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Federação de Andebol de Portugal Curso de Treinadores de Grau 1 – Braga 2014 Relatório de Estágio Formando: José Manuel Marinho Magalhães Sampaio CIPA: 103220 Data de Realização: 01/09/2014 a 30/03/2015 Clube: Clube Desportivo Xico Andebol Escalão: Minis 2 Índice 1 – Introdução 3 2 – Área de Intervenção 5 2.1 – Objetivos Gerais 5 2.2 – Caraterização da Equipa 5 2.3 – Avaliação Diagnóstica 7 3 – Intervenção 8 3.1 – Treinos da Equipa 8 3.2 – Oficinas de Andebol 8 3.3 – Planeamento Competitivo 9 3.4 – Objetivos Específicos 10 4 – Planos de Treino 11 4.1 – Estrutura da Unidade de Treino 12 4.2 – Andebol de 5 12 4.3 – Andebol de 7 15 5 – Organização 18 5.1 – Torneio de Minis da A.A. Braga 18 5.2 – Xicandebol 19 6 – Reflexões Mensais 20 6.1 – Setembro 20 6.2 – Outubro 22 6.3 – Novembro 23 6.4 – Dezembro 24 6.5 – Janeiro 26 6.6 – Fevereiro 27 6.7 – Março 28 7 – Conclusão 30 3 1 – Introdução O presente relatório de estágio que elaborei pretende ser o relato da experiência do estágio realizado entre os dias 01/09/2014 e 30/03/2015, no âmbito do Curso de Treinadores de Grau 1, em que assumi a orientação técnica da equipa de Minis do Clube Desportivo Xico Andebol. Nele relato os meus pensamentos, as minhas ideias. Não pretendi elaborar um trabalho bibliográfico, pois entendo que neste tipo de relatório o objetivo será perceber o que leva os treinadores a tomarem determinadas decisões em determinados momentos e aí o que interessa são os conhecimentos realmente assimilados, o instinto e as ideias próprias que o treinador possui. Importa referir que o meu percurso desportivo começou na secção de Andebol da extinta Associação Desportiva de Fafe na época de 1994/1995. Em 1996/1997 vim para o Desportivo Francisco de Holanda, onde estive até 2002/2003 e representei todas os escalões desde os Infantis até aos Seniores. Em 2003 ingressei no Instituto Politécnico de Bragança e interrompi a minha ligação ao Andebol. Na época 2006/2007, por influência do Professor João Quina, vou fazer um estágio à Escola Crescer, em Bragança, na modalidade de Futebol e aí durante as duas épocas acabo por assumir os cargos de Treinador Adjunto da equipa de Infantis, mais tarde assumo o cargo de Coordenador e na segunda época sou o Treinador dos Infantis. Em 2008 acabo o curso e, nessa época desportiva (2008/2009), treino os Infantis do Futebol Clube de Vizela. Nas duas épocas seguintes (2009/2010 e 2010/2011) treino os escalões de Infantis e Juvenis do Grupo Recreativo e Cultural de Aldão. Decido fazer um interregno, até que em Março de 2013 recebo uma abordagem do Andebol Clube de Vermoim para orientar os Juvenis no que resta da época e dá-se o meu regresso ao Andebol. Na época 2013/2014 assumo a orientação técnica da equipa de Minis do Clube Desportivo Xico Andebol, até ao momento e espero continuar. Importa assinalar o meu percurso, pois na experiência que tive enquanto Treinador de Futebol reparei que o trabalho é mais organizado e mais articulado entre todos os escalões. Ao contrário do que me apercebi no Andebol, principalmente nas primeiras fases de aprendizagem do jogo, no Futebol existe um maior equilíbrio entre a 4 componente técnica e a tática. Desde logo, há comportamentos que são definidos e assimilados pelos jogadores. Foi essa experiência que procurei trazer para o Andebol e, hoje, fazendo uma retrospetiva do meu tempo de trabalho no Xico Andebol estou satisfeito com o trabalho desenvolvido e com o nível de jogo apresentado pela equipa. O meu trabalho tem uma primeira parte em que elucido o contexto da minha intervenção, uma segunda parte em que apresento as minhas planificações e como desenvolvi o meu trabalho e uma terceira parte em que reflito e concluo acerca do trabalho realizado. 