Prévia do material em texto
CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Então, meus amigos e minhas amigas, o nosso grande propósito agora é transformar tudo o que você sabe e elevar essas informações para que você seja um profissional de referência. Nós vamos passar todas as informações que nós temos e ensinaremos de forma didática. Eu quero formar excelentes enfermeiros e técnicos de enfermagem, seguros, que chegam no plantão e as pessoas se sentem aliviadas. O conteúdo que tem aqui é único e vai transformar você em uma pessoa muito segura e referência para os seus colegas e seus chefes. INTRODUÇÃO CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 1 Medicações parenterais e suas particularidades, diluições e cuidados CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Medicações parenterais (analgésicos, AINES, broncodilatadores): Agora nós vamos falar sobre grande parte das medicações que usamos no dia a dia porque é importante que vocês saibam algumas informações interessantes sobre essas drogas, como os cuidados na hora da infusão. Começando com a Dexametasona, que é um corticóide e pode ser feito IV ou IM. Lembrar que ela precisa ser diluída em pelo menos 50ml de soro para ser feita IV e a infusão deve ser em 20 a 40 minutos, pois ela causa alguns efeitos adversos, como o prurido, quando infundida de forma rápida. Outro ponto importante é saber a posologia, a ampola pode ter 2,5 mlcom 4mg/ml, o que totaliza 10mg por ampola, ou pode ter 1ml com 2mg/ml. É uma droga que tem uma ação anti-inflamatória, mas demora em torno de 1 hora para gerar esse efeito, o efeito imediato é de antiemêse. Agora abordaremos a dipirona, que tradicionalmente vem com 2ml sendo 500mg/ml, totalizando 1g por ampola. A recomendação é que ela não seja infundida pura, deve ser diluída em pelo menos 20ml de soro e administrada de modo lento, para evitar efeitos adversos. A bula traz a informação de que essa solução de 1 ampola + 19 de soro deve ser feita em pelo menos 20 minutos. É uma droga com efeito analgésico e antipirético. Sua dose máxima é de 2g a cada 6 horas e ela pode ser feita IV ou IM. As contraindicações são em casos de alergia, devendo-se interromper a infusão, ou em casos de aplasia de medula. Partindo para a furosemida injetável, que tem 20mg/2ml, pode ser usada IV ou IM e pode ser feita em bolus puro. É uma droga com ação diurética, sendo muito usada para edema agudo de pulmão, mas também tem uma ação vasodilatadora nos primeiros 15 minutos quando feita IV. 4 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com A próxima medicação é a hidralazina, ampola de 20mg/ml, que é uma droga vasodilatadora com potente efeito anti-hipertensivo. A indicação é que seja feita uma diluição para pelo menos 10ml e seja administrada de 2 a 3ml por vez, para que você observe os efeitos no paciente. Não deve ser infundida uma ampola inteira na veia do paciente, pois causará uma hipotensão pronunciada. Agora falaremos da ondansetrona, que é uma droga antiemética e é apresentada em ampolas de 2ml ou 4ml sendo 2mg/ml, podendo ser realizado 8mg de 8/8h. Lembrar que o início de ação dela é em torno de 10 minutos. Pode ser feita em bolus, porém, há uma observação do fabricante de que essa infusão em bolus pode causar o prolongamento do intervalo QT, isto é, pode desencadear arritmias cardíacas. Logo, a indicação é que seja diluída em pelo menos 20ml para a administração IV. Outro antiemético é a metoclopramida (plasil), mas não é a melhor droga para impedir o vômito, pois o seu maior efeito é de pró-cinético, isto é, favorece os movimentos peristálticos. Logo, é melhor indicada para pacientes acamados, que podem estar constipados. Para combater náuseas e vômitos, a melhor indicação é a ondansetrona. Além disso, o plasil pode gerar um colateral chamado de síndrome extrapiramidal, que é quando o paciente fica inquieto. Falando agora sobre o Cetoprofeno, que vem 100mg por ampola e é uma substância com efeito anti-inflamatório. Deve ser feito IV, mas é uma droga que arde muito na veia, devendo ser diluído (100 a 150ml) para fazer a administração durante cerca de 30 minutos. Lembrar de ficar atento aos efeitos adversos, principalmente se paciente idoso, diabético, hipertenso ou com disfunção renal, pois pode gerar efeitos sobre os rins e estômago. Se feito em paciente acamado, associar com um protetor gástrico, como o omeprazol, para evitar úlceras gástricas. 5 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Outro anti-inflamatório é o Tenoxicam, que é mais fraco que o Cetoprofeno. Ele vem em ampolas de 20 ou 40mg, pode ser feito IV ou IM. Causa pouca dor ao ser administrado na veia. O Diclofenaco de sódio também é anti-inflamatório, vem em ampolas de 3ml com 75mg/ml e deve ser feito apenas de forma IM. Falando agora sobre o Cetorolaco, que vem com apresentação de 30mg/ml e pode ser feito de 12/12h, é o que temos de melhor como anti- inflamatório/analgésico. O laboratório traz a informação de que ele equivale a 4mg de morfina. Pode ser feito IV puro ou IM. Não arde na veia e não tem muitos efeitos colaterais. O concorrente do Cetorolaco é o Parecoxibe (Bextra), que vem em ampolas de 40mg. É interessante que você faça ele diluído em pelo menos 20ml, deve-se evitar fazer puro. O fabricante indica que seja feita a diluição em 2ml, podendo ser administrado IV ou IM. Os estudos apontam que o Bextra e o Cetorolaco tem a mesma potência, sendo que o bextra tem o início de ação mais rápido. Agora falaremos sobre os broncodilatadores. Iniciaremos com o Berotec, que inclusive saiu de linha. É uma droga para ser administrada por inalação/nebulização, geralmente é feito 10 gotas em 5ml de soro, podendo ser feito em 3 sessões de inalação. Pode gerar taquicardia como efeito adverso. Também há o Ipratrópio, que a dose usual é de 40 gotas, sendo mais suave que o Berotec. Geralmente a inalação para broncoconstrição é feita com 10 gotas de Berotec + 40 gotas de Ipratrópio + 5ml SF0,9%. 