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1 
 
 
 
 
 
 
Sebenta Didático-Pedagógica 
Voleibol I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores 
Ricardo Manuel Pires Ferraz 
António Carlos Bettencourt Sousa 
Mário António Cardoso Marques 
 
 
 
 
2019 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
Documento de apoio à Unidade Curricular 
Estudos Práticos – Voleibol e Pedagogia do Desporto 
1º ciclo em Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior 
 
 
 
 
 
Autores 
Ricardo Manuel Pires Ferraz 
António Carlos Bettencourt Sousa 
Mário Cardoso Marques 
 
 
 
2019 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título: Sebenta Didático-Pedagógica Voleibol I 
2020 – Universidade da Beira Interior 
ISBN: 978-989-654-652-6 
Suporte: Eletrónico 
Formato: PDF / PDF/A 
Editor: UBI - Universidade da Beira Interior. Serviços Gráficos 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
Índice 
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL ................................................................. 7 
VOLEIBOL EM PORTUGAL ..................................................................................... 9 
ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL ................................................................... 10 
CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE .................................................................. 11 
REGRAS .......................................................................................................................... 12 
Campo .............................................................................................................................................. 12 
Bola ................................................................................................................................................... 12 
Equipamento dos jogadores ....................................................................................................... 12 
Espaço .............................................................................................................................................. 13 
Número de jogadores ................................................................................................................... 13 
Altura da rede ................................................................................................................................ 13 
Pontuação ....................................................................................................................................... 14 
Posição dos Jogadores ................................................................................................................. 14 
Rotação ............................................................................................................................................ 15 
Bola fora / Reposição em Jogo .................................................................................................. 15 
Duração e interrupção do Jogo .................................................................................................. 15 
Número de Toques ........................................................................................................................ 15 
Área da Linha dos 3 Metros ........................................................................................................ 16 
Violação da Rede e da Linha Divisória .................................................................................... 16 
Funções específicas e constituição da equipa de arbitragem .......................................... 16 
O ENSINO DO JOGO ............................................................................................. 21 
AÇÕES TÉCNICAS ELEMENTARES ........................................................................................ 21 
INTRODUÇÃO ELEMENTAR ÀS AÇÕES TÁTICAS EM CONTEXTO DE ENSINO DO JOGO .................. 45 
A APRENDIZAGEM POR ETAPAS E A IMPORTÂNCIA DA MANIPULAÇÃO DO DESENHO DAS SITUAÇÕES 
DE JOGO REDUZIDO ......................................................................................................... 54 
SISTEMATIZAÇÃO DE UM EXEMPLO DE PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DO JOGO DE 
VOLEIBOL ....................................................................................................................... 58 
A LÓGICA FUNCIONAL DO JOGO: O(S) KOMPLEX (OU K) ...................................................... 70 
PRINCÍPIOS DE JOGO DO MINI VOLEIBOL (SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM) .............................. 74 
O JOGO 6X6 FORMATIVO ................................................................................................. 94 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 115 
 
 
 7 
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL 
Os jogos com bola já remontam há longos anos. Na velha Gália, jogava-se ao 
Follis. Os indivíduos que jogavam estes jogos estavam dispostos em círculo e 
tinham por objetivo manter a bola (vesícula animal cheia de ar) no ar, sem que 
ela tocasse no chão, objetivo esse um pouco parecido com o voleibol da 
atualidade. 
O Voleibol teve sua origem nos Estados 
Unidos, em 1895. Foi inventado pelo 
americano William Morgan, diretor de 
educação física da Associação Cristã da 
Mocidade (ACM), na cidade de Holyoke, em 
Massachusets. O seu nome original era 
mintonette. Nessa época, o desporto da moda era o basquetebol, que tinha sido 
instituído apenas há três anos por Naismith e que rapidamente se difundira. 
Contudo, era muito enérgico e cansativo para homens de idade. 
Por sugestão do Pastor Lawrence Rinder, Morgan idealizou um jogo menos 
fatigante que o basquetebol para os associados mais velhos da ACM e colocou 
uma rede semelhante à de ténis, a uma altura de 1,83m, sobre a qual uma 
câmara de bola de basquetebol era batida, surgindo assim o desporto que seria 
mais tarde denominado voleibol, devido ao toque no ar que era efetuado (por 
sugestão do Dr. A. T. Halsted, em Springfield). 
A primeira bola usada no voleibol (câmara de 
bola de basquetebol) era muito pesada, e, 
por este motivo, Morgan solicitou à firma A. 
G. Stalding & Brothers a fabricação de uma 
bola para o referido desporto. A citada 
firma, após várias experiências, acabou por 
satisfazer as exigências feitas por Morgan. 
No início, o voleibol ficou restrito à cidade 
de Holyoke e ao ginásio onde Morgan era diretor. 
 8 
O primeiro campo tinha 15,35 m x 7,625 m. A rede ficava a 1,98 m do chão. 
Tinha 8,235 m de comprimento e 0,61 m de largura. 
Inicialmente o voleibol não estabelecia número certo de pessoas para cada 
equipa. Era jogado com qualquer número de pessoas, nem existia uma regra 
específica sobre como se tocar na bola. 
Em 1913 foram realizados em 
Manila, Filipinas, os primeiros 
Jogos do Extremo Oriente. Na 
competição, o voleibol foi pela 
primeira vez disputado com um 
regulamento que previa a 
utilização de seis jogadores. 
Oficialmente, porém, só em 1916 
o limite de seis jogadores foi estabelecido. Naquele ano, cerca de 200 mil 
pessoas praticavam o voleibol nos Estados Unidos. 
Fora dos Estados Unidos, a Checoslováquia foi o primeiro país a organizar um 
campeonato, em 1933. No mesmo ano, Bulgária e União Soviética fizeram o 
mesmo. Em 1929 foi a vez do Japão. Em 1933, Cuba organizou os primeiros 
Jogos centro-americanos e Caribenhos. 
O Voleibol passou a ser desporto olímpico em 1962, durante o Congresso de 
Sofia, em Setembro. Foi disputado, pela primeira vez, nos jogos Olímpicos de 
Tóquio, Japão, em 1964. 
O primeiro Mundial feminino foi disputado em 1952, em Moscovo. 
Nos nossos dias, o Voleibol, ultrapassoude passe e manchete; 
• Trajetórias altas. 
▪ Exercício 3 
o Objetivo: Conservar a bola no ar 
o Constituição de elementos: 2 elementos (1x1) 
o Descrição do exercício: 
• Cada elemento num lado da rede, de frente um para o outro com o 
objetivo de realizar o maior número de toques (passe ou manchete) 
possíveis, sem a bola cair no solo. 
 61 
o Esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Cada elemento só pode dar 1 toque consecutivo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe e manchete; 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (4m x 2m); 
• Rede muito Alta. 
 
Etapa 2 – Relação Jogador – Adversário 
 
 Objetivos Gerais: 
▪ Continuar a desenvolver objetivos anteriores; 
▪ Controlo de bola e envio em situações de oposição de dificuldade 
crescente; 
▪ Deslocamentos (vários deslocamentos e orientações); 
▪ Posição centrada do defensor; 
▪ Várias trajetórias de ataque. 
 Tarefas: 
▪ Formas de jogo em espaços muito reduzidos e rede alta: deslocamento 
mínimo e trajetórias de bolas altas para a continuidade do jogo; 
▪ Formas jogadas para controlar e enviar a bola após deslocamentos 
variados; 
▪ Situações de 1x1 com variantes como número de contatos e posição inicial 
do jogador, etc, etc. 
 Em suma, controlo da bola em situação de oposição: 
▪ Deslocamentos; 
 62 
▪ Orientação; 
▪ Posição do defensor; 
▪ Trajetórias de bola 
 Exemplo de alguns exercícios 
▪ Exercício 1 
o Objetivo: Os jogadores executam um ou dois contatos com as duas mãos 
em passe ou manchete. 
o Constituição de elementos: 2 elementos 
o Descrição do exercício: 
• Serviço em passes dentro do campo; 
• Um ou dois passes de sustentação obrigatórios antes do reenvio da bola 
para o campo adversário (mínimo 2 toques / máximo de 3 toques). 
o Esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe e manchete; 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (4m x 2m); 
• Rede muito Alta. 
▪ Exercício 2 
o Objetivo: Os jogadores executam dois contatos com as duas mãos em 
passe ou manchete. 
o Constituição de elementos: 2 elementos (1x1) 
o Descrição do exercício: 
• Serviço em passes dentro do campo; 
 63 
• Dois passes de sustentação obrigatórios antes do envio da bola para o 
campo adversário (3 toques obrigatórios). 
o Esquema: 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe e manchete; 
• O jogador que vai receber a bola tem de estar fora do campo, ou seja, a 
jogador só pode ir ao encontro da bola depois de o jogador adversário 
enviar a bola para o outro lado da rede. 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (4m x 2m); 
• Rede muito alta. 
▪ Exercício 3 
o Objetivo: Os jogadores executam um ou dois contatos com as duas mãos 
em passe ou manchete. 
o Constituição de elementos: 2 elementos (1x1) 
o Descrição do exercício: O mesmo que o exercício anterior, mas com 2 
jogadores. 
• Serviço em passes dentro do campo; 
• Um ou dois passes de sustentação obrigatórios antes do reenvio da bola 
para o campo adversário (mínimo 2 toques / máximo de 3 toques). 
o Esquema: 
 
 
 
 
 
 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe e manchete; 
• O jogador que vai receber a bola tem de estar fora do campo, ou seja, a 
jogador só pode ir ao encontro da bola depois de o jogador adversário 
enviar a bola para o outro lado da rede. Os jogadores jogam 
alternadamente. 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (6m x 2m); 
• Rede muito Alta. 
 
Etapa 3 – Relação Jogador – Companheiro 
 Objetivos Gerais: 
▪ Distribuição de funções: papel do distribuidor e ataque coletivo; 
▪ Distribuição do espaço: defender coletivamente o espaço e comunicação 
verbal; 
▪ Atacar coletivamente; 
▪ Progredir coletivamente para atacar junto à rede; 
▪ Do individual para o Coletivo; 
▪ Primeiros sistemas de jogo. 
 Tarefas: 
▪ Situações de jogo (2x2) ou formas jogadas criando a função de jogador-
passador com apoio obrigatório do jogador-passador; 
▪ Manipular o número de toques em função dos objetivos. Pode ser superior 
aos regulamentos quando tentamos potenciar o ataque; 
 65 
▪ Criar zonas restritivas manipulando e potenciando as zonas de 
responsabilidade; 
▪ Comunicação verbal obrigatória nas zonas de conflito; 
▪ Introduzir aspetos do regulamento como a posição do jogador a rotação e 
a ordem no serviço; 
▪ Situações de jogo que: 
o potenciam comportamentos de ataque junto à rede; 
o Espaços de jogo de maior profundidade; 
o Zonas a defender longe da rede; 
o Ataque à zona perto da rede interdito. 
 Exemplo de alguns exercícios 
▪ Exercício 1 
o Objetivo: Os jogadores, colocados lado a lado, cooperam no sentido de 
darem no mínimo de dois toques, com as duas mãos em passe ou 
manchete, e posteriormente, enviarem a bola para o meio-campo 
adversário. 
o Constituição de elementos: 4 elementos (2x2) 
o Descrição do exercício: 
• Serviço em passe dentro do campo; 
• Dois toques obrigatórios em passe ou manchete. 
o Esquema: 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe, manchete e ataque em 
passe; 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (4m x 2m); 
 66 
• Rede muito Alta. 
▪ Exercício 2 
o Objetivo: Jogar coletivamente 
o Constituição de elementos: 3 elementos (1x1+1) 
o Descrição do exercício: 
• Cada equipa só tem 1 jogador; 
• O terceiro jogador vai fazer parte das duas equipas, ou seja, este jogador 
é o responsável pelo 2 toque de ambas as equipas. 
o Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe, manchete e ataque em 
passe; 
• 3 toques obrigatórios; 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (4m x 2m); 
• Rede Alta. 
▪ Exercício 3 
o Objetivo: Jogar coletivamente 
o Constituição de elementos: 4 elementos (2x2) 
o Descrição do exercício: 
• Cada equipa só tem 2 jogadores; 
• O jogador que está junto à rede só tem a função de efetuar o 2º toque da 
equipa. Este jogador está fora do terreno de jogo e só entra para realizar 
o passe, depois de realizar o passe sai novamente para fora do terreno de 
jogo e assim sucessivamente. 
 67 
o Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• Serviço executado alternadamente dentro e fora do campo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe, manchete e ataque em 
passe; 
• 3 toques obrigatórios; 
• Trajetórias altas; 
• Campo curto (8m x 2.5m); 
• Rede Alta. 
 
Etapa 4 – Relação Jogador – Equipa 
 Objetivos Gerais: 
▪ Distribuição de funções: nova distribuição dos Jogadores, melhoria do 
deslocamento do passador e melhoria da trajetória atacante; 
▪ Distribuição do espaço: nova distribuição do espaço e recolocação 
defensiva; 
▪ Reorganização do espaço e funções. 
 Tarefas: 
▪ Formas jogadas e situações de jogo 3x3 ou 4x4 de complexidade similar 
ao jogo formal; 
▪ Tarefas que obriguem alteração e a diferenciação de funções (rotação); 
▪ Situações de jogo em que cada jogador tenha função específica de 
atacante/defesa e passador/bloqueador; 
▪ Situações de jogo em distribuições dos espaços bem definida e diferente 
da etapa anterior; 
 68 
▪ Situações que promovam a intervenção permanente e o deslocamento do 
jogador-passador (a não intervenção deste jogador causa problemas na 
compreensão, interpretação e fluidez no jogo); 
▪ Obrigatoriedade do Jogador-passador só atacar (2º toque); 
▪ Rede alta para promover continuidade no jogo. Baixar quando a 
continuidade está assegurada e pretendemos remate acima da rede, 
trajetórias ofensivas mais tensas; 
▪ Situações de jogo que obriguemà recolocação defensiva após ataque (de 
progressão à rede); 
▪ Rotação com o 4º jogador; 
▪ Limitações no ataque e no bloqueio do 4º jogador (preocupações 
regulamentares ao nível do jogo formal). 
 Exemplo de alguns exercícios 
▪ Exercício 1 
o Objetivo: Os alunos cooperam no sentido de criarem condições muito 
favoráveis à finalização 
o Constituição de elementos: 6 elementos (3x3) 
o Descrição do exercício: 
• Cada equipa tem 3 jogadores; 
• Serviço executado em passe e/ou por baixo, alternadamente dentro e fora 
do campo; 
• Apenas o passador pode efetuar o bloco; 
• 3 toques obrigatórios. 
o Esquema 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• 3 toques obrigatórios; 
• Com o segundo toque em passe; 
 69 
• Com o segundo toque executado obrigatoriamente pelo passador; 
• Com a execução de remate no terceiro toque, executado 
obrigatoriamente pelos rematadores (alas); 
• Campo (9m x 4m); 
• Rede baixa. 
▪ Exercício 2 
o Objetivo: Cooperar com os colegas no sentido de darem sistematicamente 
três toques; rematar frequentemente; sustentar as bolas provenientes do 
ataque. 
o Constituição de elementos: 8 elementos (4X4) 
o Descrição do exercício: 
• Cada equipa só tem 4 jogadores; 
• Serviço executado em passe e/ou por baixo, alternadamente dentro e fora 
do campo; 
• Apenas o passador pode efetuar o bloco; 
• Mínimo de 2 toques obrigatórios. 
o Esquema 
 
 
 
 
 
 
o Condicionantes: 
• 3 toques obrigatórios; 
• Com o segundo toque em passe; 
• Com o segundo toque executado obrigatoriamente pelo passador; 
• Com a execução de remate no terceiro toque, executado 
obrigatoriamente pelos rematadores (alas); 
• Com o segundo toque executado obrigatoriamente pelo passador; 
• Com a execução de remate no terceiro toque, executado 
obrigatoriamente pelos rematadores (alas) utilizando o remate; 
• Campo (11m x 6m); 
 70 
• Rede baixa. 
A LÓGICA FUNCIONAL DO JOGO: O(S) KOMPLEX (OU K) 
 
O complexo de jogo no voleibol define-se como um conjunto de elementos 
inter-relacionados que abrange várias fases e momentos, e que são divididas 
por diversas ações. Cada complexo do jogo é influenciado por uma ação que 
posteriormente vai afetar a ação seguinte, com o objetivo de procurar o sucesso 
dessa mesma ação. 
O voleibol tem várias fases de jogo, que estão descritas na figura seguinte. 
Contudo, o voleibol, é caracterizado por dois grandes complexos de jogos, o KI 
e KII. 
 