5 2 – Área de intervenção 2.1 – Objetivos Gerais Objetivos Gerais Minis 2014/2015 - Motivar os atletas para a prática do Andebol. - Garantir o maior número de estímulos competitivos. Participação nas provas regionais de Andebol de 5 e Andebol de 7, Encontro Nacional de Minis e em torneios. - Promover o envolvimento dos atletas e das famílias com o clube e com a modalidade. Tabela 1 – Objetivos Gerais 2.2 – Caraterização da Equipa Figura 1 – Equipa de Minis 6 Nome Ano de nascimento Mão Dominante Altura (metros) Peso (quilogramas) Carlos Oliveira 2003 Direita 1.48 36 Pedro Fernandes 2004 Direita 1.52 49 André Silva 2004 Direita 1.41 30 José Cunha 2003 Direita 1.51 36 José Magalhães 2003 Direita 1.46 34 Rui Teixeira 2006 Direita 1.35 29 João Azevedo 2003 Direita 1.70 55 João Ribas 2003 Direita 1.56 50 Paulo Guise 2004 Direita 1.40 30 José Ribeiro 2005 Direita 1.46 29 Rafael Sousa 2003 Esquerda 1.72 57 Duarte Sousa 2004 Esquerda 1.55 53 Eduardo Leite 2004 Esquerda 1.50 35 José Araújo 2003 Direita 1.60 58 Paulo Ribeiro 2003 Direita 1.56 51 João Sousa 2003 Direita 1.58 54 João Salgado 2004 Direita 1.47 56 Tabela 2 – Caraterização da Equipa 7 2.3 – Avaliação Diagnóstica Visto que já era o Treinador desta equipa na época passada, importa referir que já tinha um conhecimento profundo das capacidades dos atletas e do trabalho coletivo entretanto realizado. Importa referir este facto, porque quando transitamos de uma época para a outra, uma das vantagens é que podemos passar esta fase da avaliação diagnóstica e dar continuidade ao trabalho realizado na época anterior. A equipa possui muitos atletas que já estão no nosso clube há 4/5 anos e, como tal, todo o trabalho de iniciação está assimilado. Esta época vieram três novos atletas, mas um deles já jogava Andebol no Madalenense, pelo que neste caso se tornou fácil a sua integração. Nesta altura, o nível de jogo da equipa, tendo em conta o seu escalão etário, é bom e, como tal, e visto que não possuo qualquer tipo de cooperação nos treinos, torna- se mais difícil integrar novos atletas. É uma equipa fisicamente bem constituída, com atletas com caraterísticas físicas e técnicas muito interessantes. Também é de assinalar o facto de termos três jogadores esquerdinos, o que é muito importante. Também é de assinalar o facto de trabalharmos em permanência com dois atletas que pertencem ao escalão de Bambis e em regime de rotatividade com mais dois ou três atletas desse mesmo escalão. É, sem dúvida, um bom ponto de partida para a formação de uma boa equipa e, sobretudo, de bons jogadores que possam servir com qualidade todos os nossos escalões. 8 3 – Intervenção A minha intervenção/estágio passa por assumir a orientação técnica da equipa de Minis (atletas nascidos em 2003 e 2004) do Clube Desportivo Xico Andebol, com a supervisão do Professor Pedro Fernandes, treinador da equipa de Bambis. Temos ainda a responsabilidade de organizar as concentrações do Torneio de Minis – 1ª Onda e 2ª Onda – Andebol de 5 e Andebol de 7 que forem da responsabilidade do Clube Desportivo Xico Andebol e de um festand de Bambis. Além disso, coordenaremos a realização de Oficinas do Andebol em algumas escolas do concelho, nomeadamente na EB 1 de Oliveira do Castelo e no Colégio do Ave. 3.1 – Treinos da Equipa Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Fim de semana Descanso Treino 18H00 19H30Pav. DFH Treino 18H00 19H30 Pav. DFH Treino 18H00 19H30 Pav. DFH Treino 18H00 19H30 Pav. DFH Competição Tabela 3 – Treinos da Equipa 3.2 – Oficinas de Andebol Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Fim de semana Oliveira do Castelo 17H45 19H30 Colégio do Ave 16H30 17H30 Tabela 4 – Oficinas de Andebol 9 3.3 – Planeamento Competitivo Data Prova Adversário Resultado 25/10/2014 Torneio de Abertura de Infantis Arsenal 23 – 01 08/112014 Torneio de Abertura de Infantis Fermentões A 08 – 38 15/11/2014 Torneio de Abertura de Infantis Afifense 12 – 35 15/11/2014 Torneio de Minis – 1ª Onda Fermentões A 17 – 29 Fermentões B 27 – 31 Fafe 24 – 22 22/11/2014 Torneio de Abertura de Infantis Fafe A 07 – 38 30/112014 Torneio de Abertura de Infantis ABC B 14 – 30 06/12/2014 Torneio de Minis – 1ª Onda Fermentões A 28 – 22 Fermentões B 30 – 19 Fafe 30 – 22 13/12/2014 Torneio de Minis – 1ª Onda Fermentões A 36 – 25 Fermentões B 40 – 22 Fafe 41 – 20 11/01/2015 Torneio de Minis – 1ª Onda Fermentões A 35 – 33 Fermentões B 27 – 17 Fafe 32 – 12 15/02/2015 Torneio de Carnaval do C. D. Feirense – Andebol de 7 ISMAI 19 – 23 Feirense 26 – 20 21/02/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 Arsenal 57 – 03 Ext. Paulo VI 52 – 01 AAPL 42 – 24 07/03/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 Fafe 20 – 09 Fermentões A 13 – 14 08/03/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 Arsenal 31 – 03 AAPL 23 – 14 Ext. Paulo VI 38 – 02 14/03/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 Fermentões