6 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Existe também a Terbutalina (Bricanyl), que é um broncodilatador venoso e vem com 0,5mg/ml. Pode ser feita meia ampola ou a ampola inteira SC ou IV. O fabricante indica que para a administração IV deve ser diluída 5mg de Bricanyl em 1000ml de Soro Glicosado para correr 20 a 30 gotas por minuto. Partindo agora para a Aminofilina, que é uma medicação mais antiga e vem com a dose de 240mg/10ml. É uma droga que atua melhorando a respiração do paciente, pois tem ação diafragmática, aumentando a força do paciente. Entretanto, gera muitos efeitos colaterais cardiovasculares. Logo, deixa-se como última opção. A bula indica que seja feito 6mg/kg com uma diluição de 40ml de Aminofilina (04 ampolas) com 200ml de soro, mantendo 3ml/h. Já a diluição do Thiação é de 20ml Aminofilina (02 ampolas) em 250ml de soro aberto. O Sulfato de Magnésio, que pode vir na apresentação de 10% ou de 50%. Uma dica prática, quando você pegar uma substância com a apresentação em %, acrescente outro zero e ficará na dose em mg/ml (exemplo: 10% = 100mg/1ml). Essa é uma droga usada para tratar hipomagnesemia, mas também tem usos alternativos, como no caso do broncoespasmo, pois tem ação na musculatura lisa. Mas deve ser usado como última opção também. Pode ser usado também como adjuvante analgésico, potencializando o efeito de outras medicações, sendo utilizado principalmente no pré-operatório. Deve-se evitar fazer puro em bolus. Entretanto, ele apresenta muitos efeitos adversos, principalmente se realizado uma dose muito alta. Agora falaremos sobre o Cloridrato de Petidina (Dolantina), que é um analgésico. Essa substância já foi retirada de muitos hospitais, pois tem alto poder viciante. Lembrando que para uma substância causar vício, primeiro gera tolerância, que é a necessidade de doses maiores para poder fazer o mesmo efeito, o que vai gerar dependência e no final causa o vício. 7 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Discutindo agora sobre a Nalbufina, que é um opioidefraco, vem com 10mg/ml e tem a potência analgésica semelhante à da Morfina. Pode ser feita IV, IM e SC. É uma droga que retira os colaterais dos opioides, como a depressão respiratória, e mantém o potencial analgésico, pois ela é considerada um agonista parcial. 8 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Atentar-se sempre para a concentração/diluição das drogas e não apenas para o ml/h. -> Pensar na real dose (ex: mcg/Kg/min) e convertê-la pela ml/h. -> Independentemente das diluições padrões, a diluição estabelecida pelo protocolo do serviço prevalece. - DILUIÇÃO PADRÃO: (paciente 70 Kg) 9 RESUMÃO DE PRINCIPAIS AGENTES VASOATIVOS - 1 Ampola de noradrenalina: 4mg de nora em 4ml; - Converte-se de mg para mcg; 1) 16mg de nora / 250ml (16ml + 234ml de SG5%) 16.000mcg / 250ml = 64 mcg/ml 2) 4 mg de nora / 504 ml 4000 mcg / 504 ml = 7,9 mcg/ml 3) 4mg de nora / 100ml 4000 mcg / 100 ml = 40 mcg/ml 4) 16mg de nora / 266ml 16000 mcg / 266 ml = 60 mcg/ml CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Possível fazer nora mais concentrada para paciente que não pode receber volume: 8 ampolas em 218 ml de SG5% : 32.000 mcg / 250 ml = 128 mcg/ml 10 Ex: paciente 70Kg -> 0,15 mcg/Kg/min X 70Kg X 60 min (1 hora) = 630 mcg -> Para saber o ml/h, divide-se a quantidade de mcg encontrada (630 mcg) pela concentração da solução (64 mcg/ml) -> 630 mcg / 64 mcg/ml = 9,8 ml da solução por hora (aproximadamente 10 ml/h) -> Se mudarmos a concentração da solução: dividimos as mcg de nora necessárias para o paciente (630 mcg) pela nova concentração (ex: 7,9 mcg/ml): -> 630 mcg / 7,9 mcg/ml = 79 ml por hora. -> Ou seja: X ml/h pode significar doses diferentes, dependendo da concentração utilizada. -> Dica: Escolha uma dose e espere fazer efeito > Ajuste para mais/menos. -> Dica: Quanto mais diluída a nora, mais rápido ocorre o efeito da mudança de velocidade de infusão, devido ao maior volume que é feito por hora e consequentemente o ‘preenchimento’ do equipo ser mais rápido; e quanto mais concentrada a nora, mais lento o efeito da mudança da infusão, por ser mais lento esse ‘preenchimento’. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com -> ADRENALINA - Ampolas no Brasil: 1mg de adrenalina em 1 ml; - Usada na insuficiência da nora isolada. 11 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com -> VASOPRESSINA - Choque refratário a nora e a adrena; - Pode já ser iniciada em caso de pacientes cirróticos chocados; - Auxilia na redução do sangramento intestinal; - Na prática, em pacientes refratários, cirróticos chocados, já se começa na dose máxima. 12 -> DOPAMINA - Entrando em desuso: não altera mortalidade geral (comparada com a nora) mas pode aumentar arritmias e aumenta mortalidade em choque cardiogênico; - Dá-se preferência a nora, sempre; - 1 ampola = 10 ml; - 5 mg de dopa em 1 ml -> 1 ampola = 50 mg de dopa. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com -> DOBUTAMINA - Em pacientes já sabidamente cardiopatas; suspeita de IAM; má perfusão periférica; - Possível pedir auxílio do ecocardiograma; - 1 ampola = 20 ml; - 12,5 mg de dobuta em 1 ml = 250 mg de dobuta em 1 ampola; - Cronotrópica positiva; melhora perfusão periférica; leve hipotensão que pode ser minimizada com a associação de nora; - Se paciente hipotenso: iniciar com nora e depois inserir dobuta, em casos graves pode iniciar os dois simultaneamente (cada uma em uma via própria do AVC). 