Ação Monitória Modelo

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NIUMARA FRANCO R.A. 201002
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DO UNISALESIANO
CALIXTA FIRENZI, brasileira, casada, decoradora, portadora da Cédula de Identidade R.G. n° 49.274.595-5 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o n° 366.178.868-95, residente e domiciliada na Rua Barão do Rio Branco, n° 990, na cidade e comarca de Araçatuba/SP, por intermédio de sua advogada e procuradora que esta subscreve Dr. NIUMARA FRANCO, solteira, advogada regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil sob o n° 201.002, Seção de São Paulo, Subseção de Araçatuba, com escritório localizado na Rua Floriano Peixoto, 1785, cidade de Araçatuba/SP, vem, respeitosamente perante à Vossa Excelência, para propor a presente AÇÃO MONITÓRIA contra BASILIO CIERATI, portador da Cédula de Identidade R.G. n° 44.854.981-4 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o n° 123.456.789-10, residente e domiciliado na Rua Euclides Miragaia, 800, na cidade de Araçatuba/SP, titular da Conta Corrente n° 0000320 do Banco CRÉDITO JÁ, situado na Rua Onze de Julho, 100, na cidade de Araçatuba/SP, oferecendo as seguintes razões: 
DOS FATOS
A requerente possui um crédito em face do requerido no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais)decorrente de um projeto de decoração que a mesma realizou no apartamento do requerido, pagamento que fora representado por um cheque de n° 050621-0, Conta Corrente n° 0000320 do Banco CRÉDITO JÁ, emitido na praça e como ordem de pagamento à vista no dia 03 (três) de Outubro de 2014 (dois mil e quatorze). (Doc. Anexo).
Porém, ao depositar o cheque para sua devida compensação, a requerida foi comunicada pelo Banco sacado que o mesmo não poderia ser pago, pois a conta corrente havia sido encerrada pelo seu titular, ou seja, o requerido. 
Em seguida, a requerente entrou em contato com o requerido por várias vezes tentando solucionar o problema de maneira amigável já que se tratava de um velho amigo da família, porém sem êxito, visto que diante disso passaram-se mais de 30 (trinta) dias da emissão do cheque, fazendo com que perdesse sua força de título executivo extrajudicial.
Não havendo outra maneira de solucionar o problema, a requerente busca satisfazer seu crédito através da presente ação monitória, visando o recebimento do valor representado por cheque prescrito comsuas devidas atualizações legal até a presente data (Agosto/2015)totalizando um débito de R$ 7.635,14 (sete mil seiscentos e trinta e cinco reais e quatorze centavos), conforme demonstrativo abaixo:
	Data de Emissão
	03/10/2014
	Valor Original
	R$ 7.000,00 (sete mil reais)
	Índices de Correção
	(Outubro/2014) 54,964221
(Agosto/2015) 59,951381
	Valor Corrigido Monetariamente 
	R$ 7.635,14 (sete mil seiscentos e trinta e cinco reais e quatorze centavos).
	
DO DIREITO
O documento acima mencionado assegura à requerente o direito de ver o adimplemento do seu crédito através desta ação, uma vez que tais documentos não mais são exequíveis, visto que a recusa de seu pagamento operou-se em finais de 2014, quando foi apresentado ao Banco.
É perfeitamente cabível então a ação monitória, uma vez que se encontram preenchidos os requisitos do artigo 1.102-Ado Código de Processo Civil, introduzidos na finalidade de transformar tais documentos sem eficácia executiva em títulos executivos judiciais:
A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.
Entende-se que o cheque é um título de crédito eficaz, cabendo ser usado como prova escrita. Entretanto, necessita de eficácia executiva, uma vez que este título de crédito já se encontra prescrito, conforme dispõe o artigo 59 da Lei n°7.357-195, que diz: 
Prescrevem em 06 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o artigo 47 desta Lei assegura ao portador.
No entanto, o cheque prescreve em seis meses, a contar do término do prazo de apresentação, da data de emissão, que é de 30 ou 60 dias, sendo o título respectivamente emitido na praça de pagamento ou fora dela, conforme prescreve a Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85):
Art. 33 – O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
...