A 20 – 16 ABC 27 – 12 21/03/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 Caminha 42 – 03 Afifense 35 – 05 AAPL 21 – 16 28/03/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 ABC 21 – 08 Fafe 22 – 14 31/03/2015 Final do Estágio 11/04/2015 Festand do Clube Desportivo Xico Andebol 18/04/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 Afifense AAPL Ext. Paulo VI 25/04/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 Fafe ABC 02/05/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 ABC Afifense Arsenal 09/05/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 ABC Fermentões A 16/05/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 ABC Ext. Paulo VI Arsenal 23/05/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 Fafe Fermentões A 30/05/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 AAPL Maiastars ABC 13/06/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 Arsenal Afifense AAPL 02/07/2015 Encontro Nacional de Minis 03/07/2015 04/07/2015 05/07/2015 Tabela 5 – Planeamento Competitivo 10 3.4 – Objetivos Específicos Conteúdos Operacionalização Defesa - Posicionamento defensivo em defesa individual e zonal. - Desarme / Interceção. - Utilização do corpo na obstrução à progressão do adversário. - Jogos de passe e receção. - Formas parciais de jogo: 1x1, 2x1, 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 e 4x4. - Formas básicas de jogo: 5x5 e 7x7. Ataque - Ocupação racional do espaço. - Passe / Drible / Finta / Desmarcação / Remate. Capacidades condicionais e coordenativas - Jogos de perseguição. - Circuitos técnico-motrizes. Tabela 6 – Objetivos Específicos 11 4 – Planos de Treino Por ser um ano atípico, devido à mudança de escalões, em que ficaram congeladas as subidas de escalão dos atletas nascidos em 2003, o meu trabalho como treinador dos Minis do Clube Desportivo Xico Andebol ficou um pouco dificultado, porque, por um lado, temos os atletas que já estão connosco há alguns anos e para quem este jogo de 5x5 já é pouco desafiante e motivante, mas temos os atletas que vêm experimentar a nossa modalidade e para quem temos de adaptar um pouco as sessões de treino. Além disso, para termos um estímulo competitivo nos primeiros meses da época (Outubro e Novembro) inscrevemos a nossa equipa de Minis no Torneio de Abertura de Infantis, o que faz com que na minha planificação trabalhe a forma de jogo 7x7 um pouco mais cedo que o habitual. Devido ao desnível competitivo existente, resolvemos também não estender a inscrição dessa mesma equipa ao Campeonato Regional de Infantis, pois nessa altura já temos competição de 7x7 no nosso escalão, que entendemos ser mais proveitosa. Resumindo, o meu raciocínio foi o seguinte. No mês de Setembro focaremos o nosso trabalho no Andebol de 5, no sentido de facilitar também a integração dos atletas que chegam este ano ao nosso clube. Nos meses de Outubro e Novembro focaremos o nosso trabalho no Andebol de 7 para preparar a nossa participação no Torneio de Abertura de Infantis. Nos meses de Dezembro e Janeiro voltaremos a focar a nossa atenção no Andebol de 5 para participarmos no Torneio de Minis – 1ª Onda. Daí para a frente o nosso trabalho será inteiramente dirigido para o Andebol de 7. Eu acredito que deve haver uma sequência lógica, mas também que se deve focar o trabalho na forma de jogo da competição. Na impossibilidade de seguir estes dois princípios, escolhi focar o trabalho na forma de jogo da competição. 12 4.1 – Estrutura da Unidade de Treino 1 – Manipulação livre (15/20 minutos) – Fase muito importante do treino com todo o material disponível para os atletas brincarem, organizarem as suas próprias equipas, descobrirem habilidades. 2 – Jogos de perseguição ou grande movimento (5 minutos). 3 – Exercícios de manipulação de bola, jogos de drible, jogos pré-desportivos de passe e receção (10/15 minutos). 4 – Circuitos técnico-motrizes, exercícios de 1x1, 2x1, 2x2, relações entre postos específicos (15/20 minutos). 5 – Jogo de andebol (20/25 minutos). 6 – Flexibilidade e balanço geral do treino (5 minutos). 4.2 – Andebol de 5 Plano nº 1 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ Circuito de finalização: - Combinação de habilidades motoras com drible e remate. - Coordenação motora. - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 30´ Jogo 5x5. - Ocupação racional do espaço. 