13 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 2 Visão da enfermagem sobre tudo que acontece em uma intubação orotraqueal CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Suas maiores armas na IOT Agora nós vamos iniciar uma discussão sobre Intubação Orotraqueal. Eu criei um mnemônico para a gente lembrar da sequência de checagem dos materiais, com o objetivo de preparar tudo para o procedimento. Lembramos daquela figura mitológica, que é o ATLAS. O A é de Ambu, o T é de Tubo, o L é de Laringoscópio, o A é de Aspirador e o S de Seringas. Começaremos pelo Ambu, que é o conjunto de bolsa, valva e máscara. Nós devemos checar se está tudo acoplado, devemos conectar na fonte de oxigênio e ligar em 15l/min. Em alguns serviços não há a bolsa de reservatório, mas ele também funciona bem sem ela. É importante lembrar que o Ambu é um aparelho autoexpansível, ou seja, ele não precisa da fonte de O2 para funcionar, pode-se usar apenas realizando as compressões. Mas, caso necessite de uma maior fração de inspiração de O2, conectaremos na fonte de oxigênio a 15l/min. Esse material vai ser muito importante na pré-oxigenação e na ventilação pós- intubação. Lembrar que para a ventilação manual com o ambu não é necessário comprimir todo o equipamento, deve-se fazer a compressão necessária apenas para expandir o tórax do paciente, sendo 1 ventilação a cada 6 segundos. Dependendo do lugar que você trabalha, pode ser que haja um filtro disponível para acoplar no ambu (filtro HEPA). Esse filtro deve ser acoplado entre a válvula e a máscara facial, deve ser usado em todos os pacientes, mas principalmente nos pacientes COVID. Partindo para o Tubo Orotraqueal, é válido pontuar que existem diversos tamanhos, então devemos perguntar ao médico qual o tamanho que ele vai usar. É importante ter vários tubos à disposição. Em pacientes mais magros, geralmente usa-se tubo 7 ou 7,5. Já em pacientes maiores se usa 8 ou 7,5. Após escolher o tubo pedido pelo médico, é válido que se teste o Cuff insuflando com uma seringa vazia, para verificar se não existe vazamento. 15 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Relacionado com o tubo, nós podemos perguntar ao médico se ele vai usar o Fio Guia e se ele precisa lubrificar o tubo com xilocaína spray ou gel. Mesmo que o médico diga que não vai usar o fio guia, é importante já deixar ele separado, pois pode acontecer dele não conseguir intubar de primeira e, com isso, solicitar o fio guia. Na hora de colocar o fio guia dentro do tubo você deve conferir se a ponta do fio não está passando do final do tubo, pois isso pode gerar lesões para o paciente. Já sobre a forma de moldar o fio guia, existem duas maneiras: a forma de C e a forma de taco de hóquei (também conhecido com J), que é feito a partir de uma angulação feita com a mão na ponta do fio guia. Sobre o laringoscópio, deve-se revisar as pilhas, que promovem o acendimento do equipamento. No momento da intubação nós devemos pegar o cabo do laringo e as lâminas para testar, avaliar se não há nenhum problema, se a luz está acendendo e se não há folga na lâmina quando é feita uma força no equipamento. Devemos perguntar ao médico se ele vai usar a lâmina curva ou reta e qual o tamanho da lâmina será usado. Partindo para o Aspirador, podemos ter dois modelos: o descartável e o reutilizável, que é acoplado direto na régua e nós devemos conectar uma extensão ligando ele à sonda. Já a sonda pode ser maleável ou rígida, que é a mais indicada. É muito importante que você prepare o aspirador mesmo que não seja solicitado, teste e avalie se tem um bom vácuo, pois se precisar, ele já estará próximo. Agora iremos para as Seringas. Uma seringa de 20ml vazia deve estar próxima ao tubo, pois será usada para insuflar o Cuff. Já as seringas para as drogas, que serão 3, devem ser identificadas, porque muitas vezes elas serão idênticas. Caso não haja uma etiqueta específica, a identificação pode ser feita com micropore ou com cores diferentes de agulhas. Por último, devemos ter uma seringa de 20ml com soro fisiológico, que será usada para empurrar as medicações no acesso no paciente. E, abrindo um parêntese, é válido lembrar da adrenalina, que será usada em casos de parada cardíaca. 16 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Fixação do tubo Agora eu vou ensinar você a fixar o tubo orotraqueal após a intubação. O primeiro material que pode ser usado é o esparadrapo ou micropore, que é bem disponível, pode ser feito de forma rápida, mas não oferece a melhor fixação. Você puxa um pedaço domicropore, traciona e fixa em um lado da região malar do paciente, depois você vai passar ele em torno do tubo e fixa no outro lado da região malar do paciente. Outro material é o cadarço, que é muito mais resistente e oferece uma melhor fixação. Eu gosto de fazer da seguinte maneira: divido o cadarço no meio, passo o arco em volta do tubo, pego as pontas e passo no espaço do meio do cadarço. 17 Em seguida eu aperto bem e dou um nó simples, fixando o cadarço no tubo. O próximo passo é passar uma ponta por cima da orelha do paciente e dar o nó por trás da cabeça dele. Aqui o ponto importante é a força usada no nó, a tração exagerada pode lesionar a pele do paciente. A última forma de realizar essa fixação é com o dispositivo próprio para isso, mas que não está disponível na maioria dos serviços. Você encaixa o dispositivo no tubo, aperta na posição desejada e encaixa a parte plástica na boca do paciente, o que vai evitar que ele morda o tubo. Para finalizar, você pega o velcro, passa por trás da cabeça do paciente e fixa do outro lado do dispositivo. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 3 Entendendo o que acontece em uma PCR CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Desfibrilador Agora nós vamos falar sobre o desfibrilador. É muito importante que nós saibamos onde está o desfibrilador, como liga, quais os botões devem ser usados. Inicialmente o desfibrilador vai estar desligado, com o botão apontado para o “DES”. Quando você quiser monitorizar o paciente, deve girar o botão para a opção “Monitorizar”. Mesmo que o paciente esteja monitorizado com o monitor do quarto, deve-se fazer a monitorização e colocar os cabos do desfibrilador, para que o ritmo e o momento de chocar sejam reconhecidos. Após isso, se o médico pedir para você carregar em uma carga específica (geralmente 150J), você deve girar o botão e deixá-lo apontado para a carga pedida. Depois ele deve dizer se quer sincronizar com o ritmo do paciente, para que o desfibrilador saiba o momento exato para dar o choque, o que geralmente é feito para a cardioversão elétrica. Se quiser, você deve apertar no botão “SINC”. Se ele não falar nada, é porque vai desfibrilar, então não precisa sincronizar. Antes de realizar o choque, deve-se carregar o desfibrilador. Isso pode ser feito no botão no próprio aparelho ou no botão das pás do desfibrilador (botão 2). Lembrar que para apertar o botão as pás, deve-se retirar as pás do aparelho e posicionar no paciente. Um ponto muito importante é colocar o gel nessas pás para não queimar o paciente. Logo, deve-se deixar sempre o gel por perto, para utilizar quando solicitado. Já para dar o choque no paciente, o botão da pá a ser apertado é o botão 3. É muito importante que a comunicação em alça fechada seja utilizada, isto é, se o médico diz “carregar em 150J”, você deve selecionar essa opção no aparelho e em seguida deve confirmar que a ação foi tomada “Dr, carregado em 150J”. 19 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Médicos não iniciam a RCP na PCR fazendo as compressões. - Médicos delegam funções e manejam/lideram/coordenam a equipe, inclusive orientando quem fará as compressões torácicas. - O médico é o último na escala de prioridade para fazer a compressão torácica. 20 RESUMÃO REVISÃO ACLS 2020 - Atentar para a desfibrilação precoce e para o reconhecimento precoce da PCR! AO SER CHAMADO PARA UMA PCR: 1) Checar se realmente é parada (pulsos até 10 segundos); Definir funções (quem inicia as compressões/ quem pega o ‘carrinho de parada’ (desfibrilador)/ quem monitoriza o paciente/ quem prepara as drogas) - Delegar Funções: CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com 2) Iniciar a RCP (mesmo na suspeita da parada); 3) Definir ritmo do paciente (monitor/desfibrilador); - FV/TV: CHOQUE (assim que o carrinho chegar) - AESP/ ASSISTOLIA: ADRENALINA (assim que a adrenalina chegar) - RITMO sem pulso: DESFIBRILAR - RITMO com pulso: CARDIOVERTER 21 - Sempre repetir um ciclo de 2 minutos de compressão torácica após a desfibrilação; - Avaliar a melhor estratégia de ventilação para o paciente (AMBU/IOT/ML); - Se paciente já estiver em VM, colocar ritmo para 10 irpm; - No AMBU, ventilar em uma incursão a cada 6 segundos (mantendo as 10 irpm). - Não há a necessidade de nenhum medicamento de sedo-analgesia para a IOT em pacientes em parada; - Reavaliar paciente a cada ciclo de 2 minutos; - Indagar sobre possíveis causas da PCR; CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - São apenas duas doses de amiodarona: a primeira de 300mg e a segunda de 150mg. 22 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Se TV com pulso, realizar cardioversão. 23 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 5 Ventilação mecânica CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Carrinho de anestesia Agora iremos conversar sobre ventilação mecânica, que pode ser feita no próprio carrinho de anestesia ou no ventilador mecânico. Falando sobre o carrinho de anestesia, nós temos a configuração dos gases: o oxigênio, que é sempre verde, o ar comprimido, sempre amarelo, e o óxido nitroso, que é uma cor azulada. Há o fluxômetro, para que possamos medir o fluxo que está indo para o paciente. Temos também o compartimento para o gás anestésico, que pode ser Sevoflurano e Isoflurano, usados para anestesias inalatórias. Eu quero que vocês saibam que na parte da ventilação há algumas funções legais. Existe uma válvula, conhecida como válvula “popof”, que serve para configurar se o paciente vai respirar sem resistência, modo espontâneo, ou com resistência, que vai de 5 a 70. Essa resistência é refletida na força que se vai apertar o balão para ventilar o paciente. Na ventilação manual com máscara, nós tentamos ventilar com o máximo de 20cmH2O, pois é a pressão do esfíncter esofagiano superior. Existe também a válvula Cosy, que permite que a configuração do ventilador passe toda para o paciente. Já se ela estiver virada para o outro lado, permitirá que o oxigênio seja entregue através de uma saída auxiliar, que pode ser colocada em um cateter nasal, por exemplo. 25 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Teste de fugas do carrinho Agora vamos ver como fazer o teste de fuga no carrinho, para que ele não nos deixe na mão quando precisarmos. Vamos no monitor, que vai mostrar a data do último teste realizado e o seu resultado, e apertaremos na opção “teste de fugas”. A partir daí ele vai dando as instruções para serem seguidas para que o teste seja feito. No final o resultado aparecerá no monitor. Entretanto, existe um teste mais rápido para fazer em um momento de pressa. Nós pegaremos o balonete, colocaremos a válvula “popof” em 70 e apertaremos o botão de fluxo de O2. Assim, a gente faz a compressão no balão para ver se tem saída de ar. Se não houver barulho de fuga de ar, o circuito está fechado e sem vazamento. 