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2 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ENQUANTO PRÁTICA Conforme Philippi e Pelicioni (2002), a atuação da Educação Ambiental (EA) enquanto prática deve estar relacionada à legislação, políticas, medidas de controle e decisões governamentais que concernem ao meio ambiente. Assim, a Educação Ambiental é um processo de ensino-aprendizagem, voltado para o exercício da cidadania, além da responsabilidade social e política. Cabe a ela promover a construção de novos valores e novas relações entre os indivíduos e a natureza, formando atitudes sob uma nova perspectiva que visa a melhoria da qualidade de vida para todos os seres. Marques e Dias (2013) enfatizam a necessidade de transformar a relação entre o ser humano e a natureza, ressaltando que a responsabilidade pelo respeito ao meio ambiente deve ser compartilhada, abrangendo a mudança de comportamento tanto dos indivíduos quanto da sociedade e do Poder Público. engajamento coletivo se faz essencial para a criação de um novo paradigma ambiental. A implementação da Educação Ambiental (EA) na educação permite a conscientização sobre a conservação do meio ambiente e a cidadania. Dessa forma, espera-se que se tornem pessoas críticas e responsáveis em relação às suas ações em prol do meio ambiente. A eficácia da Educação Ambiental (EA) vai além da simples formação de consciência; ela também visa promover novas práticas sociais e integrar diferentes setores da sociedade e do Poder Público. Não são suficientes apenas os ensinamentos teóricos; é necessário que os alunos e demais participantes reconheçam, na prática, os efeitos e benefícios que o novo conhecimento pode proporcionar. Somente assim, uma nova compreensão e percepção ambiental poderão ser desenvolvidas pelo indivíduo. É importante destacar alguns momentos significativos que transformaram a trajetória do movimento ambientalista, os quais foram elementares para estabelecer a EA como um dos principais impulsionadores da proteção e conservação do meio ambiente. livro "Primavera Silenciosa", de Rachel Carson (2010), alertou o mundo sobre os riscos associados ao uso de pesticidas na agricultura, os quais representam uma ameaça grave e letal para diversas espécies da fauna, incluindo os seres humanos. foco recai sobre o Diclorodifeniltricloroetano (DDT). A ampla repercussão da obra resultou na proibição deste inseticida e, ao mesmo tempo, promoveu umaconscientização sobre a relação entre o homem e a natureza, além de incentivar a consciência ambiental. Em 1978, surgiu um novo fórum de influência e prestígio: o Clube de Roma. Composto por um conjunto de cientistas de diversas nações, sua meta era investigar e sugerir soluções para os efeitos resultantes do considerável aumento populacional e da pressão sobre os recursos naturais e ecossistemas do planeta. Em 1978, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) também produziram o primeiro relatório intitulado "Os limites do Crescimento" (MEADOWS, et al., 1978). De forma resumida, o documento indicava que, se as atuais taxas de crescimento populacional, industrialização e exploração de recursos naturais fossem mantidas a longo prazo, efeitos catastróficos se tornariam inevitáveis até meados do século XXI. Esses efeitos incluiriam fome, escassez de recursos naturais, elevados níveis de poluição, redução na produção industrial e de alimentos, culminando em uma mortalidade incontrolável da população. Independente de as previsões contidas na obra se concretizarem ou serem consideradas tendenciosas, o livro promoveu um debate internacional significativo, especialmente entre os detentores do poder econômico e os influenciadores de opinião. Ele destacou a urgência de refletir e reavaliar o modelo de produção vigente e suas consequências. Em 1975, estabeleceu-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Homem, em um cenário marcado por debates e críticas ao modelo de desenvolvimento capitalista da época. Nesse ambiente, os principais objetivos incluem monitorar a condição global do meio ambiente, alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ambientais, promover conhecimento na área e recomendar ações para melhorar a qualidade de vida das populações sem comprometer os recursos naturais para as futuras gerações (SCANTIMBURGO, 2011). Considerando os objetivos do PNUMA, pode-se definir um propósito geral: preservar os recursos naturais para garantir