25´ Flexibilidade. 5´ 13 Plano nº 2 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ Jogos de caça em drible e passe. - Melhoria das técnicas de drible e passe. 10´ 1x1 com finalização para 3 balizas. - Utilização de vários tipos de finta. - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 20´ Jogo 5x5 - Ocupação racional do espaço. 25´ Flexibilidade 5´ Plano nº 3 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ 1x1 sem bola (Atacar um cone) - Posicionamento defensivo (colocação entre o adversário e o cone). 10´ 1x1 com finalização para 3 balizas - Posicionamento defensivo (colocação entre o adversário direto e a baliza). 20´ Jogo 5x5 - Procura do adversário direto após perda da posse de bola. - Posicionamento defensivo (colocação entre o adversário direto e a baliza). 25´ Flexibilidade 5´ 14 Plano nº 4 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ Jogos de passe 2x1 - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ 2x1 com finalização para três balizas - Tomada de decisão em situações de 2x1. 20´ Jogo 5x5 com guarda-redes avançado - Tomada de decisão em situação de superioridade numérica. 25´ Flexibilidade 5´ Plano nº 5 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos DuraçãoManipulação livre 30´ Jogo da bola ao poste - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ Jogo 2x2 com guarda-redes avançado - Tomada de decisão em situações de 2x1 20´ Jogo 5x5 com guarda-redes avançado - Tomada de decisão em situação de superioridade numérica. 25´ Flexibilidade 5´ 15 Plano nº 6 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos Duração Manipulação livre 30´ Jogo da bola ao fundo - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ Jogo 3x3 com guarda-redes de apoio (este guarda-redes encontra-se ao lado da baliza com uma bola na mão e é responsável por efetuar o passe após perda de bola. Depois do passe, troca com o guarda-redes que está na baliza). - Transição ataque /defesa. 20´ Jogo 5x5 - Transição ataque /defesa. - Procura do adversário direto após perda da posse de bola. 25´ Flexibilidade 5´ 4.3 – Andebol de 7 Plano nº 1 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos Duração Manipulação livre 30´ Jogo da bola ao poste - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ Finalização de postos específicos: - Ponta Esquerda e Lateral Direito; - Ponta Direita e Lateral Esquerdo. - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 10´ Relação de postos específicos em situação de 2x1: - Ponta e Lateral. - Amplitude. - Tomada de decisão em situação de 2x1. 15´ Jogo 7x7 - Ocupação racional do espaço. 20´ Flexibilidade 5´ 16 Plano nº 2 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos Duração Manipulação livre 30´ Jogo da bola ao poste - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ Finalização de postos específicos - Central e Pivot - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 10´ Relação de postos específicos em situação de 4x4: - 1ª Linha e Pivot - Profundidade. - Circulação rápida da bola. - Mobilidade / Ocupação racional do espaço. 15´ Jogo 7x7 - Profundidade. - Circulação rápida da bola. - Mobilidade / Ocupação racional do espaço. 20´ Flexibilidade 5´ Plano nº 3 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ Jogo da bola ao fundo - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ 1x1 com finalização para duas balizas - Mudança de direção / Finta. - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 10´ 3x3 contra uma baliza - Circulação rápida da bola. - Mobilidade / Ocupação racional do espaço. 20´ Jogo 7x7 - Circulação rápida da bola. - Mobilidade / Ocupação racional do espaço. 15´ Flexibilidade 5 17 Plano nº 4 Duração das sessões: 90´ Descrição Objetivos: Duração Manipulação livre 30´ Jogo da bola ao fundo - Passe / Receção / Desmarcação. 10´ 1x1 com finalização para duas balizas - Mudança de direção / Finta. - Melhoria da técnica de remate / técnica do guarda- redes. 10´ Relação de postos específicos em situação de 2x2: - Ponta e Lateral. - Amplitude. - Mudança de direção / Finta. - Tomada de decisão. 20´ Jogo 7x7 - Amplitude. - Profundidade. - Mudança de direção / Finta. 