26 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Ventilando de uma maneira prática Vamos falar agora sobre a ventilação. No monitor do carrinho nós temos a opção da ventilação espontânea, na qual o paciente vai respirar por ele mesmo, ventilação a volume e ventilação à pressão. Para iniciar, precisamos criar um fluxo de gás. Uma forma boa é 1l/min de O2 e 1l/min de ar comprimido ou de óxido nitroso. Assim, você confirma o modo a ser utilizado e confirma apertando o botão para dentro. Com isso, os parâmetros aparecerão no monitor. No modo volume controlado, temos a Pressão Máxima, que deixaremos em 35cmH2O, que é a pressão de pico. No volume Total nós escolheremos o volume que o paciente receberá em cada ventilação, que é o Volume Corrente (6 a 8ml/kg de peso ideal), e deixaremos em 500ml. O peso ideal usado nessa fórmula do volume corrente se baseia na altura do paciente. 27 Já a Frequência Respiratória nós colocaremos um valor entre 10 a 20 incursões respiratória por minuto, eu gosto de iniciar com 14. A razão entre o Tempo Inspiratório e o Tempo Expiratóriofica de 1 para 2. E a Peep nós deixamos em 5. Lembrar que a Frequência Respiratória é quem vai “lavar” o Co2. Logo, caso a gasometria mostre que ele está retendo Co2, nós aumentaremos a frequência respiratória ou o volume corrente, lembrando que o volume corrente tem um limite. E a Peep a gente usa para aumentar o recrutamento pulmonar, o aumento da peep reflete na saturação de O2. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com A última coisa importante que vocês devem saber é que ao ligar o Sevoflurano, o fluxo de gás deve estar alto, senão vai demorar muito para o sevoflurano chegar a concentração ideal no paciente. Já no modo Pressão Controlada, nós teremos parâmetros semelhantes. Nós teremos o Fluxo inspiratório, que geralmente ficará em 30, e a Pressão Inspiratória. A grande sacada é avaliar o valor da pressão inspiratória de acordo com o volume que estiver sendo entregue ao paciente. Se com uma pressão de 20 o volume está em 680, nós reduziremos a pressão para tentar chegar a um valor de volume corrente parecido com aquele que fizemos o cálculo. 28 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA - Ventilador Mecânico da UTI Agora falaremos do Ventilador Mecânico usado na UTi, que é 90% parecido com o do carrinho de anestesia. No modo Pressão Controlada, nós temos os mesmos parâmetros do outro ventilador. Ajustaremos o Fluxo, que ficará entre 21 a 100%, sendo ajustado com a necessidade do paciente. A FR entre 10 a 20irpm, eu gosto de iniciar com 14, variando de acordo com o paciente - lembrar que paciente com DPOC se beneficiam de FR mais baixas e paciente com SARA se beneficiam de FR mais altas. Devemos ter cuidado com a AUTOPEEP, que pode ser causada por FR mais elevadas para o paciente, e nós vemos quando a linha de expiração, no gráfico do fluxo/tempo, não retorna para a linha de base. Já a PEEP normalmente varia de 0 a 5cmH2O, nós começaremos com 5. Podemos ajustar também o tempo inspiratório, que varia de 0,8 a 1,2s, nós podemos deixar em 1. E o Tempo Inspiratório atua também sobre a autopeep, pois, se reduzirmos o seu valor, o paciente terá mais tempo para expirar. Agora no modo Volume Controlado também teremos os mesmos parâmetros do ventilador da anestesia. Teremos o Volume, que vai variar de acordo com o peso ideal do paciente, sendo de 6 a 8 nos pacientes não tão graves e de 4 a 6 nos pacientes mais críticos. A frequência respiratória e a peep seguirão os mesmos padrões. O fluxo inspiratório, que não tem no ventilador da anestesia, varia entre 35 a 45, e atua sobre o tempo inspiratório. Logo, usaremos um valor que mantenha um tempo inspiratório aceitável. Temos também a sensibilidade para o fluxo, que vai variar de -2, sensibilidade na pressão, a 2, sensibilidade no volume. Agora na configuração dos alarmes, nós temos a pressão, que podemos colocar o mínimo de 10 até o máximo de 35, que é a pressão de pico. O volume minuto fica entre 3 a 8. O volume corrente normalmente fica entre 200 a 600, lembrando que esses valores podem ser calculados de acordo com o peso ideal. A frequência respiratória fica de 5 até 25. 29 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Além disso, temos o botão de espera. O botão da FiO2 de 100%, para os casos de intercorrência. O da pausa inspiratória, usado para calcular a pressão de pico, e o da pausa expiratória, que usamos para calcular a autopeep. 30 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 6 Atendimento inicial ao paciente crítico CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com M O V M: Monitorização O: Oxigenação V: Veia (acesso) *Atentar para a correta colocação dos equipamentos para evitar erros de leituras. - Ao chegar no paciente: - Se apresentar; - Observar nível de consciência (ex: perguntar nome); - Chamar alguém para ajudar (no MOV / iniciar com oximetria); - Já supor reposições volêmicas (maior reposição – maior acesso). - Fazer breve anamnese; - Auscultar paciente/ examinar paciente (descobrir paciente); - Corrigir PA, SATURAÇÃO, VOLUME, DOR, FC... - Escala de suplementação de oxigênio: - Cateter nasal; - Venturi de 50%; - Máscara com bolsa não reinalante; - VNI; - IOT. - Escolher método mais otimizado que também não canse o paciente nem o faça sofrer; - Solicitar exames laboratoriais, inclusive GASOMETRIA. 