o desenvolvimento sustentável. Esse objetivo está alinhado com a Agenda 2030, um plano de ação focado nas pessoas, no planeta e na prosperidade, que busca promover a paz global e eliminar a pobreza extrema. A Agenda estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, definidos durante a reunião dos 193 Estados-membros da ONU, na cidade de Nova lorque.A expectativa é que a Agenda seja implementada por governos, sociedade, setor privado e todos os cidadãos para alcançar um futuro sustentável em 2030. Princípios fundamentais orientam as ações do Programa na execução dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tais como, integração, universalidade, direitos humanos e inovação. Assim, a criação e a implementação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) visam proporcionar organização e referência em relação à questão ambiental e suas consequências. Apesar da presença de forças hegemônicas, ideologias diversas, desequilíbrios nas relações de poder e a influência de países e nações, a existência de um órgão ambiental internacional que promova o desenvolvimento de programas e projetos garante ao meio ambiente um espaço nas discussões. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), estabeleceu em 1975 o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). objetivo é promover o intercâmbio de informações e experiências em educação ambiental entre nações e regiões, incentivar pesquisas, capacitar profissionais, desenvolver materiais e oferecer assistência técnica aos Estados membros na criação de programas de educação ambiental (AZEVEDO et al., 2017). Assim, destacou a relevância da educação ambiental nas ações voltadas para a proteção do meio ambiente, consolidando-se a partir dos desdobramentos da Conferência de Tbilisi. Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), teve um papel significativo na inclusão da educação ambiental na agenda nacional de diversos países. Um exemplo notável é o Brasil, que em 1973 estabeleceu a extinta Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) (AZEVEDO et al., 2017). Entre suas funções, essa secretaria deveria promover conscientização e educação sobre o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente. Em seguida, em 1981, a promulgação da Lei 6.938, que trata da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), representou uma conquista relevante para o movimento ambientalista brasileiro, evidenciando que as decisões políticas internas estavam em consonância com os eventos e deliberações do cenário internacional (BRASIL, 1981). Essa lei introduziu regulamentações até então ausentes, como a exigência de estudos ambientais para o licenciamento, focando no meio ambiente natural, mas sem considerar outros fatores sociais, assim como, os impactos gerados pelasintervenções. Além disso, trouxe uma proposta inovadora de divisão de responsabilidades entre os três níveis de governo, resultando na criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o que incentivou debates sobre a questão e melhorou as ações de controle (FERREIRA; RAVENA, 2016). Apesar dos avanços proporcionados pela Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e do fortalecimento das políticas ambientais, a educação ambiental continuou a ser vinculada a uma abordagem ecológica, desconsiderando aspectos sociais e culturais. Essa perspectiva reducionista em relação à questão ambiental foi destacada por Dias (1991). Em 1992, ocorreu a Conferência da ONU sobre meio ambiente, conhecida como Rio 92 ou Eco 92. Esse encontro internacional reuniu 176 países e organizações não governamentais (ONGs) para debater questões ambientais. Durante o evento, foram aprovadas duas convenções: uma relacionada à biodiversidade e mudanças climáticas e a Agenda 21, um documento assinado pelos países com orientações para promover o desenvolvimento sustentável. A educação é um tema recorrente na Agenda, com ênfase no capítulo 36, que trata das ações voltadas para a "promoção do ensino, da conscientização e do treinamento" (GONZAGA, 2014). No processo de fortalecimento da educação ambiental no Brasil, foi instituído em 1994 o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA). Em 2004, após uma consulta pública, uma nova versão do programa foi lançada, tendo a sustentabilidade ambiental como princípio orientador. As diretrizes desse documento incluem: transversalidade e interdisciplinaridade, descentralização espacial e