Existem várias alternativas de definir os complexos aplicados em treino, ou 
seja, os complexos são um sistema dinâmico, compostos por subsistemas com 
constante interação e capazes de se auto-organizarem. Assim sendo, 
passaremos a explicar sucintamente como se abordam os diferentes complexos. 
 
K0: serviço: O K0 corresponde única e exclusivamente ao serviço. No entanto, 
este complexo está diretamente ligado ao KII, pois é no K0 que se dá o início 
do ataque ao adversário, sendo o bloco a primeira arma para manter a situação 
ofensiva. Assim, o bloco passa a ser um instrumento fundamental na 
recuperação da equipa para dar continuidade ao jogo e à possibilidade de a 
equipa organizar o seu ataque. Em muitos dos casos as ações constituintes do 
 71 
contra-ataque, como é o caso do serviço, do ataque e do bloco, são indicadores 
de sucesso de vitória no set e/ou no jogo. A maioria das equipas femininas usa 
preferencialmente o serviço flutuante, não tendo uma zona preferida para a 
realização do mesmo, ou seja, a percentagem de serviços é muita idêntica para 
todas as zonas do campo. 
O Serviço é o único elemento técnico cuja execução não depende de uma 
coordenação de movimentos com o restante da equipa, mas, exclusivamente, 
da técnica do jogador. Drauchke et al. (1994) veem o serviço de duas maneiras 
distintas: 
o Servir para pontuar. 
o Servir para colocar a bola do outro lado da rede e confiar na defesa da 
equipa para parar/deter (bloquear) a bola na rede, realizar transições 
difíceis e marcar pontos. 
 
KI (Side-out): receção – distribuição I – ataque I: O KI é descrito como a fase de 
ataque, ou seja, é a fase posterior à receção do serviço do adversário. Este 
complexo carateriza-se pela receção, distribuição e a organização ofensiva 
(ataque de side-out). No caso do voleibol feminino, o serviço normalmente é 
realizado para as zonas mais recuadas, ou seja, para as zonas Z1, Z5 e Z6. 
Muitas das vezes no voleibol feminino, mesmo em KI, as raparigas jogam em 
off-system, ou seja, as equipas têm que ser capazes de construir o seu próprio 
ataque, independentemente da distribuição, o que faz com que a maioria dos 
ataques não sejam direcionados para a zona Z5, devido à presença do líbero. 
O posicionamento de receção ao serviço é muito variável de equipa para equipa 
e pode na mesma equipa manter-se constante ou variar de acordo com as várias 
formações a utilizar. Depende fundamentalmente: 
o Das características dos jogadores que cada equipa possui, nomeadamente 
dos jogadores especializados na tarefa de receção; 
o Da libertação dos jogadores que posicionados na zona defensiva, não 
recebem, para executarem o ataque dessa mesma zona; 
 72 
o Do próprio serviço utilizado pela equipa adversária, que pode conduzir a 
algumas adaptações no sistema de receção. 
o No entanto, a tendência no voleibol atual, é para que a receção possa ser 
efetuada por um número reduzido de jogadores e normalmente pelos 
jogadores defesas, a fim de se libertarem os jogadores atacantes para as 
ações ofensivas. 
o Na escola, devido a carências técnicas e com o intuito de conseguir maior 
tempo de sustentação da bola em jogo, opta-se por utilizar um grande 
número de jogadores na receção ao serviço. 
KII (Transição de side-out): bloco – defesa – distribuição II – contra-ataque: O 
objetivo deste complexo é de sustentar, ao máximo, a situação ofensiva do 
adversário, através do bloco. Poderá ser visto como uma capacidade de 
neutralizar o ataque adversário e organizar o contra-ataque da nossa equipa. 
No KII os ataques são mais lentos e com um maior número de bolas altas, o que 
facilita de forma positiva a equipa adversária de se organizar melhor em termos 
da relação bloco-defesa. Neste complexo II, há uma forte ligação entre o bloco 
e a defesa, fazendo com que os jogadores mais potentes usem ataques mais 
fortes e tenham um jogo mais rápido. A maioria dos pontos acontece devido às 
dificuldades colocadas pelo serviço adversário, pela relação distribuição II – 
ataque e pelo bloco. A maioria das equipas usa pouco a zona 2, na transição, a 
qual deveria ser mais explorada, devido à presença do(a) distribuidor(a) e do(a) 
oposto(a), de modo a prejudicar a organização ofensiva do adversário, pois no 
caso do(a) distribuidor(a) dar o primeiro toque, o jogo mudaria e a equipa 
adversária teria de adaptar à situação de off-system, sendo esta recorrente no 
KII feminino. O KII adapta-se ao bloco, à defesa e à organização ofensiva, que 
inclui a distribuição e o ataque de transição. 
 
KIII (Transição de transição – transição do KII): defesa – distribuição III – ataque 
III: O KIII (transição) retrata as ações de transição do KII, ou seja, “contra-
ataque do contra-ataque” ou “transição de transição. Neste complexo a 
presença de um bloco forte, como o triplo, pode ser uma vantagem, pois em 
KII as equipas jogam com tempos de ataque mais lentos e com um jogo mais 
previsível. Desta maneira, poderá existir ou não muita diferença entre KII e KIII, 
 73 
nas equipas, dependendo do seu nível desportivo. Quando existem diferenças 
entre os KII e KIII, deve-se sobretudo às condições da distribuição, das zonas e 
dos tempos de ataque. No caso, das equipas feminino, estas apresentam piores 
resultados a nível da distribuição no KII em comparação com o KIII. Contudo, 
salienta-se que o KII tem uma grande variabilidade na distribuição, enquanto 
que no KIII há uma maior dificuldade na organização ofensiva.No complexo III 
não existe uma zona de defesa mais frequente, mas sim um equilíbrio na 
distribuição dos valores. No entanto, convém realçar que as Z2, Z4 e Z6 são 
aquelas que são mais usadas aquando da transição de transição. 
 
KIV (Cobertura do ataque): Cobertura de ataque – distribuição IV – ataque IV: 
O KIV é caracterizado pela cobertura do ataque ou proteção do ataque. Este 
complexo tem como objetivo evitar que a equipa adversária realize ponto, 
através da reflexão da bola no bloco adversário para o nosso campo, ou seja, 
quando o jogador ataca contra o bloco adversário e a bola é refletida para o 
nosso campo, é possível recuperar a bola através da cobertura/linhas de 
proteção, para continuar o jogo e reorganizar a equipa para realizar o contra-
ataque. São poucas as vezes que uma equipa é capaz de defender a bola e 
permitir a construção de ataque organizado e muito menos ainda as ocasiões 
de contra-atacar e conseguir marcar ponto. Contudo, quando esses pontos 
existem, podem ser fulcrais para o sucesso de uma equipa. No entanto, a 
maioria das equipas femininas neste complexo não são tão agressivas e não 
usam tempos rápidos, o que pode ser crucial no desfecho do ponto. Os tempos 
rápidos funcionam como forma de desequilibrar o bloco adversário e aumentar 
a oportunidade de ganhar o ponto. 
 
KV (Bola morta): freeball e Downball: O KV destina-se à organização da equipa, 
sendo que as chamadas freeballs (bolas mortas), são aquelas em que o 
adversário tem dificuldade em organizar o ataque. A freeball é definida como 
o envio de uma “bola morta” para o campo adversário, ou seja, é um tipo de 
bola alta utilizada, geralmente, em manchete e que tem uma trajetória em 
forma de parábola. O KV pode ser determinado de off-system, isto é, um tipo 
de bola que é devolvida para o campo adversário com grau de risco muito baixo. 
Por outro lado, o downball que ainda não é muito usual, tem como função 
 74 
facilitar o trabalho em campo. Existem diferentes formas de organizar a equipa, 
consoante estes dois tipos de bolas. O complexo V propõe-se à organização da 
equipa na downball, sendo esta um tipo de bola com uma trajetória 
ligeiramente mais lenta que o ataque, mas com alguma agressividade. A figura 
seguinte descreve a diferença entre os dois tipos de bolas, bem como as suas 
trajetórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DE JOGO DO MINI VOLEIBOL (SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM) 
 
 
1x1 
• Simplicidade e número de contatos; 
• Não há projeto coletivo nem comunicação; 
• Excessiva linearidade das trajetórias; 
• Ângulos de reenvio inexistentes; 
• Sem tranfer tático coletivo para o futuro (jogo formal 6x6) 
• UTILIZAR DE FORMA PONDERADA E O MÍNIMO POSSÍVEL 
 
 75 
 
2x2 – Side-out 
• Side out em estrutura 0:2 
 
 
 
Estrutura básica para o side out 0:2 (lado a lado) 
 
 
 
 
Servidor tem de decidir: onde servir? Que efeito tático produzir? 
 
 
 
Ajustar o posicionamento da receção em função do servidor 
Diferenciar papéis de recebedor, atacante e distribuidor: o não recebedor deve 
avançar de imediato para a rede para exercer as funções de distribuidor. 
 76 
Chamar para o ataque nas costas: Variar o ataque; aparecimento do passe de 
costas; incerteza no bloco e criar dificuldades na defesa baixa da equipa 
adversárias 
Manipulação do espaço de ataque (serviço curto/interior/longo): manipulação 
do espaço de ataque pelo servidor; o recebedor atacante aproxima-se da rede 
e perde o espaço de ataque, o recebedor deve recuperar o espaço de ataque. 
• Side out em estrutura 1:1 
Quando o distribuidor não está colocado à rede, dá apoio nas bolas curtas; e 
por isso está direcionado para o servidor e não se coloca de lado para o serviço; 
só modifica a sua orientação corporal quando a bola passa a rede; esta estrutura 
aumenta a zona de responsabilidade e estimula o deslocamento do recebedor. 
 77 
Nesta estrutura o servidor da equipa adversária tenta “queimar” o distribuidor: 
o servidor procura servir curto de forma a tentar queimar o distribuidor, 
recuperação do espaço de ataque; o recebedor entrou para a rede e assume as 
funções de distribuidor e desta forma uma nova construção no ataque é 
organizado. 
2x2 – Transição 
• Transição em estrutura 0:2 
Corpo orientado para o atacante; atraso na entrada do distribuidor; pode estar 
envolvido na defesa e deve esperar por uma questão de segurança. 
• Transição em estrutura 1:1 com bloco a marcar a paralela 
 78 
Defensor privilegia a diagonal, mas está preparado para defender noutros locais 
(bola enrolada acima do bloco ou bola curta para o meio campo. 
• Transição em estrutura 1:1 com bloco a marcar a diagonal 
Defensor deverá ter uma maior leitura de jogo. 
• Transição em estrutura 1:1 sem bloco 
 
 
 
No último momento (atacante fraco, passe a ser de fraca qualidade, blocador 
pode optar por recuar saindo da rede e ajudar a defender a bola curta; É 
importante uma saída rápida da rede e também é importante a comunicação, 
desta forma o blocador tem que definir se sai para trás ou em diagonal; Deverá 
existir uma comunicação forte entre os jogadores e a definição das zonas de 
responsabilidade. 
3x3 – Side-out 
• Side out em estrutura 1:2 
Estrutura comum; distribuidor um pouco afastado da rede virado para o servidor 
dando ajuda na receção; tomada de decisão no passe (para o jogador que 
 79 
recebeu ou o outro); dois jogadores que recebem a participar no ataque; passe 
de costas começa a ser executado naturalmente. 
 
 
 
 
 
Se a receção for um pouco mais à direita, o jogador que recebe ataca no centro. 
Desta forma com a receção à direita podemos atacar no centro ou na ponta e 
assim teremos dois pontos de ataque. Deverá existir um ajuste face ao que a 
circunstância do jogo requereu. 
 
 
 
 
 
 
 80 
Se o distribuidor der o 1º toque deverá subir o jogador da zona mais à direita, 
convertendo-se esse jogador no distribuidor. Porquê o jogador da direita? Tendo 
em conta o jogo formal a tendência é o jogador distribuidor jogar na Zona 2 / 
3 pelo facto da maioria dos jogadores atacantes serem destros. Assim sendo, o 
distribuidor passará a desempenhar a função de atacante e atacando no meio. 
 
 
 
 
 
Outra hipótese é o distribuidor ganhar espaço e atacar nas costas. 
• Side out em estrutura 0:3 
 
Como distribuidor dar preferência ao jogador da direita – futura zona 2-3 
 81 
 
 
 
 
 
 
Como variante no ataque, o jogador do meio, recebedor, atacar nas costas 
 
 
 
 
Se o jogador da direita receber, jogador do meio entra para passar. Ação que o 
central no futuro pode ter que realizar. 
3x3 – Transição 
• Transição em estrutura 0:3 
 
 
 
Corpo orientado para o atacante; atrasar a entrada do distribuidor porque pode 
participar na ação defensiva. 
 
 82 
• Transição em estrutura 1:2 com bloco a marcar a paralela 
Trajetórias da bola são fortes (verde) vs bola colocada (vermelho); Defesas 
devem defender bolas fortes na diagonal e terem atenção a bolas colocadas 
• Transição em estrutura 1:2 com bloco a marcar a diagonal 
Trajetórias da bola são fortes (verde) vs bola colocada (vermelha); Defesas 
devem defender bolas fortes na diagonal, curta e paralela tendo atenção às 
bolas colocadas noutras zonas do campo. 
• Transição em estrutura 1:2 sem bloco 
 
 
 
Jogador que vai à zona do bloco deve recuar para assumir o espaço de defesa 
de cola curta; Assim, o blocador deve recuar para defender a bola curta; Se der 
o 1º toque converte-se em atacante (com o jogador da direita a assumir o papel 
de distribuidor). 
 
 
 
 83 
 
3x3 – Cobertura de ataque 
• Cobertura de ataque 
Quem está próximo defende perto, quem está longe fica com a bola longa; 
Princípio fundamental mesmo a nível top; Mais do que estruturas defensivas 
rígidas, esta estrutura de cobertura de ataque é realizada contra equipas que 
jogamcontra-ataques rápidos e combinados. 
3x3 – Bola Morta 
• Bola morta em estrutura 1:2 
 
 
 
Igual ao side out 1:2; Se o distribuidor receber, este vai converter-se em 
atacante. 
• Bola morta em estrutura 0:3 
Se for downball o jogador da direita espera e só entra depois de ver a trajetória. 
 84 
Se for freeball, o jogador da direita antecipa a entrada e o jogador do meio 
desce para a direita. 
 4x4 – Side-out 
• Side out em estrutura 1:2:1 
Estrutura tradicional 1:2:1. O distribuidor ajuda na receção. Servidor não pode 
atacar (de acordo com o regulamento português). 
O problema desta estrutura é o elevado número de zonas de conflito. Por outro 
lado, tem a vantagem de os atacantes estarem próximos da zona da rede. 
 
 85 
 
Esta estratégia (1:2:1) pode ser utilizada para libertar os atacantes da receção: 
atacante avança, servidor roda para libertar o atacante. 
 
• Side out em estrutura 1:3 
Nesta estrutura existe menos zonas de conflito e o servidor coloca-se 
ligeiramente atrás. 
 
• Side out em estrutura 2+1 
 
Consiste em libertar o melhor atacante e/ou esconder o pior recebedor-
atacante. Pode ser o Z4 como pode ser também o Z2. 
 
• Side out em 0:3 com penetração 
 
 86 
Servidor é o jogador a preto que está fora da receção e que entra para fazer o 
passe. Esta estrutura permite ter 3 pontos no ataque. O z3 recebe e ataca. 
Servidor regressa à posição no contra-ataque. 
 
4x4 – Transição 
 
• Transição em Losango / Diamante 
 
 
 
 
 
Esta estrutura é igual ao side-out em 1:2:1, com orientação do corpo para o 
atacante. 
 