32 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Conceito: crise epilética tônico clônica generalizada. Dicas práticas que auxiliam a descartar doença psicogênica: - Antes da crise dá um grito ou contração total do corpo e cai no chão (fase tônica) até 1 min - Abalos (fase clônica) até 5 minutos - Mordedura de língua - Liberação de esfíncter. Atendimento pré-hospitalar 1- Afastar objetos que possam machucar o paciente 2- Pedir pra pessoas se afastarem – facilitar a ventilação do paciente 3- Não colocar a mão na boca do paciente ou colocar qualquer objeto na boca do paciente 4- Lateralizar a cabeça do paciente – risco de broncoaspiração *95% das convulsões duram 3-5min Atendimento inicial no PS 1 - Lateralizar a cabeça 2 - Leito de emergência 3 - Monitorização 4 - O2 suplementar SN 5 - Acesso Venoso 6 - Avaliar glicemia capilar agora e periodicamente. Se 40ml de glicose hipertônica 50% EV 7 - Diazepam EV 10mg, sem diluição, lento – correr em 2 minutos. Crianças: 0,5mg/kg VR 33 RESUMÃO ATENDIMENTO A CONVULSÃO CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com 8 - Dieta oral zero Sem acesso venoso? - Midazolam 10mg IM. Crianças: 5 anos: 10mg Se crise persistente: 9 - Fenitoína dose ataque: (250mg/5ml) + SF 0,9% 100ml EV (15-20mg/kg, correr no máximo 50mg/min– Paciente 70kg = 5 ampolas, correr 60g/min). Dose manutenção: 100mg 8/8h Intubação: paciente não melhora com 2 doses de Diazepam (3-5min de intervalo), com Fenitoína e reentrou >3x Investigação? - Exame clínico (etilismo? Uso incorreto de medicações? infecção? CA?) - Exames laboratoriais (infecção? Distúrbio HE?) - TCC (tumor? TCE?) - b-HCG (eclâmpsia?) E se o paciente chegar pós-ictal? - Investigação da causa - Não tem indicação de Diazepam se o paciente não está em crise. 34 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Definição de Sepse: suspeita/documentação de infecção +2 ou 3 critérios qSOFA ou aumento de 2 ou mais no SOFA. Definição de Sepse Grave não é mais utilizado. Definição de Choque Séptico: Sepse + Necessidade de vasopressores e lactato >2 mmol/dL após reanimação volêmica adequada. 35 RESUMÃO ATENDIMENTO SEPSE Quick Sofa (qSofa): 1. FR > = 22 ipm 2. PAS 2 mmol/L. 2. 2 pares de Hemoculturas antes de iniciar ATB (não atrasar início ATB) 3. ATB de amplo espectro (ex. Ceftriaxona + Azitromicina, depende da CCIH local, realizar descalonamento posteriormente. Lembre-se do perfil do paciente: possui abscesso? drene. Acesso infectado? Troque.) 4. Ressuscitação volêmica com 30ml/kg de Cristalóide (RL) para hipotensão ou lactato > 4 mmol/L. Sempre reavalie os dados e sinais de hipervolemia. 5. Iniciar vasopressores (Noradrenalina 0,01-3 mcg/kg/min, diluir 4 ampolas em 234ml SG5% esta solução possui 64mcg/ml, paciente 70kg pode iniciar com 10ml/h, pode utilizar por até 4 horas em acesso periférico) se paciente hipotenso durante ou após ressuscitação volêmica para manter PAM > 65mmHg. Sempre reavalie e ajuste a dose de acordo com a resposta do paciente. Deve iniciar Cristalóide e vasopressores em conjunto em caso de choque hipovolêmico grave. Solicite demais exames (hemograma, UR e CR, K e Na, Glicemia, Bilirrubinas, TP, TTPa, Dímero-D, Gasometria arterial e lactato, PCR, EAS, RX Tórax etc.) Hemotransfusão: se HbCARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Também conhecida como reação anafilática ou choque anafilático. ANAFILAXIA = mediada por IgE. Ponto chave é a liberação de histamina pelos mastócitos, estimulada pela IgE. A anafilaxia cursa com hipotensão secundária a vasodilatação e consequentemente com hipoperfusão. Como forma compensatória de se tentar manter a perfusão tecidual, a FC é aumentada. - Como manifestações da vasodilatação, podem ocorrer: - Pele: Angioedema, urticária. - Respiratório: Broncoespasmo, sibilo, edema de glote. OBS: A anafilaxia é bifásica. Assim, após o controle da 1ª fase, ainda pode haver uma recidiva, 2ª fase. É necessário observação, no mínimo 8 horas. OBS: No paciente em hipotensão, ocorre dessaturação periférica secundária a hipoperfusão. - A droga de escolha nas anafilaxias é a adrenalina: podendo ser utilizada a “Solução do Thiagão”. A depender da situação, a adrenalina pode ser administrada em infusão contínua para evitar o aparecimento das reações ‘de rebote’, bifásica. DOSE PAR A ADRENALINA EM INFUSÃO CONTÍNUA: - 0,02 – 1 mcg/Kg/min: 2amp. + 248ml SG5%: 8 mcg/ml. Começa a 10ml/h e titula. 37 RESUMÃO ANAFILAXIA CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com TRATAMENTO PARA A ANAFILAXIA 1) ADRENALINA: deve ser realizada o mais precocemente possível. 0,5 ml IM: vasto lateral da coxa. 50 mcg IV: Dose-resposta. (solução do Thiagão) Via SC: em casos mais leves. 2) VOLUME: Ringer lactato. 1500 – 2000 ml. 3) ANTI-HISTAMÍNICOS: Difenidramina: 50mg IV 6/6H; Ranitidina: 50mg IV 8/8H. 4) CORTICÓIDE: atenuar a reação tardia. Metilprednisolona: 125mg IV; Hidrocortisona: 500mg IV; Dexametasona: 20mg IV; Prednisona: 60mg VO 6/6H. - Na alta hospitalar: Manter anti-histamínico 3-4 dias; Manter corticoide 3-4 dias. 38 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Soro é medicação! - Inerente efeito benéfico (ex: volume) e colateral (ex: edemas). 39 RESUMÃO COMO USAR SORO DE MANEIRA INTELIGENTE - O soro (Cristaloides em geral: SF, RL ou PlasmaLyte) extravasa: - Apenas 20% do volume infundido fica no intravascular; - 80% extravasa. - O soro glicosado extravasa 100%. - Quem segura a água são os cristais, inexistentes no soro glicosado; - 0% vai servir como expansão volêmica; - Pode agravar edemas (iatrogenia). - Nunca repor volume de pacientes chocados com soro glicosado puro. 1. SORO FISIOLÓGICO - Várias apresentações (100, 250, 500, 1000 mls); - Facilita determinados usos como preparação e dissoluções de medicamentos. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Em comparação com o plasma sanguíneo: - O SF é ácido, hiperclorêmico e têm muito sódio. 