leonardo Silva de Amorim, Mariana Medeiros Santos, Sayuri Kessy Teixeira Souza
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Transtornos alimentares
"São caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no 
comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada 
de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento 
psicossocial." (American Psychiatric Association, 2023)
Sofrimento e dor
Comportamentos alimentares anormais
Prejuízos significativos para a qualidade de vida
Preocupação excessiva com o peso e imagem corporal
Excesso e restrição alimentar extrema
(Patel; Preedy, 2023)
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Fonte: Nardi; Silva; Quevedo, 2022.
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Como surgem?
1 Predisposição 
genética
Embora não exista um gene 
específico para a anorexia, 
certos genes podem aumentar 
impulsividade, dificuldade em 
regular emoções e alterações 
nos mecanismos de fome e 
saciedade.
2 Infância
A formação da identidade é 
influenciada pelo ambiente 
familiar, escolar e virtual. O 
controle dos pais é essencial, já 
que a exposição desregulada a 
redes sociais pode favorecer 
transtornos alimentares.
3 Adolescência
A maior autonomia nessa fase 
nem sempre é acompanhada de 
maturidade para decisões. As 
mudanças corporais e 
cobranças sociais aumentam a 
vulnerabilidade a transtornos.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Principais transtornos alimentares
Anorexia Nervosa
Caracterizado por uma restrição 
extrema da ingestão alimentar e 
uma preocupação obsessiva com o 
peso e a forma do corpo.
Bulimia Nervosa
Envolve episódios de compulsão 
alimentar, seguidos por 
comportamentos purgativos para 
evitar o ganho de peso, como 
vômitos induzidos, uso excessivo 
de laxantes ou exercícios físicos 
em excesso.
Transtorno de 
Compulsão 
Alimentar Periódica
Similar à bulimia, mas sem os 
comportamentos purgativos. As 
pessoas com esse transtorno 
apresentam episódios recorrentes 
de comer grandes quantidades de 
comida de forma descontrolada.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Epidemiologia
A anorexia nervosa é responsável por 10.200 mortes/ano (20% das mortes na são por suicídio), 26% dos individuos tentam 
suicídio. (Arcelus et al., 2011; Streatfeild et al., 2021)
Anorexia nervosa: entre 0,9 a 1,42% em mulheres e 0,12 a 0,3% em homens.
Bulimia nervosa: entre 0,46 a 1,5% em mulheres e 0,05 a 0,08% em homens.
Transtorno de compulsão alimentar periódica: entre 1,25 a 3,5% em mulheres e 0,42 a 2,0% em homens.
No Brasil, pesquisas indicam que 15% a 20% das adolescentes podem sofrer com transtornos alimentares em algum 
momento da vida, e essas taxas são mais altas entre mulheres jovens.
(American Psychiatric Association, 2023)
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Revisão com 63.181 participantes (crianças e adolescentes) de 16 países, onde 22% apresentaram 
transtornos alimentares.
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Revisão que reuniu dados de 27 países (70.957 atletas em 177 estudos) e identificou que um em 
cada cinco atletas podem ter transtornos alimentares.
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Fatores de Risco
Mulheres: Maior vulnerabilidade devido a padrões estéticos e pressões sociais.
Jovens e Adolescentes: Influência de redes sociais, instabilidade emocional, e busca por aceitação.
Base Familiar: Relações conflituosas ou ambientes que reforçam comportamentos de risco.
Patologias: Transtornos mentais, como ansiedade e depressão, podem contribuir para o desenvolvimento de 
transtornos alimentares.
Obesidade: Pode levar à busca por métodos rápidos e inadequados para perder peso, aumentando o risco de 
desenvolver transtornos alimentares.
Profissões Relacionadas à Imagem: Modelos, dançarinos e outras ocupações com exigências corporais.
Atletas: Controle rigoroso do corpo para atender exigências competitivas.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Sinais de Alerta Físicos
Baixo Peso
Perda significativa de 
peso, abaixo do esperado 
para a idade e altura.
Lanugo
Aumento de pelos finos 
que podem cobrir o corpo, 
principalmente no rosto e 
costas.
Signo de Russel
Lesões nas mãos, 
causadas pelo ato 
repetitivo de induzir 
vômito.
Erosão 
Dentária
Desgaste dos dentes, 
devido ao ácido estomacal 
do vômito.
Outros sintomas incluem Irregularidade menstrual (amenorreia), desmaios, carotenemia, pele 
ressecada, queda de cabelo, unhas quebradiças, olheiras.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Anamnese
Histórico Detalhado
Coleta de informações sobre o 
histórico do paciente, como 
experiências prévias com 
profissionais da saúde e 
tratamentos anteriores. Buscar 
dados sociogênicos e motivações.
Linguagem Corporal 
e Expressão Facial
Observar a linguagem corporal do 
paciente, como postura, gestos e 
expressão facial. É crucial atentar 
para a coerência entre o que o 
paciente fala e sua expressão 
corporal.
Escuta Atenciosa
Prestar atenção ao que o paciente 
está falando, demonstrando 
interesse genuíno e empatia 
durante a consulta. É fundamental 
observar o comportamento verbal, 
a maneira como o paciente se 
expressa.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024; Patel; Preedy, 2023)
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Obtenção de Histórico para 
Identificação de Transtornos 
Alimentares
1Sociogênese
Investigação do contexto familiar, social e 
cultural, identificando possíveis influências sobre 
o desenvolvimento do transtorno alimentar. 2 Experiência Prévia
Levantamento de abordagens anteriores, adesão 
ao tratamento e resultados alcançados.