15´ Flexibilidade 5´ 18 5 – Organização 5.1 – Torneio de Minis da A. A. Braga Torneio de Minis – 1ª Onda – 4ª, 5ª e 6ª Jornada – 06/12/2014 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 – 21/02/2015 Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7 – 28/03/2015 A organização do Torneio de Minis da Associação de Andebol de Braga fica sempre a cargo da equipa da casa. Cabe a essa equipa arranjar árbitros, oficiais de mesa, oferecer água e um pequeno lanche a cada interveniente no final. Coube então ao Clube Desportivo Xico Andebol a organização da 4ª,5ª e 6ª jornadas do Torneio de Minis – 1ª Onda, da 1ª concentração do Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 5 e da 3ª concentração do Torneio de Minis – 2ª Onda – Andebol de 7. Abordamos jogadores dos diferentes escalões para nos apoiarem nas tarefas de árbitros e oficiais de mesa. Apesar de sermos um clube com mais de 100 atletas, não é fácil conseguir sensibilizá-los ao desempenho destas tarefas. De qualquer maneira, conseguiu-se o número mínimo de apoiantes para as tarefas acima referidas e estas jornadas decorreram com normalidade. Figuras 2 e 3 – Torneio de Minis 19 5.2 – Xicandebol Começamos a preparar o Festand de Bambis no início de 2015 com a definição das várias etapas a realizar. O Professor Pedro Fernandes possui muita experiência neste tipo de organização, pelo que o trabalho estava facilitado logo à partida. As etapas foram as seguintes: - Convites às equipas (AC Fafe, Fermentões, ABC, Maiastars, Juve Mar, Didáxis e Vermoim). - Formação de duas equipas da nossa Oficina de Andebol no Colégio do Ave. - Elaboração do calendário. - Escolha das estações não competitivas e sua ocupação no espaço (Estação 1 – Jogos de tabuleiro / Desenho e Pintura, Estação 2 – Peddy Paper, Estação 3 – Multiatividades e Estação 4 – Ganha num minuto). - Abordagem de atletas dos diversos escalões para tarefas de apoio à organização. Figuras 4, 5 e 6 – Xicandebol 20 6 – Reflexões mensais 6.1 – Setembro A primeira reflexão que se faz no início de época, em qualquer escalão, é o número de atletas. Neste início de época recebemos todos os atletas que concluíram a época anterior e vieram três atletas novos para a nossa equipa, dois deles sem qualquer experiência andebolística e com os quais é preciso realizar mais algum trabalho de iniciação à modalidade. Aqui importa refletir, sobretudo relativamente à constituição das equipas técnicas. No Xico Andebol não existem, por assim dizer, equipas técnicas, pois todas as equipas da formação são orientadas por uma única pessoa. O que acontece e é motivo de reflexão é que quando temos sob a nossa orientação uma equipa com um bom nível de jogo, como é o caso, torna-se difícil a integração de novos atletas sem qualquer tipo de experiência andebolística. O dilema é o seguinte: simplificamos demasiado o treino e desmotivamos os nossos atletas mais experientes ou continuamos o nosso trabalho e torna-se aí difícil motivar os novos atletas. Com um treinador adjunto conseguíamos sempre ter dois tipos de exercícios com diferentes graus de dificuldade e íamos de encontro às necessidades dos dois tipos de público-alvo que temos sob a nossa orientação. Assim e tal como na minha vida profissional de Professor de Educação Física, o lema é propor, observar e adaptar. Este ano também oferecemos quatro oportunidades de treino aos nossos atletas. Às terças e quintas-feiras temos o nosso espaço de treino habitual com os Bambis e às quartas e sextas-feiras com os Infantis. Ao termos esta informação e ao sabermos a oferta competitiva da Associação de Andebol de Braga para este escalão, desde logo solicitei à nossa direção que inscrevesse a equipa de Minis como equipa “B” de Infantis no Torneio de Abertura para colmatar a falta de oferta de Andebol de 7 até janeiro/fevereiro. Essa pretensão foi desde logo atendida. Refletindo sobre a prática, importa dizer que comecei a época abordando aspetos técnicos, também para integrar os novos atletas, com exercícios com pouca 21 complexidade, na parte do jogo, abordando mais o Andebol de 5, mas começo a ver pouca recetividade dos atletas que estão há mais tempo neste escalão para esta forma de jogo.22 6.2 – Outubro No final de Outubro começa o Torneio de Abertura de Infantis e, como tal, neste mês começamos a abordar o Andebol de 7. Isso resolve o problema motivacional que descrevi no mês passado, mas desde logo acarreta outro, a integração dos novos atletas. Para tentar resolver as duas questões, vou começar os treinos com exercícios