Art. 59 – Prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
Enfatizando a necessidade da propositura desta ação,o ensinamento do doutrinador Orlando de Assis Corrêa (Ação Monitória. Rio de Janeiro: Aide, 1995, p. 13):
“A ação monitória assemelha-se à antiga ação cominatória, embora sua finalidade seja um pouco diferente e as exigências para seu recebimento e desenvolvimento não sejam idênticas; naquela, o réu estaria obrigado, pela lei ou pelo contrato, a fazer determinada coisa ou a se abster de determinado ato; aqui, o réu se obrigou por um documento que não tem força executiva, seja a pagar determinada quantia em dinheiro, seja a entregar determinada coisa fungível ou determinado bem móvel. Tanto numa como noutra, porém, a sentença proferida servia ou serve como título executivo judicial.”
No mesmo sentido o acórdão dos ínclitos julgadores do Superior Tribunal de Justiça:
PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE. PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA. REJEIÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DA CAUSA DEBENDI. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ. MÉRITO. PAGAMENTO. ÔNUS DA PROVA. INCUMBÊNCIA DA PARTE RÉ. ART. 333, II DO CPC. SENTENÇA MANTIDA.
- Tratando-se de ordem de pagamento à vista, o cheque deve ser apresentado ao banco sacado para liquidação no prazo de 30 dias a contar da sua emissão, quando apresentado na mesma praça, e no prazo de 60 dias, quando apresentado em praça diferente. Após, o credor dispõe do prazo de seis meses para ajuizar o processo de execução, nos moldes do art. 59 da Lei do Cheque. Consumada a prescrição prevista no art. 59 da Lei do Cheque (seis meses), o portador tem a opção de ajuizar a ação de locupletamento ilícito (art. 61 Lei 7.357/85), no prazo de dois anos, ou, então, ação pelo rito ordinário ou a monitória (art. 62 da Lei 7.357/85), no prazo previsto no art. 206, § 5º, do CC/02 (cinco anos). Dessa forma, o prazo prescricional de cinco anos só começa a correr após o decurso do prazo para o ajuizamento do processo executivo, e não da emissão da cártula. Prejudicial rejeitada.
- Não se aplica a regra estatuída no § 4º do art. 219 do CPC quando não evidenciada conduta negligente do autor.
- Como espelhado na jurisprudência do eg. STJ, na ação monitória fundada em cheque prescrito, mesmo vencido o prazo para propositura da ação de locupletamento, não se exige do portador do título a declinação da causa debendi, porquanto é suficiente para tanto a juntada da própria cártula devolvida por insuficiência de fundos, cumprindo ao réu, ao embargar, deduzir contrapostamente causa que elida a pretensão do autor.
- Recurso conhecido e não provido. Unânime.
(Acórdão n. 669545, 20090111908838 APC, Relator: OTÁVIO AUGUSTO, Revisor: MARIO-ZAM BELMIRO, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 03/04/2013, Publicado no DJE: 17/04/2013. Pág.: 119).
DO PEDIDO
	Pede-se e espera-se que Vossa Excelência se digne, acolhendo este, determinar a expedição do competente mandado para que o requerido pague em 15 (quinze) dias a quantia de R$ 7.635,14 (sete mil seiscentos e trinta e cinco reais e quatorze centavos), conforme tabelas de cálculos que seguem anexas, acrescida de custas, despesas e verba honorária. 
VALOR DA CAUSA
	Dá-se à presente o valor de R$ 7.635,14 (sete mil seiscentos e trinta e cinco reais e quatorze centavos).
PROTESTO DE PROVAS
	Protesta-se pela produção de prova documental, testemunhal, pericial, inspeção judicial e de todos os meiosprobantes em direito admitidos, ainda que não especificados no CPC, desde que moralmente legítimos (CPC, art. 332), e obtidos de forma lícita (C.R., art. 5º, LVI), especialmente depoimento pessoal do requerido, pena de confissão, se não comparecer, ou, comparecendo, se negar a depor (CPC, art.343 §§ 1º e 2º). 
Termos em que,
Pede Deferimento.
				Araçatuba/SP, 12 de Agosto de 2015.
_____________________________________ 
NIUMARA FRANCO
OAB/SP 201.002
TABELAS DE CÁLCULOS AÇÃO MONITÓRIA
Requerente:	CALIXTA FIRENZI
Requerido:	BASILIO CIERATI
	Doc.
N.º 01
	Devolução 
Mês
Ano
	Valor
Base
	Índice Mês 
Origem 
OUT/14
	Índice Mês 
Final 
AGO/15
	Valor
Atualizado
	Juros
1,0%
ao mês
	Valor Total (Correção
Monetária/Juros)
	Cheque
050621-0
	Outubro/2014
	7.000,00
	54,964221
	59,951381
	7.635,14
	---
	7.635,14