40 - Em situações de desidratação por episódios eméticos: - O SF tem vantagem por repor o Cl perdido e corrigir a alcalose hipoclorêmica. - Mais equilibrado fisiologicamente com o plasma sanguíneo; CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Lactato ajuda a corrigir acidose do paciente; - Lactato participa na gliconeogênese no fígado; - Lactato participa na sua oxidação para bicarbonato. - Lactato sérico pode predizer gravidade circulatória do paciente; - Porém o RL não altera significativamente o lactato sérico do paciente. - RL não é contraindicado para hipercalemia; - RL em pacientes com K maior que 4mmol/L ajuda a baixar o potássio, pois a concentração do K no RL é de 4mmol/L. - O SF sim, pode aumentar o K sérico devido ao tipo de excreção renal advinda da acidose hiperclorêmica possivelmente causada pelo SF; - O H+ passa a ter preferência na eliminação renal e o K+ fica retido. 3. Plasma Lyte - Mais balanceado que o RL; 41 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Nunca expandir paciente com soro glicosado. - Para o paciente em jejum, colocar 100g de glicose para evitar a gliconeogênese e consumir o paciente; - Ou seja 500ml de SG5% EV, 4x ao dia (6/6h). - Se quiser evitar SF e fazer RL, pode se usar flaconetes de glicose a 50%; - 20 flaconetes para totalizar 100g de glicose; - Ou seja: 5 flaconetes em cada RL, EV, 4x ao dia (6/6h). 42 4. Soro Glicosado CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Albumina; - Voluven; - Gelatinas. - Muito caros. - Mais usados em hepatopatas. 43 5. Coloide - Indicação clássica: alívio de ascite. - Sem indicação para uso. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com - Subir cabeceira do paciente em 30-45°: - Impede pneumonia por aspiração. - Atentar para mudança de decúbito: - Prevenir lesões por pressão (escaras). - Importância da fisioterapia motora: - Auxiliar na redução dos edemas de MM. 44 ALGUNS CUIDADOS PARA SE TER E COBRAR EM UTI CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 7 Máscara laríngea CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Para passar uma máscara laríngea, é imprescindível que o paciente esteja sedado, mas em comparação à intubação orotraqueal, necessita de menos drogas para ser passada, pois o estímulo doloroso é muito menor que o da intubação. O paciente precisa estar em jejum, pois a máscara laríngea não garante uma via aérea definitiva, já que se trata de um dispositivo supraglótico. Então, o paciente pode broncoaspirar, regurgitar, vomitar... No pronto socorro, muitas vezes pode ser utilizada naqueles momentos de caos, onde não foi possível intubar o paciente, servindo como uma ponte para conseguir uma via aérea definitiva posteriormente, principalmente nas situações onde não conseguimos intubar e não conseguimos ventilar com o AMBU. O interessante da máscara laríngea é que na própria descrição da máscara laríngea, você já tem como saber qual utilizar de acordo com o peso do paciente e o quanto insuflar de ar. Dica prática: para homens adultos, você tende a usar uma máscara 4 ou 5, para mulheres, uma 3 ou 4. Mas, é necessário individualizar, ajustar o tamanho se preciso. Pacientes idosos tendem a aceitar uma máscara laríngea maior! Para passar a máscara laríngea, o ideal é que seja colocado um gel, que pode ser a xilocaína, na parte posterior da máscara (imagem abaixo) que vai passar pela região do palato (céu de boca) do paciente, facilitando o deslizamento dessa máscara. 46 Para fazer a fixação, é bem parecido com o tubo, onde pode ser utilizado micropore, cadarço, etc. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Módulo 9 Pressão Arterial Invasiva (PAI) CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Esse equipo é conectado a um soro, que pode ser fisiológico ou ringer, normalmente fisiológico e, a depender do protocolo do hospital, ele pode ser heparinizado ou não. Esse soro fica sempre aberto e é colocado um pressurizador para que seja vencida a pressão do paciente. Na imagem abaixo, ao centro embaixo, temos o transdutor, que é a peça principal desse equipamento. 48 Em vermelho, na imagem, temos a torneirinha do sensor e, perceba que acima dela há uma chave que pode ser mantida de três formas, virada para o sensor, virada para o paciente ou virada para a torneirinha (meio ambiente). Para onde esse dispositivo (a chave) estiver virada, significa que aquela passagem estará fechada! Isso é importantíssimo para que possamos zerar a artéria. O transdutor tem um sensor que captará a pressão arterial que vem do paciente, pela torneirinha e enviará o sinal, por meio de cabo, ao monitor. Quando você conecta o cabo ao monitor, você deve zerar a pressão arterial, como veremos em breve. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com O que significa zerar? Quando puncionamos a artéria e conectamos o transdutor ao monitor, essa curva não terá número, pois precisamos zerar. Como fazer isso? Precisamos fechar o fluxo pro paciente, então, posicionar a chave para o paciente. Nesse caso, estará em contato o sensor com a tampinha vermelha, que você pode abrir e ela não vai vazar, pois o sensor é fechado de fábrica! Então, após essa disposição, fechando para o paciente, você aperta o botão de zerar no monitor. Dessa forma, a máquina percebe que aquele valor é zero de pressão e, a partir do momento que você abre aconexão entre o paciente e o sensor, aquela pressão será identificada. 49 Na imagem ao lado, podemos ver uma torneirinha que fica próxima ao sensor. Ela é importantíssima, pois muitas vezes há alguma coagulo no sistema, principalmente na parte final do cateter, o que atrapalha a identificação correta da pressão arterial. Eu falei anteriormente que o sensor é fechado de fábrica e essa torneirinha serve justamente para abrir o caminho do soro para o paciente. Então, se você puxar essa borrachinha, o fluxo vai do soro para o paciente e limpará o sistema. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com Como colher uma gasometria arterial na PAI? Na chave que fica próxima ao sensor, você fecha para o sentido do sensor, deixando a conexão entre o paciente e o meio ambiente. Se a tampinha que fecha o meio ambiente estiver aberta, vai começar a vazar por ali, inicialmente o soro do equipo e, por fim, o sangue do paciente. Então, antes de fechar para o sensor, você deve abrir a tampinha do meio ambiente, conectar uma seringa de 5-10mL e, somente após isso, fechar para o sensor, abrindo a conexão entre o paciente e o meio ambiente. Então, você deve aspirar e, perceba, esse primeiro fluido que vem na seringa é uma combinação de sangue arterial + soro do sistema. Após essa primeira aspiração, você deve novamente fechar a chave para o meio ambiente e conectar uma seringa heparinizada. Após essa conexão, você fecha novamente para o sensor e aspira a quantidade necessária para uma gasometria, garantindo assim que esse fluido é de fato sangue arterial, já que a primeira seringa puxou todo o soro que estava entre o paciente e o sensor. Agora, entre o paciente e o sensor, teremos sangue em vez de soro, o que pode fazer com que coagule o sangue no equipo. Então, para lavar, basta fazer o que fizemos anteriormente: fechamos para o meio ambiente e puxamos a borrachinha, fazendo com que o soro vá em direção ao cateter inserido no paciente. Além disso, a torneirinha do meio ambiente pode estar com um pouco de sangue, já que aspiramos por aquela via. Para limpar essa torneirinha, basta fechar a chave para o paciente, conectar uma seringa na torneirinha do meio ambiente e puxar a borrachinha. 50 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com BÔNUS Punsão Venosa CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 1 Temas abordados: - Método V.E.I.A.; V er E scolher I niciar vasodilatação A certar o jelco - Como escolher e preparar a veia; - Anatomia aplicada; - Jelco; - Erros comuns; - Como salvar uma veia perdida. Os mais habilitados na punção venosa periférica: 1- Anestesistas; 2- Técnicos de enfermagem; 3- Médicos/enfermeiros. Obs: Anestesistas conseguem desenvolver uma boa prática no acesso venoso pois executam muito/constantemente, nas mais variadas situações e nos mais variados sítios (eles têm a condição de tentar nesses sítios ‘diferentes’ pois o paciente normalmente está anestesiado). E uma parte das drogas utilizadas pelos anestesistas são vasodilatadoras, o que facilita o ‘treino’. 52 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 2 VER (observar) Anatomia aplicada (as veias mais utilizadas): 1 - Cubital; 2 - Cefálica; 53 3 - Dorso da mão; 4 - Veia do homem aranha. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com A depender da situação, pode-se tentar veias bem menos usuais, como veias nos dedos. Porém essa região doe bem mais, lembrar de avisar ao paciente: 54 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 3 ESCOLHER Como escolher? Pontos a serem levados em conta: - Tamanho da veia; Avaliar a veia mais calibrosa no sítio escolhido. - Curvas/ Bifurcações; Analisar o melhor local para inserção do Jelco, para evitar que a ponta do Jelco atinja essas bifurcações/curvas. A depender do caso, um fluxo ruim de infusão pode ser consequência do posicionamento da ponta do Jelco justamente na bifurcação ou na parede interna de um vaso, em uma ‘curva’. Ter cuidado para não forçar o fluxo e ‘estourar’ a veia. - Sua posição. 55 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 4 INICIAR A PREPARAÇÃO Como preparar? - Garroteamento: O correto garroteamento é essencial para que a veia fique adequadamente ingurgitada na hora do acesso. TREINE e desenvolva sua habilidade, na repetição. - Posição. - Antissepsia (álcool). - Trauma: As ‘tapinhas’ na veia, as ajudam a dilatar, pois esse trauma estimula a liberação do óxido nítrico pelas células endoteliais. - Fechar a mão. O que atrapalha no acesso? - Frio: Aquecer a sala é uma opção. - Nervosismo: Pré-anestésico/ conversar com o paciente. - Desidratação/ jejum. OBS: Lembrar que existe o braço contralateral. Caso em um braço esteja difícil, verificar se no outro braço está melhor. OBS: Também pode perguntar ao paciente o local em que mais comumente fazem o acesso nele. Provavelmente quele é o melhor sítio. OBS: A palpação é feita com a mão não dominante. E a manipulação da agulha, com a mão dominante. 56 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 5 ACERTAR O JELCO Tipos de materiais: - Butterfly (scalp): 57 - Cateter Insyte-Autoguard: - Intima: CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com 58 - Jelcos: OBS: DICAS Se estiver com Jelco fino e for uma veia fina: Assim que tiver retorno de sangue, já avança o Jelco. Se estiver com Jelco grosso e for uma veia calibrosa: Antes de avançar o Jelco, progredir um pouquinho mais a agulha. CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com AULA 6 ERROS COMUNS - Voltar o Jelco sem segurar o canhão: - Avançar o Jelco sem estar 100% recuado: - Parar nas válvulas: - Vazar sangue (não sabe apertar): - Tracionar demais: - Desatenção: Escolha da veia: - Algumas vezes o paciente pode ter uma preferência de onde quer que seja feito o acesso, porém pode não ser o melhor sítio para o profissional. Então cabe ao profissional conversar com o paciente e explicar que aquele é melhor sítio que ele encontrou e que é o que ele está mais seguro para fazer. - Às vezes, a melhor veia possível está em região de dobra. Idealmente, evita-se as regiões de dobra, porém as vezes, a única veia boa está em região de dobra e é lá onde vai ser feito. Cuidado com os pacientes com veias difíceis: - Quimioterapia. - Hemodiálise. - Obesos. 59 CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com CARLOS CESAR SILVA GOMES ccsg38@gmail.com