de drible e de passe, circuitos técnico-motrizes, abordarei as relações entre postos específicos (criando nesse momento estações/exercícios alternativos de remate para os novos atletas) e, no final, jogo de Andebol de 7 em que vão tendo contacto com o jogo, mas sabendo de antemão que não terão grande participação no mesmo. A minha solução neste mês foi diminuir o tempo dedicado ao jogo e ir aumentando gradualmente, à medida que estes dois atletas fossem dando sinais de progresso. Ao receber o resultado do sorteio do Torneio de Abertura de Infantis e antevendo desde já o cenário mais provável que são jogos desnivelados com pouca competitividade, refleti sobre uma possível solução, caso os clubes e a Associação de Andebol de Braga estejam interessados, e que passava por integrar as equipas A numa série e as equipas B noutra e dividindo as restantes equipas, tendo em conta a prestação no Campeonato Regional de Infantis da temporada anterior. Penso que para esta competição seria um formato bem mais interessante e que proporcionaria, de certeza, melhores jogos e melhores estímulos competitivos para os nossos atletas. 23 6.3 – Novembro O mês de novembro trouxe muitas oportunidades para competir, mas pouca competição na verdade. O Torneio de Abertura de Infantis ocorreu com resultados muitos desnivelados e, como tal, noto algum desânimo. Temos de estar constantemente a relembrar os atletas e os seus pais que estão a competir noutro escalão contra atletas mais velhos e, como tal, esta situação acaba por ser normal. No dia 15 de novembro, tivemos ainda uma concentração de Minis de Andebol de 5 ao mesmo dia e à mesma hora de um jogo do Campeonato Regional de Infantis que resolvemos levando menos atletas do que o habitual ao jogo dos Infantis B e fazendo um misto de atletas Minis que não estão a ter muito tempo de jogo e Bambis. Mais uma situação resolvida, importa agora recuperar a alegria. Esta situação colocou-me a refletir sobre a forma de pensar das crianças desta idade (10/11 anos) e fez-me tentar recordar como eu seria quando tinha esta idade. A conclusão a que eu chego é que a sua forma de pensar é muito simples. Ou ganho porque sou bom ou perco porque sou mau, não há um meio-termo. No treino continuei a seguir o raciocínio do mês anterior, pois penso que tem resultado. Vejo os novos atletas entusiasmados, com vontade de continuar, mais autónomos, com maior participação nos exercícios de relação de postos específicos e no jogo. 24 6.4 – Dezembro Com o final do Torneio de Abertura de Infantis, importa restabelecer um pouco a confiança dos nossos atletas. Este mês temos duas concentrações de Andebol de 5 e é importante que eles sintam no seu escalão que a competição que fizeram lhes iria trazer benefícios. Tentei que se transportasse alguma estrutura do Andebol de 7 para o Andebol de 5 e penso que consegui. Ao nível da estrutura da equipa, iremos abordar estas concentrações com dois laterais, um central e um pivot e iremos tentar abordar o jogo de ataque tal como abordamos a transição, tal como tínhamos trabalhado na época anterior com ótimos resultados. Quando cheguei ao Xico Andebol e vendo o fantástico trabalho de iniciação ao jogo que o professor Pedro Fernandes faz nos Bambis e sabendo que grande parte dos meus atletas já joga no clube desde esse escalão e revelava pouca motivação para a forma tradicional como se joga o Andebol de 5, pensei que nos Minis se deveria fazer algo diferente dos Bambis e, não havendo oferta de Andebol de 7 durante toda a época que penso que seria importante para alguns clubes, resolvi criar uma forma de jogar que pudesse ter alguma transferência para alguma estrutura do Andebol de 7 e penso que esta seria a mais lógica. Apesar disto, sinto que no treino já não há muita motivação quando abordamos o jogo de Andebol de 5. Temos atletas nascidos em 2003 que já estão integrados no grupo de trabalho dos Infantis, atletas nascidos em 2004 que já estão connosco e competem neste escalão há 4/5 anos e que todos os anos seguem esta estrutura de época desportiva que é progressiva, mas que não tem uma lógica de continuidade. Penso que é essa a principal lacuna da Associação de Andebol de Braga neste escalão. Começamos com Andebol de 5 no início de época, vamos para Andebol de 7 em Janeiro/Fevereiro, vamos ao Encontro Nacional de Minis jogar