 
 
 
 
 
• Transição em quadrado fixo (Z4+Z3) 
 
 
Definir qual o blocador (Z4 ou Z3) que fica responsável pelos segundos toques 
e ataque ao meio. 
 
 
 87 
Observa-se as principais trajetórias: Os zonas 1 e 4 decidem consoante se o 
bloco marca a paralela ou a diagonal e também pela leitura feita relativamente 
ao atacante. 
 
Caso o Z3 opte por não realizar o bloco, defende bolas curtas e caso dê o 1º 
toque, converte-se em atacante. 
 
Se o distribuidor defender (jogador verde) o Z2 entra para passar podendo 
passar para Z4 ou Z2 ou rematar ao 2º toque. 
 
 
 
• Transição em quadrado fixo (Z3+Z2) 
 
Neste caso Z3 e Z2 responsáveis pelo bloco. Importante também aqui definir 
qual o blocador (2 ou 3) que fica responsável pelo 2º toque e ataques pelo meio. 
 
 
 88 
Se o distribuidor (Z3) não blocar, defende as bolas curtas e caso dê o 1º toque 
converte-se em atacante. Neste caso, ele avançou nas costas. Mas pode 
igualmente atacar no meio. 
1º toque um pouco mais à direita, distribuidor ataca no meio em vez de atacar 
nas costas. 
 
• Transição em quadrado fixo (Z4+Z3) com bloco duplo 
 
Para defender atacantes fortes. É necessária muita mobilidade por parte dos 
defensores. 
 
• Transição em quadrado móvel 
 
O distribuidor é sempre quem bloca em toda a rede. Equipa roda em bloco. 
Neste caso, o Z4 deve decidir se fica mais perto para a bola curta (atrás do 
bloco) ou se defende bola longa. 
 
• Transição em quadrado móvel sem bloco 
 89 
 
Se o distribuidor der o 1º toque converte-se em atacante, tal como foi referido 
anteriormente. 
 
• Transição em 3:1 – Bloco 1 (bloco marca a paralela) 
3 defesas na rede para blocar e para preparar posições iniciais no 6x6. 
Excelente para adversários com ataque forte. O Z1 realiza a leitura de jogo e 
decide onde colocar a bola. 
 
 
 
 
• Transição em 3:1 – Bloco 2 (bloco marca diagonal) 
 
Podemos utilizar o bloco da seguinte forma: o Z1 fica com a paralela, Z3 e Z4 
com a diagonal. 
 
 
 
 90 
• Transição em 3:1 – Bloco duplo 1 
 
Com o bloco duplo marcado à paralela, o servidor (Z1 a preto) tem de ter uma 
boa leitura de jogo ante de colocar a bola no seu colega. 
 
• Transição em 3:1 – Bloco duplo 2 
 
Com o bloco duplo a marcar a diagonal, podemos começar a introduzir a 
questão de quem marca, ou seja, o bloco define que trajetória vai tapar, 
avisando a defesa com um símbolo - sistema 1, ou bloco marca o que entender 
no momento e a defesa lê o comportamento do bloco – sistema 2. 
 
 
4x4 – Transição Ataque Z3 
 
• Transição ao ataque Z3 – Losango ou Quadrado móvel 
 
Defensores têm que rodar para o atacante e decidir subir ou manter as posições 
de fundo. O Z1 tem que escolher o lado para colocar a bola. 
 
 
 
 91 
 
• Transição ao ataque Z3 – Quadrado fixo 
 
Definir previamente quem bloqueia no meio (ex: quadrado fixo 3+2, Z3 bloca 
no meio. 
 
• Transição ao ataque Z3 – em 3:1 
O Z4 e o Z2 saem rapidamente da rede, o Z1 decide para que lado é que vai 
colocar a bola. 
 
 
 
 
4x4 – Freeball 
 
• Freeball saindo de Losango ou Quadrado móvel 
 
Na freeball a equipa identifica a situação e muda as posições antes do 
adversário contatar a bola. O servidor avança ligeiramente e o distribuidor sai 
da rede. 
 92 
 
• Freeball saindo de quadrado fixo 4+3 
 
Identificação da situação e mudança de posições ANTES do adversário contatar 
a bola. Equipa roda em bloco, com rotações rápidas. Treinador define jogador 
que se chama de “bola morta”. 
 
• Freeball saindo de quadrado fixo 3+2 
 
Princípio idêntico à situação anterior. Apesar de ser a bola mais fácil há alguma 
tendência para a displicência na execução. 
 
• Freeball saindo de quadrado fixo 3+2 com penetração 
 
Existindo penetração, o quadrado fixo 3+2 é o sistema defensivo que melhor 
permite manter distribuidor no fundo à direita na defesa. Distribuidor entra 
cedo, Z3 com as bolas curtas, o Z4 cobre a maior área e o Z2 desce 
rapidamente. 
 
 
 93 
• Freeball saindo em 3:1 
 
Atacantes têm que sair rapidamente da rede. 
 
4x4 – Downball 
 
• Downball saindo de Losango ou Quadrado móvel 
 
Na downball a equipa diz “SAI” e não há bloco embora possa existir trajetórias 
descendentes: posições mais baixas e dinâmicas em comparação com a freeball. 
 
• Downball saindo de quadrado fixo 4+3 
 
 
Jogadores recuam e mantem as posições baixas devido a possíveis trajetórias 
descendentes. 
 
• Downball saindo de quadrado fixo 3+2 
 
 94 
 
• Downball saindo de quadrado fixo 3+2 com penetração 
 
 
 
 
Neste caso e ao contrário da freeball o distribuidor ESPERA para defender em 
vez de subir logo para a rede. Só depois de verificar que não é ele que defende 
é que sobe à rede. 
 
• Downball saindo de 3:1 
 
Saindo de 3:1 novamente uma saída rápida de rede assumindo-se uma posição 
mais baixa. 
 
 
O JOGO 6X6 FORMATIVO 
 
Princípios a respeitar no Jogo Formativo 
 
Disposição Inicial - Zonas / Posições 
 
 
 
 
 95 
Posicionamento dos jogadores antes do serviço 
• O jogador de Zona 1 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais atrasado que o jogador de Zona 2 e mais à direita que os 
outros jogadores da sua linha (z6 e z5). No caso de pertencer à equipa que 
executa o serviço é o responsável pelo mesmo podendo executá-lo em 
qualquer zona atrás da linha de fundo. 
• O jogador de Zona 6 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais atrasado que o jogador de Zona 3 e entre os outros 
jogadores da sua linha (z1 e z5). No caso de pertencer à equipa que 
executa o serviço deve permanecer à direita do jogador situado na zona 
5. 
• O jogador de Zona 5 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais atrasado que o jogador de Zona 4 e mais à esquerda que 
os outros jogadores de trás (z6 e z1). No caso de pertencer à equipa que 
executa o serviço deve permanecer à esquerda do jogador situado na zona 
6. 
• O jogador de Zona 4 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais adiantado que o jogador da zona 5 e mais à esquerda que 
os outros jogadores da sua linha (z3 e z2). 
• O jogador de Zona 3 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais adiantado que o jogador da zona 6 e entre os dois jogadores 
da sua linha (z4 e z2).• O jogador de Zona 2 pode estar em qualquer parte do campo desde que 
permaneça mais adiantado que o jogador da zona 1 e mais à direita que os 
outros jogadores da sua linha (z3 e z4). 
Sistemas de Receção 
É o primeiro elemento do jogo dentro do KI que uma equipa executa para 
receber corretamente a bola proveniente de uma reposição pela equipa 
adversária. Está condicionada pela trajetória, potência e velocidade do jogador 
que desenha, bem como pela colocação e distribuição dos que participam da 
receção, e seu principal objetivo é enviar a bola nas melhores condições 
possíveis para o distribuidor, a fim de construir o ataque. 
 96 
Com 5 Jogadores 
Basicamente, são dois os sistemas de cinco jogadores que podemos encontrar: 
Sistema W 
De acordo com Ribeiro (2004), a disposição para receber o serviço em W é a 
que utiliza o maior número de jogadores possível, sendo o distribuidor o único 
a não ter responsabilidades na receção. Consequentemente, é também aquela 
em que se ocupa mais espaço do campo. É a mais indicada para equipas 
principiantes, uma vez que diminui a responsabilidade de cada recetor, bem 
como utiliza todos os jogadores no passe, evitando uma especialização precoce. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para Cunha (1998a), as principais vantagens e desvantagens da receção com 5 
jogadores (em W) são as seguintes: 
 
Vantagens 
o Maior cobertura do campo / sem áreas desprotegidas; 
o Todos os recebedores veem e estão orientados para quem serve; 
o A este sistema pode juntar-se lhe qualquer sistema ofensivo; 
 97 
o Mesmo os maus recebedores podem desempenhar a sua função numa área 
restrita; 
o Bom para equipas inexperientes, pouco móveis, com qualidade média na 
receção. 
 
Desvantagens 
o Quanto maior o número de recebedores, mais alvos o servidor pode 
atingir; 
o Raramente uma equipa possui 5 recebedores igualmente competentes; 
o Em esquemas ofensivos mais evoluídos, este sistema não permite aos 
atacantes desenvolverem determinados movimentos; 
o Coloca problemas de comunicação entre os recebedores. 
Sistema em semicírculo 
As formações abaixo correspondem ao sistema de receção de semicírculos, onde 
na verdade, tudo o que fazemos é fortalecer a parte central do fundo do campo, 
recuando o jogador localizado na zona 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 98 
Com 4 Jogadores 
Os sistemas fundamentais de receção de quatro jogadores são: 
Sistema semicírculo 
Como podemos ver nas figuras abaixo, as possibilidades são múltiplas para cada 
uma das seis rotações. De fato, podemos deixar a receção para o jogador que 
desejamos, seja para uso posterior em um ataque no primeiro tempo, em um 
ataque nas costas, em uma mudança ou troca de zona ou por ser um recetor 
menos experiente. 
Poderíamos chamar esse sistema de 2 + 2, já que os dois jogadores mais 
avançados ajudam nos lances curtos aos dois jogadores mais recuados e 
internos, que são responsáveis pela maior parte dessas bolas. 
Podemos ver nos gráficos algumas das muitas possibilidades que este dispositivo 
nos oferece. Também podemos encontrar atacantes ou defensores que não 
recebem, combinados com penetrações curtas, longas ou falsas. 
 99 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema losango 
Neste sistema temos um jogador livre das tarefas de receção, e o motivo, como 
no caso anterior, pode ser muito diversificado, embora seja, para facilitar o 
jogo rápido na saída do ataque de receção. 
Este sistema, podemos chamar de 3 + 1, já que os três jogadores recuados 
formariam um semicírculo e seriam responsáveis pela maior parte das bolas, 
 101 
enquanto no vértice superior do losango, o jogador mais avançado é responsável 
apenas pelos lances curtos. 
Normalmente, esse jogador avançado geralmente é um atacante que 
pretendemos ter pouca responsabilidade de receção e que também pode atacar 
qualquer uma das áreas da rede. É um dispositivo ideal para conseguir que o 
jogador ataque pelo lado mais fraco do bloco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Cunha (1998a) as principais vantagens e desvantagens da receção 
com 4 jogadores são as seguintes: 
 
Vantagens 
o Os rematadores estão melhor colocados para desenvolverem os seus 
movimentos ofensivos; 
o Processos de especialização trazem benefícios; 
 102 
o Quem recebe melhor está mais motivado para treinar e desempenhar a 
tarefa; 
o Melhor rendimento; 
o Os piores recebedores podem dedicar mais atenção aos seus papéis 
fundamentais; 
o O distribuidor fica normalmente mais próximo da zona 2-3. 
Desvantagens 
o Muito campo aberto que o servidor pode alvejar; 
o Os erros cometidos são normalmente terminais; 
o Quem recebe tem que percorrer grandes distâncias para intervir sobre a 
bola; 
o Podem surgir colisões quando estão lado a lado recebendo agressões; 
Com um número restrito de recebedores, quando estes estão num mau 
dia, as opções são limitadas. 
Distribuidor 
 
Para Santos (1992), o objetivo do distribuidor é colocar a bola nas melhores 
condições possíveis (técnica e taticamente) para facilitar as próximas fases do 
jogo (ataque). A colocação não é uma técnica defensiva ou ofensiva; conecte a 
receção com o ataque. Um bom posicionamento não apenas cria condições 
favoráveis para os atacantes, mas também pode distrair e confundir o 
julgamento dos oponentes. Todo mundo sabe a dificuldade de encontrar bons 
distribuidores. Não podemos esquecer que quase 100% de todas as ações 
precisam passar por isso, não apenas deve ser tecnicamente bom, mas também 
ter personalidade, inteligência, responsabilidade e liderança, todas com um 
grande equilíbrio, que as diferentes situações do jogo não o afetam 
regularmente. 
 
 
 
 
 
 
 103 
Sistemas Ofensivos 
 
Sistema Ofensivo 6:0 
É uma formação sem jogadores especializados em situação de jogo 6x0, em que 
as tarefas são realizadas por todos os jogadores. Estes, mantém sempre a sua 
posição no terreno de jogo, não existindo permutações e o distribuidor é 
sempre o jogador que nesse momento ocupa a posição 3. 
É utilizado por equipas de fraco nível técnico-tático e na iniciação ao voleibol 
formal. 
Neste sistema devemos ter em atenção diversos aspetos: 
o Todos os jogadores são simultaneamente distribuidores e atacantes; 
o Não há qualquer tipo de especialização de 
funções – jogadores universais; 
o Não existe a realização de trocas de posição 
em campo facilitando a movimentação dos 
jogadores; 
o Sistema ideal para equipas que se estejam a 
iniciar na modalidade: essencial que todos os 
atletas passem pelas tarefas de distribuição e de ataque antes de se iniciar 
o processo de ESPECIALIZAÇÃO. 
Sistema 4:2 
No sistema 4:2 existem várias particularidades, tais como: 
o Sistema com especialização de funções; 
o 4 atacantes e 2 distribuidores em oposição; 
o Quando um distribuidor, após rotação, 
chega à zona defensiva o distribuidor que 
se encontra na zona ofensiva faz as funções 
de distribuição, existindo sempre dois 
atacantes na organização ofensiva da 
equipa; 
 104 
o Em termos evolutivos deste sistema, a distribuição efetua-se usualmente 
numa primeira fase na z3 para posteriormente transitar para a z2; 
o Sistema indicado para equipas que estão em fase de especialização de 
funções dos jogadores; 
o Ataque muito previsível porque só existem 2 atacantes na zona ofensiva, 
em todas as rotações: padrões de ataque limitados; 
o Quando a distribuição é feita na zona 2 verifica-se alguma evolução na 
aplicação deste sistema, já que permite o desenvolvimento dos atacantes 
centrais; 
o Por outro lado, a distribuição na zona 2 tem a desvantagem de não se 
poder utilizar o passe de costas e que do ponto de vista da formação do 
jogador é limitativo. 
Neste sistema as rotações e as receções podem ser visualizadas nas imagens 
que seseguem: 
o 1ª rotação = 4ª e receção ao serviço 
Sistema 4:2 – Distribuição em z3 e receção em W 
 
o 2ª rotação = 5ª e receção ao serviço 
 
 105 
Sistema 4:2 – Distribuição em z3 e receção em W 
 
o 3ª rotação = 6ª e receção ao serviço 
 
Sistema 4:2 – Distribuição em z3 e receção em W 
 
 
 
 
 106 
Princípios para a organização ofensiva 
Segundo Mesquita (2002) um distribuidor de alto nível tem de apresentar um 
determinado número de aspetos na sua tomada de decisão tática. No quadro 
que se segue apresentamos os diversos aspetos a considerar pelo distribuidor. 
Características das equipas Fluxo de Jogo 
• Características técnicas dos próprios 
atacantes 
• Frente de ataque e posição do melhor 
e pior atacantes 
• Posição do melhor atacante e 
oposição que enfrenta 
• Estilo técnico do remate e 
particularidades 
• Mudar para evitar adaptação do 
adversário 
• Gerar incerteza 
• Passar para zonas improváveis (maior 
risco) 
• Antecipar o time-out adversário e 
estratégias correntes 
 