institucional, sustentabilidade socioambiental, democracia e participação social, além do aprimoramento e fortalecimento dos sistemas de ensino, meio ambiente e outros temas relacionados à educação ambiental (LUCA, et al., 2016). A análise do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), revela uma abordagem da educação ambiental caracterizada por ser descentralizada, democrática, participativa e coletiva. Cada diretriz enfatiza que a efetiva geração de conhecimento, práticas e políticas para a construção de uma nova realidade ambiental depende da participação ativa de todos os envolvidos, bem como, da colaboração entre diferentes agentes, segmentos e instituições da sociedade. Com essa visão, conclui-se que o pensamento e as ações devem ser realizados com um enfoque social e ambiental integrado, refletindo, assim, sobre a relação entre o ser humano e a natureza (LUCA, et al., 2016).A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) foi instituída em 1999 pela Lei 9.795. Apenas em 2002, com o Decreto regulamentador 4.281, foi criado o órgão responsável pela PNEA, composto pelos ministérios do Meio Ambiente e da Educação. artigo 1° da PNEA define que "educação ambiental se relaciona aos processos pelos quais indivíduos e coletividades desenvolvem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, que é um bem de uso comum essencial para uma qualidade de vida saudável e sua sustentabilidade" (BRASIL, 2002). Azevedo et al., (2017) afirmam que a definição legal de educação ambiental está alinhada ao disposto no artigo 225 da Constituição Federal, que reconhece o meio ambiente como um direito de terceira dimensão, sendo, portanto, um direito tanto do cidadão quanto da coletividade. Nesse contexto, a educação ambiental também se configura como um direito do cidadão, promovida com a participação ativa da sociedade, o que reforça as diretrizes do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) e a definição apresentada pela Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a qual inclui os eixos e instrumentos necessários para sua implementação. Nesse sentido, a criação e a execução de políticas públicas, são essenciais, pois, são elas que concretizarão o que é apresentado de maneira teórica na Política. As políticas estaduais e municipais, são essenciais ao apoiar a criação e a execução de projetos de educação ambiental. Isso se deve ao fato de serem contempladas no orçamento governamental e promoverem uma maior atenção às questões ambientais, levando em consideração as particularidades socioambientais de cada estado e município. A elaboração e execução de políticas públicas municipais voltadas para o meio ambiente são necessárias para promover mudanças na realidade ambiental de uma cidade. Na formulação dessas políticas, são levados em conta os instrumentos de Gestão Ambiental, organizados em três categorias: Instrumentos de Persuasão (IP), Instrumentos de Comando e Controle (ICC) e Instrumentos Econômicos (IE). Embora essa classificação não seja consensual, ela facilita a sistematização da gestão ambiental (BARROS et al., 2012). Os Instrumentos de Persuasão (IP) são empregados para estimular indivíduos, grupos ou empresas a adotarem práticas que favoreçam a proteção ambiental. Essas iniciativas não são obrigatórias e ocorrem de maneira voluntária por parte dos envolvidos, que são incentivados a diminuir os impactos sobre a natureza. Umexemplo disso é a disseminação de informações e a promoção da educação ambiental. Os Instrumentos de Comando e Controle (ICC) são definidos por marcos regulatórios, que incluem atos de fiscalização e a imposição de sanções em caso de descumprimento das normas estabelecidas. A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) incorpora tanto medidas preventivas quanto restritivas. Assim, os ICC se concretizam por meio de instrumentos como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Licenciamento Ambiental (LA), o Zoneamento (ZON) e os Controles Diretos (CD). Os Instrumentos Econômicos (IE) estão relacionados ao alcance de metas ambientais por meio do estímulo ou desestímulo de certas ações, utilizando a arrecadação de receitas através de taxas, impostos, multas e subsídios, entre outros. A gestão ambiental contemporânea e as iniciativas em geral costumam ser implementadas majoritariamente por meio de medidas de comando e controle. É preciso que a gestão incorpore princípios de colaboração. As políticas públicas voltadas