Andebol de 7 onde defrontamos as melhores equipas e jogamos o melhor Andebol que podemos jogar e na época seguinte temos que voltar a começar pelo Andebol de 5 e seguir a mesma estrutura de época novamente. Penso que deveria haver na mesma duas ondas com dois prazos de inscrição independentes, mas com Andebol de 5 e de 7 nas duas ondas e que cada clube se 25 inscreveria onde pensasse que deveria estar de acordo com as caraterísticas do seu grupo. Enquanto isso não acontece vivemos com estes problemas motivacionais, porque não quero “queimar” etapas, mas também não quero ficar parado sem o melhor espaço de estímulo competitivo que é o jogo. Os atletas gostam muito do treino, mas o que os motiva mesmo é o jogo. Para eles, sem esse estímulo, o treino não tem qualquer sentido. E essa é uma verdade universal, não tem idade. 26 6.5 – Janeiro Mais uma vez, o mês de Janeiro foi um mês complicado para motivar os atletas. Apenas uma concentração de Andebol de 5 no dia 11, muitos treinos para poucos jogos. Tentámos criar competitividade interna, realizamos um torneio interno, com sessões de treino e sessões de competição. Foi intenso, trouxe alguma animação e deu para provar que os miúdos destas idades são muito competitivos. Os resultados dos jogos são indicadores para o treinador, mas para eles é o aspeto mais importante do jogo. A minha vivência no Futebol, enquanto treinador, já me tinha mostrado isso, o regresso ao Andebol confirmou apenas esse facto. Este mês optei por esse ajuste, paramos um pouco a evolução da construção do nosso modelo de jogo, mas foi importante em termos de motivação e, no final, é isso que interessa, que eles gostem do treino, que eles adorem a modalidade. 27 6.6 – Fevereiro Em Fevereiro finalmente voltou a competição. Voltamos à nossa rotina de treino, aprimorar as relações entre postos específicos, algum trabalho defensivo, quer do sistema zonal 3x3, quer da defesa individual. Acresce a este facto o convite para participar no Torneio Triangular de Carnaval do Feirense, juntamente com a equipa da casa e o ISMAI e a oportunidade que representa competir com equipas que têm no seu distrito uma maior competitividade. Fizemos dois bons jogos, sobretudo tendo em conta que se trataram dos nossos primeiros jogos de Andebol de 7 no nosso escalão e que os nossos adversários já têm muitos mais jogos (o ISMAI tem 12 jogos no seu campeonato e o Feirense tem 3 equipas com 10 jogos, sendo que a maioria dos seus atletas jogam em mais do que uma equipa). São realidades diferentes, mas sobre as quais vale a pena refletir um pouco. Provavelmente também virá daí o desequilíbrio que há nos escalões seguintes entre asequipas da A. A. Braga e as equipas da A. A. Porto. No meu entender, houve aspetos dos jogos em que estivemos muito bem, como a prestação defensiva, as transições e a variedade de ações no ataque com muitos jogadores a assumir o protagonismo, o que para mim é muito importante. No final deste mês sinto-me feliz, porque mantivemos uma excelente taxa de assiduidade, o que não foi muito fácil visto que tivemos uma pausa competitiva que durou do dia 11 de janeiro ao dia 15 de fevereiro. Assim torna-se difícil cativar novos atletas para a nossa modalidade, seja em que clube for. Gostava de referir que se nota um envolvimento crescente dos familiares dos nossos jogadores, não só nos nossos compromissos, como também nas atividades do Xico Andebol. Perante todas as dificuldades que tenho enumerado, penso que este é um excelente indicador do trabalho que está a ser desenvolvido. 28 6.7 – Março O mês de março foi como devem ser todos os meses, com os fins-de-semana todos ocupados, muitos jogos, muita competição, muitas oportunidades de evolução. Nós podemos treinar muito bem, mas não há melhor treino que o jogo. Na minha opinião, o treino é importante, vai fornecendo alguns indicadores de aprendizagem do jogo, permite a experimentação de novas habilidades, permite a definição de alguns comportamentos organizativos (nesta idade não serão muitos, mas penso que se devem definir trajetórias de transição defesa / ataque e ataque / defesa e movimentação defensiva em função da bola e do adversário direto), mas nada substitui o jogo. Outra questão que merece reflexão tem a ver com o rigor na aplicação das regras. A Associação de Andebol de Braga segue este modelo no escalão