• Características psicológicas dos 
próprios atacantes 
• Reação destes ao erro e ao sucesso 
• Não mostrar decisões baseadas na 
eficácia prévia do atacante 
• Individualizar a interação 
• Jogar com a resposta do bloco aos 
movimentos dos atacantes 
• Posição dos blocadores no momento 
do passe 
• Relacionar momento do set e posição 
do blocador central 
• Movimentos do bloco derivados das 
características da receção ou defesa 
• A nossa receção e defesa 
• Posição dos recebedores prioritários 
• Forças e fraquezas da receção 
• Qualidade do 1º toque e atributos do 
atacante 
• Adaptar a técnica de passe e a 
direção do movimento 
• Posição da mão; velocidade de 
execução; movimentos corporais 
• Acelerar ou retardar a bola 
• Enganar o bloco 
• Forças e fraquezas do bloco 
adversário 
• Posição dos blocadores mais altos e 
mais baixos 
• Movimentos dos blocadores (pontos 
de partida, velocidade e mobilidade) 
 
 
• Contexto de jogo 
• Resultado do jogo: acima, abaixo ou 
empate 
• Momento do set: início, meio e fim 
 107 
• Análise e perceção do pensamento 
tático dos blocadores adversários 
 
 
Organização ofensiva simples 
O ataque no voleibol tem como objetivo principal fazer com que a bola toque 
no terreno adversário (Cunha, 1998b). Fundamentalmente, ao nível do ataque, 
podem distinguir-se sistemas ofensivos com dois ou três pontos de ataque, 
subordinando-se ao tipo de distribuição (Rodrigues, 1985). 
2 pontos de ataque 
Segundo Rodrigues (1985), nos sistemas 
ofensivos com dois pontos de ataque, 
estes podem ser nas zonas 2 e 4 
(distribuidor ao meio) ou nas zonas 3 e 4 
(distribuidor à ponta). 
3 pontos de ataque 
Por outro lado, em caso da utilização de três pontos de 
ataque (zona 2,3 e 4), o passe de ataque tem de ser 
necessariamente efetuado por um dos jogadores da defesa, 
que se desloca momentaneamente até à zona de ataque 
(penetração). Em alta competição pode ainda ser utilizado 
um quarto ponto de ataque, executado por um jogador da 
área defensiva. 
Penetração 
A penetração no voleibol ocorre quando o distribuidor está na zona mais 
recuada e "penetra" na zona de ataque para que os três atacantes possam 
atacar. Contudo, esta situação influência a velocidade do jogo e a variação do 
jogador que deles resulta. A penetração começa na posição 1,5,6, no entanto, 
uma das melhores penetrações é realizada na posição 1. 
 108 
Esse sistema é o mais rápido na sua conceção, mas também implica maior 
técnica e domínio do passe e da receção. Exige que os distribuidores, quando 
estão na rede, saibam também realizar um ataque. Esta posição tem a 
característica de que a penetração é sempre realizada por um distribuidor ou 
pelo rematador - distribuidor, dependendo da rotação que está a ser realizada 
no momento. 
Penetração curta: O atacante é arrastado com o distribuidor para a rede, de 
modo a que o seu deslocamento seja semelhante a quando não há penetração, 
uma vez que o distribuidor se encontra na zona avançada. 
Penetração longa: O distribuidor começa a sua 
deslocação a partir da zona mais recuada, 
sendo forçado a ficar atrás do atacante 
correspondente no momento do serviço. 
 
Penetração média: O distribuidor inicia a sua deslocação desde o corredor mais 
avançado da zona recuada. Esta posição é amplamente usada quando o serviço 
é da zona P1 e o recebedor é forçado a iniciar o seu deslocamento para a frente, 
de modo a evitar a bola curta do adversário. 
Penetração falsa: o distribuidor 
aparenta estar numa zona avançada, 
contudo a sua posição correta é na 
zona recuada. Pode estar inicialmente 
em falta de posição, então às vezes 
temos que sair antes do contato do 
jogador que está a servir, e outras 
vezes não é necessário. Em algumas 
situações o distribuidor deve avançar o seu deslocamento no momento do 
serviço, de forma a que, no momento em que o jogador da equipa adversária 
que vai servir e está em contato com a bola, este esteja na frente do seu 
defensor (está representado com um segundo círculo, e neste caso sem 
 109 
número), que corresponderá à posição real no momento do serviço. De qualquer 
forma, essas falsas penetrações são muito pouco usadas, devido ao nível do 
estudo realizado pelas equipas adversárias. Estas falsas penetrações podem ser 
interessantes quando se joga contra equipas que não têm informações sobre 
nós. 
Penetração interna: é realizada por qualquer 
jogador das três posições, mas é mais utilizada 
pela penetração da posição 6, passando para 
qualquer jogador de ambos os lados para a 
posição 3, para realizar o ataque ou remate. 
 
Penetração externa: é realizada apenas por um dos dois lados do campo, ou 
pelo jogador da posição 1, entrando o distribuidor 
para o lado direito da posição 2, para a posição 3, 
para realizar uma jogada de ataque ou remate ou 
penetrar na posição 5, passando para o lado 
esquerdo da posição 4, para a posição 3 para 
realizar o ataque ou remate. 
Para se realizar uma boa penetração devemos ter em atenção às seguintes 
situações: 
o Para realizar a penetração, o distribuidor deve estar colocado atrás do 
atacante no momento do serviço, bem junto a ele, sempre com um pé na 
frente do atacante. 
o Se estiver na posição 1 “penetra” no jogador da posição 2, se estiver em 
6, no jogador da posição 3 e se estiver na posição 5, no jogador da posição 
4. 
o A penetração depende de como o treinador coloca o sistema de receção, 
mas, tendo em conta que o distribuidor se encontra na zona mais recuada 
e vai atrás do atacante, a sua colocação é mais fácil. 
 
 110 
Proteção ao ataque 
 
Quando estamos na proteção ao ataque devemos ter em consideração diversos 
aspetos, tais como: 
o Na proteção ao ataque sempre que a equipa ataca os restantes elementos 
da equipa devem posicionar-se em campo de forma a recuperar a bola que 
é defletida do bloco adversário. 
o Varia em função das particularidades de cada ataque (realizado mais 
próximo ou mais afastado da rede; mais interior ou exterior) e em função 
de cada jogador no campo. 
A posição que os jogadores adotam no terreno de jogo, de modo a poderem 
defender a bola que é refletida pelo bloco adversário, após ataque da sua 
própria equipa. 
Esta proteção pode revestir duas formas: 
o A proteção próxima, também chamada de primeiro anel, que é efetuada 
junto do atacante que realiza a ação ofensiva; 
o A proteção mais afastada, ou segundo anel, que é efetuada num plano 
mais distante do atacante que remata. 
Na proteção ao ataque existem dois sistemas básicos, que são: 
Sistema 1:2:3 
No sistema 1:2:3 a proteção próxima é efetuada por dois jogadores e a proteção 
mais afastada é executada por três jogadores. 
O jogador no 3 passa, por exemplo, para o no 2 que remata. O trabalho dos 
outros 5 jogadores é cobrir o campo contra a bola que vem reenviada do bloco. 
Os 3 e 6 cobrem deperto, junto à rede, e deverão ter os joelhos muito curvados, 
dado que aqui a bola vem com muita velocidade. Os 1, 5 e 4 cobrem o resto do 
campo. Todos os jogadores deverão estar de frente para o bloco. 
 111 
Devido a haver jogadores com maiores aptidões para esta ou aquela função, são 
utilizadas as permutações e as penetrações. 
 
Sistema 1:3:2 
No sistema 1:3:2 a proteção próxima é efetuada pelos primeiros três atletas 
que se encontram na primeira linha de cobertura (mais próximos ao atacante) 
e os dois últimos atletas na segunda linha de cobertura (mais afastados do 
atacante). 
Neste sistema como foi referido no anterior, existem jogadores com maiores 
aptidões para esta ou aquela função, logo são utilizadas as permutações e as 
penetrações. 
 
Sistemas Defensivos – KII 
 
O complexo 2 ou KII é definido como a soma das ações executadas pela equipa 
que está em posse de serviço com o objetivo inicial de neutralizar o ataque da 
equipa adversária e vencer a “posse” da bola para construir o contra-ataque 
nas melhores condições possível obter o ponto, inclui os elementos de Serviço 
e Pontos de Partida. 
 112 
 
Pontos de partida 
 
Bloco 
O bloco é o primeiro elemento defensivo para parar, ou abrandar as trajetórias 
do remate. É o único elemento do jogo que permite a ação simultânea de um, 
dois ou três jogadores. 
Schulz et al. (1994) consideram que o bloco tem duas funções: 
o Deter a bola na sua trajetória através da rede. 
o Desviar a bola para o nosso campo, de forma a que se possa realizar os 
três toques para posteriormente realizar um remate ofensivo. 
 
Defesa 
Os sistemas defensivos são classificados de acordo com a posição do jogador 
que efetua o apoio quando a equipa adversária ataca. 
Todos têm uma posição inicial e uma posição final e são os sistemas de defesa 
3-1-2 (seis avançado), 3-2-1 (seis recuado) e 3-3. 
O sistema usado no ensino é de 3-1-2 ou seis avançado, em que a posição inicial 
é a de três jogadores colocados junto à rede, esperando que a equipa adversária 
execute um ataque por Zona 2, 3 ou 4. 
Sistema Defensivo com um Blocador (Bloco Individual) 
 
É a situação em que o bloqueador tenta apenas cancelar a ação do atacante 
adversário. Este bloqueador tentará cobrir bem, a maior área possível do campo 
ou a área em que teoricamente o ataque oposto é mais forte. 
 
Vantagens 
o Utilizado predominantemente por equipas numa fase de formação inicial 
quando os jogadores ainda revelam dificuldades em se movimentar para 
transitar para novas ações; 
 113 
o A ação do bloco é limitada e circunscreve-se a bolas resultantes de 
ataques lentos, e longos, com trajetórias previsíveis ou ataques colocados, 
mas denunciados. 
Desvantagens 
o Tem pouca aplicabilidade contra equipas que recebam e ataquem forte; 
o Apesar de ter mais defensores posicionados, cada jogador tem mais espaço 
para cobrir – o ataque tem mais opções; 
o A necessária coordenação de movimentos pode ajudar a confundir os 
jogadores nas jogadas mais longas; 
 
Sistema Defensivo com dois Blocadores 
 
Sistema Defensivo com jogador 6 avançado 
 
No sistema defensivo com dois blocadores e com o zona seis avançado devemos 
ter em conta os seguintes aspetos: 
o O jogador da zona 6 realiza a cobertura do bloco; 
o Usado por equipas inexperientes e pouco desenvolvidas a nível técnico e 
tático; 
o É um sistema eficaz em equipas com blocos relativamente baixos; 
o A zona central do campo fica fragilizada caso o bloco não atue com 
eficácia; 
o No voleibol feminino este tipo de sistema assume alguma eficácia mesmo 
em equipas de alto nível. 
o 
 114 
 
Sistema Defensivo com o jogador 6 recuado 
 
 No sistema defensivo com dois blocadores e com o zona seis recuado devemos 
ter em conta os seguintes aspetos: 
o Utilizado por equipas mais evoluídas e em que o adversário executa 
ataques potentes; 
o Uma grande área encontra-se desprotegida perante ataques de 1º tempo 
em z3 e também pela colocação de bola pelo distribuidor ao 2º toque; 
o Sistema adequado contra equipas poderosas a nível ofensivo; 
o Pode assumir variantes com cobertura ao bloco ou sem cobertura ao bloco 
em função das características do adversário e da própria equipa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 115 
BIBLIOGRAFIA 
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Edição), 113-122. Editorial Paidotribo. Barcelona (Espanha). 
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Desportivo, 1, 2, 33-38. 
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nas fases de recepção do serviço e contra-ataque. In: Manual de Treinadores – 
Volume II. Federação Portuguesa de Voleibol: 37-83. 
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voleibol. Barcelona: Paidotribo. 
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Competição. FADEUP – UP. Porto. 
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Jogador de Voleibol. Centro de Estudos e Formação Desportiva. Federação 
Portuguesa de Voleibol. 
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Silverman e C. Ennis (eds.). 
Vickers, J. (1990). Instructional design for teaching physical activities. Human 
Kinetics Books. ISBN 0-87322-226-1. 
 
 
	HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL
	VOLEIBOL EM PORTUGAL
	ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL
	CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE
	Regras
	Campo
	Bola
	Equipamento dos jogadores
	Espaço
	Número de jogadores
	Altura da rede
	Pontuação
	Posição dos Jogadores
	Rotação
	Bola fora / Reposição em Jogo
	Duração e interrupção do Jogo
	Número de Toques
	Área da Linha dos 3 Metros
	Violação da Rede e da Linha Divisória
	Funções específicas e constituição da equipa de arbitragem
	O ENSINO DO JOGO
	Ações Técnicas Elementares
	Introdução Elementar às Ações Táticas em Contexto de Ensino do Jogo
	A Aprendizagem por Etapas e a Importância da Manipulação do Desenho das Situações de Jogo Reduzido
	Sistematização de um Exemplo de Proposta Metodológica para o Ensino do Jogo de Voleibol
	A Lógica Funcional do Jogo: o(s) Komplex (ou K)
	Princípios de Jogo do Mini Voleibol (Situações de Aprendizagem)
	O Jogo 6x6 Formativo
	BIBLIOGRAFIAlimites e ocupa espaços abertos, 
aparecendo, como alternativa o Voleibol de Praia. Esta nova variante é um 
fenómeno que se tem vindo a expandir, chegando a alcançar o estatuto de 
modalidade Olímpica. 
 9 
VOLEIBOL EM PORTUGAL 
O Voleibol foi introduzido em Portugal pelas tropas norte-americanas que 
estiveram estacionadas na Ilha dos Açores durante a 1a Grande Guerra Mundial. 
O Engenheiro António Cavaco, natural dos Açores (Ilha de S. Miguel), teve um 
papel preponderante na divulgação do Voleibol quando veio para Lisboa cursar 
engenharia, nomeadamente nas Escolas Superiores e Faculdades, com mais 
incidência na Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, equipa 
que dominaria a modalidade até aos anos sessenta. 
A Associação Cristã da Mocidade (A.C.M.), teve igualmente uma ação relevante 
na difusão do voleibol em Portugal e a ela se deve a publicação do primeiro 
livro de regras, bem como a sua contribuição para a fundação da Associação de 
Voleibol de Lisboa, em 28 de Dezembro de 1938, sendo o primeiro Presidente o 
Sr. José Morgado Rosa. 
O primeiro torneio oficial e o primeiro Campeonato de Lisboa foram organizados 
pela Associação de Voleibol de Lisboa em 1939/40 e tiveram como vencedora a 
equipa da A.E.I.S. Técnico. 
Em 31 de Março de 1942 o Clube Fluvial 
Portuense, Estrela e Vigorosa, Associação 
Académica de Espinho, Clube Portuense de 
Desportos, Vilanovense Futebol Clube e Sport 
Clube do Porto fundaram a Associação de 
Voleibol do Porto. 
O primeiro Campeonato Nacional de Seniores Masculino disputou-se em 
1946/47, tendo como vencedor a A.E.I.S. Técnico. A prova feminina apenas 
começou em 1959/60, com a equipa do S.C. Espinho a sagrar-se campeã 
nacional. 
A estreia da seleção portuguesa em provas internacionais deu-se no 
Campeonato da Europa de 1948 em Roma, acabando a prova em quarto lugar. 
Três anos mais tarde a seleção portuguesa participou no 3º Campeonato da 
Europa, em Praga, obtendo o 7º lugar. 
 10 
A participação num Mundial aconteceu em 1956, no 3º Campeonato do Mundo, 
em Paris, tendo-se classificado em 15º lugar, entre 24 países concorrentes. 
No final da década de cinquenta e até princípios de 70, por decisão política do 
Ministério da tutela, a seleção portuguesa deixou de participar em competições 
internacionais. 
No ano de 1990 a seleção júnior masculina qualifica-se para a fase final do 
Campeonato da Europa. É também o ano, que conjuntamente com a televisão, 
a Federação Portuguesa Voleibol começa a realizar o Torneio Internacional 
R.T.P. 
O III Campeonato Mundial da Juventude Masculino e Feminino é organizado em 
1991 em Portugal, participando 24 Seleções. A prova masculina decorreu no 
Porto e a feminina em Lisboa. Na classificação final Portugal é o 9º no masculino 
e 12º no feminino. 
Em 1994, Portugal qualifica-se para o IV Campeonato do Mundo da Juventude, 
na Turquia, classificando-se em 4º lugar e no ano seguinte qualifica-se para a 
fase final do Campeonato Europeu de Juniores, sendo o décimo classificado. 
Ainda em 1995 e, após ter sido finalista em 1994 com a Espanha, organiza-se 
em Portugal a Spring Cup, terminando a Seleção Sénior Masculina em terceiro 
lugar. 
ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL 
 
O Voleibol é regido por duas organizações que são a Organização Federativa 
Internacional e a Organização Federativa Nacional. 
 
