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Formação Pré- e Pós-Graduada em Assistência ao Recém-Nascido Cuidados Básicos Neonatais 19 a 30 de novembro 2018 Paulo Soares FILHO DE MÃE COM DIABETES GESTACIONAL Paulo Soares Assistente Hospitalar de Pediatria Médica Novembro de 2018 AGENDA • Introdução • Diagnóstico • Implicações Fetais e Neonatais • Anomalias Congénitas • Macrossomia • Dificuldade Respiratória Neonatal • Alterações Metabólicas • Vigilância e Terapêutica • Abordagem na Sala de Partos • Abordagem no Pós-Parto • Mensagem Final INTRODUÇÃO • Tem-se assistido a progressos na vigilância e tratamento da diabetes nas grávidas, com melhoria de resultados nos RN e redução das complicações maternas • No entanto, apesar de todos os recursos, não foi possível ainda atingir completamente a meta definida na declaração de S. Vincent em 1989 de “conseguir que o resultado da gravidez na mulher com diabetes se aproxime do resultado da gravidez na mulher sem diabetes” • É altura de nos questionarmos sobre quais os motivos porque ainda hoje a gravidez nas mulheres com diabetes prévia ou que desenvolvem diabetes durante a gravidez, continue a ser uma situação de risco acrescido DIAGNÓSTICO Primeira Visita Pré-Natal • Glicemia em jejum a todas as mulheres • Glicemia jejum ≥ 126 mg/dl ou ocasional > 200 mg/dl + confirmação ou HbA1c ≥ 6,5% Tratar e seguir como diabetes prévia • Glicemia jejum ≥ 92 mg/dl eseus benefícios a curto prazo, está associado com um menor risco de obesidade e diabetes a longo prazo • Considerar a necessidade de fototerapia • Avaliação pela Cardiologia, se existirem sinais ecocardiográficos prévios de cardiomiopatia • Orientação para a Consulta específica quando justificado (Medicina Física e Reabilitação / Cardiologia / Neurologia) MENSAGEM FINAL • As implicações decorrentes da diabetes na gravidez, não terminam com o parto, antes prosseguem num contínuo a médio e a longo prazo, repercutindo-se nestas mulheres e nos seus filhos • Os conhecimentos científicos atuais permitem-nos conhecer melhor quais os mecanismos fisiopatológicos envolvidos, que nos filhos de mães com diabetes resultam da interação entre os genes e o ambiente • Esta interação, designada por epigenética, leva ao desenvolvimento de mecanismos moleculares, como as alterações dos padrões de metilação do ADN fetal, sem modificação das sequências genómicas MENSAGEM FINAL • Daqui decorre o conceito de “programação fetal” que explica o desenvolvimento de diversas patologias na idade adulta, nomeadamente metabólicas, resultantes das alterações do meio intra-uterino • No caso das mulheres que desenvolveram diabetes gestacional, é grande o risco de aparecimento de futura diabetes, o que torna mandatório a implementação de programas de vigilância e prevenção