de Minis em que não há nomeação de árbitros oficiais e os clubes organizadores é que têm de tratar desse aspeto. Eu ainda não formei uma opinião concreta sobre este modelo, tem aspetos positivos e negativos, certamente. O que eu penso e aí não tenho dúvidas é que alguns pormenores não deveriam ser ultrapassados e deviam ser prática corrente a aplicados com rigor. A saudação inicial ao público e ao adversário e troca de campo ao intervalo deveriam ser aplicadas com rigor. São rituais quase sagrados. Depois, as medidas da área no Andebol de 5 tem de ser aplicada com rigor, pois condiciona todo o jogo. Aconteceu este mês na concentração realizada em Afife que o árbitro me proibiu de fazer uma defesa zonal que simplesmente não estávamos a fazer. O jogo estava condicionado pela medida das áreas, pela nossa superioridade em relação ao adversário e pelo desconhecimento do árbitro em relação às regras do Mini-Andebol em que após golo as equipas tinham de repor a bola no meio-campo. Ora, marcando golo em quase todos os ataques, com áreas muito grandes e com bola no meio-campo, que espaço sobra para uma defesa individual? Penso que neste capítulo, todos os anos deve ser enviado um pequeno manual com instruções para os clubes efetuarem estas organizações, no sentido de as uniformizar. A seguir este modelo, penso que deverá ser efetuado este ajuste. 29 Continuamos a incidir o nosso treino sobre a técnica individual e as relações entre postos específicos. Penso que serão estas as principais ferramentas que os nossos atletas irão necessitar. 30 7 – Conclusão No final deste estágio tenho a certeza que atingi todos os objetivos a que me propus. Tenho a felicidade de ter sob a minha orientação um grupo extremamente motivado e que gosta muito de Andebol. A taxa de assiduidade é muito alta, ronda os 90%, o que retrata a motivação e o gosto pela modalidade que este grupo de trabalho possui. Esse é um fator que contribui imenso para a evolução constante que têm tido. Nesta altura, eles representam um enorme desafio para mim, pois têm uma enorme sede de aprender mais sobre o jogo. Querem jogar sempre, querem treinar sempre e, sobretudo, reparei que quando definimos algum comportamento de organização, eles adoram. Sentem-se como se jogassem numa equipa sénior. Eles gostam desta conjugação entre a criatividade e a liberdade de decisão e a definição de alguns comportamentos de organização. Foi um trabalho um pouco difícil no início, pois como vinha da competição tive alguma dificuldade em fragmentar tanto o jogo, mas agora sinto-me capaz de construir uma progressão para a aprendizagem do jogo desde o Andebol de 5 até ao Andebol de 7. Por fim, gostava de referir que não devemos “queimar” etapas no desenvolvimento dos jogadores, como foi amplamente referido pelo Professor João Varejão durante a parte teórica do curso, mas também não devemos estagnar o desenvolvimento dos jogadores. É fácil reparar que ao longo deste trabalho refiro muito os modelos competitivos e organizacionais como um problema, mas não pretendo com isto fazer uma crítica destrutiva, pretendo relatar a vivência de quem trabalha no terreno para o desenvolvimento do seu clube, mas sobretudo da sua modalidade e vê enormes dificuldades em cativar atletas. Há muitas pausas competitivas durante a época desportiva. Nós procuramos colmatar essa lacuna com a inscrição da equipa na competição de Andebol de 5 e de Andebol de 7, mas essa não é uma solução. Participar em torneios particulares também 31 não é fácil, devido à conjuntura económica que os clubes atravessam e penso que se deveria refletir. Vejo o Andebol, pelo menos em Guimarães, a perder espaço para outras modalidades e para o bem do Andebol, penso que, pelo menos, se deva refletir nas razões disso estar a acontecer e o que poderia ser feito para contrariar essa tendência. Penso desde logo que uma maior oferta competitiva seria muito importante para podermos desde logo fixar os atletas. Há muitos mais fatores, mas esse para começar seria uma boa ajuda. No final deste trabalho gostaria de agradecer ao Professor João Varejão todos os ensinamentos que nos transmitiu, a disponibilidade e a simpatia demonstradas no sentido de nos ajudar a atingir os nossos objetivos e ao Professor Pedro Fernandes pela orientação e apoio no trabalho diário no Clube Desportivo Xico Andebol.