Organização Federativa Internacional 
A F.I.V.B. (Fédération Internationale de Volleyball) é a entidade máxima que 
rege o voleibol a nível internacional. 
o Fundada em 20.04.1947, numa reunião com 14 países em Paris. 
 11 
o O 1º grande evento internacional de voleibol foi realizado em 1949 
denominado de Campeonato Mundial de Voleibol. 
o Existem 5 federações continentais: 
 Confederação Africana (53 países), Confederação da América do Norte, 
Central e Caribe (34 países), Confederação Sul-Americana (12 países), 
Confederação Asiática (64 países), e Confederação Europeia (55 países). 
Organização Federativa Nacional 
A F.P.V. (Federação Portuguesa de Voleibol) é o organismo que regula o 
voleibol a nível nacional. 
o Fundada em 7.04.1947 
o Congrega 18 associações regionais da modalidade 
o Responsável pela organização dos Campeonatos Nacionais 
 
CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE 
O Voleibol é um desporto coletivo jogado com duas equipas de seis jogadores 
de cada lado e do mesmo sexo. Eles podem ser substituídos, mas apenas uma 
vez em cada set, embora o número total de substituições, por set, seja de seis. 
O Voleibol pode também ser jogado com equipas (mistas, ou não) de dois, de 
três ou quatro elementos, quer no interior, quer no exterior (Voleibol de praia). 
O jogo realiza-se num campo retangular, dividido ao meio por uma rede 
suspensa em dois postes. 
A altura oficial da rede, para os escalões de juniores e de seniores, é de 2.24 
m para o sexo feminino e de 2.45 m para o sexo masculino. No entanto para os 
escalões mais baixos a altura da rede é obviamente mais baixa. 
O objetivo do jogo é jogar a bola por cima da rede, respeitando as regras do 
jogo, fazendo-a cair no campo do adversário – ação ofensiva, e impedir que a 
bola caia no seu próprio campo – ação defensiva. 
 
 12 
REGRAS 
Campo 
o Superfície em madeira ou qualquer material sintético que a substitua. 
o Segundo a FIVB são ilegais 
as superfícies que possam 
pôr em risco a integridade 
física dos jogadores, ex: 
superfícies ásperas, 
húmidas ou escorregadias como o cimento. 
o Pode jogar-se o voleibol em recintos interiores ou ao ar livre, mas os 
campeonatos importantes decorrem sempre em recintos fechados. 
o O campo mede 18m por 9m e possui a toda a volta uma zona livre pelo 
menos 2m de largura (ou 3m nos recintos ao ar livre). 
o O campo é delimitado por linhas de 5 cm de largura que fazem parte da 
área total de jogo, isto é, 18m por 9m. Uma linha central divide o campo 
em duas metades, cada uma medindo 9m. 
o A 3m da linha central, existe, em cada lado, uma linha a toda a largura 
do campo. Estas são as linhas de ataque e a área que fica entre elas e a 
linha central chama-se campo avançado. 
Bola 
o De cabedal flexível e com câmara-de-ar de borracha. 
o Cor contrastante (atualmente as bolas oficiais 
apresentam duas ou mais cores distintas). 
Equipamento dos jogadores 
o Todos os membros duma mesma equipa deverão usar equipamento igual 
(camisola e calções) da mesma cor, exceto o libero com uma cor 
diferente. 
o Nenhum jogador poderá usar joias, alfinetes, pulseiras ou algo parecido 
que possam causar ferimentos. 
 13 
Espaço 
 
Número de jogadores 
o Uma equipa de Voleibol é constituída por 12 jogadores, 6 efetivos e 6 
suplentes. 
o O Voleibol tradicional é jogado com duas equipas de seis jogadores de 
cada lado e do mesmo sexo. Eles podem ser substituídos, mas apenas uma 
vez em cada set, 
o Embora o número total de substituições, por set, seja de seis. O jogador 
Líbero é o único que pode entrar e sair várias vezes no mesmo set e 
durante todo o jogo. 
o O Voleibol pode também ser jogado com equipas (mistas, ou não) de dois, 
de três ou quatro elementos, quer no interior, quer no exterior (Voleibol 
de praia). 
Altura da rede 
o A altura oficial da rede, para 
os escalões de juniores e de 
seniores, é de 2.24 m para o 
sexo feminino e de 2.45 m 
para o sexo masculino. 
 14 
o No entanto para os escalões mais baixos a altura da rede é obviamente 
mais baixa. 
Pontuação 
o Um jogo de Voleibol é jogado à melhor de cinco sets, isto é, a equipa 
vencedora é aquela que ganha três sets. 
o Cada set (primeiros 4 sets) é ganho quando uma equipa atinge os vinte e 
cinco pontos, embora a diferença de pontuação tenha que ser igual ou 
superior a dois. Um ponto é válido independentemente da equipa a servir. 
o Se as equipas empatam 2-2, ter-se-á de jogar o 5º set que termina aos 15 
pontos, com diferença de 2 pontos entre as equipas.Posição dos Jogadores 
o São definidas zonas do campo que 
correspondem à posição de cada jogador 
no momento do serviço. 
o Assim, da direita para a esquerda os 
jogadores do ataque, que são os da frente, 
ocupam as posições 2, 3 e 4 e os da defesa 
ocupam as posições 1, 6 e 5. 
o É importante não esquecer que esta 
definição de zonas, no momento do serviço, é relativa, uma vez que por 
exemplo, cada defesa só terá que estar atrás do atacante colocado à sua 
frente. 
o Após o batimento da bola no serviço os jogadores podem deslocar-se 
livremente. 
 15 
Rotação 
o Após cada serviço ganho, a equipa em 
causa executa a rotação na direção dos 
ponteiros do relógio, isto é, a rotação é 
efetuada segundo a seguinte sequência 
de posições: 1, 6, 5, 4, 3, 2, e o jogador 
da posição 6 tem que estar atrás do 
jogador da posição 3 e entre os 
jogadores das posições 1 e 5; 
o O jogador da posição 5 tem que estar atrás do jogador da posição 4 e à 
esquerda do jogador da posição 6, e assim sucessivamente. 
Bola fora / Reposição em Jogo 
o A bola é considerada fora de jogo, quando contata o solo ou toca em 
qualquer objeto (varetas, postes, teto) ou pessoas (treinadores, 
suplentes, árbitros) fora dos limites do campo. 
o As linhas que delimitam o campo fazem parte deste. 
o Se a bola cair dentro do campo adversário, a equipa que a conseguiu 
colocar ganha um ponto e tem direito a servir. 
Duração e interrupção do Jogo 
o O jogo de Voleibol não tem uma duração limitada. 
o A duração dos intervalos entre sets é de três minutos e nos jogos da 
categoria de sénior, em cada um dos quatro primeiros parciais, existem 
dois tempos técnicos de um minuto de duração, aos 8 e 16 pontos. 
o Cada equipa tem direito a pedir um máximo de dois tempos mortos de 30 
segundo cada por set. 
Número de Toques 
o A cada equipa só é permitido realizar três toques e a cada jogador não é 
permitido realizar dois toques consecutivos. Esta regra é alterada quando 
há uma situação de bloco, isto é, quando um jogador efetua a ação técnica 
 16 
de bloco pode realizar outro toque logo de seguida e consequentemente 
a equipa nesta situação poderá optar por dar quatro toques. 
o Se a bola for tocada, por um jogador, em duas partes distintas do seu 
corpo é falta, exceto, por exemplo, na receção (em manchete) ao serviço 
da equipa adversária. 
Área da Linha dos 3 Metros 
Um jogador só pode realizar ações técnicas (remate e bloco) acima do bordo 
superior da rede se a chamada for realizada à frente da área da linha dos 3 
metros e se estiver nas posições 2, 3 ou 4. Caso isto não se verifique o serviço 
é da equipa adversária. 
Violação da Rede e da Linha Divisória 
Tocar na rede ou passar com um ou dois pés para além da linha divisória do 
meio campo, impedindo e/ou dificultando o adversário de jogar a bola, é falta. 
Funções específicas e constituição da equipa de arbitragem 
O jogo é dirigido por uma equipa de arbitragem. O primeiro árbitro apita 
sempre para iniciar o serviço. O primeiro e o segundo árbitro apitam para parar 
uma jogada, assinalando por meio de gestos oficiais a natureza da falta, o 
jogador faltoso e a equipa que vai servir. No entanto o primeiro árbitro tem 
autoridade sobre toda a equipa de arbitragem e auxiliares, bem como sobre os 
membros das equipas. As suas decisões são irrevogáveis. 
Ao primeiro árbitro compete aplicar a qualquer membro da equipa as sanções 
mais adequadas, tais como: 
o Por conduta antidesportiva: 
 Advertência, por conduta antidesportiva; 
 Penalização, por conduta grosseira (manifestação de desprezo). Esta 
sanção penaliza a equipa com perda da jogada. 
o O jogador que repetir a mesma atitude deve ser expulso, não podendo 
jogar o resto do “set”. 
 17 
o A desqualificação de um jogador ocorre quando se verifique tentativa ou 
mesmo agressão física, devendo o infrator deixar imediatamente a área 
de jogo para o resto do encontro. 
O juiz de linha, a pedido do primeiro árbitro, deve assinalar 
o A bola “fora”; 
o A bola “dentro”; 
o A bola tocada pela equipa que recebe; 
o As bolas que passam a rede, por fora do espaço de passagem (entre as 
varetas), e a falta com o pé no serviço (calcar a linha de fundo ou fora da 
zona de serviço). 
Também o marcador faz parte da equipa de arbitragem: é responsável pelo 
preenchimento do boletim de jogo, em colaboração com o segundo árbitro; 
controla a ordem de rotação e regista os pontos marcados. A ordem de rotação 
é determinada pela formação inicial de cada equipa. 
Substituições 
o Em cada set, cada equipa pode realizar seis substituições, sendo que um 
jogador da formação inicial só pode ser substituído uma vez e se reentrar 
em campo tem de ocupar o lugar daquele que o substituiu. 
o Relativamente ao líbero, este pode substituir qualquer jogador da defesa 
e as suas substituições não contam para o número limite, no entanto é 
obrigado a sair do terreno de jogo, quando a rotação implica a sua 
passagem para a zona de ataque. 
Sistema de Pontuação 
o Um jogo é ganho pela equipa que vencer 3 sets. 
o Em cada jogada é ganho um ponto (sistema de ponto por jogada). 
o Quando a equipa que recebe ganha a jogada, ganha um ponto e o direito 
a servir. 
o Um set é ganho pela equipa que chega primeiro aos 25 pontos, com a 
diferença mínima de 2 pontos. 
 18 
o Em caso de igualdade de sets o último parcial é disputado até aos 15 
pontos com a diferença mínima de 2 pontos. 
Duração 
o O jogo de Voleibol não tem duração limitada. 
o Os intervalos entre sets duram três minutos. 
Tempos Mortos 
o Um tempo morto corresponde a uma interrupção de jogo, com 30 
segundos de duração, geralmente com o objetivo de analisar o processo 
de jogo. 
o Em cada set, cada equipa tem direito a pedir dois tempos mortos. 
o Existem ainda dois tempos técnicos em cada um dos sets, aos oito e aos 
dezasseis pontos, com um minuto de duração cada. 
Início e Recomeço do Jogo 
o Antes do início do jogo, o árbitro realiza o sorteio com os dois capitães de 
equipa. O vencedor pode escolher entre serviço/receção ou campo 
A/campo B em que vão começar a jogar. 
o A equipa que escolheu ou que ficou com o serviço inicia o jogo, após o 
apito do árbitro. 
o No início do segundo parcial, as equipas trocam de campo e a que o 
recebeu no primeiro set inicia o jogo. 
o Nos restantes parciais, as equipas voltam a alternar, com exceção do 
quinto set, onde se realiza novo sorteio e as equipas trocam de campo aos 
8 pontos. 
Faltas e Incorreções 
o Toques na Bola 
 Cada equipa pode dar três toques na bola, intencionais ou não, embora o 
mesmo. 
 19 
 jogador não o possa fazer duas vezes consecutivas. Os toques efetuados 
pelo bloco não contam para este efeito. 
 A bola pode ser tocada por qualquer parte do corpo, desde que não seja 
agarrada ou lançada, exceto no serviço. 
 O primeiro toque na bola é o único onde é permitido dar dois toques ou 
transportar a bola, desde que aconteçam na mesma ação. Nos restantes 
toques, a bola deve ressaltar claramente do corpo, principalmente nos 
gestos de ataque. 
o Serviço 
 O serviço tem de ser executado atrás da linha final, no espaço 
compreendido entre o prolongamento das linhas laterais. A bola tem de 
ser lançada previamente e batida com qualquer parte de um membro 
superior. 
 A bola pode tocar no bordo superior da rede no serviço, desde que 
transponha o espaço entre as varetas e passe para o campo adversário sem 
tocar em nenhum jogador da equipa que serve. 
 Quando um jogador está a executar o serviço, os restantes colegas e 
adversários têm de estar dentro do campo na ordem correta de rotação. 
 No momento do serviço não é permitido executar cortina, isto é, impedir 
os adversários de ver o servidor ou a trajetória da bola, exceto de forma 
estática. 
o Toque na Rede 
 Nenhum jogador pode tocar na rede ou vareta durante a ação deinterceptar a bola. 
 O blocador pode invadir o espaço contrário por cima da rede, depois do 
terceiro toque da equipa adversária ou sempre que algum jogador execute 
um ataque. 
 A linha central divisória pode ser pisada, mas nunca ultrapassada. 
 Os jogadores defesas (posições 5, 6 e 1) só podem atacar a bola acima do 
bordo superior da rede, desde que o último apoio seja feito antes da linha 
de ataque. 
o Restrições do Ataque 
 20 
 Todos os jogadores podem efetuar ações de ataque, exceto o líbero e os 
defesas que estão limitados a iniciar o ataque na sua zona, exceto quando 
a bola se encontre a uma altura inferior ao topo da rede. 
o Sanções Disciplinares 
Atitude Sanção disciplinar atribuída 
Se um jogador cometer uma falta de 
natureza antidesportiva, por exemplo, 
discordar da decisão do árbitro 
Advertência – O árbitro exibe o cartão 
amarelo. Não há perda de ponto ou 
serviço. 
Se o jogador cometer o mesmo tipo de 
falta pela segunda vez. 
Penalização – O árbitro exibe o cartão 
vermelho. O adversário ganha um ponto 
ou o serviço. 
Se o jogador cometer o mesmo tipo de 
falta pela terceira vez ou se manifestar 
de forma grosseira. 
Desqualificação – O árbitro exibe 
simultaneamente os cartões vermelho e 
amarelo, um em cada mão. O jogador 
deixa o campo durante aquele set. 
Se um jogador tiver uma conduta 
injuriosa ou cometer uma agressão. 
Expulsão – O árbitro exibe 
simultaneamente os cartões vermelho e 
amarelo, na mesma mão. O jogador 
abandona definitivamente o recinto de 
jogo. 
o Sinalética da Arbitragem 
 
 21 
O ENSINO DO JOGO 
 
AÇÕES TÉCNICAS ELEMENTARES 
Todos os elementos que compõem uma equipa devem ter consciência do seu 
papel em termos coletivo, pois qualquer erro de um jogador pode prejudicar o 
esforço dos outros, por isso, é desejável que todos dominem as técnicas básicas 
para poderem criar e solucionar as estratégias de jogo mais apropriadas para 
as diferentes situações. 
Posição Base 
A posição fundamental ou de base, caracteriza-se 
não somente por uma colocação dos segmentos do 
corpo, mas principalmente por uma atitude 
dinâmica, pronta a intervir. Esta posição é a 
mesma para a maioria dos gestos técnicos. 
Consiste em adquirir uma posição confortável e 
dinâmica que permita ao jogador deslocar-se em 
todas as direções e estar corretamente colocado 
para jogar a bola, isto é, entre os apoios. A posição fundamental deve permitir 
uma organização funcional dos segmentos tendo em vista um arranque rápido 
em qualquer direção. 
Componentes críticas: 
o Um pé ligeiramente avançado em relação ao outro e afastados à largura 
dos ombros; 
o A planta do pé em contacto com o solo; 
o Membros inferiores ligeiramente fletidos (C.G. baixo); 
o Tronco ligeiramente inclinado à frente; 
o Membros superiores à frente; 
o Olhar dirigido para a bola. 
 