para o meio ambiente devem estar alinhadas aos princípios da Política Nacional de Educação Ambiental, que possui uma abordagem crítica, participativa, transformadora e emancipatória (BARBOSA, 2008). É importante mencionar uma abordagem mais legalista e administrativa do conceito de política pública, pois, Áppio (2005), afirma que as políticas públicas podem ser definidas como ferramentas para a implementação de programas políticos fundados na intervenção do Estado na sociedade, visando garantir igualdade de oportunidades aos cidadãos e assegurar as condições materiais para uma vida digna a todos. Salheb et al., (2009) afirmam que a análise de políticas públicas deve considerar múltiplas perspectivas, incluindo pressões sociais, interesses divergentes, interesses comuns, dinâmicas de poder, instituições e intervenções, entre outros aspectos. De acordo com a Constituição Federal (1988), que assegura a todos o direito a um meio ambiente equilibrado, torna-se desafiador equilibrar as diversas forças presentes nas relações sociais, políticas e econômicas. Desenvolver e implementar políticas públicas ambientais que sejam eficazes e justas, garantindo a defesa, preservação e conservação do meio ambiente para as gerações atuais e futuras, é uma tarefa complexa. Isso requer uma mudança de perspectiva por parte dos indivíduos, que deve se afastar da visão de dominação do ser humano sobre a natureza ou sobre outros seres humanos, adotando umaabordagem que veja o meio ambiente como um espaço de pertencimento e convivência. Portanto, a política pública ambiental deve ser proativa, eficaz e educativa. Para alguns, a persuasão só será alcançada por meio da imposição de penalidades. Para outros, o fornecimento de informações e a conscientização serão suficientes para fomentar a tomada de consciência. Poder Público, ao realizar a fiscalização ambiental, combina aspectos de coercibilidade assegurados pelo poder de polícia com ações que promovem a educação ambiental não formal. Dessa forma, também contribui para a transformação social e para a reinterpretação das relações entre o ser humano e a natureza. É importante ressaltar que o Poder Público, nas esferas federal, estadual e municipal, deve promover a conscientização da população em relação às questões ambientais (BRASIL, 1999). É importante ressaltar as atribuições da Gerência de Fiscalização Ambiental (GERFIS), na qual tem como responsabilidade monitorar e preservar o meio ambiente, supervisionando práticas poluidoras e a manipulação ambiental. Para a obtenção de tal resultado, inúmeras são as medidas adotadas. Entre elas, a promoção da Educação Ambiental e ministração de palestras e cursos. Assim, a fiscalização ambiental revela para a sociedade as consequências das infrações ambientais, evidenciando que os atos ilegais prejudicam tanto a coletividade quanto as futuras gerações. Dessa forma, a atuação da Fiscalização de Meio Ambiente tem um caráter punitivo. Embora a coerção seja considerada uma medida extrema, também serve como uma ferramenta educativa, uma vez que muitos indivíduos são convencidos e sensibilizados a evitar ações infracionais, apenas após enfrentarem penalidades, como o pagamento de multas, a apreensão de bens ou a interdição de seus estabelecimentos ou atividades. A implementação de práticas de Educação Ambiental (EA) não formais pela Fiscalização representa uma nova abordagem, possibilitando a adoção de medidas preventivas. A prevenção deve ser considerada uma maneira de transformar a relação da sociedade com o meio ambiente. Ao promover ações voltadas para a EA, a Fiscalização de Meio Ambiente evidencia seu compromisso em evitar e prevenir as diversas formas de poluição na cidade de Goiânia. Em um município com uma população significativa e em constante crescimento, estratégias puramente coercitivas não são suficientes para alterar o paradigma social e modificar a interação da comunidade com a natureza no ambienteurbano. Leff (2010), apresenta uma análise relevante sobre o desenvolvimento fundamentado na interdisciplinaridade e nas diversas metodologias aplicadas à Educação Ambiental (EA), enfatizando a responsabilidade compartilhada dos indivíduos em relação às questões ambientais. A proposta sugere que, ao compreender que o meio ambiente é um direito coletivo, os cidadãos poderão reconhecer que a responsabilidade mútua é essencial para a conservação ambiental. Essa conscientização é primordial para assegurar