3Desconforto 
Gastrointestinal
Identificação de sintomas relacionados, como 
náuseas, constipação, diarreia ou saciedade 
precoce, que podem estar associados a padrões 
alimentares alterados.
4 Uso de Fármacos
Avaliação de medicamentos em uso, como 
laxantes, diuréticos, anorexígenos ou outros, que 
podem indicar comportamentos compensatórios.
5Deficiências e 
Suplementações
Identificação de carências nutricionais (ferro, 
cálcio, vitaminas) e uso de suplementos, 
frequentemente relacionados a dietas restritivas 
ou práticas alimentares inadequadas.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Identificando comportamentos em 
pacientes com TAs
Consumo Excessivo:
Consumo de álcool: Pode levar à omissão de refeições.
Uso e abuso de estimulantes: Frequentemente utilizados intencionalmente para suprimir o apetite ou mascarar a 
fadiga.
Alimentos industrializados: Porções pré-definidas e presença de tabela nutricional geram uma preferência por esses 
produtos.
Calorias e açúcares: Na Bulimia Nervosa (BN), os alimentos escolhidos geralmente são menos nutritivos e mais 
calóricos. Já na Anorexia Nervosa (AN), tendem a ser de baixa densidade calórica ou na forma líquida.
Condimentos: O uso excessivo pode ser intencional, com o objetivo de tornar os alimentos menos palatáveis.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Identificando comportamentos em 
pacientes com TAs
Consumo Insuficiente:
Alimentos em geral: Restrição severa e resistência à reintrodução alimentar.
Líquidos/água: Consumo limitado com o objetivo de "evitar retenção".
Macronutrientes: Especialmente lipídios, frequentemente evitados devido à alta densidade calórica.
Porções normais de alimentos: Percebidas como excessivas, sendo muitas vezes reduzidas de forma exagerada.
Desconforto gastrointestinal (TGI): Saciedade precoce e desconforto após o retorno à alimentação contribuem para a 
restrição alimentar.
Comportamento de “mastigar e cuspir”: Prática usada para evitar a absorçãode calorias, comum entre atletas de 
categorias de peso e indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Identificando comportamentos em 
pacientes com TAs
Comportamentos Disfuncionais:
Preocupação excessiva com a nutrição: Comportamentos obsessivos em relação à alimentação são frequentemente 
vistos como virtudes.
Postura defensiva: Resistência, hostilidade e comportamento defensivo, mesmo em pacientes que procuram ajuda de 
forma voluntária.
Afastamento do profissional: Medo de fracassar ou desapontar o profissional pode levar ao abandono do 
acompanhamento.
Transtornos de personalidade: Possível presença de transtornos de personalidade que dificultam ou interrompem o 
tratamento.
Sofrimento emocional durante as refeições: Refeições são acompanhadas por sofrimento, frustração e níveis 
elevados de ansiedade.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Exames Laboratoriais para 
Diagnostico de TAs
Amilase salivar:
Aumentada em pacientes que 
provocam vômitos.
Função renal e 
eletrólitos:
Importante para verificar 
desequilíbrios, comuns com 
laxantes e diuréticos.
Função tireoidiana:
Avaliação de distúrbios como 
hipotireoidismo, frequentes em 
transtornos alimentares.
Anemia:
Análise de ferro, ferritina, Hb e B12 para identificar 
deficiências nutricionais.
Função hepática:
Transaminases elevadas podem indicar abuso de 
álcool.
(Herpertz; Zwaan; Zipfel, 2024)
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Psicometria
Seu objetivo é medir traços, habilidades e comportamentos humanos de forma objetiva e precisa, usando métodos 
estatísticos para assegurar a confiabilidade e validade das avaliações.
Eating Disorder Examination (EDE) – é administrado como uma entrevista face a face, o que permite ao entrevistador 
explorar profundamente os padrões de comportamento alimentar do entrevistado, suas atitudes em relação à comida, 
peso e forma corporal;
Eating Attitudes Test (EAT) – avaliar atitudes e comportamentos relacionados a transtornos alimentares;
Eating Disorder Inventory (EDI-3) – avaliar a presença/gravidade de comportamentos e atitudes psicológicas 
associados a transtornos alimentares;
(Patel; Preedy, 2023)
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Tratamento
"O tratamento deve se basear em uma avaliação criteriosa dos aspectos psiquiátricos e clínicos envolvidos em cada caso. A 
abordagem multiprofissional é imprescindível para o sucesso terapêutico." (Nardi; Silva; Quevedo, 2022)
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Referências
ARCELUS, Jon; MITCHELL, Alex J.; WALES, Jackie; et al. Mortality Rates in Patients With Anorexia Nervosa and Other Eating 
Disorders: A Meta-analysis of 36 Studies. Archives of General Psychiatry, v. 68, n. 7, p. 724, 2011.
ASSOCIATION, American Psychiatric. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. 5. ed. Porto 
Alegre, RS: Artmed, 2022.
HERPERTZ, Stephan; ZWAAN, Martina de; ZIPFEL, Stephan (Orgs.). Handbook of eating disorders and obesity. Berlin: 
Springer, 2024.
NARDI, Antonio Egidio. Tratado de psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria. Porto Alegre, RS: Artmed, 2021.
PATEL, Vinood B.; PREEDY, Victor R. Eating Disorders. 1st ed. Cham: Springer, 2023.
STREATFEILD, Jared; HICKSON, Josiah; AUSTIN, S. Bryn; et al. Social and economic cost of eating disorders in the United 
States: Evidence to inform policy action. International Journal of Eating Disorders, v. 54, n. 5, p. 851–868, 2021.
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