 
 22 
Erros mais comuns: 
o Pés paralelos; 
o Extensão dos Membros inferiores; 
o Membros superiores descontraídos. 
 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: Os atletas realizam deslocamentos nas 
4 direções conforme assinalado pelo 
professor/treinador. 
Objetivo: Tomar consciência da posição base. 
Exercício 2 
Descrição: Os atletas executam deslocamentos 
ao longo das linhas delimitativas do campo de 
voleibol. 
Objetivo: Tomar consciência da posição base. 
Exercício 3 
Descrição: Em grupos de 2, lançar a bola ao 
companheiro para um dos lados aleatoriamente. 
Objetivo: Tomar consciência da posição base. 
Deslocamentos 
Os movimentos jogadores realização 
técnicos deslocamentos são de locomoção 
dos determinantes na correta dos gestos. 
 
 23 
Componentes críticas: 
o Um pé ligeiramente avançado em relação ao outro e afastados à largura 
dos ombros; 
o A planta do pé tem de estar em contacto com o solo (floot), realizando 
deslocamentos rasteiros; 
o Membro inferior ligeiramente fletidos (C.G. baixo); 
o Tronco ligeiramente inclinado à frente; 
o Olhar dirigido para a frente. 
 
Erros mais comuns: 
o Cruzamento dos apoios; 
o Pés paralelos; 
o Extensão dos Membros inferiores; 
o Membros superiores descontraídos; 
o Saltar durante os deslocamentos. 
 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: Os atletas são dispostos em xadrez à 
frente do professor/treinador e realizam 
deslocamentos em passo caçado na posição média 
para a frente, para os lados e para trás consoante a 
sinalética do professor/treinador. 
Componentes críticas: 
o Pés afastados à largura dos ombros. 
o Peso corporal sobre o terço anterior dos mesmos. 
o Não cruzar os apoios. 
o Posição média. 
 24 
Exercício 2 
Descrição: Deslocamento em passo caceado, 
pelas linhas laterais, rede e linha final. Os 
atletas deslocam-se para frente, para trás e 
para os dois lados consoante o local do 
campo em que se encontram. 
Componentes críticas: 
o Pés afastados à largura dos ombros. 
o Peso corporal sobre o terço anterior dos mesmos. 
o Não cruzar os apoios. 
o Posição média. 
o Olha dirigido para a frente. 
Exercício 3 
Descrição: Os atletas são dispostos dois a dois e realizam auto-passe e passe 
para o colega. Quando o professor/treinador sinalizar, o atleta que tem a bola 
realiza vários auto-passes, enquanto o outro executa dois passos caçados para 
a frente, dois para trás e dois para os lados. Seguidamente continuam a passar 
a bola entre si. 
Componentes críticas: 
o Pés afastados à largura dos ombros. 
o Peso corporal sobre o terço anterior dos mesmos. 
o Não cruzar os apoios. 
o Posição média. 
o Olha dirigido para a frente. 
Exercício 4 
Descrição: A equipa é dividida em duas equipas que realizam sucessivos auto-
passes pelo espaço disponível. Os atletas sem bola deslocam-se pelo pavilhão 
 25 
em passo caçado. Quando o professor/treinador der sinal os atletas com bola, 
estes devem procurar um atleta da outra equipa para lhe passar a bola. 
Componentes críticas: 
o Pés afastados à largura dos ombros. 
o Peso corporal sobre o terço anterior dos mesmos. 
o Não cruzar os apoios. 
o Posição média. 
o Olha dirigido para a frente. 
Passe de frente 
É o passe com as duas mãos enviando a 
bola para a frente do corpo. Por seu 
intermédio se executam quase todas as 
ações de ataque. 
Para executar o passe de frente parte-
se geralmente da posição média, com o olhar dirigido para a bola e os ombros 
perpendiculares ao corpo. Mão em concha, polegares orientados para dentro de 
tal forma que o seu prolongamento imaginário forme um X. O movimento de 
passe obtém-se com um trabalho simultâneo de pernas, tronco e braços; 
quando a bola entra em contato 
com os braços estes são semi-
fletidos, fazendo depois a sua 
extensão para efetuar o passe. O 
contacto das mãos com a bola 
faz-se com todos os dedos e 
sobretudo com as duas últimas falanges. 
 
Componentes críticas: 
o Um pé ligeiramente avançado em relação ao outro e afastados à largura 
dos ombros; 
 26 
o Corpo colocado debaixo da bola com os membros inferiores ligeiramente 
fletidos; 
o Flexão/extensão em simultâneo dos membros inferiores e dos membros 
superiores (mola); 
o Membro superior em extensão; 
o Mãos em forma de concha (dedos afastados e polegares orientados para o 
rosto); 
o A zona de contacto com a bola são os dedos; 
o O passe é feito acima e à frente da cabeça; 
o Ligeira abdução, no final do movimento dos pulsos; 
o Cabeça levantada e olhar dirigido para a frente. 
Erros mais comuns: 
o Pés paralelos 
o Extensão dos membros superiores e inferiores antes do contato com a 
bola; 
o Passe realizado a partir do peito; 
o Bola batida com a palma das mãos / ausência de movimento de elevação 
dos braços; 
o Falta de deslocamento para a bola. 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 e 2 
Descrição: 
1. Passe para o chão com todos os dedos. 
2. Passe para o chão, alternando, primeiro com os 
indicadores,depois os restantes dedos e por último os 
polegares. 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade dos dedos com a bola. 
 
 27 
Componentes críticas: 
o Não acompanhar a bola, mas trabalhar as articulações do pulso. 
o Ter os dedos em ligeira tensão e não rígidos. 
Exercício 3 e 4 
Descrição: 
3. Passe vertical com todos os dedos, a 50 cm de altura sem 
deixar cair a bola. 
4. Como o exercício anterior, mas alternando os dedos 
(indicadores, médios e polegares). 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade dos dedos com a bola. 
 
Componentes críticas: 
o Evitar passes demasiado altos que provoquem deslocamento. 
Exercício 5 
Descrição: 
5. Passes contra a parede (distância 50 cm) sem deixar cair 
a bola. 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade dos dedos com 
a bola e procurar a posição correta do corpo. 
 
Componentes críticas: 
o Evitar passes demasiado altos que provoquem deslocamento. 
 
 
 28 
Exercício 6 
Descrição: 
6. Primeiro passe contra a parede (distância 1mt) e o 
segundo passe na vertical (1m de altura). 
A finalidade deste exercício é variar a posição do pulso, com 
base na trajetória da bola. 
 
Componentes críticas: 
o Evitar passes demasiado altos que provoquem deslocamento. 
Exercício 7 
Descrição: 
7. Em pares: A lança a bola a B que sentado, 
desloca-se para fazer um passe. 
 A finalidade deste exercício é a sensibilidade dos 
dedos com a bola. 
 
Componentes críticas: 
o A deve lançar a bola com muita precisão. 
Exercício 8 
Descrição: 
8. Em pares: A lança a bola ao ar para B (5 – 6mts 
de distância), depois da bola tocar no solo, 
para-a e reenvia-a. 
A finalidade deste exercício é estudo da postura em função da trajetória da 
bola. 
 29 
Depois deste exercício passa-se a um passe direto de B sempre depois de um 
toque da bola no chão. Mais tarde A e B jogam sem deixar cair a bola. 
Manchete 
É o passe com os braços 
enviando a bola para a frente do 
corpo (manchete de frente). A 
técnica da manchete consiste 
em refletir a bola com a parte 
radial ou com a parte interna dos 
braços unidos. Para que os 
braços permaneçam bem unidos depois de jogar a bola, é necessário unir as 
mãos e assim as diversas uniões constituirão as variedades da técnica. 
 
 
Componentes críticas: 
o Um pé ligeiramente avançado em relação ao outro e afastados à largura 
dos ombros; 
o Flexão dos membros inferiores (C.G. baixo); 
o Ligeira inclinação do tronco à frente; 
o Membro superior em extensão e com altura inferior à da cintura pélvica; 
o “Mãos dadas” (em supinação), uma por cima da outra; 
o Rotação externa dos membros superiores; 
o A zona de contacto com a bola é a superfície formada pelos dois 
antebraços, que se encontra entre os apoios. 
o Cabeça levantada e olhar dirigido para a frente. 
 
 30 
Erros mais comuns: 
o Membro inferior em extensão; 
o Batimento ou contacto com a bola efetuado num plano demasiado elevado 
ou lateral; 
o Membros superiores fletidos; 
o “Mãos dadas” lateralmente; 
o A zona de contacto com a bola são as mãos; 
o Movimento demasiado amplo e descontrolado dos membros superiores, 
debaixo para cima; 
o Inclinação do tronco atrás. 
 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: 
1. Um com a bola à altura da cabeça lança-a ao outro. A lança a bola 
procurando enviá-la alternadamente com o antebraço direito e esquerdo. 
A finalidade deste exercício é habituar os antebraços ao impacto da bola. 
Exercício 2 
Descrição: 
2. A pares: B envia a bola a A que responde 
utilizando a manchete. 
 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade da 
bola com os braços unidos. 
Componentes críticas: 
o O lançamento de B deve ser preciso. 
 31 
Exercício 3 
Descrição: 
3. Uma bola na mão: manchete contra a parede 
sem parar nem deixar cair a bola. 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade dos 
braços perante a bola. 
Componentes críticas: 
o Enviar a bola sobre si mesmo e depois enviá-la para a parede. 
o A altura da manchete deve ser de 2mts. 
Exercício 4 
Descrição: 
4. Uma bola na mão: realizar manchetes sobre si 
próprio, com diferentes alturas. 
A finalidade deste exercício é a sensibilidade do golpe 
sobre a bola. 
Componentes críticas: 
o Enviar a bola sobre si mesmo. 
o A altura da manchete deve ser de alta. 
Exercício 5 
Descrição: 
5. Em pares: 5/6mt de distância, B atira bolas de ténis (ou bolas de 
pequenas dimensões) para A que deve agarrá-la no ar com os braços à 
altura dos joelhos. 
A finalidade deste exercício é o estudo da trajetória da bola. 
 32 
Componentes críticas: 
o Efetuar várias repetições. 
o Utilizar diferentes bolas para não perder muito tempo na recuperação. 
Exercício 6 
Descrição: 
6. Em pares com uma bola: B envia a bola 
contra o chão para A que depois do ressalto 
joga em manchete. 
A finalidade deste exercício é o estudo da trajetória da bola e da manchete. 
Componentes críticas: 
o Fazer com que o companheiro se movimente do lugar de partida. 
Exercício 7 
Descrição: 
7. Em trabalho de pares B faz passe para A que 
responde sempre em manchete, sem deixar a 
bola cair. 
A finalidade deste exercício é melhorar a execução 
da manchete. 
Componentes críticas: 
o Fazer movimentar A. 
 33 
Serviço por baixo 
É a ação frontal de colocar a bola em jogo 
batendo-a por baixo com um movimento 
semicircular do braço. 
Componentes críticas: 
o Acentuada flexão do tronco; 
o Pé contrário à mão livre adiantado; 
o A bola deve estar colocada no prolongamento do braço livre; 
o A mão que sustenta a bola situada sensivelmente a nível da cintura; 
o A mão do batimento é colocada junto à bola, executando posteriormente 
um movimento para trás e para cima, de modo a preparar o batimento; 
o O braço de batimento deve manter-se em 
extensão durante o movimento de trás 
para a frente; 
o A zona de contacto com a bola é a palma 
da mão (mão rígida e dedos fechados); 
o Após o batimento na bola, o peso do corpo 
deve ser deslocado para o apoio mais 
adiantado; 
o Olhar dirigido para a zona alvo. 
Erros mais comuns: 
o Colocação errada dos apoios; 
o Bola colocada num plano demasiado alto ou baixo; 
o Bola colocada demasiado longe do corpo; 
o Bola não colocada no prolongamento do braço de batimento, o que origina 
um movimento lateral; 
o Peso do corpo sempre no apoio de trás. 
 
 
 
 34 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: Grupos de 2, um atleta frente ao outro à 
distância de cerca de 6m, executam serviço por baixo. 
Variante: Aumentar progressivamente a distância 
entre os atletas. 
Objetivo: Consciencialização da forma como é efetuado o batimento da bola; 
controlar a direção da bola, imprimindo-lhe uma trajetória alta; percecionar a 
velocidade a imprimir ao braço de batimento, em função da distância do 
companheiro. 
Exercício 2 
Descrição: Grupos de 2, um de cada lado da rede, 
executam serviço por baixo a partir da linha dos 3 
metros. 
Variante: Aumentar progressivamente a distância entre os atletas. 
Objetivo: Consciencialização da forma como é efetuado o batimento da bola; 
perceção da velocidade a imprimir ao braço de batimento (hábil), em função 
da trajetória da bola. 
Exercício 3 
Descrição: Serviço por baixo para o local onde se 
encontra o seu colega, que recebe a bola em passe 
ou manchete, de acordo com a sua trajetória. 
Objetivo: Desenvolver o serviço. 
 35 
Exercício 4 
Descrição: Campo dividido em duas metades: 
Dividir a equipa em dois grupos e cada um dos 
grupos (um de cada vez) serve para o alvo 
colocado no outro campo. 
Objetivo: Desenvolver a precisão do serviço. 
Serviço por cima 
Este serviço apareceu no Campeonato 
do Mundo de 1956, realizado em 
Paris, através da equipa dos Estados 
Unidos. Este serviço, pretende que o 
seu destino final seja imprevisível 
aumentando assimas dificuldades da 
equipa que vai receber. 
Componentes críticas: 
o Pé contrário à mão livre adiantado; 
o Corpo colocado frontalmente à rede 
com os apoios colocados em planos 
diferenciados; 
o O braço cuja mão sustenta a bola 
sobe até à altura do rosto para 
posteriormente lançar a bola ao ar; 
o O braço de batimento realiza um 
movimento de frente para trás e para cima de modo a preparar o 
batimento (armar braço); 
o Após o lançamento da bola ao ar verifica-se o avanço da bacia e o recuo 
do tronco 
o O batimento da bola deve ser efetuado com a mão rígida e dedos bem 
fechados; 
 36 
o O batimento da bola deve ser efetuado no ponto mais alto com os 
membros superiores em extensão; 
o Após o batimento o peso do corpo passa para o apoio mais adiantado; 
o Olhar dirigido para a zona alvo. 
Erros mais comuns: 
o Corpo não colocado frontalmente à rede; 
o Lançamento da bola demasiado alta e/ ou não realizado num plano 
vertical; 
o O movimento do braço de batimento não é realizado de trás para a frente, 
mas sim lateralmente; 
o Mago relaxada; 
o Batimento com o membro superior fletido. 
 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: Lançar a bola na vertical, recolhendo-
a no seu ponto mais alto, com o braço de 
batimento em total extensão, sem saltar. 
Objetivo: Tomar consciência da elevação do 
braço de lançamento e do ponto de batimento da 
bola. 
Exercício 2 
Descrição: Grupos de 2, os atletas, a 
uma distância curta um do outro, 
executam a técnica do serviço por 
cima. 
 37 
Variante: Aumentar progressivamente a distância entre os atletas e receber em 
manchete; realizar o exercício com o atleta de cada lado da rede, iniciando na 
linha de 3 metros. 
Objetivo: Contatar a bola com a mão, de modo que esta tenha uma trajetória 
alta e tensa; controlar a direção da bola; percecionar a velocidade a imprimir 
ao membro superior de batimento, em função da distância do colega. 
Exercício 3 
Descrição: Serviço por cima para o local 
onde se encontra o seu colega, que 
recebe a bola em passe ou manchete, de 
acordo com a sua trajetória. 
Objetivo: Ligação serviço/receção. 
Exercício 4 
Descrição: Campo dividido em duas metades: 
Dividir a equipa em dois grupos e cada um dos 
grupos (um de cada vez) serve para o alvo 
colocado no outro campo. 
Objetivo: Desenvolver a precisão do serviço. 
Remate em apoio 
Gesto tático-técnico finalizador de uma 
fase ofensiva com o objetivo claro de 
fazer contatar a bola com o solo do 
campo adversário numa trajetória 
descendente ou fazer a equipa 
contrária incorrer em erros de controlo 
da bola. 
 