a qualidade de vida, um dos principais objetivos da Fiscalização de Meio Ambiente. Em diversas situações, a população costuma o trabalho da Fiscalização como uma forma de autoritarismo e repressão, posicionando-a como e adotando uma postura passiva de vítima. Contudo, quando são convidados a participar do processo de proteção ambiental como agentes ativos, com responsabilidades, direitos e deveres, pode ocorrer uma nova percepção e reconfiguração da relação entre sociedade e natureza. Sob esta perspectiva para Gonzaga (2014), o desenvolvimento dessa política pública ambiental, fundamentada nos princípios da Educação Ambiental (EA) e na experiência adquirida na fiscalização ambiental, estabelece que, para transformar a realidade ambiental da cidade, é essencial promover uma mudança de comportamento na sociedade e garantir a participação ativa dos cidadãos. Medidas punitivas isoladas não são suficientes para modificar atitudes, independente da classe social ou do poder aquisitivo dos indivíduos. É importante ressaltar que, por um longo período, diversos grupos sociais foram segregados, estigmatizados e marginalizados na estrutura social e educacional. Ao buscar formas de conscientização, é necessário assegurar ou, ao menos, fomentar um debate crítico sobre o tema. A inclusão de toda a população marginalizada ao longo dos anos como agentes ativos nesse processo é essencial, assim como a criação de mecanismos educativos que se baseiem em suas realidades. A pobreza, a segregação, o patriarcado e as políticas públicas que atendem apenas aos interesses de alguns agravam diretamente as questões ambientais (JACOBI, 2005). Conforme aponta Pinotti (2010), existe uma forte relação entre a pobreza e o meio ambiente, considerando o conflito entre a busca imediata por atender às necessidades básicas de um indivíduo ou de sua família e a necessidade de preservaro meio ambiente para o futuro. Muitas vezes, essas condições de vida são marcadas pela precariedade, ausência de infraestrutura sanitária, ocupação de áreas vulneráveis a doenças, além de alagamentos e enchentes, refletindo a falta de planejamento urbano. Segura (2001) alega que, para promover uma sociedade com uma mentalidade sustentável, é necessário levar em conta três aspectos: a compreensão do significado da crise socioambiental; a democratização das discussões sobre possíveis soluções para essa crise, que está ligada a uma crise de valores; e, por último, a elaboração de instrumentos que incentivem a corresponsabilidade em relação aos bens coletivos. Levando em conta esses três aspectos, observa-se que a Educação Ambiental (EA) se apresenta como um dos instrumentos para alcançá-los, uma vez que é fundamentada em conhecimentos variados que buscam dialogar com questões relacionadas ao pensamento e ao sentimento. A EA aborda aspectos éticos e culturais de maneira democrática e participativa, visando integrar valores diversos e específicos, sem comprometer os interesses coletivos e o respeito ao meio ambiente. Segura (2001) identifica três fundamentos para a Educação Ambiental: participação, pertencimento e conhecimento. A proposta de sensibilização da EA permite que os indivíduos se sintam integrados ao processo, assumindo um papel ativo em relação às questões ambientais, tanto em relação a problemas quanto como agentes responsáveis por soluções. Observa-se que as pessoas se relacionam com o meio ambiente de forma desconectada, distantes das questões que afetam diretamente seus contextos. Essa desvinculação é resultado de um padrão de comportamento da sociedade contemporânea, onde os indivíduos se mostram distantes e indiferentes à natureza, como se não fizessem parte dela. Por fim, o conhecimento almejado pela Educação Ambiental, não se limita às disciplinas curriculares ou à mera coleta de informações. Trata-se da combinação de diferentes saberes que consideram tradições, ciência, espiritualidade, filosofia e outros elementos que podem fundamentar e enriquecer o aprendizado. Assim, a Educação Ambiental pode ser abordada como um tema transversal, onde os conteúdos teóricos são vivenciados e aplicados à realidade. Ao focar nos três pilares citados, a Educação Ambiental capacita os indivíduos a estabelecer uma relação equilibrada com a natureza, promovendo sua sustentabilidade. Nesse contexto, as pessoas se tornam protagonistas de suas açõesem vez de meros espectadores.

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