 38 
Componentes críticas: 
o Olhar dirigido para a bola; 
o Preparação do braço que vai efetuar o remate; 
o Membro superior em extensão no momento do contato com a bola; 
o Contato com a bola com a palma da mão tensa; 
o Batimento imprimindo uma trajetória descendente; 
o Transferência do peso do corpo para o apoio mais adiantado. 
Erros mais comuns: 
o Contato com a bola com mão fechada; 
o Membro superior fletido aquando do batimento; 
o Empurrar a bola, em vez de efetuar o batimento; 
o Inclinação do tronco atrás. 
 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: 2 alunos frente a frente, um segura a 
bola na vertical com os membros superiores em 
extensão e o outro realiza o movimento de 
remate tocando na bola. 
Objetivo: Colocação dos vários segmentos 
corporais para a execução do gesto técnico. Interiorizar o movimento do gesto 
técnico do remate. 
Exercício 2 
Descrição: Lançar a bola ao ar na vertical e 
realizar o remate em apoio contra o solo, 
fazendo a bola ressaltar antes do contato com o 
colega. 
 39 
Objetivo: Colocação dos vários segmentos corporais para a execução do gesto 
técnico. Interiorizar o movimento do gesto técnico do remate. 
Exercício 3 
Descrição: Lançar a bola na vertical e executar o 
remate para o colega que recebe em manchete. 
Variante: O aluno que recebe em manchete 
executa de seguida o passe para o colega 
rematar. 
Objetivo: Controlar a precisão do remate. 
Exercício 4 
Descrição: Situação idêntica na rede (na linha 
dos 3m) com o colega a agarrar a bola, 
executando de seguida o remate em apoio. 
Objetivo: Bater a bola colocada para o campo 
adversário. 
Exercício 5 
Descrição: Uma coluna de alunos na zona 4, o 
primeiro aluno efetua um passe para o colega 
da zona 3, que realiza um passe alto junto à 
rede, de modo a que o colega finalize através 
de um remate em apoio. 
Objetivo: Deslocar-se e orientar-se de acordo com a trajetória da bola; bater a 
bola para o campo adversário. 
Remate em suspensão 
Ação atacante de batimento, o mais forte possível e com uma só mão, na bola 
para o campo adversário, de modo a que este não a possa jogar. Quanto mais 
 40 
alto se remata, mais fácil se torna o objetivo de colocar a bola no campo 
adversário e, consequentemente, mais difícil se torna a defesa a esta ação. 
Neste sentido, o remate em suspensão é condição necessária para se conseguir 
bater a bola num ponto mais alto ao do bordo superior da rede, tornando-o mais 
eficaz. A coordenação óculo manual é fundamental para a execução deste gesto 
técnico, assim como todo um momento de preparação para a sua ação. 
 
 
Associada à execução técnica desta ação temos as fases que a compõem: 
1. A corrida – aceleração para saltar e encadeamento e coordenação dos 
apoios; 
2. O Salto – com ambos os pés e ajuda dos membros superiores, de baixo para 
cima; 
3. O Batimento – bater a bola de cima para baixo; 
4. A Queda – amortecimento com os membros inferiores e em equilíbrio. 
Componentes críticas: 
o Corrida preparatória; 
o Chamada alternada com impulsão a dois pés; 
o Hiper-extensão da articulação gleno-umeral (“puxada” dos membros 
superiores atrás); 
o Impulsão vertical oblíqua à rede; 
o Membro superior não dominante em extensão, à frente do corpo e ao nível 
da cabeça, com a palma da mão virada para baixo; 
o Ligeira rotação do tronco acompanhando o membro superior dominante; 
o Membro superior dominante em posição de “armação” (para cima, para a 
retaguarda, cotovelo alto e fletido e mão fletida para trás); 
 41 
o Batimento da bola com a mão rígida e dedos unidos é realizado à frente e 
acima da cabeça no ponto mais alto; 
o Batimento da bola de baixo para cima (flexão do pulso no final do 
movimento e a bola é batida no seu hemisfério superior), imprimindo uma 
trajetória descendente; 
o Olhar sempre dirigido para a bola. 
Erros mais comuns: 
o Inexistência de chamada/fraca impulsão; 
o Chamada em cima da rede; 
o Batimento no hemisfério inferior da bola; 
o Batimento com o pulso; 
o Membro superior fletido aquando do batimento; 
o Empurrar a bola, em vez de efetuar o batimento; 
o Inclinação do tronco atrás. 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: Com as áreas de apoio delimitadas, o 
aluno realiza a corrida de aproximação ao 
remate. 
Objetivo: Interiorizar da estrutura rítmica da corrida de aproximação e 
chamada do remate. 
Exercício 2 
Descrição: Lançar a bola e efetuar de seguida a 
corrida de aproximação e agarrá-la em 
suspensão. 
Variante: Executar o mesmo exercício à rede, 
executando o remate. 
 42 
Objetivo: Coordenar a chamada e trajetória da bola, sendo esta agarrada no 
ponto mais alto de suspensão. 
Exercício 3 
Descrição: Um dos alunos em cima de uma 
cadeira junto à rede, coloca a bola acima do nível 
da rede. Os restantes alunos, em fila, executam 
o batimento da bola após a corrida de 
aproximação. 
Objetivo: Interiorizar da estrutura rítmica da corrida de aproximação e 
chamada do remate e apropriação do gesto técnico. 
Exercício 4 
Descrição: Situação idêntica à anterior, com o 
aluno que está junto à rede a lançar a bola. 
Objetivo: Coordenar a chamada e a trajetória 
da bola. Percecionar o momento de batimentoda bola (ponto mais alto da suspensão) 
Exercício 5 
Descrição: Uma coluna de alunos na zona 4, 
o primeiro aluno efetua um passe para o 
colega da zona 3, que realiza um passe alto 
junto à rede, de modo a que o colega finalize 
através de um remate em suspensão. 
Objetivo: Encadear as diferentes ações de passe, corrida preparatória e 
remate. 
Bloco 
O bloco é uma ação técnica de caráter defensivo, tendo como principal objetivo 
intercetar a bola rematada pela equipa adversária. Esta ação passa a ser 
 43 
ofensiva quando se consegue enviar a bola contra o 
solo da equipa opositora. Tal como caracterizado na 
estrutura da defesa, o bloco ocorre na primeira linha 
defensiva, da qual fazem parte os jogadores 
atacantes e o distribuidor (posições 2,3 e 4 em 
situação de jogo formal). Como tal, poderemos ter 
um bloco individual ou simples, duplo ou triplo. 
Segundo Beal e Crabb (1996) o bloco, em termos técnicos 
da sua organização, tem duas funções principais: 
1 - Parar a bola que atravessa a rede, blocando, cobrindo 
ou tapando a bola. Desta forma terminará abruptamente a 
ação que resultará num ponto ou mudança de serviço para 
a equipa que está a blocar (KillBlock). Este é o que mais 
nos interessa em contexto escolar. 
 2- Defletir para cima a bola, para o interior do campo da equipa que bloca de 
modo a que esta possa organizar o consequente contra-ataque (SoftKill). 
Componentes críticas: 
o Braços em posição alta; 
o Palmas das mãos viradas para a rede; 
o Dedos afastados; 
o Olhar dirigido para a bola; 
o Em função do ponto de remate, efetuar deslocamento paralelo à rede sem 
cruzamento dos apoios, mantendo os membros inferiores em flexão; 
o Saltar com os braços em completa extensão, ligeiramente oblíquos em 
relação à rede, colocando-os na área de jogo do adversário; 
o Com as mãos afastadas em flexão, tentar cobrir a maior superfície de rede 
possível; 
o Contatar o solo com flexão das pernas, sem deixar de ver a trajetória da 
bola. 
 
 44 
Erros mais comuns: 
o Grande abertura entre os braços; 
o Sobrepasso antes do salto; 
o Saltar antes do tempo; 
o Falta de equilíbrio; 
o Baixar o tronco no momento do salto; 
o Palmas das mãos voltadas uma para a outra; 
o Saltar para depois invadir (sobre a rede); 
o Primeira passada do deslocamento feita para trás. 
Progressões de ensino-aprendizagem: 
Exercício 1 
Descrição: O atleta coloca-se num dos extremos da 
rede e ao sinal do professor/treinador desloca-se 
lateralmente e realiza saltos junto à rede, tendo a 
preocupação de partir com as mãos ao nível da cara 
ou ligeiramente acima (salto vertical sem tocar a 
rede). 
Objetivo: Colocação dos vários segmentos corporais para a execução do gesto 
e sua consciencialização e ainda o correto deslocamento dos apoios. 
Exercício 2 
Descrição: Dois atletas com uma bola, um de cada 
lado da rede, saltam ao mesmo tempo, passando a 
bola das mãos de um para as mãos do outro por cima 
da rede (um salto por cada dois deslocamentos 
laterais). 
Objetivo: Colocação dos vários segmentos corporais 
para a execução do gesto e sua consciencialização; Consciencialização do 
momento ótimo de impulsão e ainda o correto deslocamento dos apoios. 
 45 
Exercício 3 
Descrição: Dois atletas, um de cada lado da rede. O atleta A 
lança ou passa a bola à altura adequada e na direção de B, que 
executa o bloco colocando a bola no campo adversário. 
Objetivo: Consciencialização do momento ótimo de impulsão 
em função da trajetória da bola. 
INTRODUÇÃO ELEMENTAR ÀS AÇÕES TÁTICAS EM CONTEXTO DE ENSINO DO JOGO 
O modo como uma equipa coloca problemas ao adversário e a maneira como 
este se organiza e adapta para tentar encontrar a resposta mais adequada 
constituem uma relação fundamental em voleibol. Cada jogador tem que 
conhecer as tarefas individuais e coletivas a desempenhar ao longo do jogo, de 
modo a integrar-se na ação da equipa e a responder eficazmente a todas as 
situações de jogo. 
As situações de jogo reduzido e condicionado (1x1, 2x2, 3x3 e 4x4) permitem a 
aquisição dos princípios básicos da tática coletiva assim como do domínio de 
toda a técnica individual. 
Jogo Reduzido 1x1 – Jogo Individual 
Tática Defensiva: 
o Observa a trajetória da bola e desloca-se 
atempadamente para a defender; 
 
 
 
Tática Ofensiva: 
o Realiza serviço por baixo ou por cima para iniciar o jogo, orientando-o 
para uma zona específica dentro das marcações do campo; 
 46 
o Adota uma posição dinâmica que lhe permita sustentar a bola; 
o Imprime à bola uma trajetória área que permita ao colega alcançá-la 
atempadamente (jogo de cooperação); 
o Orienta o ataque para criando dificuldades para uma zona do campo 
difícil de alcançar pelo adversário (jogo de oposição). 
 
Jogo Reduzido 2x2 – Frente/Trás (Início Jogo Coletivo) 
A partir do 2x2 está presente a estrutura do jogo de voleibol na sua essência 
(bola, relação de adversidade, relação de cooperação). 
Nesta situação, os dois jogadores participam ativamente em todas as jogadas 
(polivalência funcional): 
o Quem recebe – ataca; 
o Quem não recebe – passa. 
O 2x2 é a estrutura tática básica do jogo. O recebedor será o atacante, ou seja, 
realiza o 1º e o 3º toque e o 2º toque será realizado pelo distribuidor ou 
passador. 
Nesta forma de jogo é possível a utilização das três técnicas de base do 
voleibol, o passe, o serviço por baixo e a manchete. 
O jogador que recebe a bola, envia-a para o seu colega. Este efetua o segundo 
toque para próximo da rede de modo a permitir a conclusão da jogada com um 
ataque do jogador que recebeu inicialmente. Logo este sistema de jogo é ótimo 
para treinar a típica jogada do voleibol – receção/passe/ataque. 
Neste sistema 2x2 os jogadores terão algumas zonas de responsabilidade, 
enquanto que um jogador fica responsável pelas zonas mais avançadas (2,3 e 
4) o outro jogador fica com as zonas mais recuadas (5, 6 e 1) e zonas mais 
vulneráveis que são entre os dois jogadores, esta é uma zona do campo onde 
tem de existir comunicação entre os jogadores, para se decidir quem é que 
recebe a bola (normalmente recebe o jogador mais recuado, uma vez que está 
de frente para o jogo e por ser mais fácil de receber a bola) como é 
demonstrado nas figuras que seguem. 
 47 
 
Jogo Reduzido 3x3 – Sem especialização 
O 3x3 trata-se de um jogo reduzido cujo terreno de jogo deverá ter como 
medidas 12m x 6m. Esta situação permite manter a bola em jogo durante mais 
tempo em relação ao 6x6, fomentando o gosto e a entrega à atividade. 
Estas situações são utilizadas na formação para o jogo ou mesmo em situação 
de competição em escalões mais jovens. 
Neste sistema existem três atacantes, três defesas e três passadores, isto é, 
não existem jogadores específicos para cada posição. 
Defesa 
Procura garantir o êxito do primeiro toque que é 
fundamental para que se possa preparar o ataque. 
É necessário que os jogadores ocupem 
racionalmente o espaço, de forma a que todas as 
zonas do campo estejam acessíveis e facilmente 
protegidas. No jogo 3 x 3 é normalmente utilizada 
a colocação dos jogadores em “triângulo – 2:1”. Um 
jogador mais avançado junto à rede (2) e dois jogadores mais recuados (1 e 3). 
Ataque 
O ataque deve ser executado pelos jogadores mais recuados (1 e 3), após uma 
boa receção e respetivo passe realizado pelo distribuidor (jogador que se 
encontra mais junto da rede). 
 48 
Proteção 
Ao próprio ataque: deve ser efetuada pelo jogador mais 
recuado, do lado contrário àquele por onde foi 
realizado o ataque, pelo jogador que executou o passe. 
Bloco 
Ao bloco: para evitar que a bola atinja o solo depois de 
bater no bloco ou detendo-a no caso de um amortie, os 
jogadores mais próximos devem defender as costas do 
blocador. 
 
Jogo Reduzido 2x2 – Lado a lado (Verdadeiro Jogo coletivo) 
No sistema 2x2 devemos ter em atenção diversos aspetos, tais como a alturada 
rede e o tamanho do campo. 
Rede alta: trajetória mais longa da bola, portanto, mais conforto de 
movimento, mais tempo para a execução técnica correta (mais fácil). 
Rede baixa: jogo mais animado, mais intensidade física, execuções técnicas 
mais irregulares, jogo mais anaeróbico. O jogo será mais competitivo, contudo 
será mais fácil existirem falhas. 
Campo grande: maior intensidade física nos deslocamentos, maior dificuldade 
da execução técnica correta e maiores possibilidades táticas. 
Campo pequeno: maior duração do jogo, mais difícil realizar o ponto e a 
execução técnica será mais fácil devido à ausência de grandes deslocamentos. 
Neste caso, joga-se mais no fracasso do adversário do que tentar provocar esse 
mesmo fracasso, o que é taticamente interessante em algumas ocasiões. 
 49 
Neste sistema 2x2 os jogadores também terão algumas zonas de 
responsabilidade, onde cada jogador fica responsável por metade do campo e 
zonas mais vulneráveis que são à frente dos dois jogadores, como é possível ver 
nas figuras que se seguem. Neste caso, o jogador da esquerda fica responsável 
pela zona 4 e o jogador da direita pela zona 2. Já em relação à zona 3 esta 
normalmente é da responsabilidade do jogador que recebe e ataca melhor. 
Em todos os jogos (sistema 2x2), podemos manipular o número de toques, o 
tipo de técnica e contato, o campo, a rede, a bola etc., em função dos nossos 
objetivos. 
Embora a variedade de jogos seja muito grande, é melhor não mudar muito o 
jogo. Se um jogo funciona bem com um grupo, não é bom fazer grandes 
variações. Modificações mínimas e progressivas devem ser feitas. 
Jogo Reduzido 3x3 – Com especialização 
 
Neste jogo reduzido, estamos na presença de uma verdadeira equipa de três 
jogadores, na qual todas as situações importantes do jogo de voleibol são 
apresentadas. 
A inclusão do terceiro colega abre grandes perspectivas e responde a um passo 
maior na compreensão dos problemas técnico-táticos. 
Este é um jogo de oposição, onde aparece o conceito de ataque, as relações 
com os rivais e as ações sem a bola aumentam. 
O jogo também é enriquecido pelo uso de outros elementos técnicos, ainda não 
utilizados. 
O conceito de receção expande-se, aparecendo as relações complexas entre os 
três jogadores e a cobertura do ataque (ações subsequentes). 
 50 
Na colocação, o panorama aumenta quando existe seletividade dos atacantes 
(colocação à frente e trás), em função do colega e do adversário. 
A novidade é o conceito de ataque, como uma trajetória rasante, dependendo 
do adversário, em direção e profundidade. Se o remate for incorporado, deve 
ser concebido como mais uma possibilidade, dentro das diferentes opções 
(toque de dedo, finta, etc.). 
Com o remate, aparece o bloco. Essa importante ação compromete os conceitos 
valiosos de observação dos rivais e das ações dos adversários, ao mesmo tempo 
em que põe em jogo aspetos transcendentais das habilidades motoras especiais 
(frontalidade, lateralidade, deslocamentos, saltos). 
Como consequência também do ataque, desenvolve-se a defesa como uma ação 
dinâmica, em total dependência da bola (colocação), adversários (atacante) e 
companheiros de equipa (bloco), o que intensifica as ações antes do contato 
com a bola. 
Em relação aos aspetos técnicos, no jogo 3:3, incluem-se as ações específicas 
de serviço (serviço por cima e por baixo), a receção e defesa (ataque do 
antebraço), ataque (remate, “fintas”, etc.) e bloco. 
 
 
NOTAS: O jogo 3:3 pode ser jogado apenas com o serviço por baixo, toque de 
dedos e bloco, e ainda respeitar todos os conceitos que as situações de serviço, 
receção, colocação, ataque e defesa exigem. Com isso, reforçamos a ideia já 
expressa de que as situações de jogo não dependem da utilização de um gesto 
 51 
técnico específico, mas o seu conceito pode ser aprendido com o toque dos 
dedos nas diferentes opções (receção, colocação, ataque, defesa). 
Entendemos que é importante ensinar o serviço por baixo, como uma tarefa de 
desenvolver habilidade e precisão. Compromete a visão de profundidade e 
permite (pelo tipo de trajetória que gera) ser recebida com o toque de dedos 
e, portanto, favorece a continuidade da ação. 
Jogo Reduzido 4x4 - Treino da estrutura ofensiva e defensiva 
Quando os jogadores já se tornaram tão eficientes que o jogo de três funciona 
satisfatoriamente, experimenta-se o jogo a quatro jogadores, em campos com 
as mesmas dimensões. 
Ataque: Neste sistema (3:1) existem 3 atacantes e um defesa (A), dos quais um 
deles é o passador (C) os outros dois são finalizadores (B e D). 
Após a receção da bola, inicia-se de imediato o ataque, dispondo a equipa dois 
toques, geralmente um passe preparatório (de frente ou de costas) e a 
finalização do ataque (remate). 
No entanto, o jogador que dá o segundo toque 
pode não completar esta sequência, executando 
uma finta de passe e colocando diretamente a 
bola, com uma trajetória curta no campo 
adversário. 
No terceiro toque, o jogador pode optar pelo remate ou pela colocação da bola 
num espaço vazio, procurando dificultar a receção da outra equipa. 
Ao preparar a finalização (remate) é muito importante proteger o rematador, 
prevendo hipótese de o blocador adversário ter algum êxito e a bola ressaltar 
para a zona próxima do rematador. 
 52 
Proteção ao próprio ataque: A proteção ao ataque deve ser feita pelos 
jogadores que não o fazem, isto é pelo jogador lateral do lado contrário aquele 
por onde vai ser feito o ataque, pelo jogador que executou o passe e pelo 
jogador que se encontra mais recuado no campo 
(como é facilmente percetível na figura). A 
primeira linha que forma um anel de proteção é 
constituída pelo jogador que fez o passe e pelo 
jogador mais recuado. A segunda linha é 
constituída por apenas um jogador que é o do 
lado contrário aquele por onde vai ser feito o 
ataque. Isto é, o jogador A e C é que fazem a 
proteção ao ataque. 
Defesa: Neste sistema (3:1) existe um defesa. Procura garantir o êxito do 
primeiro toque que é fundamental para que se possa preparar o ataque. 
É necessário que os jogadores ocupem racionalmente o espaço, de forma a que 
todas a zonas do campo estejam acessíveis e facilmente protegidas. No 4x4 é 
normalmente utilizada a colocação dos jogadores em “losango”. Um jogador 
mais avançado junto à rede, dois jogadores laterais e um mais recuado. 
O jogador mais avançado (C) tem por objetivo 
defender as bolas próximas da rede e 
assegurar a realização do passe de ataque, 
garantindo o segundo toque. Executa 
deslocamentos laterais ou oblíquos, 
orientando-se para os companheiros para 
efetuar esse passe. 
Os jogadores laterais mais recuados (D e B) defendem a zona intermédia. 
Efetuam deslocamentos perpendiculares e oblíquos à rede, não havendo, em 
princípio recuar para trás da sua posição inicial. 
 53 
O jogador mais recuado (A), defende o espaço mais afastado da rede e, para 
isso, desloca-se usando fundamentalmente trajetórias laterais. 
Como podemos ver na figura ao lado a realização 
do bloco é efetuada pelo jogador (C), enquanto 
os restantes avançam para defender um remate 
do opositor ou um ressalto da bola vindo das 
mãos do blocador. 
Quando a equipa está de posse do serviço os 
jogadores podem adotar as posições seguintes: 
Quando A serve, A1, B1 ou D1 fazem a receção para C1 que por sua vez passa 
para B1 ou D1 fazerem o terceiro toque, e o mesmo repete-se do outro lado. 
Os defesas A e A1 deveram, todas as 
vezes que a bola é reenviada por 
cima da rede, “cobrir” aquele 
jogador que a envia (o que quer 
dizer, encontrar-se atrás dos 
jogadores). 
O jogador que serve deve seguir a trajetória da bola e reentrar no terreno de 
jogo para ocupar o seu lugar, tendo especial atenção à devolução imediata da 
bola para a sua zona, enquanto os restantes companheiros se preparam 
igualmente para as tarefas defensivas.54 
A APRENDIZAGEM POR ETAPAS E A IMPORTÂNCIA DA MANIPULAÇÃO DO DESENHO 
DAS SITUAÇÕES DE JOGO REDUZIDO 
Do ponto de vista didático-pedagógico, o ensino do jogo requer uma orientação 
metodológica baseada em etapas de aprendizagem. Cada etapa corresponderá 
a um determinado nível de competência técnico/tática que se expressa num 
determinado nível de jogo que, por sua vez, serve de referencial pedagógico 
permanente. Para que cada situação/tarefa de aprendizagem corresponda ao 
nível de exigência pretendido, é necessário manipulá-la através do uso de 
variáveis condicionadoras que assumem um papel determinante porque as 
mesmas, ao permitirem condicionar o jogo da forma pretendida, vão potenciar 
comportamentos que se entendem como necessários em cada etapa/momento 
de aprendizagem. A manipulação das situações de aprendizagem em cada etapa 
torna-se assim decisiva, porque permite condicionar/estimular 
comportamentos. 
 
Neste sentido, será necessário, numa primeira fase, identificar as diferentes 
situações-problema (problemas recorrentes em jogo) e consequentemente o 
nível de jogo do executante e, em seguida, educa-lo a percecionar, a 
compreender e a executar, usando-se um conjunto de variáveis condicionadoras 
ou de evolução. Estas variáveis correspondem aos aspetos das situações de jogo 
reduzido que são manipuláveis no sentido de modificação/potenciação de 
determinados comportamentos dos praticantes. Cada condicionamento vai 
originar um determinado contexto de realização específico em que o jogo 
decorrerá, procurando-se uma frequência elevada de determinados 
comportamentos técnicos, táticos e estratégicos. A interação das diferentes 
variáveis permitirá uma otimização das ações coletivas, a melhoria da 
qualidade das ações individuais e a melhoria da fluidez de jogo. 
 55 
Exemplos: 
 
 
o Campos: 
o Comprido e Estreito 
▪ Estrutura 1:1 
▪ Deslocamento ântero-posterior 
▪ Precisão da finalização em largura 
▪ Progressão para a rede 
o Campos: 
o Curto e Largo 
▪ Estrutura 0:2 
▪ Deslocamento lateral 
▪ Finalização em largura 
▪ Precisão da finalização em comprimento 
▪ Finalização nas costas 
o Assimétricos 
▪ Jogos com handicap 
▪ Precisão da finalização por parte da equipa que joga no campo grande 
▪ Deslocamento e grandes zonas de responsabilidade por parte da equipa no 
campo grande 
 56 
• Rede 
o Rede Baixa 
▪ Privilegia o remate e o bloco 
o Rede Alta 
▪ Privilegia a Continuidade / densidade das ações 
 
Zonas / bolas 
 
• Preensão no 1º toque 
o Para atletas com dificuldade nesta ação; 
o Ajuda a manter a bola no ar; 
o Permite projeto de jogo coletivo em níveis muito iniciais de prática; 
o Permite a iniciação ao jogo e pelo jogo 2x2; 
o Máximo de 2’ de preensão; 
o Após agarrar, auto lançamento e passe para o colega (não lançar direto 
para o colega. 
• Duplo toque ao 1º toque 
o Permite corrigir o erro no 1º toque; 
o Permite o projeto de jogo; 
o Princípio semelhante ao da preensão ao 1º toque; 
• Preensão no 2º toque (regra oficial do Canada) 
o Remover as dificuldades de transição entre o 1º e 2º toques; 
o Permite o projeto de jogo coletivo; 
o Permite a fluidez, a continuidade das ações para que haja ataque mesmo 
que os restantes toques sejam fracos; 
o Potência no ataque/defesa em níveis iniciais; 
o Máximo 2” de preensão; 
o Após agarrar, o auto lançamento e passe para o colega (não lançar direto 
para o colega) 
• Preensão no 3º toque 
o Parar o ataque para organizar a defesa; 
o Parar o ataque para organizar a cobertura; 
o Quando o posicionamento estiver correto lançar a bola por cima para as 
zonas de interesse. 
 57 
• Permitir jogar ao 1º toque (regra oficial de Portugal – 2 toques) 
o Inteligência no aproveitamento de distrações (6x6 já é possível) 
o “Penalti na rede”; 
o Manter-se focado quando a bola é enviada para o adversário 
• Obrigatório só um toque 
o Atletas sempre em alerta; 
o Inteligência das colocações; 
o Pensamento antecipatório 
• Obrigatório dois toques 
o Criar condições, com o 1º toque, de finalizar logo a jogada (distribuidor 
ou atacante); 
o Surpreender o adversário (criatividade ofensiva) 
• Finalizar em suspensão 
o Forçar a ação decisiva no alto nível; 
o Obriga o 2º toque alto; 
o Estimula o bloco e defesa baixa 
• Finalização com remate ou amorti 
o Apoio ou suspensão; 
o Desenvolver a destreza específica quer dos membros superiores quer dos 
membros inferiores (apoios) para se ajustarem a qualquer tipo de 
trajetória da bola; 
o Saber finalizar após maus passes 
• No side out atacar nas costas 
o Forçar o passe nas costas 
• Distribuição obrigatório em suspensão 
o Obriga a que o 1º toque seja alto; 
o Induz a aceleração do jogo; 
o Ameaça de finalização ao 2º toque 
• Jogar sempre para os mais fracos 
o Definir previamente quem são e penalizar quando o ataque não é 
dirigido para esses alvos; 
o Importantíssimo em competição; 
o Em treino os mais fracos são obrigados a melhorar 
 58 
• Iniciar o jogo com Bola B ou C 
o Trabalhar fora do sistema; 
o Habituar a distribuição destas bolas; 
o Habituar os atacantes a estas distribuições. 
• Iniciar o jogo com bola de recurso de 3º toque 
o Habituar a resolver as bolas perdidas; 
o Procurar, na dificuldade, a ser agressivo; 
o Mentalidade de não desistência: desenvolver e preparar o contra-ataque. 
• Ressalto da bola antes do 1º toque 
o Aumenta o tempo para o contato com a bola, mas... 
o Adultera a análise de trajetórias e deslocamentos; 
o Ponto essencial no voleibol: capacidade de ler trajetórias e ser capaz de 
deslocar em função dessa leitura para interceptar a bola antes dela 
chegar ao solo; 
SISTEMATIZAÇÃO DE UM EXEMPLO DE PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO 
DO JOGO DE VOLEIBOL 
 
Diagnóstico Inicial 
 
 Controlo da bola: Existe continuidade no jogo? 
 Defesa e ataque individual: O atleta é capaz de defender um espaço de 
pequenas dimensões e explorar ofensivamente um espaço semelhante? 
 Defesa e ataque coletivo: O atleta é capaz de defender em cooperação e 
colaborar na organização do ataque? 
 A opção da ação a realizar e do nível da etapa a trabalhar dependerá do 
que o treinador observa e acredita que são as capacidades atuais dos seus 
atletas. 
 Os comportamentos a observar + objetivos a definir + as situações de 
aprendizagem a criar = ETAPA DE APRENDIZAGEM. 
 
Etapa 1 – Relação Jogador – Bola 
 
 Objetivos Gerais: 
▪ Controlo de Bola individual; 
 59 
o Superfícies de contato 
o Trajetórias altas 
o Adaptação da bola 
o Precisão 
▪ Controlo de Bola coletivo. 
 Tarefas: 
▪ Múltiplos jogos/formas jogadas para garantir o domínio da bola, direcioná-
lo e evitar que a mesma toque no solo. 
 Dirigido a quem? 
▪ A todos os jogadores que no diagnóstico inicial não conseguem controlar 
a bola. 
 Exemplo de alguns exercícios: 
▪ Exercício 1 
o Objetivo: Conservar a bola no ar 
o Constituição de elementos: 4 a 6 elementos 
o Descrição do exercício: 
• Os jogadores colocam-se em círculo. Utilizando o passe ou a manchete, 
jogam entre si normalmente. 
o Esquema: 
 
o Condicionantes: 
• Cada elemento só pode dar 1 toque consecutivo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos de passe e manchete; 
• Trajetórias altas. 
▪ Exercício 2 
o Objetivo: Conservar a bola no ar 
o Constituição de elementos: 3 elementos 
 60 
o Descrição do exercício: 
• O grupo está de frente para uma parede alta e terá de efetuar o gesto 
técnico passe ou manchete. O primeiro elemento realiza um toque (passe 
ou manchete) para a parede com uma trajetória alta, o segundo elemento 
tenta receber a bola que foi enviada para a parede pelo primeiro elemento 
do grupo em passe ou manchete, o terceiro elemento realiza o mesmo 
procedimento que o segundo elemento e assim sucessivamente. 
o Esquema: 
 
o Condicionantes: 
• Cada elemento só pode dar 1 toque consecutivo; 
• Pode ser efetuado os gestos técnicos

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